Especialista em Reprodução Humana explica método de reprodução para casais LGBT+ – Revista Algomais – a revista de Pernambuco

Especialista em Reprodução Humana explica método de reprodução para casais LGBT+

Especialista em Reprodução Humana e pioneiro na técnica de FIV no Brasil, Paulo Matheus, compartilha insights cruciais sobre o procedimento que a Ludmilla está passando. Utilizando seu óvulo e o esperma de um doador, o casal busca a concretização do sonho da maternidade, com a implantação do embrião em Brunna para o desenvolvimento da gestação

A jornada em busca da realização do sonho da parentalidade por parte de casais LGBT+ está em evidência, com a cantora Ludmilla e Brunna Gonçalves compartilhando publicamente sua trajetória em direção à fertilidade através da Fertilização In Vitro (FIV) nesta semana. Para esclarecer as dúvidas que cercam esse processo, o especialista em Reprodução Humana e pioneiro na técnica de FIV no Brasil, Paulo Matheus, compartilha insights cruciais sobre o procedimento que a Ludmilla está passando. Utilizando seu óvulo e o esperma de um doador, o casal busca a concretização do sonho da maternidade, com a implantação do embrião em Brunna para o desenvolvimento da gestação.

Embora o tratamento esteja em andamento em uma clínica em Miami, nos Estados Unidos, é importante ressaltar que para aqueles que aspiram expandir a família, não há a necessidade de buscar tão longe, uma vez que opções equivalentes estão disponíveis no Brasil. Segundo o diretor da Donare, Centro de Doação de Óvulos e biomédico que liderou a equipe brasileira responsável pelo nascimento do primeiro bebê de proveta no Brasil, Paulo Matheus, a capacidade de casais homoafetivos construírem suas famílias é uma questão de autonomia e reconhecimento inequívoco dos direitos individuais. “Ferramentas como fertilização in vitro, inseminação artificial e até mesmo barriga solidária não apenas possibilitam, mas promovem a realização da parentalidade de maneira inclusiva, derrubando barreiras tanto sociais quanto biológicas com determinação e eficácia”, comentou.

Em 2013, uma resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM) (Resolução nº 2.013/13) permitiu que as clínicas e serviços de Reprodução Humana realizassem metodologias de Reprodução Assistida em casais do mesmo sexo no Brasil, tornando a possibilidade real. Entretanto, destaca-se que, entre as opções de tratamento disponíveis, a Fertilização In Vitro (FIV) e a inseminação artificial emergem como as escolhas predominantemente entre os casais LGBT+. Essa preferência é respaldada por dados reveladores de um levantamento de 2022 previsto pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) e pela Universidade de São Paulo (USP) publicado na revista científica Nature Scientific Reports. O estudo revela que 12% dos brasileiros se declaram LGBT+, correspondendo a aproximadamente 19 milhões de pessoas, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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Quando se trata de mulheres em relacionamentos homoafetivos, a abordagem para o tratamento tende a ser mais direto, envolve a necessidade apenas de um doador de sêmen, que pode ser anônimo de um banco especializado ou, alternativamente, um parente até o quarto grau. No âmbito da FIV, uma das parceiras contribui com o óvulo, e o embrião resultante é transferido para o útero da outra mulher, que assume a responsabilidade pela gestação – um método conhecido como gestação compartilhada. Essas abordagens, baseadas em dados e técnicas avançadas, buscam caminhos acessíveis e eficazes para a realização do sonho da parentalidade entre casais LGBT+.

No entanto, é crucial salientar que, independentemente da técnica escolhida pelo casal, é necessário procurar a orientação de um especialista. De acordo com o especialista, “Contar com uma clínica de medicina reprodutiva é uma realidade acessível no Brasil para casais LGBT+, eliminando a necessidade de procurar soluções no exterior. O país está em total consonância com as técnicas e resultados de ponta em tratamentos de Medicina Reprodutiva, superando outros países em diversos aspectos. Optar por esses serviços não apenas garante segurança aos pacientes, mas também fornece informações de extrema relevância para o processo”, enfatizou o diretor da Donare.

Paulo Matheus ainda destaca uma questão frequente: Quando é o momento adequado para que pessoas LGBT+ busquem a orientação de um especialista em medicina reprodutiva? Apesar de ser uma decisão extremamente pessoal para cada casal, existem momentos cruciais que exigem atenção especial e uma avaliação detalhada. O planejamento familiar desponta como um desses momentos fundamentais, proporcionando uma oportunidade valiosa para discutir as opções mais adequadas para cada casal. Outra situação relevante ocorre quando os indivíduos estão iniciando uma transição de gênero e desejam preservar sua fertilidade antes de iniciar o tratamento. “Em casos como esses, aconselhamos, por exemplo, a criopreservação de óvulos ou espermatozóides”, conclui o especialista.

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