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Brasil ultrapassa 100 milhões de pessoas com ciclo vacinal completo

Da Agência Brasil O Brasil ultrapassou a marca de 100 milhões de pessoas com o ciclo vacinal contra a covid-19 completo. O termo é usado para designar pessoas que já receberam duas doses de imunizantes oferecidos no Brasil ou a dose única da vacina Janssen. Apesar da marca, o país ainda não atingiu metade da população totalmente vacinada, e atualmente conta com 47% das pessoas com o ciclo completo. No total, foram aplicadas 249,7 milhões de doses na população, sendo que 149,7 milhões receberam a primeira dose, e 100 milhões tiveram a aplicação das duas doses ou dose única. No quadro internacional, o Brasil ocupa a 62ª posição no ranking de países na vacinação contra a covid-19 em relação à população de cada nação, segundo a Universidade Johns Hopkins, com sede nos Estados Unidos. O país, no entanto, está acima da média mundial, de pouco mais de 35%. Quando considerados os números absolutos, o Brasil fica na quarta posição como país com mais pessoas com o ciclo vacinal completo, atrás dos Estados Unidos (187,7 milhões), da Índia (272,6 milhões) e da China (1,047 bilhão).

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"As eleições estaduais sempre são impactadas pela conjuntura nacional"

*Por Rafael Dantas O economista e analista político Maurício Costa Romão foi um dos entrevistados da última edição da Revista Algomais, que destacou o cenário para as eleições pernambucanas em 2022. Publicamos hoje a entrevista concedida ao jornalista Rafael Dantas, em que ele fala sobre a estruturação dos partidos de situação e de oposição no Estado, trata dos impactos das mudanças nas regras eleitorais no resultados do próximo pleito e sobre os temas que devem tomar o debate político no próximo ano. Na sua análise, quais as principais incógnitas no cenário dos candidatos ao poder executivo em Pernambuco em 2022? O cenário eleitoral em Pernambuco para as eleições de 2022 - que são gerais, envolvendo os cargos de presidente, governador, senador e deputado - não está muito claro, o que é normal, posto que se vivencia o período inicial de pré-campanha, distante um ano do pleito. As forças políticas de estado estão em fase preliminar de sondagens, acompanhamento das movimentações locais e de observação do complexo quadro político nacional. Na etapa seguinte, ainda no estágio de pré-campanha, se desenham as estratégias de alianças partidárias, o escopo do arco de apoiamentos e a definição de candidaturas. Tudo isso em interface com cenário nacional. As incógnitas são muitas, portanto, neste estágio atual. No que diz respeito às candidaturas, por exemplo, do lado da situação, capitaneada pelo PSB, sempre forte e competente nas eleições em Pernambuco, há dúvida se o ex-prefeito do Recife, Geraldo Júlio, tido no início como a alternativa natural de continuidade da hegemonia pessebista no estado, vai atender aos apelos de reconsiderar sua anunciada desistência. E não o fazendo, vai gerar uma grande disputa interna corporis para sua substituição. Há também o cargo de senador, com muitos demandantes no seio da Frente Popular.  Já do lado da oposição, há indicativos preliminares de que suas forças mostram-se mais estruturadas e unidas do que em pleitos pretéritos, inclusive apresentando novos, não obstante experientes, atores políticos, com inserção fora da capital, vivência administrativa e bem avaliados na gestão de seus importantes municípios. Esse conjunto ensaia postular o governo com duas candidaturas para o primeiro turno da eleição. Uma delas, a do prefeito de Petrolina, Miguel Coelho, parece mais avançada. Mas o processo decisório da oposição ainda está em construção. A eleição nacional tende a afetar o resultado das eleições em Pernambuco? Em caso positivo, quem se beneficia e quem se prejudica com o cenário nacional? No plano mais geral, até o presente momento, a população brasileira se defronta com a opção polarizada entre o bolsonarismo e o petismo ou, como diz Fernando