Negócios e Gestão – Página: 9 – Revista Algomais – a revista de Pernambuco

Negócios e Gestão

Concurso do Crefito para o Nordeste (nível médio e superior). Os salários são de até R$ 4,4 mil

O Crefito-1 abre concurso com vagas de ingresso imediato e cadastro de reservas (CR) nos estados de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Alagoas para os cargos de assistente administrativo, fiscal fisioterapia e fiscal terapia ocupacional. As vagas para o cargo de Assistente Administrativo (Ensino Médio) oferecem salário de R$1.479,95. Já para o cargo de Fiscal Fisioterapia e Fiscal Terapia Ocupacional (Ensino Superior – Fisioterapia ou Terapia Ocupacional), o salário é de R$4.438,35. Além do salário os cargos contam benefícios: vale-alimentação, vale-transporte e plano de saúde A concorrência para o cargo de Assistente Administrativo será realizada por meio de provas objetivas, com conteúdo de português, informática, matemática, noções de administração, conhecimentos específicos e legislação, totalizando 40 questões. Para Fiscal Fisioterapia e Fiscal Terapia Ocupacional a concorrência contará com provas objetivas com conteúdo português, informática, noções de administração e gestão pública e legislação/fiscalização, totalizando 40 questões e ainda 1(uma) questão discursiva. Além das provas, para Fiscal Fisioterapia e Fiscal Terapia Ocupacional, é necessário que o candidato tenha Carteira Nacional de Habilitação (CNH) na categoria B, dentro da validade, bem como certidão de prontuário do condutor emitida pelo DETRAN que não responde a processo de suspensão ou casacão de CNH, também são necessários 2 anos de experiência e baixa no registro profissional junto ao Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional. As provas serão realizadas no dia 04 de junho de 2017, às 08h e às 14h. As taxas de inscrição são: R$ 60,00 para os cargos de Assistente Administrativo e R$ 80,00 para o cargo de fiscal fisioterapia e fiscal terapia ocupacional. O edital completo do concurso está disponível no site www.institutodeselecao.org.br.  

Concurso do Crefito para o Nordeste (nível médio e superior). Os salários são de até R$ 4,4 mil Read More »

