Arquivos Vi no Instagram - Página 4 de 47 - Revista Algomais - a revista de Pernambuco

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Telhado Verde e proteção social para jovens do Centro

Quem atravessa apressado pela Avenida Sul, pode passar sem perceber pelo casarão onde funciona a Comunidade dos Pequenos Profetas (CPP). Em contraste com o aspecto abandonado e com pouca vida de tantos edifícios no seu entorno, essa construção traz um “respiro” social e ambiental ao Bairro de São José. Na estreia do selo “Soluções Urbanas Criativas”, em que a Algomais passará a destacar iniciativas de alto potencial para revitalizar espaços urbanos, destacamos o projeto Telhado Eco Produtivo – semeando novos horizontes, que desenvolve uma produção agroecológica para a organização. A experiência, já reconhecida internacionalmente, faz um mix da promoção da alimentação saudável com a preservação do verde na cidade e a recuperação de jovens em condição de altíssima vulnerabilidade social. A história desse projeto se confunde com a do seu presidente Demetrius Demetrio. Ainda na juventude, após conhecer Dom Helder Camara e um projeto de apoio a moradores de rua, ele decidiu se dedicar a uma comunidade com a finalidade de recuperar crianças e adolescentes que cometem atos infracionais nas ruas do Recife. Trabalhar com esse público, no entanto, atraiu preconceito e rejeição ao casarão. O local já foi alvo de sete arrombamentos, sem que nenhum objeto de valor tenha sido levado. “As pessoas não queriam entrar aqui. Tinham preconceito porque acolhemos um grupo de crianças que cometem atos infracionais no centro da cidade. Não percebiam que quando estavam aqui, não estavam nas ruas”, conta Demetrius. O resultado disso foram invasões noturnas, por pessoas que destruíram tudo o que havia na casa e ainda jogavam a comida armazenada no telhado. As denúncias contra esses ataques não surtiram efeito. O que interrompeu esse ciclo de violência, que tanto sofrimento causava aos integrantes da organização, foi o telhado verde. Demetrius conheceu na Espanha os jardins na parte superior dos prédios. “Para não ficar com a energia negativa aqui dentro dos assaltos, veio o insight de fazer uma produção orgânica no telhado”. Ninguém acreditou no primeiro momento. Com o apoio de uma empresa parceira, ele conseguiu parte dos recursos necessários via um projeto da Petrobras Socioambiental, com investimento de R$ 250 mil. “Quando o projeto foi concluído, ficou mais evidente o ambiental porque no Estado não tem nenhum telhado verde como o nosso. Aqui são 400 m² de horta orgânica. Isso chamou a atenção das pessoas. Estamos no Centro da cidade, mas aqui é um oásis”, conta. Alface, salsa, berinjela, pimenta, sapoti, laranja, limão, entre outras variedades são colhidas na comunidade e servem tanto para o alimento das crianças e adolescentes que frequentam o espaço, como para doação para as famílias de baixa renda que vivem na região. Antes mesmo do telhado ficar pronto, a CPP recolhia garrafas PETs do Rio Capibaribe e plantava nelas mudas para uma horta vertical. Desde a sua implantação, uma tonelada desse material plástico já deixou as águas do Recife. Hoje, essas mudas seguem para as casas dos alunos, como uma forma de estimular a agricultura urbana e orgânica no bairro. Após a instalação do telhado orgânico, as invasões ao espaço cessaram. Hoje, pelo contrário, a organização recebe visitantes de diversos lugares para conhecer a experiência. A iniciativa, focada na questão ambiental e na alimentação saudável, acabou sendo importante também para a comunicação institucional da CPP na busca de novos parceiros. Com a produção orgânica no telhado e o preparo dos pratos na cozinha da própria casa, a CPP tem incentivado jovens a atuar na gastronomia, no qual Demetrius tem formação. Daniela Rodrigues, 19 anos, participa há três anos das atividades da CPP. Moradora do bairro, ela passa a maior parte do tempo na cozinha da instituição. “Quero ser uma chef. Aprendo muito sobre culinária saudável aqui. Sonho em seguir essa carreira e trabalhar ou criar um restaurante”, afirma. Como Daniella, outros jovens do projeto têm seguido essa carreira. A iniciativa foi reconhecida em dezembro pelo Prêmio de Direitos Humanos Nacho La Mata, do Conselho Geral da Advocacia Espanhola. Quem desejar ajudar ou conhecer de perto essa experiência, pode agendar visita pelos telefones (81) 3424-7481, (81) 8863-7718 ou pelo e-mail: cppclarion@uol.com.br. *Por Rafael Dantas, repórter da Revista Algomais (rafael@algomais.com)

