Arquivos Cultura E História - Página 145 De 390 - Revista Algomais - A Revista De Pernambuco

Cultura e história

30 anos do Manifesto Caranguejos com Cérebro no Sonora Coletiva

Há 30 anos mais pessoas tomavam conhecimento de uma cena cultural, com ênfase na música, que já rolava há algum tempo no Recife. Isso aconteceu quando foi publicado num jornal local o release-manifesto feito para apresentá-la à imprensa, mas sobretudo aos recifenses e pernambucanos, ligados ou não à cultura local. O texto falava de certa Manguetown e sua biodiversidade, de mangueboys e manguegirls, de Josué de Castro... E, claro, da antena parabólica fincada no mangue, símbolo da nova cena que começava a desentupir as veias da cidade com novas ideias e atitudes. Dois anos depois, o release-manifesto ganhou outra dimensão quando apareceu encartado no álbum ‘Da Lama ao Caos’, da banda Chico Science & Nação Zumbi. Aclamado nacionalmente, o seminal álbum da CS&NZ antecedeu, por pouco meses, o não menos importante e emblemático ‘Samba Esquema Noise” da banda Mundo Livre S/A, liderada pelo autor do release-manifesto, o jornalista e músico Fred Zero Quatro, tendo como ‘cúmplice’ o também jornalista Renato Lins, ou melhor, Renato L., que logo seria chamado de ‘ministro da informação da Manguetown’. Passadas três décadas do release-manifesto, a banda Mundo Livre S/A acaba de lançar novo álbum totalmente antenado com o momento político e cultural do país. Isso tem colocado novamente a banda no centro das atenções da mídia nacional, não só por sua original musicalidade, mas igualmente pela crítica social e política contida nas letras e nas atitudes de seus integrantes. O álbum mostra que os caranguejos com cérebros continuam pensando e estão cada vez mais antenados com o que acontece não só no Recife, mas no país. Os 30 anos do manifesto e o lançamento do álbum ‘Walking Dead Folia (Sorria, Você Teve Alta!)’ serão alguns dos temas do bate-papo com Fred Zero Quatro, que contará com a participação especial de Renato L. A primeira edição de 2022 do Sonora Coletiva será transmitida pelo Canal multiHlab no YouTube, no dia 10 de fevereiro, às 19h. O Sonora Coletiva é uma atividade da Revista Coletiva, vinculada à Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) e é apresentado por um de seus editores, o pesquisador Túlio Velho Barreto. SERVIÇO   LIVE – O QUE PENSAM HOJE OS ‘CARANGUEJOS COM CÉREBROS’ SONORA COLETIVA conversa com FRED ZERO QUATRO Jornalista, músico, compositor e cantor da banda MUNDO LIVRE S/A 10 FEVEREIRO (quinta-feira) - 19h - Canal multiHlab no YouTube Participação especial do jornalista e DJ RENATO L. Apresentação do pesquisador TÚLIO VELHO BARRETO (Fundaj)

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Carurus e angus - A Bahia de Gilberto Freyre