Schuller, arriscada a enveredar diante de uma disputa de rejeições: o antipetismo contra o antibolsonarismo. Tal situação, de exasperante, está encetando movimentos de expressivos segmentos da sociedade, prospectando outra via de representação, equilibrada, eqüidistante dos pólos, uma terceira via, como tem sido chamada, que restabeleça a convivência pacífica entre os brasileiros. Naturalmente, esse efervescente quadro nacional afeta as eleições governamentais pelo Brasil todo. E a indefinição deste quadro exige posturas cautelosas, busca de diálogo e jogo de espera nas esferas locais. Por exemplo, o PT, com a possível candidatura de Lula, pretende se aliar nacionalmente com o PSB e em troca apoiaria o postulante pessebista ao governo de Pernambuco, abdicando de apresentar candidatura própria. O PDT, todavia, é parte da Frente Popular e tem pré-candidato declarado à presidência. O partido trabalhista não estaria buscando uma aliança com o PSB para fortalecer suas pretensões nacionais? A proximidade do prefeito de Petrolina com o bolsonarismo aparenta ter causado alguma fissura na oposição. Como ficará este contexto mais à frente? A possível apresentação de uma alternativa política e eleitoralmente viável pelo chamado centro democrático à postulação presidencial vai alterar o panorama da eleição local? Em que medida? Estas e várias outras indagações vão ser respondidas a partir do início do próximo ano, quando o escopo nacional estiver mais bem delineado. As novas regras eleitorais devem implicar no resultado das eleições em Pernambuco?  O Congresso Nacional promoveu importantes modificações no sistema eleitoral brasileiro em 2017. A reforma consistiu principalmente da mudança constitucional que instituiu a cláusula de desempenho partidário e acabou com as coligações proporcionais.  Com essas correções, o modelo vigente não só ficou depurado de suas grandes deformações, como ensejou perspectivas de diminuir o número de partidos e sua fragmentação, pavimentando caminhos para o aperfeiçoamento do sistema político-eleitoral e da governabilidade do país.  Os resultados das eleições de 2020, aliás, já mostraram registros de diminuição de partidos com representação, suscitando alento de melhoria da qualidade mais à frente, num espectro em que subsistirão apenas siglas mais estruturadas e competitivas. Não tardou para que parlamentares da presente legislatura federal passassem a clamar por revisão das regras da cláusula de desempenho e do fim das coligações, sob o argumento de que boa parte das siglas não terá musculatura de votos para superar os rigores da legislação e tende a desaparecer, inclusive por inanição financeira.  A sanha revisionista foi feita, mas não prosperou, e foi denegada no Congresso Nacional. Entretanto, achou-se uma maneira de atingir a reforma constitucional mediante o expediente da “federação de partidos”, que é um retorno camuflado, embora menos danoso, das coligações, e uma flexibilização indireta da cláusula de desempenho partidário.  Nas últimas três eleições gerais no Brasil, 86% dos parlamentares federais, em média, foram eleitos por coligações. Então, o fim desta modalidade tem implicações em Pernambuco, como de resto no Brasil todo. Em Pernambuco, apenas para ilustrar, desde a redemocratização do país e até a eleição de 2018, todos os parlamentares federais haviam sido eleitos por coligações.  O fato é que o instituto das coligações proporcionais gerou certa acomodação no sistema político-partidário-eleitoral, um jogo de ganha-ganha, que trouxe despreocupação com a estruturação, a qualificação e a solidez dos partidos, criando uma zona de confortável imobilismo para algumas agremiações (por exemplo, eleger parlamentares sem individualmente ultrapassar o quociente eleitoral, fazer cauda para siglas líderes da aliança em troca de vantagens, às vezes pecuniárias, eleger suplentes, etc.). O retrato transfigurado do atual mosaico partidário

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Pernambucana bolsista nos EUA se destaca no MIT, uma das melhores universidades do mundo

