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Endividamento atinge mais de 425 mil famílias no Recife em julho

Cartão de crédito lidera dívidas; comprometimento da renda chega a quase 30% A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), elaborada pela Confederação Nacional do Comércio (CNC) e analisada localmente pela Fecomércio-PE, mostra que 80,4% das famílias recifenses estavam endividadas em julho de 2025 — o equivalente a 425 mil lares. O índice mantém estabilidade frente a junho (80,7%) e registra leve alta em relação a julho de 2024 (79,2%). O cartão de crédito segue como principal responsável, citado por 93,1% dos endividados. Entre eles, 24,9% (131 mil famílias) estão com contas em atraso, e 13,5% (71 mil) afirmam não ter condições de quitá-las. O estudo aponta que 64,5% dos entrevistados comprometem entre 11% e 50% do orçamento familiar com dívidas, resultando em uma média de 29,6% da renda comprometida. Além disso, 29% das famílias afirmam estar endividadas há mais de um ano, com tempo médio de endividamento de 7,8 meses. No caso da inadimplência, 41,9% das contas em atraso já ultrapassam 90 dias, e a média de atraso é de 60 dias, fator que pode reduzir o consumo no segundo semestre, especialmente no setor de bens duráveis. Para o presidente da Fecomércio-PE, Bernardo Peixoto, o levantamento é fundamental para compreender e acompanhar o comportamento financeiro das famílias. “A pesquisa de endividamento e inadimplência é um instrumento que a Fecomércio disponibiliza para entender a dinâmica de consumo das famílias relacionadas ao crédito, monitorar o comprometimento da renda e a evolução das dívidas, além de oferecer subsídios para decisões no comércio e na formulação de políticas de apoio ao consumidor”, ressaltou. Já Rafael Lima, economista da Fecomércio-PE, destacou que “entre os lares com rendimento de até dez salários mínimos, 81,5% estão endividados, sendo 33,4% com dívidas em atraso e 59,4% afirmam não ter condições de quitá-las. Isso mostra que o orçamento dessas famílias continua pressionado, mesmo diante dos avanços no mercado de trabalho, conforme indicam os dados mais recentes do Caged”.

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Nova lei garante 30% de vagas para mulheres em conselhos de administração

Lei nº 15.177/2025 estabelece diversidade obrigatória em empresas públicas e reforça governança corporativa. João Ricardo Tavares (foto acima), mestre em Direito Comercial pela USP e sócio de Buril, Tavares e Holanda Advogados, analisa a legislação Aprovada em 23 de julho de 2025, a Lei nº 15.177/2025 representa um marco na legislação empresarial brasileira ao estabelecer a obrigatoriedade de reserva mínima de 30% das vagas para mulheres nos conselhos de administração de determinadas sociedades empresariais. A medida tem potencial de transformar significativamente a estrutura de governança das empresas no país, promovendo maior equidade, segurança jurídica e responsabilidade corporativa. A nova norma se aplica, de forma obrigatória, a três grandes grupos empresariais: empresas públicas, sociedades de economia mista e suas subsidiárias; e companhias controladas, direta ou indiretamente, pela União, estados, Distrito Federal ou municípios. Embora a adesão seja, por ora, facultativa para companhias abertas, o texto da legislação antecipa a possibilidade de incentivos regulatórios que poderão, futuramente, tornar essa reserva de gênero um requisito de listagem e compliance.  “Tudo indica que essa reserva pode virar requisito de listagem e compliance nos próximos anos. Outro aspecto inovador da Lei nº 15.177/2025 é a obrigatoriedade de diversidade interseccional: pelo menos 30% das vagas destinadas a mulheres devem ser ocupadas por mulheres negras ou com deficiência. A identificação será feita por autodeclaração e a implementação será escalonada: 10% nas primeiras eleições para o conselho, 20% nas segundas e 30% a partir da terceira eleição subsequente à entrada em vigor da norma”, afirma o advogado João Ricardo Tavares e mestre em Direito Comercial pela USP e sócio de Buril, Tavares e Holanda Advogados. A legislação também promove mudanças importantes na Lei das Sociedades por Ações (Lei nº 6.404/76), passando a exigir que o relatório da administração das companhias inclua uma seção específica sobre política de equidade. Essa seção deverá apresentar dados objetivos sobre: contratação e promoção de mulheres por nível hierárquico; participação feminina na alta gestão; remuneração fixa e variável segregada por sexo; e evolução desses indicadores em relação ao exercício anterior. No mesmo sentido, a Lei das Estatais (Lei nº 13.303/2016) foi alterada para incorporar critérios semelhantes, com exigência de divulgação anual da política de igualdade adotada por essas empresas. As penalidades para o descumprimento da nova norma são severas: conselhos de administração que não cumprirem as exigências ficarão impedidos de deliberar sobre qualquer matéria. Além disso, estarão sujeitos à fiscalização de órgãos como o Tribunal de Contas da União (TCU), Controladoria-Geral da União (CGU) e auditorias internas, nos termos do artigo 85 da Lei das Estatais. “O impacto da nova norma não é apenas simbólico. Trata-se de uma medida com reflexos práticos imediatos em termos de compliance, governança corporativa e segurança institucional”, frisa o advogado.

