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"Quero tornar a Tambaú uma empresa nacional"

Hugo Gonçalves, presidente da Tambaú conta como seu pai ergueu uma das maiores indústrias alimentícias do Nordeste começando a vender, aos 14 anos, nas ruas de Sertânia, pirulitos feitos em casa. Também fala da segunda e terceira gerações da empresa familiar e dos planos para ganhar o mercado brasileiro. Aos 14 anos, Gerson Gonçalves de Lima era um garoto pobre de Sertânia, no Sertão do Moxotó, que um dia disse ao pai não ter vocação para estudar e que queria ganhar seu próprio dinheiro. A resposta paterna veio em forma de sugestão: que tal fazer pirulitos na cozinha de casa para vender? Proposta aceita, Gerson em pouco tempo já não dependia dos recursos da família, com os trocados que passou a ganhar. Um sucesso que levou seu pai a sonhar mais alto ao propor comercializar doces de frutas tropicais. Montaram uma fabriqueta na vizinha Custódia, onde produziam delícias a partir da goiaba, abacaxi, caju, jaca e até do leite. Tudo feito com receita caseira da família. A produção caiu no gosto do consumidor e transformou a fábrica de Gerson, a Tambaú, numa das maiores indústrias de alimentação do Nordeste. Hoje presidida pelo seu filho, Hugo Gonçalves, a empresa conta com 650 funcionários e produz uma média de 5 mil toneladas de produto acabado por mês – 60 mil toneladas por ano. Hoje, o portfólio é bastante diversificado e inclui, principalmente, derivados de tomates. Essa, aliás, foi mais uma inovação de Gerson. O motivo? "Meu pai disse: `é um mercado muito maior do que o de doces’. Foi uma decisão acertada porque hoje os atomatados representam mais de 70% do nosso faturamento”, ratifica Hugo. Nesta entrevista online a Cláudia Santos, o presidente da Tambaú conta a trajetória da empresa familiar que teve um crescimento de 50% entre 2019 e 2023, mantido sustentável até hoje. O que também permanece é a decisão de manter a fábrica em Custódia, apesar de todos os percalços de se produzir no Sertão. Hugo, porém, tem planos ousados: “pensamos em ter uma outra unidade industrial para poder tornar a Tambaú uma empresa nacional”. É o DNA de empreendedor arrojado de Gerson que persiste na outra geração. Como começou a história da Tambaú? A Tambaú é uma empresa familiar, fundada pelo meu pai Gerson Gonçalves de Lima. Ele era de uma família humilde de Sertânia e, aos 14 anos, disse para o meu avô que não tinha vocação para estudar. Queria ganhar o dinheiro dele e que seu sonho, desde a infância, era ter uma indústria. Foi quando meu avô deu a ideia de começar a fazer pirulitos na cozinha da casa deles. Meu pai saía pela cidade vendendo e no final do dia passava na mercearia, comprava o açúcar que era matéria-prima para o dia seguinte. E foi ganhando dinheiro, não tinha mais a dependência dos pais. Um dia meu avô disse: “Gerson, vamos fazer doces de frutas tropicais”. Naquela época, há 60 anos, na região onde estavam, havia muita produção de frutas porque não havia estiagens tão fortes. Eles alugaram uma outra casa em Custódia onde meu pai montou uma fabriqueta. Inicialmente produziam doce de goiaba. Meu pai era uma pessoa que sempre valorizava a inovação e começou a fazer doces cristalizados, que é aquela mariola. E aí foi de fato, o início da Tambaú. Antes o nome do produto era Goiabada Telma. Depois meu pai teve uma experiência de sair de Custódia para Campina Grande, onde achava que tinha condições de crescer mais rápido por ser um grande centro comercial. Mas chegando lá, percebeu que não havia produção de frutas como na região de Custódia. Ele ainda passou uns dois anos, depois voltou. E veio com três nomes que faziam referência à Paraíba: Tambaú, nome da praia em João Pessoa, Borborema, Campina Grande é conhecida como a rainha da Borborema (referência ao planalto onde fica a cidade) e Cariri (nome da região sertaneja). A família inteira falou que Tambaú era mais bonito. Ele registrou esse nome e inclusive os primeiros rótulos tinham uma alusão a uma praia, com um coqueiro e o mar. Mas, depois, fomos interiorizando mais esse nome, tiramos esses elementos do rótulo e hoje Tambaú, pernambucanamente, é um nome muito forte porque a empresa fez 62 anos, prosperamos e perpetuamos o legado de meu pai. Como era a característica dele como empreendedor? Ele era uma pessoa que valorizava muito a inovação, não se contentou em fabricar somente doces de goiaba. Depois, passou a produzir também de banana, caju, jaca, abacaxi. Quando a empresa fez 25 anos ele disse: “agora vou trabalhar com atomatados”. Perguntei para ele, por que o interesse de entrar nessa área. Ele disse: “é um mercado muito maior do que o de doces”. Como de fato é. Foi uma decisão acertada porque hoje os atomatados representam mais de 70% do nosso faturamento. E em 1997, meu pai foi diagnosticado com câncer de próstata, fez cirurgia e vários tratamentos, mas, no ano 2000, veio a falecer. A Tambaú já era uma empresa bem estruturada e nós nos reunimos – eu, minha mãe, meus irmãos – e, por decisão unânime, passei a ser o presidente, embora fosse o filho mais novo. A empresa começou com meu pai e meu avô, somos a segunda geração e já tem membros da terceira geração trabalhando na empresa. De onde vinham as receitas dos doces? De minha avó, que tinha a habilidade de fazer doces; e meu avô também. Eles passaram muita receita e uma coisa que também faz parte do nosso DNA, que é fazer produtos com foco para o Nordeste. Pessoas de São Paulo, às vezes, comiam nossos doces em calda e achavam muito açucarados, mas nossa região foi colonizada em cima da cana-de-açúcar que, na culinária nordestina, tem um peso muito forte. O nosso ketchup, campeão de vendas, nós o chamamos de "ketchup nordestino" porque é um produto mais adocicado e é o mais vendido porque agrada ao paladar do Nordeste. A Tambaú deixou de fabricar alguns doces. Por quê? Pois

