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Tullio Ponzi: "As pessoas tenderão a morar mais perto do trabalho"

O isolamento social esvaziou as cidades e expôs a necessidade de uma série de adaptações urbanas para o período Pós-Covid 19, em que haverá um maior relaxamento da quarentena, mas ainda sem a descoberta da vacina. Novos hábitos e inovações no espaço público poderão transformar as cidades do mundo inteiro. Sobre essas tendências, o repórter Rafael Dantas conversou com o Secretário de Inovação Urbana da Prefeitura do Recife, Tullio Ponzi. Ele fala sobre a experiência da capital pernambucana no enfrentamento da disseminação do novo coronavírus e apresenta algumas das mais significativas mudanças que as metrópoles globais estão promovendo no "novo normal". Confira! A transformação das cidades foi o tema da capa desta semana da Revista Algomais, em matéria assinada por Rafael Dantas, que ouviu especialistas e gestores públicos sobre as tendências urbanas no cenário Pós-Pandemia. . Você tem trabalhado nos últimos anos com inovação urbana. As cidades e metrópoles tem características que são inconciliáveis com um cenário de prevenção de pandemias, visto que é baseada sempre em aglomerações. Que tendências urbanas o mundo já tem apontado para as cidades no "novo normal" pós Coronavírus? Até o surgimento de uma vacina ou de um tratamento eficaz, vai ser fundamental a humanidade aprender a conviver com o Coronavírus. São novos comportamentos, hábitos, valores, formas de se relacionar que pautarão esse novo mundo. Ele nos apresenta muitas incertezas, mas também muitas oportunidades. É como se o coronavírus fosse uma aceleradora de futuro. E sob a perspectiva das cidades não é diferente. A tendência mais marcante que se vê mundo afora é a da resiliência urbana, a adaptabilidade dos espaços urbanos, cada vez mais flexíveis, híbridos e “ressignificáveis”. Algumas cidades resolveram apostar na mobilidade ativa e na ressignificação de vazios urbanos. Quase que um “open” das ruas para as pessoas. Que passaram semanas em Lockdown e gritavam por essa necessidade de espaço urbano ou até mesmo descobriram que tinham. É como se as cidades mais do que nunca assumissem um papel de produtor de Oxitocina, o hormônio da felicidade nas pessoas. . Na prática, como têm sido essas experiências? São basicamente soluções urbanas estruturantes já previstas em planos de longo prazo, experimentais, com potencial de se tornarem definitivas, ou até mesmo transitórias, mas que de alguma forma estimulem uma mudança de comportamento coletivo para uma cidade mais sustentável.   Ações que dialogam com a necessidade do distanciamento social e estimulam as pessoas a viver a cidade, caminhar, pedalar, ou até mesmo trabalhar a pé ou de bicicleta, a exemplo de Paris que criou “a cidade a 15 minutos”, ou Bogotá que ainda durante a pandemia expandiu sua malha cicloviária provisória. É o carro de uma vez por todas perdendo espaço, a exemplo de Londres com a ampliação das Zonas Livres de Carros, só permitindo pedestres, ciclistas e o transporte público. . Quais outras iniciativas globais você destacaria? Uma das iniciativas mais interessantes por conta da escala já alcançada, do baixo custo, da facilidade de implantação e do alto impacto, é nos Estados Unidos. Em Seatle e Oakland com programas de fechamento provisório de ruas nos finais de semana para atividades de lazer e convivência, priorizando a escolha a partir da ausência de praças e parques nas proximidades. Chama atenção também urbanismo tático em Barcelona de alargamento das calçadas, e sinalizações lúdicas de caráter pedagógico e educativo, a fim de manter o distanciamento social, especialmente em lugares que possam gerar aglomeração, a exemplo de terminais ou locais de contemplação. . Você acredita que as transformações na vida urbana pós-pandemia poderá influenciar a decisão de onde as pessoas irão morar? A médio prazo, além do home-office, acredito que as pessoas tenderão a morar mais perto do seu trabalho, ir a pé trabalhar ou fazer tudo a pé. E os Bairros serão gradativamente redesenhados, cada vez mais uma bairro com todos os serviços, presencial ou online, ou seja, que funcione, mas que também aproxime as pessoas. Em resumo, é como se do ponto de vista urbano, a gente aqui no Recife tivesse uma janela de oportunidade para antecipar algumas metas do Recife 500 anos, nosso plano de Desenvolvimento de Longo Prazo. De antecipar o futuro para o presente. . A pandemia expôs mais do que nunca o drama das periferias, de falta de saneamento, acesso à água, entre ouros fatores. Nesse cenário pós-auge da pandemia o que pode e deve ser feito para garantir mais segurança sanitária para essas pessoas, visto que temos a expectativa de novas ondas da Covid-19 e também de outras pandemias? A dignidade de quem mora nas comunidades e a urbanização das favelas do Brasil mais do que uma agenda do Governo Federal, precisa ser um projeto de Nação. É um problema secular, que se arrasta há décadas e precisa ser de uma vez por todas priorizado. Não é apenas sobre tomar uma decisão política e investir algo, ainda que seja mais do que sempre se investiu, é sobre sabermos quando vamos realmente resolver, pra cada real a mais ou a menos investido. Não interessa se o investimento será público ou privado. O que interessa é que aconteça, que se priorize. Que se faça os dois. Aliás, a falta de saneamento, de acesso à água, e todos os outros problemas que existem nas periferias do Brasil, de infraestrutura e habitabilidade urbana, não são nem de direita, nem de esquerda. É preciso um Estado Social forte. O que não significa ser um estado anacrônico. Veja, não me refiro a tamanho, se mínimo, se máximo, também não interessa. O que interessa é a solução que o Estado apresenta para cada desafio. E nesse ainda o Estado brasileiro não apresentou.   Como tem sido a experiência do Recife no enfrentamento à Covid-19 em relação ao estímulo ao isolamento social? Aqui no Recife firmamos uma parceria com o ONU-Habitat, pioneira em todo Brasil, que aposta no engajamento comunitário para a conscientização sobre a importância do isolamento social, uso das máscaras, lavar as mãos e higienização. As ações foram realizadas pelos próprios moradores, que também fizeram novas

