Arquivos Iperid - Revista Algomais - a revista de Pernambuco

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Festival de Cultura Judaica destaca a paz em sua 32ª edição

A 32ª edição do Festival de Cultura Judaica, promovida pela Federação Israelita de Pernambuco (Fipe), acontecerá no próximo domingo (22), às 16h. Com o tema "Shalom al Israel, veal kol ioshvê tevê!" – que significa "Paz sobre Israel e sobre toda a humanidade!" –, o evento será transmitido pelo canal do YouTube da Federação e contará com inserções gravadas na Sinagoga Kahal Zur Israel, na Rua do Bom Jesus, Recife. A programação celebra a paz por meio de apresentações musicais, leituras, poemas, encenações e depoimentos. Estão confirmados os cantores Joca Perpignan e Ori Harpaz, além de nomes como Fortuna, Santanna - o Cantador, Geni Katz, Ale Edelstein e outros artistas. O evento também contará com a participação de rabinos e líderes judaicos, como Ruben Sternschein, Kelita Cohen, Michel Schlesinger e Claudio Lottenberg, presidente da Confederação Israelita do Brasil (Conib). Coordenado pelo professor de história judaica Jáder Tachlitsky, o festival promove a arte e a cultura judaica, reforçando valores como cooperação, respeito e justiça. Segundo Boris Berenstein, presidente da Fipe, o evento é um convite à reflexão sobre a paz, tema essencial na tradição judaica e relevante para toda a humanidade. Serviço

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A importância da Educação global 

*Por Eduardo Carvalho, Harvard University/IPERID Fellow, Autor do livro Educação Cidadã Global  Globalização é um fato. Vivemos num mundo interconectado em que as decisões tomadas num lugar podem impactar quem vive no outro extremo do planeta, no curto e/ou longo prazo. Os desafios enfrentados por organizações, cidades e países requerem cada vez mais conhecimento e cooperação internacional. Nesse cenário, temos que repensar o currículo, os planos de aula e as estratégias pedagógicas, com enfoque em competências globais, especialmente pensar o mundo em que estamos inseridos e formar crianças e jovens capazes de entender os desafios globais e locais, se preocupar com eles e adquirir as habilidades para enfrentá-los. É a missão mais importante que professores e gestores escolares precisam abraçar. Requer educação global, conceituada como:  Desenvolver a capacidade de entender o mundo, respeitá-lo e atuar para mudá-lo para melhor, seja como cidadão, líder ou empreendedor.   É uma abordagem para orientar como os alunos aprendem e os professores ensinam, com o propósito de impactar positivamente a sociedade com ações e decisões. Pode envolver adições ao currículo, mas, primeiro, compreende examinar e revisar o currículo, a pedagogia e a organização escolar existentes. Trata-se de um processo no qual os alunos compreendem as áreas de conhecimento, os modelos de pensamento por meio de disciplinas integradas, desenvolvem habilidades, para aprender a solucionar problemas. Nesse processo o aluno torna-se capaz de sintetizar o conhecimento de várias disciplinas a fim de desenvolver processos para enxergar o problema. Capacita-se para entender as causas, os impactos e busca aprendizados além das fronteiras para colaborativamente, encontrar soluções inovadoras. Para alcançar esse objetivo se faz necessário que gestores e professores participem de rede global de conhecimento, aprendam com organizações de classe mundial e pesquisem melhores práticas e as adapte às suas realidades.  A educação global é um conjunto de propósitos claros que podem ajudar a alinhar o currículo com questões, desafios e oportunidades do mundo real. Como tal, é uma maneira de ajudar professores e alunos a entender a relação entre o que é aprendido na escola e o mundo fora da escola. Inclui vários domínios específicos, como educação para sustentabilidade, compreensão dos assuntos globais, compreensão do processo de globalização e interdependência global, desenvolvimento da competência intercultural, promoção do engajamento cívico, direitos humanos e educação para a paz. As ciências e as humanidades são os fundamentos disciplinares da educação global, pois não há como entender o mundo sem o conhecimento, as habilidades e as disposições que resultam de aprender a pensar como os cientistas fazem ou raciocinar como os humanistas. O programa considera também à estrutura ética refletida na Declaração Universal dos Direitos Humanos e ao objetivo específico de contribuir para enfrentar e resolver os riscos prementes do mundo, como os definidos pelos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Os dezessete objetivos estão enraizados em várias disciplinas focadas no desenvolvimento humano e social. Representam um desafio o desenvolvimento e progresso social, enfatizando a interdependência da inclusão, justiça social, paz e sustentabilidade.  Um tópico essencialmente global é a mudança climática. A competência global deve permitir que as pessoas entendam as mudanças climáticas, se adaptem para mitigar seu impacto. A Educação sobre Mudanças Climática  foca em preparar as pessoas para cultivar meios mais sustentáveis de se relacionar com o planeta. Abrange a preparação para adotar práticas que são conhecidas por serem sustentáveis, por exemplo, retardar o crescimento populacional, consumir uma dieta com uma pegada de carbono menor ou usar energias renováveis. Essas práticas podem ser individuais nas escolhas que se faz para o próprio consumo e estilo de vida, ou podem ser coletivas, o resultado de escolhas quando se participa do processo democrático em vários níveis de governo.   Como exemplo de programa de Educação Global, Fernando Reimers, professor da Harvard Graduate School of Education, criou o currículo World Course, implantado inicialmente na escola Avenues em New York, da educação infantil ao ensino médio.   Currículo que incorporou princípios e estruturas específicos. Não trata apenas de informar questões globais aos alunos, mas também em desenvolver (i) as habilidades para colocar esse conhecimento em uso e (ii) as atitudes para inspirar a ações significativas. Essa combinação de conhecimentos, habilidades e atitudes é resumida no conceito “competência global”. A Asia Society e a OCDE consideram quatro aspectos-chave da competência global (1) investigar o mundo além de seu ambiente imediato, examinando questões de significado local, global e cultural; (2) reconhecer, entender e apreciar as perspectivas e visões de mundo dos outros; (3) comunicar ideias efetivamente com públicos diversos, envolvendo-se em interações abertas, apropriadas e eficazes entre culturas; e (4) agir para o bem-estar coletivo e o desenvolvimento sustentável, tanto local quanto globalmente.   Um programa eficaz de educação global não é o resultado de uma série de experiências isoladas em vários silos curriculares, mas o resultado de oportunidades de aprendizagem coerentes e integradas que podem ajudar o aluno a entender a relação entre o que aprende em várias séries e disciplinas a serviço da compreensão do mundo e de ser capaz de agir para melhorá-lo. Como tal, uma educação global ajuda o aluno a pensar sobre a complexidade e entender os sistemas que sustentam as questões globais e a interdependência global, conscientizando-o sobre o senso dos direitos e das responsabilidades nas comunidades local, nacional e global, com o propósito de realizar o bem comum. É fundamental que ocorra desde criança.  A formação torna o jovem apto a viver e trabalhar numa sociedade global. É essencial que as instituições educacionais se comprometam com a abordagem. 

