Arquivos Notícias - Página 579 de 649 - Revista Algomais - a revista de Pernambuco

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Isadora Melo lança primeiro álbum e faz show no Teatro Santa Isabel

Revelação da música brasileira contemporânea, a cantora Isadora Melo lança seu disco de estreia, Vestuário, no dia 20 de outubro. O álbum estará disponível nas principais lojas do Brasil e em todas as plataformas de streaming. No Recife, ela faz show no Teatro de Santa Isabel, com entrada gratuita. O disco conta com participação de músicos conceituados, como Jaques Morelenbaum, e expoentes da música nacional, como Zé Manoel e Juliano Holanda Uma das apostas máximas da nova safra de cantoras brasileiras, a pernambucana Isadora Melo lança no dia 20 de outubro o primeiro álbum da carreira: Vestuário. Aos 27 anos, sua voz é referência pela precisão e personalidade. Está presente em diversos discos da cena recifense contemporânea, cruzando fronteiras em participações na televisão, como na série Amorteamo (TV Globo) e no teatro, escalada por João Falcão para compor o elenco do musical Gabriela. Após dois anos do lançamento de seu primeiro EP (Isadora Melo, 2014), a artista já tem também na trajetória o convite para compor o time do projeto Cantoras do Brasil. Desatando nós para uma nova roupagem da canção brasileira, com a refinada formação de bandolim, acordeon, baixo acústico e violão, a voz de Isadora é reforçada pelo acompanhamento de respeitados músicos da cena pernambucana: Rafael Marques (Arabiando e Saracotia), Julio Cesar (Arabiando), Walter Areia (ex-Mundo Livre S/A e Areia e Grupo de Música Aberta) e Juliano Holanda (Orquestra Contemporânea de Olinda) - que assina a produção do disco -, respectivamente. No álbum, as canções Partilha e A joia do EP de estreia, lançado em 2014, ganham novos arranjos para se juntar à outras dez faixas de seu repertório. Interpretando canções de Juliano Holanda, Júlio Holanda, Glauco César, Zé Manoel, Kassin, Mavi Pugliesi, Hugo Linns, Clara Simas, Paulo Paes, Hugo Coutinho, Walter Areia e Caio Lima, Isadora nos presenteia com uma das mais belas vozes da música contemporânea. Vestuário conta ainda com as participações dos músicos e parceiros Karlson Correia, Clara Torres, Zé Manoel e o renomado violoncelista Jaques Morelenbaum (arranjador de trabalhos emblemáticos de Tom Jobim, Caetano Veloso, Gal Costa e Ivan Lins), em canções como Pequena, Ave d’alma e O de mais valia. À convite do parceiro Juliano Holanda, que assinou a produção musical do EP e do disco Vestuário, Isadora Melo participou, em 2015, da trilha sonora da minissérie global Amorteamo. A colaboração, que inicialmente seria na interpretação de algumas músicas, culminou com a artista sendo integrada ao elenco da série. A cantora e atriz recebeu, na sequência, o convite do diretor João Falcão para integrar o musical Gabriela, baseado na obra de Jorge Amado, que ficou em cartaz entre junho e agosto de 2016 no Teatro Cetip, em São Paulo. TRAJETÓRIA Foi no hall de entrada do Centro de Artes e Comunicação da UFPE que Isadora se deparou com sua primeira oportunidade como cantora e atriz, aos dezoito anos: um cartaz anunciava inscrições para o coro Baile do Menino Deus, tradicional espetáculo que celebra anualmente o ciclo natalino em um dos mais importantes palcos da cultura pernambucana, o Marco Zero do Recife. "Era um espetáculo que eu sempre ia e amava. Já conhecia o coro antigo por conta do meu pai e vivi a minha infância toda cantando as músicas do espetáculo", releva. Na audição, Isadora chamou a atenção do diretor Ronaldo Correia de Brito com sua voz firme e suave a ponto de ser escolhida como uma dos três solistas principais e integrando o elenco da montagem de 2008 a 2010, retornando em 2012 para continuar atuando e cantando até agora. Paralelamente a isso, ao lado do grupo Arabiando, do qual foi vocalista entre 2009 e 2012, entrou nas rodas de samba e chorinho do Recife, angariando elogios de público e crítica como revelação da nova canção pernambucana. Após o pontapé inicial, a identificação como cantora e atriz veio de forma muito natural, através da consolidação de seus trabalhos. Apesar da curta idade, não faltam experiências. Aos 27 anos, a cantora acumula no currículo importantes apresentações nos palcos do ExcentriCidades, Museu do Estado de Pernambuco, Festival Contemporâneos, do histórico Teatro de Santa Isabel, além de passagens pelas cidades de Bordeaux e Orleans (França), e Lisboa (Portugal). Somam-se à estas, participações em shows do grupo Arabiando (do qual foi vocalista entre 2009 e 2012) e Zoca Madureira; e nos discos de artistas como Trio Pouca Chinfra, Orquestra Contemporânea de Olinda, Zé Manoel e Juliano Holanda. Ao lado dos compositores Juliano Holanda e Zé Manoel, já passou por festivais de renome como o Festival MIMO, Festival de Inverno de Garanhuns (FIG), Festival Rec-Beat, A Noite do Desbunde Elétrico e Prata da Casa do Sesc Pompeia, sempre despertando interesse do público e crítica especializada. Em 2016, Isadora integrou ainda coletânea Música a retalho - Gravações avulsas, da Phono Produções, que lançou em formato digital cinco promessas da música pernambucana.

