Arquivos Z_Destaque-principal - Página 15 de 53 - Revista Algomais - a revista de Pernambuco

Z_Destaque-principal

Confira a agenda cultural para a semana pré-carnavalesca entre o Recife e Olinda

Martins e convidados fazem a última prévia da Estação da Luz, em Olinda Após uma temporada de animadas domingueiras que teve início no início de janeiro, o Maestro Spok e sua Orquestra preparam-se para receber convidados especiais no último ensaio pré-carnavalesco da CEL no próximo domingo, dia 4 de fevereiro, a partir das 16h. O palco da casa será palco de um autêntico festival de estilos e diversidades vocais, onde o maestro Spok, ao lado de uma seleção de talentosos artistas, entoará peças de seus repertórios individuais e clássicos do carnaval de Pernambuco. Entre os convidados, estarão presentes Martins, a baiana Josyara, Charles Teone, Joyce Alane, Gizelle Dias, Ylana Queiroga, Héloa, intercalando performances com a animada discotecagem do DJ Pepe Jordão. Os portões da casa abrirão às 15h, dando início ao espetáculo às 17h, com encerramento dos portões às 22h. Os ingressos podem ser adquiridos via Sympla ou no local, com valores de $80 (inteira), $40 (meia) e $65 (social, mediante a doação de um quilo de alimento não perecível). Paço do Frevo anuncia semana de eventos carnavalescos Na semana que antecede o Carnaval, o Paço do Frevo prepara uma programação vibrante, mergulhada no ritmo que caracteriza o museu. À medida que se aproxima do seu décimo aniversário e do Dia do Frevo, celebrado em 9 de fevereiro, o espaço cultural aquece os motores para a festa com o Projeto Frevália. No sábado (3), o artista pernambucano Romero Ferro comanda um show inédito, mesclando Frevo e música tropical brasileira. Além disso, o projeto Orquestra Frevo do Mundo realiza uma audição do seu mais recente disco, “Moraes é Frevo”, no domingo (4). Integrando a programação do Porto Musical, festival de música e negócios, o Paço do Frevo sediará debates sobre a cena musical brasileira de 1 a 3 de fevereiro. Na sexta-feira (2), encerrando as atividades, ocorre a última chance de adquirir adereços na feira “No Corre do Frevo”, destacando empreendimentos liderados por mulheres. O Projeto Frevália de Romero Ferro, que estreou em 2016 no Paço do Frevo, viajou pelo Brasil e retorna mantendo a proposta de unir o Frevo à música tropical brasileira. Com participações especiais, o artista promete apresentar frevos e clássicos do Carnaval com uma abordagem contemporânea e moderna. A apresentação acontece na Praça do Frevo, no terceiro andar, às 16h, com acesso mediante ingresso de entrada no museu. No domingo (4), a Orquestra Frevo do Mundo realiza uma audição de seu novo álbum, “Moraes é Frevo”, homenageando Moraes Moreira. A sessão, iniciada às 16h no terceiro andar do Paço, será seguida por uma roda de conversa sobre o disco, com a participação de Pupillo e Marcelo Soares, idealizadores da Orquestra, além de convidados especiais. O acesso ao evento é mediante ingresso do museu. Dentro da programação do Porto Musical, o Paço do Frevo será palco de debates na "Sessão Acorde Levante pela Música", nos dias 1°, 2 e 3 de fevereiro, às 10h. Os temas incluem o “Futuro da Música no Brasil com o Programa Nacional Aldir Blanc”, “Ética e Políticas Afirmativas, de Gênero e Inclusão”, e “Políticas para a Música em Recife e Pernambuco: Quais os Planos?”. A participação na programação do Porto Musical no Paço do Frevo é gratuita. Finalizando a agenda, na sexta-feira (2), ocorre a última oportunidade de adquirir adereços e acessórios carnavalescos na feira “No Corre do Frevo”, que destaca empreendimentos liderados por mulheres. A feira acontece das 10h às 17h no térreo do museu, com entrada gratuita. Ferreira Costa promove programações gratuitas de carnaval infantil neste fim de semana O mês de carnaval está chegando e a criançada merece aproveitar a festa mais animada do ano. As lojas da Ferreira Costa da Imbiribeira e Tamarineira contarão com eventos especiais neste fim de semana (03/02) para garantir a diversão para a família toda, com programação gratuita de recreação, bloquinho de carnaval, guloseimas, pintura facial, brincadeiras lúdicas e educativas e muito mais. Na Ferreira Costa da Tamarineira, o evento acontece no auditório da loja, no quarto andar, às 13h, com a banda RodKids, show de passistas do Frevo, personagens infantis, recreação e lanches. Já na Imbiribeira, a partir das 13h, os pequenos vão se divertir com show musical, escultura em balão, recreação, pintura e distribuição de guloseimas. É carnaval e alegria tamanho família! Doutores da Alegria leva frevo, ciranda e manguebeat aos hospitais O bloco Miolinho Mole, uma iniciativa dos Doutores da Alegria que leva animação às alas pediátricas de hospitais públicos do Recife, anuncia sua jornada carnavalesca de 5 a 8 de fevereiro. Cinco hospitais receberão a energia contagiante do bloco, começando no Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip) em Coelhos no dia 5, seguido pelo Hospital Universitário Oswaldo Cruz (HUOC) e Procape em Santo Amaro no dia 6. A festa continuará no Hospital da Restauração (HR) no Derby em 7 de fevereiro e no Barão de Lucena (HBL) na Iputinga em 8 de fevereiro. Os cortejos, marcados por frevo, ciranda e manguebeat, começam às 9h30, exceto no HUOC, onde o bloco inicia suas atividades às 9h. Celebrando sua 17ª edição, o Miolinho Mole presta homenagem à cirandeira Lia de Itamaracá e ao movimento manguebeat, incorporando elementos especiais em sua performance. Os palhaços convidam crianças, acompanhantes e profissionais de saúde a participarem de danças de ciranda, enquanto a música "A Praieira" de Chico Science e da Nação Zumbi ganha uma paródia única: “O meu sorinho | Antes do almoço | É muito bom | Pra tirar uma soneca melhor!”. As músicas, que variam de canções tradicionais do carnaval pernambucano a versões humorísticas e composições próprias, são tocadas ao vivo pelos próprios palhaços. Os figurinos, inspirados na ciranda e no mangue, apresentam adereços de cabeça projetados por Antônio Olivier, completando o espetáculo com alegria e criatividade. Primeiro Férias no Jardim de fevereiro acontece neste final de semana Neste sábado, 03 de fevereiro, a Livraria do Jardim se transforma em um cenário encantado para o primeiro "Férias no Jardim" do ano, com a participação especial de Adélia Flor. A partir das