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Indústria de alimentos pernambucana em alta, mas com muitos desafios

Setor amplia investimentos, gera empregos e se espalha por todas as regiões do Estado, mas esbarra em gargalos logísticos, carga tributária e dificuldades de crédito *Por Rafael Dantas Catchup, cerveja, laticínios, açúcar… a produção de alimentos de Pernambuco é diversificada e está presente em praticamente todas as microrregiões do Estado. Atualmente, o setor representa 10,7% de toda a atividade industrial local. Após crescer 2,6% no ano passado, há uma nova onda de investimentos robustos chegando. Nos últimos dias, por exemplo, o Grupo Heineken concluiu a ampliação da fábrica em Igarassu, com um investimento de R$ 1,2 bilhão para triplicar a capacidade produtiva. Somente nas reuniões do Condic (Conselho Estadual de Política Industrial, Comercial e de Serviços), os recursos anunciados neste ano já totalizam R$ 485 milhões. De acordo com dados do IBGE, além do avanço de 2024, a indústria de alimentos e bebidas em Pernambuco registrou um avanço de 1,4% entre janeiro e maio deste ano. Um desempenho considerado consistente pela Fiepe (Federação das Indústrias de Pernambuco), que ressalta a forte geração de empregos e a capilaridade desse setor nos diversos territórios do Estado.  Bruno Veloso destaca a geração de vagas de trabalho na indústria de alimentos e bebidas de Pernambuco. “O setor foi responsável, em 2024, por mais de 100 mil vínculos formais, o que representa quase 30% do total de empregos industriais gerados no Estado. “O setor de alimentos e bebidas foi responsável, em 2024, por mais de 100 mil vínculos formais, o que representa quase 30% do total de empregos industriais gerados no Estado”, destacou o presidente Bruno Veloso. “A competitividade do setor é impulsionada por uma infraestrutura estratégica, com destaque para o Porto de Suape e polos industriais distribuídos por regiões como Vitória de Santo Antão, Caruaru e Petrolina”. O polo cervejeiro em Itapissuma, a Bacia Leiteira no Agreste e as indústrias avícolas em São Bento do Una são apenas alguns dos diversos exemplos de como esse setor se espraia por Pernambuco. Um tecido industrial formado tanto por multinacionais e gigantes do Brasil, interessadas no mercado do Nordeste, como por empresas familiares com raízes no Estado que consolidaram seus negócios. Entre os investimentos anunciados pelo Conselho Estadual de Política Industrial, Comercial e de Serviços (na foto acima), está a implantação da fábrica, em Brejão, da Laticínios Santa Maria, que tem sede em Minas Gerais, com aporte de R$ 220 milhões. NOVOS PLAYERS E AMPLIAÇÕES NO MERCADO LOCAL Nos anúncios realizados pelo Condic é possível medir o apetite de novos atores no tecido empresarial. Os anúncios do Proind (Programa de Estímulo à Indústria de Pernambuco) e do  Prodepe (Programa de Desenvolvimento do Estado de Pernambuco) indicam os aportes econômicos e as expectativas de geração de novos empregos.  