Arquivos Cultura E História - Página 172 De 367 - Revista Algomais - A Revista De Pernambuco

Cultura e história

Livro sobre imaginário pernambucano tem lançamento virtual

Na reta final da série de lançamentos virtuais de suas publicações, a Editora Massangana da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) lança o “Almanaque Pernambucano dos Causos, Mal-Assombros e Lorotas”, assinado pelo jornalista Roberto Beltrão e pela socióloga Rúbia Lóssio. O evento está marcado para a próxima sexta-feira (24) das 17h às 18h no canal da Fundaj no YouTube, com a participação de ambos os autores. A obra é fruto de pesquisas de campo nas regiões pernambucanas e referências bibliográficas de autores locais, como Gilberto Freyre, Jayme Griz, Pereira da Costa, Fátima Quintas, entre outros. Em formato de almanaque, o livro reúne verbetes e é dividido por meses do ano, possuindo, consequentemente, 12 capítulos, além de ilustrações exclusivas do artista plástico Fábio Rafael. O trabalho começou em 2010, sendo publicado originalmente no ano de 2014. O escritor Roberto Beltrão, que já publicou seis livros desde 2002, destacou que o “Almanaque Pernambucano dos Causos, Mal-assombros e Lorotas” traz narrativas que refletem a dimensão do imaginário. “É um livro que serve para pesquisa, mas que também é lúdico e tem um espírito muito do pernambucano porque ele traz histórias recentes e antigas que estão próximas da gente. Não é uma obra com sentido definitivo, mas ela é introdutória, levando as pessoas ao entretenimento. A partir das referências, é possível se aprofundar e reviver o imaginário”, afirmou. A folclorista Rúbia Lóssio ressaltou que a obra valoriza os símbolos que permeiam esse folclorismo. “Encontramos riquezas nos mitos e nas lendas, que retratam o valor do imaginário popular. A cultural tem uma riqueza imensa, é atemporal e está ligada à questão do afeto e da singularidade. O livro é um produto de várias pesquisas realizadas nas regiões de Pernambuco”, pontuou. Serviço Lançamento virtual do livro “Almanaque Pernambucano dos Causos, Mal-assombro e Lorotas” Data: 24 de julho de 2020 Horário: das 17h às 18h Plataforma: canal da Fundaj no YouTube Participações: jornalista Roberto Beltrão e socióloga Rúbia Lóssio

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Livro sobre agente secreto no Brasil é lançado pela Cepe