Confira a agenda cultural para a semana pré-carnavalesca entre o Recife e Olinda Read More »

Pesquisa da CNI revela que 81% dos brasileiros adotam hábitos sustentáveis

A adesão de brasileiros a práticas sustentáveis no cotidiano tem crescido, segundo pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI). O estudo revela que 81% dos entrevistados incorporam hábitos sustentáveis sempre ou na maioria das vezes, um aumento em relação aos 74% registrados em 2022. Nos últimos seis meses, as ações sustentáveis mais comuns incluíram evitar o desperdício de água (90%), energia (89%), reduzir a produção de lixo (78%), reutilizar água (74%), separar lixo para reciclagem (65%), reutilizar ou reaproveitar embalagens (60%) e reutilizar o uso de embalagens (70%). No entanto, obstáculos persistem. Encontrar produtos sustentáveis é desafiador para 62% dos entrevistados, e 45% não verificam se os produtos foram produzidos de maneira ambientalmente sustentável. A falta de campanhas de conscientização (19%), hábitos prejudiciais (15%) e desconhecimento (15%) foram citados como principais entraves para a adoção de práticas sustentáveis. O preço ainda é uma barreira significativa, especialmente para produtos orgânicos e que preservam o bem-estar animal. Cerca de 32% dos entrevistados optam por alimentos orgânicos apenas se o preço for equivalente aos não orgânicos, enquanto 33% escolhem produtos que respeitam o bem-estar animal somente se o preço for o mesmo que outros produtos de origem animal. O perfil dos brasileiros que separam lixo para reciclagem destaca-se em moradores de cidades do interior, com idade mais avançada e menor escolaridade. A região Sudeste lidera com 57% de separação de lixo para reciclagem, seguida pelo Sul (55%), Nordeste (36%) e Norte/Centro-Oeste (32%). Dificuldades comuns incluem falta de costume e esquecimento (29%), ausência de coleta seletiva (20%) e falta de informação sobre reciclagem (11%). Ricardo Alban, presidente da CNI “Todos temos de fazer a nossa parte: governo, sociedade e setor produtivo juntos, no que cabe a cada um para viabilizar a descarbonização da economia. Temos de entrar em um ciclo virtuoso para impulsionar o país para uma economia mais sustentável e alinhada à conservação do planeta e à promoção do bem-estar social”.

Pesquisa da CNI revela que 81% dos brasileiros adotam hábitos sustentáveis Read More »

"Temos que olhar o mapa do Nordeste sem as fronteiras que nos separam"

Um conjunto de entidades empresariais ligadas à engenharia de Pernambuco, Alagoas, Paraíba e Rio Grande do Norte se reuniu na sede do Sinduscon-PE para articular a defesa da recuperação da antiga Malha Nordeste que conectava por trilhos os quatro Estados. Sem operações há mais de 10 anos, ela pode agora ser devolvida pela concessionária FTL (Ferrovia Transnordestina Logística) que entrou com um pedido de devolução junto à ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres). Guilherme Cavalcanti, secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, esteve presente no evento e integra também o esforço de recuperar o modal considerado indispensável para a economia regional. Nesta entrevista a Rafael Dantas, ele faz também um balanço da sua pasta no primeiro ano de gestão do Governo Raquel Lyra e comenta sobre os planos para 2024. Ele prevê, por exemplo, que as obras para o primeiro trecho do Arco Metropolitano podem começar ainda este ano, já que o projeto executivo fica pronto em abril, o que abre caminho para realizar a licitação. O que o Estado pretende fazer diante de mais uma iniciativa prejudicial da concessionária que, depois de excluir Suape da Transnordestina, agora quer abandonar a Malha Nordeste? Esse é um movimento que deixa evidente que a atual Transnordestina incompleta deixou de ser um projeto de nação e passou a ser, exclusivamente, um projeto de quintal da empresa A ou B ou C. É lamentável que o País esteja se submetendo ao capricho individual de uma empresa. A certeza que temos é que estamos na defesa do que é correto e isso é o que alimenta a força da nossa luta. Vamos, cada vez mais, expor a realidade de que o Nordeste, principalmente o Nordeste Oriental, com os estados do Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Alagoas, está sendo alijado da possibilidade de ter, de fato, uma maior competitividade. Em Pernambuco vamos seguir firmes na cobrança dos compromissos reforçados pelo Governo Federal no que diz respeito ao trecho Salgueiro-Suape. Mas, agora, integraremos também essa luta para a reativação de uma conexão das regiões econômicas mais pujantes do Nordeste Oriental. Isso significa ligar o norte do Rio Grande do Norte ao sul de Alagoas e fazer isso dentro de uma concessão que possa privilegiar a integração dessas regiões. Por fim, a gente já tem dito isso, mas gosto de ressaltar sempre: não estamos falando do trecho Salgueiro-Suape, mas do trecho Suape-Ferrovia Norte e Sul [com a conclusão da Transnordestina fica mais factível a possibilidade de conectar o porto pernambucano com essa importante ferrovia que é a Norte Sul]. Se o Brasil quiser levar a sério o desafio de ter uma integração ferroviária que entrega competitividade, precisamos conectar o Porto de Suape, que é o hub port do Nordeste, às regiões produtivas do Matopiba (sigla para Maranhão, Tocantins, Piauí, Bahia) e ao País como um todo através da Ferrovia Norte-Sul. Temos uma oportunidade de fazer isso. Os planos do Brasil sempre apontaram nessa direção e não faz nenhum sentido que as pessoas abandonem essa linha estratégica. Então, é isso que a gente vai cobrar permanentemente. Qual a importância dessa articulação regional das entidades empresariais para retomada da antiga Malha Nordeste? A área de influência de Suape vai de Natal à Maceió. A gente serve às principais áreas metropolitanas de todo o Nordeste Oriental, servimos às grandes cidades do interior e é isso que tem sustentado a demanda. Nesse embate em defesa da Transnordestina, o Porto de Suape, em parceria com a Federação das Indústrias e o Senai, está realizando estudos de cargas e ampliando o raio desses estudos para alcançar todas as regiões produtivas aqui no Estado e prospectando cargas muito além do limite de Pernambuco e do Nordeste Oriental. Então, é fundamental o fato de o governador da Paraíba [João Azevêdo] ser o presidente do Consórcio Nordeste, o ministro dos Transportes ser alagoano, termos no Rio Grande do Norte talvez o maior potencial das energias renováveis do Brasil e quiçá do mundo. Há uma revolução se iniciando que começa pela capacidade dos ventos e do sol, que tem brilhado um pouco mais forte no Rio Grande do Norte. Tudo isso vai se integrar numa economia pujante que está, sim, ao longo das nossas capitais. Precisamos defender que essa integração se faça de uma forma que fiquemos cada vez mais perto em vez de cada vez mais longe. Temos que começar a olhar o nosso mapa sem as fronteiras que nos separam. O Estado da Paraíba, por exemplo, de forma muito inteligente abraçou o polo automotivo da Stellantis, como sendo o polo da Paraíba também. Essas grandes obras e grandes investimentos que integram e desenvolvem o Nordeste têm impacto que repercute na região toda e tem que ser objeto de defesa radical da gente. No ano passado o Governo Federal fez um gesto de incluir no PAC o trecho pernambucano da Transnordestina até Salgueiro. O que foi feito de lá para cá? Primeiro, estava correndo o prazo do levantamento de haveres, ou seja, uma auditoria final para que possam ser recebidos os trechos que estão principalmente entre Salgueiro e Custódia. Trata-se de levantamento de ativos, a valoração disso para que possa concluir o processo que teve início no Aditivo Nº 1. Isso é o processo que andou, a companhia fez a sua parte, a ANTT fez a sua também, isso agora está em análise pelo ministério e ele tem um prazo para concluir e estamos acompanhando. Além disso, criamos um grupo de trabalho entre o Governo de Pernambuco e o Federal para desenhar uma nova modelagem de concessão. Já vimos três modelos possíveis que estão sendo explorados e serão aprofundados para que possamos propor isso mais adiante. Também foi colocada à mesa a possibilidade de invertermos parte dessa obra, tendo seu início a partir do Porto de Suape. Isso ainda está em fase de estudo, é cedo para dizer se esse será ou não o caminho a ser trilhado. Mas, o fato é que como não há devolução de ativos nesse trecho, seria uma obra nova,

