Wanderley Andrade – Página: 12 – Revista Algomais – a revista de Pernambuco

Wanderley Andrade

Black Sabbath: Documentário registra último show da banda (Por Wanderley Andrade)

4 de fevereiro de 2017. Data difícil para os fãs da banda Black Sabbath. Noite em que Ozzy Osbourne, Tony Iommi e Geezer Butler subiram ao palco pela derradeira vez, após quase meio século em atividade. A banda, natural de Birmingham, segunda maior cidade do Reino Unido, revolucionou o rock, popularizando o estilo Heavy Metal. Começaram em Birmingham e lá realizaram seu último show. Todos os detalhes da apresentação histórica estão registrados no documentário Black Sabbath: The End Of The End, que terá sessão única nos cinemas, na quinta (28). Difícil desassociar o Black Sabbath da palavra “polêmica”. Quem nunca ouviu falar do show em que Ozzy Osbourne arrancou a cabeça de um morcego com uma mordida? O fato ocorreu em 1982 durante uma apresentação na cidade americana de Des Moines, Iowa. Em The End Of The End o grupo relembra algumas dessas histórias que tornaram a banda conhecida mundialmente. Falam sobre as críticas negativas recebidas no início e sobre o preconceito que sofreram. Histórias como a do guitarrista Tony Iommi, que durante as gravações do 13º álbum fora diagnosticado com câncer linfático. Geezer Butler destaca a persistência da amigo durante a fase de quimioterapia: costumava sair do hospital direto para o estúdio. Iommi também recebe o carinho de Osbourne, que exalta a força de superação do companheiro de banda. Ele acha incrível a forma como Iommi toca guitarra, mesmo sem a ponta de dois dedos da mão direita, consequência de um acidente na época em que trabalhava numa fábrica. O documentário intercala entrevistas e interpretações completas de algumas músicas tocadas em Birmingham, entre elas, “Iron Man”, “Snowblind”, “War Pigs” e “Paranoid”.  Também há bons momentos gravados durante um encontro do grupo em um estúdio dias depois do último show. Para os fãs, oportunidade de ver a banda em ação longe da pressão de um palco. Mas o melhor de The End Of The End vem justamente no fim, ou melhor, após os créditos finais. A entrevistas continuam, agora, divididas por temas. O grupo discute a suposta ligação da banda com o ocultismo, resultado de, segundo eles, interpretações erradas de suas canções. Em outro momento, Ozzy Osbourne fala sobre a relação com as drogas e o alcoolismo e as consequências ruins que trouxeram à sua vida. Conta detalhes de como largou o vício. The End Of The End é um presente aos fãs do Black Sabbath que não puderam estar em Birmingham. Fecha com excelência o ciclo de uma das grandes bandas da história do rock mundial. Cinemas e horários: https://www.ucicinemas.com.br/Home/CinemaHorarios/8113?origem=filtro  

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Em Defesa de Cristo: a história do jornalista ateu que se entregou à fé cristã