O maior anúncio da reunião de julho, por exemplo, foi da Laticínios Santa Maria. A corporação, com sede em Minas Gerais, fará a implantação de uma unidade industrial em Brejão, com aporte de R$ 220 milhões. O projeto deve gerar 85 novos postos de trabalho. O município de destino do empreendimento integra a bacia leiteira do Estado, que já conta com outras grandes empresas nacionais e pequenas empresas locais que compõem a Rota do Queijo Artesanal, por exemplo. Outro destaque recente no Estado foi o anúncio do aporte da Mondelez que já opera em Vitória de Santo Antão. A corporação destinou R$ 111,3 milhões à expansão de sua unidade. Com a ampliação, serão gerados pelo menos 160 novos postos de trabalho. “Esses investimentos fortalecem o processo de interiorização do desenvolvimento econômico e comprovam a eficácia das políticas públicas de incentivo, como o Prodepe e o Proind”, avalia Bruno Veloso, da Fiepe. Enquanto esses investimentos estão ainda na fase de anúncio, o Estado celebrou nesta semana a inauguração da triplicação do Grupo Heineken. A cervejaria, que tem fábrica em Igarassu, realizou um aporte de R$ 1,2 bilhão. As novas linhas de produção irão permitir o aumento da capacidade produtiva principalmente das marcas Amstel e Devassa. O grupo fabrica ainda a marca Heineken e o refrigerante FYS. Ao todo, 130 novos postos de trabalho permanentes foram criados. A empresa passa agora a contar com 1,2 mil funcionários. A exemplo de outros players internacionais com as raízes fincadas no Estado, o foco é chegar de forma competitiva no Nordeste. Na inauguração, a empresa ressaltou que a fábrica pernambucana abastece mercados como do Rio Grande do Norte, Ceará, Bahia, Alagoas, Paraíba e Sergipe, além de Pernambuco. “A nova fase da unidade de Igarassu representa nossa visão de longo prazo para equilibrar crescimento e responsabilidade. Estamos mais preparados para atender à demanda crescente do Nordeste, ao mesmo tempo em que avançamos na agenda ESG, com iniciativas e soluções que integram e atendem nossas ambições ambientais e sociais. Pernambuco é hoje o segundo maior mercado para o Grupo Heineken no Nordeste, e a unidade de Igarassu desempenha papel essencial nesse crescimento.” A menção do executivo à sustentabilidade se deve a novos investimentos também. A modernização permitirá ao grupo reduzir em 30% o consumo de água e ter um maior uso de garrafas retornáveis. A unidade passou a abrigar a maior linha de retornáveis da marca no Brasil.  Hugo Gonçalves comemora a ampliação da frota de caminhões da Tambaú, com a obtenção de 10 veículos, e a aquisição de duas envasadoras de molho e uma máquina para produzir embalagens. “Estamos construindo também um novo espaço na fábrica, com 3 mil m²”. CRESCIMENTO DE UMA GIGANTE E FAMILIAR Um dos cases mais emblemáticos é a Tambaú, que completou 62 anos. Com sua atividade industrial instalada em Custódia, em pleno Sertão, a fábrica emprega 700 pessoas com um mix de 113 produtos. O desempenho da corporação no ano passado foi na casa dos dois dígitos. A empresa registrou um aumento de receita de 12,4% e de 3,5% em toneladas. A empresa familiar realizou recentemente a ampliação de sua frota de caminhões, com a aquisição de 10 novos veículos, duas envasadoras de molho e uma máquina de sopro para produzir embalagens de catchups e molhos. “Estamos construindo também um

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Metade das demissões em 2024 teve origem em problemas comportamentais, aponta pesquisa

