Notícias – Página: 3 – Revista Algomais – a revista de Pernambuco

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Da lama e do caos: a sustentabilidade que vem dos manguezais

Com grande capacidade de armazenar e capturar carbono, berçário de muitas espécies e sustento de várias famílias, manguezais sofrem com o processo desordenado de urbanização. Mas surgem iniciativas para sua preservação. *Por Rafael Dantas Os manguezais vistos por Chico Science nos anos 90 seguem sendo o abrigo de uma rica fauna e flora, mas dividindo cada vez mais espaço com lixo, resíduos industriais e com o avanço dos extremos da cidade. A lama, os caranguejos e os homens anfíbios interagem no cenário do mangue. O ecossistema se mostrou, pelos estudos acadêmicos de pesquisadores brasileiros e americanos, fundamental para o armazenamento de carbono. Um “caos” para os olhos humanos, mas fundamental para o equilíbrio ambiental e social. Um estudo publicado pela revista científica Biology Letters, realizado em parceria por pesquisadores da Universidade Estadual do Oregon, Universidade Federal do Espírito Santo e da Universidade de São Paulo, revelou que um hectare de mangue no Nordeste armazena oito vezes mais carbono que a mesma área de caatinga. Na Amazônia, o ecossistema consegue dobrar a contribuição dada pelas florestas. Mas esse não é o único benefício oferecido pelos manguezais. O seu papel para o equilíbrio climático é muito significativo, segundo Mauro de Melo, que é professor da UFRPE (Universidade Federal Rural de Pernambuco) e pesquisador associado ao projeto Recife Cidade Parque. “Os manguezais são um dos maiores sequestradores de carbono do planeta. Os cientistas chamam essa característica de carbono azul. Essa capacidade de sequestrar carbono é crucial no contexto das mudanças climáticas, pois contribui para a mitigação do aquecimento global. A proteção e restauração desses ecossistemas são essenciais para manter essa função ecológica, ajudando a reduzir a concentração de CO₂ na atmosfera”. Além dessa contribuição no sequestro e estoque de carbono, o pesquisador Clemente Coelho Junior, do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade de Pernambuco, destaca entre os benefícios ofertados pelos manguezais a manutenção da biodiversidade marinha e costeira, a retenção de sedimentos e a proteção da linha de costa, por exemplo. “O manguezal é reconhecido por ser o berçário do oceano. Estima-se que cerca de 70% das espécies de organismos costeiros utilizam pelo menos uma fase da sua vida nesse ecossistema. São espécies de importância econômica que geram emprego, renda e garantem a segurança alimentar das comunidades tradicionais. As suas árvores têm grande capacidade de reter poluentes e absorver nutrientes oriundos de esgotos domésticos. Nas grandes cidades litorâneas, esse papel se destaca, dado o baixo índice de tratamentos de efluentes”, explicou o professor. No emaranhado de raízes e troncos, o professor conta que o ecossistema retém partículas trazidas pelas marés, evitando o assoreamento dos estuários e diminuindo a turbidez das águas que chegam no oceano. O docente destaca que o mangue atua como uma armadilha para resíduos lançados nos rios, como plástico, isopor e outros, que ficam aprisionados entre as raízes. Além disso, a própria vegetação diminui a energia das marés e serve como atenuadora do seu efeito erosivo. Um benefício e tanto, especialmente para o Recife, que é considerada a capital mais vulnerável à elevação do nível do mar. O SUSTENTO QUE VEM DO MANGUEZAL Em Pernambuco, os manguezais abrangem uma área de 17 mil hectares, aproximadamente 0,2% do território do Estado, segundo o Atlas dos Manguezais do Brasil (2018). A presença do ecossistema se espalha em regiões como na Reserva Extrativista Acaú-Goiana (na divisa com a Paraíba), nas ilhas de Itamaracá e de Itapessoca e em Maria Farinha. No Recife, os manguezais estendem-se pelos rios Capibaribe, Jordão, Pina, Beberibe e Tejipió. A publicação destaca ainda a bacia do rio Sirinhaém, com estuário com manguezais bem preservados. “Esse trecho do litoral de Pernambuco ainda guarda a prática da pesca artesanal em diversas comunidades localizadas às margens dos rios que convergem para o Atlântico”. Acerca da capital pernambucana, o Atlas afirma que a “história da ocupação da cidade do Recife é a história dos mocambos, escrita pela população pobre que só tem alternativa de moradia se invadir áreas naturais, tais como os manguezais”. Um cenário narrado décadas atrás por Josué de Castro. Apesar dos moradores e visitantes da cidade ainda visualizarem grandes manguezais, os aterros sucessivos, canalizações e a modificação dos cursos d’água para deixá-los retos no século passado foram responsáveis pelo desaparecimento de boa parte desse ecossistema. Além dos benefícios ambientais, é das lamas e do caos desse ecossistema que muitos pernambucanos tiram seu sustento e alimentam a rede gastronômica do Estado. Claudilene Gouveia, conhecida como Irmã Dal, 62 anos, passou mais de meio século entre as águas dos manguezais pernambucanos. Moradora de Barra de Sirinhaém, no litoral sul, ela aprendeu o ofício com a mãe, que era marisqueira. Hoje, já aposentada de outras atividades profissionais, ela segue indo para a pesca, onde tira a renda complementar da casa. Por causa da quantidade elevada de pescadores, marisqueiros e de outros trabalhadores do mangue na Barra de Sirinhaém, ela costuma alugar um carro para se deslocar até Paulista para procurar aratus. Um trabalho que ela faz de duas a três vezes por semana. “Gosto muito de trabalhar no mangue. Isso ajuda na minha renda financeira, toda semana tenho meu trocadinho na mão. Eu coleto, cozinho, quebro e entrego aratu para a revenda em feiras e praias”. Enquanto retira do mangue um complemento de renda, a Irmã Dal olha com preocupação o aumento dos resíduos e do esgoto derramado nas águas já escuras que compõem a paisagem desse quase invisível ecossistema. “Não desmatamos nada, nem deixamos o mangue quebrado. Mas a destruição dele, principalmente em Paulista, é horrível. É uma lixaria e um fedor, que ninguém consegue andar em algumas partes. Está muito perto das casas mais humildes da cidade também”, lamenta Claudilene. AS AMEAÇAS AOS MANGUEZAIS O depósito de esgotos urbanos e industriais e o avanço desordenado da cidade em direção aos manguezais, dois fenômenos observados pela marisqueira, estão entre os maiores vilões contra a preservação do ecossistema. Porém, eles não são os únicos. O próprio desmatamento e a pesca ilegal estão entre as ameaças. “Manguezais próximos a cidades sofrem pressões diversas,