Na sua obra, Gilberto Freyre olha a comida enquanto um método de interpretação da cultura, e da sociedade nos cenários do Nordeste e do Brasil. Gilberto entende a comida como uma maneira expressiva de comunicação e sabedoria tradicional. Assim, ele mostra na sua obra as matrizes africanas como tema recorrente para um vasto patrimônio cultural do brasileiro. A Bahia, em Gilberto Freyre, é sempre um encontro com o continente africano, que é admirado e revelado com destaque, e emoção, nas usas pesquisas, o que mostra um valor por ele cultivado, e que está permanentemente presente nas suas leituras sobre o brasileiro. “Vários são os alimentos predominantemente africanos em usos no Brasil. No Norte especialmente na Bahia, em Pernambuco, no Maranhão, Manuel Querino anotou os da Bahia, Nina Rodrigues os do Maranhão, o mesmo com Pernambuco. Desses três centros de alimentação afro-brasileira é a Bahia o mais importante. A doçaria de rua aí desenvolveu-se como em nenhuma cidade brasileira, estabelecendo-se verdadeira guerra-civil entre o bolo de tabuleiro e do doce feito em casa (...). (...) quitutes feitos em casa e vendidos na rua em cabeça de negras mas no proveito da senhoras: mocotós, vatapás, mingaus, pamonhas, canjicas, acaçás, arroz-doce, feijão-de coco, angus, pão-de-ló de arroz, pão-de-ló-de-milho, rolete de cana, rebuçados.(...).” (Gilberto Freyre. Casa-Grande & Senzala. Editora Global: São Paulo, 2004) Este comércio intenso nas ruas, com as chamadas “vendas”, marcou o consumo e a diversidade de comidas possíveis de serem adquiridas nas ruas da cidade do São Salvador. Também, as leituras sobre o dendê, sem dúvida, marcam um estilo de entender a Bahia pela boca, numa verdadeira civilização, a civilização do dendê. “(...) o caruru e o vatapá feitos com íntima e especial perícia na Bahia. Prepara-se o caruru com quiabo ou folha de capeba, taioba, oió, que se deita ao fogo com água. Escoa-se depois a água, espreme-se a massa que novamente se deita na vasilha com cebola, sal, e camarão, pimenta-malagueta seca, tudo ralado na pedra-de-ralar e lambuzado de azeite-de-cheiro. Junta-se a isto a garoupa ou outro peixe assado. O mesmo processo do efó”. (Gilberto Freyre. Casa-Grande & Senzala. Editora Global: São Paulo, 2004) Ainda, os temas afro-muçulmanos são presentes e marcantes na obra de Gilberto Freyre. Há uma valorização do euro-africano, que são os ibéricos encharcados da civilização Magrebe. “O arroz de hauçá é outro quitute afro-baiano que se prepara mexendo com colher de pau o arroz cozido na água e sal. Mistura-se depois com o molho em que entram pimenta-malagueta, cebola e camarão tudo ralado na pedra. O molho vai ao fogo com azeite-de-cheiro e água.” (Gilberto Freyre. Casa-Grande & Senzala. Editora Global: São Paulo, 2004) Todos esses são exemplos de acervos gastronômicos que são reveladores das maneiras como Gilberto busca trazer o Nordeste, as suas bases multiculturais, e as suas relações com o continente africano, tanto pelo Oceano Atlântico quanto pelo Pacífico. E assim, pela comida, Gilberto vê a Bahia e come a Bahia.

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Espaço Afetivo Homem da Meia-Noite inaugura sua segunda etapa neste sábado (5)