Levantamento da PUCPR indica que habilidades socioemocionais são cada vez mais decisivas para manter a empregabilidade Um estudo do 6º Observatório de Carreiras e Mercado, realizado pelo PUCPR Carreiras, revelou que 50% das demissões ocorridas em 2024 foram motivadas por questões comportamentais. O levantamento, que contou com 3.631 estudantes, 3.655 ex-alunos e 583 empresas do setor de recursos humanos, apontou ainda que a automação de atividades e os cortes de custos representaram, cada um, 25% das dispensas no período. Segundo a coordenadora do PUCPR Carreiras, Luciana Mariano, o mercado exige que o profissional saiba combinar competência técnica e boa convivência. “Um único indivíduo com atitudes negativas pode comprometer toda a equipe, surgem conflitos, a produtividade cai e talentos são perdidos. Por isso, é preciso olhar para o autoconhecimento”, afirmou. Para ela, o sucesso profissional está ligado à habilidade de realizar tarefas e manter relações saudáveis no trabalho. O levantamento também identificou que, em 2024, as competências mais valorizadas foram comunicação oral (11,46%), planejamento (10,73%), solução de problemas (10,18%), gestão de conflitos (7,51%) e comunicação escrita (7,42%). Em comparação com 2021, quando a prioridade era lidar com os efeitos da pandemia, houve mudança no ranking, com destaque para a solução de problemas como principal habilidade naquele momento. Além disso, 76% dos participantes disseram investir em novos conhecimentos, e 16,32% das empresas priorizam candidatos que buscam atualização constante. Para Luciana, acompanhar as transformações do mercado é essencial. “Atualizar conhecimentos e desenvolver novas competências é uma necessidade. Aqueles que mantêm o aprendizado constante conseguem se adaptar às mudanças, identificar oportunidades e compartilhar conhecimento. Essa prática ajuda não só na carreira individual, mas também no desempenho das organizações, que precisam de pessoas preparadas para aprender, mudar e colaborar”, destacou.

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Sebrae promove Conexão ESG para impulsionar práticas sustentáveis em Pernambuco

Evento gratuito nos dias 13 e 14 de agosto reunirá empresas, governo e sociedade para debater negócios de impacto e soluções ambientais, sociais e de governança O Sebrae/PE realiza, nos dias 13 e 14 de agosto, a primeira edição do Conexão ESG – Impacto que constrói futuros, um encontro gratuito voltado a fortalecer o ecossistema de impacto positivo em Pernambuco. A programação será sediada na instituição, no Recife, e busca mobilizar empresas, governo e sociedade civil na adoção de práticas ambientais, sociais e de governança (ESG), gerando valor para micro e pequenos negócios. As inscrições já estão abertas no site do Sebrae. A abertura contará com a executiva e escritora Jandacira Araújo, reconhecida por sua atuação em prol da diversidade e da presença de mulheres negras e indígenas em espaços de liderança. Na palestra magna, a professora da PUC-RS e especialista em neurociência e comportamento humano, Danni Suzuki, discutirá como a integração entre inteligência emocional, narrativa estratégica e humanização pode impulsionar a inovação organizacional. Ao longo dos dois dias, o público participará de palestras, painéis, oficinas, rodas de conversa e exposições de soluções inovadoras, além de ter acesso a casos de sucesso, oportunidades de networking e articulação de negócios sustentáveis. Entre os temas abordados estarão economia circular, transição energética, diversidade, capital humano, cidades inteligentes, territórios regenerativos, encadeamento produtivo e financiamento verde. “A grande proposta do evento é inspirar e mobilizar negócios de impacto positivo com foco em micro e pequenas empresas, incentivando a adoção de práticas ESG como caminho para gerar valor, competitividade e novas oportunidades”, afirma o superintendente do Sebrae/PE, Murilo Guerra. O Conexão ESG será carbono zero, reforçando o compromisso da instituição com a sustentabilidade. Segundo o especialista em Sustentabilidade do Sebrae/PE, Ricardo Arruda, a proposta é ampliar o diálogo e transformar desafios socioambientais em oportunidades para os pequenos negócios e para a economia local. A expectativa é reunir cerca de 250 participantes, entre empresas âncoras, startups, organizações da sociedade civil, gestores públicos, lideranças e empreendedores. ServiçoConexão ESG – Impacto que constrói futuros📅 13 e 14 de agosto de 2025, das 8h às 17h📍 Sede do Sebrae Pernambuco – Rua Tabaiares, 360, Ilha do Retiro, Recife🔗 Inscrições gratuitas: pe.loja.sebrae.com.br/conexao-esg