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Cenário atual de Pernambuco na internacionalização

*Por João Canto O Estado de Pernambuco tem uma importância histórica tanto em nível regional quanto nacional que não pode ser negada. Desde os primeiros períodos da economia brasileira, Pernambuco se destacou como um dos principais centros econômicos do país, o que o confere características de um estado cuja economia é dinâmica e diversificada em suas atividades. Ao longo de várias décadas, a econômica de Pernambuco apresentava resultados estatísticos que refletiam sua característica importadora. Ou seja, recorrentemente, as importações eram superiores às exportações, o que ilustrava que a economia local estava mais propensa a consumir materiais e produtos importados. Esta característica foi invertida a partir de 2014, conforme apresenta o gráfico abaixo. É possível verificar que o volume financeiro de exportações ultrapassou o volume de importações, se mantendo desde então. Atualmente, podemos considerar que Pernambuco se tornou um estado exportador, uma vez que as estatísticas apontam este perfil na ultima década. Figura – Formatação pelo Autor. Dados: Comexstat No histórico de Pernambuco, um dos grandes motivadores desta inversão da dinâmica de internacionalização é o inicio do polo automotivo em Goiana. O inicio da produção e exportação de veículos aumentou muito o volume financeiro das exportações em função do valor agregado dos carros, contribuindo fortemente na mudança radical da pauta exportadora. As empresas da cadeia automotiva já existente – e as que se instalaram ao longo da década – também contribuem fortemente no resultado. Outros setores produtivos também contribuem de forma importante na pauta exportadora, como produtos derivados de petróleo, químicos, vidros, baterias automotivas, cerâmicas, alimentos, frutas, entre outros além do açúcar – que já consta historicamente na pauta. Figura - Comexstat - https://comexstat.mdic.gov.br/pt/comex-vis/5/26 Um outro aspecto estatístico importante é a diminuição da participação no comercio exterior, iniciada em 2023. Segundo os dados do Comexstat / Quantum das Exportações, Pernambuco vem apresentando diminuição das exportações. No gráfico abaixo, fica clara a curva em movimento de baixa. Figura - Comexstat, Quantum das Exportações - https://balanca.economia.gov.br/balanca/IPQ/uf_mes.html Vários aspectos que incentivam as empresas a exportarem podem incluir o acesso a novos mercados, permitindo que as empresas ampliem sua base de clientes e potencializem suas vendas. Isso é especialmente relevante para negócios que podem saturar rapidamente o mercado interno, pois a exportação oferece oportunidades de crescimento em regiões e países diferentes. Outro fator importante é a diversificação de riscos; ao operar em mercados internacionais, as empresas podem reduzir sua dependência da economia local, minimizando o impacto de crises econômicas regionais. Além disso, a competição em mercados externos estimula as empresas a melhorar constantemente seus produtos e processos, aumentando a competitividade geral e promovendo inovação. Essa pressão pode levar a investimentos em pesquisa e desenvolvimento, resultando em produtos mais qualificados, não somente internamente na empresa exportadora como também na cadeia de fornecedores, melhorando todo um universo econômico ligado ao produto final. Outro aspecto relevante é a possibilidade de economias de escala, que permitem a redução de custos unitários com o aumento da produção. Isso não apenas melhora a margem de lucro, mas também possibilita que as empresas ofereçam preços mais competitivos no mercado internacional. Por fim, a exportação contribui significativamente para a valorização da marca, elevando sua reputação no cenário global e promovendo a fidelização de clientes, o que pode resultar em parcerias de longo prazo e um fluxo contínuo de receita. Nos últimos anos, o tema de exportação tem permeado várias das pautas governamentais e associativas, fomentando que as empresas busquem se internacionalizar. Os incentivos governamentais, como subsídios e programas de apoio ao comércio exterior, também são fundamentais, pois oferecem recursos e informações que facilitam o acesso a mercados internacionais. Esses fatores, combinados ou não, fazem da exportação uma estratégia atraente e essencial para o crescimento sustentável das empresas. PERNAMBUCO: MEIs e MPE Exportadoras: Segundo dados do levantamento da Secretaria de Comércio Exterior - SECEX/MDIC (https://balanca.economia.gov.br/balanca/outras/porte/relatorio_porte.html), atualizado em 2024, apontam que a participação de MEI, micro e pequenas empresas nas exportações brasileiras representou um total de 41% do totais de empresas, contabilizando um total de 11.456 dos 28.524 de CNPJs exportadores. Em Pernambuco, no mesmo ano, a participação foi de 31%. Importante comentar que, em relação aos estados da Bahia, Ceará, e Paraíba, Pernambuco possui a menor participação de MEIs e MPEs nas exportações. O gráfico abaixo ilustra a diferença entre os estados, inclusive em relação à média nacional. Figura – Formatação pelo Autor. Dados: https://balanca.economia.gov.br/balanca/outras/porte/relatorio_porte.html Figura - Formatação pelo Autor. Dados: https://balanca.economia.gov.br/balanca/outras/porte/relatorio_porte.html Nota-se uma curva ascendente a partir de 2019, refletindo um movimento de crescimento na quantidade de empresas deste porte no quantitativo de exportadores em cada um dos estados apresentados. Em 2023, Pernambuco apresentou uma redução de 2% na participação de MEI e MPEs exportadores em relação ao ano anterior. *João Canto é vice-presidente do Iperid