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O Janeiro Resiste à Crise

Por Yuri Euzébio* O show tem que continuar. Mesmo com todas as dificuldades impostas pelo cenário político, econômico e cultural, o Janeiro de Grandes Espetáculos – Festival de Artes Cênicas e Música de Pernambuco continua firme escoando a efervescente produção artística local e mantendo a tradição da cultura do Estado. Em 2020, celebrando sua 26ª edição, o evento vem recheado das 92 montagens que estão na grade de programação, 80 pernambucanas. Serão mais de 100 sessões em cartaz. Teatro (adulto e para infância e juventude) é o carro-chefe, respondendo por 65% da programação. Música atende por 23%, e dança representa 12%. Nove teatros da capital vão virar palco para o maior festival de artes cênicas do Estado: Santa Isabel, Apolo, Arraial, Barreto Júnior, Boa Vista, Hermilo Borba Filho, Luiz Mendonça, Marco Camarotti e, pela primeira vez, o Teatro RioMar. Algumas montagens serão apresentadas em espaços alternativos, como a Casa Maravilhas, Sesc Casa Amarela e Espaço Fiandeiros, este recebendo ainda ações formativas, como leitura dramatizada, curso e lançamento de vídeo. Além da capital, seis cidades integram o Janeiro, em parceria com o Sesc: os municípios de Caruaru (Teatro Rui Limeira Rosal), Garanhuns (Teatro Reinaldo de Oliveira), Goiana (Igreja Matriz de Nossa Sra. do Rosário) e Jaboatão dos Guararapes (Teatro Samuel Campelo). Camaragibe (Casarão de Maria Amazonas) e Serra Talhada (Espaço Cabras de Lampião) também abrem as cortinas para o evento. Ultrapassando as divisas do Estado, 10 companhias e artistas da Bahia, São Paulo e Rio Grande do Sul foram escalados. De Portugal e Eslováquia, virão três espetáculos. Este ano, serão cinco homenageados do 26º Janeiro de Grandes Espetáculos. Na categoria Teatro, o ator e diretor Zé Manoel. No quesito Técnico, que retorna nesta edição, será reverenciado Joca, há mais de 40 anos trabalhando no Teatro de Santa Isabel. O maestro Edson Rodrigues, Mestre-Vivo do Frevo, é o homenageado na categoria Música; a bailarina e coreógrafa Cecília Brennand, em Dança; e a Família Marinho, em Poesia De acordo com Paulo de Castro, produtor cultural e presidente da Associação de Artes Cênicas de Pernambuco (Apacepe), a grande novidade do festival para este ano é a volta do prêmio do evento. “Nós vamos fazer a premiação no dia 3 de fevereiro, encerrando o festival, no Teatro RioMar com a participação de Spok, dos Doutores da Alegria e de uma série de outros artistas. Vamos premiar os melhores da dança, do teatro e da música”, afirmou. Assim como para todos aqueles que trabalham com cultura no País, o festival sofreu este ano com sérias restrições orçamentárias, mas isso não arrefeceu o ímpeto dos organizadores em preparar um grande evento. “Nossa trincheira é o palco, é a cena, que é a função do artista”, esclareceu Paulo. “Só o fato do festival existir há 26 anos já é uma resistência”, detalhou. “Agora nesses últimos anos, tem sido dificílimo não só para o Janeiro, mas pra qualquer projeto cultural”, confessou. “Já fizemos o Janeiro com R$ 1,5 milhão e agora estamos fazendo com R$ 200 mil e estamos fazendo porque é o artista pernambucano que faz o festival, apesar de vir gente de fora, a resistência mesmo é o artista daqui que está em mais de 90% dos espetáculos”, concluiu. O Janeiro oferece a oportunidade ao público de assistir a estreias e montagens de sucesso. Entre as obras que serão encenadas, estão O Duelo e A Mulher Monstro. As Bruxas de Salém (Célula de Teatro), que estreou este ano e fez excelente temporada, e Obsessão  são destaques ao lado do projeto Trilogia Vermelha, do Coletivo Grão Comum, que mostra h(EU)stória – O Tempo em Transe, sobre Glauber Rocha, pa(IDEIA) – Pedagogia da Libertação, sobre Paulo Freire, e Pro(FÉ)ta – O Bispo do Povo, sobre Dom Helder Camara. Entre as apresentações de música, que a cada ano que passa ganham mais espaço, haverá importantes estreias, como o show dos pernambucanos Almério e Martins e Alessandra Leão trazendo, pela primeira vez, seu cd "Macumbas e Catimbós". De fora do Estado, estarão aqui a baiana Belô Velloso, o trio As Bahias e a Cozinha Mineira (SP) que se apresentaram no Rock in Rio, e Edu Falashi, que virá com show acústico, revivendo a época em que integrou a banda de metal Angra. Ainda compõem a grade 10 montagens de dança, entre elas Banquete de Amor e Falta (Acupe Produções de Artes) e Magna (Cia Mestiça), que retorna ao palco do festival. Tradição do calendário pernambucano, o festival materializa a vocação local para as artes e é uma excelente opção pra quem pretende se divertir no período das férias escolares. Com preços para todos os gostos, não existe desculpa pra não ir prestigiar pelo menos um espetáculo da programação. “Algumas atrações são gratuitas e os preços variam, você escolhe o que quer e o que o seu bolso pode. São 127 espetáculos. Se cada pessoa escolher três, vamos ter uma média de 30 a 35 mil pessoas”, instigou Paulo. “Este ano queremos ter uma plateia maior, porque o momento é difícil e quanto mais difícil, mais temos que lutar, porque o fundamental para o artista é que o público esteja de olho no trabalho dele”, convocou. Serviço: De 8 de janeiro a 3 de fevereiro. Preços variam entre R$ 10 e R$ 60. Confira a programação completa e os teatros que fazem parte do festival no site do Janeiro: www.janeirodegrandesespetaculos.com/2019/

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10 fotos do Carnaval de Olinda Antigamente