A história de um agente duplo, desconhecida pela maioria dos brasileiros, vem à tona numa narrativa repleta de eventos impressionantes, ocorridos no obscuro cenário dos meses que antecederam o golpe militar de 1964. Este episódio inspirou o historiador carioca Raphael Alberti a escrever "Um espião silenciado", a ser lançado pela Cepe Editora no próximo dia 23, às 17h30, num bate-papo entre o autor e o editor Diogo Guedes. O lançamento virtual acontecerá no canal da editora no YouTube (https://bit.ly/canalcepe). A descrição do ambiente da época, marcado pela Guerra Fria, ilustra o clima de tensão no qual o jornalista José Nogueira, o espião, transitava. Com desenvoltura, o controverso personagem exerceu as funções de agente secreto do Centro de Informações da Marinha (Cenimar) e de principal informante do deputado Eloy Dutra na CPI do Ibad-Ipes e dos jornalistas Zuenir Carlos Ventura, do Tribuna da Imprensa, e Pedro Müller, do Jornal do Brasil, entre outras funções à esquerda e à direita. Foi José Nogueira, por exemplo, quem tornou pública a existência da Ordem Suprema dos Mantos Negros, também chamada de Maçonaria da Noite, inspirada na seita estadunidense Ku Klux Klan. Num primeiro momento, Raphael Alberti começa a narrativa com a abordagem dos acontecimentos dos dias 2 de março de 1963 até alguns dias após a morte de José Nogueira, em 13 de março do mesmo ano. Em seguida, analisa os três possíveis motivos para a queda do espião, da sacada de seu apartamento no Rio, evidenciando as falhas policiais. Por último faz um apontamento das principais pessoas denunciadas por Nogueira, que poderiam ter ordenado ou cometido o crime, e suas relações interpessoais. O grande desafio do escritor foi encontrar documentos históricos que comprovassem alguns desses fatos da vida de José Nogueira. “Por mais de 50 anos essa história foi relegada. Nem sequer no relatório de mortos e desaparecidos políticos da Comissão da Verdade ela se encontra. A cada dia me convenço mais que as ideias são mesmo à prova de balas. E a verdade, à prova de queda”, analisa Raphael. Foram dez anos dedicados à pesquisa, que começou por acaso, com a monografia da graduação em história pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O autor examinava os registros da Comissão Parlamentar de Inquérito que investigava o Instituto Brasileiro de Ação Democrática (Ibad) e o Instituto de Pesquisa e Estudos Sociais (Ipes), acusados de crime eleitoral. E se deparou com um parágrafo que indicava o assassinato de um jornalista pelo Ibad. Raphael já tinha lido a bibliografia do instituto e não havia encontrado nada sobre o homicídio. Foi então que começou a sua busca para revelar a história. O jornalista e escritor Eumano Silva, Prêmio Jabuti 2006 de melhor livro-reportagem por Operação Araguaia: Os arquivos secretos da guerrilha, assina o prefácio de Um espião silenciado. Já nessa introdução a abordagem sobre as dificuldades do trabalho de pesquisa ganham destaque pela sua gravidade: “Raphael sofreu com a resistência de órgãos civis e militares em liberar documentos de interesse público, apesar da Lei de Acesso à Informação (LAI), de 2012.” Com tantos problemas na busca documental, Raphael acabou entrando com um mandado de segurança contra a Polícia Civil, em 1º de setembro de 2017, pelo que considerou ter sido abuso de autoridade. Ele alegou violação da lei e em 29 de janeiro de 2018 o Ministério Público deu parecer favorável ao pedido em primeira e segunda instância. Nas perguntas lançadas no início do segundo capítulo, o autor resume bem o sentimento da busca por respostas: “O quão difícil é encontrar documentação de um agente secreto? E de um agente secreto do órgão de inteligência mais reservado em um país onde os torturadores da ditadura civil-militar não foram punidos e todos os presidentes da redemocratização fizeram acordos com militares para ocultação de documentos?”. O livro é resultado desse esforço de pesquisa, que ainda valerá uma versão para o cinema, pois o autor já se debruça na tarefa de adaptá-lo para essa plataforma, juntamente com o roteirista carioca Vitor Garcia. A dupla já tem duas cenas prontas, só falta produtora para investir no projeto. SOBRE O AUTOR Raphael Alberti nasceu no Rio de Janeiro e é mestre em história, política e bens culturais pelo Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil da Fundação Getúlio Vargas. Atualmente é professor de História no município de Caruaru, em Pernambuco. SERVIÇO Lançamento virtual de Um espião silenciado Data: 23 de julho, às 17h30, no Canal da Cepe no Youtube (https://bit.ly/canalcepe) com uma conversa entre o autor e o editor da Cepe, Diogo Guedes Preço: E-book R$ 9,00. No dia 23 o livro estará disponível na loja virtual da Cepe Editora (https://www.cepe.com.br/lojacepe/)

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Cais do Sertão com programação especial online sobre o Cangaço

