Arquivos Notícias - Página 22 de 654 - Revista Algomais - a revista de Pernambuco

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Entrevista com Gisela Abad: "Continuamos sendo o Leão do Norte"

Designer lança livro em que analisa como um animal que não pertence à fauna brasileira tornou-se símbolo da identidade pernambucana, como nas revoluções deflagradas no Século 19. Ao longo do tempo, ele também passou a estampar estandartes de maracatus, escudo de time de futebol e até logomarcas. Quem nasce nesse lindo rincão/Do Norte brasileiro em geral/É hospitaleiro de coração/E tem na luta uma bravura sem igual/Eu sinto orgulho em ouvir/O coração no transporte/Repetir: Eu sou de Pernambuco/ Leão do Norte. O trecho do frevo de bloco Eu Sou de Pernambuco, de autoria do “velho Raul Moraes” demonstra toda a potência simbólica contida na imagem do Leão do Norte para refletir a identidade dos pernambucanos. Destaque-se a “bravura sem igual”, demonstrada nos vários movimentos revolucionários. Presente nos brasões do Estado e do Recife, no escudo do Sport, nos estandartes dos maracatus, nas criações do artesão Nuca, a figura do leão, no entanto, sofreu, ao longo dos anos, mudanças, desde que passou a estampar marcas e produtos. É o que constata a designer Gisela Abad no seu livro Um Leão na Paisagem, que será lançado no sábado (31). “É engraçado, quando o leão vira marca, parece que foi domesticado. É hilário, em algumas delas, ele parece um cãozinho”, constata a designer. Mesmo sendo “domesticado” ao figurar em embalagens de produtos ou logomarca de empresas, o Leão do Norte, segundo Gisela , permanece como representação da identidade pernambucana, denotando coragem e ousadia. “No campo político, o pernambucano continua se representando como o Leão do Norte. Como Estado, a gente ainda se coloca e diz mesmo: “Eu sou Leão do Norte!”, assegura a designer. Como surgiu a ideia de pesquisar a simbologia do Leão do Norte? Em 2004, a Fundação Gilberto Freyre digitalizou um acervo de marcas e rótulos registrados pela Junta Comercial de Pernambuco do ano de 1876 até 1926. A 2Abad (sua empresa de design) criou a imagem para esse projeto e foi quando eu tive contato com essas marcas fenomenais, que representam quase um marco inaugural do design pernambucano. Então, quando eu entrei no mestrado em 2008, me lembrei desse acervo e resolvi me debruçar sobre ele. Quando cataloguei, vi que a maior parte das marcas eram representadas por animais e, entre esses animais, em primeiro lugar sobressaía o elefante e, em segundo lugar, o Leão do Norte. Eu analisei as marcas registradas, mas ao pesquisar em jornais, é possível encontrar farmácias, tinturarias, vassouras, bolachas, vários comércios e produtos que utilizam a figura do Leão do Norte e que não foram registradas. E aí me perguntei por que tanta marca de Leão do Norte, se nem é um animal da fauna brasileira? E por que o pernambucano é conhecido como Leão do Norte? Bom, sabemos que, geograficamente Pernambuco fazia parte da região Norte e depois passou a ser Nordeste. A leitura também pode ser feita a partir do brasão de Duarte Coelho, mas outras províncias também tinham brasões e isso não as fez ser golfinho do Sudeste, por exemplo. Só o fato de estar no brasão de Duarte Coelho não é suficiente, é apenas um fator que começa no que eu chamo da paisagem semiótica. Então, que coisa tão forte é essa em termos de signo que passa a representar os pernambucanos ou Pernambuco e que salta para as marcas? E quando ela salta, como se comporta? Quando desenhamos os vetores do nosso Leão do Norte, percebemos que ele é insurreto, corajoso, bravio, ele não se curva. E esse brasão de Duarte Coelho já existia desde que ele veio de Portugal? Não. Ele só recebe o brasão em 1545, perto de falecer. Ele não era uma figura de nobreza, a mulher dele, dona Brites, era. Inclusive ela acabou se tornando nossa governadora porque ele voltou para Portugal e ela ficou aqui. Ela era um Leão do Norte, ficou sendo governadora por mui- to tempo com o brasão do leão. Também havia outros tipos de leão. Certamente, o leão de Judá tem um papel nessa identificação do pernambucano como Leão do Norte, mas não encontra- mos desenhos dele em lugar nenhum por causa da perseguição aos judeus. Também havia o brasão da família de Nassau, que é o da Casa de Orange, que tem três leões. Além desses, também tem o Leão Coroado, personagem da Revolução de 1817, que tinha uma careca redondinha – como uma coroa – mas não havia ilustração, quadro ou representação dele. Não existe sequer uma descrição física do Leão Coroado, só se sabe que ele tinha essa tonsura na cabeça. Existe também o leão de São Jerônimo que, no sincretismo com a África, é Xangô, um orixá muito forte. E São Jerônimo é aquele santo, reza a lenda, que, no século 3 depois de Cristo, tirou uma farpa da pata de um leão, que ficou domesticado. O leão também é bastante representado no Maracatu, não é? O Maracatu, na verdade, começa como nação, depois vira uma manifestação de grupo, de dança, de festa carnavalesca, e você encontra uma quantidade enorme de maracatus representados por leões: tem Leão Mimoso, Leão Formoso e o Maracatu Leão Coroado, que é um dos mais antigos. Algo curioso que descobri recentemente é que há muitas figuras de leões na região de Carpina pois, antes de ter este nome, entre as décadas de 30 e 40 do século passado, Carpina se chamava Floresta dos Leões. Por que o Leão do Norte virou rótulo? Como se deu esse processo dele enquanto marca? Fala-se muito da união dos brasileiros com portugueses, mas há alguns pontos históricos em que essa relação desanda e, no Século 19, foi bem grave, porque enfrentávamos um grande declínio econômico, já existia a separação entre Brasil e Portugal e não nos sentíamos confortáveis com os portugueses tomando conta do nosso mercado. Assim, a denominação de Leão do Norte era usada para o filho da terra ou para a própria terra, Pernambuco. Então, ao colocar o nome Leão do Norte numa padaria, o proprietário está dizendo: sou pernambucano, sou da terra.

