Arquivos Cultura E História - Página 259 De 375 - Revista Algomais - A Revista De Pernambuco

Cultura e história

Homens e outros animais fabulosos

* Paulo Caldas Produzido pela Editora Patuá, com projeto gráfico de Leonardo Mathias. São Paulo – 2018, “Homens e outros animais fabulosos” apresenta ao público mais uma obra singular saída da verve de João Paulo Parísio. Este livro impõe a perfeita simbiose de notáveis elementos; a criatividade sublimada na narrativa reveladora de surpresa e impacto, passaporte que habilita o leitor a transitar no universo fabuloso imaginado pelo autor. João Paulo Parísio através do narrador oculto, embora caminhe alguns momentos de braços com o narrador onisciente, conduz pela mão o leitor à ternura impressa em “Nêfelis”, fantástica personagem que possui melodia requintada em tom crescente. O texto de “Homens e outros animais fabulosos”, em dosagens gradativas, conquista o leitor também com arsenal vocabular de amplo espectro, regido por mãos bordadeiras, quando em “Nêfelis”, por exemplo, dialoga em dialeto íntimo por trilhas onde habitam o mágico, o fantástico, maravilhoso, cumprimenta Luiz Berto, Ariano Suassuna, Gabriel Garcia Marques, além de Poe e Kafka, estes últimos alertados pelos olhos de escritor de Ronaldo Correia de Brito. O mesmo clima está presente no alegórico “Boneca de pano”, conto fascinante visto pela nitidez dos detalhes certificadores, na exata textura entre tempo espaço, símiles estendidas, gestual e movimentação dos personagens em cena. Em “O último ato do peixe” - cujo protagonista; um coxo sagaz, é o mentor no reino do caos - o autor costura a narrativa com linhas imaginárias, tricotando o vai e vem dos tempos verbais e os encantos da técnica do anticlímax. Com sutileza os escritos despertam coisas de antanho, palavras póstumas adormecidas no baú do esquecimento (velocípede, invólucro, galhardia, empedernido) e usando da mesma sapiência, concebe neologismos (viuvórfãs), nuances reveladoras do bem escrever. *Paulo Caldas é escritor  

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Você já fez uma viagem sensorial pela história do Teatro de Santa Isabel?

O teatro tem o poder de transportar pessoas para outros tempos, fazê-las experimentar sentimentos diversos e convidá-las a refletir sobre realidades externas e internas. Todo esse conjunto de sensações pode ser experimentado na Visita Proscenium!, que ocorre todas as terças, às 15h, no Teatro de Santa Isabel. O espetáculo integra o projeto Teatrando!, criado pela Prefeitura do Recife e realizado pelo IDG, com verba do Santander, via Lei Rouanet. Com enredo de Analice Croccia, Célio Pontes e Quiercles Santana e direção geral dos dois últimos, o jogo Proscenium! tem cerca de duas horas de duração, apresenta histórias e instalações do equipamento por meio de cenas, personagens e desafios que o público é convidado a resolver, entre risadas e lágrimas. "Acabei de chegar de um curso que fiz em Lisboa. Lá, assisti a algumas visitas encenadas parecidas, mas nenhuma tão emocionante, tão perfeita. O projeto é bonito de se ver, faz com que você participe de jogo e atue dentro da peça. Você não é apenas um espectador. Me emocionei bastante", exalta a atriz e produtora cultural Tatiana Azevedo. A também atriz Aurora Jamelo também se mostrou empolgada com a encenação. "Super indico. É uma experiência bastante completa. Vir para o Teatro Santa Isabel e conhecer mais sobre ele, me dá mais propriedade para falar a respeito da sua importância artística e histórica", destaca. O elenco é formado por Alexandre Sampaio, Bruna Luiza Barros, Douglas Duan, Ellis Regina, Kadydja Erlen, Luciana Lemos, Paulo de Pontes e Rafael Dyon. A direção musical é de André Freitas. A visita é indicada para maiores de 10 anos. Para participar da visita Proscenium! é preciso realizar inscrição com antecedência pelo telefone (81) 3355.3323.

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7 presídios de Pernambuco Antigamente