Falta integração na gestão da RMR

*Por Rafael Dantas Imagine um condomínio composto por 14 prédios, tendo um síndico para cada edifício. Imagine ainda que eles não têm um planejamento conjunto da circulação das ruas internas, nem contam com um sistema único de coleta de lixo e tampouco possuem um gestor para áreas comuns (como parquinho, piscina, salão de festas). A ausência dessa organização, além de aumentar as despesas dos moradores, gera soluções pouco eficientes que dificultam a rotina dos condôminos. Essa situação hipotética acontece na prática, numa escala muito maior, nas as regiões metropolitanas brasileiras. Em Pernambuco, por exemplo, junto com a capital são 14 municípios que compõem a Região Metropolitana do Recife (RMR). Eles são concebidos como uma única metrópole no dia a dia dos seus cidadãos, já que apresentam necessidades e estruturas urbanas interligadas. Por essa razão, especialistas acreditam que os moradores dessa “grande cidade” poderiam ter suas vidas facilitadas com uma gestão pública unificada. “A metrópole é uma cidade que não cabe no território de um município. Sem alguém que pense o conjunto, o resultado é um caos”, afirma Roberto Montezuma, presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Pernambuco (CAU-PE). Trata-se de um problema que se agrava com o passar dos anos. Afinal, somos cada dia mais cidadãos metropolitanos. Rotinas como a de Alexandro Gomes, 28 anos, que tem residência em Jaboatão dos Guararapes, faz graduação em Recursos Humanos no Recife e até pouco tempo trabalhava em Suape (Ipojuca) são cada vez mais comuns. Atualmente, ele circula pelos diversos municípios, trabalhando na área de logística. “É muito tempo perdido no trânsito e muito desconforto no transporte público. Essa rotina acaba desgastando mais que o próprio trabalho”, reclama. O tempo desperdiçado nos deslocamentos diários – em razão da inexistência de uma estrutura de mobilidade eficaz – é um dos sintomas da ausência de uma gestão metropolitana. O arquiteto Paulo Roberto Barros e Silva afirma que se a metrópole tivesse uma gestão interfederativa, infraestruturas como o BRT, o metrô e o sistema viário estrutural seriam diferentes, com soluções mais bem articuladas. “A região abrange território urbano de quase quatro milhões de pessoas e 14 administrações. No mundo real não há porta de entrada de Recife, Cabo, Moreno… É preciso que os prefeitos atuem articuladamente”, defende o arquiteto. “Na Avenida Agamenon Magalhães, por exemplo, metade dos carros que circulam são oriundos de fora da capital. Tivemos uma expansão desordenada que resultou em várias cidades dormitórios, que geram muitos deslocamentos para o Centro do Recife”. Crítica semelhante faz o arquiteto e urbanista Jório Cruz, ex-presidente da Fidem (Fundação de Desenvolvimento da Região Metropolitana do Recife). Ele reprova a concentração das atividades econômicas na capital pernambucana e defende a criação de outros polos de desenvolvimento na região. “A questão da mobilidade da metrópole está diretamente afetada pela condição de polo exclusivo do Recife”. O especialista defende a distribuição de oportunidades em outros centros de geração de emprego e renda. A medida, entre outros benefícios, reduziria o tempo de transporte das pessoas diariamente, já que não precisariam se deslocar em trajetos distantes para ir ao trabalho ou a uma consulta médica. E é na área da mobilidade, mais precisamente a construção do Arco Metropolitano, que, na opinião de Montezuma, pode ser o primeiro ponto a ser priorizado por uma gestão que integre prefeituras e Governo do Estado. “Essa é uma obra de interesse de todos os municípios. Do mesmo jeito que a União Europeia trata de temas relevantes para todos os países membros, a ação dessa governança da metrópole deve atender assuntos que sejam de utilidade para todas as cidades da Região Metropolitana do Recife”. A rodovia vai ligar a cidade do Cabo de Santo Agostinho ao Polo Automotivo de Goiana, na Mata Norte. O trajeto é realizado como uma alternativa à congestionada BR-101, atravessando a zona rural de cidades como Moreno e São Lourenço da Mata. Entretanto existem equipamentos que servem a toda metrópole, como o Aeroporto Internacional dos Guararapes (cuja abrangência vai além do limite da RMR), universidades e até centros de saúde. Exemplo disso é o Hospital da Mulher Doutora Mercês Pontes Cunha. Apesar de ter sido construído pela Prefeitura do Recife, o primeiro parto na unidade foi de uma moradora de Jaboatão dos Guararapes. “Existem equipamentos estratégicos que têm um raio de ação maior que um município. Isso faz com que na gestão dessas estruturas, os prefeitos atuem com uma população que não o elegeu”, pontua Montezuma. Além de trazer melhores soluções para o funcionamento das cidades, a gestão metropolitana proporcionaria economia para os municípios. “A gestão integrada garante a racionalidade do uso dos recursos públicos. Se as cidades atuarem de forma articulada é possível reduzir o custo para todos”, avalia Fátima Brayner, sócia do INTG (Instituto de Gestão). Em um período de crise e de corte dos orçamentos, esse atrativo passa a ser bem significativo. Fátima aponta ainda que a gestão integrada pode combater o desequilíbrio social que se acentuou com o surgimento das regiões metropolitanas. “As metrópoles concentram a riqueza desde a década de 70. Nelas estão as oportunidades que atraíram as pessoas, que passaram a viver no seu entorno. A qualidade de vida na periferia dessas regiões é ruim”, constata a consultora. Ela lembra que o indicador Gini (que mede a concentração de renda) apresentou, ao longo das décadas, um crescimento vertiginoso nessas localidades. COMPENSAÇÃO. Um exemplo mencionado pela especialista é Araçoiaba, que registra o menor IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) da RMR. “Araçoiaba detém uma grande área de preservação de mananciais e isso a restringe de se desenvolver. Quem paga por isso? A governança metropolitana teria o papel de ressarcir a cidade pelos recursos naturais preservados no seu espaço. As reservas, que inclusive protegem a nascente de alguns riachos, são importantíssimas para a metrópole”, avalia Fátima Brayner. Para reparar essa situação, a saída metropolitana seria a compensação ambiental, um instrumento típico do desenvolvimento urbano integrado, destinado a um município que presta serviços ambientais à metrópole. As cidades que possuem aterro sanitário, que recebem dejetos das demais, são outro

Falta integração na gestão da RMR Read More »