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Pierre Lucena: “Esperamos um público no REC’n’Play maior do que o do ano passado”

Presidente do Porto Digital anuncia as novidades do evento, como a ampliação das Arenas de Robô, Gamer e de Negócios, a realização de um programa de auditório só com mulheres comandado por Regina Casé e muitas atividades relacionadas à IA. Fala ainda da expansão do parque tecnológico para outros Estados e países e das ações para a internacionalização de empresas do setor. No ano passado, o REC’ n’Play teve 61 mil inscritos para com parecer as suas atividades que combinam conhecimento, tecnologia, economia criativa, negócios, cultura, arte e ino vação. Este ano a previsão do Porto Digital, segundo seu presi dente, Pierre Lucena, é de superar esse número chegando a 70 mil pessoas que poderão assistir a cerca de mil palestrantes e participar de mais de 700 atividades. O tema do evento deste ano é O Futuro nos Conecta que vai embasar trilhas de atividades como O Futuro do Marketing, O Futuro do Esporte, O Futuro do Carnaval, O Futuro da Política, em que o prefeito João Campos será entrevistado. A inteligência artificial é outro foco do festival, com palestra com players dessa área, oficinas e a inovação da Casa da Inteligência Artificial, que será na Escola do Porto Digital, e vai trazer 10 artefatos de IA, como uma mão que joga damas sozinha ou um compilador de história, onde a pessoa conta uma história para um avatar e ele produz um livro na hora. Outra novidade desta edição será o pro grama de auditório só com mulheres, que acontece na abertura do evento, comandado pela atriz Regina Casé. Nesta conversa com Cláudia Santos, Pierre Lucena conta como será a edição do REC’n’Play, que acontece de 6 a 9 deste mês em várias localidades do Bairro do Recife. Ele também fala da operação do Porto Digital em Aveiro (Portugal) e dos processos de internacionalização de empresas de tecnologia incentivados pelo parque tecnológico. Quais são as novidades do REC n’Play este ano? O tema do REC ‘n’Play deste ano é O Futuro nos Conecta. Vamos discutir o futuro, porque as transformações estão sendo muito rápidas, mais do que todos estávamos imaginando. Nesse sentido, teremos uma série de trilhas como O futuro do Marketing, O futuro do Esporte, O Futuro do Carnaval, O Futuro da Política, em que o prefeito João Campos será entrevistado. Na abertura do REC n’Play, vamos fazer algo diferente: um programa de auditório só com mulheres. Vamos trazer Mariana Pinkovski, que é a diretora do Porto Digital para discutir o futuro, a indígena Alice Pataxó e Antonella Galindo, a primeira professora trans da Faculdade de Direito do Recife da UFPE. Também haverá uma atração musical que é Joyce Alane. A comandante do programa de auditório vai ser Regina Casé. Vai ser às 10 horas da manhã no Cais do Sertão. No primeiro dia também teremos um evento com o Prefeito João Campos e a galera do brega, às 12h. No primeiro dia ainda teremos uma palestra de Luiza Trajano. Já na sexta-feira, teremos a governadora Raquel Lyra participando de um debate na Arena de Negócios com as startups pernambucanas, algumas delas do Porto Digital, falando de empreendedorismo. Neste mesmo dia à tarde, vamos receber a ministra Anielle Franco e o deputado estadual do Paraná Renato Freitas. Vai ser uma sessão conjunta para discutir política. Teremos também uma pista de skate, que será montada no Cais do Sertão e vamos ter a presença do skatista campeão Bob Burnquist. Esperamos um público maior do que o do ano passado, quando tivemos 61 mil inscritos. Nesta edição, no início da semana, já tínhamos 34.412 inscritos, eram 21 mil inscritos no mesmo período no ano passado. Ou seja, teremos um público maior do que 2023, e isso mostra a consolidação do evento no Recife, mostra que a cidade vai se envolvendo com esse processo de inovação. É um evento democrático e gratuito (você tem apenas que fazer inscrição no site recnplay.pe), para que todos possam ir e para que as discussões cheguem ao maior contingente de pessoas. Também queremos atingir públicos de diferentes faixas etárias, temos uma trilha 50+ e no sábado será o dia das crianças: haverá atividades com robô, pintura, e estamos trazendo memórias afetivas da cidade para dentro do REC’n’Play. Por exemplo, há 30 anos, havia o banho de carro-pipa na festa da Vitória Régia, então, vamos fazer um banho de carro-pipa de mangueira no Marco Zero pela primeira vez, às 11h30, para a criançada. No sábado à tarde, haverá o cortejo do Bloco do Mundo Bita, que é um empreendimento que nasceu no Porto Digital. Teremos vários blocos e cortejos de Carnaval para adultos também, dentre eles o Vassourinhas, as Sambadeiras e o Homem da Meia-Noite fechando o cortejo. No fechamento do REC n’Play haverá a Noite dos Tambores Silenciosos, que faz parte do que mais importante temos na cultura pernambucana, que é a sua raiz. Queremos sempre unir tecnologia e arte, passado e futuro, e que este seja o espaço de discussão da cidade. No ano passado a Arena de Robôs e a Arena de Game fizeram muito sucesso. Este ano também elas vão acontecer? Este ano elas estão bem maiores. A Arena de Robôs está na rua do Bom Jesus e vai estar imensa. É um espaço bem legal que a galera fica construindo robô e acontece a batalha de robôs no final da tarde. Já na Arena Gamer estamos esperando uma frequência de, pelo menos, umas 6 mil pessoas por dia. Ela vai ser montada na rua do Apolo, na Casa Malassombro. Assim como a Arena de Robôs, muitas outras atividades também serão realizadas na rua, o dobro do que tivemos no ano passado. Temos dois auditórios de rua, como o espaço gigante do Banco do Brasil, o espaço da prefeitura, o Conecta, o espaço do governo e um auditório apenas de IA. Inclusive vamos ter quatro palcos este ano: o palco na Praça do Arsenal, que é o palco Recife Cidade da Música, da prefeitura, o palco Pernambuco Meu País, que é do