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Novo point da paquera no Recife – Parte II

A continuação de uma crônica bem-humorada para quem permanece acreditando no amor Por Manu Siqueira Sete meses. A vida passa rápido, não é mesmo? Eu pisquei os olhos e já faz sete meses que me mudei. A nova casinha é pequena, sem área de serviço e, portanto, sem espaço para uma máquina de lavar e secar roupas. Por isso, aos fins de semana, andei me aventurando a lavar minhas roupas na casa da minha mãe. Que tarefa cansativa! É um tal de separar roupas, lavar, estender, recolher, trazer para casa, estender de novo, dobrar, guardar. Ufa! Até que descobri as lavanderias self-service. Aqui, na zona norte, onde moro, tem uma praticamente em cada esquina. O esquema é simples. Você paga um determinado valor por um cesto de roupas, coloca na máquina, espera meia-hora e pronto! Roupas limpas e cheirosas sem gastar energia elétrica, sabão e amaciante. Ainda tem a opção de secar e já levar a roupa pronta para ser guardada. Em algumas lavanderias, existem mesas e cadeiras, caso a pessoa precise trabalhar ou usar o computador enquanto espera a lavagem. Em várias idas à lavanderia que frequento, iniciei conversas com algumas pessoas, mas um detalhe me chamou a atenção: muitos homens usam o serviço. Talvez pela praticidade e rapidez. É muito comum encontrar ainda jovens viajantes que usam as lavanderias para dar um “grau” nas roupas. Encontrei vários homens 40+ usando esses serviços também. Uma amiga me confidenciou que usa, estrategicamente, uma lavanderia que fica dentro de um hotel, em Boa Viagem, na zona sul do Recife. Aí não há receita melhor: turista + bate-papo + troca de telefones. Alguns deram match e renderam alguns encontros, outros, somente uma conversinha fiada mesmo. Achei interessante o relato dela. Comigo, só conversas mesmo. Superficiais. Mas também quem pensa em flertar em uma lavanderia? E eu te digo: você! Neste exato momento! Pois, acredite: não existe lugar certo para paquerar, e sim, a circunstância certa. Meu pai amava um filme chamado “Ensina-me a viver”. Assisti diversas vezes. É uma película de 1971 e conta a história de uma mulher de 79 anos e de um jovem, de 20, que se conhece em um funeral. Não vou dar spoiler aqui, mas é um filme lindo que tem um ensinamento precioso sobre o amor e a efemeridade da vida. E sobre as oportunidades da vida, há duas semanas cheguei de viagem. Estive com amigas queridíssimas em Brasília, lugar que aprendi a amar, por amar pessoas que vivem lá. Embarquei com uma mala pequena e uma mochila. No avião, no compartimento após a minha fileira, pedi ajuda a um homem para colocar a minha mala, que estava bem pesada, no local correto. Ele, muito sorridente, me concedeu a gentileza. Trocamos sorrisos. Quem troca sorrisos hoje em dia, alguém sabe? Sentei duas fileiras à frente. Depois, me distraí, e não mais o vi. - moço, se estiver lendo este artigo, gostaria de te agradecer a gentileza pessoalmente, tá? Vai que dá certo, né? Sim! Me descuidei um segundo e deixei o flerte escapar. É raro, mas acontece muito comigo. Ah! Quase ia esquecendo. Ano passado eu celebrei o casamento de vizinhos que se conheceram em plena pandemia. Por isso, a partir de hoje, pode ficar de olho nos vizinhos, tá? E não precisam ser os seus, necessariamente. Podem ser os vizinhos dos seus irmãos, da sua mãe, da sua melhor amiga. Importante lembrar aqui também que, em vários condomínios há lavanderias de uso coletivo para os condôminos. Imagina flertar com o seu vizinho enquanto ele observa a sua calcinha centrifugar? Já pensou que cena incrível? Agora falando sério: muito mais importante que um point da paquera no Recife, é você estar aberta e receptiva para os flertes. Afinal, quando as peças de roupa limpa e cheirosa se encaixam perfeitamente, não há mais espaço para a “roupa suja” permanecer. E, de vez em quando, é bom namorar debaixo das cobertas. E se o edredom tiver o cheirinho de Comfort ou Downy, melhor ainda. *Manu Siqueira é jornalista (mmsiqueira77@yahoo.com.br)

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alunos da escola alzira maria de araujo nota 10 no ideb em pires ferreira ce

Nordeste avança na educação básica e se destaca no Ideb 2023

Mais da metade dos municípios nordestinos melhoram suas notas nos anos iniciais do ensino fundamental O Nordeste brasileiro registrou um avanço significativo no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) em 2023, especialmente nos anos iniciais do ensino fundamental. Dos 18 municípios que obtiveram notas acima de 9, 17 estão na região, destacando o compromisso com a melhoria da qualidade de ensino. Além disso, 60,7% dos municípios nordestinos tiveram crescimento nas suas notas entre 2021 e 2023, e Pires Ferreira, no Ceará, alcançou a nota máxima de 10, um feito notável para o município que há 16 anos possuía nota 3,7. O desempenho dos estados nordestinos também foi positivo, com oito dos nove estados melhorando suas notas no Ideb entre 2021 e 2023. Apenas a Bahia manteve a mesma pontuação. Ceará e Alagoas foram os únicos a atingir a meta nacional, demonstrando um esforço contínuo na busca por uma educação de qualidade. No total, 20,1% dos municípios da região superaram a meta nacional, e 57% conseguiram atingir suas próprias metas estabelecidas para os anos iniciais do ensino fundamental, números que refletem um avanço comparável ao das regiões Sul e Centro-Oeste. O economista José Farias, coordenador de Desenvolvimento Territorial da Sudene, enfatizou que a melhora na educação básica tem um impacto direto no futuro socioeconômico da região. “Uma geração que recebe uma educação de melhor qualidade tem condições de tratar melhor o seu destino e colaborar mais efetivamente para o desenvolvimento de um território”, afirmou.