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Tecnologia de geração solar flutuante aumenta em 14% a produção dos painéis fotovoltaicos

Estudos feitos em usinas solares flutuantes da Europa e Ásia, locais onde o nível de irradiação é bem menor do que no território brasileiro, mostram que a tecnologia de geração solar no espelho d’água gera aproximadamente 14% a mais de eletricidade do que a geração solar em terra ou no telhado. De acordo com os estudos realizados pela fabricante francesa Ciel & Terre International, detentora do Hidrélio®, tecnologia aplicada de estruturas plásticas flutuantes e utilizada em mais 40 usinas no mundo, o aumento de geração de energia se deve em função do resfriamento da temperatura dos painéis fotovoltaicos instalados no espelho d’água. “Os painéis fotovoltaicos funcionam a partir da irradiação solar, mas a incidência de calor em um terreno ou em um telhado pode comprometer a eficiência energética. Quando instalado em um reservatório ou em um curso d’água, o sistema tem um ganho significativo de geração de energia”, afirma Orestes Gonçalves, diretor da Ciel & Terre Brasil. “Outra vantagem de gerar energia solar na água é possibilitar um uso mais nobre da terra, seja para a agricultura ou outras atividades primordiais do ser humano”, acrescenta Gonçalves. O diretor da Ciel & Terre Brasil informa que a tecnologia aplicada de estruturas plásticas flutuantes será produzida ainda este ano no Brasil. A própria Cesp, de forma inovadora, fez estudos na usina solar flutuante instalada no reservatório de Porto Primavera e os resultados de eficiências dos painéis ficou acima dos 14% verificados na Europa e na Ásia.

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O Baobá e o urbanismo-Lego

No mês passado, foi aberto ao público o Jardim do Baobá em Ponte D’Uchoa, “marco zero” do Parque Capibaribe, um projeto urbanístico desenvolvido em convênio entre a Secretaria de Meio Ambiente da Prefeitura do Recife e o InCiti – Instituto de Pesquisa e Inovação para as Cidades da Universidade Federal de Pernambuco – UFPE. Seu objetivo é transformar as margens do Capibaribe dentro do Recife num enorme parque urbano em meio ao qual venha a ser implantada uma via mista para pedestres e ciclistas, da Várzea ao Centro da cidade. Com isso, a área verde por habitante pode passar de 0,7 m² para 20 m² até 2037 quando o Recife completa 500 anos. Imediatamente o Jardim se transformou num sucesso de público e crítica com milhares de pessoas visitando diariamente, em especial nos finais de semana, seus espaços para relaxamento e meditação, seus balanços que podem ser usados por adultos, sua grande mesa para piqueniques e/ou jogos, seu pier flutuante com vista ímpar de dentro do rio, seus barcos para passeios fluviais... Do ponto de vista urbanístico, não é descabido dizer que o Jardim é uma experiência bem sucedida de “urbanismo-lego”. Ou seja, aquele baseado num plano geral cuidadosamente bem conceituado e esboçado que começa a implantar-se com a colocação de uma primeira “peça”, sem necessidade de seguir a via crucis tradicional e interminável de um extenso projeto básico acoplado a um plano de financiamento orçamentário milionário, ainda mais numa época como a nossa de recursos públicos mais do que escassos... Tecnicamente pode-se enquadrar essa experiência como parte do urbanismo emergente ou tático, um conceito contemporâneo acerca do modo de desenhar, construir e viver as cidades. Diferente do conceito tradicional do urbanismo top-down planning, de cima para baixo (hoje, da fotografia do satélite para a planta), o urbanismo emergente considera a experimentação do tipo botton-up planning, de baixo para cima, como componente essencial do sucesso da implantação e do próprio aperfeiçoamento da solução macro. Com o “urbanismo-lego”, o Jardim do Baboá e mais especificamente o Parque Capibaribe, colocam o Recife no centro do debate mundial que tem cidades como Barcelona, Medellin, Copenhage e Nova York na condição de campos de experimentação avançada do urbanismo up to date.