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A gestão do tempo na liderança: um desafio estratégico e pessoal

*Por Tiago Siqueira, consultor empresarial e sócio da TGI Consultoria em Gestão Em um cenário cada vez mais dinâmico e exigente, o tempo tornou-se um dos ativos mais valiosos — e escassos — para todos os gestores. A forma como um executivo gerencia suas horas de trabalho diz muito sobre sua capacidade de liderança, tomada de decisão, e, sobretudo, sobre sua qualidade de vida. A ideia de que tempo é dinheiro já não é suficiente. Tempo é clareza, é foco, é presença — tanto no ambiente profissional quanto na vida pessoal. Liderar uma organização exige não apenas competência técnica e visão estratégica, mas também a capacidade de priorizar, delegar e, acima de tudo, proteger o que chamo de "tempo de valor": aquele dedicado ao que realmente importa. O acúmulo de tarefas, reuniões intermináveis e uma cultura que ainda valoriza o estar sempre ocupado são sinais claros de uma gestão do tempo ineficaz. Quando um líder não consegue estabelecer limites, o impacto é direto na qualidade das decisões estratégicas. O cansaço compromete a criatividade, a empatia e a clareza necessárias para conduzir equipes e negócios em ambientes complexos. Além disso, um gestor que não gerencia bem o próprio tempo tende a replicar esse padrão em sua equipe, gerando um ciclo de urgências mal resolvidas, agendas desorganizadas e baixa produtividade. Empresas que cultivam líderes com baixa consciência temporal acabam se tornando reféns do improviso. Outro impacto importante está na esfera pessoal. Assumir cargos de lideranças não deveria ser sinônimo de ausência em casa, noites mal dormidas ou abandono de hobbies e relações significativas. Quando o tempo é mal administrado, o líder corre o risco de sacrificar sua saúde mental, seus vínculos familiares e até sua própria identidade fora do papel executivo. A gestão do tempo, nesse sentido, é também uma ferramenta de autocuidado e de sustentabilidade da carreira. Líderes que conseguem organizar sua rotina com inteligência — distribuindo bem as demandas, focando no que é estratégico e desconectando-se quando necessário — são mais equilibrados, mais produtivos e mais humanos. Na minha trajetória como consultor empresarial e no contato com dezenas de empresas dos mais variados setores, percebo que os líderes que desenvolvem uma relação mais saudável com o tempo também tendem a ser mais inspiradores. São líderes que sabem dizer “não”, que estabelecem prioridades com firmeza e que cultivam o silêncio reflexivo como parte do seu processo decisório. Não se trata de criar uma agenda engessada, mas sim de fazer escolhas conscientes. Tempo bem gerido é tempo que permite ao líder pensar no futuro, formar sucessores, inovar — e estar presente, de fato, nos momentos importantes da vida e do trabalho. A gestão do tempo não aparece nos relatórios, mas ela determina o que entra neles. É uma competência silenciosa e poderosa. E, para os líderes, torna-se um diferencial competitivo e humano. O desafio não é ter mais tempo, mas fazer com que o tempo que se tem seja bem vivido e estrategicamente investido.