Neste sábado (05), às 14h, acontece a inauguração do mezanino do Espaço Afetivo Homem da Meia-Noite, localizado no piso L2 do Shopping Patteo Olinda. O primeiro andar da loja, que é totalmente dedicada ao Gigante mais amado do Brasil, contará com programação gratuita e aberta ao público, como oficinas, exposições, sessões de fotos, rodas de diálogo, entre outras ações. A abertura do mezanino contará com a presença especial do Calunguinha, mascote do Homem da Meia-Noite, recepcionando os clientes e fazendo a alegria de adultos e crianças. Já nos dias 11, 18 e 25 de fevereiro, sempre das 16h às 17h, os Guerreiros do Passo realizam no Espaço Afetivo uma ação de vivência no frevo com roda de diálogo sobre a valorização do ritmo pernambucano e oficina de conserto de sombrinhas. Formado em 2005 por discípulos do Mestre Nascimento do Passo, o grupo é um dos cinco homenageados do Homem da Meia-Noite em 2022. No dia 12 de fevereiro, também das 16h às 17h, o mascote Calunguinha volta para o espaço para um momento de interação com os clientes. E seguindo a programação, no dia 19 de fevereiro, no mesmo horário, acontece uma roda de diálogo sobre Economia Criativa com participação de alunos do Instituto Federal de Pernambuco (IFPE). Tanto as oficinas com os Guerreiros do Passo quanto a roda de diálogo sobre Economia Criativa contarão com vagas limitadas. Mais informações sobre inscrições podem ser obtidas no Instagram da @grifedocalunga. O espaço – Criado para ser um ponto de encontros e compartilhamento de memórias, onde os visitantes poderão conhecer e vivenciar a cultura do Calunga, o Espaço Afetivo Homem da Meia-Noite teve a sua primeira etapa inaugurada em dezembro de 2021. São mais de 200m² de loja projetados pela arquiteta pernambucana Cacau Araújo e com produção cultural e curadoria de Rafaela Mendes (Rafa Q Faz), tendo como parceiros grandes marcas como Sanvidro, Fino Toque e Decortudo. "O Espaço Afetivo é mais um marco na história do Homem da Meia-Noite, um local que é a cara do Gigante, pois foi construído coletivamente agregando diversos artistas da terra que representam a história e a paixão do nosso povo pelo Calunga através das suas artes ", explica Luiz Adolpho. A Grife do Calunga está presente no local, com espaço para vendas da camisa exclusiva que celebra o nonagésimo aniversário do Homem da Meia-Noite. E para fomentar a economia local, 20 marcas criativas e artesanais estão expondo seus projetos na loja, desenvolvidos em coleções especiais em homenagem ao Gigante. Nas prateleiras, podem ser encontrados itens de moda casa, decoração, artes plásticas, acessórios e muito mais. “O Shopping Patteo Olinda nasceu valorizando a cultura local e por isso, para nós, é uma honra receber uma parte da comemoração dos 90 anos desse símbolo máximo do nosso Carnaval”, comemora Rebeca Amado, gerente de marketing do Patteo Olinda. O Espaço Afetivo funciona de acordo com o horário do centro de compras, de segunda a sábado, das 09h às 22h, e aos domingos e feriados, das 12h às 21h, com entrada gratuita. Todos os protocolos de segurança estão sendo seguidos, como o uso obrigatório de máscara para circulação no local e capacidade controlada de visitantes.  

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Shopping Costa Dourada recebe feira de artesanato com temática carnavalesca

Neste domingo (06), o Shopping Costa Dourada realiza mais uma edição da sua tradicional feira de artesanato. O evento vai acontecer das 12h às 20h, e é fruto de uma parceria entre a Secretaria de Desenvolvimento do município e a Associação dos Artesãos. Ao todo, 10 artesãos locais vão expor e vender suas obras, em um espaço localizado no corredor externo da entrada 2 do mall. Adereços carnavalescos, moda casa, moda praia, costura criativa, luminárias, bijuterias, acessórios e roupas são alguns dos itens que serão disponibilizados para exposição e venda. É válido ressaltar que a feira de artesanato acontece todo primeiro domingo do mês no centro de compras. O valor das vendas é totalmente revertido para os artesãos do Cabo de Santo Agostinho

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9 igrejas barrocas nos bairros centrais do Recife

Ao tratar sobre a importância de revitalizar os bairros centrais do Recife, a coluna Última Página, do arquiteto e consultor Francisco Cunha, destacou a presença da arquitetura barroca na cidade. Mesmo após décadas de processos tortuosos de demolições que descaracterizaram principalmente os bairros de Santo Antônio e de São José, a maioria desses templos permanecem de pé e muitos com atividades. Na sua proposta de recostura do Centro do Recife, Francisco Cunha sugeriu que ela seja feita a partir de uma articulação levando em consideração o "extraordinário patrimônio Barroco/Rococó que tanto encantou e encanta os historiadores da história da arquitetura". Diante do impulso desse debate, que surge em decorrência do também recente lançamento do Escritório Recentro de Gestão, no final do ano passado, a coluna Pernambuco Antigamente destaca hoje parte desse conjunto arquitetônico que pode inspirar a recostura do centro da cidade.   1. Matriz de Santo Antônio (Acervo do IBGE)   2. A Basílica e Convento Nossa Senhora do Carmo foi construída em 1687 (Imagens da Biblioteca do IBGE)   3. Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos   4. Igreja de São Pedro   5. Igreja de Nossa Senhora do Livramento dos Homens Pardos, em 1880 6. Pátio do Terço, em 1904 7. Igreja dos Martírios (demolida na década de 70) 8. Igreja de Nossa Senhora da Conceição dos Militares 9. Capela Dourada     Pelo Google Maps, o trajeto abaixo chegando às 9 igrejas destacadas no post seria feito em 31 minutos.   *Por Rafael Dantas, jornalista e repórter da Revista Algomais. Ele assina as colunas Gente & Negócios e Pernambuco Antigamente rafael@algomais.com rafaeldantas.jornalista@gmail.com