Os presídios, cadeias públicas, colônias penais ou penitenciárias são espaços que dificilmente guardam boas memórias das cidades, mas integram a história dos municípios e do País. Selecionamos 7 imagens dessas instituições em Pernambuco nos bancos de imagem da Fundação Joaquim Nabuco e da biblioteca do IBGE. Encontramos imagens do Presídio de Fernando de Noronha, que guardou presos políticos como Miguel Arraes, e da antiga Casa de Detenção, onde ficou Gregório Bezerra. No Forte das Cinco Pontas, que funcionou como um presídio durante alguns anos, foi o local onde ficou preso Graciliano Ramos. Confira abaixo as imagens (clique nelas para ampliar). . Vista panorâmica do Presídio de Fernando de Noronha (Acervo Josebias Bandeira/Fundaj) . Casa de Detenção do Recife . Cadeia Pública de Olinda (da Biblioteca do IBGE) O antigo prédio da Cadeia Pública abriga hoje o Museu de Arte Contemporânea de Pernambuco. O prédio, datado de 1765, foi projetado para ser o Aljube da Diocese, sendo durante todo o período da Inquisição a única prisão eclesiástica que se tem notícia na história do Brasil. . Cadeia Pública de Igarassu (da Biblioteca do IBGE) Descrição da foto no acervo: "A antiga Cadeia de Igarassu, prédio onde funciona também a Câmara Municipal, foi construída a meados do século XVIII e foi a de maiores dimensões até a construção no século XIX da Casa de Detenção do Recife. Está localizada no Sítio Histórico, no Outeiro do Largo dos Santos Cosme e Damião". . Forte das Cinco Pontas (da Biblioteca do IBGE) Trecho da descrição da foto: Por volta do ano 1817, o Local abriga a sede do Quartel General Militar. Antigamente, o Forte possuía um subterrâneo que servia de prisão, mas eles foram demolidos por ordem de Gervásio Pires Ferreira, que dirigia a Junta do Governo Provisório de Pernambuco. Um dos presos mais ilustres do Forte foi o romancista Graciliano Ramos, que, em Memórias do cárcere, se refere à Estação de Cinco Pontas como sendo um quartel. . Penitenciária Agrícola de Itamaracá - Casas dos detentos (Acervo Benício Dias/Fundaj)   *Por Rafael Dantas, repórter da Revista Algomais (rafael@algomais.com)

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Recife recebe show gratuito do jazzman francês Samy Thiébault

Para marcar o Dia Internacional da Francofonia, as Alianças Francesas do Nordeste, em parceria com o Instituto Francês do Brasil, representado pelo Consulado Geral da França para o NE, trazem para o solo pernambucano, pela primeira vez, o saxofonista e compositor francês Samy Thiébault. Destaque no ranking europeu dos músicos mais importantes e emblemáticos de sua geração, o artista se apresenta no Recife no dia 30 deste mês. A capital pernambucana, que é destino final de uma turnê em cinco estados, o músico faz show no sábado, no Teatro Valdemar de Oliveira, com entrada gratuita. Considerado como um dos melhores jazzman da atualidade e figura constante nos principais palcos de Jazz da Europa, Samy Thiébault traz para o Recife a apresentação do seu mais novo álbum, “Caribbean Stories”, lançado em setembro de 2018, fruto de uma viagem de imersão ao Caribe, passando por Cuba, Porto Rico e Venezuela, resultando em um trabalho autoral que celebra a música crioula e suas influências. No concerto em solo recifense, Samy contará com o apoio, no palco, de integrantes do Conservatório Pernambucano de Música. Na discografia do artista, outros seis álbuns lhe renderam enorme reconhecimento da crítica especializada: “Blues For Nel” (2004), “Gaya Scienza” (2007), “Upanishad Expériences” (2010), “Clear Fire” (2013), “A feast of friends” (2015), com um tributo à banda norte-americana The Doors, e “Rebirth” (2016). Além de músico, com formação pelo tradicional Conservatório de Bordeaux e pelo Conservatoire National Supérieur de Musique, em Paris, Samy Thiébault também é mestre em Filosofia pela Universidade de Sorbonne. O show do saxofonista francês no Recife, marcado para o dia 30 de março, acontece às 20h, no Teatro Valdemar de Oliveira, no bairro da Boa Vista, com entrada gratuita (mediante lotação - 300 lugares). Os portões serão aberto às 19h30. Mais informação com a Aliança Francesa Recife, pelo telefone (81) 3202.6262. Masterclass – A vinda de Samy Thiébault ao Recife vai além da apresentação. Em parceria com o Conservatório Pernambucano de Música, o artista ministra, nos dias 28 e 29 de março, duas masterclasses abertas ao público e gratuitas, voltadas para estudantes, professores e amantes da música instrumental. Na quinta-feira (28), das 14h30 às 16h, o workshop com o músico francês será exclusivo para professores de saxofone. Já na sexta-feira (29), das 14h às 17h, a aula aberta será voltada também para estudantes do instrumento de sopro, além de professores, e contará com a presença especial do Maestro Spok, mesclando a sonoridade na música pernambucana com o jazz francês. As duas masterclasses acontecem no Auditório Cussy de Almeida do Conservatório Pernambucano de Música e não requerem inscrição prévia. SERVIÇO: Show de Jazz com Samy Thiébault (FR), promovido pela Aliança Francesa Recife e Instituto Francês do Brasil Data: 30 de março de 2019 (sábado) Horário: 20h Local: Teatro Valdemar de Oliveira (Praça Osvaldo Cruz, 412A, Boa Vista) Lotação: 300 pessoas Gratuito