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Sistema Fecomércio leva inovação, conhecimento e lazer ao Rec’n’Play

Todos os dias do evento contaram com palestras, ações e apresentações realizadas pelo Sesc ou Senac. Foto: Maker Mídia Com uma programação diversificada, o Sistema Fecomércio/Sesc/Senac Pernambuco participa mais uma vez do REC’n’Play. Durante os quatro dias de realização, o Sesc e o Senac vão promover oficinas, palestras, shows, rodas de conversa, workshops, atividades recreativas, de saúde e bem-estar, entre outras. São mais de 70 atividades. O Instituto de Ciência e Tecnologia do Senac PE (ICT), na Rua do Apolo, 235, Bairro do Recife, será palco de debates e atividades práticas sobre transformação digital, desenvolvimento sustentável, formação profissional, entre outros temas. No primeiro dia do REC’n’Play, na quarta-feira (6), o local contará com palestras como a de integração de jogos digitais com softwares comerciais e outra sobre gestão de projetos utilizando a linguagem de programação Python. Workshops que exploram desde a análise do mercado de jogos independentes até a reutilização de materiais para o desenvolvimento de novos produtos (upcycling) também fazem parte da programação. O Museu de Artes Afro-Brasil Rolando Toro sedia duas palestras: “Desmistificando a IA e sua Aplicabilidade no Dia a Dia”, às 14h15, e “Da pisada do barro ao streaming: um estudo do samba de coco de Arcoverde-PE como indústria criativa para o desenvolvimento local”, às 15h30. Enquanto isso, o Palco Sesc terá brinquedos infláveis e em versões gigantes. A partir das 18h30, o local vai receber grupos culturais, como Coco Raízes do Coque. Também no Bairro do Recife, a Arena ESG, na Rua do Bom Jesus, vai receber às 14h encontro de iniciativas e cases sobre “Engajamento Comunitário e Sustentabilidade: Como Mobilizar a Sociedade para a Ação Ambiental”. O TI Saúde terá, às 16h45, conversa sobre “Conectando Saúde e Tecnologia: Como Inovar para Aumentar a Atividade Física na População”. Já a galeria da Livraria Jaqueira vai receber a roda de conversa “Arte urbana: ressignificando a galeria e a rua”, às 13h15, e o encontro “Selo Sesc Pernambuco: a potência do streaming para o mercado da música”, às 15h30. Na quinta-feira (7), o foco na unidade do Senac no Porto Digital será em inovações na alimentação, com uma palestra sobre embalagens comestíveis e workshops que abordam, entre os conteúdos, algoritmos com Inteligência Artificial (IA) e personalização de produtos de confeitaria. A interação entre tecnologia e gastronomia será um tema central, destacando como essas áreas podem se complementar. No mesmo dia, o Palco Sesc, das 14h às 18h, vai se transformar em uma arena de diversão, com fliperamas, jogos tracionais gigantes, desafios de dança e recreativos sobre a cultura geek, além de brinquedos infláveis. Os shows da noite começam às 18h30 e, entre as atrações, está Matheus de Bezerra. A sexta-feira (8), por sua vez, trará uma variedade de oficinas práticas na unidade do Senac no Porto Digital, incluindo o uso da gamificação na educação profissional e a aplicação do Design Thinking na solução de problemas cotidianos. Além disso, haverá um espaço para discutir a importância das soft skills no cenário tecnológico atual. No Palco Sesc, a programação começa às 9h com um momento integrativo para adultos e crianças. Ele será voltado para o resgate das brincadeiras de rua, como amarelinha, corda e pegas. Ainda durante o dia, haverá apresentações de grupos de K-pop e de cosplays, desafios e jogos de agilidade, batalhas