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Feira de Troca de Livros incentiva leitura no Recife

Acontece neste sábado (5), a feira ‘Troca Troca de Livros’. Com entrada gratuita, a ação que será realizada no Shopping ETC, nos Aflitos, tem o objetivo de incentivar o hábito da leitura, possibilitando que as pessoas compartilhem histórias através da troca de livros usados por outros. Segundo a organização, é necessário que o interessado separe exemplares que estejam em bom estado de conservação para participar da experiência. A troca dos livros pode ser feita no horário das 10h às 17h, no stand montado no piso principal do centro de compras. Segundo a administração do local, o Troca acontece há quatro anos, nesse período de pandemia e epidemia, é necessário o uso de luvas descartáveis para tocar nos livros e principalmente o uso de máscara facial. Quais são as regras para participar? Livros didáticos, acadêmicos, de poesia, livros em outros idiomas ou livros distribuídos gratuitamente não serão aceitos. Não é permitido fazer reservas de livros, assim como livros didáticos, acadêmicos, de poesia, livros em outros idiomas ou livros distribuídos gratuitamente não serão aceitos. Não é permitido a venda dos livros. Cada livro doado dá direito a outro livro na feira, ao entregar um livro para troca, a ação de retirar outro deve ser imediata. SERVIÇO: Feira de Troca de Livros incentiva leitura no Recife Onde: Shopping ETC, na Avenida Conselheiro Rosa e Silva, 1460, Aflitos, Recife Quando: 5 de fevereiro de 2022 Horário: 10h às 17h Entrada: gratuita Informações: (81) 3243.8212

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Jefte lança single em que assina todas as funções musicais

O poeta, compositor e produtor Jefte Amorim lança na quinta-feira, dia 03 de fevereiro, "Aquarela para João", seu single de estreia como artista da música. A faixa é um presente para o enteado do autor, João Trigueiro, e surgiu de um amigo secreto em família. Com três minutos e vinte e dois segundos, Aquarela para João é um Latin Jazz baseado no ritmo do Baião e do Coco. Com arranjo pensado para jazz trio, a faixa tem contrabaixo, piano e bateria executados pelo próprio compositor. "Além de single de estreia, Aquarela para João é um laboratório pessoal de experimentação na música, em que assino a composição, arranjo, execução instrumental, produção musical e mixagem da faixa", pontua Jefte, que também pintou a mão a capa do trabalho - a aquarela que criou como presente. Jefte, já conhecido por seu trabalho na poesia e curadoria artística do Esperantivo - Casa, Comida e Cultura, começou a compor e produzir musicalmente a partir de uma experiência impactante que viveu. "Em junho de 2021, pela primeira vez na vida, tive uma crise de ansiedade. Foi ela que me lançou na busca de coisas que me fizessem pleno, e a música foi o que me curou desse processo. Ali surgiu um eu compositor, produtor musical, e, com isso, nasceram novos projetos", destaca. O single, que também marca a estreia do selo independente pernambucano Esperantivo, foi inteiramente gravado e produzido no Esperantivo Home Studio. Para quem deseja ouvir a faixa, ela já está disponível para pré-save nas plataformas de streaming de música através do link https://jefte.me/aquarela-para-joao MÚSICA COMO PRESENTE Entre os novos projetos, estão a transformação do próprio Esperantivo - Casa, Comida e Cultura em selo de música independente e a criação de músicas por encomenda como presentes de casamento ou aniversário. "Muitas pessoas convidam músicos para tocar em seus casamentos. Mas imagine só poder contratar um compositor e produtor para criar uma música só sua, que vai estar nas plataformas de música e todo mundo poderá ouvir?", provoca. A ideia de criar músicas exclusivas surgiu do próprio presente para o enteado, com o single "Aquarela para João". Com a experiência, Jefte passou a desenvolver a criação como um produto e já tem aceitado encomendas. "Recebi a demanda de criar uma música para um casal, que estou desenvolvendo, e quem desejar criar algo para si como um momento especial pode me contatar através das redes sociais", afirma. Para quem deseja acompanhar as criações do autor, basta seguí-lo no Instagram através do @jefamorim e realizar o pré-save do single Aquarela para João para acompanhar os lançamentos.