"Temos que olhar o mapa do Nordeste sem as fronteiras que nos separam" Read More »

Pequenos negócios, grandes perspectivas

*Por Rafael Dantas As desconfianças com o cenário econômico brasileiro diminuíram no ano passado e já levam a maioria dos empresários (56%) a esperar um crescimento no faturamento superior a 10% para 2024, segundo pesquisa realizada pela Amcham. As micro e pequenas empresas — que representam em Pernambuco 93,63% dos negócios em atividade — também estão otimistas. As principais tendências para impactar os negócios neste ano seguem sendo a digitalização, especialmente com mais uso de inteligência artificial, o trabalho híbrido e a agenda ESG (que envolve práticas ambientais, sociais e de governança). “O setor de micro e pequenas empresas em 2023 já teve uma melhora razoável, saindo da pandemia e com crescimento. Mas há novos fatores que justificam o otimismo, como os investimentos públicos no Estado e a redução da taxa de juros que possibilita maior crescimento nos negócios”, afirmou o superintendente do Sebrae-PE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), Murilo Guerra. A estabilidade política vivida pelo País, após anos de maior tensionamento, e os bons indicadores econômicos do ano passado, como o controle da inflação dentro da meta, são outros fatores que colaboram para maior previsibilidade do desempenho econômico brasileiro e favorecem os negócios. A recuperação de crédito de milhões de consumidores também entra nessa conta favorável ao crescimento das pequenas empresas. A nova gerente regional da Amcham Pernambuco, Fernanda Angeiras, considera que o ambiente mais sadio de crescimento econômico do Estado e do País, combinado com o processo de retomada após a pandemia global, explicam o otimismo. “Segundo a pesquisa Panorama 2024, realizada pela Amcham, percebemos que os negócios, independentemente do porte, continuam focando nos clientes, investindo na formação de equipes de alta performance e em eficiência produtiva. Isso em diálogo com agendas de inovação”, declarou a gerente da Amcham Regional Pernambuco. Olhando para um cenário mais nacional, ela afirma que a aprovação da Reforma Tributária em 2023 é um dos fatores que vai promover mudanças em todo o mercado e que deve trazer impactos positivos ao mercado. O índice de confiança das micro e pequenas empresas, na última medição do Sebrae, em novembro do ano passado, alcançou 92,8 pontos. O indicador havia começado o ano passado com 84,6 pontos. O humor das MPEs está acima da média geral das corporações que registrou em novembro um indicador de confiança de 91,6 pontos. NEGÓCIOS CADA VEZ MAIS DIGITAIS A 5ª edição da Pesquisa do Sebrae Pulso dos Pequenos Negócios revelou que 74% das MPEs pernambucanas vendem utilizando redes sociais, aplicativos ou internet (como Whatsapp, Facebook e Instagram). Para 35% dos negócios pesquisados, as receitas pelos canais digitais giram entre 25% e 50% do faturamento total. Em 13% dessas empresas, o volume de vendas online gera dividendos superiores aos 50% do faturamento. A comercialização pela internet foi o caminho de muitos negócios durante a crise sanitária que o mundo enfrentou e é uma das razões do otimismo neste ano. A empresária Emília Batista, que leva seu nome para a marca da sua empresa no ramo de confecções de moda fitness, prevê chegar em novos mercados em 2024. Com 14 colaboradores internos e produzindo entre quatro e cinco mil peças por semana, o negócio com sede em Santa Cruz do Capibaribe atravessou a pandemia com um amadurecimento na digitalização das vendas e hoje tem clientes em todo o País. “Nosso maior crescimento foi durante a pandemia. Sempre que atendíamos os clientes, eu já pegava os contatos, fazia um cadastro rápido e nem pensávamos que o Moda Center seria fechado. Já estávamos muito no Instagram. Nessa época, já fazíamos 30% dos pedidos pelo WhatsApp. Com a chegada da pandemia, fiz contato com todos e tivemos a certeza que as vendas online davam certo”, afirmou. Com o maior investimento dos consumidores na saúde, com mais brasileiros procurando se exercitar, as vendas no segmento fitness cresceram e a Emília Batista Store está surfando nessa onda. A antiga loja física virou um ponto de distribuição para as entregas, a empresa investiu em um site e reforçou a comunicação em redes sociais. “Para 2024 nossa meta é aumentar o atendimento online. Nosso foco são as vendas no atacado, mas queremos aumentar o varejo. Queremos também chegar em regiões onde temos poucos representantes”, conta a empresária. Nos planos da marca estão atingir mais forte os mercados de São Paulo e dos Estados da região Sul, além de aumentar o alcance dos clientes da categoria plus size. “Estou otimista. Todo mundo virou a página da pandemia e está em busca de uma qualidade de vida melhor”. POLO DE CONFECÇÕES E SUAPE COM PERSPECTIVAS EM ALTA Além do segmento pujante em que Emília atua, todo o Polo de Confecções do Agreste, que é composto principalmente por pequenas e micro empresas, vive na expectativa de uma melhoria na logística. Um dos grandes investimentos anunciados no ano passado foi para a requalificação e duplicação de 13,2 quilômetros da BR-104. O trecho liga os municípios de Caruaru e Toritama e receberá um aporte de R$ 106 milhões. De acordo com especialistas do Sebrae, essas obras planejadas pelo Governo Estadual para a região podem abrir oportunidades promissoras para o setor empresarial, envolvendo a participação de diversos empreendedores locais. Se o interior do Estado está animado com os investimentos em infraestrutura, outro local que tem uma grande expectativa de um novo ciclo econômico é a região de influência do Complexo Industrial-Portuário de Suape. O anúncio de US$ 17 bilhões para a Refinaria Abreu e Lima abriu um novo horizonte para o polo. “Em Pernambuco há a expectativa de investimentos mais robustos em Suape, o que deve ampliar a circulação de dinheiro na economia como um todo, impactando a maior parte do mercado”, afirmou o consultor da TGI, Fábio Menezes. Ele destaca, inclusive, que as dificuldades de contratação de profissionais e de retenção de talentos podem voltar a acontecer na região. “É possível que vivenciemos uma fração do que aconteceu na época da implantação dos projetos estruturadores em Pernambuco (como a refinaria, a petroquímica, os estaleiros) que é a escassez de