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5 fotos da Caxangá Antigamente

Selecionamos hoje uma sequência de imagens da Avenida e do Bairro da Caxangá. A avenida teve seu primeiro trecho concluído ainda em 1842, em um percurso que começava na Madalena e terminava na povoação da Caxangá. Ela foi mencionada por Louis Léger Vauthier, em um relatório no ano seguinte, em 1843, que tratava da importância da abertura dela e de outras estradas do Recife na época. De acordo com a Fundaj, "Hoje marcado pelo concreto da avenida, a povoação, por volta de 1830, já foi considerada um dos locais mais belos e aprazíveis do Recife. Na época, era banhada pelas água cristalina do Capibaribe, possuía clima agradável e terreno fértil. Era um dos locais preferidos de veraneio da cidade, com direito, inclusive, a uma fonte de água mineral, procurada por supostas propriedades medicinais". Clique nas fotos para ampliar. . Avenida Caxangá, em 1940. Foto de Benício Whatley Dias (Acervo da Villa Digital) . . Rio Capibaribe, Caxangá, carimbo datado de 1912. (Acervo Josebias Bandeira/Villa Digital) . Arruado, identificado como sendo na Caxangá, na descrição do Acervo Manoel Tondella, em 1905 (Villa Digital) . Hotel na Caxangá, em foto identificada no ano de 1910 (Acervo Josebias Bandeira/Villa Digital) . Avenida Caxangá, em 1969, no bairro da Madalena (Recife Antigamente)

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Morte de Miguel comove o País