O legado do cangaço à cultura nordestina ganha programação especial no Centro Cultural Cais do Sertão até o dia 2 de agosto. O movimento será lembrando com extensa e plural programação online. Os internautas terão acesso a debates, lives temáticas, vídeos interdisciplinares e playlists abordando sempre a herança deixada pelos cangaceiros na história. “A história do cangaço é primordial para entendermos a formação social e cultural do Nordeste. Principalmente neste período de isolamento social, compreender a narrativa combatente e de resistência do nosso povo a partir da cultura e interlocução faz-se primordial”, analisa a gerente do Cais do Sertão, Maria Rosa Maia. Na quinta-feira (30), o Conexão Cais contempla interlocução com a jornalista Vera Ferreira, neta de Lampião e Maria Bonita e pesquisadora do Cangaço. Durante a live, ela vai comentar o legado cultural e social deixado por Lampião e Maria Bonita. O debate será mediado pela educadora Viviane Sampaio. Na semana seguinte, o fundador da ABLAC – Academia Brasileira de Letras e Artes do Cangaço e sócio da SBEC – Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço, Aderbal Baptista, discorre sobre o “Movimento do Cangaço no Nordeste. A mediação é de outro educador do Cais, Sandro Santos. Além das lives e bate-papos, o museu lança vídeo interdisciplinar sobre a estética do cangaço, exemplificado nas roupas de couro curtido e armamentos. A playlist também contempla artistas que se debruçaram sobre o movimento, a exemplo de Marinês, a Rainha do xaxado. “Os xaxados de Marinês” é assinada pelo músico-educador do Cais, Diogo do Monte. Todo o conteúdo pode ser acessado gratuitamente no instagram do @caisdosertao. Serviço Conexão Cais: 30/07 - O legado cultural e social de Lampião e Maria Bonita, com Vera Ferreira. As lives acontecem às 15h, no perfil @caisdosertao; Playlist “Os Xaxados de Marinês” pode ouvida no Spotify do Cais.    

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O Recife no escritos de Laís (por Paulo Caldas)

*Paulo Caldas A palavra de ordem dita pela recifense Laís Araruna de Aquino, neste “Juventude” (Editora Reformatório, 2018, projeto gráfico Negrito Produção Editorial, vencedor do prêmio Maraã de poesia 2017, chega na voz de um arauto chamado emoção. Já nos primeiros proclamas é possível perceber que Laís tomou fôlego na reflexão ao conceber o poema “A um bruxo com amor”, recado revelador de sentimentos entre chuvas, sol e vento. Em mensagens outras, se veste de elogiável singeleza quando no texto em prosa poética “Meu Ofício”, como quem beija o sopro da brisa, escreve tal Pena Filho aos rios e matizes: “As águas e os céus se dividem em duas metades de esplêndido azul”. Ainda neste universo tão seu, se atém às raízes quando cita dois meros vendedores de doce japonês mercadejando numa tarde maurícia. Ao lado do filão temático, ungido pela reflexão, não obstante idas e vindas por outros mundos, Laís se esquiva desse contexto, fecha as cortinas e põe os pés travessos nas ruas e casarios, becos e praças, pontes e rios que impõe um lugar único, só seu: o Recife. Há instantes em que autora resgata a voz narrativa na segunda pessoa, prática de um certo antes, esquecida nos poetas do agora. “Não sabes o exato momento em que a tarde cede à escuridão”, no poema “Veloz”, ou “Tudo está bem, mesmo as coisas fora de lugar, és jovem, podes o recurso extremo...”, em “Juventude”, poema título do livro. Os sentimentos propalados no texto de Laís, mesmo quando reflexivos e tangenciam vestígios do hermetismo, seguem numa perene simbiose, envolvidos pelo intimismo do cotidiano e o apego aos elementos da natureza. Assim emerge rumo a Manoel de Barros com quem, de mãos dadas, divide a pantaneira voz: “Poesia não é feita para entender mas para incorporar”.