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Quem tem direito e como proceder em caso de herança e partilha de bens?

Neste mês, o Brasil lamentou a perda de um dos maiores ícones da televisão brasileira, o apresentador Sílvio Santos, que deixa um legado não apenas de sucesso, mas também um vasto patrimônio. Em momentos como este, surgem questões sobre herança, partilha e os direitos dos herdeiros. O advogado especialista em Direito de Família, Fábio Gonçalves, esclarece que herança é o conjunto de bens e valores deixados por uma pessoa que faleceu, que será transferido aos herdeiros, geralmente familiares próximos. De acordo com Fábio Gonçalves, "os herdeiros legítimos são os descendentes (filhos e netos), o cônjuge ou companheiro sobrevivente e, na ausência destes, os ascendentes (pais e avós), seguidos pelos parentes colaterais até o quarto grau, como irmãos e primos." Se o falecido não tiver deixado herdeiros, a herança vai automaticamente para o município onde residia. A partilha de bens é a divisão do patrimônio do falecido entre os herdeiros. "O processo de partilha pode ser feito de forma judicial ou extrajudicial, mas sempre deve respeitar a ordem de sucessão estabelecida por lei", explica Gonçalves. A partilha só pode ocorrer após o inventário, que é o processo formal de levantamento dos bens deixados pelo falecido. Além disso, os herdeiros podem vender ou alugar um imóvel herdado, desde que todos estejam de acordo. “No entanto, antes do inventário ser finalizado, a venda só pode ocorrer com autorização judicial", esclarece o advogado. "No caso de aluguel, todos os herdeiros devem consentir e dividir os valores proporcionalmente." O especialista explica que é comum que um dos herdeiros continue a residir no imóvel herdado. "Se um herdeiro ocupa o imóvel de forma exclusiva, ele deve pagar aluguel aos demais herdeiros, proporcional à sua parte, desde que haja notificação formal", orienta Fábio Gonçalves. Caso contrário, os demais herdeiros podem entrar com uma ação de arbitramento de aluguel. Se um herdeiro legítimo foi excluído do inventário, ele tem o direito de ingressar com uma ação de petição de herança, como explica Gonçalves: "Essa ação pode ser proposta em até 10 anos a partir da data do óbito para buscar o reconhecimento de seu direito à herança e a anulação da partilha anteriormente realizada." O especialista conclui que a compreensão dos direitos e deveres no processo de sucessão é fundamental para garantir que todos os herdeiros recebam sua parte justa da herança, e que o patrimônio deixado pelo falecido seja adequadamente distribuído. “Em caso de dúvidas, procurar um advogado especializado é sempre a melhor opção”, finaliza.

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Algomais é finalista do Prêmio Sebrae de Jornalismo

