Arquivos Cultura E História - Página 109 De 375 - Revista Algomais - A Revista De Pernambuco

Cultura e história

MAMAM

Mamam celebra 70 anos do Atelier Coletivo: Memória e imaginação da arte Pernambucana

Sete décadas se passaram desde que um grupo de jovens artistas plásticos pernambucanos revolucionou a forma de realizar trocas estéticas, artísticas, além de experimentações de forma autônoma no estado. Com uma construção que exaltou o modernismo, o Atelier Coletivo, como foi chamado, se tornou um divisor de águas nas produções das artes plásticas em Pernambuco. Para celebrar este marco, O Museu de Arte Moderna Aloisio Magalhães (MAMAM) recebe nos dias 15 e 16 de setembro, das 9h às 17h30, o seminário 70 anos do Atelier Coletivo: Memória e imaginação da arte Pernambucana.  Mas o que foi o Atelier Coletivo? Como foi fundado e quais eram seus principais artistas? Para entender melhor essa história precisamos voltar para a década de 50. Quando Abelardo da Hora, inconformado com a forma elitista que as produções artísticas eram produzidas, decidiu criar a Sociedade de Arte Moderna. Neste primeiro momento, com a ideia de dar oportunidade a artistas que não tinham condições de bancar os próprios estudos na Escola de Belas Artes do Recife e de se projetarem no cenário. Porém, somente em 5 de fevereiro de 1952, Abelardo da Hora decidiu criar o Atelier Coletivo, uma extensão do seu projeto inicial, mas que agora tomaria corpo e se tornaria um espaço de trocas, convivência, discussões e de produções individuais e colaborativas, com o objetivo de promover jovens artistas pernambucanos. Ao todo, 21 nomes fizeram parte desse movimento. Podemos destacar: José Cláudio, Wellington Virgolino, Wilton de Souza, Guita Charifker, Gilvan Samico e Corbiniano Lins.            Para debater a importância desse movimento, o Seminário 70 anos do Atelier Coletivo: Memória e imaginação da arte Pernambucana vai trazer na sua programação mesas redondas que pretendem repercutir as ressonâncias que esse experimento teve e tem nos dias atuais, o engajamento do movimento e a vanguarda do modernismo pernambucano. O professor Daniel da Hora, neto do criador do Atelier Coletivo, e também o artista plástico José Cláudio, que este ano completou 90 anos, e que foi um dos integrantes do movimento, são alguns dos participantes que vão estar presentes nos debates.  O evento é uma realização do REC Cultural, em parceria com o Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães (MAMAM), com a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab) e Universidade Federal do Agreste de Pernambuco (UFAPE). As inscrições são gratuitas e devem ser feitas no através do link: encurtador.com.br/fhGV4 , ou por meio do link disponibilizado na bio do Instagram @mamamrecife. SERVIÇO: Seminário 70 anos do Atelier Coletivo: Memória e imaginação da arte Pernambucana Dias: 15 e 16 de setembro Horários: Das 9h às 17h30 Endereço: R. da Aurora, 265 - Boa Vista, Recife PROGRAMAÇÃO 15 de setembro - (quinta-feira) ABERTURA:  Casa, oficina e escola: Memórias do Atelier Coletivo Horário: Das 10h às 12h Convidado: José Claudio - artista  Mediação: Júlio Cavani – Autor da Biografia “José Cláudio: Aventuras à Mão Livre”. Mesa 1 Entre o individual e o coletivo: As experimentações artísticas no Atelier Coletivo Horário: Das 14h às 17h Palestrantes: Flávio Weinstein (UFPE), Laura Alves de Sousa (UFPE), Raissa Alves Colaço Paz (UFRPE) 16 de setembro (Sexta-feira) Mesa 2 A "Audácia do Recife": Engajamento, modernismo e interpretação da cultura brasileira Horário: Das 09h30 às 12h30 Palestrantes: Daniel da Hora (UFPB), José Brito (UFAPE), Paulo Marcondes (UFPE) Mesa 3 O Atelier Coletivo e suas ressonâncias: Os ateliês coletivos da contemporaneidade Horário: Das 14h às 17h30 Palestrantes: Joana D´Arc (UNILAB), Maurício Castro, Iara Izidoro (Coletivo Carni)