Sem limite

O Estado brasileiro é insaciável e gasta mal. Nos últimos 25 anos, os gastos federais vêm crescendo 6 % ao ano acima da inflação e com velocidade duas vezes superior à do Produto Interno Bruto (PIB). Desde 2011, esse desequilíbrio fiscal se aprofundou rapidamente. Só de 2013 para cá a dívida bruta do País em relação ao PIB elevou-se de 52% para 72%, uma trajetória insustentável e preocupante. O estrago fiscal feito pelo governo anterior foi extenso e profundo, resultado de inúmeros erros de política econômica e de descontrole nos gastos que foram mascarados por vários truques de contabilidade pública. Existem, como nós sabemos, outras formas de gastança. O dinheiro público é desperdiçado em inúmeros privilégios remuneratórios descolados do mercado de trabalho, geradores de desigualdades na distribuição da massa salarial, e disseminados nos três níveis de governo, mas que assumem especial destaque no judiciário, legislativo, Ministério Público e em algumas carreiras de Estado hospedadas no executivo federal. O dinheiro público também escapa pelos dutos da corrução sistêmica, pela má qualidade na elaboração, gestão e execução de políticas públicas e pelos subsídios contidos em programas recentes de apoio aos empresários e a grandes empresas que somaram, em média, R$ 63 bilhões por ano durante o período 2012-2016. Qualquer brasileiro conhece e pode apontar como se gasta muito e sobretudo como se gasta mal apesar de pagarmos impostos em montante equivalente a 36% do PIB. Quanto maior o tamanho do Estado, no contexto de uma cultura politicamente patrimonialista e corporativa, maior tende a ser o desperdício de recursos públicos e irrefreável a tendência para aumentar os impostos. O Estado não gera riqueza, quem produz riqueza são os empresários e trabalhadores. O Estado tributa pessoas e empresas, arrecadando, de um lado, e gastando, de outro para poder prover serviços públicos tais como educação, saúde e segurança. O Estado deve também, como arrecadador e gastador, mediar o conflito distributivo ao se defrontar com os diversos grupos de interesse dentro e fora do setor público que disputam os recursos disponíveis. Quando o Estado gasta mais do que arrecada gera inflação, juros altos, mais impostos e dívida, criando as condições para uma recessão e, por conseguinte, para o desemprego. A história recente indica que é necessário limitar os gastos públicos. O estrago, como visto acima, foi grande e profundo nas contas públicas e na economia. O PIB per capita recuou 9% nos últimos dois anos. A PEC 241 em votação terminal no Congresso Nacional tem esse objetivo. A legislação se propõe a limitar o crescimento do gasto público à inflação do ano anterior medida pelo IPCA. Ou seja, os gastos públicos se manterão constantes em termos reais por 20 anos, sendo permitido a partir do décimo ano uma revisão em cada período de gestão. A medida é dura e polêmica, mas é necessária conhecendo-se o ímpeto irrefreável para gastar do Estado brasileiro. Esse limite nos gastos vai gerar bons desafios para os políticos e para a gestão pública. Os recursos serão agora ainda mais escassos, exigindo a elaboração de um orçamento realista baseado em prioridades e em critérios claros e bem fundamentados para justificar as despesas primárias. O Executivo Federal e o Congresso Nacional vão, ainda mais, ser a arena e o locus do conflito distributivo onde os grupos de interesse incrustados nos diversos nichos do aparelho de Estado vão lutar para defender suas corporações que, aliás, já se manifestaram previamente por meio de questionamentos a PEC 241 realizados pela Procuradoria Geral da República e pelo Superior Tribunal de Justiça. Dois desafios se colocam com a possível aprovação da legislação: ser racional na elaboração e execução do orçamento e enfrentar os grupos de interesse, acostumados à cultura do Estado Pai-Patrão. Se tudo funcionar corretamente muito desperdício será reduzido e muitos privilégios extintos. O gasto terá que ser mais racional e bem focado. Os dois setores – educação e saúde –, que alguns críticos temem que terão seus orçamentos reduzidos, não possuem, de fato, limites exclusivos. Cabe ao Executivo, ao Congresso Nacional em interação com a sociedade civil, na definição das prioridades posicionarem bem esses setores no conjunto dos recursos livres da limitação. Aí teremos o teste da prioridade. Apenas 16% do orçamento federal é gasto com os 45% mais pobres. Os restantes 84% são despendidos com aqueles brasileiros que se situam entre os 55% mais ricos (STN/MF). Os gastos sociais poderão ser preservados e eventualmente ampliados. Um dos méritos da PEC 241 é que ela revelará as verdadeiras prioridades do Estado brasileiro e a força política dos grupos de interesse.