Apoiado em boas histórias e em campanhas de marketing junto a igrejas e líderes religiosos de destaque, o cinema cristão vem a cada ano levando mais pessoas às salas de cinema. Para se ter uma ideia, em 2015, o filme Quarto de Guerra ficou em 2º lugar na média de público por salas, na sua semana de estreia, perdendo apenas para o blockbuster Jogos Vorazes: A Esperança Parte 2. Outro bom exemplo é o longa Deus Não Está Morto, produzido pela Pure Flix Entertainment, atualmente, uma das grandes produtoras do gênero. Ele custou apenas (levando em conta, claro, o que se gasta atualmente em Hollywood na produção de um filme) US$ 2 milhões e arrecadou, só nos EUA, US$ 60,7 milhões. Trilhando o mesmo caminho, estreia este mês a nova aposta da produtora, o filme Em Defesa de Cristo, cercado (não poderia ser diferente) por uma forte campanha de divulgação e o apoio de nomes importantes do segmento gospel, como a cantora Aline Barros, que canta a música tema da produção. Em Defesa de Cristo é baseado na história real do jornalista americano outrora ateu Lee Strobel. Revoltado, após sua esposa Leslie (Erika Christensen) converter-se à fé cristã, decide usar seus dotes jornalísticos para provar que tudo o que se registrou e pregou até hoje sobre Cristo não passou de uma farsa. A jornada o levará, ironicamente, a um caminho inverso ao que um dia escreveu o autor bíblico da carta aos Hebreus: “a fé é a prova das coisas que se não veem”. Strobel precisará ver, ou melhor, ouvir os relatos das fontes, para, então, crer. E a fé, coincidentemente ou não, tem servido de tema para a maioria dos filmes cristãos lançados nos últimos anos, como o recente Você Acredita? além dos já citados no início. Ainda que insista em uma temática já tão explorada, Em Defesa de Cristo é superior, tecnicamente, às outras produções do gênero. A pegada e ritmo da narrativa lembra muito o clássico de 1976 estrelado por Robert Redford e Dustin Hoffman, Todos os Homens do Presidente. Destaco também a boa fotografia, marcada em alguns momentos por imagens trêmulas, bem no estilo câmera na mão. O elenco é formado por nomes importantes do cinema mundial, como a ganhadora do Oscar Faye Dunaway, conhecida por interpretar Bonnie Parker no filme Bonnie & Clyde: uma Rajada de Balas, grande sucesso de público e crítica de 1967. Tem também Robert Forster, indicado ao Oscar por sua atuação em Jackie Brown, de Quentin Tarantino. Mike Vogel interpreta o protagonista. O ator trabalhou em séries de sucesso, como Under The Dome e Bates Motel. No cinema, atuou em grandes filmes, como Histórias Cruzadas e Cloverfield – Monstro. Em Defesa de Cristo chega aos cinemas no dia 14 de setembro.  

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Virada Cultural reúne artistas pela reabertura do Teatro do Parque