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Colecao Pernambuco na Independencia 5

Cepe entrega primeiros livros da Coleção Pernambuco na Independência

Obras, recebidas pelo governador Paulo Câmara nesta quinta, relatam o processo de separação do Brasil da Coroa Portuguesa a partir de uma perspectiva pernambucana (Fotos: Hélia Scheppa/SEI) O presidente da Companhia Editora de Pernambuco (Cepe), Ricardo Leitão, entregou, na tarde desta quinta-feira (08.09), os cinco primeiros livros da Coleção Pernambuco na Independência 1822-2022 ao governador Paulo Câmara. As obras — que integram as ações da Comissão Estadual para as Comemorações do Bicentenário da Independência do Brasil — foram editadas pela Companhia Editora de Pernambuco (Cepe) e se debruçam sobre o processo de separação do Brasil da Coroa Portuguesa a partir de uma perspectiva pernambucana. A coleção é composta por dez volumes. “Nós precisamos contar e deixar registradas essas lições de 1817, de 1822 e 1824 para as próximas gerações terem acesso às informações, a essas ideias fortes e fundamentais também para pensar o futuro”, afirmou o governador, durante a cerimônia, realizada no Palácio do Campo das Princesas. Segundo o coordenador científico da coleção, George Cabral, os títulos oferecem um olhar contemporâneo sobre o tema e difere da historiografia centrada no Sudeste e em Dom Pedro I, que desconsidera os olhares de outras regiões e estados fora do eixo Rio-São Paulo. “A coleção é um esforço de conjugar leituras contemporâneas sobre o processo da Independência, com textos clássicos e documentos de época”, completou. Das cinco publicações, duas são totalmente inéditas. Escrita pelo historiador Josemir Camilo de Melo, “1821: A revolução liberal em Goiana e a queda do general Luís do Rego” é uma delas. A outra é “Pernambuco na Independência do Brasil: Olhares do nosso tempo”, organizado pelo historiador e ex-presidente do Instituto Arqueológico Histórico e Geográfico Pernambucano, George Félix Cabral de Souza. Já “Oliveira Lima: Obra seleta – História” e “A propósito da Independência e do Império: Escritos de Gilberto Freyre”, títulos organizados pelo historiador, diplomata e escritor André Heráclio do Rêgo, trazem antigos textos e estudos introdutórios inéditos. Considerado referência, o livro “Liberais e liberais: Guerras civis em Pernambuco no século XIX”, da historiadora, professora associada do Departamento de História da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e escritora Socorro Ferraz, que estava esgotado, ganha edição revisada dentro da Coleção Pernambuco na Independência. Ainda integram a coleção os livros “O patriotismo constitucional: Pernambuco 1820-1822”, do historiador e jurista Denis Bernardo (1948-2012), com edição esgotada no mercado; “Biografia de Gervásio Pires Ferreira”, organizado por Antônio Joaquim de Mello; e “Pernambuco: da Independência à Confederação do Equador”, de Barbosa Lima Sobrinho (1897-2000). Também fazem parte da compilação uma seleta de Nilo Pereira (organização de George Cabral e Roberto Pereira) e uma obra que reúne documentos de época sobre a história da independência em Pernambuco (organização de George Cabral e Josemir Camilo de Melo). Estiveram presentes à entrega os secretários estaduais Oscar Barreto (Cultura), Fernando Jucá (Ciência, Tecnologia e Inovação), Marcelo Barros (Educação e Esportes), Gilberto Freyre Neto (executivo de Relações Internacionais) e Marcelo Canuto (chefe de Gabinete do governador); o presidente da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), Severino Pessoa; e membros da Comissão do Bicentenário. SOBRE A COMISSÃO - A proposta da coleção insere-se no programa de comemorações do Bicentenário da Independência do Brasil, instituído pelo Governo do Estado. Em julho de 2021, o governador Paulo Câmara publicou o Decreto Nº 50.984, criando uma comissão específica para tratar das celebrações. Ao todo, 19 representantes de secretarias, órgãos e instituições da sociedade civil, a exemplo da Academia Pernambucana de Letras e do Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano (IAHGP), compõem o colegiado.