Sem limite Read More »

Brasileiros não vislumbram novas lideranças na política

As pessoas não vislumbram novas lideranças que realmente estejam preparadas para deixar uma marca inovadora e positiva na gestão pública. Mesmo que antevendo a eleição presidencial de 2018, conforme sondagem realizada por estudantes e professores do curso de graduação em Ciências Sociais e do Consumo, da ESPM-SP. “Há uma certa preocupação por aproximadamente metade da amostra não vislumbrar qualquer nome que não dos velhos postulantes a cargos eletivos, nome este que esteja realmente preparado para exercer a Presidência da República em 2018, sendo as mulheres mais otimistas neste quesito (58,1%) que os homens (43,3%)”, ressalta Mário René Schweriner, coordenador do curso de Ciências Sociais e do Consumo. Nota-se uma significativa dispersão nos que apontaram seus nomes de preferência: 102 nomes citados, dos quais mais se destacaram: Ciro Gomes (12 menções, mas é um político experiente), Joaquim Barbosa (11), Jair Bolsonaro (10) e Sérgio Moro (9), além de outros 18 nomes de não-políticos mencionados por poucos respondentes. A segunda questão focou as eleições municipais de São Paulo. Instados a apontar “qual dos candidatos a prefeito poderia representar uma virada na política e deixar uma marca realmente inovadora e positiva na gestão pública”, mais de um terço da amostra (38,3%) respondeu nenhum deles, com preponderância feminina (44,8%). A terceira indagação da sondagem buscou “medir o pulso” dos respondentes quanto ao desalento ou esperança de crescimento de mais de 1% do PIB nos próximos anos. Cerca de 76% das pessoas creem que o PIB alcançará esse índice apenas em 2018 ou com o próximo Presidente, em 2019. Ressalta-se que os homens (23,8%) aparentam bem mais otimismo que as mulheres (8,5%), pois apontaram tal crescimento já para 2017. Metodologia O levantamento foi realizado entre os dias 12 e 19 de setembro, com 415 respondentes, via consulta pela internet. O público respondente teve predominância no sexo feminino (60%). A faixa etária foi dividida em três: até 22 anos (44,1%), de 23 a 39 (25,3%) e mais de 40 anos (30,6%). Os analistas deste levantamento, mais uma vez enfatizam seu caráter de sondagem, sem um valor estatístico generalizante.

Brasileiros não vislumbram novas lideranças na política Read More »

Daniel propõe “fazer funcionar o que já existe”

Daniel Coelho foi o convidado da semana da Rede Gestão. Em debate, realizado na TGI, o candidato do PSDB à prefeitura do Recife fez um diagnóstico dos problemas que considera centrais na cidade, apresentou suas propostas e respondeu questionamentos dos participantes. O prefeiturável fez duras críticas à gestão de Geraldo Julio, que na sua opinião priorizou a realização de grandes construções de novas infraestruturas públicas e não garantiu o financiamento adequado das estruturas educacionais e de saúde existentes. Em vários momentos do debate ele insistiu na tese de que é necessário primeiramente “fazer funcionar o que já existe”. O inchaço da máquina pública e os gastos com custeio foram alvos de críticas do tucano. “Recife tem hoje 30 secretarias, 72 executivas. Não conheço outra cidade no Brasil com essa estrutura política. Está tudo entregue a política”, afirma. Ele usou como exemplo a Secretaria de Enfretamento ao Crack, que possui um orçamento de R$ 1,2 milhão, mas dispõe de apenas R$ 9,5 mil para investimentos. Críticas semelhantes às feitas por Priscila Krause na reunião passada foram repetidas pelo tucano, como o aglomerado de mais de 5 mil cargos comissionados na Prefeitura do Recife e a avaliação de que há um mau gasto na educação, em que cada aluno custa R$ 865 por mês aos cofres públicos. Para educação, Daniel traz a proposta do Programa Pró-creche, em que a mãe irá escolher uma creche para seu filho e a PCR paga até R$ 300 para a unidade de ensino, um sistema semelhante ao Prouni. “É muito mais barato e eficiente que construir creches e administrá-las. Isso dará o reforço para a família num momento muito importante que é a primeira infância”, propõe. Outra proposta para a educação é o investimento em aulas de reforço de português e matemática no contraturno das aulas dos alunos. Questionado pelo consultor Francisco Cunha sobre a continuidade dos projetos Recife 500 anos e o Parque Capibaribe, o tucano respondeu que caso seja prefeito irá manter ambos, mas fez algumas ressalvas. “Sobre o Recife 500 anos, é muito importante pensar no longo prazo. Fazer o planejamento não quer dizer que está sendo colocado em prática. É uma iniciativa importante e precisa ser seguida”. Sobre o Parque Capibaribe, Daniel concorda que o projeto traz uma prioridade para áreas de convívio, mas ele defende que é discutir melhor o projeto com a população dos bairros. “Ouço mais elogios que criticas, mas há algumas insatisfações por parte da população”. O tucano reiterou que a gestão pública do Recife perdeu capacidade de diálogo com a população. Na próxima semana a Rede Gestão receberá o candidato do PV à Prefeitura, Carlos Augusto Costa.  