medievais, show infantil da banda Ludicanto e sessões de massoterapia. Em seguida, a noite contará com apresentações como a da cantora Eduarda Alves e Breggae. Por fim, no sábado (9), o Senac promoverá atividades voltadas para o Enem, com um aulão gamer preparatório abordando áreas do conhecimento da Formação Geral Básica. Ainda na programação, palestras sobre cloud computing na educação e uso da IA para potencializar os negócios. Na área da gastronomia, os participantes aprenderão sobre ferramentas digitais para o planejamento e controle de custos em empreendimentos do setor. No Palco Sesc, o sábado será todo dedicado para ações de bem-estar. Das 10h às 19h, o público poderá participar das sessões de SPA das mãos, limpeza de pele, orientação nutricional e sobre saúde bucal. Os momentos de lazer serão das 14h às 18h, com brinquedos infláveis e pebolim, e, a partir das 18h30, haverá apresentação de DJs, como Davs.

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Victor Marques coordenará grupo de trabalho para novo modelo administrativo da PCR

Vice-prefeito eleito liderará discussões para reformular a gestão a partir de 2025 Após a reeleição do prefeito João Campos, a Prefeitura do Recife iniciará a estruturação de um novo modelo administrativo que será implementado em 2025. Para conduzir essas discussões, o vice-prefeito eleito, Victor Marques, assume a coordenação de um grupo de trabalho que avaliará ajustes e inovações para a próxima gestão. O prefeito João Campos destacou a importância da iniciativa: “Vamos seguir com novos avanços na cidade, sempre olhando para onde é possível aprimorar, com foco em ainda mais resultados. Victor terá o papel de capitanear esse trabalho, junto com um time que conhece cada detalhe do funcionamento da Prefeitura do Recife”. O grupo de trabalho é composto pelos secretários Aldemar Santos (Governo), Maíra Fischer (Finanças), Marília Dantas (Infraestrutura) e Felipe Matos (Planejamento e Gestão). O início das atividades está previsto para amanhã, após a formalização no Diário Oficial do Município. Victor Marques ressaltou a relevância da reformulação: “Temos uma gestão muito exitosa, que entregou resultados importantes, mas que pode fazer ainda mais. Ajustes e adaptações são sempre necessários, para seguir com novas ações e diretrizes de gestão.”

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Ferreira Costa abre vagas temporárias em Recife com possibilidade para PCD

Oportunidades em várias áreas na loja da Imbiribeira O Home Center Ferreira Costa está com 20 vagas de trabalho temporárias na loja localizada na Av. Mal. Mascarenhas de Morais, Imbiribeira, no Recife. São 10 vagas para auxiliar de depósito e 10 na área de vendas, todas abertas a pessoas com deficiência (PCD). Os interessados devem se inscrever pelo site oficial da empresa ou acessar diretamente a página de recrutamento. Para quem busca uma vaga de trabalho, esta é uma boa chance de adquirir experiência no mercado e em uma empresa renomada no setor de construção e decoração. As oportunidades temporárias atendem à demanda sazonal e podem ser o primeiro passo para uma efetivação futura. “Estamos buscando profissionais que se identifiquem com a cultura Ferreira Costa e estejam dispostos a crescer conosco”, destaca o Home Center. ServiçoInscrição: carreiras.ferreiracosta.comVagas: 10 para auxiliar de depósito e 10 para vendasLocal: Av. Mal. Mascarenhas de Morais, 2967 – Imbiribeira, Recife – PE Siga as oportunidades nas redes sociais:Instagram: Ferreira Costa CarreirasLinkedIn: Ferreira Costa