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Raul Córdula em nova exposição na Arte Plural Galeria

O artista plástico Raul Córdula apresenta, de hoje (20 de março) a 18 de maio, sua nova exposição, na Arte Plural Galeria (APG), no Recife. A mostra irá reunir 18 obras entre pinturas em telas, desenhos e escultura, algumas inéditas e outras emblemáticas do seu acervo pessoal. A curadoria é da paulista Joana D’Arc Lima. Essa é a primeira exposição individual da APG em 2019. A mostra, que sucede a exposição coletiva ‘Mistério do Planeta’, fica aberta ao público sempre de terça a sexta, das 13h às 19h. Aos sábados, o funcionamento da galeria é das 14h às 18h. A entrada é gratuita. A nova mostra, definida por Córdula como um poema gráfico, reflete sobre a ligação entre o tempo e o espaço, resgatando momentos e locais representativos para ele. O retorno às raízes paraibanas é notório em várias obras, como as que reproduzem elementos da Pedra do Ingá e da Serra da Borborema. Conhecido pelo uso de cores fortes, a exposição marca, também, um momento mais calmo do artista, sinalizado pelo uso de uma paleta de cor mais neutra. “O artista tem a ver com a arte e nada mais. Não tenho interesse de ser um artista que comece e termine a carreira da mesma forma”, pontua Raul Córdula, que faz uso de diferentes técnicas nas obras apresentadas na exposição. A pourchoir, executada com uso de estêncil, é uma das mais recorrentes na mostra. Mas, ele também lança mão de Pentimento, pintura realizada por cima de outra já feita, e Drip Painting, pintura por gotejamento. O uso de figuras geométricas, outra característica marcante nas peças de Córdula, mantêm-se presentes nas obras da nova exposição. Os triângulos, elemento mais comum ao artista, são elementos usados nas telas, desenhos e na escultura. A relação do artista plástico com a curadora não é recente. Doutora em história da arte, Joana D’Arc Lima foi responsável pelo livro Poéticas, compilação de memórias e de obras de Córdula, que encara a arte como uma devoção e não como profissão. “O artista faz arte porque ele não pode deixar de se expressar. Isso o deixa infeliz”, afirma o artista plástico, natural de Campina Grande, na Paraíba, mas radicado em Olinda, Pernambuco. "É sobre a experiência humana que trata o conjunto de obras de Raul Córdula, não exatamente como um historiador faz, mas como um artista, comprometido com seu tempo e com as ruínas e fraturas que o projeto moderno anunciava como progresso. O tempo se faz presente na vasta obra do artista como tema, como signo mítico, como matéria, materialidade e como acontecimento vital", coloca Joana D´Arc Lima. RAUL CÓRDULA - O artista plástico Raul Córdula se dedica às artes visuais a mais de 50 anos. As suas obras reúnem elementos do abstracionismo geométrico, do grafismo e da nova figuração brasileira, marcadas por usos de técnicas como pentimento e pourchoir. Sempre engajado nos movimentos ativistas culturais, Córdula também atua como artista gráfico, cenógrafo, professor e crítico de arte. A ARTE PLURAL – Comprometida em levar cultura ao público, a Arte Plural Galeria é um espaço múltiplo. Instalada na rua da Moeda, via situada no histórico bairro do Recife Antigo, desde 2005, já realizou mais de 100 exposições e é reconhecida por incentivar o cenário cultural de Pernambuco, e a arte em todas as suas formas, contribuindo para a formação de um polo de produção, discussão, debates e encontros em torno do amplo mundo das artes. SERVIÇO: Exposição Raul Córdula Vernissage dia 19 de março de 2019, às 19h Aberto ao público de 20 de março a 18 de maio | Entrada franca Local: Arte Plural Galeria - Rua da Moeda, 140, Bairro do Recife - Recife/ PE Horário: de terça a sexta-feira, de 13h às 19h; aos sábados, de 14h às 18h. Informações: (81) 3424.4431

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5 imagens da Praça do Arsenal Antigamente

Localizada no Bairro do Recife e mais conhecida como Praça do Arsenal, seu verdadeiro nome é Praça Arthur Oscar. Ela já foi chamada anteriormente por praça Voluntários da Pátria e posteriormente por Arsenal da Marinha. O nome Artur Oscar é uma homenagem ao general que esteve entre os comandantes da campanha de Canudos. As quatro primeiras imagens são da Fundação Joaquim Nabuco e a última do site TokHistória. Clique nas imagens para ampliar.     VEJA TAMBÉM http://revista.algomais.com/exclusivas/9-pracas-do-recife-no-seculo-passado

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Feminismo revigorado com nova geração