Daniel propõe “fazer funcionar o que já existe” Read More »

O mal-estar da mobilidade (Por Gustavo Costa)

A expectativa era de padrão Fifa. A execução das primeiras concessões de serviço de transporte de passageiros da Região Metropolitana do Recife foi iniciada durante a Copa. Os dois primeiros lotes de linhas (sete licitados), beneficiados por BRTs, passavam a integrar a operação transitória dos Corredores Norte- -Sul e Leste-Oeste. Após dois anos, e três das “Jornadas de Junho”, grassa o mesmo mal-estar coletivo com o padrão do serviço de mobilidade. Apesar dos vultosos investimentos públicos e privados, a operação segue transitória; da boa aceitação dos BRTs, a infraestrutura de vias e terminais segue inacabada, travada e insegura; dos ganhos de escala e velocidade em algumas linhas, caras estações depredadas e dezenas de BRTs depreciando em garagem são o pior retrato da ineficiência, do desperdício e improviso. Afinal, o que deu errado? Seguramente, o impacto da maior crise econômica da história brasileira explica muito. Não tudo. Outra parte da explicação está em velhos e conhecidos gargalos da gestão pública, cujas soluções demandam diagnóstico, esforço e prioridade na agenda política metropolitana e local. Em primeiro lugar, há a secular cultura da insegurança jurídica nos contratos públicos. Não é eficiente licitar às pressas para fazer bonito na Copa. São indispensáveis planejamento e regras que projetem estabilidade, equilíbrio entre direitos e obrigações, proteção contra casuísmos burocráticos, além da garantia de retorno do investimento a taxas de mercado. Em síntese, expressivos investimentos público-privados em infraestrutura de mobilidade reclamam marco legal e contratual estável, equilibrado desburocratizado e previsível. A falta de concorrentes na recente licitação internacional, as prenunciadas dificuldades nos contratos em execução e o atraso dos contratos pendentes sinalizam que o gargalo da insegurança jurídica não tem sido bem compreendido pela gestão pública. O segundo gargalo é a ineficiência da gestão e regulação. Quando de sua criação (2007), o Grande Recife Consórcio de Transporte Metropolitano, sucessor da extinta EMTU, era uma inovadora ideia no papel: a primeira empresa pública multifederativa destinada à gestão do complexo sistema de transporte metropolitano, com estrutura societária, organizacional e financeira. Quase 10 anos depois, a ideia não pegou: os municípios consorciados não compraram o projeto, o governo estadual banca sozinho o “consórcio”, com escassos repasses, e o Grande Recife, apesar do esforço de alguns técnicos abnegados, segue desestruturado, sem equipe e receitas à altura da sua missão. É uma grande ideia fora do lugar, a reclamar urgente simplificação. Por fim, o mais importante: o atual modelo de financiamento da mobilidade está esgotado. As “Jornadas de Junho” de 2013 deixaram claro que a sociedade não suporta mais expansão de tarifas sem contrapartida eficiente. Por outro lado, o retorno da inflação a partir daí, potencializada pelo represamento artificial de preços administrados, confirma que a alternativa não é o “lanche grátis”. No mundo rico, a sociedade financia boa parte da conta com subsídio público. No Brasil, e em Pernambuco, o sistema é dependente de tarifa, paga pelos pobres e sem subsídio eficiente. A conta da mobilidade é injusta e não fecha. A solução do complexo problema do financiamento passa pelo fim da dependência tarifária, com a ampliação das fontes de receita, inclusive subsídios orçamentários. Alternativas existem, algumas delas impopulares para a classe média, a exigir muita prioridade política. E há também alternativas mais sofisticadas, como os fundos de infraestrutura, tal como previsto na recente MP 727/2016. Pernambuco já ensaiou um fundo garantidor de mobilidade, mas abortou a ideia. É hora de retomá-la, agora com impulso federal. A mobilidade entrou na agenda política pelo grito das ruas de 2013. A Copa e a crise político-econômica secundarizaram sua pauta, mas o mal- -estar coletivo e silencioso continua. O silêncio das ruas acabará cedo ou tarde. Já passou da hora de os atores políticos locais e metropolitanos formularem respostas para um problema que também é seu.