A Revista Algomais é finalista do Prêmio Sebrae de Jornalismo na etapa estadual de Pernambuco. O Sebrae Pernambuco anunciou, nesta quarta-feira (21), os finalistas da 11ª edição do Prêmio Sebrae de Jornalismo (PSJ), que reconhece o trabalho de profissionais comprometidos com a promoção e fortalecimento do empreendedorismo no estado. Os vencedores serão revelados em uma cerimônia prevista para o próximo mês de setembro, em data ainda a ser confirmada, no Recife. O tema central deste ano foi “A contribuição dos pequenos negócios na transformação de realidades locais”. Na categoria Jornalismo em Texto, a Revista Algomais se destacou com o trabalho "Elas cultivam inovação e sustentabilidade no campo", assinada pelo repórter Rafael Dantas. A matéria está concorrendo ao lado de "As micro e pequenas geram 80% do emprego e só acessam 12% do crédito", publicado no Movimento Econômico, e "Do Agreste para o mundo: empreendedores lucram com peças de artesanato no interior de PE", do G1 Caruaru e região/TV Asa Branca. Na categoria Jornalismo em Vídeo, os finalistas são "Empreendedorismo aliado à sustentabilidade cresce no Agreste de Pernambuco", da TV Asa Branca, "Inclusão Digital", da TV Globo, e "Startups: das universidades ao Porto Digital", também da TV Globo. Em Jornalismo em Áudio, concorrem "Carolinas: cooper(ativismo) que transforma vidas de mulheres catadoras", do Portal LeiaJá, "Como o empreendedorismo feminino garantiu a preservação do quilombo Conceição das Crioulas, no Sertão de Pernambuco", da Rádio Jornal Recife, e "Empreendedorismo de Várzea: no jogo dos negócios, ideias criativas driblam a crise e transformam a realidade local – Episódio 1", do Portal LeiaJá. Na categoria de Fotojornalismo, os finalistas são "Barbeiros movimentam a economia e impactam a autoestima nas favelas do Recife", do Portal LeiaJá, "O doce pernambucano que nem os pernambucanos conhecem", do Marco Zero Conteúdo, e "Secretaria de Cultura do Brejo da Madre de Deus promove empreendedorismo no artesanato de palha brejense: Preservando uma Tradição Bi-Milenar", do Estação Notícias. O Prêmio Sebrae de Jornalismo, realizado em todo o país, registrou um número recorde de 3.076 trabalhos inscritos nesta edição, um aumento de 62% em relação ao ano anterior. Em Pernambuco, 89 trabalhos foram submetidos em cinco categorias, embora não haja finalistas na categoria de Jornalismo Universitário nesta edição.

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San Paolo Solidário: Gelato a R$ 4 com renda revertida ao ICIA em Caruaru

No dia 22 de agosto, o Projeto San Paolo Solidário será realizado pela primeira vez em Caruaru, em celebração à chegada da marca ao Caruaru Shopping. Durante o evento, o famoso gelato Semplice Piccolo, que geralmente custa R$ 17,90, será vendido por apenas R$ 4,00. Toda a renda arrecadada será destinada ao Instituto do Câncer Infantil do Agreste (ICIA), contribuindo para o tratamento e apoio a crianças com câncer. San Paolo Solidário

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60 anos do Grupo JB: "Sempre fomos um grupo inquieto"

