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Cézar Andrade: "A inflação que estamos vivendo hoje não é de demanda e sim de custos"

Cézar Andrade, economista da Fiepe, foi um dos entrevistados da reportagem de capa da semana da Algomais. Ele destacou os impactos da taxa de juros elevada no desempenho da economia e, em especial, no setor industrial. Ele avalia que a inflação vivida pelo País não é de demanda, mas de custos, e defende que são necessárias medidas para incentivar os empreendedores a aumentar a produção. Existe um intenso debate no cenário nacional sobre o índice de juros. O percentual de 13,75% praticado atualmente é razoável para o cenário de inflação vivido pelo Brasil? Quais os fatores que precisam ser considerados para definição dessa taxa? O principal objetivo do Banco Central com a manutenção da taxa SELIC em 13,75% é o de conter o avanço da inflação, como sugere a teoria monetária. O grande problema, é que a inflação que estamos vivendo hoje não é de demanda e sim de custos, ou seja, a os preços não estão elevados porque a população está consumindo muito e sim porque os custos de produção estão altos. Então, acredito que há mais de um ano, a SELIC já se encontra num patamar suficiente para inibir a atividade econômica e contribuir para desaceleração da inflação. Como as expectativas de inflação tanto para 2023 quanto para 2024 estão acima da meta do Banco Central, é natural essa manutenção da taxa neste patamar, já que este é o principal fator utilizado para definir o valor do índice. Quais os efeitos econômicos da manutenção de uma taxa de juros elevados para o setor industrial? A taxa básica de juros no patamar atual foi um dos fatores determinantes para a desaceleração da atividade econômica no segundo semestre de 2022 e seguirá sendo um limitador significativo para o crescimento da atividade em 2023, quando as previsões para o PIB indicam alta de apenas 0,76%, segundo o Boletim Focus do BC. Além disso, a alta taxa de juros também torna o crédito mais caro, ou seja, no longo prazo, o aumento da taxa pode inibir o investimento produtivo, a taxa mais alta também impede que pessoas que gostariam de investir no lado produtivo o façam, porque elas vão pagar um custo maior de pegar um empréstimo desse capital. Outro fator, é que a elevação da taxa de juros pode influenciar negativamente o consumo da população e os investimentos produtivos, impactando assim, o emprego e a renda.O aumento da taxa de juros também afeta negativamente o PIB do Brasil, uma vez que pressiona o mercado de crédito e ajuda a desaquecer a economia. Empresas, por exemplo, passam a pensar duas vezes antes de fazer novos investimentos. A taxa de juros e a inflação são alguns dos indicadores na formação da confiança empresarial. Qual o cenário atual de confiança do empresário da indústria? Essas são as maiores preocupações do setor ou outras? Tendo em vista que a alta da SELIC encarece o preço do crédito e que o crédito é um dos fatores necessários para destravar os investimentos dos empresários industriais, essa questão pode sim afetar a confiança. Hoje a confiança do empresário industrial no cenário atual está abaixo do 50 pontos, o que indica uma desconfiança que pode estar alinhada a essa questão. No entanto, existem outras preocupações além dessas no setor, como por exemplo, a dificuldade em conseguir matéria-prima, o alto custo da matéria-prima, demanda interna insuficiente, alta carga tributária, câmbio elevado, entre outros. De forma geral os juros mais elevados são usados como um remédio contra a inflação, mas tem como efeito direto a diminuição da atividade econômica. Existem outros remédios ou eles podem ser desenvolvidos? De fato, a alta da SELIC trata-se de um remédio amargo para conter a inflação, pois exige sacrifício de curto prazo, como por exemplo, baixo crescimento e alta do desemprego. Como boa parte da inflação é de custos, o governo deve agir por meio de suas políticas econômicas e monetárias, a fim de equilibrar a oferta e demanda dos bens, dessa forma, diminui-se a inflação e o preço dos bens passam a diminuir. Uma das formas de controlar a Inflação de custos é criar medidas que visam incentivar os empreendedores a aumentar a sua produção. Dessa forma a oferta volta aos níveis anteriores à inflação, e segundo a lei da oferta e demanda, os preços retornam à normalidade. Esses incentivos podem se dar como diminuição de impostos, ou outras medidas que busquem diminuir o custo de produção dessas empresas, motivando as empresas para que aumentem sua produção.