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Rio Capibaribe: dos versos, das vítimas e da visão de futuro

Nesta última reportagem da série "3 Rios, 3 Comunidades, 3 Desafios", o destaque é a Vila Arraes, banhada pelo Capibaribe. A produção é apoiada pelo Programa de Acelerando a Transformação Digital, desenvolvido pelo International Center for Journalism (ICFJ) e Meta, em parceria com associações brasileiras de mídia. *Por Rafael Dantas*Fotos: Felipe Karnakis Apoio As famílias de Daniela Moura, 36 anos, e Edna Souza, 47 anos, moram a poucos metros do Rio Capibaribe, na Vila Arraes, e a poucos quilômetros da Universidade Federal de Pernambuco. A primeira está no bairro desde a infância e há mais de uma década lida com a entrada das águas em sua casa. A segunda mora há cinco anos na região e nunca tinha vivido a experiência de ver seus móveis boiando. No ano passado, ambas viram suas casas serem inundadas, uma até o telhado e a outra chegando no primeiro andar. Hoje, o pior já passou, mas os rastros emocionais, econômicos e sociais permaneceram. O sono de ninguém é mais o mesmo. O medo é que “do nada” as chuvas elevem o nível do rio mais uma vez. As águas e curvas sinuosas do Capibaribe que estão a poucos metros de Daniela e Edna foram a inspiração de muitos versos de João Cabral de Melo Neto. Além da natureza, ele olhou para os seus habitantes. O poeta denunciava em 1950 no clássico Cão sem Plumas a miséria da época vivida na capital. O cenário não é o mesmo, mas as mudanças climáticas, com suas torrenciais chuvas, colocaram a lama na casa de milhares de ribeirinhos. Porém, o mesmo rio que mostrou sua força nas enchentes, também é o motor da perspectiva de uma nova cidade para o futuro, enfrentando problemas tanto do passado, como do presente. AS ÁGUAS PASSARAM, AS MEMÓRIAS PERMANECEM Aquele rio / está na memória / como um cão vivo / dentro de uma sala. Assim o poeta descreve o Capibaribe. A memória dos pernambucanos sobre os dias mais revoltosos do rio remonta às cheias dos anos 1960 e 1970. Houve um episódio menor em 2010 e uma nova grande enchente em 2022. Daniela Moura comprou sua casa há 11 anos, mas desde os 7, está na comunidade. Dona de casa, com três filhas, uma especial de 15 anos e outras de 14 e 8, ela chegou no local, após um antigo morador ter ido embora, depois da enchente de 2010. Desde então, estava acostumada às marés altas que levam águas para dentro de sua residência. Mas, ela nunca pensou que passaria por uma cheia como a de 2022, quando até o telhado ficou submerso. “Todo ano minha casa sempre enchia, mas nunca pensei que teria uma cheia de tomar uma proporção tão grande. Foi muito rápido. Não tive tempo de pegar nada. A única coisa que fiz foi abraçar minha filha que é especial, peguei as outras no braço. Abracei a gordinha e saí correndo no meio da água, que já estava na cintura. Eu sou baixinha. Tive que sair pulando. Foi uma cena que infelizmente não consegui esquecer. Até hoje tomo remédio controlado, tenho depressão. As pessoas dizem: passou. Passou para quem não estava ali naquele lugar. Mas quem conviveu foi a pior coisa que vi na minha vida”. As águas não voltaram a entrar na sua casa. Mas a memória permanece dentro da sala e no choro das filhas quando começa a chover. Apesar de Daniela já ter sobrevivido a uma queda de barreira, que ainda deixou marcas no seu corpo, a enchente é a pior lembrança que ainda a atormenta. Em outra região da mesma comunidade, pertinho de outra margem do rio, está a família de Edna Souza. A localidade é conhecida como Beco da Baiúca ou Malvinas. Ela morava antes em Camaragibe. Com o marido e uma filha já adulta, mudou-se para deixar o aluguel. Apesar da proximidade, o rio nunca havia adentrado em sua residência, que tem um primeiro andar. Em 2022, com a chuva forte, ela recebeu em casa sua netinha com 2 anos, confiando que as águas não chegariam. Mas o rio tomou todo o térreo e no primeiro andar ficou na altura da sua coxa. Diante da situação de muito risco, seu marido abriu um buraco na parede do banheiro do andar superior para a família deixar a casa. “Ao lado da minha casa tem umas placas que o vizinho colocou para fazer uma divisão do terreno. Essas placas ficaram boiando. Os vizinhos juntaram as placas e fizeram um cordão humano para a gente passar. Minha neta estava dormindo com a gente, porque já tinha entrado água na casa de uma das minhas filhas. Foi rápido demais. Foi horrível. Já ficamos amedrontados. Em dia de chuva já não dormimos. Nosso psicológico não é mais o mesmo. Eu não queria voltar, chorava. Mas é a casa da gente”, contou Edna. Além da saúde mental, elas lamentam a perda dos bens construídos por toda uma vida que se diluíram nas águas em poucos minutos. Um mínimo de conforto construído em décadas que precisou ser removido junto à lama, após a descida das águas. E ainda agradeceram pelo fato de não terem perdido ninguém de suas famílias. O professor Wemerson Silva, do departamento de Ciências Geográficas da UFPE, destaca que essas ocupações de baixa renda são resultado de um processo histórico de especulação imobiliária. “Os melhores espaços da cidade foram deixados para classe média e alta, enquanto lugares que não teriam condição de habitação, sejam perto do rio, sejam áreas de morro, sobraram para população que está à margem social. Foram processos de ocupação espontânea sem um mínimo de planejamento. Essas pessoas não deveriam estar ali, mas estão por não terem condições financeiras e por não haver políticas habitacionais para locais mais seguros”. MONITORAMENTO POPULAR E DEMANDA POR INFRAESTRUTURA Com os impactos da enchente, o trabalho da Associação Gris Espaço Solidário foi amplificado. A ONG criada pela cientista social Joice Paixão, em 2018, nasceu para promover aulas de reforço escolar para crianças com dificuldades de