As ladeiras de Olinda nos dias da folia estão na lista do destinos mais procurados do Carnaval do Brasil. A informalidade das fantasias, dos bonecos gigantes e dos blocos de rua foram registradas nas lentes de Passarinho, pela Prefeitura Municipal. Nesse período de aquecimento dos festejos, confira as imagens de um outro período do carnaval de rua pernambucano. Clique nas imagens para ampliar. . . *Por Rafael Dantas, repórter da Revista Algomais e colunista da Gente & Negócios (rafael@algomais.com)

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Porto Digital abre Superchamada em programas de empreendedorismo

Aqueles que já empreendem ou querem dar início a uma ideia de negócio vão poder, a partir de desta quarta-feira (22), se inscrever na Superchamada para todos os programas de empreendedorismo do Porto Digital. Em sua segunda edição, a convocação abrange o Mind The Bizz, Mind The MINAs e a incubação. As inscrições já estão disponíveis em: http://bit.ly/PD_Inscricao-Empreendedorismo . O Mind The Bizz é o programa para amadurecer ideias de novos negócios em parceria com o Sebrae-PE. O Mind The MINAs apoia o surgimento de novos negócios inovadores empreendidos por mulheres, por meio do programa Mulheres em Inovação, Negócios e Artes (MINAs). Já a incubação seleciona empresas em fase inicial com potencial de escalar suas soluções, produtos e serviços. Essa Superchamada tem como finalidade o fomento a ideias e empreendimentos das seguintes áreas: agronegócio, artes, educação, cidades, comércio, design, entretenimento, finanças, gestão pública, impacto social, indústria, publicidade e saúde.  "Para esta primeira chamada de 2020, queremos receber aproximadamente 32 novos negócios. É sempre importante ter variedade de áreas de empreendimentos e diversidade de empreendedores. Queremos contemplar em todos os programas essas características” explica o presidente do Porto Digital, Pierre Lucena. A seleção para qualquer um dos programas é composta por duas etapas. Na primeira, os interessados devem se inscrever até o dia 31 de janeiro. Após a análise das propostas entre os dias 03 a 07 de fevereiro, serão pré-selecionados empreendedores e empreendedoras que passarão para o segundo momento, com entrevistas presenciais nos dias 13 e 14 de fevereiro. O resultado final será divulgado no site e nas redes sociais do Porto Digital em 17 de fevereiro, com o kick off, ou seja, a abertura dos programas no dia 20 de fevereiro. Serviço Superchamada dos programas de empreendedorismo do Porto Digital Inscrições: 22 a 31 de janeiro Análise das propostas: 03 a 07 de fevereiro Divulgação das propostas pré-selecionadas: 11 de fevereiro Entrevistas presenciais: 13 e 14 de fevereiro Divulgação das propostas selecionadas: 17 de fevereiro  via e-mail, redes sociais e no site do Porto Digital Abertura dos programas: 20 de fevereiro Acesse a chamada em: http://bit.ly/PD_Chamada_2020-1 Faça sua inscrição em: http://bit.ly/PD_Inscricao-Empreendedorismo

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É o fim do emprego?