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Temudo fala por si

Dia após dia, milhares de pessoas dos mais variados estratos sociais transitam pelo viaduto Joana Bezerra, a maioria esmagadora sem se dar conta de que o viaduto Joana Bezerra, é na realidade o viaduto Capitão Temudo. Você, possivelmente, é uma dessas pessoas. Capitão o quê? você tem razão de achar a afirmação muito estranha. Não só pelo fato de o nome correto não ser Joana Bezerra, mas por ser Capitão Temudo. Pois saiba que muito se tem a falar dele. Quem, afinal, foi o capitão Temudo? Foi um militar português que deixou o seu nome insculpido não só no viaduto Joana Bezerra, mas na história do Brasil e de maneira mais marcante na de Pernambuco. Você, de novo, se põe a cismar: Quer dizer que um militar português deu nome a um monumento brasileiro, genuinamente pernambucano! Quer saber por quê? André Pereira Temudo, o nome completo do capitão, acompanhou, em 1615, a expedição destinada a auxiliar Jerônimo de Albuquerque na expulsão dos franceses do Maranhão e do Pará. Missão cumprida, em janeiro de 1616, o capitão-mor Francisco Caldeirar Castelo Branco e o capitão de infantaria André Temudo navegaram por um afluente do Rio Guajará e em determinado ponto construíram um fortim, dando por fundada sob a proteção de Nossa Senhora de Belém a povoação Feliz Lusitânia. Logo ela passou a chamar-se Nossa Senhora de Belém do Grão-Pará, em seguida Santa Maria de Belém e, finalmente, Belém. Foi assim que nasceram o Estado paraense e a sua capital, Belém. Tamanha foi a sua importância na conquista do Maranhão e do Pará que, como recompensa, pouco depois ele foi nomeado capitão-mor da capitania do Rio Grande do Norte. De que têmpera deveria ser o homem a assumir os destinos de terras tão inóspitas, de vida tão insípida e, sobretudo, de alto risco? Deveria ser suficientemente forte, física e mentalmente, para desempenhar tão difícil missão, e o capitão Temudo o era. Os capitães-mores tinham formação militar e larga experiência em combates. Eram oficiais de milícias, soldados de carreira construída em Portugal ou, quando não, plasmados em forças organizadas. Ex-participantes das lutas pela conquista de terra, eram frequentes entre eles gestos de coragem e desprendimento. Eram homens rústicos, decididos, desprovidos de eufemismos, absolutamente resolutos em qualquer situação enfrentada, quase nada sensíveis à justeza das suas decisões. Simplificando, não vacilavam, administrando a capitania com mão de ferro. Disciplina era a palavra-chave, não importava a circunstância. E quando se impunha a mediação do capitão-mor em alguma contenda, a sentença era, com frequência, rápida, contundente e irrecorrível. Eram esses os traços levados em conta na escolha dos capitães-mores, já que eles detinham poder incontrastável sobre a milícia, sobre a população circunvizinha, podendo eventualmente surrar as pessoas, pô-las a ferro, condená-las ao degredo ou, até, em situações extremas, à morte, desde que os motivos fossem plenamente justificáveis. Pensando bem, ele era o representante do rei luso. Fazia mais: concedia sesmarias, mas para obtê-la o postulante tinha que ser seguidor do catolicismo, a