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Estabilidade na confiança empresarial em Pernambuco contrasta com queda nacional

O Índice de Confiança dos Empresários do Comércio (Icec/CNC), divulgado pela Fecomércio Pernambuco, manteve-se estável no estado no mês de novembro, contrariando a tendência de queda no Brasil. Enquanto o mercado de trabalho no estado teve uma influência negativa, reflexo do terceiro trimestre, o avanço nos investimentos das empresas contribuiu positivamente para a estabilidade. ONDE ESTÃO OS OTIMISTAS O cenário otimista acontece principalmente no setor de bens não duráveis, segundo dados da Fecomércio Pernambuco. De acordo com a pesquisa, 49,7% dos comerciantes desse segmento expressaram otimismo, indicando uma melhoria nas condições atuais do setor. Os dados revelam que gestores de empresas menores, com até 50 funcionários, estão otimistas em relação à contratação de colaboradores nos próximos meses, com 74,5% planejando aumentar o quadro de empregados. No setor de semiduráveis, como vestuário, calçados e perfumes, 86,2% dos empresários acreditam que haverá um aumento nas contratações, impulsionado pelo incremento de mão de obra temporária devido às festas de fim de ano. SETOR DE BENS DURÁVEIS ESTÁ PESSIMISTA Entretanto, o Icec/CNC indica que os grupos que comercializam bens duráveis mostram pessimismo em relação às condições econômicas do Brasil. Empresários desse segmento apontaram que as condições econômicas do país pioraram, alinhando-se à percepção dos consumidores, sendo que a maioria (50,8%) considera um mau momento para adquirir bens duráveis. Rafael Lima, economista da Fecomércio-PE “A estabilidade do Icec/CNC em Pernambuco indica que a confiança dos empresários do setor comercial permanece em processo de estabilização. Na região, seis em cada dez empresários observam uma deterioração na atividade econômica nacional, refletindo as incertezas macroeconômicas como risco fiscal e elevado endividamento. Em contrapartida, o otimismo no segmento de semiduráveis - como vestuário e calçados -, em novembro ainda é impactado pelas sazonalidades de Natal e Ano Novo”.

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"Com a duplicação da refinaria e a Transnordestina sairemos de uma movimentação de 24 milhões t/ano para 50 milhões".