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Literatura infantil e juvenil é tema de debate virtual da Fundaj

A Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) em parceria com a Feira Literária do Vale do Ipojuca (Flipojuca) realizará mais uma live no seu Instagram (@fundajoficial) sobre o mundo literário. No encontro virtual, a escritora Flávia Côrtes e o professor Antonio Nunes discutirão os “Rumos atuais da literatura infantil e juvenil”, nesta sexta-feira (17), às 18h. “Foi com grande alegria que recebi o convite para participar da live. Neste momento de confinamento que estamos vivendo, a literatura se torna ainda mais imprescindível para nos mantermos sãos. A Flipojuca e a Fundaj estão de parabéns por ampliar o acesso à cultura dessa forma digital”, declarou a vice-presidente da Associação de Escritores e Ilustradores Infantil e Juvenil, Flávia Côrtes. Já o professor Antônio Nunes, escritor premiado em literatura infanto-juvenil, ressaltou que é importante mostrar a função primordial da leitura literária, buscando assim resgatar a sua essência. "A literatura infantil e juvenil precisa retornar às origens, da qual tem se afastado continuadamente. Temos que discutir essa problemática do distanciamento, analisando o que tem sido ofertado editorialmente", destacou. Como escritor e pai de crianças, Nunes disse estar preocupado com o hábito de ler das crianças e dos jovens. "É com a leitura que as pessoas constroem ideias, fantasias, encantamentos e também descobrem o mundo. O tempo dedicado à literatura não é apenas um passatempo, mas sobretudo contribui para a formação. A ficção, inclusive, leva você a construir respostas”, afirmou. Serviço Live: “Rumos atuais da literatura infantil e juvenil” Data: 17 de julho de 2020 Horário: 18h Plataforma: Instagram da Fundaj (@fundajoficial) Participantes: escritora Flávia Côrtes e professor Antonio Nunes

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8 fotos de lojas do Recife Antigamente

No dia do comerciante (16 de julho), a coluna Pernambuco Antigamente preparou uma seleção imagens de lojas, feiras e comerciantes de rua do Estado antigamente. Os mais saudosistas irão lembras de grandes marcas que fizeram história na capital pernambucana, como a Mesbla, e de várias ruas conhecidas pelo seu comércio fervilhante, em tempos que não havia ainda shoppings ou que eles não eram tão predominantes na rotina de compras das capitais. As imagens são de diversas fontes. Clique nas fotos para ampliar. Mesbla, no Recife. (Foto: Poraqui)   Comércio na Praça da Independência. (Foto: Fundaj/Acervo Josebias Bandeira) Recorte da Rua da Imperatriz, com destaque para a Livraria Imperatriz e para as Lojas Brasileiras Casa Sloper, na Rua Nova (Foto: Fernando Machado) Livro 7, uma das referências entre as livrarias brasileiras (Foto: Blog Angústia Criadora) Mais uma vez a Rua Imperatriz, com seu forte comércio de rua, em 1983 (Foto: Página do Fcebook Recife Antigamente, cedida pelo seguidor Fernando Alves Ferraz) Bompreço de Casa Amarela (Imagem: Frame de uma publicidade antiga do supermercado)   Para finalizar, não podemos falar de comércio sem apresentar a Feira de Caruaru (Foto: Fundaj) . Por Rafael Dantas, repórter da Algomais (rafaeldantas.pe@gmail.com | rafael@algomais.com)

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Circuito DuraMais terá série de lives musicais neste sábado (18)

Para comemorar um ano do lançamento do combustível Duramais, o Grupo Dislub Equador vai promover uma série de lives musicais neste sábado (18/07). Prometendo muita música e energia positiva, o Circuito Duramais contará com shows online da dupla Amigos Sertanejos, Toni Garrido e Gabriel, o Pensador. A programação musical será transmitida a partir das 18h, pelo canal oficial do youtube da dupla Amigos Sertanejos (youtube.com/c/AmigosSertanejosoficial). Depois, a transmissão segue, às 20h, no canal oficial do cantor Toni Garrido (youtube.com/c/ToniGarridoOficial). Para fechar a noite, às 22h, sobe ao palco Gabriel, o Pensador, pelo canal oficial do cantor no youtube (youtube.com/c/GabrielOpensador), que promete também lançamento de novo videoclipe. Saiba mais sobre as lives no site: combustivelduramais.com.br