religião oficial. Não havia concessão se não houvesse plena satisfação de tal requisito. Em síntese, o capitão-mor era plenipotenciário, a suprema lei. Naqueles tempos, o Estado não era laico... A Igreja, pregavam, purificava as almas.A conduta austera, inteligente e briosa do capitão André Temudo lhe rendeu reconhecimento, empossado que foi na capitania-mor do Rio Grande do Norte. Ao fim de sua administração, todavia, fixou residência em Olinda, onde passou a comandar uma companhia de infantaria e mostrou de forma cabal a razão de ser nome do maior viaduto recifense. É óbvio que você, com muita razão, insiste no questionamento do que leva um homem nascido há 400 anos, em Portugal, o homem que fundou Belém, capital do Pará, a ter seu nome imortalizado em uma obra tão importante quanto o Viaduto Joana Bezerra, aliás Capitão Temudo? Vieram as invasões holandesas. O Recife, então com escassos 150 moradores, estava armado e pronto para resistir. De um lado, o Forte de São Jorge, de outro o Diogo Paes, ambos prontos para nos defender. Para nós, brasileiros, tratava-se da nossa jovem nação. Para os portugueses a defesa de mais uma colônia entre as tantas que possuía em todo o mundo, esta riquíssima e extensa. Para os invasores holandeses, a exploração da cana-de-açúcar, de que, naquela época, Pernambuco era o maior produtor mundial. O rio Tapado, defesa natural do porto do Recife e das praias de Pau Amarelo, ficara sob os cuidados do capitão André Pereira Temudo, à frente de 130 homens, número que logo cresceu quando a ele se juntaram três companhias dos distritos mais próximos, os índios com suas flechas, e até mesmo cidadãos ciosos do imperativo de defende a pátria, o lar, a honra. Ocorre que, mesmo assim, era um número insuficiente de pessoas para fazer o que precisava ser feito, e o porto do Recife e as praias de Pau Amarelo deveriam ser defendidas a qualquer preço. Ademais, no Recife se encontravam dois fortes da Coroa e o tesouro representado pelo açúcar, pelo pau-brasil, pelo algodão, pelo fumo, pelo gengibre e tantas outras riquezas. Recife precisava de auxílio e o pedia insistentemente. Como vencer a distância e o tempo que separavam aqueles pontos vitais? Se não havia combatentes bastantes para defender sequer um posto, como defender quatro léguas de praias? Ainda que precariamente, as praias do Pau Amarelo estavam, de qualquer forma, com a defesa pronta, e o capitão André Temudo, por sua vez, mantinha a posição do rio Tapado. Ocorre que os holandeses eram numericamente superiores: 2 mil soldados bem armados e bem treinados, embora os luso-brasileiros fossem, do ponto de vista do amor à causa, muito superiores. Não havia, no entanto, como deter a escalada neerlandesa. Os invasores desembarcaram na praia de Pau Amarelo, passaram a progredir no terreno e foram recebidos a tiros nas margens do Rio Doce. Não detiveram a marcha, contudo. Prosseguiram para o sul, para conquistar Olinda. Ali, o combate foi encarniçado. A superioridade numérica dos holandeses era flagrante e em determinado estágio da batalha, o capitão Temudo foi

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Desculpem o transtorno, preciso perdoar a Cármen