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200 anos de parceria: Cônsul-Geral May Baptista fala sobre as Relações Brasil-Estados Unidos

Em entrevista, a diplomata destaca a importância da colaboração em temas como democracia, segurança e desenvolvimento econômico no contexto das comemorações do bicentenário. A cônsul-geral dos Estados Unidos no Recife, May Baptista, compartilha suas perspectivas sobre as relações diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos, especialmente no contexto das celebrações pelos 200 anos de parceria entre as nações. Com uma trajetória no Serviço de Relações Exteriores que inclui experiências em diversos países da América Latina e da Europa, Baptista enfatiza a importância da construção de relacionamentos sólidos, com foco na promoção da democracia, segurança e progresso econômico. Seu papel no Recife abrange uma vasta gama de iniciativas voltadas à educação, direitos humanos e desenvolvimento sustentável, refletindo seu compromisso em cultivar redes entre culturas e organizações. Como o Consulado no Recife tem celebrado o marco dos 200 anos das relações diplomáticas entre o Brasil e os Estados Unidos? Este ano estamos celebrando os 200 anos de relações diplomáticas entre Estados Unidos e Brasil com eventos em diversos estados brasileiros. No Nordeste, onde o Consulado Geral dos EUA no Recife atua em oito estados, promovemos diversas parcerias que marcaram este bicentenário e gostaria de destacar: as apresentações e intercâmbios musicais do artista norte-americano Daniel Ho & Friends, que com sua banda apresentou a música e dança do Havaí para os públicos do Recife e de Fortaleza - em parcerias com o Paço do Frevo (Pernambuco) e Embaixada Bilíngue Fortaleza (Ceará); ingressos dados a  estudantes de projetos educacionais de Fortaleza e Natal para assistir ao concerto ao vivo “Magia e Sinfonia” da Disney; a presença da embaixadora dos EUA no Brasil, Elizabeth Frawley Bagley, e de representantes da NASA no Space Week Nordeste, em São Luís do Maranhão; a visita do cutter da Guarda Costeira dos EUA a Fortaleza, que possibilitou a intercâmbio de conhecimentos com integrantes da Marinha do Brasil e que reforça nossa amizade histórica com o país como parceiro de defesa e segurança pela democracia no Hemisfério Ocidental; e a bela exposição sobre as relações históricas entre os EUA e Pernambuco,  que foi criada e exibida na ABA Global Education (Pernambuco), nosso Espaço Americano no Recife. Nacionalmente, tivemos desde intercâmbio para jovens de escolas públicas e o primeiro jogo na NFL em São Paulo, além de exposição de arte que será lançada neste mês de outubro na capital paulista. O bicentenário nos lembra do impacto positivo que nossa relação teve em nossos países e em nossos povos, e que continuamos trabalhando juntos para um futuro brilhante.  Quais os principais eixos de atuação do consulado atualmente? Houve alguma mudança significativa pós-pandemia? Gosto sempre de lembrar que o Consulado Geral dos Estados Unidos no Recife desenvolve ações e parcerias nos estados de Pernambuco, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Alagoas, Sergipe, Piauí e Maranhão. A Embaixada e Consulados dos EUA no Brasil atuam em eixos que têm valores compartilhados com governo e instituições brasileiras. Algo de muito impacto no momento pós-pandemia foi nosso trabalho para emissão de vistos para cidadãos em busca de viagens aos Estados Unidos. Aqui no Recife, além de mutirão consular e da prioridade aos brasileiros que estudam nos EUA, inauguramos no Paço Alfândega o Centro de Atendimento ao Solicitante de Visto, que recebe e entrega documentos daqueles que não precisam de entrevista para a renovação do visto.  Hoje, celebramos que em 2023 emitimos um recorde de 1,1 milhão de vistos para brasileiros. E vamos bater uma nova marca este ano: no primeiro semestre de 2024, emitimos aproximadamente 675 mil vistos, 17% a mais em relação ao mesmo período de 2023. Nossa relação bilateral com o Nordeste é focada no fortalecimento da democracia e direitos humanos; em promover educação na área STEM (Ciência, Tecnologia, Educação e Matemática); no combate à crise climática; e empoderamento e combate à violência de gênero. Destaco que em todas as nossas ações buscamos incorporar diversidade, equidade, inclusão e acessibilidade para todas as pessoas. Sobre nossa atuação em direitos humanos, ressalto o termo de cooperação estabelecido em 2023, e que continua em atividade, entre o estado de Pernambuco e a ONG internacional Freedom Fund, parceira implementadora de bolsa de financiamento do Escritório de Monitoramento e Combate ao Tráfico Humano do Departamento de Estado dos EUA. Por meio da doação, investimos mais de 25 milhões de dólares em vários estados e setores no Brasil para combater o trabalho forçado e o tráfico sexual. Já na educação, os números mostram que também temos um diálogo contínuo com quem busca o conhecimento. De acordo com o Open Doors, relatório elaborado pelo Departamento de Estado dos EUA, o Brasil é o 9º país do mundo que mais envia estudantes para os Estados Unidos: são mais de 16 mil brasileiros matriculados em cursos de universidades americanas. Uma opção segura e gratuita para a busca de uma vaga em uma universidade nos EUA é fazer uma consulta no EducationUSA, centro oficial do governo que oferece informações sobre oportunidades de estudos. Através de parcerias com instituições educacionais, hoje temos nove escritórios EducationUSA no Nordeste – em Pernambuco, Ceará, Maranhão, Piauí e Rio Grande do Norte. E espero em breve celebrar a abertura de um centro em mais um estado nordestino! Na pauta econômica, quais são os setores de maior interesse americano em estabelecer parcerias em Pernambuco e no Nordeste brasileiro? O comércio e o investimento dos Estados Unidos apoiam mais de 520 mil empregos no Brasil e aproximadamente 100 mil nos EUA.  No contexto dos investimentos de empresas americanas em Pernambuco e no Nordeste, é evidente para mim que somos o principal parceiro internacional na região. Várias empresas americanas possuem grandes operações por aqui, contribuindo bastante para o desenvolvimento econômico e oferecendo empregos de qualidade. O ramo de alimentos e bebidas é, sem dúvida, um dos segmentos de maior atividade fabril, mas também temos forte atuação em indústrias de maior valor agregado, como a automotiva, além de importante participação na área de TI. No setor de franquias, várias marcas americanas estão presentes no dia a dia dos nordestinos há anos. Não citarei nomes

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Fernando M. Araújo-Moreira fala sobre o futuro da inteligência artificial e das tecnologias quânticas na segurança nacional