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Programação virtual do 4º Janeiro Sem Censura vai de 4 a 20 de fevereiro

O Coletivo de Dança-Teatro Agridoce exibe, a partir da próxima sexta-feira (04/02), a programação virtual do 4º Festival Janeiro Sem Censura. Obras teatrais, shows, filmes e performances serão exibidos gratuitamente através do YouTube, uma maratona de apresentações culturais online que levanta a bandeira contra a censura artística e a opressão contra vivências de pessoas LGBTQIA+, mulheres, negros e outras minorias. Ao longo de três fins de semana, até 20 de fevereiro, o Janeiro Sem Censura 2022 transmite apresentações pré-gravadas e exclusivas para o festival. Na programação constam espetáculos teatrais, a exemplo de “Eternamente Bibi”, uma homenagem a Bibi Ferreira pela atriz transformista Letícia Rodrigues; e “Se beber, não dirija”, performance com Sharlene Esse, atriz trans pernambucana homenageada pelo festival. Também haverá shows com as cantoras RENNA e Benedita Arcoverde, com o duo musical Barbarize e a performance “Flor de Romã”, que une artistas dos coletivos pernambucanos Agridoce, Daruê Malungo e D'Improvizzo Gang - DIG. Serão transmitidas, ainda, duas mesas de debate com convidados especiais - “Visibilidade Trans” e “Preterida: como sobreviver em uma sociedade branco centrada?” A programação virtual do festival começaria apenas no próximo dia 14/02, mas devido ao avanço da Covid-19 em Pernambuco neste janeiro de 2022, o 4º Janeiro Sem Censura precisou antecipar a agenda. As apresentações e as mesas de debate, que ocorreriam presenciais no Espaço Cênicas, no Bairro do Recife, desde o último 25 de janeiro, foram apenas gravadas sem presença de público para transmissão no YouTube. Outra atividade que também sofreu alterações foi a Mostra Cine Pitangas, que, a princípio, receberia público presencial no Teatro do Parque para uma exibição de sete filmes. As obras audiovisuais também serão transmitidas pelo YouTube, levando as pautas defendidas pelo festival não apenas para o público pernambucano, mas também para todo o Brasil. A única atividade presencial mantida é a Oficina (Trans)Passar em Foco, que segue sendo realizada no Museu de Arte Afrobrasileira Rolando Toro (Muafro), para público reduzido e com respeito aos protocolos de segurança contra a Covid-19. O Festival encerra no dia 20/02 com transmissão do experimento cênico fruto de vivência de pessoas trans, travestis e não-binárias com o Coletivo Agridoce. O intuito é dar apoio em formação artística a essa população e inseri-la no circuito cultural de Pernambuco. SERVIÇO: 4º Janeiro Sem Censura - Programação virtual De 04 a 20 de fevereiro de 2022 Exibições gratuitas no YouTube do Coletivo Agridoce Informações completas: Instagram @teatroagridoce / teatroagridoce@gmail.com

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"A literatura é um grito de dor"