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rainha elizabeth nilo otacilio ferraz

6 fotos da Rainha Elizabeth no Recife

Hoje, no dia do falecimento da rainha Elizabeth, a coluna Pernambuco Antigamente resgata 5 imagens da passagem da monarca britânica pelo Recife em 1968. Rainha Elizabeth ao lado do então governador pernambucano Nilo Coelho (Foto: Revista Nossa História, no blog Vozes da Zona Norte) Rainha Elizabeth na Avenida Boa Viagem(Foto: Diario de Pernambuco / Hemeroteca da Biblioteca Nacional) Visita ao Palácio do Campo das Princesas(Foto: Diario de Pernambuco / Blog Vozes da Zona Norte ) Pelas Ruas do Recife(Foto: Diario de Pernambuco / Blog Vozes da Zona Norte) Saudações da rainha no Recife(Extraídas de vídeo da TV JC)

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Primeira "luta verbal" de Raimundo Carrero no jornalismo, na década de 60

*Por Rafael Dantas, repórter da Algomais O autor pernambucano Raimundo Carrero lançou ontem (5), no Varejão do Estudante, o seu livro "A Luta Verbal - a preparação do escritor". Ele defende uma literatura engajada socialmente, incomodada com as disfunções da sociedade em que o escritor está imerso. No entanto, luta de Carrero, que é um dos ícones das letras no Estado e completa 75 anos em 2022, começou ainda no final da década de 60, no Diário de Pernambuco. Selecionamos hoje uma coleção de textos do autor no seu primeiro mês de trabalho no mais antigo jornal da América Latina que segue em funcionamento, uma série de reportagens sobre a Santinha de Alagoa Nova, no interior da Paraíba. Todos os textos foram encontrados no banco de dados da Hemeroteca da Biblioteca Nacional, em cada reportagem há um link direto para a página das matérias. A primeira reportagem assinada por Carrero teve como título Bispo manda padre observar a "santinha". Era 24 de dezembro de 1969. O presente de natal dos leitores foram os primeiros textos dele narrando uma história que envolvia uma criança, Maria do Socorro Fernandes, que morava em Alagoa Nova. Diversos romeiros chegavam no sítio onde ela morava, pois havia uma crença de que ela falava com Nossa Senhora de Fátima e que teria feito inclusive milagres. Carrero escreve que em suas conversas com a santa, a criança teria pedido remédios para a cura de muitos que a buscavam. A resposta da Nossa Senhora foi a seguinte: "Remédio para os pecadores era reza". As palavras da menina, que era muito calada, inflamavam a devoção. Apesar da juventude e da falta de experiência no jornalismo, já que se tratava do primeiro trabalho do escritor no jornal, Carrero escuta muitas fontes para contar a história da Santinha. Como uma boa apuração jornalística, na sua primeira reportagem ele ouviu o prefeito, os fiéis, um líder espírita (que declarou se tratar de algo do diabo), um sargento, tentou falar com o bispo em questão, que não respondeu, e finalmente a própria santinha. Ela não queria dar entrevistas, era mais reclusa. Nada que uma grande boneca de presente não abrisse as portas para a reportagem do Diario de Pernambuco. A cobertura continuou no dia seguinte com o título Demônio estaria reagindo às aparições da virgem. A santinha teria sentido um empurrão por alguma entidade enquanto realizava as suas rezas. Além da descrição do relato da criança, Carrero fala sobre o natal na cidade pacata, que devido à movimentação atípica estava iluminada, mesmo sem um festejo oficial. No dia 27 de dezembro de 1969, Carrero anuncia que a Santinha havia indicado a data da aparição de Nossa Senhora de Fátima no interior paraibano. Seria no dia seguinte. A revelação só ampliou as expectativas dos fiéis, que se acumulavam na cidade naquele final de ano. A história da menina vidente seria contada ainda no dia 28 de dezembro: Multidão espera o sinal anunciado para hoje. Havia até a expectativa que a Nossa Senhora levasse para si a criança. Carrero registra uma fala do pai, José Fernandes de Araújo, conformado, caso essa fosse a vontade divina. Os poucos hotéis da cidade ficaram lotados. Um pastor entrevistado disse se tratar de coisa do demônio, com várias citações do apocalipse. Chegavam ao município também pessoas em busca de cura e milagres. A cobertura de encerra no dia 30 de dezembro com a frustração da não aparição da santa: Multidão espera: sinal não veio e santinha adormece!. Segundo Carrero, a espera do evento reuniu 15 mil pessoas. Hoje, mais de cinco décadas após, a estimativa de população total da cidade é de 18 mil pessoas. "O desfile do povo frente a Maria do Socorro Fernandes era quase um culto. Homens e mulheres se misturavam numa idolatria. Vinham em fila, paravam em frente a Santinha, olhavam com olhares de súplica. Uns entregavam cartas e bilhetes contendo pedidos para curar doenças e melhoras de vida", relatou Carrero na reportagem. Apesar de Nossa Senhora de Fátima não ter dado nenhum sinal, Carrero encerra aquela cobertura indicando um sentimento positivo da população: "Mesmo não aparecendo o sinal, o povo não desanimou. Para a maioria, o grande sinal foi a união da multidão, que durante todo o dia se manteve em paz, não se registrando qualquer acidente." Da sua primeira reportagem aos livros que o tornaram mais conhecido, um semelhança é a temática da religião. A fé, as percepções de quem está ao redor e as contradições do divino com o real são uma marca da vida de vários personagens de Carrero. Escritor que, antes da literatura, deixou sua marca no jornalismo pernambucano. LEIA TAMBÉM *Rafael Dantas é jornalista da Algomais (rafael@algomais.com)