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Grupo HEINEKEN triplica produção em Igarassu e reforça presença no Nordeste

Investimento de R$ 1,2 bilhão torna unidade a maior produtora de Amstel na região e fortalece compromisso com sustentabilidade O Grupo HEINEKEN oficializou nesta quarta-feira (6) a ampliação de sua cervejaria em Igarassu, na Região Metropolitana do Recife. Com investimento de R$ 1,2 bilhão, a unidade teve sua capacidade produtiva triplicada, tornando-se a maior produtora de Amstel no Nordeste. A cerimônia de entrega contou com a presença da governadora Raquel Lyra, da prefeita Elcione Ramos e de executivos da companhia. A planta pernambucana também passará a atender a crescente demanda por marcas como Devassa e o refrigerante FYS. A cervejaria de Igarassu se consolida como centro estratégico de abastecimento para os principais mercados da região, como Pernambuco, Ceará, Bahia, Alagoas, Paraíba, Sergipe e Rio Grande do Norte. A expansão acompanha o forte desempenho da Amstel, que registrou crescimento de dois dígitos no primeiro semestre. Pernambuco se destaca como o segundo maior mercado do grupo no Nordeste, com presença da marca em mais de 90% dos pontos de venda relevantes. “O Nordeste é uma das regiões com maior potencial do país. Consolidar um investimento desse porte não só fortalece a presença do nosso portfólio mainstream na região como reforça o compromisso com a agenda de sustentabilidade e com desenvolvimento econômico local”, afirmou Mauro Homem, VP de Sustentabilidade e Assuntos Corporativos. O projeto também teve impacto direto na geração de empregos: foram criados 700 postos durante o pico das obras e mais de 130 novas vagas permanentes com a conclusão da expansão. A unidade incorporou tecnologias para redução de 30% no consumo de água, com tratamento avançado e menos uso de químicos. Outro destaque foi a instalação de caldeiras de biomassa, energia renovável que alimenta a planta, além do aumento de 45% na linha de garrafas retornáveis — agora a maior do Grupo HEINEKEN no Brasil. Em sintonia com a política ambiental do grupo, a expansão da fábrica integra iniciativas como o primeiro HUB de Circularidade do Vidro em Jaboatão dos Guararapes, que beneficia 300 catadores e gera 60 empregos. O grupo também investiu em microflorestas urbanas em Recife, com o plantio de mais de mil mudas da Mata Atlântica, e apoia ações sustentáveis em Fernando de Noronha, incluindo programas de coleta seletiva.

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Danilo Cabral é exonerado da Sudene, em vitória dos cearenses