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12 fotos do Futebol Pernambucano na década de 1920

A coluna Pernambuco Antigamente faz uma homenagem aos clubes que disputaram a competição do Estado na década de 1920. Todas as imagens abaixo são do ano de 1926. Náutico, América, Flamengo, Santa Cruz e Sport são alguns dos times clicados nas fotos da Revista da Cidade, uma publicação pernambucana que circulou naquela década. O Torre foi o campeão daquela edição em que futebol ainda se escrevia Foot-Ball. De acordo com o artigo Futebol, times pernambucanos 1905-2010, de Lúcia Gaspar, da Fundaj: "O futebol em Pernambuco, desde a sua introdução, no início da década de 1900, já possuiu mais de cem clubes, entre equipes da capital e de municípios do interior do Estado. Na década de 1910, houve um grande crescimento do número de clubes de futebol pelos subúrbios recifenses. Na época, o futebol era praticado por ingleses residentes na cidade, que jogavam bola nos quintais das suas casas, a maioria funcionários de companhias britânicas como a Great Western of Brazil Railway Company Limited, encarregada da construção de ferrovias no país, e a Pernambuco Tramways and Power Company Limited, responsável pelos serviços de bonde e energia elétrica no Recife. A partir da criação da Liga Sportiva Pernambucana (LSP), em 1915, o futebol começou a dar os primeiros passos em termos de competições oficiais no Estado. A imprensa passou a dar mais cobertura dos jogos e o número de clubes aumentou." Nas próximas edições traremos novas imagens do Recife na década de 20, a partir de uma pesquisa no acervo da Revista da Cidade, disponibilizado pela Fundação Joaquim Nabuco. Clique nas fotos para ampliar e ler algumas legendas das imagens.Time do Náutico .Equipe do Torre .Veja como ficavam os espectadores para acompanhar a partida do Náutico x Torre . Partida em Garanhuns, quando uma equipe da cidade, não mencionada na nota, enfrentou o AméricaNão há registro de nenhuma equipe de Garanhuns no campeonato deste ano. Uma possibilidade é dessa imagem ser de uma partida amistosa. . Público assistindo partida entre o Náutico e o Flamengo . Madeira rubro-negra em campoNão há uma descrição precisa no arquivo para confirmar se era o Sport ou alguma outra equipe também rubro-negra naquela competição. .Santa Cruz em dia de uma partida diante do Timbu. Foto destaca público assistindo um treino de futebol .Entrada do Campo do "Club Náutico Capibaribe" .Foto de um "Flagrante ao Campo do Sport", segundo a legenda da imagem na Revista da Cidade.Equipe do América, no ano de 1926.Delegação do Flamengo do Recife, em uma partida disputada em Maceió. .Por Rafael Dantas, repórter da Revista Algomais (rafael@algomais.com)

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Isabela Cribari: "A arte não nos faz só respeitar as diferenças, mas apreciá-las"