Inovação é uma característica do Complexo Portuário e Industrial de Suape desde quando foi concebido, ao promover uma integração entre porto e indústria e atrair para Pernambuco projetos estruturadores. Ao completar 45 anos de atividade, Suape consolida sua importância na economia local. A previsão é que neste ano movimente 24 milhões de toneladas de carga, mantendo o patamar de 2022, e exiba um faturamento de R$ 407,3 milhões, o que representa um crescimento de 13,43% comparado aos R$ 359 milhões do ano passado. O presidente Marcio Guiot afirma, nesta entrevista a Cláudia Santos, que a inovação continua a ser um norteador, como nas ações de sustentabilidade. Um dos projetos ainda em concepção prevê uma parceria com a Unesco e as empresas instaladas em Suape, com a possibilidade de elas contribuírem no financiamento da administração do complexo. Guiot está otimista com o salto que o porto dará com a Transnordestina e a duplicação da produção da Refinaria Abreu e Lima. As perspectivas do hidrogênio verde também são motivo de otimismo, embora estados, como o Ceará, tenham tomado a dianteira com projetos em andamento do chamado combustível do futuro. Marcio Guiot afirma que a estratégia de Suape não é a exportação do H2V, como visam os estados vizinhos, mas que o hidrogênio verde seja um atrativo para empreendimentos se instalarem no complexo. “Estamos mais empenhados em atrair empresas que venham beber da matriz energética limpa e que gerem valor aqui”. Qual o balanço que o senhor faz desses 45 anos de Suape? O conceito de Suape nasceu há mais de 50 anos e seus idealizadores tiveram a ideia visionária de construir um porto em uma área que fosse distante do grande centro, mas não muito. Foi concebido de forma que pudesse integrar desenvolvimento com sustentabilidade. Temos um cinturão verde que dificulta a ocupação, bem diferente do que vemos na maioria dos portos brasileiros, principalmente os centenários, nos quais as cidades cresceram no seu entorno, sem o cuidado devido. Em relação a números, conquistamos hoje a liderança na movimentação de granel líquido, consolidando Suape no cenário nacional. No cenário regional, somos líderes no Nordeste na movimentação de contêineres e estamos nos consolidando como hub de veículos. Devemos chegar a 100 mil veículos movimentados este ano, quase dobrando o que movimentamos ano passado. Somos considerados no cenário nacional portuário um equipamento que se destaca na gestão ambiental. Falar de sustentabilidade no cenário portuário é falar de Suape. Somos referência, tudo que é feito para gerir os 59% de área de preservação no complexo é muito diferenciado. Somos conhecidos também como um porto inovador, temos projetos que são reconhecidos no cenário nacional portuário. Na área ambiental, quais as ações realizadas? São várias frentes. Temos iniciativas que se destacaram, como as agendas azul, verde e amarela. Na azul, que é relacionada ao mar, temos o selo Amigo do Oceano. É o terceiro ano que concedemos o selo aos terminais arrendatários que cumprem com a legislação rigorosamente para evitar degradar o oceano. Na agenda verde trouxemos o conceito de SAF (Sistema Agroflorestal) que é novo, uma forma de integrar as pessoas que moram no território para que possam produzir uma agricultura familiar de forma sustentável. Em relação à agenda amarela, no passado, fizemos todo o levantamento de emissões de CO2 do complexo. Este ano terminamos o inventário de captura. Agora, estamos debruçados para ver como conseguimos materializar isso num produto que possa ser revertido em recursos para o complexo e ser reinjetado na gestão do território, chegando até o nível de crédito de carbono, que é algo que ainda precisa ser normatizado no Brasil. Temos o potencial de neutralizar as empresas que estão no território, só precisamos encontrar o melhor caminho para isso. Estamos terminando, no final deste mês, um estudo de materialidade, não apenas de Suape como prioridade portuária, mas de todo o complexo e em cima desse estudo vamos priorizar quais os ODS (Objetivos do Desenvolvimento Sustentável) que vão ser mais aderentes à nossa realidade e traçar projetos. Do ponto de vista social, temos o desafio enorme de lidar com as mais de 17 mil pessoas que vivem no território e que até ano passado não eram previstas no Plano Diretor. Estamos estruturando uma iniciativa junto à Unesco e vamos trazer as empresas para trabalhar essas pautas conosco porque hoje temos Suape sendo um catalisador de demandas e de obrigações que, muitas vezes, não são nossas, são dos municípios. Mas temos as grandes empresas no complexo, cada uma com as suas estratégias de ESG e o que queremos é fazer de uma forma que seja coordenada, centralizada. Acreditamos que trazendo essas empresas mais próximas de Suape, para a gestão do território, além de trazer mais recursos, traremos mais ideias, novas formas de fazer essa gestão. Estamos tentando formatar de maneira que a Unesco se faça presente. Isso dá uma credibilidade para os órgãos reguladores, e para o setor privado também ter essa relação com o público. No passado, Suape não foi concebido prevendo uma taxa de condomínio. As indústrias que não estão na zona portuária se estabelecem aqui, adquirem a área e não propiciam uma receita recorrente que ajude Suape nessa administração do grande condomínio que somos. Queremos fazer isso, não necessariamente batendo na porta e cobrando uma taxa, mas com uma proposta de geração de valor e isso pode ter uma eficácia maior na gestão do território. E com todo o movimento ESG entrando no valuation das empresas, acho que é bem mais fácil de ser recebido hoje do que alguns anos atrás. Vamos agora falar um pouco do futuro. Qual será o impacto da construção do segundo trem na refinaria? A movimentação de Suape nos últimos anos tem variado entre 23 a 25 milhões de toneladas. Temos a capacidade para movimentar mais. No nosso planejamento estratégico vimos que temos dois movimentos importantes para acontecer que vão nos colocar num outro patamar. Um deles é a duplicação da refinaria, que antes de ter o trem 2, terá duas fases que vão acontecer agora