*Por Beatriz Braga “Nós somos as netas das bruxas que vocês não conseguiram queimar”, dizem alguns dos diversos de cartazes nos protestos feministas ao redor do planeta. O mote é uma lembrança: o movimento não é invenção da atual geração. Eleita a palavra do ano pelo dicionário Merriam-Webster's em 2017, o feminismo vem ganhando cada vez mais holofotes que resultam de um passado de luta e desconstrução. “A fala das jovens é fruto das mães delas, muitas vezes das avós, que reproduziam outro tipo de discurso nas suas criações. O movimento tem apresentado alcances interessantes, consequências de um processo a longo prazo, que desde as sufragistas (movimento pelo direto de votar do final do século 19 e começo do 20) acontece de forma mais organizada politicamente. Isso vem tomando proporções maiores e articulações políticas mais amplas”, explica Fernanda Capibaribe, professora de comunicação da UFPE e estudiosa da temática de gênero e sexo há 15 anos. Alguns acontecimentos possibilitaram mais visibilidade ao movimento: a inserção da mulher no mercado de trabalho, o acesso ao sistema educacional, a maior participação política feminina, o ganho a direitos reprodutivos e a crescente tomada de consciência a respeito da sexualidade feminina. Grande parte das pautas do passado ainda é pertinente na atualidade, uma vez que a equidade de gênero está longe de ser uma realidade. A exemplo da violência contra mulher, do uso do corpo com liberdade, do assédio, da paridade salarial, do racismo e da homofobia. O movimento feminista é plural. As mulheres sofrem opressão em níveis e configurações distintas referentes à raça, classe, orientação sexual, etnia e capacidades físicas. Apesar de conquistas na luta contra o machismo, muitos avanços permanecem exclusivos à mulher branca, heterossexual e de classe média. Além disso, o burburinho em torno do tema da vez não acontece em um cenário otimista. Os números da misoginia (a aversão às mulheres) são alarmantes. O Brasil é o quinto do planeta no ranking de feminicídio, o homicídio da mulher devido ao seu sexo (Organização Mundial da Saúde) e a cada 7,2 segundos uma mulher sofre violência física (Relógio da Violência do Instituto Maria da Penha). A cada 11 minutos, um estupro no País é registrado e há, em média, 10 estupros coletivos notificados por dia (Ministério da Saúde, de 2016). Embora alarmantes, os números representam apenas os casos que chegam a ser registrados. O mundo é um lugar desagradável e inseguro para ser mulher. A denúncia de qualquer violência, assédio ou comportamento machista é a primeira etapa da luta feminista. O caminho para quebrar o silêncio, entretanto, não é fácil, principalmente se o algoz faz parte do convívio da vítima. Atentas a esse cenário, um grupo de mulheres recifenses criou, em 2016, o aplicativo Mete a Colher. A ferramenta se propôs a desconstruir o lugar-comum brasileiro de que relacionamentos abusivos devem ser ignorados pelas pessoas em seu entorno. Por intermédio do app, mulheres encontram uma rede de apoio. O aplicativo possui 7.510 usuárias ativas e registra 14.429 downloads na playstore. Já foram criadas mais de 1400 solicitações de ajuda, todas respondidas por usuárias. “A grande maioria dos pedidos entra na categoria de apoio emocional. As mulheres precisam desabafar, ser ouvidas sem julgamentos. Elas contam o problema que estão passando e buscam uma palavra amiga e suporte para enfrentar essa situação”, conta a designer Aline Silveira, co-fundadora da plataforma. A arte também tem papel importante na luta feminista. “Para além da denúncia, podemos pensar quais narrativas são possíveis, criações e produções poéticas que possam elencar as mulheres sempre como sujeitos da ação e enunciado”, comenta Fernanda Capibaribe. A ideia é que, através das expressões artísticas, a mulher experimente novas possibilidades além da visão de vítima versus o homem agressor. Dentro da chamada cultura do estupro – lógica que naturaliza a discriminação de sexo e gênero – a mulher é excluída do espaço público. A ordem é vestir-se de maneira discreta, ficar em casa, ter medo e resguardar-se, porque lá fora é perigoso e ali não é o seu lugar. A maior revolução de uma mulher será, pois, ir à rua, participar do movimento, ganhar um lugar que lhe é hostil, mesmo que isso represente uma ameaça ao seu corpo e vida. Afinal, se a mulher se mantém reclusa e distante do que lhe é negado, estará fazendo parte da lógica de séculos de silêncio. Foi na rua, em pleno Carnaval, que Dandara Pagu, 29 anos, encontrou seu espaço de libertação. Inspirada pela música Vaca Profana, cantada por Gal Costa, a recifense construiu a sua fantasia em 2015: short estampado de vaca, máscara do animal e seios livres cheios de glitter. O resultado foi a abordagem de um policial que quase a levou presa durante a festa. “Eu me dei conta da falta de domínio da mulher sobre seu corpo. Quando a mídia quer mostrar pra vender algo, pode. Mas se quero mostrar, há sempre uma vulgarização e desrespeito. Aí eu pensei: ano que vem não será só eu, vai sair um bloco todo”. Dito e feito. Desde então a troça cresceu e tem se tornado um espaço de reinvindicação para muitas adeptas. O corpo da mulher é alvo recorrente. Seja para servir ao desejo do homem e do mercado, seguindo padrões estéticos inatingíveis; seja como símbolo da maternidade, também campo de pressão histórica. “Passei a vida ouvindo minha avó dizer que a vergonha da mulher está no peito”, relembra Dandara, que cita as reações negativas durante o percurso do bloco como “pequenas” diante da emoção das mulheres ao seu lado. No bloco, foliãs de seios nus circulam protegidas por outras mulheres. Ao longo do caminho, Dandara ouve inúmeros “obrigada”, observa companheiras em transe, chorando e se redescobrindo. Estão, ali, exorcizando os machismos nos quais foram criadas. “Enquanto mulher negra, acredito que a resistência está no sair na rua. Ser feminista é minha postura para o mundo. O maior desafio é seguir sem fraquejar”, conta. A ideia de transformar o espaço público em um lugar da mulher é assunto frequente da atual geração.