Há exatos 102 anos, no dia 24 de agosto de 1915, era inaugurado no Recife um espaço que se mostraria de grande importância para a arte em suas diversas expressões: o Teatro do Parque. Mas o tempo passou, e com ele o período áureo do lugar, fruto do abandono e descaso do poder público. Fechado desde 2010 para reformas, seu retorno ainda é uma incógnita. Na terça (22), a prefeitura do Recife lançou no Diário Oficial uma licitação para a contratação de uma empresa que dará continuidade à obra. Todo o processo licitatório terá um prazo de 60 dias. Indignados com a atual situação desse importante equipamento cultural, artistas promoverão no sábado (26) uma Virada Cultural em prol da reabertura do espaço. A manifestação conta com o apoio de nomes como Tony Ramos, Ary Fontoura, Antônio Pitanga e Bruno Garcia. E para falar sobre o encontro, conversei com um dos organizadores da virada, o ator e diretor de teatro Diogenes Lima.   Como surgiu a ideia da Virada Cultural? A ideia da virada surgiu da minha indignação pela reabertura do Armazém 14 como casa de shows (privada). O Armazém 14 era um teatro nosso que fechou para reforma, não podia ter sido vendido ou doado ao setor privado. Quem a prefeitura consultou para fazer isso?! A partir desse fato, propus aos colegas da classe produzir uma virada cultural em prol da reabertura do Parque com o mote de não deixar que aconteça o mesmo com esse patrimônio nosso. Como será o evento? O evento acontecerá no sábado (26), das 10h às 22h, e será repleto de atrações e atividades artísticas das mais variadas linguagens (música, teatro, dança, literatura, cinema, poesia, tudo que o teatro do parque acolhia, estará nesse ato). Teremos quatro polos que chamamos de “parques”: PARQUE HENRIQUE CELIBI, onde será o palco principal, na frente do teatro. PARQUE MUSICAL SOM DA RURAL, que estará situado a frente das casas Bahia. PARQUE CLARICE LISPECTOR, destinado à poesia e literatura, que será na praça Maciel Pinheiro e O PARQUE FIRMO NETO, na esquina da imperatriz com rua do hospício, onde a partir das 18h, serão exibidos filmes. Nomes da nossa cena cultural passarão por lá: DJ Dolores, Cannibal, Os Caetanos, o ator José Pimentel, entre outros. O que representa para a cultura local a reativação de um equipamento cultural do porte do Teatro do Parque? O Teatro do parque representa a manutenção de nossa cultura e arte. Somente num teatro pode-se ver música, dança, literatura e artes cênicas, por exemplo, às vezes tudo junto num só espetáculo. Um teatro como o do Parque, que tem como principal característica o acesso a camadas mais populares, estando fechado, é um desserviço, um atentado à sociedade. Onde está a juventude que lotava o teatro do parque para assistir a filmes por 1 real ou espetáculos de raça na época do Todos com a Nota??? Respondo: está na criminalidade ou na ociosidade intelectual. Como você descreveria sua relação com o Teatro do Parque? Faço teatro desde os 15 anos, já tenho 34 e o Teatro do Parque sempre foi minha área de trabalho, de encontros e lazer. Sempre que se marcava reuniões e encontros era no jardim do teatro ou em seu salão espelhado. Toda segunda, quando conseguia comprar ingressos, assistia a filmes. Quando não estava me apresentando, ia ver à peças e shows de música. Tudo barato, acessível e de muita qualidade, com artistas renomados. Vendo o Recife hoje, parece que vivi em outra cidade na minha adolescência e juventude. Hoje só se vê cinema e shows se se tiver muita grana. Até o carnaval estão pasteurizando. Atualmente ou se tem dinheiro, ou não se tem acesso a entretenimento nessa nossa cidade. Uma lástima! Mas vamos mudar isso com ações como a virada. *Por Wanderley Andrade, jornalista e crítico de cinema

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Astro de Bollywood é destaque na Netflix