Pequenos negócios, grandes perspectivas Read More »

Remessa Conforme reduz preço dos importados e varejo nacional tem queda nas vendas

A análise realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) avaliou o impacto da isenção do imposto de importação em produtos adquiridos por pessoa física com limite de 50 dólares sobre o cenário varejista brasileiro. A pesquisa revela que a cada 1% de diferença no valor em comparação aos produtos importados pelo Programa do Governo Remessa Conforme, as empresas nacionais enfrentam uma média de perda de 0,49% no faturamento. Os setores mais afetados incluem farmácia e perfumaria, com o maior impacto (0,87%), seguidos por vestuário e calçados (0,64%). Para exemplificar esse fenômeno, considere-se o caso de um celular nacional de R$1 mil comparado ao mesmo modelo importado, que é 10% mais barato, custando R$900. Embora a diferença de preço pareça inicialmente atrativa, a pesquisa da CNC ressalta que essa economia inicial resulta em um custo significativo para o comércio brasileiro. O estudo indica que a opção por produtos importados, impulsionada pela disparidade de preço, resulta em uma redução média de 4,9% nas vendas para os estabelecimentos nacionais. Em termos práticos, isso traduz-se em uma perda de quase R$5 para cada R$100 inicialmente esperados, sem considerar os custos operacionais que já sobrecarregam as empresas. Bernardo Peixoto, presidente do Sistema Fecomércio/Sec/Senac Pernambuco “Para a Fecomércio Pernambuco é fundamental que a execução das atividades comerciais não incorra em custos adicionais. A competição desleal do mercado estrangeiro prejudica e onera severamente o setor que mais emprega no Brasil. Precisamos tomar medidas eficazes para garantir um ambiente de negócios justo e equitativo, preservando a vitalidade do comércio nacional e protegendo os empregos que são essenciais para a nossa economia”. Ação Direta de Inconstitucionalidade ajuizada no STF  Por conta dos prejuízos provocados à competitividade do setor produtivo brasileiro, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e a Confederação Nacional da Indústria (CNI) protocolaram uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) no Supremo Tribunal Federal (STF) contra a isenção do imposto de importação para bens de pequeno valor, destinados a pessoas físicas no Brasil. A ADI pede que o Remessa Conforme seja suspenso enquanto o mérito não for julgado. 

Remessa Conforme reduz preço dos importados e varejo nacional tem queda nas vendas Read More »