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Live da Fundaj reúne Gilmar de Carvalho e Xico Sá para falar sobre Padre Cícero

Em sua 5ª edição, a série Grandes Personalidades da História do Nordeste reflete nuances do santo popular. Transmissão será nesta quinta (16), em canal da instituição no YouTube 20 de julho de 1934. O sacerdote Cícero Batista Romão encerrava sua missão em Juazeiro do Norte, no Ceará, onde não apenas se dedicou à vida religiosa como, em 1911, foi o primeiro prefeito da recente cidade. Anos antes, tornou-se ‘santo popular’ no Nordeste do Brasil quando uma hóstia se transformou em sangue na comunhão ministrada à beata Maria de Araújo, em 1889. Assim contam e, desde então, o território do milagre acolhe romeiros vindos de todos os cantos. É sobre o Padre Cícero (1844—1934), o Padim Ciço, que a série Grandes Personalidades da História do Nordeste reflete, nesta quinta-feira (16). Para o debate, a Fundação Joaquim Nabuco recebe o escritor Gilmar de Carvalho e o jornalista Xico Sá, cearenses. O evento é transmitido no canal oficial da instituição no YouTube. “Se Plutarco vivesse no Brasil do fim do século 19 às primeiras décadas do século 20, certamente incluiria o Padre Cícero numa versão brasileira das Vidas, que trazem indivíduos quase com status de ‘mito’, palavra muito usada e quase nunca bem compreendida”, diz Mario Helio, gestor da Diretoria de Memória, Educação, Cultura e Arte da Fundação Joaquim Nabuco. “O Padre Cícero tem o carisma do herói, tão importante para os antigos, e não menos para os modernos. Foi o herói epônimo de Juazeiro do Norte. E poderia batizar a cidade, tal a importância que tem. Ele forma com Ibiapina e Conselheiro uma trinca de personagens transcendentes do Ceará, cuja ação exemplar repercutiu e reverberou no Brasil e no exterior”, acrescenta o diretor. Natural do município do Crato, ainda no Sertão do Cariri, a 12 km da cidade que o tornou imortal, o Padim converteu um número incontável de pessoas em peregrinos, fosse pela popularização da máxima beneditina ou pelos tantos relatos de milagres. Foi assim com outro cearense do Crato, o jornalista, colunista do periódico El País e escritor Xico Sá, que conduz a palestra ‘A política da fé e a fé na política, ontem e hoje’. “Fui também um devoto radical, quase um fundamentalista, a ponto de envolver toda a minha família no pagamento de promessas. Como a mais perversa de todos: subir de joelhos os degraus do horto (local da estátua de 27 metros de altura do Padre Cícero, em Juazeiro) com meus cinco irmãos. O mais novo tinha apenas 6 anos. Eu tinha 12”, conta o jornalista. “Todos os caminhos do Nordeste levam ao santo popular de Juazeiro. Do tempo de Lampião — quando o rei do cangaço foi pedir a bênção — até hoje, quando a cidade passou a ser rota obrigatória de qualquer candidato à Presidência que deseja dialogar com os nordestinos de uma maneira mais abrangente. Talvez esteja aí o grande legado”, observa Xico, para quem o sacerdote é figura principal no Nordeste ao se tratar de política e fé. Além de primeiro prefeito do lugar tido como ‘terra do Padim Ciço’, o líder foi também vice-governador do Ceará. “Padre Cícero é personagem influente tanto entre os ‘coronéis’, com quem costurou pactos políticos, como entre lideranças populares, caso do Beato José Lourenço, que funda a comunidade do Caldeirão de Santa Cruz do Deserto, no Crato, destino salvação de flagelados das secas de todos os estados da região.” Impacto cultural do Padim O professor e pesquisador Gilmar de Carvalho reflete sobre o homem ‘fragilizado’. Em uma investigação repleta de controvérsias das ações promovidas pelo padre, o religioso foi afastado e os milagres declarados falsos. “Quero centrar minha fala no vigário que foi afastado das ordens eclesiásticas, que se manteve fiel à Igreja e continuou tranquilamente na sua casa, onde todas as tardes ia para sua janela receber os romeiros. Esse menos mito e mais homem que me interessa. Um Padre Cícero fragilizado, mas forte na sua disposição de não provocar uma cisma, de não brigar com a Igreja e que, ao abençoar os romeiros, conversava com eles”, adianta Gilmar, que apresentará um panorama do legado sociocultural de Cícero Romão. Biógrafo de Patativa do Assaré e autor de mais de 50 livros, como Madeira Matriz (Prêmio Sílvio Romero de 1998) e Mestres santeiros: retábulos do Ceará (2004), o pesquisador assume a palestra ‘Padre Cícero e a cultura de Juazeiro do Norte’. “As pessoas pediam autorização ao padre para morar na cidade. Assim vieram para cá o escultor pernambucano Mestre Noza e o poeta paraibano João Quinto Sobrinho. Em ambos os casos foi Padre Cícero quem definiu suas profissões. Era comum essa interferência na vida, de pedir autorização pra casar, comprar uma casa, viajar. O Padre Cícero é uma espécie de tutor destes romeiros”, revela o estudioso. Vindos de tantos estados, os romeiros trouxeram não apenas um aumento populacional e de renda, como diversidade cultural para o Sertão do Cariri. Gilmar de Carvalho aponta, também, a influência de Cícero nos empreendimentos tão comuns à cidade, do artesanato, às hospedagens nos ‘ranchos’ e as costumeiras barracas de comidas e bebidas nas calçadas das casas. “Ele adaptou para linguagem popular a máxima beneditina de trabalho e oração e dizia que cada casa tinha de ter um altar e ser oficina. Juazeiro passou a ser a cidade dos pequenos empreendimentos. As romarias continuam acontecendo, as pessoas continuam vindo. Teremos Juazeiro numa importância tão grande quanto Caruaru, Campina Grande, Mossoró, Imperatriz, Picos, Petrolina, Juazeiro da Bahia. Juazeiro do Norte é uma cidade importante, pulsante e muito viva. Ela deve isso e é grata ao Padre Cícero, que está presente no cotidiano das pessoas de todas as maneiras”, conclui.