Você é daquelas pessoas que costumam assistir apenas a filmes americanos e aos produzidos no Brasil? Pois bem, o serviço de streaming, Netflix, mostra ser um bom canal de contato com longas que dificilmente chegarão aos cinemas brasileiros, produzidos em países como Argentina, Colômbia, China, Turquia e Índia. E é sobre a índia e sua Bollywood de filmes coloridos e dançantes que falo desta vez. Mais especificamente sobre seu grande astro: Shah Rukh Khan, conhecido na Índia como o Rei de Bollywood. Shah Rukh Khan começou a carreira na década de 80 atuando em séries de TV. Chegou aos cinemas apenas aos 27 anos, com o romance musical (não poderia ser diferente) Deewana. Desde então, ora como ator, ora como produtor, participou de quase 100 filmes. Khan é considerado o melhor ator indiano de todos os tempos. Em 2005, recebeu do governo da índia o prêmio Padma Shri, por tudo o que fez pelo cinema do país. Para aqueles que desejam conhecer o trabalho de Shah Rukh Khan, a Netflix disponibiliza em seu catálogo alguns filmes recentes do ator. Compartilho agora com vocês minhas impressões sobre duas dessas produções. Dilwale (2015) Dilwale é um misto de Romeu e Julieta com Velozes e Furiosos. Cenas românticas, incríveis perseguições automobilísticas e muita pancadaria. O pacote também inclui as clássicas cenas musicais típicas dos filmes indianos. Na trama, Raj (Shah Rukh Khan) e Meera (Kajol) estão apaixonados, mas a rivalidade entre suas famílias, clãs de gangues rivais, provoca o fim do romance. Anos depois, o reencontro acontece. Estarão preparados para recomeçar a relação? À primeira vista, a história mais parece trama de novela mexicana. Mas Dilwale vai além. Chama a atenção o bom trabalho de fotografia, principalmente nas cenas musicais. Destaque para as belas imagens na sequência da canção “Gerua”, interpretada pelo casal de protagonistas. O elenco não compromete, apesar de algumas atuações caricatas, como a do ator Boman Irani, que interpreta o vilão King. Dilwale é uma boa opção de entretenimento, basta apenas não levá-lo tão a sério. Raees (2017) Este é o trabalho mais recente de Shah Rukh Khan. Desta vez, encarna o famoso contrabandista de bebidas, Raees. O filme narra a ascensão e queda do Império construído por ele em Gujarat, estado do leste da Índia, lugar onde impera a Lei Seca. Através de uma narrativa linear, conhecemos o personagem ainda criança, época em que, devido a um problema de visão, passa a usar óculos. Desde então, carrega nos ombros a alcunha de “quatro olhos”, apelido que levará por muitos anos. Já adulto e chefe do comércio de bebidas, torna-se conhecido por sua inteligência e astúcia em despistar a polícia local. É quando entra na história o policial Majmudar, interpretado pelo excelente Nawazuddin Siddiqui. Prender Raees se torna sua obsessão. O embate entre Majmudar e Raees passa a ditar o ritmo da trama, conduzindo a um desfecho bem ruim. Nawazuddin participou recentemente do filme Lion, um dos indicados ao Oscar de Melhor Filme deste ano. E como não poderia ser diferente em um filme indiano, neste também não faltou bons números musicais. Destaco as contagiantes canções “Udi Udi Jaye” e “Dhingana”.   Outros filmes com Shah Rukh Khan disponíveis na Netflix: Happy New Year (2014) Dear Zindagi  

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Cinema cristão: conheça Alex Kendrick (Por Wanderley Andrade)

Não é de hoje que filmes com temática cristã têm conquistado grandes plateias nos cinemas e muitos acessos em serviços de streaming, como o Netflix. Produções como Deus não está Morto e Quarto de Guerra custaram pouco aos estúdios e responderam de forma bem positiva nas bilheterias. Um dos grandes responsáveis por esse sucesso é o diretor e pastor americano Alex Kendrick, que em parceria com o irmão, Stephen, produziu alguns dos principais títulos do segmento. Alex Kendrick é pastor da igreja Batista Sherwood, na cidade de Albany, Geórgia. Seu primeiro projeto, A Virada, lançado em 2003, foi produzido pela Sherwood Pictures, uma empresa de produção cinematográfica cristã independente, ligada à própria igreja. O longa foi gravado com equipamentos amadores e o elenco formado por membros da Sherwood, além do próprio Kendrick que interpreta o protagonista. Na história, Jan Austin é um vendedor de carros desonesto, que terá a vida transformada após trabalhar na restauração de um carro clássico conversível. A ideia inicial era, após concluir o filme, distribuí-lo entre os membros da comunidade. Mas a produção alcançou sucesso tal que, até 2008, já haviam sido vendidas mais de 300.000 cópias. A experiência adquirida com A Virada, o levou ao segundo filme: Desafiando Gigantes. A produção custou ínfimos US$ 100 mil e conseguiu atingir a marca de mais de US$ 10 milhões. Em 2008, dirigiu o longa Prova de Fogo. Desta vez escalou para o papel de protagonista o ator Kirk Cameron, da série Growing Pains. Mas o que seus filmes têm em comum? Um treinador de futebol americano que enfrenta grandes dificuldades na profissão e no lar. Um bombeiro admirado por sua coragem, mas que não consegue manter de pé seu casamento. Um policial que, após perder a filha, decide lutar por sua família. Seus filmes sempre trazem uma mensagem de motivação relacionada à família. Conheça “Quarto de Guerra” Militares debruçados sobre um mapa, escolhendo a melhor estratégia para avançar sobre as forças inimigas. É assim que começa Quarto de Guerra, último filme dirigido por Kendrick. O longa foi lançado em 2015. Na trama, Tony (T. C. Satllings) e Elizabeth (Priscilla Shirer) formam um casal que passa por uma séria crise no casamento. Tony trabalha como representante de produtos farmacêuticos e investe a maior parte do tempo nas atividades da empresa, deixando a família em segundo plano. Elizabeth é corretora de imóveis e, durante uma visita de trabalho, conhece Clara (Karen Abercrombie), uma doce senhora que servirá de instrumento para uma grande mudança na sua vida. A guerra serve de metáfora para uma vida focada na oração. Conhecemos personagens interessantes e complexos. Clara é um deles: mulher otimista, firme em suas convicções, que oculta um passado de traumas provocados pela morte do marido. Tony é outro personagem que chama a atenção, considerando a transformação que sofre na história. Alex Kendrick dirige o filme e assina o roteiro. Em Quarto de Guerra, Kendrick mostra que evoluiu bastante desde seu primeiro trabalho. Em parceria com o irmão Stephen, vem acumulando grandes bilheterias com filmes de baixo orçamento. Só nos Estados Unidos mais de 12 milhões de pessoas já assistiram a suas produções. Quarto de Guerra se tornou mais um grande sucesso dos irmãos. No Brasil, após chegar a 46 salas de cinema, alcançou o 2º lugar na média de público por salas, na semana de estreia, perdendo apenas para o filme Jogos Vorazes: A Esperança Parte 2.