Um abaixo assinado digital pedindo justiça pela morte de Miguel, 5 anos, que caiu do 9º andar do Condomínio Píer Maurício de Nassau, no bairro de São José, no Recife, já mobilizou mais de 1,5 milhão de pessoas. A hastag #justicaparamiguel cresceu rapidamente no Twitter e o assunto ganhou apoio de autoridades públicas e de celebridades. Miguel Otávio Santana da Silva era filho da empregada doméstica Mirtes Renata Santana de Souza. Enquanto ela estava passeando com o cachorro dos seus patrões, o garoto ficou no apartamento sob os cuidados da patroa, que permitiu que a criança seguisse sozinha no elevador do prédio. Ela foi presa, mas pagou fiança de R$ 20 mil e recebeu a liberdade provisória. O governador Paulo Câmara escreveu no seu perfil do Twitter duas mensagens em referência à morte de Miguel: "A morte do pequeno Miguel Otávio, trágica perda para a família, consterna a todos nós. Estamos tristes e comovidos, neste momento de luta pelo respeito à vida." "Manifestamos aos familiares nossa solidariedade e profundo pesar. Mais do que isso, colocamos à disposição a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos, que contactou a família e vai acompanhar o caso. Investigação e esclarecimento devem acontecer no prazo mais breve possível." O prefeito Geraldo Júlio também se manifestou nas redes sociais: "Toda a minha solidariedade à mãe e à família de Miguel, recifenses moradores do Barro, pela dor de uma perda irreparável." Movimentos sociais anunciaram um protesto ainda para hoje (05), com concentração no TJPE. Assinaram o manifesto de pesar as seguintes organizações: Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas, Quilombo do Arruda, Fórum de trabalhadores de Saúde Mental do estado de PE, Marcha Mundial das Mulheres, Fórum de Mulheres Negras do PT, Secretária de Mulheres do PT-PE, Seremos Resistência, Cantadas Progressistas, Coletivo Pão e Tinta, Coletivo boca no Trombone, Roda Cultural do Bronx, Coletivo Fazedores de Cultura Periferia-PE, Comissão de Direitos Humanos da OAB-PE, ACELADORA Social palaffit, Mulheres do Audiovisual de Pernambuco, Coletivo Luta Saúde, Coletivo Teia Feminista, Coletivo ressignificando vidas, Comfra (Coletivo mães feministas Ranusia Alve), Coletivo Fotocante e Juventude do PT-PE. "Miguel morreu no dia em que a PEC das Domésticas completou cinco anos e esse aniversário da legislação de proteção das domésticas diz muito sobre nosso país que não superou sua herança escravagista e racista", afirmaram em nota conjunta.

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Para 85% dos brasileiros, proteção do meio ambiente deve ser prioridade pós-Covid-19

Uma pesquisa realizada pela Ipsos para o Dia Mundial do Meio Ambiente, celebrado em 5 de junho, comprovou que a pauta da preservação ambiental não perdeu sua relevância, mesmo em um cenário de pandemia. Na opinião de 85% dos brasileiros, a proteção do meio ambiente deve ser uma prioridade do governo no plano de recuperação do país pós-Covid-19. O estudo ouviu participantes de 16 países, sendo 1000 no Brasil. A população que mais espera atitudes governamentais no que diz respeito à defesa do verde é a da China, com 91%. Em segundo lugar, estão, empatados, a Índia e o México, com 89%. Com 85%, o Brasil ficou em terceiro. Por outro lado, Alemanha (55%), Japão (61%) e a Rússia (62%) foram os países cujos entrevistados demonstraram menor interesse na pauta ambiental. Um dos motivos pelo qual a maioria esmagadora dos ouvidos brasileiros enxerga a relevância da proteção do meio ambiente no contexto atual pode estar relacionado à uma preocupação com o próprio bem-estar. No Brasil, 85% acreditam que problemas como degradação ambiental, poluição, desmatamento e mudanças climáticas representam uma séria ameaça à saúde. Novamente, os chineses estão no primeiro lugar – considerando 16 países – entre os que mais concordam com a premissa: são 93%. Em seguida vêm México, com 91%, e África do Sul, com 90%. Quem menos acredita que as questões ambientais podem gerar impacto na saúde são os Estados Unidos (77%), Austrália e Japão (ambos com 81%) e Canadá (83%). De quem é a responsabilidade? Apesar de a maior parte dos entrevistados brasileiros concordarem na importância da pauta verde para o futuro, os resultados do levantamento apontam para um paradoxo. Embora 85% defendam que o governo deve priorizar a preservação do meio ambiente na retomada pós-pandemia de coronavírus, 41% dos ouvidos no Brasil admitem que o tema da proteção ambiental não está na sua própria lista de prioridades no momento. Na Alemanha e na França, apenas 28% afirmam que não priorizam o tema. Na segunda posição, está o México, com 33%; a Espanha ficou em terceiro, com 35%. Na contramão destes países, os participantes da Índia (67%), da Itália (65%) e da Rússia (58%) apresentam maior descaso com o assunto atualmente. A pesquisa on-line foi realizada com 16 mil entrevistados de 16 países, no período de 21 a 24 de maio de 2020. A margem de erro é de 3,5 p.p..  