Após mais de dois anos à frente da autarquia, ex-superintendente agradece confiança do governo federal e promete seguir na luta pelo desenvolvimento regional. Demissão aconteceu após tensão com interesses cearenses O ex-deputado federal Danilo Cabral foi comunicado ontem de sua exoneração do cargo de superintendente da Sudene (Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste), função que ocupava desde junho de 2023. Em nota divulgada nas redes sociais, ele afirmou deixar o cargo “com a convicção do dever cumprido” e destacou o período como “desafiador e transformador”. “A Sudene voltou”, declarou, em tom de balanço positivo da sua gestão. Danilo agradeceu ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, e à equipe técnica da autarquia pelo trabalho conjunto. Ele ressaltou a importância da Sudene no enfrentamento das desigualdades regionais e reiterou seu compromisso com a agenda de desenvolvimento do Nordeste, especialmente de Pernambuco, seu estado de origem. Apesar da mensagem diplomática com o Governo Federal e do tom celebrativo do retorno da Sudene, a sua demissão representa uma derrota para Pernambuco e para a Transnordestina. Desde a semana passada circulavam rumores de uma pressão do governador do Ceará e do ministro da Casa Civil pela demissão de Danilo Cabral. No centro da disputa estaria o projeto da Ferrovia. Isso porque o trecho pernambucano é uma lenda que parece não ter fim. O agora ex-superintendente defendeu a construção da linha e mobilizou lideranças locais para o engajamento nessa causa, que há bastante tempo tem sinalizado uma vitória cearense de uma disputa que não deveria existir. A empresa Transnordestina SA enviou para a Algomais uma nota, explicando que não se tratava de uma disputa entre os Estados, mas reclamava de atrasos nos repasses da Sudene para continuidade das obras no Ceará. Publicamos a nota abaixo: NOTA À REVISTA ALGO MAIS (4/8/25) A Transnordestina Logística sempre foi e sempre será favorável à execução do trecho de Pernambuco, importantíssimo para o Nordeste e para o Brasil. O que está em pauta não é, absolutamente, uma disputa de estados, e sim a necessidade da celeridade na liberação dos recursos, que tem sofrido atrasos sistematicamente, o que é de conhecimento de diversos órgãos, dentre eles o Tribunal de Contas da União (TCU), Ministério dos Transportes, Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional, Casa Civil e Banco do Nordeste (BNB). - Assessoria de Imprensa da Transnordestina Logística A Algomais solicitou esclarecimentos dos referidos ministérios, do TCU e do BNB acerca desses atrasos. Até o momento, nenhum se manifestou. Na última sexta-feira, já havíamos enviado uma solicitação de esclarecimento à Casa Civil e ao Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional acerca das motivações pela iminente queda de Danilo Cabral. De igual modo, sem respostas. Ninguém confirmou a informação de atrasos nos repasses para o trecho cearense da Transnordestina. CRONOGRAMA DE REPASSES Mesmo com atrasos relevantes do calendário de obras (é importante lembrar que o empreendimento foi anunciado em 2006, há 19 anos), desde o retorno do presidente Lula à presidência e à ascensão de Danilo Cabral na Sudene, muitos recursos foram destravados. Isso mesmo em meio ao cenário de extremas restrições no orçamento federal. No primeiro ano da gestão de Danilo Cabral na Sudene, foram desembolsados R$ 811,4 milhões. Recursos que estavam pendentes de anos anteriores, quando o projeto da Transnordestina contemplava ainda a linha Salgueiro - Suape (que foi excluída da concessão em dezembro de 2022, nos últimos dias do Governo Bolsonaro). Em 2025, foram repassados mais R$ 1 bilhão para a empresa concessionária. Uma parcela de R$ 400 milhões em janeiro e outra de R$ 600 milhões em julho. Mais recursos estão previstos para sair dos cofres da instituição. Mas é digno de nota que em 18 anos, até 2024, a Sudene tenha liberado R$ 3,8 bilhões, sendo R$ 811,4 milhões já na gestão de Danilo Cabral. A partir da assinatura do aditivo outros R$ 3,6 bilhões entrarão no horizonte da TLSA, sendo já liberado R$ 1 bilhão. Há ainda outros R$ 816 milhões a serem repassados que são do leilão de cotas escriturais do Fundo de Investimentos do Nordeste (Finor), anunciados neste ano. Os números expõem uma situação difícil de falar em atrasos sistemáticos, principalmente se compararmos com o trecho pernambucano. O constrangimento recai sobre o poder público por transformar essa insatisfação em demissão. ATENÇÃO AO FUTURO DA SUDENE E DA TRANSNORDESTINA Fato é que Danilo Cabral conseguiu dar um protagonismo à Sudene que por muitos anos já não era mais vista. O volume de repasses do Governo Federal e o engajamento nas pautas estratégicas da região, junto aos governadores, deram o tempero desse ressurgimento da instituição no planejamento e na execução de grandes empreendimentos regionais. A demissão sem justificativa pelo Governo Federal liga um sinal de alerta para o Estado e especialmente para o futuro da Transnordestina. Em qualquer visita ao Estado, os ministros Waldez Góes, Renan Filho e Rui Costa deveriam ser questionados da razão da linha Salgueiro - Suape receber um volume ínfimo de recursos em comparação ao trecho cearense e das motivações da troca de comando da Sudene. Até então, ambas as pautas não têm justificativa. É digno de nota também o silêncio de algumas lideranças políticas de Pernambuco diante de uma queda de braço constrangedora com o governador do Ceará e o ministro da Casa Civil, ex-governador da Bahia. Era uma vez uma ferrovia em Pernambuco?