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AscanioMMM@TL Prisma11

Amparo 60 traz exposição Geometria Oscilante

Em setembro, a galeria abre a exposição Geometria Oscilante, primeira individual do artista em Pernambuco, com curadoria de Felipe Scovino No próximo dia 8 de setembro, a Amparo 60 abre a exposição Geometria Oscilante, de Ascânio MMM, com curadoria de Felipe Scovino. A mostra apresenta oito trabalhos recentes do artista, brasileiro, nascido em Portugal, e que vive no Rio de Janeiro desde 1959. Essa é a primeira mostra dele – que passou a fazer parte do casting da galeria em 2021 – em terras pernambucanas. “Eu me sinto como se a própria Janete Costa estivesse me trazendo para essa exposição no Recife”, revela Ascânio contando um pouco da sua relação com a arquiteta, mãe da galerista Lúcia Costa Santos. “Conheci a Janete há muitos anos atrás. Ela estava fazendo um hotel em Copacabana e escolheu uma escultura minha para colocar lá. Conheci o Burle Marx através dela”, lembra, ressaltando que a amizade e parceria em trabalhos seguiram por muitos anos. “Eu conheço Ascânio há anos, desde a época em que ele e minha mãe eram próximos. Sempre quisemos trazê-lo para Amparo e agora esse momento chegou. É uma alegria ter um artista com uma bagagem tão consistente fazendo sua primeira mostra no Recife em nosso espaço”, destaca Lúcia Costa Santos. Geometria Oscilante apresenta duas séries recentes do artista, de 2022, QuaCors e Prismas, cujo material base são perfis de alumínio. “As obras aqui expostas se baseiam na qualidade de serem cambiáveis, não correspondendo integralmente às premissas formalistas da escultura, especialmente por instaurarem a ideia de instabilidade”, escreve Scovino. Na primeira, o artista compõe obras bidimensionais, quadrados de dimensões diversas, de 70 x 70 a 1,20 x 1,20 metros, com os módulos de alumínio e faz uso das cores industriais para gerar suas figuras geométricas. Desse diálogo vem o nome da série, que une as sílabas QUA com COR. Em Prisma, ele passa a trabalhar em composições tridimensionais, também montadas a partir dos perfis de alumínio. Segundo o curador, esses trabalhos reafirmam o compromisso do artista desde o início de sua carreira em trabalhar com as múltiplas possibilidades, fazendo da obra um campo aberto. “As obras de Ascânio trazem essa ideia de participação. O público precisa se locomover, precisa observar a peça de vários ângulos, perceber suas possibilidades. Seja naqueles trabalhos em espaços públicos, obras apresentadas em galerias, e até naquelas, como é o caso de Caixas (c. 1968-69), em que o espectador é convidado a mexer, mudar e recombinar o trabalho", diz Scovino, destacando que o signo construtivo é o principal objeto de estudo do artista. Ele faz parte da geração que se segue ao Neo Concretismo ( 1959-1961), e sua formação se deu “vendo uma diversidade de associações metafóricas abrangendo arte, corpo e arquitetura”, pontua Scovino em seu texto curatorial. A questão construtiva, a chamada “vontade construtiva”, está no cerne de sua poética. O próprio artista ressalta que suas obras são construídas dentro do ateliê, parafuso por parafuso. O seu interesse não está apenas no objeto finalizado, mas no processo, na construção do mesmo. “A composição do objeto é um percurso, existe todo um processo por trás, que acontece no meu ateliê, onde eu acompanho todo esse