A brasileira Mayara Felix, de Jardim Fragoso, Olinda, agora faz parte do grupo seleto de Doutores em Economia da Universidade de Massachusetts Institute of Technology (MIT), a número 1 no mundo para PhDs em Economia. Mayara estava entre as 6 mulheres de uma turma de 22 alunos e ganhou destaque entre professores como Esther Duflo e Abhijit Banerjee, ganhadores do Prêmio Nobel de Economia, em 2019. Agora, a pernambucana é pesquisadora no Pós-Doutorado em Harvard. Ela perdeu o pai cedo e foi criada pela mãe, que lutou para manter a filha nos estudos. Apesar das adversidades, para alcançar seus objetivos, Mayara fez um percurso obstinado e com dedicação, sempre estando entre os melhores da escola e usando a sorte para agarrar todas as oportunidades. “A primeira dica que eu deixo para quem quer pleitear uma bolsa de estudos nos EUA é: invista no inglês. A segunda é: não subestime a sorte, porque as oportunidades podem vir, mas você precisa estar preparado para elas. Essa mensagem é muito importante para pessoas de minorias. Eu venho de uma realidade extremamente difícil sob o olhar de muita gente, não tinha nem dinheiro para a minha mala de viagem. Precisei fazer um sacrifício enorme para chegar onde estou,” diz Mayara. Mesmo reconhecendo seu esforço, ela lembra a importância de contar com a ajuda de programas educacionais focados em estudantes da periferia, e especialmente pessoas negras ou indígenas, para democratizar as possibilidades: “Hoje, tenho convicção de que, uma das razões que te afasta das chances de alcançar algo, é o teor racial. Imagino que muitas das oportunidades se abriram pra mim, que sou de pele clara, infelizmente não chegam a pessoas de grupos historicamente excluídos, como negros e indígenas. Se você já luta muito, mas dia após dia nada aparece para você, a culpa não é sua, não se deixe abalar. Levar oportunidades à periferia, e especialmente a seus habitantes de grupos raciais historicamente excluídos. Essa é a maior importância que eu vejo em programas como o Oportunidades Acadêmicas,” ela lembra. Ela faz parte dos alunos participantes em uma das edições anteriores do programa Oportunidades Acadêmicas, uma iniciativa desenvolvida há 15 anos pelo EducationUSA, o network do Departamento de Estado Norte-Americano e da Missão Diplomática dos Estados Unidos no Brasil. O programa vem custeando todas as despesas relacionadas a candidaturas de alunos da Graduação ou Mestrado e Doutorado, com desempenho acadêmico acima da média, mas com recursos financeiros limitados para cobrir os custos no processo de candidatura em universidades norte-americanas. A nova seletiva para interessados em se candidatar para Mestrado e Doutorado nos Estados Unidos tem a colaboração da Comissão Fulbright e Fundação Lemann e está com inscrições abertas e gratuitas para Mestrado e Doutorado até o dia 31 de outubro: bit.ly/OPPGrad2021 O primeiro passo para a candidatura As inscrições do Oportunidades Acadêmicas são feitas pelo site www.educationusa.org.br, preenchendo um formulário online em inglês, que inclui redações em inglês, e enviar documentos acadêmicos como histórico escolar, além de comprovantes financeiros da renda familiar. Uma vez selecionados, os participantes terão toda orientação da rede do EducationUSA por mais de um ano e terão todas as despesas da candidatura para universidades norte-americanas pagas pelo programa, como por exemplo material de estudo para testes, acomodação para a realização das provas, alimentação, além de isenção de várias taxas referentes ao envio de documentos de aplicação, tradução de documentos acadêmicos e provas, visto de estudante e passagens aéreas. O Perfil do Candidato para participar do Programa Oportunidades Acadêmicas É necessário ter domínio intermediário/avançado da língua inglesa e um ótimo desempenho acadêmico. Além disso, atividades extracurriculares, como estar envolvido em projetos de pesquisa ou estágios acadêmicos e atuar em atividades de impacto social são valorizadas na análise do perfil. O objetivo é fazer com que os participantes do programa consigam admissão para Graduação, Mestrado ou Doutorado em universidades nos Estados Unidos com bolsas de estudo integrais. “Desde que foi criado, em 2006, mais de 500 participantes passaram pelo programa, tanto em nível de graduação como pós-graduação e mais de 260 foram admitidos em universidades norte-americanas. No caso de Mestrado e Doutorado, só nas duas últimas seleções, mais de 60% dos candidatos eram mulheres, afrodescendentes ou indígenas. Nós acreditamos no processo de empoderamento e transformação dos alunos em espaços acadêmicos. Queremos ampliar as oportunidades para mais alunos e estamos muito felizes em abrir mais esta seletiva,” diz Jake Jacanin, Conselheiro de Educação, Imprensa e Cultura da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil. SERVIÇO Programa Oportunidades Acadêmicas O que oferece: Orientação em todas as etapas do processo de candidatura às universidades americanas, além de cobrir todos os custos do processo: tradução de documentos, materiais de estudo, taxa de provas, deslocamentos quando necessários, etc. Quem pode participar: Alunos com recursos financeiros limitados, nível intermediário/avançado de inglês MESTRADO E DOUTORADO Quando: inscrições até o dia 31 de outubro Inscrições gratuitas: bit.ly/OPPGrad2021 GRADUAÇÃO Registre seu interesse: https://tinyurl.com/opp2022 Mais informações: https://www.educationusa.org.br