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“Dunkirk” segue dividindo opiniões (Por Wanderley Andrade)

Christopher Nolan é o típico diretor cuja obra costuma dividir opiniões da crítica especializada. Para alguns, está entre os melhores da história do cinema, ao lado de nomes como Kubrick e Francis Ford Coppola. Para outros, é apenas mais um entre tantos que surgem em Hollywood com seus blockbusters caça-níqueis a tiracolo. Não poderia ser diferente com seu novo filme, Dunkirk, que estreou semana passada. O longa conta a história de um incrível resgate realizado em Dunquerque, cidade portuária do norte da França, durante a Segunda Guerra Mundial. A França havia sido invadida pelos alemães, que encurralaram as tropas inglesas e francesas próximo ao canal costeiro de Calais. Mais de 300.000 soldados foram resgatados com o auxílio de embarcações civis, através da Operação Dínamo, encabeçada pela Grã-Bretanha. Dunkirk explora três perspectivas diferentes do fato histórico: o ponto de vista do Senhor Dawson, dono de um barco civil (Mark Rylance), de Ferrier, um piloto de caça inglês (Tom Hardy) e do soldado Tommy (Fion Whitehead) em sua luta pela sobrevivência. As histórias se entrelaçam, dando corpo e impulsionando a trama em uma narrativa não-linear, marca registrada dos filmes de Nolan. Diferente de outras produções do mesmo gênero como Apocalipse Now ou o recente Até o Último Homem, Dunkirk não é um filme sangrento. Mais que corpos mutilados ou sangue espirrando na tela, impressiona a bela fotografia do suíço Hoyte Van Hoytema (Interestelar), que faz de algumas cenas pura poesia. Aliada ao excelente trabalho de mixagem de som, proporciona ao espectador a sensação de imersão no filme. A trilha sonora composta por Hans Zimmer consegue ser genial em alguns momentos (indispensável, quase um personagem em cena), mas também incomodamente excessiva ou até desnecessária em outros. A parceria entre o compositor e Nolan já é antiga. Zimmer também compôs a trilha de outros sucessos do diretor, entre eles, a trilogia Cavaleiro das Trevas e Interestelar. Dunkirk segue dividindo opiniões, ovacionado por uns e duramente criticado por outros. Mas basta uma breve consulta à história do cinema para encontrarmos filmes que, apesar das críticas negativas que receberam, passaram pelo crivo do tempo, tornando-se clássicos. Será esse também o destino de Dunkirk?