Grupo JB chega aos 60 anos e sua diretora executiva, Carolina Beltrão, conta a trajetória da empresa que começou com um pequeno engenho produtor de aguardente e hoje atua no mercado de etanol, açúcar, energia e CO2, tem cinco mil empregados e operações em Pernambuco e no Espírito Santo. Saber perceber as oportunidades do mercado para impulsionar os negócios tem sido uma estratégia de sucesso de muitas empresas. Ao completar 60 anos este mês, o Grupo JB foi uma das companhias do setor sucroenergético que direcionou os investimentos de acordo com as novas realidades que se apresentavam na economia brasileira e global. De um pequeno engenho que fabricava aguardente, a atuação do grupo expandiu-se para a produção de etanol, impulsionado pela política do Pro-Álcool dos anos 1980. Com a Crise do Apagão, no início dos anos 2000, os negócios expandem para a cogeração de energia elétrica a partir de biomassa de cana. Em seguida, as preocupações com as mudanças climáticas e a oportunidade de abastecer a indústria de alimentos e bebidas, levou o grupo a fornecer o dióxido de carbono puro grau alimentício, em vez de jogá-lo na atmosfera. Hoje o Grupo JB engloba três empresa: a Companhia Alcoolquímica Nacional, a Carbo Gás (ambas em Vitória de Santo Antão) e a Lasa Bioenergia (em Linhares, no Espírito Santo) e emprega cinco mil pessoas. Para saber mais sobre a trajetória da empresa nessas seis décadas, Cláudia Santos conversou com Carolina Beltrão, diretora executiva do Grupo JB. Ela também abordou alguns gargalos enfrentados pelo setor sucroenergético, como a infraestrutura dos portos e a escassez de mão de obra. Fale um pouco sobre a trajetória da empresa. Como ela começou? Começou em 1964, com meu avô. No último dia 16, comemoramos 60 anos. Começamos, como muitas usinas de Pernambuco começaram: um engenho pequenininho que fazia só aguardente. Um dos nossos primeiros clientes foi um o Engarrafamento Pitú porque nossa usina fica em Vitória de Santo Antão. Também vendíamos para outros engarrafamentos que havia por perto. Quando meu avô faleceu muito jovem, meu pai e meus tios tiveram que tomar conta do negócio. Eu sou a terceira geração, com cara de segunda geração, porque o grupo cresceu mesmo na mão do meu pai e dos meus tios. Em 1980, quando aconteceu o Pro-Álcool, enxergamos o tamanho da oportunidade que se abriu. Foi um boom no negócio, tanto que, em seis meses, construímos uma destilaria nova com recursos próprios. Consequentemente, entramos também pesado no comércio exterior, exportando e importando muito álcool. Trazíamos um tipo de álcool, reprocessava, mandava embora outro tipo. Fazíamos isso junto com outras usinas de Pernambuco e da Paraíba. Devido a essa movimentação com o comércio exterior, construímos, junto com esse grupo de usinas do Nordeste, um terminal de graneis líquidos na Paraíba que impulsionou nossas operações de importação e exportação de álcool. Mas hoje, graças a Deus, esse terminal tem tantos clientes que não é possível mais fazer esse movimento de exportação lá. Nessa época em que abrimos essa destilaria de