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Mão-de-milho: O São João celebrado em casa

No mês de junho, no Brasil, vive-se um amplo calendário religioso com festas tradicionais que celebram Santo Antônio, São João e São Pedro. Nestas festas, há uma grande participação popular que se manifesta por meio da música, da dança, e principalmente da comida, que marca também a colheita do milho. O milho é o grande tema dessas celebrações, e dos muitos rituais sociais de comensalidade nas casas, nas ruas diante das fogueiras, e nos arraiais onde as pessoas se encontram para dançar forro, quadrilha, coco; e muitas outras manifestações que estão relacionadas à fé. A festa de São João está espalhada pelo Brasil. Na área amazônica, vive-se os calendários dos muitos grupos de “bumba-boi”, manifestação do teatro popular do Maranhão que é reconhecida pela UNESCO como Patrimônio Cultural da Humanidade. No Nordeste, o milho é o símbolo das festas de junho, e que está representado nas comidas feitas com este cereal. Assim, vive-se por meio da comida uma maneira de devoção aos santos de junho, tão próximos da casa e da família, e que são interpretados no estilo do catolicismo popular e tradicional. O milho é um cereal de terroir das Américas, além de ser uma base alimentar para diferentes culturas. Presente em muitos cardápios, o milho integra os hábitos alimentares não só das festas, mas também do cotidiano. Está no cuscuz, seja acompanhado com leite de coco, queijo de coalho ou apenas manteiga; está no angu, doce ou salgado, na broa, nos biscoitos, e tantas outras receitas. A tradição diz que o milho deve ser plantado no dia de São José, 19 de março, para ser colhido em junho no dia de São João. Desse modo, diferentes cozinhas vivem muitas receitas à base de milho durante todo o ano, porém é em junho que determinados pratos se destacam, e entre eles, a canjica, que marca um importante ritual de sociabilidade que vai desde o início seu preparo até a sua finalização. E é costume, em Pernambuco, presentear vizinhos, parentes e amigos, com as famosas travessas de canjica, que são ainda decoradas com desenhos feitos com canela em pó; expressão estética que se repete nas travessas de arroz doce. Este costume representa também o simbolismo da fartura que o milho representa, e a fé coletiva devotada nesta comida. Ainda em Pernambuco, no comércio tradicional de feiras e mercados que ofertam o milho verde, há o costume da venda da ‘mão-de-milho’, que é uma medida que equivale entre 50 a 60 espigas de milho, dependendo do tamanho. Assim, há um reconhecimento da importância do milho, que se apresenta nas receitas para celebrar através das manifestações tradicionais e populares a identidade alimentar de uma região, que também reconhece o valor patrimonial deste ingrediente. Todavia, nestes contextos de pandemia, e de isolamento físico, o São João terá que ser comemorado com novas maneiras de celebração. Porém, podemos preservar a tradição e a devoção que estão representadas nas comidas de milho, nos seus rituais culinários, nas assinaturas de cozinheiras e cozinheiros que se dedicam a fazer canjica, pamonha; bolo pé-de-moleque, de milho, de mandioca, de macaxeira com coco, como representações da fé e da festa através dos sabores.  