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The Raulis lança novo single

A música tem salvado muita gente nessa quarentena ou, pelo menos, atenuado os efeitos de ficar tanto tempo dentro de casa. É justamente criar uma atmosfera divertida, dançante e que leve alegria para as pessoas durante esse momento de quarentena, a proposta do trio pernambucano The Raulis, que lançam o terceiro trabalho de estúdio do ano. Dessa vez, quem vem ao mundo é o single instrumental "Braba Rauli", que foi produzido todo à distância durante o isolamento social. A faixa já está disponível em todas as plataformas digitais. Desde o início de 2020, a banda vem promovendo uma sequência de lançamentos. O primeiro veio em fevereiro com a Mixtape "Raulis Apresenta o Surfcumbia" contendo três faixas instrumentais, que rendeu uma boa aceitação e uma boa agenda de shows no Nordeste e em São Paulo. Junho trouxe a maravilhosa "Distante Desejo", um feat com Felipe S. (Mombojó), já criada e produzida durante a quarentena utilizando, inclusive e oportunamente, a temática do isolamento de forma consciente e ao mesmo tempo divertida. Agora, chegou a vez da Braba Rauli, vir balançar os corpos dos ouvintes que se deixam levar pelo balanço do surfcumbia. A faixa é uma versão instrumental de Distante Desejo, mas as duas versões tem diferenças próprias e ritmos variados, contandi com elementos sonoros envolventes ao misturar os beats graves com a malemolência da música latina, impressa na guitarra e nos timbres dos sintetizadores. The Raulis está na estrada há 08 anos e ao longo desse tempo vem desenvolvendo uma estética sonora própria, através das múltiplas experiências e influências de todos os integrantes. Inclusive, esse é o conceito do Surfcumbia, somado a uma fusão de gêneros que flertam com a diversidade cultural latina, passando pelo brega, brega funk, chicha, reggaeton e muitos outros, com o surfmusic sempre emprestando elementos do seu acervo. Braba Rauli vem como a mais nova versão desse conceito, que tem na essência estimular o movimento livre dos corpos. A dança é responsável pelo desenvolvimento da saúde tanto física como mental, através dos hormônios que proporcionam o prazer e o bom humor. Pensando nisso, a dupla de dançarinos da banda, Camila Fernanda e Ale Mesquita, criaram uma espécie de coreografia freestyle para essa faixa. A ideia é se mover e ser feliz. A música salva. É hora de bailar! Os Raulis são Arthur Dossa na guitarra, Gabriel Izidoro comandando os synths e samples e Rafael Carneiro nos synths e bateria eletrônica. O trio é responsável pela produção musical e finalização da faixa. Ficha Técnica: Produzido e Gravado por The Raulis Vozes de Apoio por Felipe S, Masterização e Finalização por Arthur Dossa Coreografia por Camila Fernandes e Ale Mesquita Assessoria de Comunicação por Rebeca Gouveia Produção Executiva por Amplifica Music Fotografia por Luan Santana