O mal-estar da mobilidade (Por Gustavo Costa) Read More »

50 cursos EAD para atualização na agropecuária

Horácio Juliatto vive em Brasília, Miriam Lemos em Campina Grande (PB), Claudionor Aranda em Bom Jesus (GO), Júlio Cézar Barreto em Dianópolis (TO) e Aline Zimmermann em Lages (SC). Apesar da distância geográfica entre eles, todos têm uma paixão em comum pelo campo e são frequentadores assíduos de um mesmo local, o portal de educação a distância do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR). Por razões diferentes já fizeram vários cursos oferecidos, mas repetem os mesmos motivos para a escolha do site: a qualidade do ensino e a praticidade de poder acessar as aulas em qualquer lugar. O portal http://ead.senar.org.br/ disponibiliza, atualmente, 50 cursos sobre conhecimentos e inovações nos processos produtivos em diversas áreas da agropecuária. São inteiramente gratuitos e a distância, com acesso disponível 24 horas por dia, a semana inteira e, ao final, depois de cumprir todos os requisitos, o participante recebe seu certificado digital de conclusão. Os cursos da EaD SENAR estão divididos em sete diferentes programas: Capacitações Tecnológicas, Agricultura de Precisão, Campo Sustentável, Empreendedorismo e Gestão de Negócios, Gestão de Riscos e Inclusão Digital. O mais extenso e o único que exige dos participantes formação técnica ou superior em áreas relacionadas às Ciências Agrárias é o Programa de Capacitações Tecnológicas. Nos demais, os cursos são livres. Para fazer basta ter mais de 14 anos. As matrículas são feitas no próprio site. 350 mil alunos Mais de 350 mil alunos já se matricularam na EaD SENAR em busca de novos conhecimentos ou formação continuada, ampliando suas chances em um mercado de trabalho que valoriza a mão de obra qualificada. Horácio Flaco Juliatto, técnico em agropecuária, é profissional com larga experiência, atuando no ramo da pesquisa agrícola. Ainda assim, fez vários cursos oferecidos no portal não só para se atualizar mas também para enriquecer o seu currículo. “Minha sede de saber é tão grande que fiz todos os cursos que estavam disponíveis até o ano passado, e agora vou fazer os novos. Esses cursos da EaD SENAR são de importância vital para o profissional do setor agropecuário, porque facilitam o acesso, e ele pode estudar no seu tempo. A qualidade é ótima, tanto dos instrutores como do conteúdo e metodologia. As aulas são fantásticas, superdidáticas e explicativas, não há quem não entenda”. Mirian Lemos, assistente social, já fez 11 cursos e avaliza a opinião do colega. “São de excelente qualidade, conteúdo atualizadíssimo, de fácil compreensão para o homem do campo. Além disso, tem a vantagem do participante poder estudar nas horas que lhe são convenientes. Eu costumo assistir as aulas em casa, geralmente à noite”. Em Dianópolis, no Tocantins, Júlio Cézar Barreto conta que costuma acessar as aulas em qualquer lugar onde esteja, em casa ou no trabalho. “Isso facilita a vida de muita gente e, certamente, é o estudo do futuro”. Graduado em Administração de Empresas, com MBA em Gestão de Pessoas e em Gestão Pública, além de técnico em Agropecuária, já fez 12 dos cursos disponíveis na EaD SENAR. “Adorei a metodologia. As aulas são interativas, intuitivas e a qualidade do material excelente. O site oferece ótimas opções de atualização nas áreas de administração rural. Esses cursos servem como suporte para todas as ações que desenvolvo. Atualmente, ministro a disciplina Agronegócio na Universidade do Tocantins e sempre utilizo parte do material da EaD SENAR e, inclusive, recomendo a meus alunos que façam os cursos”. Interação Veterinária e filha de produtores rurais, Aline Zimmermann também está sempre buscando o portal de educação a distância do SENAR para se atualizar. “O site oferece bastante opções e gera uma disponibilidade de horários. As aulas usam uma linguagem clara e têm uma didática diferenciada, com áudios e vídeos que atraem a atenção”. Claudionor Aranda, que trabalha com financiamentos e investimentos agropecuários, já fez os dois cursos disponíveis no Programa Empreendedorismo e Gestão de Negócios. “São conteúdos de grande valia para minha atividade e aplico diariamente o que aprendi”. Para ele, o fato das aulas estarem disponíveis pela internet é fundamental. “Cursos a distância permitem que você, com determinação e disciplina, tenha acesso a novos conhecimentos na sua área de interesse, ampliando seus horizontes sem que você tenha que se ausentar do trabalho. Você faz seu horário de estudo”. Horácio vê ainda um benefício adicional. “Além das aulas e atividades extras, você tem os fóruns e chats, onde você interage com outras pessoas e há muita troca de informações, porque quem busca esses cursos está realmente interessado em aprender mais”. Mais informações: 0800 642 7070, http://ead.senar.org.br/