Às vésperas da II Conferência Internacional dos Guararapes, o renomado pesquisador e professor Fernando M. Araújo-Moreira, que atualmente atua como Coordenador de Pesquisa no Instituto Militar de Engenharia (IME), compartilha suas perspectivas sobre o impacto da Inteligência Artificial (IA) e das Tecnologias Quânticas (TQ) na sociedade e, mais especificamente, no campo da defesa e segurança nacional. Em entrevista, ele destaca o potencial transformador dessas tecnologias emergentes e discute os desafios e oportunidades que o Brasil enfrentará nos próximos anos. Oportunidade e Urgência no Debate sobre IA Para Fernando M. Araújo-Moreira, o atual debate em torno da IA é não apenas necessário, mas urgente. “Iniciativa excelente, não só pela temática, mas também pelo momento em que ela é feita”, pontua, referindo-se à conferência. Ele destaca a crescente relevância de se discutir o papel da IA em diferentes áreas da vida humana, que vão muito além do setor tecnológico. Relação Entre IA e Tecnologias Quânticas Em sua palestra na conferência, o professor pretende abordar as inter-relações entre IA e TQ, considerando que ambas as tecnologias prometem uma revolução sem precedentes. Segundo ele, a Inteligência Artificial está destinada a impactar todas as esferas da sociedade, desde a saúde até a religião. Ao mesmo tempo, ele considera as Tecnologias Quânticas como a maior revolução tecnológica da história, com a capacidade de transformar profundamente a sociedade. "IA e TQ juntas prometem uma quebra total de paradigmas e o surgimento de um mundo novo", explica o professor. Essa sinergia entre as duas tecnologias, segundo Araújo-Moreira, será um divisor de águas, redefinindo conceitos de segurança, defesa e até mesmo de convivência social. Riscos e Desafios em um Mundo Dual O avanço dessas tecnologias, no entanto, não vem sem riscos. Dentro do contexto internacional tratado pelo IPERID, Fernando M. Araújo-Moreira enfatiza que, apesar dos benefícios, as ameaças são inerentes a esse progresso. “Vivemos num mundo dual onde bem e mal são inseparáveis, eles coexistem e sempre irão coexistir, cabendo apenas a nós maximizar um ou outro aspecto”, comenta. Para ele, cabe à sociedade e aos formuladores de políticas públicas garantir que o desenvolvimento da IA e das TQ seja guiado por princípios éticos, buscando sempre maximizar os benefícios para a humanidade. Oportunidades para a Defesa Nacional No campo da defesa, Araújo-Moreira enxerga a IA como uma ferramenta indispensável. "A IA deverá ser aplicada em todas as áreas do conhecimento humano", destaca. Ele acredita que, além de sua relevância para setores como saúde, energia e educação, a IA desempenhará um papel estratégico crucial na defesa e segurança nacional. O Brasil, assim como outros países, precisa estar preparado para aproveitar ao máximo essas tecnologias emergentes, tanto no âmbito militar quanto no fortalecimento de sua infraestrutura nacional. II Conferência Internacional dos Guararapes: Um Palco para Discussões Estratégicas Fernando M. Araújo-Moreira será um dos palestrantes de destaque da II Conferência Internacional dos Guararapes, que será realizada no dia 8 de outubro de 2024. O evento, promovido pelo Instituto de Pesquisas Estratégicas em Relações Internacionais e Diplomacia (IPERID) e pelo Instituto Brasileiro de Desenvolvimento de Relações Empresariais Internacionais (IBREI), reunirá especialistas nacionais e internacionais para discutir os impactos da IA e das TQ nos negócios e na geopolítica. O palestrante é Professor Titular no Instituto Militar de Engenharia (IME) e Coordenador de Pesquisa em Engenharia Nuclear. Com mais de 40 anos de carreira acadêmica, atuou por décadas na UFSCar e possui uma vasta produção científica nas áreas de física, tecnologias quânticas e defesa nacional. Ele é um dos principais especialistas no Brasil em Inteligência Artificial e Tecnologias Quânticas aplicadas à segurança. A conferência será transmitida online e permitirá a participação de acadêmicos, empresários, diplomatas e tomadores de decisão em um debate profundo sobre as tecnologias disruptivas que moldarão o futuro global. Serviço: Para mais informações e inscrições, acesse o site oficial do IPERID ou IBREI.