Psicanalista, fotógrafa e cineasta, Isabela Cribari conta como conseguiu unir a psicanálise e as artes na sua trajetória profissional, fala do projeto Cinema no Hospital, realizado no Agamenon Magalhães, no Recife, e analisa os danos causados às obras artísticas nos atos de 8 de janeiro. Ao longo da vida, Isabela Cribari conseguiu unir na sua trajetória profissional duas atividades aparentemente distintas: a produção artística e psicanalítica “Psicanálise, cinema, fotografia, imagem, palavra. Essas coisas não se dissociam mais para mim”, constata a cineasta, fotógrafa e psicanalista pernambucana. Nesta entrevista, ela conta como a conexão dessas atividades propiciou resultados tão interessantes como o documentário De Profundis sobre a população de Itacuruba, no Sertão do Estado, que foi obrigada a se deslocar para um outro local porque a cidade foi submersa por uma barragem. Pressionada a não falar sobre o assunto, boa parte dos moradores foi acometida por depressão e muitos cometeram suicídio. O projeto Cinema no Hospital também é fruto dessa fusão entre arte e psicanálise. Uma vez por mês, no Agamenon Magalhães, ela organiza a exibição de um filme e um posterior debate, que é aberta ao público e conta com debatedores de diferentes áreas. O projeto faz parte da grade curricular dos residentes de psiquiatria e dos estudantes de psicologia do hospital e tem levado o público – incluindo médicos e pacientes – a refletirem sobre suas vidas. O encontro já contou com a participação de cineastas como Camilo Cavalcante e psicanalistas como Maria Rita Kehl. Além dos projetos, Isabela também fala sobre a importância da arte para a democracia e os reflexos das depredações de obras artísticas durante os atos em 8 de janeiro. Você poderia falar sobre sua trajetória como cineasta e psicanalista? Quando me formei em psicologia, em 1990, já tinha interesse na psicanálise e comecei meus estudos na área. Logo depois, fui aprovada em concurso no serviço público estadual onde estou até hoje. No audiovisual comecei como produtora de série de documentários para TV Cultura, Discovery, CNN. Montei minha produtora, a Set Produções. Entre as séries que fiz estão A Indústria Cultural, com quase 50 episódios sobre várias áreas da indústria cultural. Fiz também Expresso Brasil, em que cada Estado foi abordado por uma personalidade cultural: Pernambuco foi Antônio Carlos Nóbrega; Maranhão, Ferreira Gullar; o Amazonas, por Márcio de Souza; Jorge Furtado, Rio Grande do Sul; além de Roraima de Davi Yanomami. Fiz ainda o Nordeste Feito à Mão, que foram 11 episódios, focando no artesanato da região. Você sempre conciliou a atividade de psicanalista com o audiovisual? Não. houve uma época que parei o consultório porque tive que sair daqui para fazer produções muito grandes. Fui para São Paulo, morava no bairro de Perdizes, que era o centro da psicanálise, onde estão editoras só de psicanálise, e a PUC (Pontifícia Universidade Católica). Aproveitei para estudar. Quando volto ao Recife, estava sem pacientes e resolvi fazer o Nordeste Feito à Mão, que demandou muito tempo. Gosto muito de documentário, tem muito a ver com o trabalho de psicanalista porque temos que lidar com o inesperado. É diferente da ficção, em que você vai para o set com todo o roteiro pronto, o elenco ensaiado, o fotógrafo já sabe onde vai colocar a câmera, o maquinista já sabe todos os movimentos dos equipamentos. Documentário não, é como um consultório, você não sabe o que o paciente vai falar. Quando fiz o filme De Profundis, juntei tudo: psicanálise, cinema, fotografia, imagem, palavra. Essas coisas não se dissociam mais para mim. Na época, soube, em São Paulo, que havia uma cidade no Sertão de Pernambuco, Itacuruba, com as maiores taxas de suicídio e depressão do País. Eu disse: meu Deus, há quase 30 anos esse pessoal vem sofrendo aqui do nosso lado! Sou da área de saúde mental, trabalho num hospital público, convivo muito com psiquiatra e psicólogos e ninguém sabia disso! Decidi ir lá saber por que esse povo sofria tanto. Escrevi um roteiro num edital sobre o tema, fui selecionada. Quando começamos a filmar, as pessoas diziam que não havia casos de depressão por lá. Aos poucos fui entrando no cotidiano dos moradores, eles começaram a falar, mas com medo porque a maioria trabalhava na Prefeitura. A Prefeitura colaborou com o filme, mas não tinha interesse de divulgar os casos de depressão. Depois, os que deram entrevistas não quiseram mais falar, nem dar autorização do que haviam dito. Pensei que o filme havia afundado. Na verdade, a cidade original onde moravam foi submersa para construção de uma barragem, e nunca mais eles falaram sobre isso. Até o padre disse: “o que ficou para trás, ficou. Ninguém fala mais nisso”. O suicídio era um sintoma social de tudo o que não foi dito, não foi elaborado. Foi aí que eu e a montadora fizemos um filme com fotos da cidade antiga. Um carro de som avisou que exibiríamos as imagens. Quando chegamos na praça para mostrar o filme, estava lotada. Embora não pudessem falar, a cidade antiga atingia a emoção deles. Mostramos fotos de Itacuruba Velha e das pessoas naquela época. Aí, elas começaram a falar, falar, falar… As pessoas toparam falar, mas pediram para não mostrar os rostos apenas as suas vozes. Um pedido que eu acatei e expliquei nos créditos finais do filme. Resolvi fazer uma oficina de cinema para eles entenderem o que a gente estava fazendo ali. Algumas pessoas se interessaram. Uma equipe fazia o trabalho de roteiro, outra de produção, outra de som, outra de fotografia, outra de montagem. As pessoas se juntaram em três grupos, um deles resolveu contar a história da mudança da cidade velha para a nova. Ou seja: tocar naquilo que ninguém falava. Achei fantástico, porque eu ia com eles entrevistar as pessoas nas suas casas. Não era mais o meu filme, era o filme deles. Eles fizeram esse filme com o que tinham: o computador, o celular. Eles foram entendendo o nosso trabalho e as pessoas foram falando. Quando o documentário passou em São Paulo, no Festival