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Uma solução para a Transnordestina

*Por João Recena O Conselho Tecnológico do CREA-PE realizou recentemente um webinar sobre as novidades a respeito da Transnordestina. O leitor deve estar acompanhando as notícias. O ministro Tarcísio Freitas anunciou há poucas semanas que a ferrovia iria para Pecém e que caberia a Pernambuco encontrar uma solução para a conexão com Suape. Foi então a vez de Pernambuco fechar um acordo com os controladores da jazida de minério de ferro localizada em Curral Novo, Piauí, e zerar o jogo. A ferrovia só é viável se tiver a carga de minério. Se a análise está correta, agora é Pecém que ficou inviabilizado. Mas a coisa não é tão simples assim. A insegurança jurídica está por todo lado, envolvendo: i) o marco jurídico sob o qual se deu a concessão da ferrovia; ii) a concessão até hoje não contestada pelo órgão regulador (ANTT); iii) uma medida provisória em tramitação no Congresso que altera o marco regulatório do setor ferroviário; e iv) uma PEC estadual segundo a qual Pernambuco se torna poder concedente de ferrovias em seu território. A possibilidade de judicialização do processo é grande. Da forma em que está posta a solução encampada por Pernambuco, a Bemisa, dona da mina, teria que negociar com a Transnordestina a passagem de seus trens por aquela ferrovia entre Curral Novo e Custódia, assumir a concessão e construir a ferrovia de Custódia a Suape. Outra opção seria a Bemisa construir uma nova ferrovia desde Curral Novo até Suape, algo difícil de se aceitar do ponto de vista ambiental e de racionalidade econômica. De sã consciência, o problema tem que ser resolvido pelo Governo Federal. Ele é o poder concedente da atual Transnordestina. Além disso, por meio da Valec, uma estatal federal, é dono de 39% da Transnordestina e, via FNDE, Finor e BNDES, é o grande financiador do projeto. Ele é quem tem o condão de induzir uma solução negociada e racional. Nos setores de infraestrutura pesada, como é o caso do setor elétrico, mesmo se a iniciativa privada assume o protagonismo do investimento, o estado continua a ter papel de planejador. Não é deixar cada um fazer o que quer. Do contrário, entre outros, corre-se o risco de se submeter o interesse nacional ao de grupos econômicos, como parece ser o caso da Transnordestina, em que os donos do minério não se entendem com os donos da ferrovia, e ambos não querem depender de um terceiro player, o potencial dono do terminal de minérios, seja em Pecém ou Suape. O Nordeste mais uma vez poderia dar exemplo de consciência regional. A Transnordestina interessa aos três Estados, Pernambuco, Ceará e, muito mais do que a esses dois, ao Piauí, que teria na viabilização da mina de Curral Novo um dos seus maiores investimentos econômicos de todos os tempos. Caberia uma iniciativa comum, “um por todos e todos por um”. Os três Estados poderiam assumir o compromisso de lutar por uma solução conjunta, boa para os três, e submetê-la ao Governo Federal. Penso que o governador Paulo Câmara tem credibilidade para convidar os colegas dos outros dois Estados a construir uma proposta conciliada. É possível que se não for assim, a Transnordestina continue disputando com vantagem o título de obra inacabada mais longeva do Brasil. *João Recena é coordenador do Eixo 3 do Conselho Tecnológico do CREA-PE. Artigo publicado originalmente na edição 186.3 da Revista Algomais