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Maracatu Coração Nazareno, onde as donas da lança são as mulheres

*Por Paulo Ricardo Mendes - especial para Algomais O ano é 2004, a cidade, Nazaré da Mata, Zona da Mata Norte, a 65 km do Recife, em Pernambuco. Um grupo de mulheres resolve criar um maracatu totalmente feminino. Até um tempo atrás, essa narrativa poderia parecer improvável, já que a brincadeira era considerada tipicamente masculina, mas graças à Amunam (Associação das Mulheres de Nazaré da Mata), esse fato virou realidade. Desde então, entre conquistas e dificuldades, o Coração Nazareno, nome dado ao grupo, vem se consolidando pela sua trajetória de luta por igualdade de gênero, mas também pela beleza e carisma que emana nas apresentações. Neste ano, o maracatu protagonizado por elas completa 15 anos de história com atividades voltadas para as mulheres da região. Segundo Eliane Rodrigues, coordenadora da Amunam, a ideia de criar um grupo em que a figura feminina pudesse ocupar todos os personagens surgiu como uma reação ao pouco espaço que as mulheres tinham na brincadeira. “O surgimento do Coração Nazareno implica que elas podem vestir qualquer indumentária do folguedo, mas também representa uma quebra de paradigmas nessa expressão cultural, uma vez que a mulher passa a ganhar voz e visibilidade diante de um ambiente majoritariamente masculino”, afirma. A brincadeira foi criada por trabalhadores rurais, como cortadores de cana-de-açúcar, no final do século 19 para o início do 20, época em que essas atividades eram realizadas somente por homens. Logo, apenas pessoas do sexo masculino podiam brincar. Quem fazia as figuras femininas do maracatu eram os canavieiros que se travestiam de mulheres, até que as esposas e filhas dos cortadores se interessaram pelo folguedo e começaram a brincar de baiana e dama do paço. Passado mais de um século da fundação do maracatu do baque solto, a participação feminina na brincadeira ainda é restrita. A figura do caboclo de lança, por exemplo, é atribuída ao homem devido às disputas que são realizadas entre a cablocaria e as indumentárias pesadas do personagem, que têm em torno de 30 kg. Mas essa limitação não foi um problema para as caboclas de lança do Coração Nazareno, que adaptaram os surrões para um peso proporcional (16 kg) aos que elas pudessem carregar. A ex-cortadora de cana e brincante Sônia Maria conta que já saiu durante seis anos como cabocla e ano passado se apresentou no Carnaval como bandeirista. “Conheci o grupo por meio da minha ex-companheira e desde então não larguei mais a brincadeira”, revela. Mesmo com a roupa pesada, ela explica que o amor pelo maracatu é tão grande que a brincadeira torna-se divertida. “Quando estou me apresentando parece que o personagem toma conta de mim e não sinto calor e nem o peso da indumentária, só alegria”, ressalta Sônia. As apresentações do grupo geralmente acontecem nos quatro dias de Carnaval, em diferentes lugares da Zona da Mata Norte e da Região Metropolitana do Recife, entretanto, os preparos até chegar a esse período começam meses antes, quando as integrantes se reúnem na associação para realizar a inscrição, a prova de roupas e os ensaios. Quando chegam os festejos de Momo, cerca de 72 mulheres saem às ruas brincando de diferentes personagens nas cores predominantes de rosa e lilás, entre eles: arreiamá, tipo de caboclo cujo figurino remete aos índios americanos, geralmente acompanhados com um machado; bandeirista, responsável por segurar a bandeira do maracatu; Dama do Paço, mulher responsável pela condução da calunga; o baianal, composto por várias baianas; o terno, a orquestra do brinquedo e a figura do caboclo de lança, que costuma ser o centro das atenções pela dança e pelo figurino. A coordenadora do Coração Nazareno, Lucicleide Silva explica que nos desfiles existe um protocolo de ordem de apresentação que deve ser seguido: primeiro o maracatu infantil, em seguida o feminino e, depois, por ordem de chegada, os grupos tradicionais. Entretanto, quando essa regra ainda não tinha sido estabelecida, ela lembra que uma das integrantes do Coração Nazareno foi agredida por uma lança, porque o mestre caboclo do outro maracatu não queria deixar as mulheres passarem na frente. “É comum a gente se esbarrar nos cortejos com alguns grupos que ficam incomodados com a nossa participação”, lamenta Lucicleide. A brincante Vanessa Vieira admite perceber olhares surpresos do público quando estão se apresentando. “Lembro que durante uma apresentação na Ilha de Itamaracá um rapaz chegou até mim e perguntou se eu era mulher”, recorda-se. Para Vanessa esse tipo de comportamento só demonstra a importância do grupo na luta pelo espaço e também pela igualdade de gênero. “Quando chegam para mim e dizem assim, 'tu brinca igual a um homem', aí eu digo: não! eu brinco igual a uma mulher, só que antes nós mulheres não tínhamos um espaço de brincar e hoje nós temos”, salienta a brincante que desfila atualmente como arreiamá. O grupo observa que outros maracatus duvidam da capacidade delas de dar conta da brincadeira pelo fato de serem mulheres, mas quando as veem saindo na rua se apresentando com destreza percebem que elas são capazes e as respeitam. “Essa nossa resistência, enquanto maracatu feminino, faz com que a gente vá se firmando nos cortejos e cada vez mais sendo chamada para as apresentações, tanto é que no no dia 8 de março, completamos 15 anos de Coração Nazareno”, destaca Lucicleide. As comemorações do aniversário do grupo iniciam-se no dia 20 de março com o seminário Mulheres fortalecendo a cultura popular, que pretende discutir a participação feminina no folguedo. Durante o ano o maracatu vai realizar oficinas e atividades na sede da Amunam, onde, em novembro, acontecerá mais um seminário e, logo em seguida, o cortejo do maracatu e a sambada (ensaios que reúnem mestres, orquestras e maracatuzeiros), como encerramento das celebrações. TRADIÇÃO Na Cidade Tabajara, na Casa da Rabeca, em Olinda, os filhos do Mestre Salustiano dão continuidade à tradição perpetuada pelo pai por meio das manifestações populares, como o Piaba de Ouro. O Maracatu está há mais de 40 anos em atividade e é um dos mais tradicionais. Um dos herdeiros do legado