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Recife lidera geração de empregos em Pernambuco no primeiro semestre de 2025

Com destaque para os setores de Serviços e Comércio, capital responde por quase 60% das contratações formais no estado Recife foi o motor da geração de empregos formais em Pernambuco no primeiro semestre de 2025. De acordo com os dados do Novo Caged, divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego, a capital pernambucana gerou 14.990 postos de trabalho com carteira assinada entre janeiro e junho — o que representa 59% do saldo estadual de 25.366 vagas no período. O desempenho representa um avanço de 18,2% em relação ao mesmo período de 2024 e reflete o protagonismo dos setores de Serviços e Comércio na economia recifense. Juntos, eles puxaram o saldo positivo de contratações na cidade, com destaque para as áreas de Informação, Comunicação, Atividades Financeiras, Imobiliárias, Profissionais e Administrativas, que somaram 7.358 novas vagas. O setor de Serviços sozinho foi responsável por 93,7% do saldo de empregos na capital, com 14.048 vagas. Já a Construção Civil e a Indústria contribuíram com 2.210 e 491 postos de trabalho, respectivamente. “A economia é um processo dinâmico e nosso papel enquanto gestão pública é de trabalhar na arquitetura da geração das oportunidades observando os cenários e atuando de maneira estratégica”, afirmou o secretário de Desenvolvimento Econômico do Recife, Carlos Andrade Lima. Segundo ele, os bons resultados refletem a atuação da Prefeitura em políticas de desburocratização e atração de novos investimentos, com foco no fortalecimento da atividade econômica local. “Foi um semestre positivo e este potencial é fonte primária para o trabalho que desenvolvemos, de maneira transversal, aqui na Prefeitura do Recife”, completou.

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Produtores de manga no Vale do São Francisco enfrentam crise com tarifaço dos EUA

Presidente do Sindicato Rural de Petrolina alerta para prejuízos econômicos e sociais com impacto nas exportações de frutas. Foto: Marcelino Ribeiro *Por Rafael Dantas Com o início da safra de mangas e uvas no Vale do São Francisco, o setor fruticultor da região vive dias de apreensão diante do tarifaço anunciado pelos Estados Unidos. Segundo Jailson Lira, presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Petrolina, 14% da exportação de manga da região tem como destino o mercado americano, que exige uma logística complexa e específica. “Produtores estão desesperados sem saber o que fazem com ela, é muito direcionada para o mercado americano”, alerta. A variedade Tommy Atkins, preferida pelos consumidores dos EUA, passa por um tratamento hidrotérmico rigoroso, com água a 60°C para eliminar a presença de larvas da mosca-da-fruta. Apenas dez empresas na região estão habilitadas para esse processo. “Essa fruta que vai aos EUA por características especiais e fitossanidade, os produtores vêm se preparando desde o início do ano para exportar”, explica Lira, destacando que o período de exportação para os EUA vai de agosto a outubro. O impacto pode ser devastador: cerca de 2.500 contêineres de manga geram historicamente US$ 46,8 milhões para a economia local. A situação é ainda mais sensível por envolver cerca de 120 mil empregos diretos na fruticultura irrigada do São Francisco. “Estamos muito aflitos, que o Brasil cumpra essa missão de negociação. Não podemos nos arriscar com um mercado excelente, que paga regularmente bem”, reforça o presidente do sindicato. Enquanto a exportação de uvas para a Europa só começa no fim de agosto — oferecendo mais margem para negociação —, o tempo é curto para as mangas. “No caso da manga, a situação é mais dramática”, resume Lira. Ele afirma que o setor tem buscado apoio da Abrafrutas, da governadora Raquel Lyra, de parlamentares da região e do Ministério da Agricultura, mas cobra desde o anúncio da medida pelo presidente americano Donald Trump prioridade do governo federal nas negociações. Serviço🔎 Exportações afetadas:– Manga: 2.500 contêineres | 14% da produção | US$ 46,8 milhões– Uva: 920 contêineres | 23,5% da produção | US$ 36,8 milhões👥 Impacto social: 120 mil trabalhadores envolvidos na cadeia da fruticultura no Vale do São Francisco

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