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Francisco Cunha aponta o desafio de superar os extremos na Agenda TGI 2024

Com o Teatro Riomar lotado, o consultor e sócio da TGI Francisco Cunha conduziu a 25ª edição da Agenda TGI na noite de ontem (29). Inspirado do clássico A Era dos Extremos, do historiador britânico Eric Hobsbawm, a tradicional palestra de final de ano pontuou fatos marcantes do Mundo, do Brasil, de Pernambuco e do Recife sobre os extremos ambientais, econômicos, políticos e tecnológicos que atravessamos. Episódios climáticos catastróficos, as grandes guerras que acontecem pelo mundo - não apenas os conflitos Rússia/Ucrânia e Israel/Palestina - e o atentado de 8 de janeiro foram alguns dos inúmeros cenários apresentados e comentados na apresentação que sinalizam o desafio mundial de superar a era dos extremos, que já estamos vivendo. Apesar de fatos complexos e extremamente tensos para o mundo, como a própria guerra fria entre Estados Unidos e China, o tom da apresentação não foi pessimista. Pelo contrário, em meio ao contexto conflitivo, Francisco Cunha destacou que existe um otimismo por parte da população com a melhora da economia, em vários indicadores. A aprovação do arcabouço fiscal, o programa Desenrola Brasil e a melhoria dos indicadores de emprego e inflação foram alguns dos critérios mencionados pelo consultor para explicitar a recuperação econômica do País. Para Pernambuco e para o Recife, há 3 grandes destaques na apresentação do consultor. O primeiro é que o Estado precisa retomar uma visão de futuro e construir um novo planejamento de longo prazo de desenvolvimento para o Estado. Ele avalia que o contexto político é favorável para isso. Para a capital, ele voltou a ressaltar a relevância do Parque Capibaribe, com o conceito de cidade parque, como um caminho de redenção para a cidade que foi desfragmentada ao longo das últimas décadas. Tanto para o Estado, como para a cidade, os desequilíbrios provocados pelas mudanças climáticas tem impactos muito relevantes e que precisam ser acompanhados e enfrentados. A cobertura completa da Agenda TGI 2024 estará na última edição do ano da Revista Algomais.

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A chegada da era dos extremos é o destaque da Agenda TGI hoje (28)

Empresários têm a chance de avaliar os impactos globais em seus negócios na 25ª edição da Agenda TGI | Painel 2024, promovida pela TGI Consultoria em parceria com a revista AlgoMais. Com o tema "A Era dos Extremos chegou. Como atravessá-la", o evento ocorrerá hoje (28), às 19h, no Teatro RioMar, Pina, com inscrições gratuitas. O consultor e sócio fundador da TGI, Francisco Cunha, apresentará uma análise abrangente dos acontecimentos marcantes de 2023, projetando as principais tendências econômicas e políticas para 2024. O foco abrange o cenário global, nacional e local, com destaque para Pernambuco e Recife. Cunha inspirou-se no ensaio clássico "A Era dos Extremos" de Eric Hobsbawm, mas ressalta que, na sua opinião, as contradições do século XXI são ainda mais desafiadoras. O evento conta também com a participação do sócio da TGI Fábio Menezes. ERA DOS EXTREMO CHEGOU Neste ano, no Painel Mensal da Agenda TGI, em que os assinantes da Algomais tem acesso, Francisco Cunha trouxe em todas as edições uma atenção especial aos eventos extremos que aconteciam no mundo e no Brasil. A atualidade dessa agenda é de grande preocupação para Pernambuco - que convive com regiões em processo de desertificação - e, especialmente, para o Recife, que possui uma vulnerabilidade mais intensa com os episódios de fortes chuvas e da elevação dos oceanos. Apesar das análises dos maiores impactos estarem ainda no longo prazo, a agenda ambiental se impõe na preocupação do poder público e da iniciativa privada para ontem, visto a recorrência de episódios catastrófios promovidos pelas mudanças climáticas em todo o País. Além das mudanças climáticas, o debate político nacional após o traumático 8 de janeiro, a turbulenta conjuntura internacional e as grandes oportunidades da nova economia global deverão ser alguns dos destaques da palestra do consultor, no evento empresarial mais prestigiado de final de ano em Pernambuco. FRANCISCO CUNHA “A era dos extremos está realmente sendo vivida agora, com impactos nunca antes vistos no clima, na área de tecnologia e também na política. Estamos vivendo o ano mais quente de toda a nossa história, as pessoas estão vendo as mudanças climáticas e nada fazem, sem pensar nos impactos gigantescos."