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Guerreiros do Passo resgatam o legado da origem do frevo

O coletivo Guerreiros do Passo representa a resistência do autêntico folião que brinca nas ruas em Pernambuco. Com o principal objetivo de valorizar as raízes do Carnaval e do frevo, o grupo atua em três diferentes áreas: a formação de passistas, o espetáculo e as pesquisas. O Projeto Frevo na Praça é a principal atividade do coletivo e consiste na formação de novos passistas por meio do método de ensino do mestre Nascimento do Passo, de quem o grupo mantém o legado. As aulas gratuitas acontecem na Praça do Hipódromo, (Zona Norte do Recife), aos sábados e quartas-feiras e contemplam todas as faixas etárias. O fundador e coordenador Eduardo Araújo revela o que é preciso para se tornar mais um guerreiro. “É só chegar e cair no frevo. Até a sombrinha nós oferecemos”. Os responsáveis por ministrar as aulas são os professores Laércio Olívio, Valdemiro Neto e Lucélia Albuquerque. “Durante o resto do ano temos uma média de aproximadamente 30 alunos. Quando está próximo do Carnaval, o número praticamente dobra”, informou Laércio Olívio, que há sete anos chegou como aluno e hoje é um dos professores do coletivo. “Eu me encantei completamente. Tenho muito orgulho de ter ganhado a camisa azul (usadas apenas pelos instrutores).” O grupo vai tão a fundo na vivência de resgatar a origem do frevo que seus integrantes não se apresentam com roupas coloridas como as usadas pelos passistas nas últimas décadas. Suas vestimentas são quase monocromáticas, a dos foliões dos anos 1950, além de dançarem com sombrinhas e guarda-chuva comuns. Pesquisadores afirmam que a versão pequena e multicor foi criada pensando nas crianças e depois apropriadas por dançarinos que participavam de concursos de frevo nas emissoras de TV na década de 1960. O projeto serve também como forma de garimpo para a escolha de novos bailarinos para compor o elenco do espetáculo O Frevo. “Ao longo dos anos foram mais de 100 apresentações”, ressalta Eduardo. A última delas, inclusive, aconteceu no desfile oficial do Homem da Meia-Noite, no Carnaval do ano passado. O espetáculo tem a finalidade de contar um pouco mais ao público sobre a origem do frevo. “Nós produzimos uma encenação para mostrar como foi o surgimento da dança. A apresentação vai desde o início, envolvendo os capoeiristas, até as músicas da época”, disse o coordenador. De acordo com Eduardo, são convocados os alunos que se destacam e têm o compromisso com as aulas. Como forma de relembrar e até mesmo resgatar antigos passos que foram esquecidos com o passar das décadas, o coletivo criou o Laboratório do Passo, que desenvolve um levantamento histórico das técnicas concebidas pelo mestre Nascimento. Com muita pesquisa acerca da história do frevo, os Guerreiros reviveram mais de 15 movimentos que vez ou outra são trabalhados na praça. “Corropio, abanando o fogareiro, salto de canguru, passo do curupira, coice de cavalo, corta-capim e o passo do aleijado são alguns dos movimentos que resgatamos”, listou Laércio. “É muito gostoso e gratificante para nós vermos os nossos alunos tentarem e até mesmo realizarem esses passos que por muito tempo estiveram esquecidos”, emociona-se Lucélia. Tudo teve início a partir do amazonense Francisco do Nascimento Filho, que plantou em cada um dos fundadores as sementes do frevo. Mestre Nascimento do Passo, como era conhecido, desenvolveu uma metodologia de ensino sistematizando os movimentos e as técnicas que seriam repassadas para as novas gerações de bailarinos. O Balé Popular do Recife e o multiartista Antônio de Carlos Nóbrega foram alguns dos contemplados com o seu talento. Em reconhecimento do seu trabalho, o mentor recebeu os títulos de cidadão recifense (1998) e pernambucano (2000). O coletivo surgiu em 2005, a partir da iniciativa de ex-professores da Escola Municipal de Frevo do Recife, que não concordavam com a decisão da diretoria da instituição de mudar o método de ensino da dança. “O mestre Nascimento é a base de tudo. Foi por causa dele que cada um de nós despertou o amor pelo frevo”, disse, emocionado, Eduardo. Ele e alguns amigos decidiram se encontrar na praça do Hipódromo para frevar, o que acabou atraindo muitas pessoas que pediam para também participar da dança “Nós deixávamos, é claro. A gente até levava um pequeno som”. A brincadeira ficou tão interessante que o grupo começou a ser chamado para dar aulas em outros bairros e em Olinda. Por falta de recursos, porém, eles decidiram concentrar as atividades na praça do Hipódromo. "Eles então fundaram a troça carnavalesca O Indecente. "O nome, no entanto, acabou não vingando", conta Eduardo. Foi então que os fundadores se juntaram e decidiram dar um novo nome ao grupo. O costume dos integrantes de se chamarem de guerreiro era antigo, desde os tempos da escola de frevo. “Não poderia escolher um nome melhor para dar continuidade à obra do mestre Nascimento do Passo”. *Por Marcelo Bandeira

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Oscar 2019: Saiba tudo sobre os indicados ao prêmio de melhor filme