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Unimed Recife inaugura nova unidade

Enquanto comemora seus 50 anos de atividades, a Unimed Recife está também inaugurando uma nova unidade. Será inaugurado hoje (13) o Complexo Hospitalar Unimed Recife – CHUR. O novo hospital tem foco em procedimentos de alta complexidade.  Ainda nas ações do seu cinquentenário, a Unimed Recife expande a rede própria de laboratórios, que ganhará até o final do ano nova operação na Zona Norte do Recife, passando a ter cinco unidades do LabUni. A nova unidade hospitalar CHUR oferecerá os serviços de internamentos cirúrgicos e oncológicos; transplante de medula óssea; centro diagnóstico com serviços de tomografia, ressonância e Raio-X; Day Clinic; centro de infusão e consultórios especializados. O hospital representa o maior investimento da operadora em tecnologia para o paciente, inclusive, colocando em atividade um dos mais modernos equipamentos para cirurgia robótica. O Complexo Hospitalar Unimed Recife – CHUR, que anexa à nova unidade o Hospital Unimed III, na Rua José de Alencar, bairro da Ilha do Leite, vai contar ainda com 20 leitos de UTI, sendo dois de isolamento; 90 leitos de enfermaria; 90 apartamentos, sendo 05 de isolamento; e seis apartamentos de transplante de medula óssea, sendo um para isolamento. “Temos também o Day Clinic com sete leitos para pequenos procedimentos que não necessitam de pernoite no hospital. O paciente fica no máximo seis horas no hospital se recuperando e depois recebe alta”, explica o diretor médico do novo Complexo Hospitalar da Unimed Recife, André Akel. Na estrutura do novo hospital ainda há uma cafeteria e estacionamento com 286 vagas.

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"Não tem como o Recife não ser a cidade mais assombrada do Brasil"