Cinco anos após ter sido acometido por um AVC, depois de dois anos de pandemia e completando 75 anos em 2022, Raimundo Carrero segue produzindo e respirando literatura. A escrita e a leitura estão na sua rotina na sala de sua casa. Vários livros nas mesinhas ao lado da poltrona onde ele mergulha no seu universo ficcional, ao lado de quadros e lembranças da sua longa carreira. Com uma caminhada profissional assumindo os papéis de jornalista, professor, gestor público, autor de peças, contos e romances, ele retoma nos próximos dias a sua oficina de literatura, que é reconhecida nacionalmente. Foi nesse período de preparação dos encontros literários e da produção de um novo livro que ele conversou com Rafael Dantas sobre o momento cultural do País, sua trajetória e os planos que ainda fazem seus olhos brilhar. Entusiasmo, aliás, foi a palavra que ele, que é vencedor de alguns dos maiores prêmios da literatura brasileira, mais repetiu ao longo deste bate-papo sobre sua carreira, sobre o momento atual da literatura e sobre o projeto do que poderá ser seu último livro. No início da entrevista, entregamos para Carrero uma reprodução da sua primeira reportagem, de 24 de dezembro de 1969, no Diario de Pernambuco. Você lembra da sua primeira matéria assinada no Diario de Pernambuco? De cabeça é difícil. A primeira reportagem assinada foi essa aqui. Rapaz, onde é que você arrumou isso? Isso é muito importante para mim. Foi esta matéria que me fez entrar no Diario de Pernambuco. Dezembro de 1969. Eu estava estagiando. Você está me causando uma emoção incrível agora. Evaldo Costa (diretor do Arquivo Público de Pernambuco) lutou para localizar isso e não conseguiu. Quando você pensou em começar a escrever? Um dia eu decidi ser escritor. Eu já escrevia, mas decidi ser escritor. Quando eu era ainda adolescente, pensei: vou escrever contos. Mas o que é um conto? Fui na Companhia Editora Nacional, era a maior do Recife na época, na Rua Imperatriz. E me venderam Antes do Baile Verde, de Lygia Fagundes Telles. Eu comprei, fui para casa, comecei a ler, me entusiasmar e aquilo foi muito bom. Então, eu sempre fui muito ousado, quando comecei a ler mais e escrever. Como foi o seu começo no jornalismo? Um dia pensei: eu preciso trabalhar. Aí eu fiz um concurso na Companhia Brasileira de Vidros, era uma vaga especializada para contador e eu fui reprovado. Na ansiedade de entrar no mercado de trabalho, descobri que o Banorte periodicamente realizava uns concursos para atrair funcionários para o banco. Eu fiz e passei, mas no psicotécnico terminei reprovado. Na prova oral, a moça disse: “o senhor não tem espírito nenhum para bancário. Se o senhor quiser tentar, eu aprovo e o senhor entra. Mas…” Eu respondi que não queria um emprego para o resto da vida, mas para entrar no mercado de trabalho. Ela me disse para procurar outra coisa, deixou em aberto e perguntou: “Vá tentar a sua área de atividade. Qual é a sua área de atividade?”