Alento mesmo foram as paraolimpíadas. Que maravilha aquela abertura. Melhor ainda a cerimônia de encerramento. Só mesmo o esporte para levantar a autoestima dos nossos heróis. Mesmo a TV aberta não transmitindo nada. Ainda bem que pago a TV a cabo em dia. Até que veio o Ministério da Educação e pá...tornou a educação física eletiva. Até que veio o Joaquim e pediu para mudar o canal. Até que veio a autoridade máxima de um dos poderes desta nação, em entrevista à Globo News, e afirmou que a sociedade poderia esperar o empenho dos integrantes do STF, porque eles não eram autistas, e sim cidadãos – e, por isso, queriam rapidez nos julgamentos. Pera aí! Para tudo! Oi? E os autistas não são cidadãos? E não querem rapidez nos julgamentos? Os microfones são inimigos dos ministros do Supremo. Vez ou outra danam-se a falar demais, assim mesmo, na frente das crianças. Entrevista de ministro deveria ser proibida para menores de 18 anos. Seria maravilhoso os ministros compreenderem que as pessoas com deficiência, incluindo os autistas, desejam - e muito - a celeridade processual. Não só aqueles que brigam na Justiça, por exemplo, contra as empresas de saúde privada para que o tratamento seja coberto pelo plano, como também os que litigam contra a União para que o SUS cumpra o papel de se aparelhar com profissionais capacitados para tratamento adequado. Ou aqueles que pretendem ter simplesmente diretos básicos de cidadania respeitados. Dizia a reportagem ser ela mestre em direito constitucional pela Universidade Federal de Minas Gerais. Não quer ser chamada de presidenta, mas sim de presidente. Senhora distinta, cabelos brancos. Séria, culta, honrada. Acredito em tudo isso apesar de não conhecê-la pessoalmente. Só a vi na TV. Seu nome é Cármen Lúcia. Quero perdoá-la. Não bastassem todas as irresponsabilidades do poder público que é flagrantemente omisso, ouvir a presidente do Supremo Tribunal Federal falar isso, assim, na lata, dentro da minha casa, sem pedir licença, parecia brincadeira. Mas não era. Foi de perder a esperança, confesso. Sim, era mais relaxante assistir ao Amigãozão no Discoveykids. É um elefante azul que nos agride bem menos. Fizemos uso do controle remoto. Logo em seguida, a ministra veio a público pedir desculpas, de forma protocolar, e dizer que não deveria mais fazer uso dessa palavra – autista - para definir algo negativo. Não deve ter sido sua intenção, como guardiã da Constituição Federal, afrontar o Princípio da Dignidade da Pessoa Humana com Deficiência, amparado pela Carta Magna. Na verdade, o Brasil é que nos deve desculpas, ínclita ministra. Aliás, a mim, a V. Exa. e a todos os outros brasileiros. Este é um país que jamais se preocupou verdadeiramente com a pessoa com deficiência. Trata-se de uma nação que não preparou a mim, nem a V. Exa., a conviver com pessoas ditas especiais. Conquanto tenhamos uma legislação avançada acerca da matéria, nunca houve política pública adequada em prol dessa minoria. Sua declaração é reflexo da completa ausência do que chamamos de educação inclusiva, douta julgadora. A senhora jamais foi incluída. Eu também. As pessoas sem deficiência precisam ser incluídas. Somos vítimas da anestesia geral que assombra a sociedade. Somos humanos. Quero perdoá-la. A Lei Brasileira de Inclusão, que entrou em vigor em janeiro deste ano, trouxe a obrigatoriedade do Poder Público capacitar servidores que atuam no Poder Judiciário quanto aos direitos das pessoas com deficiência. Asseverou que devem ser oferecidos, por exemplo, todos os recursos de tecnologia assistiva disponíveis para que a pessoa com deficiência tenha garantido o acesso à justiça, sempre que figure em um dos polos da ação. Preciso perdoá-la ministra, mas que tal V. Exa. estimular, no âmbito do poder que ora chefia, o cumprimento da lei? Seria um belo início de gestão, não acha? Corra, Excelência! Antes que meu amigãozão mude de canal novamente.