Feliz 2034: um convite para curar a miopia estratégica e criar um futuro melhor

Como driblar a falta de visão de longo prazo em meio às transformações aceleradas nas organizações do Século 21? (Foto de abertura gerada com IA pelo Bing) Pelo ofício de futurista e palestrante, tenho escutado de empreendedores, líderes e gestores uma dificuldade cada vez mais comum na atividade empresarial: não conseguir enxergar, com clareza, os próximos passos de suas organizações. O grave disso é que esses profissionais — há 10, 15, 20 anos — sabiam qual o melhor caminho a percorrer. O que tem acontecido para que essa sensação de miopia estratégica venha se tornando predominante nos dias de hoje? Uma das causas é o processo de aceleração das mudanças sociais, econômicas, ambientais, sanitárias, políticas e, principalmente, tecnológicas. Esses fatores sempre estiveram presentes ao longo da história, mas em ritmo lento, comparado ao que vivemos atualmente. Por isso, era possível avaliar e reagir aos seus impactos com menos esforço e mais certeza. Em minhas palestras, apresento um comparativo dos Séculos 19, 20 e 21, que demonstra bem isso. A quantidade de tecnologias criadas nos últimos 30 anos já supera a soma dos Séculos 20 e 19. Ou seja, nas últimas três décadas, avançamos mais tecnologicamente do que em 200 anos. O que ajuda a entender a Lei de Retornos Acelerados, de Ray Kurze, da Singularity University. Para Kurze, a lei estabelece um princípio universal sobre o crescimento exponencial das tecnologias, que dobra o seu poder a cada ano. A Lei dos Retornos Acelerados aumenta o ritmo de evolução da humanidade, contribuindo também para a elevação da sua complexidade. Nessa direção, podemos esperar avanços tecnológicos mais rápidos e com mais impacto daqui para frente. Uma forma para não se perder nesse ambiente acelerado e complexo é ampliar a visão com a lente do longo prazo. Em vez de pensar apenas nas metas de 2024, por exemplo, olhar para um horizonte de 10 anos. Isso permite compreender melhor as mudanças e suas direções, possibilitando ligar os pontos que não conseguimos quando olhamos apenas para o curto prazo. É muito comum nas organizações que a proporção entre cuidar das questões do passado, das atividades do presente e do planejamento para o futuro seja, na média, 20%, 70% e 10%, respectivamente. Para gerentes e supervisores, por exemplo, essa divisão não é tão comprometedora. O foco é operacional mesmo. Então, o presente precisa de mais atenção. Até para não comprometer o futuro. Por outro lado, para empreendedores e C-levels, o foco demasiado no presente é um tiro no próprio pé. O ideal é que a visão de longo prazo seja predominante. Uma boa conduta é adotar o padrão de 10% para o passado, 20% para o presente e 70% para o futuro. Logicamente, essas visões precisam estar conectadas a uma abordagem de back casting, que trabalha o presente a partir de cenários de futuro, para criar o melhor caminho até lá. Essa mudança de postura proporciona menos incerteza nas decisões, menos esforço para eventuais correções de rumo e mais sustentabilidade ao negócio, devido à antecipação dos riscos. Além disso, traz também confiança para inovar produtos, criar serviços e, até mesmo, explorar novos mercados. Como exercício para alongar a visão, compartilho aqui uma parte da minha base de estudo sobre o futuro, que analisa agentes de mudança transversais com potencial de atingir a maioria dos mercados. O primeiro agente é a transição demográfica da população brasileira, que aponta um Brasil com menos crianças e jovens, mais mulheres economicamente ativas e com predominância de idosos. O segundo agente é o impacto da IA no mercado de trabalho, que pode ser, ao mesmo tempo, uma ameaça ao emprego e uma aliada para superar as dificuldades do final do ciclo do bônus demográfico. Outro agente é a consequência da crise climática nas cidades, que vai criar questões para serem resolvidas nas áreas de moradia, mobilidade e, principalmente, infraestrutura dos serviços básicos. Por fim, é importante também considerar a intergeracionalidade. Pela primeira vez na história, na próxima década, teremos cinco gerações (BB, X, Y, Z e Alpha) convivendo em vários ambientes. A depender de como é vista e abordada, pode ser um grande problema como também proporcionar muitas oportunidades, tendo a diversidade como o fio condutor. Então, praticando desde já a visão de longo prazo, um Feliz 2034 para todos nós.

Feliz 2034: um convite para curar a miopia estratégica e criar um futuro melhor Read More »

Articulação empresarial do NE defende recuperação da antiga malha ferroviária

O Nordeste já teve uma ferrovia que conectava vários Estados, foi privatizada em 1998 e em poucos anos foi sendo desativada. Em reunião realizada na sede do Sinduscon-PE, representantes dos sindicatos da construção de Pernambuco, de Alagoas, da Paraíba e do Rio Grande do Norte alinharam uma estratégia para reivindicar a recuperação dessa antiga Malha Nordeste. Integram essa ação ainda outras entidades, como a Federação das Indústrias de alguns estados, o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Pernambuco (CREA-PE), o Sindicato Nacional Empresas de Arquitetura Engenharia (Sinaenco), o Clube de Engenharia, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), entre outras. A luta da vez não é do trecho entre Salgueiro e Suape, mas dessa linha que conectava os portos dos quatro estados e que parou de funcionar há mais de uma década. O grupo planeja elaborar um documento conjunto, sob a coordenação do Crea-PE, contendo propostas para viabilizar a conclusão da ferrovia. Este documento será entregue ao ministro dos Transportes, Renan Filho, além de ser encaminhado às bancadas estaduais e federais dos quatro estados envolvidos. O engenheiro Maurício Pina fez uma explanação de todo o histórico de construção e decadência das ferrovias no Nordeste e da luta pela Transnordestina. Em dezembro de 2022, o trecho Pernambucano foi retirado do projeto que ligava na sua origem os portos de Suape e Pecém à Elizeu Martins, no Piauí. A notícia mais recente foi o pedido de devolução da FTL da Malha Nordeste, que caso seja aceito será uma nova derrota para a região, segundo o especialista. Participou ainda da reunião do secretário de desenvolvimento econômico de Pernambuco, Guilherme Cavalcanti, o consultor da TGI Francisco Cunha e o engenheiro Carlos Calado. A entrada de representações dos demais estados reforça o trabalho do movimento "Transnordestina Já", que reúne as entidades civis em defesa da ferrovia, é capitaneado pelo Crea-PE. A luta empresarial passa agora a ser de execução da retomada do projeto original da Transnordestina (incluindo o trecho Salgueiro - Suape) e da reativação da Malha Nordeste, conectando os portos de Maceió, Cabedelo, Suape e Natal. Na próxima edição da Algomais publicaremos uma entrevista com o secretário Guilherme Cavalcanti sobre os movimentos mais recentes pela ferrovia. Deloitte investe em novo escritório no Porto Digital Deloitte inaugurou seu novo escritório no Moinho Recife - Revitalis, no Bairro do Recife, em um evento que contou com a presença do prefeito do Recife, João Campos, na noite desta terça-feira (23). A empresa, especializada em serviços de auditoria, consultoria, consultoria tributária, corporate finance e outsourcing, prevê a geração de 400 empregos diretos na capital pernambucana. O escritório está situado na área beneficiada pelo programa municipal de incentivos, o Recentro, que oferece isenção de IPTU, ITBI e redução de ISS para algumas atividades, incluindo tecnologia. O prefeito João Campos destacou a importância de políticas de incentivo municipal e enfatizou que a Deloitte agora faz parte de um ecossistema tecnológico de destaque no Brasil. Crescimento no interior O Shopping Difusora, no centro de Caruaru, fechou o ano de 2023 com números positivos. Atualmente o mall conta com cerca de 130 operações, entre lojas e quiosques e as operações de alimentação. Das 44 operações inauguradas em 2023, estão entre elas 23 novas lojas e 21 quiosques. A expectativa é de que mais 4 lojas abram no próximo trimestre. O crescimento nas vendas entre janeiro e dezembro foi de 4%, em relação ao ano anterior, e a expectativa é que em 2024, com a expansão do shopping e a abertura de novas lojas, esse número chegue a 6%.