50 cursos EAD para atualização na agropecuária Read More »

Convívio com as chuvas

Há alguns anos, fazendo matérias sobre seca, descobri o termo “convívio com o Semiárido”. As instituições que trabalhavam nas regiões afetadas por períodos sem chuvas compreenderam que não era possível combater o clima, mas aprender a lidar com ele, de forma a garantir qualidade de vida e produtividade. Pois é, o clima chuvoso do Recife e da região metropolitana nos parece merecer um tratamento semelhante. Os dias de chuvas intensas, onde caem nos céus 50%, 60% ou 70% do que era previsto para o mês não são mais exceção. Estamos na metade do ano e em pelo menos três ocasiões a concentração dos índices pluviométricos gerou prejuízos, caos urbano e até morte. Há uma constatação popular de que nos dias de chuvas intensas não se encontram os agentes de trânsito para auxiliar nos deslocamentos, muitas vezes interrompidos pelos pontos de alagamentos. Pontos, aliás, que se repetem. A população começa a se habituar a não trafegar por algumas regiões nesses dias. Pergunto: se informalmente os cidadãos já identificam essas áreas e criam suas alternativas, o poder público não poderia desenvolver um plano de “urgência” para essas ocasiões? Fechar algumas vias ao invés de deixar os motoristas se arriscarem nas enchentes. Não dá para mudar o ciclo das chuvas. Não é possível elevar o nível da cidade. Mas se tem algo que é possível fazer ao menos para minimizar os estragos desses dias mais tumultuados é o planejamento. Algo que nossos gestores públicos dizem por todo lado que sabem fazer. *Rafael Dantas é jornalista e especialista em gestão pública  

Convívio com as chuvas Read More »