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Imprevidência

O País enfrenta uma crise fiscal profunda. Para resolvê-la, é necessário um ajuste severo nas contas públicas. Faz parte desse acerto a Reforma da Previdência, responsável por déficits crescentes que estão criando e, se nada for feito, continuará aprofundando o desequilíbrio financeiro do setor público. Em 2015, a arrecadação líquida da Previdência representou 5,93% do PIB enquanto as despesas com os diversos tipos de benefícios do Regime Geral de Previdência Social (RGPS) responderam por 7,42%, ou seja, um déficit de 1,5% do PIB. Esses números evidenciam a gravidade do problema previdenciário. A Reforma da Previdência não é uma questão ideológica, nem partidária. É um problema do País e dos brasileiros independentemente de suas crenças políticas. Constitui-se, de fato, em desafio para os governos e para a sociedade. Caso não seja realizada, os prejudicados não serão apenas os aposentados de hoje, mas também os do futuro. Posicionar-se contra ela por ser de iniciativa do Governo Temer ou por supostamente “retirar direitos dos trabalhadores” é um ato inconsequente, imprevidente e conservador. As centrais sindicais e os partidos políticos que estão se posicionando contra a reforma poderão ser responsabilizados no futuro por danos irreparáveis aos brasileiros caso a reforma fracasse como resultado de oposição cega e irracional que não atende aos interesses do País, agora e no futuro. Na verdade os motivos para a Reforma da Previdência são estruturais, estando vinculados às mudanças na dinâmica da população brasileira. Estamos vivenciando agora os últimos anos da transição demográfica resultante de rápida queda na taxa de fecundidade das brasileiras que caiu de cerca de seis filhos por mulher em idade reprodutiva nos anos 70 do século passado para 1,7 anos nesta década. O efeito desse fenômeno demográfico está sendo o de reduzir, em termos absolutos e relativos, a população jovem até 14 anos e a de aumentar gradualmente a ponderação da população acima de 65 anos. Essa mudança reduz a demanda por educação entre os mais jovens e aumenta a demanda por saúde entre os idosos. O peso populacional desloca-se paulatinamente da base da pirâmide demográfica para o seu topo, ou seja, os jovens perdem peso às custas dos idosos. Do ponto de vista previdenciário a mudança se manifesta na queda da taxa de dependência medida pela soma do número de pessoas jovens (até 14) e idosas (acima de 65) dividido pelo número de pessoas entre 15 a 64 anos, faixa constituída por pessoas em idade ativa (PNAD/IBGE). Esse quociente caiu de 0,53 por pessoa em idade ativa, em 2001, para 0,44 em 2014 como resultado da transição demográfica. Todavia, entre 2022 e 2030 essa taxa voltará a subir sendo estimada pelo IBGE em 0,49, em 2040. Isso significa que precisaremos de mais pessoas em idade de trabalhar para sustentar cada vez menos jovens e cada vez mais idosos. A carga de trabalho vai aumentar para as próximas gerações. Esses são os aspectos demográficos. Devemos analisar agora os aspectos financeiros. O RGPS, baseado no sistema de repartição simples, beneficiava, em 2014, 54,8 milhões de pessoas dos quais 78%, ou 42,7 milhões eram empregados. O déficit primário neste ano foi de R$ 56,7 bilhões que evoluiu exponencialmente para R$ 85,8 bilhões, em 2015, ajudado pela crise que reduziu as receitas. Em 2016, até julho, o déficit já acumulava R$ 73 bilhões e em 12 meses, até o mesmo mês, já estava em R$ 120,6 bilhões. Isso representa uma trajetória insustentável ainda no curto prazo que está sendo agravada por uma vinculação indevida entre o piso do benefício previdenciário e o salário-mínimo cujo reajuste se dá atualmente pela inflação do ano anterior e pelo crescimento do PIB de dois anos antes. Um preço básico da economia e do mercado de trabalho não pode estar vinculado ao piso previdenciário. Essa vinculação é uma bomba fiscal que já está explodindo nas mãos do governo. Romper essa vinculação é essencial para melhorar o déficit da Previdência e o ambiente fiscal. A expectativa de vida dos brasileiros está em 75 anos e crescendo. Estamos nos aposentando cedo, não temos idade mínima para aposentadoria e apenas usamos o tempo de contribuição, considerado insuficiente por muitos, como parâmetro fundamental para obter o benefício. Temos ainda outros benefícios generosos como o de pensão por morte que precisam ser revistos. Se nada fizermos vamos ter, além de um imenso e talvez irremediável problema fiscal, o comprometimento da qualidade de vida não apenas dos mais idosos, mas do conjunto da população. Não sejamos inconsequentes e imprevidentes.