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Baixar ou não baixar as taxas de juros: Eis a questão

Enquanto as prévias carnavalescas já ferviam em Olinda, na passarela do debate econômico nacional e do Painel Mensal da Agenda TGI estava em destaque a taxa de juros do País. Com a manutenção da Selic no patamar de 13,75%, o Banco Central passou a receber críticas duras do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Usada como um remédio para ajudar no combate à inflação, a taxa tem como efeito adverso o esfriamento das atividades econômicas. Passada a Quarta-Feira de Cinzas, o embate, que transita entre o feeling político e as doutrinas da economia, volta ao palco. Afinal, os juros do Brasil estão adequados ou não para o momento em que vivemos? Puxado pelo presidente Lula, as discussões sobre a Selic e, em paralelo, a meta de inflação do País, colocou em lados opostos referências do mercado financeiro, da classe empresarial e política. Enquanto o Governo Federal por um lado luta para dinamizar a economia e conseguir a almejada retomada do crescimento, por outro, o Banco Central usa as ferramentas que têm em mãos para conter a inflação e levá-la à meta de 3,25% em 2023. “A definição da taxa de juros de referência (Selic) é essencialmente técnica. O Copom (Comitê de Política Monetária), composto pelo presidente e pela diretoria colegiada do Banco Central, estipula qual a taxa que pode empurrar a inflação para dentro da meta, analisando o comportamento de um conjunto de variáveis econômicas, fiscais e até políticas”, explicou o economista Sérgio Buarque. Leia a reportagem completa na edição 206 da Revista Algomais: assine.algomais.com

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Gasolina e etanol voltarão a ter impostos a partir do final do mês

Uma das grandes bombas deixadas para a transição será sentida no bolso dos brasileiros a partir de março. A desoneração do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), que começou às vésperas do processo eleitoral de 2022, terminará no próximo dia 28. Com o retorno de cobrança das alíquotas, a expectativa é de que seja acrescentado R$ 0,792 por litro da gasolina A (sem mistura de etanol) e de R$ 0,242 por litro do etanol. O repasse aos consumidores depende do valor definido pelas distribuidoras e dos postos. O aumento do preço dos combustíveis tem um impacto direto e indireto na inflação, visto que deve incidir em algum grau sobre a maioria dos produtos, visto que atinge o custo de logística das mercadorias. Aos cofres públicos, no entanto, a medida deve render R$ 28,88 bilhões ao caixa do governo em 2023. É importante observar o real efeito que a medida terá nas bombas de combustíveis a partir de 1º de março, além do tamanho do impacto inflacionário geral.

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Mercado financeiro prevê crescimento de 0,8% do PIB e inflação de 5,89%

O recém anunciado Boletim Focus, que é a pesquisa divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC), indicou um crescimento da taxa de inflação de 5,79% da última projeção para 5,89%. Ambos os números estão bem acima da meta de inflação do País para 2023 que está fixada em 3,25%. Como a meta tem um intervalo de tolerância de 1,5%, o limite superior seria em 4,75%. As estimativas para os próximos anos da inflação são de 4,02% para 2024 e 3,78% para 2025. O boletim também sinalizou um leve crescimento do PIB em comparação com a última edição, aumentando de 0,76% para 0,8%, praticamente estável. A expectativa para o PIB nos próximos anos é um pouco mais elevada, mas ainda assim muito baixa. Para 2024, a perspeciva é de um avanço de 1,5% e para 2025 de 1,8%. O boletim também estimou uma cotação para o dólar de R$ 5,25 para o final deste ano. Em 2024, a perspectiva é de que a moeda americana permaneça em um patamar elevado em relação ao real, ficando em R$ 5,29.