A desigualdade social promete ser um dos temas decisivos no debate político em 2020. Em contraponto aos indicadores econômicos que sinalizam a melhora da economia - como a baixa inflação, a redução da taxa de juros e os suaves avanços do PIB -, o Índice de Gini (que aponta a diferença entre os rendimentos dos mais pobres e dos mais ricos) cresceu por 17 trimestres consecutivos, de acordo com pesquisa da Fundação Getúlio Vargas. Um cenário que foi acompanhado nos últimos dois anos por uma sutil retomada do emprego, mas em condições mais precárias. Para compreender esse cenário e discutir alternativas de geração de renda para a população excluída das vagas formais, conversamos com especialistas e ouvimos quem ousou construir seu caminho diante das ameaças do mercado. “Tudo o que precisa ser feito do ponto de vista de ajuste fiscal no Brasil tem que considerar que somos um país pobre e dos mais desiguais do mundo. Cerca de dois terços das famílias brasileiras são muito pobres. Isso começa a ficar mais claro inclusive para os técnicos de orientação mais liberal”. Essa análise do consultor Francisco Cunha, feita na sua palestra da Agenda TGI 2020, fazia referência ao economista Armínio Fraga. O ex-presidente do Banco Central, durante o Governo FHC, defendeu recentemente que a redução da desigualdade é essencial para destravar a economia. O próprio Fernando Henrique Cardoso considerou plausível a ideia de instituir uma renda universal frente ao novo cenário do modo de produção, que cresce sem necessariamente criar emprego ou distribuir renda. . LEIA TAMBÉM O futuro é pra quem tem capacidade de aprender Qual o futuro do emprego, das empresas e dos mercados? Como não perder o emprego para robôs e algoritmos? As habilidades para o emprego do futuro . A recuperação do mercado de trabalho enfrenta, por um lado, a automação tecnológica, que reduz a demanda por mão de obra e aumenta a necessidade de qualificação profissional. Por outro, está ancorada hoje na informalidade e na precarização das condições de trabalho. Em meio à crise do emprego, os aplicativos, como Uber, iFood e Rappi, se tornaram grandes “empregadores”. Solução por um lado, pois contribuíram para geração de renda de uma multidão de profissionais desempregados. Problema por outro, pois expõem os trabalhadores a uma condição de assumirem todo o risco da atividade e não terem nenhum outro benefício ou proteção social. O retrato do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) sobre o mercado de trabalho no Brasil e no Estado aponta sinais de alerta. A taxa de desocupação em Pernambuco que chegou a 8,2% em 2014, foi subindo até atingir o patamar de 17,7% em 2017. A partir daí, começa a reduzir suavemente até o terceiro trimestre de 2019, com 15,8%. Os dados são da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra Domiciliar Contínua), elaborada pelo IBGE. “Há uma melhora percentual, mas não se recupera o patamar de desempenho do mercado de trabalho que tínhamos antes da crise. Em 2014 tínhamos em média 321 mil desempregados. Hoje temos mais que o dobro, com 658 mil pessoas desocupadas. E quando a gente olha o nosso mercado do ponto de vista da qualidade, percebemos o crescimento de empregos à margem da proteção social. São estratégias de sobrevivência da população. Ocupações desprotegidas, com jornadas maiores e rendimento menores”, afirma a economista e supervisora técnica do Dieese Jaqueline Natal. Um dado que exemplifica esse cenário de precariedade traçado pela economista é o rendimento médio por hora dos trabalhadores. No terceiro trimestre de 2014, a remuneração média de um profissional em Pernambuco era de R$ 12,09. Cinco anos depois, no terceiro trimestre de 2019, a média era de R$ 10,65. No Brasil, esses dados permaneceram praticamente inalterados, com uma leve subida de R$ 13,81 para R$ 13,87 no mesmo período. . . Um movimento positivo que contrasta com a informalidade é o crescimento dos microempreendedores individuais (MEIs) em Pernambuco. De acordo com pesquisa realizada pelo Governo do Estado, o avanço da quantidade de profissionais que empreendem por conta própria de maneira formal tem sido de 16,8% ao ano. Se seguir no ritmo atual, irá dobrar em seis anos. “A existência do MEI acaba sendo um fator positivo. Ele traz algumas garantias às pessoas que perderam seus postos de trabalho e tiveram que recorrer ao empreendedorismo como forma de gerar renda”, analisa a secretária executiva de Políticas de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, Maíra Fischer. O estudo, que foi realizado com dados até outubro de 2019, apontou que o Estado possui 289.668 profissionais autônomos. Esse volume de MEIs já equivale a mais de 8% da população ocupada em Pernambuco. Na Região Metropolitana do Recife, a promoção de vendas, os serviços de entrega rápida e dos restaurantes são as atividades que tiveram maior crescimento de formalização. A área de vendas é forte em todas as microrregiões do Estado, enquanto as demais atividades em destaque variam de acordo com as características de cada município.   