Cenário atual de Pernambuco na internacionalização
*Por João Canto O Estado de Pernambuco tem uma importância histórica tanto em nível regional quanto nacional que não pode ser negada. Desde os primeiros períodos da economia brasileira, Pernambuco se destacou como um dos principais centros econômicos do país, o que o confere características de um estado cuja economia é dinâmica e diversificada em suas atividades. Ao longo de várias décadas, a econômica de Pernambuco apresentava resultados estatísticos que refletiam sua característica importadora. Ou seja, recorrentemente, as importações eram superiores às exportações, o que ilustrava que a economia local estava mais propensa a consumir materiais e produtos importados. Esta característica foi invertida a partir de 2014, conforme apresenta o gráfico abaixo. É possível verificar que o volume financeiro de exportações ultrapassou o volume de importações, se mantendo desde então. Atualmente, podemos considerar que Pernambuco se tornou um estado exportador, uma vez que as estatísticas apontam este perfil na ultima década. Figura – Formatação pelo Autor. Dados: Comexstat No histórico de Pernambuco, um dos grandes motivadores desta inversão da dinâmica de internacionalização é o inicio do polo automotivo em Goiana. O inicio da produção e exportação de veículos aumentou muito o volume financeiro das exportações em função do valor agregado dos carros, contribuindo fortemente na mudança radical da pauta exportadora. As empresas da cadeia automotiva já existente – e as que se instalaram ao longo da década – também contribuem fortemente no resultado. Outros setores produtivos também contribuem de forma importante na pauta exportadora, como produtos derivados de petróleo, químicos, vidros, baterias automotivas, cerâmicas, alimentos, frutas, entre outros além do açúcar – que já consta historicamente na pauta. Figura – Comexstat – https://comexstat.mdic.gov.br/pt/comex-vis/5/26 Um outro aspecto estatístico importante é a diminuição da participação no comercio exterior, iniciada em 2023. Segundo os dados do Comexstat / Quantum das Exportações, Pernambuco vem apresentando diminuição das exportações. No gráfico abaixo, fica clara a curva em movimento de baixa. Figura – Comexstat, Quantum das Exportações – https://balanca.economia.gov.br/balanca/IPQ/uf_mes.html Vários aspectos que incentivam as empresas a exportarem podem incluir o acesso a novos mercados, permitindo que as empresas ampliem sua base de clientes e potencializem suas vendas. Isso é especialmente relevante para negócios que podem saturar rapidamente o mercado interno, pois a exportação oferece oportunidades de crescimento em regiões e países diferentes. Outro fator importante é a diversificação de riscos; ao operar em mercados internacionais, as empresas podem reduzir sua dependência da economia local, minimizando o impacto de crises econômicas regionais. Além disso, a competição em mercados externos estimula as empresas a melhorar constantemente seus produtos e processos, aumentando a competitividade geral e promovendo inovação. Essa pressão pode levar a investimentos em pesquisa e desenvolvimento, resultando em produtos mais qualificados, não somente internamente na empresa exportadora como também na cadeia de fornecedores, melhorando todo um universo econômico ligado ao produto final. Outro aspecto relevante é a possibilidade de economias de escala, que permitem a redução de custos unitários com o aumento da produção. Isso não apenas melhora a margem de lucro, mas também possibilita que as empresas ofereçam preços mais competitivos no mercado internacional. Por fim, a exportação contribui significativamente para a valorização da marca, elevando sua reputação no cenário global e promovendo a fidelização de clientes, o que pode resultar em parcerias de longo prazo e um fluxo contínuo de receita. Nos últimos anos, o tema de exportação tem permeado várias das pautas governamentais e associativas, fomentando que as empresas busquem se internacionalizar. Os incentivos governamentais, como subsídios e programas de apoio ao comércio exterior, também são fundamentais, pois oferecem recursos e informações que facilitam o acesso a mercados internacionais. Esses fatores, combinados ou não, fazem da exportação uma estratégia atraente e essencial para o crescimento sustentável das empresas. PERNAMBUCO: MEIs e MPE Exportadoras: Segundo dados do levantamento da Secretaria de Comércio Exterior – SECEX/MDIC (https://balanca.economia.gov.br/balanca/outras/porte/relatorio_porte.html), atualizado em 2024, apontam que a participação de MEI, micro e pequenas empresas nas exportações brasileiras representou um total de 41% do totais de empresas, contabilizando um total de 11.456 dos 28.524 de CNPJs exportadores. Em Pernambuco, no mesmo ano, a participação foi de 31%. Importante comentar que, em relação aos estados da Bahia, Ceará, e Paraíba, Pernambuco possui a menor participação de MEIs e MPEs nas exportações. O gráfico abaixo ilustra a diferença entre os estados, inclusive em relação à média nacional. Figura – Formatação pelo Autor. Dados: https://balanca.economia.gov.br/balanca/outras/porte/relatorio_porte.html Figura – Formatação pelo Autor. Dados: https://balanca.economia.gov.br/balanca/outras/porte/relatorio_porte.html Nota-se uma curva ascendente a partir de 2019, refletindo um movimento de crescimento na quantidade de empresas deste porte no quantitativo de exportadores em cada um dos estados apresentados. Em 2023, Pernambuco apresentou uma redução de 2% na participação de MEI e MPEs exportadores em relação ao ano anterior. *João Canto é vice-presidente do Iperid
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