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STF rejeita cobrança de IR de doador sobre adiantamento de herança

Decisão livra contribuinte de tributação dupla em doações de adiantamento de herança; Advogada Renata Escobar explica como a medida impacta o planejamento patrimonial e sucessório de milhares de brasileiros. Foto: Tom Cabral Uma decisão de impacto direto para muitas famílias brasileiras foi tomada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em julgamento recente. A Primeira Turma da Corte reafirmou que não há incidência de Imposto de Renda (IR) sobre o adiantamento de herança, mesmo que os bens sejam transferidos a valor de mercado. A medida permite a anulação da cobrança efetuada pela Receita Federal do Brasil, que, com base no Regulamento do Imposto de Renda, tributa o suposto ganho de capital do doador, quando o bem é doado por valor superior àquele registrado na sua Declaração de IR. A questão discutida envolvia a possibilidade de o imposto ser cobrado sobre a diferença entre o valor de aquisição de um bem e seu valor de mercado no momento da doação em adiantamento de herança. A Receita Federal argumentava que a doação a valor de mercado implicaria em aumento patrimonial e, portanto, deveria ser tributada. No entanto, o STF concluiu que essa cobrança seria indevida, uma vez que não há acréscimo patrimonial do doador – que, na verdade, tem seu patrimônio reduzido com a doação. A decisão reforça a interpretação já consolidada de que a mera valorização de um bem não constitui fato gerador de IR. A advogada Renata Escobar, sócia do Escobar Advocacia e especialista em Direito Tributário, destaca a importância do entendimento do STF, que representa um importante precedente para quem deseja planejar a sucessão familiar sem enfrentar uma tributação injusta. “A decisão reconhece que, na doação em adiantamento de herança, o doador não está ganhando nada, pelo contrário, está transferindo parte de seu patrimônio. Não faz sentido que ele pague imposto sobre um ganho que não existe”, afirma. Segundo Renata Escobar, muitos contribuintes se viam penalizados por essa interpretação da Receita Federal, que considerava a valorização dos bens doados como ganho de capital. “O contribuinte que faz uma doação por valor de mercado já paga o Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD), que incide sobre essa transferência. Cobrar também o Imposto de Renda seria bitributação, o que é inconstitucional”, explica a especialista, que integra a Comissão de Assuntos Tributários da OAB-PE. Para as famílias que estão planejando a sucessão de bens, essa decisão representa um alívio. “Essa decisão traz um impacto direto no planejamento familiar e sucessório, principalmente para aquelas famílias que já estavam com o processo de adiantamento de herança em andamento. Entretanto, é importante ressaltar que, por não se tratar de tema de repercussão geral, o doador precisa buscar esse direito através do poder judiciário.”, ressalta Renata Escobar. A advogada observa ainda que, em casos de venda futura dos bens doados, caberá aos donatários pagar o imposto sobre a eventual valorização, como prevê a legislação atual. “O STF trouxe um entendimento que vai muito além de uma questão técnica tributária. Ele assegura que as famílias possam realizar seus planejamentos patrimoniais sem temer uma tributação injusta e desproporcional, o que vai contribuir para uma maior tranquilidade nesse momento delicado de sucessão familiar”, conclui Renata Escobar.

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Governo federal apresenta PEC da Segurança Pública aos estados