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Conexão precoce: Crianças usam cada vez mais a internet

*Por Rafael Dantas As crianças estão tendo acesso às tecnologias cada vez mais cedo e por mais tempo. Em uma sociedade completamente mergulhada em um mundo virtual, os pais dessa geração de “nativos digitais” têm tido dificuldades para tirar os filhos dos ambientes online. O tempo excessivo nas telas dos celulares, tablets ou computadores provoca impactos e riscos que merecem atenção das famílias e também do poder público. Pesquisa do Cetic.br – centro de estudos vinculado ao Comitê Gestor da Internet no Brasil, com o respaldo da Unesco – apontou que 95% das crianças e adolescentes, com idades entre 9 e 17 anos, fazem uso da internet no território nacional. Predominantemente, a conexão se dá por meio de dispositivos móveis, com a grande maioria optando pelo uso do celular. O estudo constatou que 24% dos participantes da pesquisa afirmaram ter iniciado sua conexão com a internet antes mesmo de completarem 6 anos de idade. Essa proporção representa um notável aumento em relação a 2015, quando apenas 11% dos entrevistados indicaram ter começado a se conectar nessa faixa etária. O acesso precoce pode trazer problemas sérios relacionados ao desenvolvimento até motor das crianças, segundo a doutora em psicologia Itala Daniela. A professora da Faculdade Nova Roma, que integra o Grupo de Pesquisa Fenomenologia e Práticas Corporais da USP (Universidade de São Paulo), em Ribeirão Preto, afirma que ao refletir sobre o impacto das tecnologias na infância, é importante atenção aos estágios de desenvolvimento infantil. “A criança precisa passar por experiências sensoriais, olfativas, perceptivas, para desenvolver aquilo que a gente chama de processos psicológicos básicos, que é a percepção, a sensação, a atenção, a linguagem, a memória, a emoção, a motivação. Isso vai desenvolver na capacidade de aprender e de construir inteligência”, explica a professora. “No momento em que a criança está exposta à tela, alguns desses processos psicológicos básicos, inclusive físicos, acabam por não ser desenvolvidos e estimulados como deveriam ser. O uso das tecnologias pode afetar inclusive a coordenação motora”, alerta. Itala explica que faz parte do desenvolvimento da criança viver experiências sociais e físicas típicas da infância, como brincar, correr, interagir com outras, ter estímulos sensoriais diversos. São processos de percepção, de equilíbrio, de desenvolvimento do movimento de pegar objetos, que vão influenciar no desenvolvimento motor fino e percepção de lateralidade (diferenciar direita e esquerda). “Tudo isso só é conquistado quando a criança é estimulada em cenários diversos de sociabilidade. No momento que a gente reduz essa interação à tela, estamos tirando tanto esse desenvolvimento físico, como esses múltiplos estímulos necessários para o desenvolvimento infantil e, portanto, para o desenvolvimento dos processos psicológicos básicos”, explicou a doutora em psicologia. A decorrência do tempo maior de telas – com os excessos de luminosidade e de informações –nesse período da vida geram dificuldades na atenção e no desenvolvimento psicomotor, neuromotor, neuromuscular. Os pequeninos começam a ser prejudicados até com a postura e com os movimentos repetitivos, que influenciam também a sociabilidade da criança, porque ela deixa de interagir com o meio e passa a interagir com uma tela. A professora afirma que isso afeta diretamente o desenvolvimento da maturação cognitiva, linguística e corporal. Professor da Universidade Federal de Pernambuco e da Cesar School, Luciano Meira, lembra que a Organização Mundial de Saúde recomenda zero tempo de uso para crianças até 2 anos de idade e no máximo uma hora diária – que ele considera até excessivo – para crianças dos 2 aos 6 anos de idade. “O uso excessivo do tempo e o mau uso têm provocado um conjunto de efeitos negativos, mas não estão limitados à adição de telas. As pessoas ficam excessivamente conectadas causando uma certa dependência, inclusive, já relatada também pela OMS, em que não se pode ficar sem essas coisas porque causaria ansiedade, eventos de depressão, distúrbios de sono”. MAIOR ATENÇÃO ÀS REDES SOCIAIS Luciano explica que os efeitos nos meninos e meninas têm sido diferentes, pelo tipo de consumo. Enquanto os garotos passam mais tempo proporcionalmente em jogos online, as garotas estão mais conectadas às redes sociais que ele considera perturbadoras da autoconfiança das pessoas, principalmente em crianças e adolescentes. Entre os fenômenos negativos que estão mais relacionados às redes sociais que a outras formas de consumo online estão a normalização da automutilação e a promoção de padrões de vida e de beleza que são irreais. “Há um efeito de promoção de um corpo supostamente perfeito, de uma vida supostamente perfeita, que obviamente não existem. Isso causa crises de autoestima. As meninas, segundo as pesquisas, estão mais conectadas. Todo mundo está submetido a algum tipo de estresse, sejam redes sociais ou jogos online. Embora as meninas estejam bem mais, porque acessam mais as redes sociais, que têm esse caráter degenerativo da autoestima das pessoas. Os meninos estão menos expostos a interações dessa natureza, porque acabam preferindo os jogos online, porém não estão isentos. Mas nos dois casos existe bullying cibernético”, destacou Luciano Meira. O docente explica que o mergulho nesse mundo virtual resulta na redução do tempo de exposição das pessoas a atividades face a face, com outras pessoas em ambientes criativos. Luciano alerta que diante desse cenário as chances de ter eventos de estresse emocional, de melancolia, de depressão, de ansiedade e de distúrbios do sono se acumulam, com fortes consequências sobre a saúde física, mental e intelectual das pessoas. PARA ENFRENTAR A DEPENDÊNCIA DAS TELAS Os pais estão no centro das soluções para reduzir o tempo de exposição das crianças às telas. A missão, porém, não é fácil, quando eles estão conectados, seja pelas redes sociais ou por trabalho em boa parte do dia. Itala destaca, inclusive, que o primeiro desafio é dos próprios pais compreenderem o uso saudável e os objetivos do acesso à web. Tanto deles, como dos seus filhos. “É a primeira geração de pais de crianças que nascem na era da tecnologia, no entanto esses pais também estão mergulhados nessa tecnologia. Tivemos um boom de mergulho tecnológico. Eles precisam primeiro entender os limites”. No contexto de pressões da vida