Articulação empresarial do NE defende recuperação da antiga malha ferroviária Read More »

"Temos tido um olhar muito especial para a cultura popular"

Ricardo Mello, Secretário de Cultura, fala das novidades do Carnaval do Recife que este ano terá uma forte presença de agremiações culturais nas aberturas das noites do Marco Zero. Ele também faz um balanço da sua gestão e das iniciativas inspiradas no movimento MCP dos anos 1960. (Foto Marcos Pastich PCR) O Recife promete realizar a maior folia carnavalesca da sua história e, não por acaso, seu lema é O maior Carnaval em linha reta. Para fazer jus ao slogan, este ano a festa começa oficialmente na quinta-feira (8), e terá mais de três mil atrações espalhadas em 49 polos da cidade. A abertura terá duas cerimônias: Ubuntu, com a lavagem do Boulevard da Avenida Rio Branco ao som dos afoxés, e Tumaraca, encontro de Nações de Maracatu que, este ano, terá a participação do Olodum e uma homenagem a Naná Vasconcelos denominada Tambores pela Paz. “Essas cerimônias remetem à questão de ancestralidade. Precisamos olhar para a diversidade da cultura popular do Recife e sua riqueza. Ela está conectada com nossas origens”, defende o secretário de Cultura da cidade, Ricardo Mello. Ele afirma que haverá uma maior presença da cultura popular nas aberturas das noites do Marco Zero. Trata-se de mais uma iniciativa da sua gestão que tem priorizado o apoio a esses artistas e às agremiações culturais. Nesta entrevista a Cláudia Santos, Mello informa como tem realizado esse fomento, fala das novidades do Carnaval 2024 e faz um balanço da sua gestão. Como será a programação do Carnaval do Recife, suas atrações e a realização de cerimônias, como o Ubuntu e o Tumacara? Detalhes sobre as atrações artísticas, o público pode conferir nos perfis do Instagram da prefeitura, do Carnaval do Recife e do Cultura do Recife. O Ubuntu é a cerimônia em que acontece a lavagem da Boulevard da Avenida Rio Branco e o encontro dos afoxés. Em seguida haverá o Tumacara, um encontro de maracatus que, este ano, terá a participação inédita do Olodum e o piano de Amaro Freitas. Será o Encontro de Tambores pela Paz. Essas cerimônias remetem à questão de ancestralidade. Precisamos olhar para a diversidade da cultura popular do Recife e sua riqueza. Ela está conectada com nossas origens, com as religiões de matriz africana, de como surgiu o Carnaval, que está ligado ao próprio frevo, ao maracatu, aos afoxés. É um posicionamento que vem desde o ano passado, quando tomamos a decisão do Galo Preto Ancestral (a tradicional escultura do Galo da Madrugada instalada na Ponte Duarte Coelho) que já trazia esse olhar para as nossas origens africanas, para a nossa cultura que foi muitas vezes marginalizada. Em 2023 também homenageamos duas mulheres negras, uma do maracatu e uma do frevo: Marivalda e Zenaide. É algo que também está conectado com a eleição recente dos patrimônios vivos e de Lia de Itamacará, homenageada do Carnaval do Recife deste ano. É uma representação fortíssima, uma mulher negra, praticamente uma entidade da ciranda, da cultura popular. Também homenageamos Chico Science, integrante do Manguebeat. Ele conectou o Recife com o mundo, mas tinha nas suas fontes principais a cultura popular. Então, o Carnaval acaba também sendo esse grande encontro do tradicional com o contemporâneo. Outra questão conceitual importante é que o Baile Municipal terá apenas vozes femininas no palco. Elas serão acompanhadas por maestros – Forró, Ademir Araújo e Spock – mas será um baile comandado pelas mulheres. Temos também algumas iniciativas que foram trazidas no ano passado como o De Pátio a Pátio, um cortejo de cultura popular que vai ser ampliado. Este ano, temos 49 polos espalhados por toda a cidade. A gente vai ter de volta, inclusive, o Pátio de Santa Cruz com atividades lá. Ao longo do Carnaval, teremos a presença muito forte da cultura popular nas aberturas das noites do Marco Zero. Tudo isso faz parte do Plano Recife MCP - Matriz da Cultura Popular. Você poderia explicar esse plano? O MCP tem uma inspiração no Movimento de Cultura Popular [que tinha o objetivo de educar a população pobre da cidade e oferecer acesso à cultura]. Foi algo que planejamos desde o final do ano retrasado, quando trouxemos essa reafirmação do lugar da importância da cultura popular para a diversidade e riqueza da cultura do Recife. Fizemos uma reparação histórica com um aumento significativo de premiações e subvenções para as agremiações. Agora, no segundo ano, concedemos até 50% de reajuste. Também conseguimos aprovar uma lei que isenta as agremiações da cultura popular de pagamento de tributos municipais. Tudo visando salvaguardá-las. Com o MCP, buscamos um acolhimento e um atendimento jurídico para qualificar e formar essas agremiações na participação de editais com o objetivo de cada vez mais democratizarmos o acesso da cultura popular, dos fazedores e fazedoras de cultura, a esses recursos públicos. É importante dizer que o MCP também busca o encontro do público com as manifestações culturais mais genuínas que a gente tem. O diálogo dessas manifestações e expressões culturais com a cidade e com quem nos visita é muito importante. O plano também visa a uma integração com a educação e a ocupação de espaços públicos na cidade para que haja cada vez mais um conhecimento acerca da história, da memória dessa ancestralidade e de tudo o que fomentou e fez surgir e manter, até hoje, esses nossos patrimônios culturais imateriais. O MCP avança agora na perspectiva de ter um espaço no Pátio São Pedro, integrado à educação, com dois prédios públicos que vão atuar integrados fisicamente e nas ideias. É um investimento para a requalificação do Pátio de São Pedro no sentido de um espaço histórico-cultural que chamamos de Centro Histórico de Criação do Futuro. Lá no pátio, iniciamos o movimento de valorização dos espaços culturais, o Move Cultura, quando reabrimos a Casa do Carnaval, o Memorial Chico Science, o Memorial Luiz Gonzaga, o Museu de Arte Popular e a Casa do Conselho. Vamos levar novos projetos para lá buscando trazer de volta a movimentação no pátio, tornando-o sustentável, com outros equipamentos, como restaurantes e