Para o cientista político Flavius Falcão, o cenário de desemprego elevado e de acirramento da desigualdade social deve ser encarado como prioridade pelo poder público. Ele considera o crescimento do empreendedorismo como positivo, mas defende um papel mais forte estatal para apoiar a transição dos trabalhadores diante das novas tendências do mercado. “O avanço da tecnologia, que moderniza o mercado, é um fenômeno que não pode ser parado. Mas a readaptação das pessoas precisa ser assegurada pelo Estado. É preciso dar assistência aos trabalhadores, criar políticas públicas para amparar esses profissionais. Na essência é preciso criar um diálogo com quem está construindo o empreendedorismo”. Ele defende que tanto o poder público como o terceiro setor têm um papel relevante de formação das pessoas para o empreendedorismo ou para ocupação nos novos postos de trabalho que surgirão no mundo cada vez mais tecnológico. Flavius tem atuado no coletivo Vendaval Catalisadora de Impacto Social para potencializar projetos e organizações que visem a reduzir a desigualdade social. “Estimular o empreendedorismo faz sentido quando se tem um impacto positivo na sociedade, não apenas o lucro

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O que esperar da Transnordestina em 2020?

A conclusão das obras da Transnordestina era prevista inicialmente para 2010. Ao completar 10 anos do prazo, a circulação dos trens ainda está longe de ser uma realidade. Havia ainda um fantasma para a economia pernambucana de que a ferrovia iria apenas para o trecho do Ceará. As previsões para destravar o andamento da construção, no entanto, tem boas perspectivas em 2020 na avaliação do Secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, Bruno Schwambach. "A Transnordestina é um dos nossos focos. Diria que a gente empatou o jogo novamente. É um projeto que a concessionária tem a obrigação de fazer os ramais para Pecém e para Suape. Ela não cumpriu os prazos que tinha prometido e fez uma proposta para fazer primeiro a perna de Pecém, para só depois de 5 anos fazer o trecho até Suape. Mas o ministério de Infraestrutura Tarcísio Gomes de Freitas não aceitou", afirmou Bruno Schwambach. Para os próximos meses, o secretário afirma que há três prováveis caminhos. "Primeiro, pode ser que o TCU solicite uma nova licitação. Há uma outra possibilidade da concessionária conseguir a aprovação de um novo cronograma junto ao TCU e ao Ministério. E tem ainda uma alternativa no meio do caminho que pode ser interessante, da empresa atual fazer um trecho e outro empreendedor cumprir o outro. É um assunto de muita complexidade que poderia ser resumida dessa forma. É um jogo com três opções, em que estamos empatados novamente". Questionado se essa possibilidade de dividir os trechos com diferentes empresas era real, Schwambach afirmou que existem inclusive players interessados. "O melhor cenário é que haja uma solução negociada, pois se for uma briga irá judicializar, o que não é interessante. Pela primeira vez o Governo Federal está tomando uma posição muito dura e correta contra a concessionária. Isso está assustando. O ministro está muito empenhado em dar uma solução e esse é um dos motivos que nos faz acreditar no avanço da Transnordestina. Esperamos que dessa confusão saia uma alternativa negociada que seja boa. E eu diria que nenhuma dessas soluções assusta", avaliou. . O secretário relatou que o dever de casa do Estado tem sido feito. Ele informou que 48% do traçado de Pernambucano foi realizado, enquanto apenas 18% no Ceará. "Para terminar o nosso trecho também é muito mais barato do que terminar o trecho de Pecém. E estou muito animado que em qualquer das soluções estaremos participando para resolver". Em 2019, a concessionária anunciou o aporte de R$ 257 milhões para retomada das obras. O investimento é bem inferior ao necessário para conclusão, na ordem de R$ 6,3 bilhões. As últimas previsões sobre a conclusão da ferrovia foram para o ano de 2027.