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“Transformers: O Último Cavaleiro” é destaque nos cinemas (por Wanderley Andrade)

Para um filme conquistar grandes bilheterias, na prática, não precisa ter uma boa história, um roteiro bem escrito ou atores muito talentosos. Prova disso é a franquia Transformers. O primeiro longa, dos cinco já produzidos, custou à Paramount US$ 160 milhões e conseguiu arrecadar mais de US$ 709 milhões. Transformers: O Último Cavaleiro, mais recente filme da franquia, alcançou na semana de estreia nos EUA a cifra de US$ 69 milhões. No Brasil, estreou no último dia 20 e já lidera as bilheterias, deixando para trás Homem-Aranha: De Volta Ao Lar e Meu Malvado Favorito 3. A nova aventura de Optmus Prime e sua equipe de Autobots pouco traz de novo. A fórmula é a mesma desde 2007, ano em que estreou o primeiro filme: muita explosão, alguns atores medianos no elenco (entre eles, alguma modelo fazendo sua estreia como atriz), cenários grandiosos, perseguições espetaculares e, por fim, mais explosões. Soma-se a tudo isso as quase três horas de duração. Bem interessante a proposta inicial do roteiro: fazer uma ponte entre a história dos gigantes alienígenas e a lenda dos Cavaleiros da Távola Redonda. Mas o que era bom no início, perde-se rapidamente entre os já conhecidos e barulhentos clichês da franquia. Ironicamente, após duas horas de exibição, a ação ininterrupta (ininterrupta mesmo, desde o início, sem tempo até para raciocinar) torna o espectador indiferente a qualquer outra cena de explosão ou perseguição que surja na tela. Em contrapartida, para os que curtem bons efeitos especiais, Transformers: O Último Cavaleiro não decepciona. Não poderia ser diferente em um filme com Steven Spielberg na produção. O sempre inexpressivo Mark Wahlberg encarna mais uma vez o inventor Cade Yeager. Ele agora tem um par romântico, a bela Vivian Wembley, interpretada pela atriz britânica Laura Haddock. Laura é incrivelmente parecida com Megan Fox, atriz que atuou nos dois primeiros filmes da franquia. O premiado ator galês Anthony Hopkins é a boa surpresa do cast. Ele vive Sir Edmund Burton, personagem de grande importância para a trama. Completa o elenco a talentosa atriz mirim Isabela Moner, no papel da órfã Laura Haddock. Sua personagem não é bem aproveitada e pouco acrescenta à história. Filme solo de Bumblebee A Paramount anunciou recentemente um spin-off com o transformer mais querido da franquia: Bumblebee. O longa será dirigido por Travis Knight, conhecido por seu trabalho na animação Kubo e as Cordas Mágicas. As gravações já começam no dia 31 de julho e sua estreia está prevista para junho de 2018. Confira o trailer de Transformers: O Último Cavaleiro: *Por Wanderley Andrade é jornalista e crítico de cinema (7wanderley@gmail.com)

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Origem da McDonald’s na Netflix