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Alunos estão mais autônomos

Enquanto as escolas não se transformam em espaços de aprendizagem, focadas no estudante e não no professor, os alunos tornam-se cada vez mais autônomos na construção do conhecimento. De acordo com dados da enquete Tic Kids Online Brasil, 68% das crianças e adolescentes brasileiros usam a internet para realizar pesquisas escolares. Esse fenômeno é explicado pela professora Patrícia Smith, da UFPE, como uma maneira de aprender fora da sala de aula. Uma prática que alcança estudantes de todos os níveis de ensino. “Tanto os alunos como os professores têm redes paralelas de aprendizado. Os estudantes assistem a uma determinada aula, depois vão aprender na vida, nas suas redes”, constata. O estudante Gustavo Aragão, do Colégio Madre de Deus, conta como faz para aprender quando está em casa. “Uso muito o YouTube. Se tem uma aula que não entendo, procuro o conteúdo em canais de maior confiabilidade. Se não aprendo com o primeiro que acessei, vou buscando outros, com diferentes pontos de vista até encontrar um com o qual me identifique melhor”. Ele sugere que no redesenho da escola, o docente passa a ter um outro papel. “As vezes é complicado entender o professor, mas acho que ele tende a ser cada vez mais um introdutor dos assuntos. E a aula vai sendo construída junto com os alunos”. O processo educacional, alerta Eduardo Carvalho, não pode se limitar apenas ao aprendizado de conteúdo. O mundo não destaca as pessoas pelo que elas sabem, mas pelo que elas fazem com o conhecimento adquirido e também como elas se comportam, se adaptam e atuam diante de desafios globais”. (R.D.) Leia a matéria: Escola deve focar na aprendizagem e não no ensino

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Mais de 90% dos brasileiros viverão em cidades

Mais de 90% da população brasileira viverá em cidades no ano de 2030, segundo previsão divulgada nesta segunda-feira (17) pela encarregada nacional do Programa da Organização das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-Habitat) no Brasil, Rayne Ferretti. Ela lembrou que o Brasil está localizado no continente mais urbanizado do mundo, a América Latina, e se configura atualmente como o país mais urbanizado da região. Dados do último censo, realizado em 2010, indicam que 84,4% da população brasileira é urbana. A previsão é que, em 2030, esse índice chegue a 91,1% e que, em 2050, toda a América Latina seja 86% urbana. A encarregada da ONU disse que a urbanização, muitas vezes, é vista como uma oportunidade e uma espécie de motor para o desenvolvimento, mas que os desafios relacionados ao tema persistem. Na América Latina, especificamente, ela citou problemas de ordem econômica e ambiental, expansão desordenada, segregação socioeconômica e questões relacionadas à saúde, segurança e efeitos da mudança climática. “A gente identifica algumas necessidades muito especiais para as cidades latino-americanas e caribenhas. A gente fala muito dos três 'R' do redesenvolvimento urbano, que seriam a Regeneração, a Renovação e Reabilitação das nossas cidades. A América Latina é, ao mesmo tempo, o continente mais urbanizado e também o mais desigual do mundo e a gente não pode fechar os olhos para isso”, explicou Rayne. (Agência Brasil)

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Morre o secretário de turismo do Recife Camilo Simões

Aos 31 anos, o secretário de turismo do Recife, Camilo Simões, foi encontrado morto do apartamento da sua sogra na tarde deste domingo (16). De acordo com informações, ainda não confirmadas, ele teria sofrido morte súbita. Integrado à campanha para reeleição do prefeito Geraldo Julio, Camilo havia participado de uma caminhada ainda no sábado junto ao socialista. No domingo, ele era esperado em uma nova carreata da campanha. Formado em Publicidade e Propaganda, Camilo Simões atuou como executivo de contas em agências de publicidade. Foi chefe de gabinete do deputado estadual Waldermar Borges e coordenador da Juventude na campanha de Geraldo Julio, em 2012. Em janeiro de 2013, incorporou-se à equipe de Felipe Carreras, ocupando a Gerência-Geral de Lazer e Eventos e a Secretaria-Executiva, até assumir a pasta de turismo. Camilo deixa a esposa e dois filhos. NOTA A Algomais lamenta o falecimento precoce de Camilo Simões, que sempre foi muito simpático e atencioso com a revista, e deseja a família todo o conforto. Perde bastante também o poder público no Recife, pois, apesar de bastante jovem, Camilo demonstrou no seu período na Prefeitura do Recife uma excelente capacidade de gestão.

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