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Política quente e economia morna marcam 2019

As tensões políticas tomaram as ruas do mundo inteiro em 2019. O movimento dos coletes amarelos empareda o governo francês há um ano. Em Hong Kong, no Líbano e Irã, as manifestações ganharam volume, mesmo em contextos de maior autoritarismo. Entre nossos vizinhos, já se fala numa "Primavera Latina", com as revoltas populares no Chile, Bolívia, Equador, Venezuela, Peru e, recentemente, na Colômbia. No Brasil, a polarização das eleições de 2018 segue em alta temperatura. Dos seus gabinetes, Donald Trump e Xi Jinping travaram uma guerra comercial entre China e Estados Unidos que marcou o ano. Nesse cenário político abrasador, o consultor Francisco Cunha fez as projeções para o mundo, Brasil, Pernambuco e para o Recife no evento Agenda 2020. Ouvimos ainda nesta reportagem especial analistas para explicar o clima morno da lenta recuperação econômica brasileira e das expectativas de arrefecimento do comércio internacional. “Vivemos a segunda onda do povo na rua. A primeira foi pós-crise de 2008, com o Occupy Wall Street e a Primavera Árabe que varreu o Norte da África e chegou à Síria. A segunda começa pelo Brexit e está eclodindo na Ásia, Europa e América Latina. É um movimento que pode desaguar de novo no Brasil”, estima Francisco Cunha. Fazendo referência ao pensador espanhol Manuel Castells, o consultor afirma que a crise de representatividade política é o ponto em comum das manifestações. Em um momento em que as redes sociais deram voz às pessoas, a burocracia dos partidos e das instituições tradicionais entraram em xeque. Para além disso, Francisco Cunha aponta a precarização do trabalho, o aumento da desigualdade e a concentração de riquezas como o combustível para a insatisfação das massas . Um contexto que é definido por Castells como ruptura. De acordo com o professor do Instituto de Economia da Unicamp, Pedro Rossi, no mundo as políticas neoliberais resultaram num crescimento baixo, distribuição dos lucros extremamente desigual, gerando as desigualdades, que estão no substrato das manifestações. “Essas desigualdades se agravam quando o Estado se retira das áreas sociais (educação, transporte, saúde, previdência). Isso gera um despertencimento, quando a população não reconhece que o Estado, a democracia e as instituições a apoiem e ajudem. O que provoca frustração manifestada em forma de protestos”. No meio desse complexo contexto internacional, há ainda uma expectativa de acontecer uma nova crise econômica. “A natureza do capitalismo globalizado é cíclica. Aconteceu uma grande crise em 2008 e há uma possibilidade razoável de se repetir a partir de 2020, com o esgotamento de um ciclo. Isso poderá atingir o processo lento e gradativo que estamos fazendo para sair de um ciclo recessivo no Brasil, que começou em 2015”, avalia o vice-presidente do Iperid (Instituto de Pesquisas Estratégicas em Relações Internacionais e Diplomacia), Thales Castro. De acordo com a OCDE, a previsão de crescimento da economia global para o próximo ano é de 2,9%. A menor desde 2008. Para Pedro Rossi, esse cenário que está se desenhando trará impactos negativos para o Brasil. “A economia global está vivendo um momento de transição e de mudanças politicoeconômicas. Não esperamos a força do comércio internacional para o próximo ano. Sem demanda externa, a demanda privada e o consumo das famílias não são suficientes para puxar o crescimento do País". Um cenário externo, que tem ainda a incógnita da disputa comercial sino-americana, um processo de impeachment contra Trump e as dificuldades da relação de Bolsonaro com o novo presidente argentino. . Retomada mais lenta da história Uma equipe econômica blindada das intempéries políticas do Governo Bolsonaro. Uma agenda de reformas que teve na Previdência o seu maior esforço em 2019. A gestão de Paulo Guedes, marcada ainda pela MP da Liberdade Econômica e pelo acordo Mercosul-União Europeia, na avaliação de Francisco Cunha, sinaliza para uma recuperação, mesmo que lenta, da economia. Diferente do fervor do quadro político, a retomada do crescimento segue morna. Como o consultor apontou ainda em 2017: “Na crise econômica descemos de elevador e vamos subir de escadas”. Segundo a edição de novembro do Boletim Focus, do Banco Central, o PIB do País deve fechar 2019 com um crescimento de 0,99%. Desempenho abaixo da expectativa do mercado com a eleição de Bolsonaro em 2018, quando a mesma pesquisa projetou uma elevação de 2,55% do PIB neste ano. Para 2020, a expectativa é de um avanço de 2,2%. Ao exibir um estudo elaborado pelo economista Pedro Rossi, Francisco Cunha destacou que esta é a recuperação mais lenta entre todas as graves turbulências econômicas que o País passou. O gráfico ao lado comparou a crise de 2014, com a Grande Depressão (1929), com a Crise da Dívida (1980) e com o Confisco da Poupança (1989). Apesar do crescimento morno, Francisco Cunha ressaltou alguns indicadores relevantes para a saúde da economia: inflação em queda, baixa da taxa Selic e a redução, mesmo que sutil, do desemprego. A força do agronegócio do País e os avanços na articulação no mercado internacional foram outros destaques positivos apontados pelo consultor. Na sua apresentação na Agenda 2020, Francisco Cunha afirmou que uma das suas projeções feita no ano passado e não confirmada foi a de que Jair Bolsonaro teria um comportamento mais pacífico. Havia a expectativa do mercado de que a transição de papel de deputado e candidato para o posto de chefe do Palácio do Planalto levariam o presidente a uma postura mais moderada. O ano de 2019 mostrou a extensão da polarização política do País. . O professor de finanças do IBMEC São Paulo Alexandre Cabral aponta que a superação do cenário de estagnação econômica está sendo vencido aos trancos e barrancos. Ele avalia que o trabalho da equipe de Paulo Guedes foi tumultuado pelas turbulências provocadas pelo presidente Jair Bolsonaro e pelos filhos. “Guedes tem conseguido uma boa melhorada, apesar de Bolsonaro. Teremos um final de ano melhor do que o esperado, com a liberação do FGTS e do 13º salário. Será o melhor Natal dos últimos cinco anos”. A aprovação da reforma da Previdência em 2019, segundo o especialista, é outro aspecto