O Oscar chega a 91ª edição este ano. A premiação mais tradicional de cinema no mundo acontece neste domingo (24), às 22h, no horário de Brasília, e terá transmissão na TV Brasileira. A íntegra da cerimônia pode ser vista ao vivo no canal por assinatura TNT, enquanto a Rede Globo exibe parte da entrega em tempo real, com flashes durante a programação. Oito longas disputam a estatueta de Melhor Filme. "Roma" tem sido apontado como o favorito ao prêmio, mas surpresas sempre podem ocorrer. Para que você conheça melhor as produções nomeadas à principal categoria, a Revista AlgoMais convidou os críticos de cinema Houldine Nascimento e Wanderley Andrade, que analisam aqui os oito trabalhos. Por Houldine Nascimento e Wanderley Andrade Bohemian Rhapsody Bohemian Rhapsody passou por uma produção bem turbulenta: primeiro a troca do ator que interpretaria Freddie Mercury: devido a diferenças criativas, Sacha Baron Cohen deu lugar a Rami Malek, astro da série “Mr. Robot”. Em seguida, veio a demissão de Bryan Singer. O diretor, conhecido por seu trabalho em filmes da franquia X-Men, colecionou problemas com atores do longa, acusado de sempre chegar atrasado e de abandonar uma vez as gravações. Problemas a parte, o filme foi um grande sucesso de público, ostentando o título de cinebiografia musical de maior bilheteria mundial, com um total de mais de US$ 750 milhões arrecadados. E contrariando a recepção negativa da crítica especializada que o levou a apenas 62% de aprovação no Rotten Tomatoes, ganhou o Globo de Ouro de melhor filme. A grande atuação de Rami Malek também trouxe bons frutos: ganhou o prêmio de melhor ator no Globo de Ouro, no Bafta e no Sindicato dos Atores (SAG), o que o coloca como grande favorito ao Oscar. (WA)   A Favorita (The Favourite) Com o maior número de indicações (10), ao lado de “Roma”, o novo filme do cineasta grego Yorgos Lanthimos narra situações bizarras envolvendo a Rainha Anne (Olivia Colman) durante o século 18 na Inglaterra. Sua amiga, Lady Sarah (Rachel Weisz), é quem na prática governa em seu lugar. A chegada da criada Abigail (Emma Stone) põe em xeque a condição de Sarah como a predileta da histérica monarca, às voltas com sua saúde frágil. O jeito debochado de contar esta história quebra o cânone destas produções de época sobre a realeza britânica. Em sua carreira, Lanthimos se notabilizou por desenvolver um “cinema do absurdo”. Em “A Favorita”, ele traz elementos característicos do grotesco, mas de uma forma mais acessível ao espectador, com figurinos luxuosos de Sandy Powell e uma trama que mostra a mesquinhez da nobreza. No fim de tudo, a personagem de Anne é mais trágica do que engraçada por tudo que a cerca e a interpretação de Colman é irretocável justamente por estar no limite de tudo isso. (HN)     Green Book (Green Book: o Guia) Este é o filme com maior possibilidade de tirar o iminente prêmio de “Roma” na categoria principal. Nesta temporada de premiações, houve um momento em que “Green Book” estava na dianteira, mas alguns fatos negativos