desenvolvimento”, diz Ascânio. O artista se lança a uma investigação sobre as formas geométricas e sobre a arquitetura - o índice arquitetônico de seus trabalhos é evidente e tem uma razão de ser. Ao chegar ao Brasil, no final da década de 1950, Ascânio mudou-se para o Rio de Janeiro, onde vive até hoje, com o objetivo de ingressar no curso de arquitetura. Enquanto aguardava a entrada na universidade, passa a frequentar a Escola de Belas Artes e começa a adentrar neste universo. Foi neste período, como conta o artista, que ele entrou pela primeira vez no Museu Nacional de Belas Artes. Nessas visitas passou a ter contato com obras de peso, como as de Franz Weissmann. “Fui fisgado, mordido pela escultura”, conta. Formado em arquitetura, o artista passa a conciliar as atividades. Todo o repertório adquirido ao longo de sua formação universitária é também empregado em seu s trabalhos artísticos. Ele traz elementos da cidade, materiais da construção civil (como madeira, alumínio…) para dentro da obra. “Ascânio pensa os seus módulos de madeira – e, mais recentemente, de alumínio – como forças ativas que desencadeiam não só metáforas acerca do corpo mas ativam, na práxis, o corpo do espectador. Suas obras não se pautam numa discussão sobre massa ou volume; são translúcidas porque querem, exatamente, criar agenciamentos, embates e encontros entre elas e o corpo do espectador. Querem ser atravessadas, tocadas, usadas assim como desejam ser percebidas como projeções virtuais no espaço”, sintetiza Scovino. SERVIÇO GEOMETRIA OSCILANTE - ASCÂNIO MMMCuradoria: Felipe ScovinoDia 8 de setembro, aberto ao público a partir das 19h Visitação: De 9 de setembro até 16 de outubro.Segunda a sexta, das 10h às 19hSábados das 10h às 15h Galeria Amparo 60 - No 3º andar da Dona Santa (Rua Professor Eduardo Wanderley Filho, 187 - Boa Viagem, Recife - PE, 51020-170)

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Independência da música autoral pernambucana neste feriado

Amanhã, dia 7 de setembro, a produtora Cultura Iminente, criadora de projetos como o Espiral das Artes e Camaleão Apurado, inicia parceria com o Rockstar Pub, localizado na Avenida 17 de agosto em Casa Forte. Todas as quartas-feiras a produtora levará ao espaço shows autorais de grupos e artistas pernambucanos dos mais variados gêneros musicais. E já no próximo dia 7 quem estreia a programação é o grupo ‘Jonatas Onofre Quarteto’ que aponta ser uma das grandes revelações sonoras no cenário da música pernambucana. O espaço tem um visual descolado, com paredes grafitadas por Max Motta e Raoni Assis, dois artistas recifenses. Com opção de ambientes interno e externo o ‘Rockstar’ tem um bar turbinado que oferece uma variedade de drinks para todos os gostos, além de excelentes acompanhamentos. Nas quartas-feiras o espaço abre às 19h e a produtora Cultura Iminente promete ter uma programação recheada de surpresas e revelações musicais imperdíveis. A casa praticará o Ingresso Social, ou seja, a entrada tem valor único de 10 Reais mais 1Kg de alimento não perecível. Todo alimento arrecadado será destinado ao ‘Lar Manuel Quintão’ que atua em prol de crianças que se encontram em vulnerabilidade social. Quarta Autoral Local: Picon’s Rockstar Café – Av. 17 de Agosto, 1780 Casa Forte. Realização: Cultura Iminente Ingresso Social: R$ 10,00 (Dez Reais) + 1Kg de alimento não perecível Tema: Música Autoral