Lewandowski diz que proposta não retira competências dos estados (Da Agência Brasil – Foto: Valter Campanato) O presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteve em reunião com governadores nesta quinta-feira (31) no Palácio do Planalto, em Brasília, para apresentar a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da Segurança Pública. “Eu queria que essa reunião fosse uma reunião em que os governadores não tivessem nenhuma preocupação de falar aquilo que entenderem que devam falar. É uma reunião em que não existe censura, não existe impedimento de cada um dizer aquilo que pensa, aquilo que ele acha que é verdade e, sobretudo, também fazer alguma proposta de solução para que a gente possa dar encaminhamento nesse assunto”, disse Lula no início do encontro. Presidente Lula durante reunião com governadores e ministros, por Valter Campanato/Agência Brasil De acordo com o ministro da Justiça e da Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, o texto da Constituição Federal de 1988 “precisa ser aprimorado” para “dar um cunho federativo” ao combate ao crime organizado. A proposta é alterar a redação dos artigos 21, 22, 23 e 24 – que tratam das competências da União, privativas ou em comum com os estados, municípios e Distrito Federal – e o artigo 144 “que estabelece em detalhes quais são os órgãos que integram o sistema de segurança pública brasileira”, descreveu o ministro. Se aprovado no Congresso Nacional, o governo federal deverá atuar em conjunto com estados e municípios. Um conselho nacional formado pelos três entes federativos deverá estabelecer normas gerais para as forças de segurança. Poderá, por exemplo, definir normas administrativas para o sistema penitenciário e regulamentar o uso de câmeras corporais. O governo federal garante que a PEC não retira competências e nem fere autonomia dos demais entes federativos. Tripé da PEC  A proposta do governo tem como tripé aumentar as atribuições da Polícia Federal (PF) e da Polícia Rodoviária Federal (PRF), dar status constitucional ao Sistema Único de Segurança Pública (Susp), criado por lei ordinária em 2018 (Lei 13.675) e também levar para a Constituição Federal as normas do Fundo Nacional de Segurança Pública e Política Penitenciária, unificando os atuais Fundo Nacional de Segurança Pública e o Fundo Penitenciário. De acordo com o texto da PEC apresentado aos governadores, a PRF passa a se chamar Polícia Ostensiva Federal, destinada ao patrulhamento de rodovias, ferrovias e hidrovias federais. Autorizada, a nova policia também poderá proteger bens, serviços e instalações federais; e ”prestar auxílio, emergencial e temporário, às forças de segurança estaduais ou distritais, quando requerido por seus governadores.” No caso da Polícia Federal, ela passará a ser destinada a “apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento de bens, serviços e interesses da União, inclusive em matas, florestas, áreas de preservação, ou unidades de conservação, ou ainda de suas entidades autárquicas e empresas públicas, assim como outras infrações cuja prática tenha repercussão interestadual ou internacional e exija repressão uniforme, como as cometidas por organizações criminosas e milícias privadas.” Lewandowski pondera as mudanças na PF e atual PRF atualizam o que já ocorre “na prática” A PEC assinala que o Fundo Nacional de Segurança Pública e Política Penitenciária não poderá ser contingenciado e terá o objetivo de “garantir recursos para apoiar projetos, atividades e ações em conformidade com a política nacional de segurança pública e defesa social.” Presidente Lula durante reunião com governadores e ministros, por Valter Campanato/Agência Brasil Padronização  O governo federal ainda quer uniformizar protocolos de segurança como boletins de ocorrência e certidões de antecedentes criminais, e a geração de informações e dados estatísticos. Segundo Ricardo Lewandowski, a intenção é “padronizar a língua mas cada estado no seu sistema”, como foi feito no Poder Judiciário para compartilhar e alimentar a mesma base de dados. Na apresentação aos governadores, o ministro garantiu que a PEC “não centraliza o uso de sistemas de tecnologia da informação; não intervém no comando das polícias estaduais; não diminui a atual competência dos estados e municípios; e não cria novos cargos públicos.” O governo defendeu a necessidade de mudar a Constituição argumentando que “a natureza da criminalidade mudou. Deixou de ser apenas local para ser também interestadual e transnacional.” “Se no passado eram as gangues de bairro, o bandido isolado, violento que existia em uma cidade ou outra, em um estado ou outro, hoje nós estamos falando de uma organização criminosa que ganha contornos rápidos de organização mafiosa no Brasil, já que eles não só estão no crime, mas estão migrando para a economia real. Estão dando cursos de formação para concursos de polícia militar e da polícia civil. Estão participando no financiamento das campanhas eleitorais”, acrescentou Rui Costa, ministro-chefe da Casa Civil. Trâmites O governo admite que a PEC poderá ser modificada após as contribuições dos governadores antes de ser encaminhada ao Poder Legislativo. Em regra, uma proposta de emenda constitucional deve ser avaliada separadamente nas duas casas do Congresso Nacional- a Câmara dos Deputados e o Senado Federa, sucessivamente. Em cada casa, deverá ser submetida às comissões de Constituição e Justiça para verificar admissibilidade. Se aceita, a PEC deverá ser discutida em comissão especial. Aprovada, vai para o Plenário. Tanto na Câmara como no Senado, para ser aprovada a PEC tem ter ao menos três quintos dos votos em dois turnos de votação. No mínimo, 308 votos favoráveis dos deputados federais e 49 votos favoráveis dos senadores. Para aprovação nas duas casas, o governo precisará de votos favoráveis da oposição.

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Artesanato de Talentos estreia na Feira da Aurora com peças natalinas exclusivas