sobre a equipe de produção acabaram prejudicando o longa na corrida pelo Oscar. A começar por Peter Farrelly: surgiu a informação de que ele mostrava as partes íntimas para colegas com quem trabalhou. Talvez por isso não tenha sido nomeado como diretor. Outro que contribuiu para puxar o filme para baixo foi o roteirista Nick Vallelonga. Um tuite seu datado de 2015 veio à tona. Na mensagem, ele concordava com uma afirmação de Donald Trump, o qual chegou a dizer que viu mulçumanos celebrando a queda das Torres Gêmeas, no atentado em 2001. Polêmicas à parte, a produção é feliz ao reconstituir uma arriscada turnê de um pianista clássico negro, Don Shirley (Mahershala Ali), pelo Sul dos Estados Unidos em 1962. A segregação racial ainda imperava nesta região. Para esta jornada, o músico resolve contratar um motorista, o ítalo-americano Tony Lip (Viggo Mortensen), e daí resulta uma amizade. “Green Book” é uma comovente obra, que emprega humor em determinados momentos e fala sério quando necessário. É um belo filme de estrada e com dois atores em plena sintonia. A viagem serve para desarmar preconceitos do próprio Lip, na vida real pai de Nick Vallelonga. (HN)   Infiltrado na Klan (BlacKkKlansman) Spike Lee volta aos holofotes em "Infiltrado na Klan". O prestigiado realizador estadunidense emprega toda sua força neste belo longa, partindo da história real daquele que teria sido o primeiro policial negro do Colorado, Ron Stallworth (John David Washington). No final dos anos 1970, este homem conseguiu a façanha de entrar na Ku Klux Klan local como filiado e evitar uma série de atentados programada pelo grupo extremista. Para isso, recebe a ajuda de seu parceiro, um policial judeu (Adam Driver). O filme traz toda a intensidade de Lee. Aquela mesma intensidade de "Faça a coisa certa", só que numa trama sem alguns hermetismos presentes no clássico de 1989. Essencialmente antirracista, a narrativa flui muito e é irônica por vezes. Uma curiosidade: o ator central, John David, é filho de Denzel Washington. O desfecho traz imagens de grande impacto. Vencedor do Grande Prêmio do Júri no Festival de Cannes, “Infiltrado na Klan” obteve seis nomeações ao Oscar e garantiu de forma inédita a Spike Lee um lugar na categoria de Melhor Direção. A maior chance do filme, no entanto, é em Roteiro Adaptado. (HN)   Nasce Uma Estrela (A Star Is Born) “Nasce Uma Estrela” foi sucesso de público, com direito a boicote dos fãs de Gaga, na época da estreia, ao blockbuster “Venon” no intuito de bombar as bilheterias do filme com a cantora. Até chegar às telas, o longa passou por grandes mudanças, principalmente na direção e no nome da atriz que interpretaria a protagonista. No projeto inicial, Clint Eastwood sentaria na cadeira de diretor e a cantora Beyoncé viveria Ally. Em meio a produção, Beyoncé engravidou e não pôde assumir o papel. Clint preferiu dar prioridade a outros projetos. A mudança não afetou negativamente o projeto. Além de

Oscar 2019: Saiba tudo sobre os indicados ao prêmio de melhor filme Read More »