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Antonio Cavalcanti discute o papel da IA na geopolítica e nos negócios durante evento no Recife

A corrida global pela IA já começou, e o Brasil precisa de estratégias para não ficar para trás, defende especialista em evento internacional O uso da inteligência artificial (IA) como uma ferramenta de desenvolvimento econômico e de soberania nacional tem se tornado um tema central nos debates de inovação e geopolítica. Antonio Cavalcanti, CEO da Valorian e investidor na área de IA, será um dos palestrantes da "II Conferência Internacional dos Guararapes", onde abordará os "Novos Horizontes em Negócios e Geopolítica" e o impacto da IA no cenário global. Ele destaca que a IA já se posiciona como um recurso estratégico comparável à energia e às telecomunicações. Segundo o especialista, existe uma "corrida global" para se estabelecer como potência em IA, com grandes nações como Estados Unidos e China investindo massivamente na área. Ele compara o atual cenário com a "corrida dos chips de silício", que teve grande concentração de produção em Taiwan e resultou em uma série de tensões internacionais. "A inteligência artificial virou uma espécie de recurso estratégico para qualquer nação. Então é como telecomunicações, é como água, é como energia, é como arma nuclear", afirma Cavalcanti. No Brasil, a adoção da IA está em estágios diversos. Cavalcanti lembra que o país é pioneiro no uso de IA no setor financeiro, especialmente no tratamento de fraudes, mas também destaca que "algumas áreas estão muito desenvolvidas e outras muito distantes de um uso efetivo". Ele comenta sobre o recente hype gerado pela IA generativa, que muitas vezes cria uma expectativa exagerada sobre o que a tecnologia pode fazer. "A hype gerada no setor e nas redes sociais criou um abismo sobre a realidade e a ficção, deixando muitos líderes perdidos." Outro ponto discutido por Cavalcanti é a soberania tecnológica e o risco de o Brasil depender de tecnologias estrangeiras. "O Brasil precisa de uma estratégia de IA para que ele seja soberano e tenha sua própria tecnologia para não depender de tecnologia de terceiros", explica. Ele ainda enfatiza a importância de proteger dados nacionais e a relação diplomática com outros países no que diz respeito ao uso desses dados para treinar modelos de IA. Em relação à regulação, o empresário é favorável a um equilíbrio. Ele acredita que o Brasil precisa estabelecer regras sejam claras, mas sem sobrecarregar o setor com regulamentações que dificultem o desenvolvimento tecnológico. "Temos medo que ela vire uma regulação altamente prescritiva como a regulação europeia e que termine travando a evolução da IA dentro do país", alerta. A conferência, que contará com a participação de especialistas em IA e inovação, será realizada no dia 8 de outubro de 2024, com inscrições abertas no site do evento. Serviço:II Conferência Internacional dos Guararapes – "Inteligência Artificial: Novos Horizontes em Negócios e Geopolítica"Data: 8 de outubro de 2024Inscrições: https://app.glueup.com/event/ii-confer%c3%aancia-internacional-dos-guararapes-120352/