Para quem curte cinebiografias, entrou no catálogo da Netflix, na terça (11), o longa Fome de Poder, que conta como surgiu a marca de fast-food mais valiosa do mundo: a McDonad’s. O filme narra a trajetória de Ray Kroc (Michael Keaton), o, digamos, “fundador” da empresa. Antes de assumir o império da famosa franquia, Kroc era apenas um fracassado vendedor de máquinas de fazer milk shakes. Sua vida toma novo rumo ao conhecer os irmãos Richard e Maurice McDonald. Eles são proprietários de uma famosa lanchonete no Sul da Califórnia, conhecida pelo bom atendimento dado aos clientes. Os irmãos criaram um sistema que otimizou a montagem dos hambúrgueres, tornando mais rápida a entrega dos pedidos. Empolgado com a ideia, Kroc propõe a Richard e Maurice montar uma franquia. Ao assinar o contrato de sociedade com Kroc, eles não sabiam, mas estavam oficializando um negócio que se tornaria um grande sucesso e também, ironicamente, a maior frustração de suas vidas. Ray Kroc é um personagem cheio de nuances. A princípio, ficamos comovidos com sua tristeza por não conseguir vender suas máquinas. Mas os seguidos insucessos servem apenas de prelúdio para o que virá logo adiante. Seu brio e perseverança demonstrados no trabalho de expandir a rede de fast food são ofuscados por sua ganancia no trato com os irmãos McDonald’s. Michael Keaton repete a boa atuação de Birdman, trabalho que lhe rendeu a indicação ao Oscar de Melhor Ator. Fome de Poder é dirigido por John Lee Hancock. Esta não é a primeira cinebiografia do seu currículo: dirigiu recentemente Walt Nos Bastidores de Mary Poppins, filme que narra a luta de Walt Disney para convencer Pamela Travers, autora do clássico infanto-juvenil “Mary Poppins”, a autorizar a adaptação para o cinema de seu livro. Robert Siegel escreveu o roteiro. Seu trabalho de maior sucesso até agora foi o excelente O Lutador, filme que realavancou a carreira do ator Mickey Rourke. Fome de Poder não é uma cinebiografia água-com-açúcar que apenas se preocupa em exaltar seu protagonista. A trama é conduzida sem omitir as falhas e traições de Ray Kroc. Boa pedida para quem deseja conhecer um pouco da história da famosa rede de fast-foods. Assista ao trailer:

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Novo filme do Homem-Aranha chega aos cinemas (por Wanderley Andrade)

  O cartaz de Homem-Aranha: De Volta Ao Lar divulgado em maio passado provocou a ira de alguns fãs e estimulou a criatividade de internautas, que encheram as redes sociais de memes. O que chamou a atenção no material, além da qualidade ruim, fora o destaque dado ao Homem de Ferro, personagem interpretado por Robert Downey Jr., que dividiu as atenções com o protagonista do filme. Seria um filme do Homem-Aranha ou de uma possível dupla de heróis? Mas não é a primeira vez que isso acontece em produções da Marvel. Quem não lembra do último longa do Capitão América, o Guerra Civil, que está mais para filme dos Vingadores? Seguindo a mesma cartilha de universos compartilhados, estreia hoje nos cinemas o mais novo filme do herói aracnídeo. Homem-Aranha: De Volta Ao Lar começa logo após os acontecimentos de Capitão América: Guerra Civil. Após lutar ao lado do Homem de Ferro contra a equipe liderada pelo Capitão América, Parker volta à sua rotina: estudos durante o dia e, à noite, caça a criminosos trajando o famoso uniforme vermelho. Este longa agradará principalmente ao público adolescente. Peter Parker, ainda com 15 anos, divide o tempo salvando velhinhas de assaltantes e enfrentando problemas comuns à idade. O roteiro explora, sem cerimônia, todos os clichês característicos aos filmes de temática adolescente, como bullying, primeira namorada e a ida ao baile da escola. A escalação do ator Tom Holland para o papel do protagonista foi bem acertada. O jovem, além de ser muito talentoso, tem o perfil ideal para essa nova proposta. Em entrevista recente, o diretor e roteirista Jon Watts declarou ter buscado inspiração nos filmes de John Hugues, diretor de grandes clássicos adolescentes do cinema. Homem-Aranha: De Volta Ao Lar, terá, inclusive, uma das cenas inspiradas em Curtindo a Vida Adoidado. A trama é dividida em duas partes: na primeira, Parker tenta provar a Tony Stark que tem condições de integrar a equipe dos Vingadores. Stark o considera muito jovem e ainda imaturo para tamanha responsabilidade. Na segunda parte, Parker segue para o embate final contra o vilão da história, o Abutre. Interpretado pelo ator Michael Keaton, considero este um dos melhores vilões de todos os seis filmes já produzidos, ao lado, claro, do Dr. Octopus, interpretado pelo excelente Alfred Molina no segundo filme da primeira trilogia. O longa tem cenas hilárias. O roteiro brinca a todo momento com a imagem séria do Capitão América, que aparece em vídeos educativos exibidos para os alunos “rebeldes” da escola. Também faz piada com a famosa cena do beijo da primeira trilogia, aquela em que o Homem-Aranha, de cabeça para baixo, beija Mary Jane. Homem-Aranha: De Volta Ao Lar prova que o amigo da vizinhança ainda tem fôlego para uma nova trilogia de sucesso. E como acontece em todo filme da Marvel, este também tem cenas pós-créditos. Mas quer um conselho? Não vale muito a pena ficar para ver. Confira o trailer. *Wanderley Andrade é jornalista e crítico de cinema