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IBGE: Pernambuco foi um dos Estados que menos cresceu em 2021

Os dados consolidados do PIB, publicados nesta semana pelo IBGE, apontaram que Pernambuco esteve entre os Estados que menos cresceu em 2021. Enquanto a média nacional foi de 4,8%, os dados do Estado apresentaram uma elevação de apenas 3%, ficando na 24ª posição no País. No Nordeste, a média foi de 4,3%. PANDEMIA Os números são de crescimento, pois são comparados ao ano do auge da pandemia, quando o PIB pernambucano tinha encolhido 4,1%, igual ao do Nordeste. No mesmo ano, o PIB nacional apresentou um resultado negativo de 3%. O relatório revelou que o desempenho da economia Pernambucano em 2021 ainda não superou o alcançado em 2019, último ano antes da chegada da Covid-19 ao Brasil. Os dados do IBGE apontam que o Estado teve em 2021 um percentual relativo à 98,7% do PIB alcançado dois anos antes. Apenas a Bahia esteve numa situação pior (com 98,5% do PIB de 2019). Completando o trio dos piores esteve o Ceará, com desempenho muito parecido ao pernambucano (98,8% do PIB pré-pandemia). SETOR Quando observamos os dados setoriais, o desempenho da indústria (-2,9%) foi o destaque negativo em Pernambuco. Os serviços apresentou um avanço de 4,4%, enquanto a agropecuária obteve um crescimento de 3,9%. Apenas a agropecuária conseguiu ter um desempenho acima da média brasileira e da região em 2021.

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Data Center pernambucano anuncia expansão e investimento de R$ 520 milhões

A Surfix Data Center, empresa pernambucana que já opera um centro de dados em São Paulo, está anunciando um ambicioso plano de expansão nacional. Especializada em áreas como armazenamento de dados, infraestrutura de data center, cloud, segurança cibernética e telecomunicações, a empresa acaba de obter a certificação Tier III para seu data center em Pernambuco, tornando-se pioneira no estado. O investimento para a obtenção da certificação atingiu a marca de R$ 5 milhões. VOO NACIONAL Agora, a empresa planeja estender sua presença para todo o país, almejando instalar um data center Edge em cada capital brasileira nos próximos anos. O montante destinado a esse ambicioso projeto de expansão nacional é de R$ 520 milhões. No início desse plano já tem praticamente definida a capital paulista como um dos principais focos. A empresa já oferece serviços de armazenamento e processamento de dados em São Paulo, por meio de parceria com um data center local. A Surfix atende a uma variedade de clientes, incluindo empresas líderes em setores como produção de bebidas, saúde, redes de farmácias, distribuição de alimentos e construção civil. O suporte constante para ferramentas tecnológicas e soluções de automação é uma demanda desses setores. CERTIFICAÇÃO Fundada em 2003, a Surfix celebra seu 20º aniversário em 2023 e a posição de ser a única no mercado local ao obter a cobiçada certificação data center Tier III, que é conduzida pelo Uptime Institute, com sede em Nova York (EUA). A certificação Tier III confere o mais alto nível de segurança ao data center, garantindo que o equipamento está preparado para atender empresas que operam ininterruptamente. Para obter a certificação, o tempo de inatividade anual tolerado é extremamente baixo, apenas 1,6 horas, o que significa que a disponibilidade do data center deve atingir 99,98%.

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"Pesquisa da Amcham com líderes empresariais no País mostrou que 68% já usam IA"