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Carmelo Bastos destaca os desafios do Brasil na era da Inteligência Artificial

Palestrante da Conferência dos Guararapes aponta a importância de infraestrutura, regulação e qualificação profissional para impulsionar o desenvolvimento da IA no país. O avanço da inteligência artificial (IA) no Brasil vem transformando setores importantes, mas o debate sobre suas aplicações ainda está restrito a um espectro limitado de ferramentas, segundo o professor Carmelo Bastos Filho, um dos palestrantes da Conferência Internacional dos Guararapes. "A discussão na sociedade brasileira tem sido, às vezes, limitada a algumas ferramentas produzidas por grandes empresas de tecnologia, como as usadas em redes sociais, mas isso não cobre todas as potencialidades da IA", afirmou o professor. Ele acredita que é necessário expandir o foco para outras áreas, como a indústria e o agronegócio, onde a IA pode gerar um impacto muito maior. Durante o evento promovido pelo IPERID, Carmelo discutirá as várias facetas da IA que podem contribuir para o aumento da produtividade no Brasil. Ele argumenta que o país precisa de infraestrutura própria para desenvolver soluções nacionais que sejam adequadas às suas necessidades. "Precisamos de investimentos que possibilitem a criação de modelos genuinamente brasileiros, pois ainda estamos muito dependentes das infraestruturas oferecidas por grandes empresas internacionais," afirmou. Isso, segundo ele, é crucial para que o Brasil possa acompanhar as transformações econômicas globais. O professor também destacou que a formação de pessoas capacitadas é um dos principais desafios para o desenvolvimento da IA no Brasil. "O Brasil lançou um plano de inteligência artificial que prevê R$23 bilhões em investimentos nos próximos quatro anos, mas para avançarmos nessa pauta, será essencial formar profissionais em diversos níveis, desde o aspecto técnico até especialistas em problemas complexos," comentou. Ele enfatiza que apenas com mão de obra qualificada será possível criar ferramentas sofisticadas capazes de transformar a economia do país. Carmelo reconhece que a IA também apresenta riscos, como ocorre com toda tecnologia disruptiva. "Assim como a energia nuclear e a internet, a IA pode ser usada tanto para o bem quanto para o mal. Por isso, é fundamental que haja um processo de regulação, que garanta o uso ético e a proteção dos dados," defendeu o professor. Ele acredita que uma legislação robusta é essencial para minimizar os impactos negativos e maximizar os benefícios dessa tecnologia. A II Conferência Internacional dos Guararapes, promovida pelo IPERID e IBREI, será realizada no dia 8 de outubro de 2024, com o tema "Inteligência Artificial – Novos Horizontes em Negócios e Geopolítica." O evento contará com palestras de especialistas como Carmelo Bastos Filho e Fernando Araujo-Moreira, discutindo o futuro da IA no Brasil. As inscrições estão abertas no site do IPERID. Sobre o palestrante:Carmelo Bastos é professor da UPE desde 2004, livre docente pela UPE e está como Pró-reitor de pós-graduação, pesquisa e inovação da UPE. Foi Diretor de Ambientes de Inovação e Formação Superior na SECTI entre 2020 e 2022, e Cientista-chefe do Parqtel entre 2015 e 2020. É Membro sênior do IEEE, presidente do conselho do ISI-TICs SENAI e secretário executivo do Fórum Nacional de Pró-reitores de Pós-graduação e pesquisa. É bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq desde 2008 e coordenou vários projetos de pesquisa e inovação. Serviço: LEIA TAMBÉM

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II Conferência Internacional dos Guararapes discute Inteligência Artificial e Geopolítica