Projeto do IJCPM e Fecomércio-PE reforça empreendedorismo social e lança nova loja sazonal no RioMar Recife A partir de 2 de novembro, o Projeto Artesanato de Talentos, iniciativa do Instituto João Carlos Paes Mendonça de Compromisso Social (IJCPM) e da Fecomércio-PE, leva suas produções à Feira da Aurora, no bairro da Boa Vista, Recife. A feira, que acontece aos sábados no Cais da Aurora, será o mais novo ponto de venda para as criações natalinas do projeto, como guirlandas, presépios e sousplats, feitas a partir de materiais recicláveis e com preços acessíveis, a partir de R$ 10. O projeto visa fortalecer o empreendedorismo comunitário, incentivando a comercialização dos produtos de 13 artesãos e artesãs das comunidades do Pina e Brasília Teimosa. Além da expansão para a Feira da Aurora, o Projeto Artesanato de Talentos abrirá uma loja sazonal no RioMar Recife na segunda quinzena de novembro, focada em peças de decoração para o Natal. Essa parceria com o shopping, que oferece o espaço sem custo para os participantes em datas comemorativas, reforça o compromisso com o crescimento da economia criativa e sustentável. “Esse novo ambiente requer uma curadoria para adequação do mix de produtos ao gosto dos frequentadores”, explica a gerente do IJCPM, Fábia Siqueira, destacando a importância da diversidade de público no novo espaço. A artesã Rosineide Pessoa celebra a ampliação dos pontos de exposição. “Saber que teremos dois pontos privilegiados para expor nossos produtos nos motiva a continuar investindo na qualidade e originalidade das nossas peças”, afirma, ressaltando o potencial de vendas e visibilidade para os produtos. O projeto já promoveu diversas qualificações aos participantes por meio do Instituto Fecomércio, fortalecendo a qualidade e o valor de mercado das criações. “Essa conquista reflete não apenas o talento dos nossos artesãos, mas também o impacto positivo das capacitações”, pontua Wilma Fonseca, secretária-executiva do Instituto Fecomércio-PE. Com quase uma década de atuação, o Artesanato de Talentos já é referência em sustentabilidade e fortalecimento da comunidade local, levando o trabalho artesanal pernambucano a novos públicos. A proposta é unir tradição, criatividade e economia solidária, incentivando o desenvolvimento socioeconômico e promovendo a valorização do artesanato regional. ServiçoFeira da Aurora: Cais da Aurora, Boa Vista, Recife, aos sábados, a partir de 2 de novembroLoja do RioMar Recife: Segunda quinzena de novembro, RioMar Recife

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Contaminação por microplásticos atinge tubarões e compromete ambiente marinho brasileiro

Estudo da UFPE alerta para impactos da poluição e risco à saúde pública Pesquisadores da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) conduziram um estudo inédito sobre a contaminação por microplásticos do cação-figuinho, uma espécie de tubarão comum na costa brasileira. A pesquisa revelou que toda a cadeia alimentar da costa leste da América do Sul está contaminada, tornando o microplástico uma presença irreversível no ecossistema marinho. “A teia alimentar estuarino-costeira encontra-se totalmente contaminada por microplástico, e essa contaminação mostra-se cíclica, sem como ser retirada”, afirma Roger Rafael Cavalcanti Bandeira de Melo, autor da dissertação e mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Oceanografia da UFPE. A ingestão de microplásticos pelo cação-figuinho ocorre através de suas presas, espécies estuarinas também contaminadas. O estudo aponta a necessidade de cautela no consumo desse tubarão, especialmente em comunidades ribeirinhas, devido à possível presença de substâncias nocivas, como o mercúrio, associadas ao microplástico. Roger também ressalta que a carne contaminada, ao ser ingerida, pode desencadear processos inflamatórios no corpo humano. “Esse microplástico transporta substâncias extremamente nocivas para o organismo”, alerta o pesquisador. Durante a pesquisa, foram analisados 135 exemplares do cação-figuinho, coletados entre as divisas da Paraíba e de Alagoas ao longo de 13 meses. A equipe observou que a contaminação era mais intensa em períodos de chuva, especialmente em tubarões jovens. Fibras azuis e filmes pretos, resultantes da atividade pesqueira e industrial, foram os microplásticos mais presentes nos espécimes estudados, refletindo o impacto humano direto sobre o ambiente marinho costeiro. O estudo, que envolveu laboratórios da UFPE e do Instituto de Macromoléculas Eloisa Mano, no Rio de Janeiro, indica a necessidade de mais pesquisas sobre a contaminação de microplásticos em espécies marinhas e os riscos à saúde humana. “A pesquisa ainda está em andamento, e novos estudos focados em contaminação por metais pesados e reprodução desses tubarões já estão planejados”, conclui Roger.

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Wendell Kettle: “O público pernambucano é, sim, afeito à ópera.”