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Pernambuco pioneiro na telona

Por Houldine Nascimento e Wanderley Andrade, especial para Algomais O Prêmio do Júri para Bacurau no Festival de Cannes, em maio deste ano, é consequência de um trabalho consistente de cineastas pernambucanos, resultado de toda uma tradição cinematográfica pouco conhecida do grande público. Há quase duas décadas, Pernambuco tem chamado atenção do restante do País e (por que não?) do mundo pela força e peculiaridade de diversas produções audiovisuais. O êxito da sétima arte no Estado, contudo, não é de hoje. Quando o assunto é cinema, o pioneirismo de Pernambuco é evidente já no começo do Século 20, quando as primeiras salas de exibição são instaladas no Recife: inaugurado em julho de 1909, o Pathé foi a primeira sala local. Na década de 1920, os italianos Ugo Falangona e J. Cambiere desembarcam na Veneza Brasileira com o cinematógrafo. Mais adiante, a dupla funda a produtora Pernambuco Film, que repassa toda a estrutura para a Aurora-Film, fundada por Ary Severo, Edson Chagas e Gentil Roiz. Não por acaso, o trio se sobressaiu na produção audiovisual pernambucana naquele momento. “Ary Severo tinha voltado da Europa, viu o cinema acontecendo, e isso fez com que ele se juntasse a Gentil Roiz, um ourives apaixonado por cinema, e Edson Chagas. Daí eles resolveram produzir filmes”, ressalta o pesquisador e cineasta Alexandre Figueirôa. Posteriormente, o ator e diretor sergipano Jota Soares se junta a esses três nomes. Era um período em que a capital pernambucana transbordava modernidade, conforme pontua Figueirôa: “Havia bonde elétrico, iluminação nas ruas. Era um boom desenvolvimentista e o cinema, de certa forma, é uma invenção da modernidade. Então, fazer cinema naquele momento era algo inovador, diferente. Isso foi uma das motivações.” Nesse contexto, surgiu o que se convencionou chamar Ciclo do Recife (1923-31), quando 13 longas-metragens foram produzidos no Estado. As primeiras produções do movimento sofriam forte influência do cinema estadunidense, hegemônico no mundo. Eram obras com personagens bem demarcados, numa relação maniqueísta, com temáticas que envolviam amor, dignidade e honra. O primeiro filme do ciclo é Retribuição (1924), de Gentil Roiz. Na trama, Edith Paes (Almery Steves) recebe como herança de seu pai um mapa do tesouro. Um ano depois, ajuda um desconhecido enfermo (Barreto Júnior). Uma quadrilha planeja roubar sua fortuna, mas a heroína recebe a ajuda do mocinho para que isso não aconteça. Na equipe de produção, Ary Severo foi o assistente de direção, enquanto Edson Chagas assinou a direção de fotografia e Jota Soares o auxiliou na função. A recepção do público foi positiva. A este filme, seguiram-se Um ato de humanidade (1925), produção de propaganda que promoveu a estreia de Soares como ator, e Jurando vingar (1925), dirigido por Severo. O terceiro filme do Ciclo do Recife já não foi recebido com muito entusiasmo. Pelo contrário: a ausência de cor local acabou despertando críticas de quem acompanhava com afinco a sétima arte. “Esses realizadores faziam filmes inspirados no que eles viam, produções sobre aventura e norte-americanas, sobretudo. Algumas pessoas dos jornais e que acompanhavam cinema reclamavam que os filmes não tinham elementos da cultura nordestina e pernambucana”, comenta Alexandre Figueirôa. Dessa cobrança para refletir a cultura pernambucana na tela grande, nascem, em 1925 e 1926, as duas produções do movimento com maior destaque: Aitaré da praia, de Gentil Roiz, e A filha do advogado, de Jota Soares. A primeira traz imagens de pescadores e jangadas no litoral do Estado, já a segunda evidencia o urbanismo recifense, suas pontes, casarios e o vai e vem de automóveis. A filha do advogado foi além das divisas de Pernambuco e chegou a ser exibido em cidades como Belém, Curitiba, Fortaleza, Rio de Janeiro e São Paulo. A crítica acolheu bem o filme. Na extinta revista Cinearte, houve o seguinte registro: “Digam o que quiser os invejosos e despeitados, mas a estréa (sic) do Jota como director (sic) não podia ser melhor. A photographia (sic), embora não esteja isenta de falhas, é a melhor vista em films (sic) pernambucanos. Quanto ao conjunto de intérpretes agradou plenamente.” Mesmo com essa trajetória de prestígio, os custos da produção foram altos e levaram a Aurora-Film à falência. Outras produtoras surgiram: Olinda-Film, Planeta-Film, Veneza-Film e Vera Cruz-Film. Produção da Liberdade-Film, No cenário da vida (1931), com direção de Jota Soares e Luiz Maranhão, marca o desfecho do prolífico Ciclo do Recife. O advento do som no cinema foi determinante para que o movimento formado por filmes mudos chegasse ao fim, como revela o diretor e pesquisador Paulo Cunha: “Na década de 1930, há uma quebra (na realização de filmes) por causa da tecnologia do cinema sonoro, que demorou a chegar aqui. Isso fez com que os produtores brasileiros ficassem incapacitados de acompanhar esse tipo de produção.” Apesar dessa ruptura, Cunha atenta para o vanguardismo local. “Em várias outras cidades do Brasil, o cinema é muito posterior. Um exemplo muito simples disso é que o primeiro longa-metragem de ficção feito no Recife é datado de 1923 (referindo-se a Retribuição). Já o primeiro longa de Salvador, na Bahia, foi produzido no final dos anos 1950. Daí vemos como o Recife foi pioneiro no processo de adoção do cinema como forma de expressão”, analisa. NOVO CICLO A vocação para o audiovisual também passa pelo Movimento Super-8, nos anos 1970. O novo ciclo é considerado uma espécie de renascimento do cinema pernambucano. Além de Paulo Cunha, fizeram parte dessa geração nomes como Geneton Moraes Neto (Esses onze aí, codirigido com Cunha), Fernando Spencer, que se preocupou em documentar episódios importantes do cotidiano local (Trajetória do frevo e Valente é o galo são alguns exemplos) e em resgatar a história do Ciclo do Recife (Almeri & Ari, Estrelas de celuloide, História de amor em 16 quadros por segundo); e Jomard Muniz de Britto com trabalhos experimentais. Um desses trabalhos de Jomard é O palhaço degolado (1976), alegoria apoiada numa perspectiva de um palhaço que encena uma prisão existencial e evoca, através de uma narrativa exagerada, nomes da cultura nordestina como Ariano Suassuna e Gilberto Freyre. O movimento vanguardista

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Espaços alternativos exibem música autoral