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Fundaj: Epidemia cresceu mais rápido na periferia em maio

Nos últimos 15 dias, os números de casos e óbitos por Covid-19 da Região Metropolitana do Recife (RMR) cresceram em maior quantidade nos bairros de alta vulnerabilidade social. Baseado nos Informes Epidemiológicos da Secretaria de Saúde do Recife, o mapeamento feito pela Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) mostra o avanço da pandemia nesses locais entre 10 e 25 de maio. Além disso, a pesquisa também oferece uma análise sobre os impactos econômicos e as consequências da reabertura de escolas depois do confinamento. “O coronavírus tem características urbanas e territoriais com rápida velocidade de disseminação por meio da nossa rede de cidades. A doença se vale das nossas fragilidades, não apenas biológicas, mas também sociais. Nossas desigualdades intra urbanas e regionais potencializam sua dispersão e seus impactos”, afirmou o pesquisador e coordenador do Centro Integrado de Estudos Georreferenciados para a Pesquisa Social (Cieg) da Fundaj, Neison Freire. Dos 15 municípios que compõem a RMR, a pesquisa selecionou os 4 mais conurbados e que apresentam as maiores populações. Ou seja, o núcleo urbano central da aglomeração urbana do Recife. Esses quatro municípios reúnem 75,4% (3.072.281 habitantes) da população total da região metropolitana (4.074.014 habitantes). Suas respectivas populações, segundo a estimativa do IBGE para 2019, foram: Recife (1.645.727 habitantes), Olinda (392.482 habitantes), Jaboatão dos Guararapes (702.298 habitantes) e Paulista (331.774 habitantes). Considerando os 94 bairros do Recife, Jordão, Ibura e Cohab (Zona Sul) e Água Fria, Vasco da Gama, Nova Descoberta e Dois Unidos (Zona Norte) foram aqueles que apresentaram as maiores variações de casos confirmados, nos últimos 15 dias, comparados aos demais da cidade. Pina, Imbiribeira, Várzea, Iputinga, Torrões, Macaxeira e Torre são outros bairros com valores que variam entre médias e altas vulnerabilidade e número de casos confirmados. Os bairros que mais variaram em número de óbitos foram também os mais socialmente vulneráveis: na Zona Sul, Jordão, Ibura e Cohab, na Zona Leste, Barro, Curado e Estância, e na Zona Norte, Brejo da Guabiraba, Dois Unidos, Nova Descoberta, Vasco da Gama, Alto José Bonifácio e Água Fria. A pesquisa avaliou a variação de casos confirmados e óbitos, mapeando a relação desses indicadores com o Índice de Vulnerabilidade Social (IVS). Esse índice foi criado pelo Cieg da Fundaj. O mesmo foi calculado por setor censitário urbano, com base em 4 variáveis do Censo 2010 do IBGE: proporção de domicílios com renda até ½ salário mínimo per capita, proporção de domicílios sem abastecimento de água e coleta de lixo, bem como a inadequação de esgotamento sanitário dos domicílios. Apesar do bairro de Boa Viagem apresentar a maior variação entre os 94 bairros do Recife (foi de 351, no dia 10 de maio, para 531 casos confirmados, no dia 25. Ou seja, 180 novos casos, 51% de aumento), o bairro tem baixo índice de vulnerabilidade social (0,03). Se compararmos com o bairro vizinho, do Ibura, por exemplo, a situação é bem diferente: no dia 10, apresentava 96 casos e no dia 25, passou para 182, um aumento de 90%, com um índice de vulnerabilidade social de 0,33. Ou seja, a variação de casos confirmados foi maior no bairro mais pobre e vulnerável. Utilizando como exemplo os mesmos bairros do Recife relatados anteriormente, podemos observar a nítida relação entre a pandemia e a vulnerabilidade social na cidade. Em Boa Viagem, os óbitos variaram 112% (de 24 óbitos no dia 10 de maio para 51 no dia 25), enquanto no Ibura variaram 256% (de 9 para 32 no mesmo período). Em Olinda, o bairro mais vulnerável e com maior variação de casos confirmados foi Águas Cumpridas, seguido de Sapucaia, Peixinhos, Fragoso e Jardim Atlântico. Alto da Sé, Carmo, Amparo e São Benedito foram os bairros com baixa vulnerabilidade social e menor variação de casos confirmados registrados no período estudado. Quanto a variação de óbitos, novamente Águas Cumpridas e os bairros Alto da Bondade e Caixa d’Água foram aqueles com maior variação de óbitos e alta vulnerabilidade social. Situação oposta foram os bairros de Casa Caiada e Bairro Novo, com pouca variação de óbitos e menor vulnerabilidade social. Novamente, Olinda segue o padrão de Recife e expõe suas desigualdades sociais em meio a pandemia. No município de Jaboatão dos Guararapes, o bairro onde houve maior variação de casos e com maior vulnerabilidade foi Guararapes, seguido pelos bairros de Cavaleiro, Zumbi do Pacheco e Prazeres. Já os bairros de Vista Alegre e Comportas apresentaram menor variação de casos confirmados e têm baixa vulnerabilidade social. Os bairros de Santana, Muribequinha, Bulhões, Vargem Fria e Manassi são bairros que, apesar de terem alta vulnerabilidade social, não apresentaram grandes variações positivas de casos confirmados no período pesquisado. Nesse município, os óbitos também cresceram mais nos bairros mais pobres: Santo Aleixo, Cavaleiro e Prazeres. Já no Paulista, o bairro com maior vulnerabilidade social e que apresentou maior variação de casos confirmados foi Jardim Paulista Baixo, seguido, em menor intensidade, pelos bairros de Paratibe, Janga e Pau Amarelo. No sentido oposto, os bairros de Jardim Paulista, Jaguaribe e Poti apresentaram menores variações e vulnerabilidade social. “As análises desses quatro maiores municípios da região metropolitana mostram que os bairros com menor renda e precariedade no abastecimento de água, coleta de lixo domiciliar e esgotamento sanitário são aqueles que têm apresentado maior variação percentual de casos confirmados e óbitos no período pesquisado”, frisou Neison. Impactos na economia desses municípios Os efeitos das medidas de distanciamento social, com o fechamento das atividades consideradas não essenciais estão sendo sentidos nos dados do emprego formal. Na pesquisa feita, destacam-se o que foi publicado na última semana de maio, referente a contratações e demissões no sistema do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED). A Tabela produzida apresenta o saldo e o acumulado do ano para os municípios do núcleo da RMR, no mês de abril de 2020, quando as medidas estavam em funcionamento pleno. Também está disponível a estimativa do número de trabalhadores formais em dezembro de 2019, obtida pela Relação Anual de Informações Sociais (RAIS/2018) com ajustes pelo CAGED 2019. Pode-se argumentar que parte da queda deve-se