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FestCurtas anuncia os vencedores

Os filmes concorreram aos prêmios de Melhor Ficção, Documentário e Animação, além do Prêmio Cinemateca Pernambucana e Prêmio do Público. Pela qualidade dos curtas, o júri concedeu ainda cinco menções honrosas. Os curtas premiados são dos estado de Minas Gerais, Sergipe Alagoas, Pernambuco e Rio de Janeiro. As menções foram para São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio de Janeiro. “A produção cinematográfica brasileira é um forte indicador da expressão cultural, social e antropológica do País. O FestCurtas selecionou e exibiu filmes de diversos estados do Brasil, facilitando a difusão de obras nacionais por meio de importantes plataformas pernambucanas de valorização do cinema local, que são o Cinema da Fundação e a Cinemateca Pernambucana. Traçando um paralelo entre cinema e Educação, o FestCurtas é um importante aliado na difusão de uma didática para além do ensino formal que dialoga com as mais diversas questões nacionais. É com orgulho que divulgamos os números do primeiro festival online de curta-metragens da Fundação Joaquim Nabuco,” afirma o presidente da Fundaj, Antônio Campos. “O sucesso e envolvimento do público foram além das nossas melhores expectativas. Conseguimos realizar um festival totalmente online, sem registros de falhas técnicas e com alta performance na exibição dos filmes, apesar de tráfego intenso de mais de 105 mil acessos, numa média de 17 mil visualizações diárias”, comemora a diretora do FestCurtas, Ana Farache, Coordenadora do Cinema e da Cinemateca da Fundação Joaquim Nabuco. O júri de premiação foi composto pelo diretor Camilo Cavalcante, o distribuidor Bernardo Lessa e a pesquisadora Amanda Mansur. Todos foram unânimes em ressaltar a importância da criação do FestCurtas Fundaj e a qualidade dos curtas exibidos. “A escolha foi uma tarefa difícil porque os curtas apresentam muita qualidade e pluralidade, tanto na abordagem temática quanto estética. Essa excelente qualidade reflete o nível dos realizadoras e realizadores brasileiros”. Para a pesquisadora e professora da UFPE, Amanda Mansur, a criação do FestCurtas Fundaj foi uma iniciativa bastante oportuna. "E importante que o Cinema da Fundação, fundamental para o audiovisual pernambucano, tanto na formação de novos cineastas como pelos seus projetos recentes como o Alumiar de Acessibilidade, e a Cinemateca Pernambucana, tenha agora, finalmente, seu próprio festival de curtas-metragens”. O programador e distribuidor Bernardo Lessa, complementa falando da importância do segmento do curta no audiovisual brasileiro. “Não só pela sua própria expressão artística mas também por ser a base de formação dos futuros profissionais que irão realizar, longas, distribuídos em salas de cinema e que fazem girar a roda do cinema nacional”, finaliza Lessa. Filmes premiados Melhor Ficção - A Barca (AL), de Nilton Resende, foi o grande vencedor do prêmio de Melhor Ficção. No filme, duas mulheres dialogam dentro de uma barca, até que um acontecimento impactará a travessia e a vida de ambas. O curta é baseado no conto de Lygia Fagundes Telles. Melhor Animação