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"Os assistentes virtuais serão a próxima grande onda de aplicativos"

Como toda nova tecnologia que surge, o aplicativo ChatGPT tem suscitado muita discussão tanto sobre seus benefícios, quanto seus efeitos negativos. Há temor de que ela seja empregada para facilitar a divulgação de fake news, favorecer o plágio nas teses acadêmicas e até ser usada por hackers. Ao mesmo tempo, o ChatGPT abre uma série de possibilidades de usos para auxiliar o dia a dia de pessoas e empresas. “Assim como toda ferramenta com grandes potencialidades, essa tecnologia pode ser utilizada para o bem ou para o mal”, adverte João Paulo Magalhães, professor da CESAR School. Nesta entrevista a Cláudia Santos, Magalhães afirma que o primeiro impacto do uso do aplicativo ocorrerá nas áreas de atendimento ao cliente e suporte técnico, proporcionando menos tempo de espera e menores custos. Ele acredita que assistentes virtuais, como Alexa, passarão a utilizar os modelos de linguagem semelhantes ao do ChatGPT para potencializar as suas funcionalidades e, em breve, ele prevê o surgimento de uma segunda onda desses aplicativos. “Todos nós aprenderemos e faremos o nos- so trabalho acompanhado de um assistente profissional digital”, projeta o professor. O que é o ChatGPT? Estritamente falando, ChatGPT é um aplicativo de mensageria, ou chat, no qual os usuários conversam não com uma pessoa, mas com uma inteligência artificial baseada em um grande mo- delo de linguagem natural, o GPT-3, que tem como objetivo che- gar o mais próximo possível de uma conversa com um humano. O seu grande diferencial é que esse modelo aprende a partir de uma quantidade gigantesca de dados, em sua maior parte oriun- da da internet, como notícias, livros, sites, artigos de revistas, etc. Isso faz com que o ChatGPT entenda perguntas complexas e gere respostas em uma linguagem muito natural para nós, humanos. Além disso, o ChatGPT é capaz de armazenar o contexto de uma conversa, então, se você estiver perguntando sobre um determi- nado assunto, o aplicativo manterá este assunto e tudo que foi perguntado em sua memória, assim como nós fazemos, o que torna a conversa muito mais fluida. De forma mais ampla, ChatGPT é a ponta de um iceberg de possíveis aplicações extraordinárias a partir dos grandes modelos de linguagem natural. Isso é possível porque a linguagem é, por si só, talvez a ferramenta mais poderosa já desenvolvida pois, por meio dela, podemos descrever e transmitir todos os outros co- nhecimentos, bem como imagens, vídeos e praticamente tudo o que existe. Se conseguirmos criar uma ferramenta que se aproxi- ma de nossa linguagem, muito provavelmente, os impactos em todas as áreas em que atuamos pode ser potencializado. Isto já está ocorrendo na criação de imagens e vídeos, bem como na programação de computadores, por exemplo. Você poderia dar exemplos de aplicações que essa nova tecnologia pode proporcionar? A primeira leva de aplicações vai ser um salto de melhorias nos assistentes digitais como o Alexa, a Siri e o Assistente do Google, além dos chatbots em geral, que encontramos em sites diversos. Uma segunda onda será marcada pelo que estou chamando de assistentes digitais profissionais e educacionais, um assistente digital que vai ajudar os profissionais e estudantes em suas tarefas do dia a dia, potencialmente em qualquer área, como por exem- plo, para fazer pesquisas em grandes bases de dados de conhecimento e conteúdo. Neste sentido, saem na frente as profissões que fazem uso maior da escrita, como o jornalismo, a escrita de livros ou criação de resumos e conteúdos diversos, bem como a programação de computadores, que poderá ser feita por meio de uma linguagem mais próxima do natural. A tradução entre idiomas também vai dar um salto de qualidade e rapidez, eventualmente chegando a ferramentas de tradução simultânea. O ChatGPT foi baseado em redes neurais e machine learning, o que isso significa para o público leigo em tecnologia? No geral, a parte mais técnica das tecnologias não deveria significar muito para o público leigo em geral. Assim como não precisamos nos preocupar em como a energia elétrica é produzida e transmitida para nossas casas, mas sim que a luz ligue quando tocamos no interruptor. O mais importante é entender os seus potenciais usos em nossas áreas de atuação, bem como os ris- cos decorrentes de toda ferramenta poderosa. Entre esses riscos, precisamos entender que toda ferramenta que tem como base machine learning é treinada a partir de dados e vai reproduzir e potencializar os conceitos e preconceitos ali presentes. Além disso, por não se tratar de uma ferramenta algorítmica, o seu comportamento pode se tornar catastrófico em situações limítrofes. Poderia nos exemplificar situações em que o Chat GPT usará machine learning? O ChatGPT é uma ferramenta baseada no modelo de Machi- ne Learning GPT-3, pois se caracteriza por aprender (fazer relações entre perguntas e respostas) a partir de grandes bases de dados, sem a necessidade de ser explicitamente programada para cada pergunta. Desta forma, o ChatGPT faz uso de machine learning desde o seu aprendizado (processo em que armazena essas relações), passando pela forma com que gera um texto fluido e também quando corrigimos alguma informação, que passa a fazer parte de sua base de conhecimentos, pelo menos para a conversa atual. Leia a entrevista completa na edição 205 da Algomais: assine.algomais.com