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Pandemia compromete finanças pessoais e aumenta endividamento familiar

Diante da recomendação sobre o recolhimento domiciliar, despesas com bares e compras em lojas físicas do varejo, começam a ficar de fora da rotina, favorecendo o hábito de economizar. No entanto, ainda é preciso prestar atenção quanto ao aumento de gastos com outras demandas. Custos com aplicativos de comida, compras virtuais e o consumo abusivo de energia e água em casa são exemplos de despesas que podem comprometer o orçamento. A imprevisibilidade econômica do momento reforça a necessidade de planejar as finanças para o futuro, evitando também problemas com inadimplência. O número de famílias endividadas em Pernambuco cresceu neste mês e atingiu a marca de 74% de alta em relação a abril, que registrou 71%, segundo dados da Fecomércio-PE. Essa é a maior taxa para os meses de maio desde 2014, quando o número foi de 78%. Repensar compras online e evitar o cartão de crédito são dicas valiosas. O gerente de Negócios da Sicredi Recife, Fernando de Sousa e Sá, explica que quem não quer renunciar a despesas maiores no futuro, como compra de automóvel ou casa nova, deve começar a traçar metas. “É necessário que o foco seja voltado ao essencial e econômico, mas sabemos que o isolamento social torna a ansiedade de consumo mais intensa. Dicas simples, como evitar a compra de itens de valor elevado no mercado e apagar a luz de um cômodo que não está em uso, ajuda bastante na redução dos custos pessoais”, comenta Fernando. O gerente de Negócios ressalta que o controle de gastos menores serve para o presente, mas com planejamento financeiro é possível materializar os recursos poupados a um bem maior. Apostar em opções de investimento com retorno certo e seguridade garantida, permite aos poupadores continuarem lucrando mesmo com instabilidade econômica. “Na Sicredi Recife, por exemplo, temos o Sicredinvest que é uma modalidade de depósito a prazo com remuneração pós-fixada e liquidez diária. A maior vantagem dessa opção é que ela recebe normalmente a maior parte do rateio dos resultados da cooperativa”, informa Fernando. Outra opção de reserva, já bastante conhecida pelos brasileiros, é a caderneta de poupança, um investimento simples e indicado para quem está começando, pois é possível começar com uma pequena quantia e o resgate pode ser feito a qualquer momento.