Já para Melhor Animação, o troféu vai para Mãtãnãg, A Encantada (MG), de Shawara Maxakali e Charles Bicalho. Por meio de belíssimas imagens, a animação acompanha a jornada da índia Mãtãnãg junto ao espírito do seu marido, morto picado por uma cobra. Juntos, eles desafiam as barreiras entre o mundo terreno e o espiritual. Melhor Documentário - Nadir (SE), de Fábio Rogério, levou o prêmio de Melhor Documentário. O curta retrata de forma sensível o cotidiano de Nadir, mestra de cultura popular de uma comunidade quilombola no interior de Sergipe. Prêmio Cinemateca Pernambucana - Destinado para a melhor produção local, o Prêmio Cinemateca Pernambucana foi para Marie, de Leo Tabosa. A trama gira em torno da personagem-título, que revisita seu passado de tensões e preconceitos para enterrar o pai na cidade do Crato, sertão do Ceará. Prêmio do Público - Com mais de 700 votos, Joãosinho da Goméa – O Rei do Candomblé (RJ), de Janaina Oliveira ReFem e Rodrigo Dutra, foi escolhido pelos internautas como o vencedor do Prêmio do Público. filme apresenta Joãosinho da Goméa como narrador principal de sua história. Com músicas cantadas por ele, performances provocadoras e arquivos diversos que ressaltam o quanto ele é importante para as religiões de matriz africana. No total, o FestCurtas registrou 4.600 votos durante seus seis dias de realização. Premiação - Os diretores premiados de outros estados receberão passagens áreas e diárias para participarem da Mostra presencial do FestCurtas Fundaj, no Cinema da Fundação, no Recife. Os filmes serão exibidos na programação do cinema, durante uma semana cada, assim que o equipamento for reaberto. Os diretores premiados do Estado e o diretor do FestCurtas Prêmio Cinemateca Pernambucana da Fundação Joaquim Nabuco, além de participarem da Mostra FestCurtas Fundaj 2020 presencial, receberão passe livre para frequentarem as salas do Cinema da Fundação (com um acompanhante), durante dois meses, tão logo o cinema volte a funcionar normalmente. Menções honrosas Direção de Arte: Parabéns a Você (PR), de Andréia, com direção de arte assinada por Isabelle Bittencourt. Direção: A Era de Lareokotô (SP), de Rita Carelli Roteiro: Num Piscar de Olhos (RJ), de Elder Gomes Barbosa Montagem: Ser Feliz no Vão (RJ), de Lucas H. Rossi dos Santos Pesquisa: A Morte Branca do Feiticeiro Negro (SC), de Rodrigo Ribeiro. Todos os cinco vencedores irão receber o Troféu FestCurtas Fundaj, em madeira, assinado pelo mestre J. Borges (Bezerros,PE), Selos de Premiação e Certificados, além de terem seus filmes exibidos dentro da programação semanal do Cinema da Fundação (salas no Derby e no Museu), durante uma semana, cada. Os selecionados irão receber Certificados de participação no FestCurtas Fundaj 2020. Já nesta sua primeira edição, o FestCurtas Fundaj 2020 teve 520 inscrições de filmes de 21 estados, além de oito inscrições de brasileiros que moram no exterior. Foram recebidos trabalhos em diversos gêneros, técnicas e abordagens sociais e culturais. São Paulo e Pernambuco foram os estados que mais fizeram inscrições, com o envio de 145 e 135 curtas, respectivamente.

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