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A economia do Carnaval e os lucros da folia

*Por Rafael Dantas O Carnaval pernambucano movimenta muito mais do que apenas blocos e troças. A folia no Estado move uma série de cadeias econômicas distribuídas em municípios na Zona da Mata, Agreste e Sertão que têm a tradição de receber foliões. Embora o Recife e Olinda sejam os protagonistas das maiores festividades, destinos como Nazaré da Mata, Bezerros e até Belém do São Francisco têm grandes expectativas com o período. Além do turismo, o comércio também está aquecido e se preparou para a festa de Momo. De acordo com dados da CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo), o retorno dos festejos carnavalescos, sem as restrições sanitárias mais duras dos anos anteriores, deve gerar no País o faturamento de R$ 8 bilhões. O montante equivale a 0,12% do PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil. Como Pernambuco conta com dois dos destinos nacionais mais badalados da folia brasileira, Recife e Olinda, as expectativas são de forte aquecimento da economia local no período. Leia a reportagem completa na edição 205 da Algomais: assine.algomais.com

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Silvério Pessoa: "A cultura está dentro do grande guarda-chuva da economia criativa"

Secretário de Cultura de Pernambuco, empossado há menos de dois meses, o músico Silvério Pessoa celebra nos próximos dias o seu primeiro carnaval como gestor público. Os desafios são maiores que apenas apoiar a retomada do ciclo cultural, mas está também no campo da reestruturação do setor, que sofreu por anos com a pandemia e com toda desarrumação das políticas públicas nacionais, após a dissolução do Ministério da Cultura. "Acreditamos que a cultura tem um valor e uma importância tal e qual a saúde, a educação e a segurança. Isso está dentro de um grande guarda-chuva que se chama a economia criativa. O artista deve ser protagonista do seu negócio, gerenciar sua carreira, desenvolver atitudes de autonomia diante do mercado, dos negócios da cultura. Isso pode ser no artesanato, na moda, no cinema, no teatro, na dança na música, na literatura, em todas as linguagens, possibilitando o artista de inserir sua prática no mundo de forma sustentável". Em síntese, Silvério Pessoa defende que o artista viva da sua própria arte e saiba conduzir a carreira. Além da Pandemia, Silvério destacou que a classe artística sofreu com o desmanche das políticas culturais nacionais nos últimos quatro anos. "O carnaval vem de uma parada abrupta, mas os nossos problemas não vieram só pelo coronavírus. Agora com a volta do Minc (Ministéro da Cultura), há uma esperança. Essa retomada exigirá de nós paciência, colaboração, espírito de coletividade". Acerca da sua gestão da secretaria de cultura, Silvério defendeu que o foco principal será no fomento da arte das periferias e subúrbios, não só da Região Metropolitana do Recife, mas da Zona da Mata, do Agreste e do Sertão. "Quando liberamos recurso para um mestre ou um artista, há todo um giro financeiro. Vocês não imaginam como um show de um artista, seja destacado nacionalmente ou não, faz circular recursos financeiros. Seja o maracatu, a escola de samba, a cirandeira, a costureira, até na montagem do palco dos festivais". Além do alcance de vários profissionais e artistas, festividades como o Carnaval têm também uma distribuição bem abrangente pelo território pernambucano. "O foco principal do Carnaval é o Recife e Olinda, mas posso declinar um pouco esse olhar. Em Triunfo, os caretas têm uma circulação destacável. Arcoverde hoje movimenta um espaço significativo no Carnaval pernambucano. Bezerros está retornando com um dos carnavais mais destacados com papangus. Nazaré da Mata promove o encontro com o Maracatu Rural, sem falar nos