. Eu disse que gostava de escrever. Ela disse para eu procurar Ariano Suassuna, Hermilo Borba Filho… Daí comecei a achar que poderia ser jornalista. Como foram os primeiros passos no jornalismo? Eu me candidatei ao estágio no Jornal do Commercio. Era um estágio até bem-feito. Mas o JC estava entrando na primeira grande crise financeira da empresa e quase quebrou. Ainda assim, fiquei uns três meses. Quando terminou o período, estava aprovado, mas não tinha emprego. Desci a escada e fui ao Diario de Pernambuco. Também disseram que não tinha estágio. Mas mesmo assim, todos os dias eu ia para lá e ficava de meio-dia até umas 3 da tarde, conversando, ouvindo, sabendo como se fazia o jornal. E o Dr. Antônio Camelo chamou o chefe de reportagem, Ivancil Constantino, e mandou me dar uma pauta. Comecei a entrar em crise porque não conseguia trabalho, fazer estágio, nem escrever. Só publicavam umas coisinhas, bobagens. Eu pensei que estava ficando velho e não tinha feito nada, mas só tinha 20 anos. Mas na minha cabeça já era muito. Então apareceu a Santinha, em Alagoa Nova, uma criança que dizia que estava vendo Nossa Senhora. Como de candidato a estagiário você mergulhou nessa história? Na época, o Diário da Noite, que fazia umas matérias espetaculares, disse na manchete: Fanáticos sequestram a Santinha de Alagoa Nova. Aí o jornal começou a entrar em crise: vamos mandar alguém. Começou a ouvir os repórteres e ninguém quis. Daí me convidaram: “Você quer ir acompanhar essa história da santa? Não paga nada, não. Mas você abre o caminho”. Quando cheguei lá disseram que a Santinha não falava com ninguém. Fui na feira, comprei uma boneca bem grande e levei para ela. O jornal achou isso extraordinário. E foi manchete. Passei uma semana lá, uma semana fazendo matérias. A partir daí, eu já estava contratado, comecei a ser jornalista do Diário de Pernambuco. Cheguei no jornal em junho de 1969. E eu aproveitava e escrevia críticas literárias. Eu lia muito, na época, lia excessivamente para um rapaz que não tinha uma formação acadêmica, eu escrevia quatro a cinco artigos por semana. Geralmente as pessoas falam com o Carreiro escritor. Mas antes de falarmos de literatura, quem foi o Carrero jornalista? O Diario de Pernambuco se entusiasmava muito comigo porque apresentei uma massa de trabalho grande. Tinha uma disposição para o trabalho imensa, o que é uma coisa natural na minha vida. Eu sou entusiasmado e trabalhador. Não tinha nenhuma experiência de redação jornalística. Eu comprava na banca o Jornal do Brasil e a Última Hora, que eram os melhores jornais da época, acordava cedo no domingo, colocava os dois jornais na mesa e ia treinar. Ler o jornal, copiar o que eles faziam e criar como seria a minha redação. O jornal me pedia para fazer reportagens do dia a dia, o que se chama hoje Vida Urbana. Até que comecei a cobrir os setores de trânsito e telecomunicação. Isso em 1970. Às

