O aromaterapeuta Pedro Lins de França informa que a aromaterapia é utilizada para uma simples dor de cabeça até distúrbios hormonais. Por serem substâncias extremamente concentradas, os óleos essenciais devem ser utilizados com parcimônia, respeitando o princípio de que o ‘’ menos é mais’’. Por Jademilson Silva A aromaterapia é uma técnica milenar, utilizada pelo ser humano desde a sua concepção como espécie, ao se conectar com o reino vegetal no uso prático dos seus recursos, mas de também igual importância no seu uso sutil e energético. Consiste através dos aromas a obtenção do bem-estar, saúde e também de registros olfativos estabelecidos por conexões neurais em nosso cérebro. O termo aromaterapia se popularizou no século XX, a partir da França e da Inglaterra, especialmente com o uso dos óleos essenciais, que podem ser considerados a mais pura substância obtida através de praticamente todas as partes de plantas, resinas e outros elementos, em especial raízes, folhas, flores e cascas de frutos. No século XXI, esta prática se espalhou por todo o mundo na busca do ser humano num ‘’religare’’ a uma vida cada vez mais natural. Os óleos podem ser utilizados na saúde física e emocional. “Enxergamos a aromaterapia como algo complexo e diretamente interligado ao nosso emocional que reverbera também nos aspectos físicos e vice-versa. Eles atuam mediante princípios ativos naturalmente contidos nos extratos, que podem ser obtidos por destilação por arraste de vapor d’água, extração com solvente, prensagem, hidrodestilação, enfloração e extração via CO₂”, informa o aromaterapeuta Pedro Lins de França. O especialista complementa: “Por exemplo, a Lavanda Francesa, óleo mais utilizado para questões ligadas a resolução do estresse e ansiedade, é obtida via destilação a vapor d’água, e a partir daí se obtém elementos químicos como o acetato de linalina (princípio ativo), responsável pelas ações terapêuticas emocionais. A hortelã-pimenta, outro óleo essencial bastante utilizado é obtido também por destilação, é rico em mentol, utilizado principalmente no aspecto físico para obstrução nasal, bem como analgesia em dor de cabeça”, diz. Os óleos essenciais têm enorme versatilidade, e por serem substâncias extremamente concentradas, carregando literalmente a essência mais pura das matérias-primas, podem ser utilizados em pequenas quantidades com grandes efeitos. “As principais forma de utilização são em difusores pessoais (colares específicos para o uso dos óleos), difusores ultrassônicos, que difundem com enorme precisão e qualidade, massagens (quando diluídos em óleos vegetais, bases de creme ou pomada), banhos aromáticos quentes (para que as substâncias sejam dispersadas na água). Também são utilizados por via oral, mas esta forma requer, independentemente das marcas oferecidas no mercado, um acompanhamento por um profissional capacitado e responsável”, informa Pedro Lins. A aromaterapia é um tratamento complementar para vários transtornos e doenças, desde os mais simples, como uma leve dor de cabeça, até casos mais severos, como pacientes em tratamentos paliativos para melhora do bem-estar e sensação de conforto. “Usa-se constantemente para questões práticas do dia a dia, como estresse, ansiedade, insônia, compulsão alimentar, dores de cabeça, problemas respiratórios e afecções na pele, distúrbios hormonais, dentre outros”, informa o aromaterapeuta Pedro Lins. CONCENTRAÇÃO – Hugo Souza, 22 anos, é consultor de vendas e começou a usar o óleo essencial recentemente. “Sou gamer e ouvi falar através de amigos que ajuda na concentração. Hoje, estou usando o óleo de hortelã-pimenta. Sinto-me mais concentrado e disposto para as minhas atividades profissionais e pessoais”, relata. Covid Longa No contexto da COVID-19 de longa duração (também conhecido como “COVID longa” ou “síndrome pós-COVID”), a aromaterapia oferece benefícios, mas é importante informar que não há evidências científicas definitivas que comprovem a eficácia dessa prática no tratamento da condição. No entanto, algumas pessoas podem tratar, de forma experimental, sintomas relacionados à COVID-19 de longa duração por meio da aromaterapia devido aos seguintes benefícios: alívio do estresse e ansiedade, melhoria da qualidade do sono, alivio de sintomas respiratórios, aumento da energia e redução da fadiga. A perda do olfato, ou anosmia, é um sintoma comum da COVID-19 e pode persistir como parte da COVID-19 de longa duração. Acredita-se que a aromaterapia com óleos essenciais ajuda a melhorar o olfato em pessoas que estão enfrentando essa situação. Uma maneira comum de usar óleos essenciais para estimular o olfato é através da difusão. Use um difusor de óleo essencial para dispersar os aromas no ambiente onde você passa a maior parte do tempo. Pode ser utilizada a inalação direta. No caso, inalar-se o óleo essencial diretamente do frasco aberto, mas faça isso com cuidado e não coloque o recipiente muito perto do nariz para evitar irritações. Contraindicações Por serem substâncias extremamente concentradas, os óleos essenciais devem ser utilizados com parcimônia, respeitando o princípio de que o ‘’ menos é mais’’. “Uma gota de óleo essencial de alecrim, por exemplo, pode equivaler entre 10 a 15 sachês de chá de alecrim”, relata o especialista. O uso em excesso, sem acompanhamento ou sem o aconselhamento de um profissional qualificado podem gerar desde problemas como náuseas ou irritações na pele, como danos severos em alguns órgãos, como o fígado, por exemplo. Essa observação vale tanto para uso via inalação, via dermatológica e principalmente para utilização oral. Como comprar óleo essencial? A garantia de um óleo ser de boa procedência se dá por meio de técnicas de laboratório, que indicam a presença dos princípios ativos esperados em cada matéria-prima. O principal método é a cromatografia gasosa, que certifica com mais precisão que o óleo contém de fato o que se espera em sua composição. “Uma dica importante é adquirir em pontos de venda de confiança e marcas de referências, pois, geralmente construíram sua reputação via qualidade e cuidados com os produtos que vendem, conhecendo os fornecedores que produzem, o local de onde vêm e os métodos pelos quais foram extraídos. Sempre é interessante buscar saber se o fornecedor pode oferecer um laudo de qualidade ou a análise cromatográfica dos óleos essenciais”, informa Pedro Lins de França. Hoje o mercado já traz soluções que segregam os princípios ativos dos óleos essenciais através da nanotecnologia e os realizam em forma de