Evento promovido pelo IPERID e IBREI reúne especialistas para explorar os novos horizontes da inteligência artificial nos negócios e na geopolítica No próximo dia 8 de outubro, o Instituto de Pesquisas Estratégicas em Relações Internacionais e Diplomacia (IPERID) e o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento de Relações Empresariais Internacionais (IBREI) promovem a II Conferência Internacional dos Guararapes. O evento, que será realizado de forma híbrida, abordará a temática "Inteligência Artificial – Novos Horizontes em Negócios e Geopolítica". Fundado em 2017, o IPERID é o primeiro think tank de Relações Internacionais e Diplomacia do Nordeste, com sede em Recife. A instituição visa contribuir para o fortalecimento da cidadania transnacional e a formação de uma cultura cívica responsável, orientada por princípios éticos e de responsabilidade social e ambiental. O evento contará com palestras de renomados especialistas, incluindo o Dr. Eng. Fernando Araujo-Moreira, que discutirá as aplicações da inteligência artificial e das tecnologias quânticas em segurança e defesa nacional. Outro destaque é o Prof. Dr. Carmelo Bastos Filho, que falará sobre as ações necessárias para o desenvolvimento da inteligência artificial no Brasil. Com uma programação de três a quatro horas, a conferência incluirá apresentações de 15 a 20 minutos para cada palestrante, seguidas de uma sessão de perguntas e respostas. O evento é gratuito e será transmitido pela plataforma do IBREI, proporcionando uma oportunidade única para o debate sobre o impacto das tecnologias emergentes no cenário internacional. A II Conferência Internacional dos Guararapes, idealizada pelo cônsul Rainier Michael, busca unir acadêmicos, empresários, diplomatas e políticos para discutir as novas dinâmicas da inteligência artificial no mundo globalizado, reforçando o compromisso do IPERID com a verdade e a paz para o mundo. Mais informações sobre local e inscrições em breve. Serviço:

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O Poder Transformador da Inteligência Artificial

Por Eduardo Carvalho, Harvard/IPERID Fellow Em 1956, a conferência de Dartmouth, organizada por John McCarthy, Marvin Minsky, Nathaniel Rochester e Claude Shannon, é frequentemente citada como o nascimento formal da inteligência artificial como um campo de estudo. Esses pesquisadores criaram as primeiras linhas do que viria a se tornar a IA moderna. Nas décadas de 1960-1970, pesquisadores desenvolveram programas capazes de resolver problemas matemáticos, jogar xadrez e provar teoremas. No entanto, as limitações técnicas e a falta de poder computacional adequado resultaram em um período conhecido como o "inverno da IA". Na década de 1980, sistemas especialistas foram desenvolvidos, que eram programas projetados para resolver problemas em domínios específicos. Introduziu-se também técnicas como a lógica fuzzy e o algoritmo de retropropagação para o treinamento de redes neurais. Nos anos 1990, os avanços foram significativos com o aumento do poder de processamento dos computadores e a melhoria dos algoritmos. No século XXI, os avanços foram revolucionários, principalmente no campo do aprendizado de máquina (ML) e aprendizado profundo (DL). O acesso a grandes volumes de dados (big data), combinado com avanços em hardware (particularmente GPUs) e novos algoritmos, permitiu que modelos de IA fossem treinados para realizar tarefas com precisão e eficiência impressionante. O poder transformador da IA está enraizado em sua capacidade de processar grandes volumes de dados, aprender com eles e ter aplicações abrangentes com perspectiva de mudar profundamente a maneira como vivemos, trabalhamos e interagimos. Envolve uma ampla gama de técnicas, incluindo:  Aprendizado de máquina-Machine Learning (os algoritmos são treinados usando grandes conjuntos de dados para reconhecer padrões e apoiar decisões com base nesses padrões); redes neurais artificiais (inspiradas no funcionamento do cérebro humano, são utilizadas para reconhecimento de padrões em imagens, processamento de linguagem natural, tradução automática, entre outras aplicações); processamento de linguagem natural (capacita computadores a entender, interpretar e responder à linguagem humana, possibilitando a criação de assistentes virtuais, sistemas de tradução automática, e muito mais); visão computacional (permite que máquinas processem e interpretem informações visuais do mundo real, a exemplos de reconhecimento facial, veículos autônomos, diagnósticos médicos por imagem e controle de qualidade industrial).  Atualmente, já causa transformações em vários setores: saúde (simplifica tarefas administrativas, proporciona diagnósticos mais precisos, personaliza tratamentos e monitoramento de pacientes, apoia a descoberta de medicamentos, robôs cirúrgicos oferecem maior precisão e menos invasões em procedimentos médicos); agricultura (usa sensores avançados, drones e software de mapeamento para coletar dados locais relevantes, incluindo composição do solo, temperatura e níveis de umidade, saúde das plantas e condições climáticas. Algoritmos movidos por IA processam essas informações para sugerir quando semear sementes, quanto fertilizante ou pesticida aplicar e onde alocar recursos de forma mais eficiente); mídia (facilita a construção de narrativas, simplifica processos. Algoritmos podem produzir artigos de notícias sobre vários tópicos. Plataformas podem gerar histórias de notícias baseadas em dados em segundos, dando aos jornalistas mais tempo para investigações aprofundadas); financeiro (análise de crédito, detecção de fraudes, apoia negociações e gestão de investimentos); mobilidade e transporte (desenvolvimento de veículos autônomos, melhoria da segurança e da eficiência energética. Em logística otimiza rotas de entrega, gerencia inventários em tempo real, e drones são usados para entregas); marketing (chatbots e assistentes virtuais interagem com clientes, campanhas publicitárias são realizadas através de algoritmos, ferramentas podem identificar demografias-alvo e prever o comportamento do público, estratégias publicitárias podem ser personalizadas); negócios (automação de tarefas repetitivas, atendimento ao cliente- proporcionando suporte  24 horas, personalização de interações); direito (análise de documentos, redação de documentos legais, facilita abordagem mais estratégica para a resolução de litígios, permitindo que advogados se concentrem em desenho de estratégias para negociação e a argumentação).  Em educação, a IA desempenha um papel substancial na superação de lacunas de aprendizado, possibilitando experiências de aprendizado mais personalizada e eficiente. Plataformas podem analisar os pontos fortes e fracos dos alunos, criando atividades específicas. Atividades administrativas podem ser automatizadas. Plataformas de e-learning criam cursos mais interativos, com feedback em tempo real e recomendações personalizadas de conteúdo. Enfim, são muitas as oportunidades de melhorar o sistema educacional que serão abordadas em artigo exclusivo.  O poder de transformação da inteligência artificial é inegável. Desde a automação de tarefas rotineiras até a personalização de experiências e inovações, a IA está redefinindo os limites do possível. Entretanto, é essencial que suas aplicações sejam fundamentadas em ética para que seu impacto seja positivo, beneficiando toda a humanidade.