O ciclo da economia de Pernambuco: 2005-2015

Ao longo dos dez anos de circulação da Revista Algomais, a economia de Pernambuco passou por mudanças na base produtiva e infraestrutura. Nos dois governos de Jarbas Vasconcelos (1999-2006) foram criadas as pré-condições políticas, os programas de desenvolvimento e as primeiras negociações que conduziram a um período de forte crescimento econômico durante o Governo Eduardo Campos (2007-2014) que ampliou e consolidou um ambiente de negócios que trouxe para Pernambuco um bloco de investimentos da ordem de R$ 105 bilhões, dois terços dos quais foram alocados ao setor industrial e endereçados, em grande parte, para Suape. Os governos do PSB ousaram politicamente para atrair esses investimentos, inovaram na gestão pública e assumiram para si e em parceria com o setor privado importantes investimentos em infraestrutura econômica, especialmente rodovias. Na segunda metade da década passada houve a feliz convergência de um bom desempenho das economias internacional e nacional, estabilidade macroeconômica e a chegada à maturidade dos investimentos realizados em Suape, fruto do esforço de sucessivos governos desde 1974. Durante o período 2005-2015, as taxas de crescimento anual do PIB de Pernambuco – à exceção do ano de 2007– situaram-se sempre acima das taxas brasileiras. Com isso o PIB por habitante cresceu 7,0%, em termos reais, entre 2010 e 2013. Mudanças na estrutura econômica do Estado ocorreram durante esse período. A construção civil avançou substancialmente pois a ela coube o papel de edificar e de instalar os novos equipamentos produtivos e de construir a nova infraestrutura. Assim, a participação da construção civil no PIB aumentou de 5,6%, em 2005, para 9,4%, em 2013, constituindo-se, nessa fase, no principal motor da economia pernambucana. Estavam sendo implantadas novas cadeias produtivas na economia do Estado e outras estavam se modernizando, gestando uma nova conformação do aparelho produtivo com a presença das indústrias naval, petróleo e gás, offshore e automotiva. As indústrias de alimentos e bebidas se modernizaram e se interiorizaram. Evidentemente que, concluídos esses investimentos e iniciadas as operações desses empreendimentos, estão sendo observadas mudanças graduais na estrutura econômica do Estado, fenômeno que foi desacelerado mais recentemente por causa da crise econômica. Esse dinamismo econômico se manifestou claramente nos indicadores do mercado de trabalho. A ocupação total, segundo a PNAD, cresceu 1,2% ao ano entre 2005 e 2014, liderado pelo pujante crescimento do emprego na construção civil que se expandiu no mesmo período à taxa de 7,1% anuais, seguido dos setores transporte, armazenagem e comunicação (6,1%) e de alojamento e alimentação (5,1%), que se beneficiaram da expansão dos investimentos puxada pela construção civil. Esses setores aumentaram sua importância relativa no conjunto da ocupação durante esse período: a construção civil elevou sua participação de 5,5%, em 2005, para 9,0% em 2014 enquanto os setores de transporte, armazenagem e comunicações e o de alojamento e alimentação subiram, respectivamente, de 4,3% para 6,4% e de 3,6% para 5,5%. Com a demanda por mão de obra em ascensão, especialmente nas ocupações de baixa e média qualificação da construção civil, o rendimento médio real de todos os trabalhos da população ocupada com 10 anos ou mais elevou-se ao ritmo de 5,4% ao ano, bem superior à apresentada para o País como um todo (4,1%), durante o período 2005-2014. Com isso taxa de desemprego caiu de 11,0%, em 2005, para 8,7% em 2014. O emprego formal também cresceu expressivamente durante esse período contribuindo para reduzir a taxa de informalidade no mercado de trabalho, uma característica estrutural da economia pernambucana. O estoque de emprego formal segundo a RAIS cresceu 4,4% ao ano entre 2005 e 2015, sendo que a construção civil se expandiu ao ritmo de 7,5% e os serviços e o comércio às taxas, respectivamente, de 6,3% e de 5,9% anuais. Esses crescimentos teriam sido bem mais expressivos durante o período não fosse o efeito da crise econômica que queimou 9,6 mil e 89,8 mil empregos com carteira, respectivamente, em 2014 e 2015. Isso significa que a crise extinguiu parte, mas ainda deixou intactos significativa parcela dos empregos gerados durante aquele período. Se houve um ciclo virtuoso de fatores que propiciaram um robusto crescimento da economia de Pernambuco no início do período que estamos analisando, ocorreu o inverso no seu final, ou seja, nos anos de 2014 e de 2015 quando a crise começou a manifestar seus primeiros impactos sobre o Estado. No rastro da economia mundial, ainda em recuperação da crise de 2008, a economia nacional, devido aos sucessivos equívocos e voluntarismo da política econômica do Governo Dilma, entrou em forte recessão. Pernambuco ficou exposto e absorveu os efeitos da retração no nível de atividade da economia brasileira. Além disso, a crise atingiu o Estado no momento em que o mercado de trabalho estava fragilizado pela grande desmobilização – previsível e inevitável – de mão de obra ocorrida em decorrência da conclusão da fase de implantação dos investimentos produtivos e em infraestrutura, especialmente em Suape. O mercado de trabalho foi pego, portanto, na fase de transição da implantação para a de funcionamento de vários empreendimentos produtivos e de infraestrutura. E finalmente, a economia estadual sofreu as consequências econômicas das investigações no âmbito da Operação Lava Jato. O envolvimento da Sete Brasil que, para produzir sondas que seriam alugadas a Petrobras, tinha feito várias encomendas ao Estaleiro Atlântico Sul, viu-se obrigada a cancelar contratos que desencadearam efeitos em cadeia que atingiram severamente a recém-instalada indústria naval e o setor metalmecânico da economia estadual. A Refinaria Abreu e Lima, por outro lado, ficou inconclusa. Os números são inequívocos: a economia estadual retrocedeu 2,2% entre janeiro e setembro de 2015 comparada com o mesmo período de 2014, o Estado perdeu quase 90 mil empregos em 2015, a taxa de desemprego voltou aos 11% no final de ano passado e o rendimento médio real do trabalho caiu quase 1% em termos reais, corroendo parte dos ganhos observados nos anos anteriores. Todavia, quando forem restabelecidas as condições políticas e econômicas para a retomada do crescimento, Pernambuco poderá se recuperar com mais rapidez devido ao grande bloco de investimentos feitos anteriormente, embora continuem a pairar incertezas

O ciclo da economia de Pernambuco: 2005-2015 Read More »