"Temos tido um olhar muito especial para a cultura popular" Read More »

Soluções para o desenvolvimento de Pernambuco passam pelo semiárido

A instalação de uma conexão rodoferroviária e investimentos em energia renovável é biotecnologia aplicada à seca são caminhos possíveis para desenvolver a região que representa cerca de 90% do território de Pernambuco *Por Rafael Dantas Pernambuco construiu uma robusta trajetória econômica a partir do litoral, na Região Metropolitana e Zona da Mata, e encaminhou o desenvolvimento em direção ao Sul, com o Complexo de Suape e, ao Norte, com o polo automotivo de Goiana. Mas tem um forte déficit de investimentos no seu interior. Mesmo com experiências exitosas na economia, como na fruticultura irrigada do Vale do São Francisco e na indústria de confecções, o futuro do Sertão e do Agreste, imersos em grande parte no Semiárido, precisa ser uma das prioridades para o Estado nas próximas décadas. Essa foi uma das constatações da mais recente reunião da Rede Gestão, que tem discutido um novo modelo de desenvolvimento para o Estado no âmbito do projeto Pernambuco em Perspectiva — Estratégia de Longo Prazo. Diferente das abordagens tradicionais sobre o Semiárido, o engenheiro agrônomo e professor da UFRPE (Universidade Federal Rural de Pernambuco - Campus Serra Talhada), Geraldo Eugênio, destacou as oportunidades que estão no horizonte de cidades promissoras do interior, como Serra Talhada. Ao mesmo tempo em que abrange potenciais relevantes para o Século 21, como a geração de energias renováveis e mão de obra qualificada em decorrência da interiorização das universidades, ele destaca que a região inevitavelmente continuará a conviver com desafios históricos naturais como é o caso da escassez hídrica. “Se existe uma realidade incontestável é que a seca é nossa irmã. A única certeza que tenho é da seca, que ela vem. Pode demorar um ano ou dois, mas vem. No final do ano passado, os principais laboratórios do mundo da meteorologia atentaram para o fato que virá um ciclo de El Niño e que a gente entrará em um novo período de seca. Se houve um alerta, temos que estar preparados. Seca é para ser gerida como qualquer empreendimento”, explicou o docente. No entanto, além da necessidade de preparar a região para os novos ciclos de maior escassez de água, Geraldo aponta para um novo horizonte. Diante do cenário de aquecimento global, as lições do semiárido mais populoso do mundo podem trazer oportunidades para Pernambuco e para além das nossas fronteiras. “Nós temos um planeta em processo acelerado de mudanças climáticas. Onde é que está a chave dessa história em relação ao futuro da agricultura mundial? Nas áreas áridas e semiáridas”. O docente destaca que essas regiões não abrigam apenas plantas retorcidas e pequenos animais, mas alguns conhecimentos fundamentais para o mundo mais quente e seco com o qual passamos a conviver. “São milhões de anos de evolução, aonde os genes que fazem com que a vida ocorra mesmo com sete, oito ou nove anos de seca, estão ali. Temos o Semiárido de um milhão de quilômetros quadrados, eu imagino que podemos ter um grande Centro de Biotecnologia Aplicada à Tolerância à Seca e à Alta Temperatura. Isso é mais que fundamental”, afirmou Geraldo Eugênio. “O grande diamante dessa história são os genes que conferem às plantas resistência às mudanças climáticas, à falta d’água. Na agricultura mundial, quem cultiva trigo, cevada, soja, está necessitando disso”. Além da organização desse centro, ele faz ainda duas propostas relacionadas à escassez hídrica. A primeira é a criação de uma Instituição de Gestão das Secas. Essa entidade abrigaria informações históricas relacionadas ao fenômeno natural, bem como sobre as intervenções que foram feitas. Outra defesa do pesquisador é acerca da conexão em rede com organizações de outros lugares áridos e semiáridos do mundo. “Da mesma forma que temos uma coalizão mundial para a Amazônia, obrigatoriamente estaríamos à frente em uma Coalizão Internacional para o Semiárido visando à mitigação e à solução das mudanças climáticas. De seca entendemos e estamos com o produto que o mundo vai precisar”, alertou o professor da UFRPE. BASE INTELECTUAL DA REGIÃO Para fixar essas iniciativas num planejamento estratégico para o Estado, diante de uma oportunidade global, Pernambuco não precisaria dar os primeiros passos mas, sim, aprofundar os investimentos em ciência na região. Serra Talhada, no coração do Sertão do Pajeú, por exemplo, já possui a Universidade Federal Rural de Pernambuco desde 2006. A UPE também está na região desde 2013. A reitora eleita para os próximos anos da UFRPE, Maria José de Sena, que participou da reunião, destaca que o mais difícil já foi alcançado, que é a formação e fixação de pesquisadores na região. “Tem solução, tem perspectiva. É preciso que o Estado como um todo, Pernambuco e o Brasil, entenda o potencial que temos no Semiárido desse País. Sou uma esperançosa. Lá já existe uma semente plantada, com uma raiz profunda, que é uma UFRPE, que é uma UPE e outras instituições. O intelecto já tem. Temos 200 professores doutores e pós-doutores lá”. Perto de iniciar o seu terceiro mandato na reitoria, a partir do mês de maio, ela promete intensificar a atuação na região. “O Brasil não está discutindo ainda a seca que está vindo aí. Mas o mundo já está. Parece até que não estamos acreditando no que a ciência está dizendo. Vamos ser bastante agressivos, vamos dizer que é preciso aproveitar esse potencial. Temos grandes possibilidades de desenvolvimento no Sertão do Pajeú. O mais difícil e caro já temos, que é o bojo intelectual. Quando investimos em educação, investimos em perspectiva”, declarou Maria José de Sena. O conjunto de pesquisas desenvolvidas e de profissionais formados na região em menos de duas décadas tem transformado a cidade. Além do polo educacional, que atrai jovens da região, outros setores passaram a receber investimentos mais robustos, como o da saúde. INFRAESTRUTURA PARA INTEGRAÇÃO COM O INTERIOR Enquanto a pauta da biotecnologia associada ao semiárido é uma agenda quente do Século 21, Pernambuco tem ainda o desafio de superar gargalos básico de infraestrutura, como estradas e conexão ferroviária. Em sua apresentação, o professor Geraldo Eugênio sugere uma visão ousada, de estado, para avançar com