álcool, com muita importação e exportação, conseguimos nos capitalizar bem. Sempre fomos um grupo inquieto, que não se acomodou e sempre de olho em possibilidades que pudessem levar a JB a um novo patamar. No início dos anos 2000, quando o Brasil enfrentou a Crise do Apagão, já gerávamos nossa própria energia, éramos autossuficientes. Então, montamos uma nova termoelétrica com biomassa, a primeira de Pernambuco, queimando o bagaço da cana para gerar energia. E, assim, surgiu outro negócio dentro do que já tínhamos. Em 1996, adquirimos a empresa Lasa Linhares Agroindustrial, no Espírito Santo, numa estratégia para garantir que tivéssemos produção de álcool durante o ano inteiro, já que as safras da região Nordeste e Sudeste acontecem em períodos distintos, sendo complementares. O passo seguinte foi uma nova ampliação das nossas atividades. Fizemos investimentos em aquisição de terras e processos agroindustriais para entrar na indústria alimentícia por meio da produção de açúcar a granel. Com o bagaço da cana, vocês geram energia para o consumo próprio e para o mercado? Nos anos 2000, conforme mencionei, instalamos a termoelétrica para consumir nossa própria energia e sobrar para colocar no mercado. Hoje, a gente vende muita energia diretamente para a Eletrobras, temos um contrato de alguns anos, por meio do Programa de Energias de Fontes Alternativas [Proinfa]. A operação é daqui de Pernambuco e tudo que sobra vai para o Proinfa, lá no Espírito Santo, no mercado livre. É importante ressaltar que, na crise energética de 2001, quando o governo brasileiro conscientizou a todos de que não poderíamos deixar nossa nação sem energia, surgiram várias fontes alternativas, e fizemos parte disso. Ajudamos o Brasil a passar por aquela confusão em que era preciso diminuir e controlar o uso de energia elétrica em casa e também nas empresas, muitas tiveram que desligar máquinas, parar a produção. Outra iniciativa importante foi a primeira fábrica de CO2, a Carbo Gás que instalamos em Pernambuco. O insumo, matéria-prima essencial em diversos segmentos fabris, é um subproduto dos processos das usinas, oriundo da fermentação do álcool. Vimos que, numa era de debate intenso sobre o aquecimento global, poderíamos reduzir significativamente nossas emissões diretas, reaproveitando o dióxido de carbono. Assim, ao invés de lançar esse gás na atmosfera, ele é vendido para as fábricas, como a Coca-Cola, que precisam de CO2 de grau alimentício, usado no refrigerante, na água com gás e na cerveja. Também abrimos uma fábrica desse gás no Espírito Santo. Assim, com uma usina em Pernambuco e uma destilaria no Espírito Santo, cujas safras são invertidas por causa das chuvas, é possível produzir o CO2 alimentício o ano todo. Como é a produção desse tipo de gás? Na produção do álcool, esse gás escapava para a atmosfera, hoje a gente capta, purifica, limpa, liquidifica e vende. Então é mais um tipo de negócio inserido na nossa empresa, é um lindo exemplo de economia circular. A gente planta e colhe todos os anos, e o CO2 que antes iria para a atmosfera é revertido para