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Laços Globais: Pernambuco como Portal Internacional do Nordeste

A robusta representatividade internacional que nos faz, ou deveria nos fazer, estar o tempo todo em conexão com o mundo *Por Gustavo Delgado Vão dizer que é, mais uma vez, demonstração da grandeza de Pernambuco: temos a segunda maior rede consular do Brasil. Temos mais de 40 representações consulares aqui no nosso Estado, quase em sua totalidade no Recife, o que nos faz ser um centro da diplomacia para todo o Nordeste. Alguns são consulados honorários e outros consulados gerais; alguns muito bem estruturados e aparelhados, com equipes especializadas na área de tecnologia ou de comércio, por exemplo, outros menores; mas todos com sua importância. É exatamente esta robusta representatividade internacional que nos faz, ou deveria nos fazer, estar o tempo todo em conexão com o mundo. Embora os consulados possuam por função primária proteger e assistir os cidadãos do seu país em território estrangeiro, eles, na verdade, fazem muito mais. Eles proporcionam alianças locais com seus países de origem, difundindo oportunidades em inúmeras áreas, como por exemplo na área da saúde, da educação, tecnologia, ciência, entre outros… Embora tenhamos esta rede consular no nosso Grande Recife, sabemos o quanto não a utilizamos. Quantas vezes promovemos uma ação com um determinado país, trazendo ou levando, por exemplo, uma solução tecnológica, mas nem chegamos a estabelecer um contato sequer com o corpo consular local daquele país, no mínimo para mantê-lo ciente do que temos feito? Quantas vezes estabelecemos parcerias no âmbito organizacional, parceria de um bom volume financeiro, ou de longo prazo, ou ainda, que vai causar um impacto social imenso, mas nem utilizamos os consulados para nos apoiarem, para nos direcionarem da melhor forma? Por este motivo, a pergunta que muitos deles se fazem é: faz sentido continuar aqui em Pernambuco? Será que outros estados ou capitais não os “utilizariam” com mais frequência? Não os envolveriam desde o início em seus projetos? Não lhes dariam a devida importância e relacionamento recíproco? Este questionamento é importante para que mudemos nosso olhar, quer sejamos um ente privado ou público. Mas, se, de um lado, precisamos colocar sempre no radar, em matéria internacional, a nossa importante rede consular, a segunda maior do país, como já falado, por outro, é preciso destacar que ainda precisamos de mais consulados. Como explicar a ausência de uma representação no Norte-Nordeste de um consulado da Coreia do Sul? O Consulado Geral da República da Coreia existe em São Paulo desde 1968, e esse país ainda possui consulados honorários em Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Salvador, Manaus, entre outras cidades. E esse país está mostrando fortemente seu softpower com suas delícias culinárias e com seus mundialmente famosos doramas, fora tudo que sabemos de sua tecnologia, seu expoente na saúde e educação. Como, então, não ter uma representação na capital da diplomacia no Nordeste? Se falamos da Coreia, outra grande falta também faz um consulado da Índia, a exótica e única Índia, com toda sua pujança cultural e religiosa. A Índia possui um consulado Geral em São Paulo, e consulados honorários em Belo Horizonte e no Rio de Janeiro, fora suas várias câmaras de comércio. A Índia foi em 2023 o 10° maior parceiro comercial do Brasil e o nosso 7° maior de Pernambuco. Importante aliança na área química e industrial. Sendo assim, precisamos erguer a bandeira da rede consular na nossa capital, usando-a de forma plena para chegarmos aos mercados internacionais e também como porta de entrada das oportunidades de seus países aqui no Nordeste, e por que não, aqui no Brasil? E, ouso terminar, convidando novos consulados que precisam se juntar a nós, entre eles o da influente Coreia e o da Intensa Índia! Pernambuco merece tê-los aqui. *Gustavo Delgado é Consultor de comércio exterior e de internacionalização de empresas, Diretor de inovação da ABDAEX, Coordenador de MBA em Comércio exterior e Coordenador dos cursos de Gestão da UNIFBV.

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