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Aeroporto do Recife é destaque na região mesmo durante o isolamento

O Aeroporto Internacional do Recife segue como o principal terminal da região Nordeste mesmo em período de isolamento. De acordo com dados da Infraero registrados pelo Setor de Estudos e Pesquisas da Empetur, o Aeroporto dos Guararapes recebeu uma movimentação de 77 mil passageiros no último mês de abril, superando os terminais de Salvador (33 mil) e Fortaleza (21 mil) no mesmo período. No acumulado de janeiro a abril, o aeródromo também lidera, tendo atendido mais de 2,2 milhões de pessoas, novamente à frente dos principais terminais nordestinos - Salvador (2 milhões) e Fortaleza (1,6 milhão). “O momento é de unir esforços para que, após o período de isolamento, o Aeroporto dos Guararapes se mantenha como referência no Nordeste e no Brasil. Os indicadores mostram a liderança na região e nosso papel é dar subsídios para que essa realidade continue”, pontua o secretário de Turismo e Lazer de Pernambuco, Rodrigo Novaes. Atento às demandas do setor para o período de retomada, Novaes participa, semanalmente, com a equipe da Empetur, de encontro online com Santiago Yus, diretor-presidente da Aena Brasil, empresa responsável pela administração do terminal pernambucano. (Do Governo de Pernambuco)

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Mais Vida nos Morros lança ação de arrecadação na Semana do Meio Ambiente

Na próxima quarta-feira (3), o programa Mais Vida nos Morros vai realizar uma campanha de arrecadação de tampas de garrafas pet inicialmente nas comunidades Vasco da Gama e Sítio São Brás, localizadas na Zona Norte do Recife. A iniciativa está inserida na Semana Nacional do Meio Ambiente, que vai de 1º a 5 deste mês, e conta com diversos projetos espalhados pela cidade. Cerca de 8.000 moradores em 10 comunidades da cidade devem participar da campanha. A Campanha iniciou na comunidade da rua Ary Peter, no Alto José Bonifácio, passando pelo Morro da Conceição e UR 10. O objetivo da ação desta quarta é gerar conscientização, estimular os moradores a desenvolverem hábitos sustentáveis, como a reutilização de materiais recicláveis. Além disso, assegura que os moradores consigam se proteger da Covid-19, utilizando máscaras de proteção, álcool 70% e produtos de higiene. Qualquer morador poderá receber o kit. Basta juntar 10 tampinhas de garrafa PET, e ele irá receber uma garrafa de 500ml de álcool 70%, máscara de proteção e produtos de higiene. A ação, realizada pela Prefeitura do Recife através da Secretaria Executiva de Inovação Urbana, conta com o apoio da Universidade de Pernambuco (UPE), Ambev, Procon Recife, ASA e da empresa de água mineral Santa Terezinha. As tampas coletadas através da campanha estão sendo higienizadas e entregues à UPE, e serão reutilizadas para lacrar as garrafas de álcool 70%. Inicialmente, a campanha tem como objetivo arrecadar o total de 10.000 tampas. “Para a Semana do Meio Ambiente, estamos realizando a ação de arrecadação, onde as famílias estão juntando dez tampinhas de garrafas pet. Este movimento incentiva a sustentabilidade na comunidade, despertando no morador a importância da realização das tampas, que serão entregues a UPE para vedação de outras embalagens”, afirma Flaviana Gomes, Gerente Geral de Intervenções Urbanas. Foram doados para produção inicial de álcool 70%, 6.000 garrafas de 500 ml pela Ambev, UPE e a água mineral Santa Terezinha doou cerca de 100 garrafões. Também foram arrecadadas 2.000 máscaras de proteção, por meio do Procon Recife, 5.000 barras de sabão e 720 detergentes doados pela ASA. As tampas coletadas estão sendo higienizadas e entregues UPE para realizar o fechamento dos vasilhames. Durante toda esta semana uma série de atividades virtuais envolvendo especialistas, representantes de organizações e convidados especiais para abordar a temática “Pensar no futuro é agir agora”. Por meio de bate-papos e oficinas virtuais sobre temas como: culinária sustentável, desperdício de alimentos, educação ambiental, agricultura urbana, upcycling e reciclagem criativa, sustentabilidade das cidades. Toda a programação é gratuita e poderá ser acessada através das redes sociais do Mais Vida nos Morros. Confira a programação completa aqui. Quem também colabora nesta missão são os sessenta embaixadores do programa que se uniram para ajudar as comunidades. A mobilização de cada recifense, o protagonismo comunitário, a cidadania ativa e a vontade de fazer a diferença estão transformando a cidade. Diversas personalidades se envolveram, entre eles estão os próprios moradores e líderes comunitários, bem como artistas, jogadores de futebol, chefs de cozinha. Devido a pandemia ocasionada pela Covid-19, o programa Mais Vida nos Morros se reinventou e lançou, em março, a campanha “Mais Vida é Ficar em Casa”, que vem sendo realizada em dez comunidades do Recife. Dentro da campanha surgiu o movimento “Quarentena Sustentável”, que disponibiliza uma série de receitas e dicas sustentáveis, através de vídeos divulgados nas redes sociais. Conteúdos sobre como evitar o desperdício de alimentos, contribuir com a economia doméstica e promover hábitos mais sustentáveis estão inclusos na programação ofertada pelo programa Mais Vida nos Morros.