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Museu do Homem do Nordeste promove curso sobre identidade brasileira na Fundaj do Derby

Formação será dividida em três módulos que ocorrerão em setembro, outubro e novembro. O primeiro módulo inicia dia 8 de setembro (Da Fundaj) Movido pelo bicentenário da Independência do Brasil (1822) e o centenário da Semana de Arte Moderna de São Paulo (1922), o Museu do Homem do Nordeste (Muhne), por meio de sua Divisão de Estudos Museais, promove o curso livre “22-22-22: modernidades, modernismos e contemporaneidade”. Realizado por meio de 12 sessões, divididas em três módulos, a formação ocorrerá nos meses de setembro, outubro e novembro, na Sala Aloísio Magalhães, Campus Ulysses Pernambucano da Fundaj, no Derby. O primeiro módulo, “A construção da identidade nacional como uma entrada na modernidade (século XIX)”, será inaugurado com a aula-conferência da pesquisadora titular da Fundaj, Dra. Cibele Barbosa, no próximo dia 8 de setembro, das 18h30 às 21h30. Os demais encontros deste módulo seguem cronograma com as datas 13, 23 e 29 de setembro. Para obter a declaração de curso, o aluno deverá cumprir 75% de cada módulo. Os interessados podem se inscrever gratuitamente através do site Sympla. Tomando como marco histórico a Independência do Brasil (1822), esse primeiro módulo busca debater o processo de construção simbólica do recém criado Brasil, ainda império, a partir do ponto de vista da modernidade. As programações dos módulos seguintes, que cobrem reflexões sobre os séculos XX e XXI, serão divulgadas na proximidade do curso. Os segundo e terceiro módulos acontecerão em setembro e outubro, respectivamente, com data ainda a definir. Com o propósito de gerar uma reflexão crítica sobre o processo de formação do Brasil, a capacitação propõe recolocar questões fulcrais deste processo histórico, edificando e atualizando a crítica com as ferramentas teóricas da contemporaneidade. “A retomada dessa temática é essencial, tendo em vista a necessidade moderna de submeter suas crenças tradicionais à operação crítica”, explicam os organizadores, Fernando Alvim, Gleyce Kelly Heitor e Silvia Barreto. Para a antropóloga e coordenadora da Divisão de Estudos Museais do Muhne, Ciema Mello, é um exercício para responder questões sobre a identidade do povo brasileiro, reflexão cara ao campo da Antropologia. “A Semana de 22 passou para a história como uma espécie de revisionismo crítico da identidade brasileira”, explica. A antropóloga ressalta que é preciso um olhar atento para essa narrativa. Mas que, para todos os efeitos, o evento em São Paulo inaugurou um sentimento nacionalista nas artes e na língua, evidenciando as especificidades do português falado no Brasil como língua brasileira autêntica." Confira as sessões do primeiro módulo: 08/9 - “O outro lado da modernidade: colonialismo, raça, ciência e espetacularização de corpos no século XIX”, ministrada pela pesquisadora titular da Fundaj Dra. Cibele Barbosa. 13/9 - “A criação do Museu Nacional e o discurso da ciência”, ministrada de forma virtual pela professora Dra. Maria Margareth Lopes, investigadora associada do grupo Ciência: Estudos de História, Filosofia e Cultura Científica, no Instituto de História Contemporânea (IHC/Portugal) e do Núcleo de Estudos de Gênero Pagu, na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). 23/9 - “O romantismo no Brasil e a construção da identidade brasileira”, ministrada pela professora de Letras na Universidade de São Paulo (USP), Dra. Cilaine Alves Cunha. 29/9 - “Museus e representações do Estado Imperial”, ministrada pelo pesquisador doInstituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Dr. José Neves Bittencourt. ServiçoAbertura do I Módulo: A construção da identidade nacional como uma entrada na modernidade (Século XIX)Local: Sala Aloísio Magalhães, Campus Ulysses PernambucanoRua Henrique Dias, 609, Derby, Recife-PEData: 8/9/2022Horário: 18h30 às 21h30 Inscreva-se: https://www.sympla.com.br/evento/curso-livre-22-22-22-modernidades-modernismos-e-contemporaneidade/1701083