Por Yuri Euzébio Em meio às dificuldades de incentivo para o setor de cultura e ao fechamento de casas de espetáculos, pipocam no Recife espaços alternativos para apresentação de diversas formas artísticas, em especial, da música independente produzida em Pernambuco. Em comum, esses locais têm um caráter intimista, com lotação limitada, preços acessíveis e a força de vontade de seguir nadando contra a maré da crise econômica. Em muitos deles, o proprietário resolveu abrir os portões do quintal da própria casa como cenário para exibição da arte local. Foi o que fez a jornalista Aline Feitosa, que transformou a área externa da sua residência no Pequeno Latifúndio, espaço onde se apresentam músicos da cena autoral. É uma espécie de jardim secreto em meio à selva de concreto do bairro do Espinheiro, onde Aline monta um palco com cadeiras para receber seus clientes e artistas. “Gosto de dizer que o Pequeno Latifúndio não é um bar, nem um espaço, é a minha casa. Quando eu recebo as pessoas aqui, trato como se fossem convidados do meu lar, fico na cozinha, preparo os drinques”, destacou a proprietária e pau pra toda obra. A ideia do espaço surgiu como um passo natural da vida da jornalista, que já havia dado uma guinada com a criação de uma assessoria e consultoria em comunicação para artistas e projetos culturais, cuja sede era também na sua casa, e da percepção do momento penoso à cultura vivido pelo País. “Transformar isso aqui em um lugar que recebesse shows partiu da minha constatação de não haver mais espaços e nem incentivo para músicos, principalmente os que fazem música autoral”, explicou Aline em meio às plantas do seu quintal. “Aqui não é uma casa de shows, é uma casa de encontros”, conceitua explicando que em geral são os próprios músicos que trazem seus equipamentos. Para não atrapalhar a vizinhança, ela pede para que produzam um som num volume baixo. Muitos nem usam amplificador, tocam acústico. “É uma experiência bacana tanto para o músico que está fazendo um formato inusitado, quanto para o público que se vê na obrigação de não fazer barulho e prestar atenção”, ressalta. O casal de jornalistas Jefte Amorim e Andrea Trigueiro também abriram as portas de sua casa para as artes. Só que na Vila Nazaré, em Cabo de Santo Agostinho, onde fundaram o Esperantivo Casa, Comida e Cultura. A ideia inicial era ter um local para descansar e acabaram alugando uma casa onde funcionava um bistrô. “Como havia a estrutura de restaurante, acabamos recebendo alguns amigos e cozinhando pra eles. Começamos a abrir ao público também com bebidas e as boas conversas”, conta Jefte. “Juntamos essa experiência com o sonho de ter um lugar para promover a obra, a memória, o trabalho e a vida do poeta Esperantivo”. Cordelista, Esperantivo é imortal da Academia Caruaruense de Literatura de Cordel (PE), Academia Cabense de Letras (PE) e Academia de Cordel do Vale da Paraíba (PB). O espaço oferece ainda visita guiada e uma exposição permanente sobre a vida e a obra do poeta. “Fazemos também recepção, sob agenda, para grupos educacionais, oferecemos oficinas de cordel e cedemos nosso espaço como palco para parceiros que queiram ministrar oficinas ou elaborar conteúdos que estejam ligados à nossa missão”, explica Andrea. O maior desafio do Esperantivo, segundo o casal, é também seu maior compromisso: a formação de um público cabense que valorize e se acostume com experiências culturais na cidade. No centro do Recife, a TV Tumulto é outro ponto de resistência que aposta nos sons autorais e independentes da cidade. O projeto encabeçado pelo músico Juvenil Silva, divide o mesmo espaço com o ateliê do artista plástico Flávio Emanuel e vem com um conceito diferente. “A TV Tumulto é como se fosse um programa de TV, só que todo mundo entra e todo mês vamos fazer algum evento diferente”, explicou o artista. Todas as atividades que acontecem no local são registradas em vídeo com o objetivo de formar uma programação nas redes sociais. O espaço agrega expressões artísticas diferentes, que vão desde a música até a leitura de obras literárias. “A proposta da casa é multiartística. Até porque Flávio é um artista plástico renomado, a mulher dele Alice Gouveia é professora de cinema da UFPE e está sempre com o pessoal do audiovisual, e eu sou músico. Temos vários contatos do pessoal de teatro também, Fernando Arruda atua na produção e é ligado às artes cênicas”, reiterou. “Quando alguém nos pede para fazer um show, propomos diálogos com outras expressões artísticas”, explicou. O instrumentista Juvenil além de vez ou outra dar uma canja no palco, também é responsável por fazer a curadoria da casa. O músico pondera que mesmo com todas as dificuldades do momento atual, é muito gratificante promover a arte. “Acho que quanto mais difícil, maior tem que ser a resistência”, defendeu. Congregando bar e eventos culturais, o Terra Café já é referência pra quem gosta de curtir uma boa música na cidade. O espaço surgiu, ocasionalmente, quando a arquiteta Fernanda Batista resolveu abrir o quintal do seu escritório para a criação de um lugar de socialização e isso foi ganhando uma proporção maior. Ela conta que tudo começou quando chamou um amigo, que era cantor e compositor, pediu para se apresentar no local. Aos poucos o espaço foi se transformando num café, bar e restaurante com apresentação de shows. “Esse já é o terceiro endereço, começou num local pequenininho na Boa Vista, aí fomos pra Rua Monte Castelo que já foi um pouco maior e depois, como a demanda foi aumentando, sentimos a necessidade de ter um equipamento cultural ainda maior para dar esse suporte ao público”, esclareceu Gabriela Dias, sócia e administradora do local. Apesar das mudanças de endereço, o Terra mantém desde o princípio as mesmas características de um ambiente que funciona num quintal arborizado para que quem estiver lá se sinta em casa e da proposta de unir música e bebidas. Também funciona de segunda a sexta para almoço e

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6 fotos de Camaragibe Antigamente

Destacamos hoje o município de Camaragibe. Encontramos 6 imagens que nos remontam à ocupação de décadas atrás da cidade nos acervos da Biblioteca do IBGE, da Fundaj e da Página Camaragibe Antigo. As fotos são da Fábrica de Tecidos de Camaragibe, do Casarão de Maria Amazonas, que fica no antigo Engenho Camaragibe, e uma de uma região de curral do município. A Vila da Fábrica de Camaragibe foi a primeira vila operária da América Latina. Antes de se tornar cidade, Camaragibe (que se escrevia Camarajibe) era pertencente à São Lourenço da Mata. Clique nas imagens para ampliar. . Companhia Industrial Pernambucana - Fábrica de Tecidos de Camaragibe (Biblioteca do IBGE) . Vista aérea da Companhia Industrial Pernambucana - Fábrica de Tecidos de Camaragibe (Biblioteca do IBGE) . Casarão de Maria Amazonas (Acervo de Rubemar Graciano - Camaragibe Antigo) . Engenho Camaragibe (Casa de Maria Amazonas), Provavelmente dos anos 1960/1970 (Acervo de Rubemar Graciano - Camaragibe Antigamente) . Convento das Carmelitas (Acervo de Rubemar Graciano - Camaragibe Antigamente) . Curral em Camaragibe (Acervo Benício Dias - Fundaj)

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