Diante das dificuldades de criar espetáculos operísticos no Recife – como a falta de patrocínio e de espaços para exibir as apresentações – o maestro Wendell Kettle, que coordena a Academia de Ópera e Repertório, persiste no trabalho de tornar essa arte mais conhecida em Pernambuco. Ele fala sobre as produções que montou, como O Menino Maluquinho com elenco só de crianças. O maestro Wendell Kettle, uma das figuras centrais da cena operística atual em Pernambuco, compartilha sua visão sobre o panorama atual da ópera no Estado. Doutor em Regência Sinfônica e Operística pelo Conservatório Estatal Rimsky-Korsakov, de São Petersburgo (Rússia), ele atua como professor da UFPE e coordena a Academia de Ópera e Repertório e a Sinfonieta UFPE. Ele é o idealizador do Festival de Ópera de Pernambuco que chegou à sua quinta edição, um evento que desempenha um papel fundamental na promoção e valorização da ópera local. Ao longo da entrevista, o maestro aborda os desafios enfrentados para manter viva a tradição operística em Pernambuco, como a recuperação de obras históricas do compositor Euclides Fonseca. Ele destaca o sucesso do festival que, não apenas promove óperas clássicas mas, também, abriu espaço para produções protagonizadas por crianças, como a inédita montagem de O Menino Maluquinho. Para Wendell, a melhoria dos instrumentos de financiamento, o desenvolvimento de novos espaços para recepcionar os espetáculos e a formação de público são essenciais para garantir a sustentabilidade e o crescimento da ópera no Estado. Como você descreveria o panorama da ópera em Pernambuco? Há uma história das realizações operísticas em Pernambuco que podemos verificar, inclusive, no livro A Ópera no Recife, apoiado pela Funcultura. A partir desse livro, percebemos que já havia uma atividade operística no Estado. Em agosto de 2016, eu comecei minhas atividades como professor da UFPE e, de lá para cá, tenho desenvolvido uma linha de trabalho na universidade, reunindo cantores extensionistas entre alunos das instituições musicais da Região Metropolitana do Recife. São pessoas formadas, outras que já estudaram canto lírico, enfim, iniciamos um projeto de educação por meio dessa linha de trabalho e, há oito anos, desenvolvemos esse grupo. Em 2019, criamos o Festival de Ópera de Pernambuco. Além das óperas tradicionais do repertório internacional – essenciais para a formação dos cantores – nossa filosofia de trabalho tem um foco especial também na ópera Pernambucana, nordestina, brasileira. Então, seguimos nesse sentido, conforme demonstramos por meio da recuperação das obras de Euclides Fonseca, da montagem da ópera A Compadecida, que foi uma das nossas maiores realizações até o momento. Agora, também com esse viés da ópera infanto-juvenil. Deve haver outras manifestações lírico-musicais permeando a vida operística de Pernambuco e toda confluência é muito bem-vinda para que essa linguagem possa, cada vez mais, florescer e se solidificar como uma manifestação artística genuína do nosso Estado. Além dos artistas locais, essa cena da ópera pernambucana tem atraído pessoas de outros Estados? Este ano, além de alunos das nossas universidades irmãs do Nordeste, das Universidades Federais do Rio Grande do Norte (UFRN), da Paraíba (UFPB), de Campina Grande (UFCG) e de Alagoas (UFAL), tivemos uma participação também de alunos de outras regiões. Vieram estudantes das Universidades Federais do Rio de Janeiro (UFRJ), de Goiás (UFG) e de Minas Gerais (UFMG). Foi um congresso muito rico, uma troca de informações, um intercâmbio entre os nossos alunos extensionistas da UFPE, do Recife, com todo esse pessoal que veio para o festival. O que você destaca do 5º Festival de Ópera de Pernambuco deste ano? Quais foram as inovações? O 5º Fope (Festival de Ópera de Pernambuco) teve, entre os pontos interessantes, a estreia de uma ópera infanto-juvenil, na faixa etária entre 8 e 13 anos, sobre O Menino Maluquinho, de Ziraldo. Era um sonho antigo trazer o mundo da ópera para as crianças. Há outras referências de óperas sobre O Menino Maluquinho mas nosso diferencial é fazer uma ópera só com crianças cantando. A temática foi um pouco diferente das outras óperas também pois retratou as sensações e as emoções que perpassam a vida da criança, principalmente quando ele descobre uma das mais nobres sensações humanas que é o amor. Vocês seguiram apresentando obras de Euclides Fonseca no festival? A segunda montagem do festival deste ano seguiu nossa linha de recuperação musicológica de todas as obras de Euclides Fonseca, que é nosso grande compositor de óperas pernambucanas. Recifense, ele atuou entre a segunda metade do Século 19 e início do Século 20. Em festivais anteriores, já havíamos recuperado Leonor, que é a primeira ópera pernambucana, e Il Maledetto, um drama bíblico baseado na história de Caim e Abel. Agora, recuperamos A Princesa do Catete. Essa é uma ópera com uma parceria de valor cultural inestimável para Pernambuco porque o libretista é Carneiro Vilela, um dos cofundadores da Academia Pernambucana de Letras. Então, ficamos felizes de trazer à tona essa ópera, há muito esquecida, não se sabe nem se já havia sido, de fato, apresentada em Pernambuco. Finalizamos, então, o Fope deste ano com uma ópera muito conhecida e apresentada, uma das grandes obras do repertório internacional operístico que é O Elixir do Amor, de Gaetano Donizetti. Como foi a resposta do público ao festival? Foi um evento fantástico, ficamos muito satisfeitos com o resultado e concluímos, mais uma vez, que o público pernambucano é, sim, afeito à ópera. Ele busca por esse tipo de espetáculo e estamos tentando, com todos os esforços, que a realização do festival mantenha viva a chama da ópera no nosso Estado. O Menino Maluquinho foi a primeira ópera cantada apenas por crianças num festival. Quantas crianças participaram do espetáculo? Este ano, conseguimos colocar O Menino Maluquinho na programação e ficamos curiosos para saber como isso ia acontecer, pois era a primeira vez que uma ópera cantada só por crianças, se acoplava à programação de um festival operístico e foi um sucesso retumbante. Ficamos muito satisfeitos com a receptividade da sociedade como um todo, o teatro ficou lotado todos os dias. Emplacamos essa linguagem nessa faixa etária e também entre

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