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Desvendando o juridiquês 

Reinaldo Gueiros*  Muitas profissões tem seu “dialeto” próprio, vocabulário técnico e modos costumeiros de falar e se expressar. Não é diferente no campo do Direito. Porém, os profissionais dessa área talvez sejam um dos que mais impactem na vida do cidadão em geral. O uso do juridiquês, termo utilizado para designar o excesso de jargão jurídico ou de termos rebuscados comuns ao Direito, seja na comunicação escrita ou falada, pode gerar confusão e até problemas, se mal interpretado e limitar, inclusive, a garantia à ampla defesa e ao contraditório. O assunto motivou o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) a lançar uma campanha, cartilha e recomendações, trazidas na Recomendação 144, publicada em agosto de 2023, que trata sobre a implementação do uso da linguagem simples nas comunicações e atos editados pelos tribunais. Desde então, o Pacto Nacional do Judiciário pela Linguagem Simples tem gerado algumas dúvidas e provocado questionamento no meio jurídico, sob alegações de que o direito teria uma linguagem própria e a norma - dita culta - não poderia ser simplificada.  Por definição, o Pacto Nacional do Judiciário pela Linguagem Simples consiste na adoção de ações, iniciativas e projetos a serem desenvolvidos em todos os segmentos da Justiça e em todos os graus de jurisdição, com o objetivo de adotar linguagem simples, direta e compreensível a todas as pessoas na produção das decisões judiciais e na comunicação geral com a sociedade. Segundo o CNJ, a ideia é evitar que o vocabulário forense funcione como obstáculo à compreensão das decisões judiciais pela sociedade, democratizando o acesso à Justiça ou até mesmo tragam prejuízos por uma questão de interpretação errônea. Uma linguagem mais informal, simplificada e direta, seria, portanto, inclusiva e democrática.  A ideia é louvável. A língua portuguesa é vasta, agradável e bastante rica e a tarefa de comunicar com clareza e brevidade não significa ausência de refinamento. Nem, tampouco, desculpas para deslizes ou equívocos. O desafio da adoção de uma linguagem direta, mais simples e acessível a todos precisa ser assumido como um compromisso dos tribunais e da magistratura, sem com isso, negligenciar a boa técnica jurídica.  As mudanças propostas pelo pacto, quem sabe, trará até mais eficiência aos serviços jurídicos prestados à população, uma vez que desempenhará com mais assertividade seu papel de informar, levar entendimento, fazer saber. Além de eliminar termos excessivamente formais e dispensáveis à compreensão do conteúdo a ser transmitido, os tribunais membros do Pacto deverão adotar linguagem direta e concisa nos documentos, comunicados públicos, despachos, decisões, sentenças, votos e acórdãos e explicar, sempre que possível, o impacto da decisão ou do julgamento na vida de cada pessoa e da sociedade em geral.  Inclui-se nessa missão, utilizar linguagem acessível à pessoa com deficiência, seja libras, audiodescrição, entre outras. Ou seja, a Recomendação 144 vai aproximar o serviço público do seu público, diminuindo o afastamento da sociedade a conteúdos de seu benefício e interesse.  Reinaldo Gueiros é advogado e procurador federal*

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"Viva Afogados" oferece serviços gratuitos para a comunidade na Zona Oeste do Recife