Soluções para o desenvolvimento de Pernambuco passam pelo semiárido Read More »

É urgente recuperar a capacidade pública de planejamento em Pernambuco

A partir a década de 1950, mais precisamente a partir de 1952, Pernambuco iniciou a instalação de uma capacidade pública de planejamento que terminou por se tornar referência no Brasil, influenciando, inclusive, a própria criação da Sudene que se deu em 1959. Em 1952, o então governador Agamenon Magalhães, criou a Codepe – Comissão de Desenvolvimento de Pernambuco que, em 1954, convidou o padre dominicano francês Louis-Joseph Lebret, economista, criador do Movimento Economia e Humanismo, para fazer um estudo que viria a se tornar pioneiro no Nordeste e, mesmo, no Brasil. O Padre Lebret, como ficou conhecido, depois de um diagnóstico aprofundado, elaborou o relatório Estudo sobre o Desenvolvimento e Implantação de Indústrias, Interessando a Pernambuco e ao Nordeste. Neste documento que se tornaria lendário, o Padre Lebret reconhece a vocação portuária de Pernambuco, sugere a ampliação do Porto do Recife para o sul, recomenda a industrialização do Estado com a implantação de estaleiro, polo metalmecânico, produção farmoquímica e, até, uma refinaria e uma montadora de veículos. Além disso, reforçou a importância da rede rodoferroviária, e a necessidade do reforço econômico e urbano das cidades médias do Estado para evitar a explosão demográfica do Recife (ou seja, que ele chegasse “ao limiar da monstruosidade de um milhão de habitantes”), coisa que, infelizmente, não se conseguiu impedir. De quebra, ainda fez uma proposta de zoneamento urbano para o Recife e de urbanização dos morros para moradia operária. Esse “empurrão” formulativo funcionou como uma espécie de alavanca para a transformação da Codepe em Condepe – Instituto de Desenvolvimento de Pernambuco e, posteriormente, em 1973, a criação da Fidem – Fundação de Desenvolvimento da Região Metropolitana do Recife, fortemente influenciada pela teoria regional/metropolitana desenvolvida pelo engenheiro Antônio Bezerra Baltar, amigo e discípulo do Padre Lebret. Na esteira e como âncora deste movimento de organização da capacidade pública de planejamento para o desenvolvimento foi que surgiu o complexo industrial-portuário de Suape que abrigou inúmeras indústrias, os estaleiros, a refinaria, o polo petroquímico- têxtil e só não a montadora automobilística por conta de falta de espaço de qualidade suficiente para a implantação das extensas áreas requeridas pelo projeto. O Porto de Suape representou e representa ainda uma espécie de síntese virtuosa desta capacidade de planejamento instalada em meados do Século 20 que perdurou até o início do Século 21 quando, nos governos Jarbas Vasconcelos e Eduardo Campos, foram implantados os projetos-âncora finais do desenho esboçado meio século antes. A partir daí, junto com o esgotamento do modelo industrial- -portuário desenhado para o Estado, deu-se a perda acelerada da capacidade de planejamento desenvolvida, numa espécie de envelhecimento da estrutura junto com falta de renovação e o desmantelamento das estruturas de planejamento para o desenvolvimento em todos os níveis. A começar pelo nível federal que culminou, no governo passado, com o desaparecimento do próprio ministério do Planejamento, passando pelo nível regional que foi vítima da criminosa extinção da Sudene e de sua recriação como uma pálida imagem do que já foi, chegando no nível municipal com o esvaziamento dramático das estruturas que chegaram a existir na segunda metade do Século 20. No nível estadual, a fusão do Condepe com a Fidem, no início do Século 20, configurou-se como uma espécie de tentativa um tanto quanto desesperada de interromper a decadência e retomar a capacidade formulativa o que, infelizmente, não aconteceu. Hoje, nos deparamos com o esgotamento do modelo de desenvolvimento (tanto nacional quanto estadual), com o desafio das mudanças climáticas num estado pequeno e socialmente dos mais injustos do País, que tem quase 90% do seu território no semiárido em expansão, além de historicamente mutilado como nenhum outro no Brasil (com a perda das comarcas das Alagoas e do São Francisco como punição pelas revoluções de 1817 e 1824). E, como se não bastassem essas mazelas, ainda se coloca pela frente a necessidade de enfrentamento da disrupção digital, turbinada pela inteligência artificial, que promete destruir incontáveis postos de trabalhos num estado já severamente penalizado por indicadores sociais dramáticos. Diante de tudo isto não há outra alternativa do que recuperar urgentemente a capacidade pública de planejamento para o desenvolvimento com o objetivo de enfrentar, de forma inteligente e criativa, as adversidades e aproveitar as oportunidades existente. Afinal, não há vento favorável para quem não sabe com clareza para onde quer ir (se o barco tiver poucos recursos num mar revolto, pior ainda!). Caso contrário, no médio prazo (que vai além de um ou dois períodos de governo) a tragédia está anunciada e contratada. Que o espírito do profeta Padre Lebret nos ilumine!

É urgente recuperar a capacidade pública de planejamento em Pernambuco Read More »