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Acervo RecorDança comemora 18 anos de criação com ações pedagógicas

No dia 3 de fevereiro (quinta-feira), às 19h, o coletivo pernambucano RecorDança realiza em seu perfil do Instagram @acervorecordanca o primeiro de quatro encontros on-line, que abordarão pedagogicamente a memória e a difusão da dança. As ações, que integram o projeto Reconectando a própria história – Acervo RecorDança, contemplado pelo Rumos Itaú Cultural 2019-2020, comemoram os 18 anos do grupo e abrem caminhos para o lançamento de um site com o acervo do coletivo no dia 23. Voltado à produção de conhecimento e à preservação e difusão da memória da dança em Pernambuco, o RecorDança é conduzido por sete pesquisadoras da área: Ailce Moreira, Elis Costa, Ju Brainer, Liana Gesteira, Roberta Ramos, Taína Veríssimo e Valéria Vicente. Neste primeiro contato virtual com o público em comemoração aos 18 anos do coletivo, as idealizadoras apresentam o projeto, as escolhas curatoriais descentradas, as metodologias de trabalho e a concepção de criação da plataforma virtual. Informações atualizadas sobre cada ação podem ser encontradas também nos perfis do Acervo RecorDança no Instagram (@acervorecordanca) e no Facebook (acervo.recordanca). Após a live de estreia do projeto, a próxima ação será realizada via Zoom. Intitulados como Residência artística Danças, memórias e pandemia: caminhos de curar, os encontros acontecem nos dias 9 e 10 (quarta e quinta-feira) convidando artistas e grupos interessados em curadorias que deem visibilidade a produções artísticas realizadas durante a pandemia. Serão disponibilizadas 15 vagas e as inscrições devem ser feitas gratuitamente na plataforma Sympla, a partir do dia 3. No dia 11, às 19h, acontece nova live no perfil do RecorDança no Instagram, agora com o tema Danças, memórias e pandemia: caminhos de curar. O foco é o resultado da residência abordada na etapa anterior. O encontro também conta com o anúncio do Ocupe RecorDança: Danças, memórias e pandemia, ação de ocupação das mídias sociais do Acervo RecorDança por artistas e grupos com curadoria coletiva feita durante a residência artística, programada para acontecer entre os dias 14 e 18 de fevereiro. Site Acervo RecorDança A conclusão do projeto acontece no dia 23 de fevereiro, às 18h, com o lançamento do novo site do Acervo RecorDança www.acervorecordanca.com. Ele conecta a fase inicial do coletivo, de catalogação, organização de documentos e dados históricos, com as etapas posteriores de produção de conteúdos e ações de difusão, como a realização de documentários, podcasts, exposições, publicações, seminários e mostras de videodanças. A plataforma foi desenvolvida a partir de um sistema rizomático, o qual conecta, por links, documentos, fotos, programas, vídeos, áudios, entrevistas, pesquisas, reflexões e informações das diferentes etapas do acervo. Assim, materiais mais antigos, que antes eram acessados de forma isolada, serão conectados aos novos conteúdos através de hipertextos que permitem uma navegação mais fluida e intuitiva, de acordo com o caminho traçado por cada visitante. O site também poderá ser acessado por celular, democratizando os canais de comunicação, além de oferecer ferramentas de acessibilidade para pessoas com baixa visão e daltonismo, através de recursos de alto contraste e dimensão das fontes. Para as pesquisadoras, o trabalho com a memória é, entre outras coisas, uma ação de construção de consciências: de si, do seu entorno, do seu tempo histórico, do seu fazer, de toda uma rede. Ailce Moreira, Elis Costa, Ju Brainer, Liana Gesteira, Roberta Ramos, Taína Veríssimo e Valéria Vicente observam que o trabalho do Acervo RecorDança agrega tanto fazedores de dança em Pernambuco quanto as pessoas envolvidas neste processo. Elas ressaltam, ainda, que a ação marca de forma positiva e contundente a posição das danças pernambucanas no cenário estadual e nacional, com todas as suas diversidades, divergências, complexidades e polifonias. Trajetória O Acervo RecorDança iniciou suas atividades em 2003, a partir de um projeto de pesquisa e documentação. O objetivo era de catalogar, difundir e entrelaçar as mais plurais narrativas de sujeitos diversos da dança pernambucana, coexistentes em um mesmo período de tempo, ao contrário da ideia tradicional de que a história deve ser contada com base em fatos cronológicos e únicos. Na época, o lançamento do acervo mobilizou vários artistas da dança do estado, na doação de materiais e concessão de entrevistas, bem como resultou em uma maior visibilidade para a classe artística. O projeto mais recente do coletivo foi o lançamento, em março de 2021, da terceira temporada do podcast Histórias ao pé do ouvido (HPO). O tema escolhido foi Narrativas Femininas e o produto foi inteiramente construído por mulheres da dança de Pernambuco. Nessa edição, o podcast contou com um grupo de estudos constituído a partir de um chamamento público, com entrevistas e criação de cinco episódios inéditos, além de um ensaio por escrito e a doação do material criado para instituições culturais e educativas de Recife. O projeto teve incentivo do Funcultura - Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura. SERVIÇO: Rumos Itaú Cultural 2019-2020 Reconectando a própria história – Acervo RecorDança   Live Reconectando a própria história Dia 3 de fevereiro (quinta-feira), às 19h Em: @acervorecordanca Encontro Residência artística Danças, memórias e pandemia: caminhos de curar Dias 9 e 10 de fevereiro (quarta e quinta-feira) Das 14h30 às 18h30 Em: Zoom Inscrições gratuitas pelo Sympla 15 vagas Live Danças, memórias e pandemia: caminhos de curar Dia 11 de fevereiro (sexta-feira), às 19h Em: @acervorecordanca OCUPE RecorDança: Danças, memórias e pandemia  De: 14 a 18 de fevereiro Lançamento do novo site do Acervo RecorDança Dia: 23 de fevereiro, às 18h Em www.acervorecordanca.com

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