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7 de setembro: Além do grito do Ipiranga

*Por Rafael Dantas, repórter da Revista Algomais (rafael@algomais.com | rafaeldantas.jornalista@gmail.com) Dom Pedro I, o Grito da Independência, o quadro de Pedro Américo… muitos são os ícones que rondam o marco da separação da mais importante colônia de Portugal. Mais que várias controvérsias sobre essas imagens que ficaram imortalizadas nos filmes e na arte, no bicentenário do 7 de Setembro existem algumas narrativas sendo relembradas que nos mostram um dicionário de outras independências – incluindo as pernambucanas – e uma pergunta incômoda no meio das festividades dessa célebre data para a nossa história: o Brasil deu certo ou deu errado? O primeiro mito a cair, segundo o historiador e professor da Universidade de Pernambuco, Carlos André Silva de Moura, é que a nossa independência não foi um evento que nasceu da noite para o dia do 7 de Setembro, às margens do Riacho do Ipiranga. “A verdade é que foi um processo de construção política e social, que aconteceu antes e depois do 7 de setembro. Pernambuco, por exemplo, teve em 1817 a Revolução dos Padres. Havia uma insatisfação de várias províncias pelo distanciamento da Capital, pelo aumento de impostos e pelo luxo da corte. Pernambuco foi o espaço onde essa insatisfação foi mais marcante”. A Revolução promovida pela Junta de Goiana, em 1821, a Independência da Bahia, em 1823, e a Confederação do Equador, de novo em Pernambuco, em 1824, são alguns dos mais notórios movimentos que marcam as tensões desse período. Algumas delas contra o domínio português, outras já pelos conflitos gerados após o Grito da Independência. Para o historiador Josemir Camilo, PhD em História pela UFPE e professor aposentado da UFPB, os movimentos posteriores ao 7 de Setembro indicam um conjunto de frustrações com os primeiros anos de governo de Dom Pedro I. “Na época não havia o conceito de Brasil como um País, cada província começou a se pensar pelas juntas provinciais. O caminho era a federação, que só veio em 1889. Mas já havia esse pensamento federativo em 1821, principalmente por Gervásio Pires. O projeto dele era uma monarquia federativa”, afirmou Josemir Camilo. Leia a reportagem completa na edição 198.1: assine.algomais.com

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Luta verbal

Raimundo Carrero lança "A luta verbal" na próxima semana

Um dos grandes nomes da literatura pernambucana, Raimundo Carrero apresenta ao público o livro A luta Verbal - A Preparação do Escritor (Editora Iluminuras) na próxima segunda-feira (5), a partir das 19h, na Livraria Varejão do Estudante, no bairro da Boa Vista, no Recife. A publicação traz uma reedição do seu manual para novos escritor, publicado em 2007 , uma das obras que estavam esgotadas de Carrero. Mas, além dos textos de orientação das técnicas e preparação de novos autores, o novo livro traz um manifesto por uma literatura engajada socialmente. É um olhar do jornalista para a obra literária como uma ferramenta de denúncia dos problemas sociais do País. Em entrevista para a Algomais, publicada em janeiro, o autor declarava que "A literatura é um grito de dor. Quando um livro é escrito, a população inteira entra em erupção. É um vulcão. Se o livro não é um vulcão não serve para ser livro. Se um livro não coloca diante do leitor as dores, o sofrimento, a angústia do País não serve para nada. Lançamento do livro A luta Verbal Local: Varejão do Estudante (Avenida Manel Borba, 292 - Boa Vista)Quando: Segunda-feira (05/09)Horário: 18h

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O caruru de Dª Magdalena Freyre