bois, orquestras. Diria, inclusive, usando linguagem jovial, que o barato é sair do centro e procurar esses outros carnavais, não diria alternativos, mas que revelam a essência mais próxima da cultura do povo. Isso só se encontra no interior". Na entrevista, questionei o secretário acerca do pagamento dos artistas, visto que há uma reclamação quase histórica da demora para recebimento de cachês dos shows e eventos. Silvério explicou que como músico, ele conhece de perto essa realidade e enfrentar essa burocracia é uma das metas do governo para acelerar os pagamentos, mas pediu paciência. "Estou na secretaria primeiramente como músico, como artista. Isso pode me ajudar a desenvolver ideias e ações para facilitar a vida do artista principal e dos instrumentistas. Mas não temos nem 60 dias de gestão ainda. Estamos herdando uma estrutura pensada há 16 anos, que vinha tocando a cultura. É nosso pensamento e particularmente a minha sensibilidade de resolver essa questão porque passei por isso. Já passei um ano para receber um cachê. Já passei 6 meses. Sei de uma forma vivencial dessa dificuldade. Não era fácil. Às vezes fazia um caixa, um saldo de giro para remunerar os músicos até receber da instituição para saldar o serviço. Agora no interior da estrutura, dentro da máquina, é que se percebe como é difícil e complexa essa dinâmica para girar essa questão financeira de cachês.O desejo e vontade é imediata, mas o caminho não é tão fácil. Exige do artista estar devidamente formal, constituído dentro da burocracia, com suas certidões. Confesso que é muito complexo, mas temos ideias e vamos tentar viabilizar os pagamentos dos artistas. Serão remunerados da forma mais imediata possível. Não é um desejo distante, mas a gente precisa ter tempo, colaboração e crédito da classe artística", finalizou Silvério Pessoa.

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Tambaú Alimentos cresceu 25% e terá 10 lançamentos em 2023

Com sede em Custódia, a pernambucana Tambaú Alimentos comemorou o ano de 2022 com um crescimento de 25% do faturamento. O presidente da empresa, Hugo Gonçalves, também tem boas perspectivas para este ano. “A Tambaú é uma empresa que vem tendo crescimento elevado ao longo dos anos, nossa expectativa é muito otimista. O governo tem falado em manter os auxílios de transferência de renda, assegurando ajuda para cada criança. Acreditamos que esse dinheiro quando chega na mão da população pobre se reverte em consumo alimentar. No segundo semestre teremos lançamento de vários produtos que estão em desenvolvimento”. Lançamentos Em 2022, a marca lançou 10 produtos, ampliando o seu mix e formatos, como o Barbecue 100% Nordestino, a Mostarda 100% Nordestina e o Cogumelo inteiro e fatiado. Para 2023, estão previstos outros 10 lançamentos. Comunicação Outra novidade para 2023 é o aumento dos investimentos em marketing em comunicação. O orçamento para a área será cerca de 240% maior que em 2022. Uma das grandes apostas é o patrocínio da Paixão de Cristo de Nova Jerusalém. No período do espetáculo mais de 60 mil visitantes poderão conhecer mais da marca e os seus produtos. Serão instalados painéis no caminho entre Recife e Brejo da Madre de Deus. A campanha contará também com anúncios em TV, rádio, mídia impressa e exterior. Haverá também degustação de produtos da Tambaú. “A Paixão de Cristo é um dos eventos mais importantes do estado, e reúne milhares de pessoas, de todos os lugares e de todas as idades. Para a Tambaú, é um prazer poder participar de um evento dessa dimensão que envolve, comove e emociona tanta gente. Como uma das marcas mais tradicionais de Pernambuco, é uma grande honra fazer parte deste espetáculo tão grandioso e de celebrar o significado real da Páscoa”, afirma Hugo Gonçalves, presidente da marca.

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