No dia 22 de agosto, das 09h às 18h, o Shopping de Afogados, em parceria com o SESC/PE, realizará o projeto "VIVA AFOGADOS", oferecendo uma ampla gama de serviços gratuitos à comunidade. O evento, que acontecerá na área interna do shopping, será dividido em cinco polos temáticos: saúde, bem-estar, cultura, cidadania e sustentabilidade. Os visitantes poderão usufruir de serviços como orientação de saúde, testes rápidos para IST/HIV, sessões de massagem, ventosaterapia, limpeza de pele e emissão de 2ª via de certidões de nascimento, casamento e óbito. Thales Rafael, coordenador de marketing do Shopping de Afogados, ressaltou a importância do projeto: “Este projeto é uma grande oportunidade para oferecer à população da Zona Oeste um dia inteiro de cuidados e serviços gratuitos, graças à parceria com o SESC. No Polo Saúde, vamos disponibilizar orientação especializada e testes rápidos para IST/HIV e hepatites virais, além de serviços de aferição de pressão arterial e teste de glicemia. Esses serviços são essenciais para a promoção da saúde e prevenção de doenças.” Ele acrescentou: “No Polo Bem-estar, nosso objetivo é proporcionar um momento de relaxamento e cuidados pessoais com sessões de massagem, ventosaterapia e limpeza de pele. Tudo será oferecido gratuitamente, o que é um grande diferencial. Convidamos toda a família a participar deste evento, que será um verdadeiro marco para a comunidade, trazendo benefícios diretos para a qualidade de vida e bem-estar de todos.” Dividido em cinco áreas temáticas, o evento contará com uma série de serviços e atividades voltadas para a comunidade. No Polo Saúde, serão oferecidas orientação e testes rápidos para IST/HIV, hepatites virais, além de aferição de pressão arterial e teste de glicemia. O Polo Bem-Estar proporcionará sessões de massagem, ventosaterapia e limpeza de pele. No Polo Cultura e Lazer, haverá atividades recreativas para todas as idades. O Polo Cidadania facilitará a emissão de 2ª via de certidões de nascimento, casamento e óbito. Por fim, o Polo Sustentabilidade contará com uma feirinha de produtos orgânicos. A ação visa promover a saúde, o bem-estar e a sustentabilidade, reforçando o compromisso com a qualidade de vida da comunidade. A entrada e os serviços serão gratuitos para todos os visitantes. SERVIÇO:

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Workshop em Recife aborda imigração e investimentos imobiliários nos EUA

Recife sediará o Workshop Be International, focado em profissionais que desejam expandir suas carreiras ou negócios para os Estados Unidos. O evento, que acontecerá no Bugan Hotel em Boa Viagem hoje (20 de agosto), será uma oportunidade para os participantes explorarem diversas opções de vistos e estratégias para internacionalização, com destaque para a obtenção do green card por interesse nacional, especialmente para profissionais qualificados como médicos, engenheiros e empresários. O advogado Vinícius Bicalho, reconhecido pela Associação Americana de Advogados de Imigração (AILA), liderará as palestras, oferecendo insights valiosos sobre imigração e empreendedorismo nos EUA. Além de Bicalho, o workshop contará com a participação de Carol Sousa, presidente da Câmara de Comércio da Central Flórida, e outros especialistas em investimentos imobiliários e planejamento empresarial. Eles compartilharão conhecimentos sobre como levar experiências adquiridas no Brasil para o mercado norte-americano, destacando as oportunidades em setores estratégicos como saúde, logística e serviços empresariais, especialmente na região de Orlando, que tem atraído um número crescente de novos residentes devido ao seu rápido crescimento econômico. Com inscrições solidárias disponíveis na plataforma Sympla, o evento não apenas proporciona um ambiente de aprendizado e networking, mas também reverte todo o valor arrecadado para a ONG Lar do Nenen, fortalecendo o compromisso social do projeto. Este workshop já passou por outras cidades brasileiras e agora chega ao Nordeste, com a expectativa de repetir o sucesso nas edições de Recife e Fortaleza. Link para inscrições: https://beinternational.com.br/evento-recife/

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