(Foto: Fernando Sabino) Muitas vezes os cadernos de receitas são textos especialmente preparados para os membros da família. Eles são textos pessoais, íntimos e autorais. D. Magdalena, mulher de Gilberto, preservou assim os seus acervos de receitas, que tinham também comentários sobre processos culinários e avaliações dos comensais, sempre nos próprios cadernos.As comidas selecionadas, que particularizam os cadernos, traziam histórias, sentimentos, preferências culinárias da família Freyre; e ainda mostravam cardápios temáticos que eram organizados para as festas e para o cotidiano. Estes cadernos dão um entendimento mais profundo do que era a casa de Apipucos. Certamente os cadernos de receitas colecionados por D. Magdalena já mostravam o seu estilo e tendência de entender a comida regional, sempre presente nos seus cardápios. Como exemplo, trago uma receita do Caruru: Ingredientes2 garrafas de leite de coco; 1 quilo de camarão descascado; 20 quiabos; gengibre; pimenta do reino; louro; 2 tomates picadinhos; 1 cebola picadinha; 1 colher de sopa de vinagre; azeite; alho amassado; pedaços de bacalhau moídos; camarões cozidos e moídos. Modo de fazerMisture parte do leite de coco com um pouco de água, mais gengibre, a pimenta, o louro, a cebola, os tomates, o vinagre, o azeite e o alho. Leve essa mistura ao fogo, rapidamente e coe. À parte, cozinhe os quiabos cortados em rodelas. Escorra a baba e misture ao molho coado. Adicione o bacalhau e o camarão e leve, novamente, ao fogo, acrescentando um pouco de azeite de dendê, de vinagre e meia xícara de farinha de mandioca. Mexa até engrossar um pouco. (Lody, Raul (org.). À mesa com Gilberto Freyre. Pag. 71). As nossas conversas sobre as comidas da casa de Apipucos, minha com D. Madalena, tiveram como tema inicial o arroz doce, um preparo com diferentes características, e do nosso gosto pessoal. Na verdade, trocamos algumas receitas experimentadas nas nossas casas: arroz doce com leite de coco; arroz doce com raspas de limão; arroz doce com gemas de ovos; entre tantas outras. Sempre com muita canela para cobrir as travessas. Lá, estar à mesa era um momento de comensalidade, de sociabilidades e, em especial, quando eram servidos os cardápios que promoviam estas relações, como, por exemplo, a feijoada, a peixada, o cozido. Tudo para ser comido de forma lenta e reflexiva. A isso se alia o sentido da comida na obra de Gilberto Freyre enquanto um verdadeiro método para se interpretar o Nordeste, especialmente Pernambuco. “Mas o bom pernambucano é que não se deixará facilmente se desenraizar da mais fina tradição culinária do Brasil. É um paladar, o seu, enobrecido por cento e cinquenta, duzentos e até quatrocentos anos de feijão de coco e de sabongo, de doce de caju e de vinho de jenipapo”. (Crônicas do Cotidiano. A vida cultural de Pernambuco nos artigos de Gilberto Freyre. Org. Carolina Leão. Diário de Pernambuco. 2009:65). E dessa maneira, Gilberto valoriza um estilo especial de colonização, que ele chamava de “luso-tropical”, onde os ingredientes do Ocidente e do Oriente dão um sentido especial a formação da nossa mesa desde a colonização, o que possibilita viver uma mesa mundializada. “Não é só o arroz doce: todos os pratos tradicionais do Nordeste estão sob ameaça de desaparecer (…). O próprio coco verde é aqui considerado tão vergonhoso como a gameleira, que os estetas municipais vêm substituindo pelo fícus benjamin, quando a arborização que as nossas ruas, parques e jardins pedem é a das boas árvores matriarcais da terra ou aqui já internamente aclimatadas: pau d'arco, mangueira, jambeiro, palmeira, gameleira, jaqueira, jacarandá. ” (Freyre, Gilberto. Manifesto regionalista. 1976:57) O seu método de interpretação do homem brasileiro representado através da alimentação é ecológico, é patrimonial, e é contemporâneo no que se refere à valorização dos ingredientes regionais. Raul Lody é antropólogo

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