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Marcado por saída de cineastas e adiamentos, enfim começa o Cine PE (Por Wanderley Andrade)

Após dois adiamentos, teve início ontem mais uma edição do Cine PE. O festival chega a sua maioridade (21ª edição) em um ano de crise financeira e de muita polêmica, provocada pelo protesto de um grupo de realizadores que retirou seus filmes por não concordar, conforme divulgado em um manifesto, com a “escolha ideológica” das produções. A diretora do festival, Sandra Bertini, abriu o evento falando sobre sua paixão pelo cinema. Emocionada, relembrou fatos de sua infância, época em que deixava de brincar com as amigas para ficar em casa assistindo aos filmes que eram exibidos na TV. Antes das mostras competitivas, foram exibidos quatro curtas de animação em stop motion realizados por professores e estudantes de três escolas públicas do Recife. O projeto é fruto de uma parceria entre o Cine PE e a Prefeitura do Recife. A equipe também produziu o vídeo de divulgação do festival. Destaque para o curta A Lição, que trata do desrespeito de muitos motoristas em relação às vagas de estacionamento reservadas para idosos. O filme Los Tomates de Carmelo, do recifense Danilo Baracho, abriu a Mostra Competitiva de Curtas Pernambucanos. O ano é 1941. Na história, Carmelo (Juan Antonio Quintana), já idoso, vive sozinho na comunidade espanhola de Castilla y León. Triste, sabe que dificilmente conseguirá plantar seus tomates, pois a falta de chuvas endureceu o solo da sua pequena propriedade. Chama a atenção a bela fotografia do curta. As poucas cores transmitem muito bem toda a secura do cenário e da solidão enfrentada pelo protagonista. Compondo a Mostra Competitiva de Curta Nacional, foi exibido o curta Diamante, O Bailarina, que tem como protagonista um jovem lutador de boxe que à noite larga os ringues para trabalhar como transformista em uma boate. “Voe como uma borboleta, mas ferroe como uma abelha.” A conhecida frase do pugilista norte-americano Muhammad Ali que dá início ao filme, ilustra muito bem o drama vivido por Diamante, interpretado pelo excelente ator paulista Sidney Santiago. A diversidade de papeis vividos por Diamante, ora lutador, ora travesti, dita o ritmo da história, que trata em sua essência do preconceito e da intolerância. A primeira noite do festival chegou ao fim com o longa-metragem Real, O Plano Por Trás da História. Antes da exibição, o produtor Ricardo Fadel Rihan falou sobre o projeto. Defendeu a necessidade de uma cultura plural, em resposta à crítica de que o longa teria um viés de direita: “Precisamos de narrativas diversas, diferentes.” O discurso do produtor foi recebido com um misto de vaias e aplausos. No início do filme, muitos deixaram o cinema. Confira a programação completa do Cine PE.

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