Alessandra Andrade, superintendente da Amcham para o Nordeste, afirma que estabilidade política do País e avanço tecnológico levam gestores a preverem crescimento de suas empresas acima de 10% em 2024. Também fala das ações da organização e da sua atividade de conscientizar as empresas no apoio às mães atípicas. Alessandra Andrade é “cria” da Amcham (American Chamber of Commerce). Ela entrou na entidade como estagiária em 2004, em pouco tempo já liderava os estagiários e, em 2009, assumiu a coordenação da unidade regional. Passou um período fora da organização, ao se mudar para o Maranhão. Mas foi por pouco tempo. “Um ano depois, o meu antigo diretor em São Paulo disse que a gerente do Recife estava saindo, que era minha antiga chefe, e ela me indicou. Ele me chamou e não resisti, voltei como gerente da operação do Recife”, conta a executiva. Desde 2018 ela é responsável pela gestão das unidades do Nordeste (Salvador, Recife e Fortaleza) e este ano também assumiu a de Curitiba. Nesta entrevista a Cláudia Santos, ela relata as ações da Amcham para aumentar a produtividade das empresas, para ajudar os empresários a se organizarem para as boas práticas de ESG, a estimular o benchmarking entre os setores e para detectar oportunidades de negócios, inclusive nos Estados Unidos. Alessandra também analisa a pesquisa da Amcham Brasil com líderes empresariais nacionais, que revela o otimismo deles em relação ao ano que vem: 56% dos entrevistados estimam que o crescimento de suas empresas será superior a 10% em 2024. Uma expectativa ancorada na estabilidade política mas, também, no avanço tecnológico, principalmente da inteligência artificial. Mãe de uma filha autista, Alessandra também fala da sua atividade de conscientizar as empresas no apoio às carreiras das chamadas mães atípicas. Como tem sido a atuação da Amcham no Nordeste, especialmente em Pernambuco? Ano que vem a gente faz 25 anos de operação no Recife, 10 em Fortaleza, e 15 em Salvador. A Amcham busca promover conexões entre pessoas e empresas. O principal objetivo é criar networks entre indivíduos, por meio dessa rede de relacionamento para que possam tanto descobrir oportunidades como conhecer outros mercados. Entre as empresas, a Amcham é multissetorial e essa diversidade permite que um setor, que esteja enfrentando um desafio, possa entrar em contato com outro setor, que esteja vivendo o mesmo ou talvez um desafio parecido, mas que tenha um outro olhar sobre esse problema. Isso traz para os empresários insights e referências que no mundo da sua área, com seus pares, talvez não consigam perceber. No Recife, há um foco especial no diálogo público/privado dentro dos nossos comitês estratégicos, fóruns de discussão e entendendo também vieses de oportunidade a partir de demandas que os associados trazem. Não defendemos pleitos de uma empresa pontualmente mas, se entendemos que um desafio que uma empresa apresenta é o mesmo que outros estão vivendo, então vamos trabalhar em cima disso. Temos olhado essa formação das pessoas e das empresas no que tange a um conteúdo importante, diferenciado, gerando networking qualificado e, em paralelo, discutindo com o poder público uma melhoria nos incentivos e na política para que tenhamos um Estado e uma cidade mais competitivos, assim como a Amcham Brasil faz na esfera federal e nas relações comerciais com os Estados Unidos. Pernambuco pulsa inovação, então essa pauta sempre foi transversal na Amcham, tanto que, em 2017, provocados por um então secretário de Desenvolvimento do Estado, começamos a trazer a discussão de como podemos promover Pernambuco como um Estado importante para receber investimentos, por exemplo, na área de tecnologia. Foi quando surgiu o projeto PE Avança que acontece até hoje. Recentemente, a pauta ESG tem sido bastante discutida por empresas e pessoas e a Amcham sempre olhou com muito cuidado para a pauta de sustentabilidade. Temos o prêmio ECO, que é o prêmio de sustentabilidade mais antigo do Brasil, criado há mais de 40 anos. Temos um olhar mais ampliado para as outras letrinhas do ESG, olhando o social e a parte de governança, trazendo de forma forte na nossa agenda e também de forma transversal. A pauta entra nas discussões dos nossos comitês estratégicos, criamos eventos específicos como a primeira edição do Fórum ESG que fizemos este ano. Buscamos ser uma entidade que promove o alicerce para empresas que queiram se capacitar e estar prontas para receber essas oportunidades. Até 2020 a Amcham era 100% presencial. A materialização da Amcham para o associado do Recife ou do Nordeste era muito vinculada ao que essa unidade promovia de entrega de eventos presenciais. Mas não tínhamos o melhor aproveitamento de eventos promovidos pelas outras regionais. A partir da pandemia passamos a conectar essas empresas associadas por meio do universo online. Então olhando Pernambuco e o Nordeste entendemos a questão da regionalização, da cultura, do perfil do empresário que é diferente do perfil das outras regiões. Então, promovemos a interação entre o empresário daqui com os outros do Brasil. A senhora mencionou que um dos papéis da Amcham é incentivar o contato entre governos e os empresários. Atualmente qual a pauta que vocês trabalham nessa área? Por ser multissetorial, sem fins lucrativos e apartidária, a Amcham contribui nesse diálogo de forma neutra. Não levantamos nenhum pleito em prol de uma empresa, mas de setores e pensando no aumento da competitividade. No Brasil temos grupos de trabalho que reúnem os empresários que, voluntariamente, têm interesse em discutir determinada pauta, que formulam documentos que se tornam contribuições com trabalho ligados à tributação, à articulação Brasil/Estados Unidos, à transformação digital, à propriedade intelectual. Acabamos de lançar um grupo de trabalho sobre políticas ambientais. Os grupos redigem os documentos que são entregues na esfera federal ou promovemos eventos aonde a pauta é discutida. Na esfera regional, as discussões acontecem dentro dos nossos comitês estratégicos compostos por pessoas que têm o know-how e a experiência naquele determinado tema para começar um grupo de estudos para redigir um documento e, aí, a Amcham faz a apresentação para uma entidade. Por exemplo, este ano a Amcham participou

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