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Mercado financeiro prevê queda de 6,25% na economia este ano

(Da Agência Brasil) A previsão do mercado financeiro para a queda da economia brasileira este ano chegou a 6,25%. Essa foi a 16ª revisão seguida para a estimativa de recuo do Produto Interno Bruto (PIB) – a soma de todos os bens e serviços produzidos no país. Na semana passada, a previsão de queda estava em 5,89%. A estimativa consta do boletim Focus, publicação divulgada todas as semanas pelo Banco Central (BC), com a projeção para os principais indicadores econômicos. Para o próximo ano, a expectativa é de crescimento de 3,50%, a mesma previsão da semana passada. Em 2022 e 2023, o mercado financeiro continua a projetar expansão de 2,50% do PIB. Dólar A previsão para a cotação do dólar permanece em R$ 5,40. Para 2021, a expectativa é que a moeda americana fique em R$ 5,08, contra R$ 5,03 da semana passada. Inflação As instituições financeiras consultadas pelo BC continuam a reduzir a previsão de inflação de 2020. A projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) caiu pela 12ª vez seguida, ao passar de 1,57% para 1,55%. Para 2021, a estimativa de inflação também foi reduzida, de 3,14% para 3,10%. A previsão para os anos seguintes - 2022 e 2023 - não teve alterações: 3,50%. A projeção para 2020 está abaixo da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. A meta, definida pelo Conselho Monetário Nacional, é de 4% em 2020, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 2,5% e o superior, 5,5%. Para 2021, a meta é 3,75% e para 2022, 3,50%, também com intervalo de 1,5 ponto percentual em cada ano. Selic Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, estabelecida atualmente em 3% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). Para o mercado financeiro, a expectativa é que a Selic encerre 2020 em 2,25% ao ano, a mesma previsão da semana passada. A expectativa do mercado financeiro é que a taxa caia para esse patamar (2,25% ao ano) na reunião do Copom deste mês, marcada para os dias 16 e 17 e nas reuniões seguintes ao longo deste ano seja mantida pelo comitê. Para o fim de 2021, a expectativa é que a taxa básica chegue a 3,38% ao ano. A previsão da semana passada era 3,29%. Para o fim de 2022 e de 2023, as instituições financeiras mantiveram as previsões anteriores para a taxa anual: 5,13% e 6%, respectivamente. Quando o Copom reduz a Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle da inflação e estimulando a atividade econômica. Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, o objetivo é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.

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