No mês passado, uma moradora de Afogados, no Recife, colocou uma boneca de forma assustadora num cruzamento do bairro para espantar os ladrões. A iniciativa deu tão certo que nenhum “meliante” ou mesmo trabalhador ousou chegar perto do brinquedo sinistro. Essa história divertida do cotidiano recifense mostra como a cidade ainda guarda no seu imaginário as assombrações que fazem parte da vida dos seus moradores desde a colonização. O jornalista e escritor Roberto Beltrão acredita ser importante manter esse imaginário e resgatar as antigas lendas e mal-assombros pernambucanos. Por que? Porque fazem parte da nossa identidade, que tem raízes no patriarcalismo da civilização do açúcar. Nesta divertida conversa com Cláudia Santos, permeada de causos mal-assombrados, Beltrão fala da influência de Gilberto Freyre, autor da obra seminal Assombrações do Recife Velho, e dos seus projetos que incorporam a cultura de massa para fazer com que o Papa Figo seja tão pop quanto Freddy Krueger. Como surgiu a ideia de criar o projeto O Recife Assombrado? Foi na década de 1990. Sempre tive interesse por história de assombração, sou muito fã de Edgar Allan Poe e de literatura fantástica latino-americana, lia muito Gabriel García Márquez e Julio Cortázar. Um dia, conversando com um amigo, que é maestro, Sérgio Barsa, sobre lendas da cidade, ele me disse: “sabia que existe um livro de Gilberto Freyre que fala das assombrações do Recife?” Sérgio me emprestou o livro e fiquei fascinado. São quase 40 histórias de assombração. Com Sérgio e um outro amigo, André Balaio, que é escritor e roteirista, pensamos que se Gilberto Freyre escreveu o livro em 1955 e depois outras tantas lendas apareceram no Recife, teríamos que divulgar essas novas assombrações também. Bolamos o fanzine Assombrado em 1996. Mas não deu certo, só teve o número zero. No ano 2000, fizemos um site https://www. orecifeassombrado.com/ que teve grande repercussão. Tudo o que tínhamos pesquisado, colocamos no site e pedíamos contribuições dos visitantes. Eles mandavam muitas histórias. Depois, abrimos um fórum – que na época era moda, não havia redes sociais – que teve grande participação. Sempre tratamos o assunto explorando o espanto, o medo, o horror, porém com uma pegada de humor. Mas fomos criticados, algumas pessoas diziam: “você vai dizer que o Recife é uma cidade assombrada?” Agora, todo mundo acha ótimo. No segundo ano do site, produzimos o livro Histórias Medonhas do Recife Assombrado, uma coletânea de histórias que foram publicadas no site, que está na terceira edição. O livro fez um sucesso bom, foi adotado por escolas da rede municipal e particulares. Sempre houve essa ligação do site com os livros, porque também queremos fomentar a literatura fantástica que, na época não era valorizada. O realismo sempre foi o cânone da literatura brasileira, depois do modernismo. Em seguida, publiquei o livro de crônicas Estranhos Mistérios do Recife Assombrado em 2008. Em 2010 fizemos outra coletânea de textos, chama-se Malassombramentos. A partir de 2012 nós nos associamos a quadrinistas e lançamos a coletânea Histórias em Quadrinhos do Recife Assombrado, que se esgotou. Hoje o site é meio estanque, em que as pessoas podem fazer pesquisas, e recebe algumas colaborações. Ajo muito nas redes sociais. O principal objetivo do projeto é produzir conteúdo. Em 2015, fechamos um ciclo: adaptamos para HQ o livro de Gilberto Freyre chamado Algumas Assombrações do Recife Velho. Foi um trabalho feito em conjunto com a Fundação Gilberto Freyre, editado pela Global. Também foi produzido o filme O Recife Assombrado, do qual fiz parte da equipe de roteirista. Ele ficou em cartaz nos cinemas em 2019 e agora está na plataforma Now. Todos esses trabalhos tiveram boa recepção do público? Sim. Existem dois tipos de público: as pessoas, a partir dos 50 anos, para as quais as histórias tocam na memória afetiva, e o jovem, que por meio da cultura de massa, tem contato com obras fantásticas. Muitas produções do catálogo da Netflix seguem esse tema. E veja como a meninada se comove com uma história de Harry Potter! Quando percebem que podem encontrar um conteúdo parecido, que é próximo da cultura deles, eles se interessam demais. E não só no Recife, temos contato com públicos de outros Estados. Recentemente fiz um livro ilustrado infantojuvenil com o quadrinista de São Paulo Kiko Garcia chamado Assombracontos, causos que o povo conta, que vendeu muito até no interior de São Paulo, cheguei a quase todos os Estados do País. Por que o Recife é tão profícuo em assombrações? O próprio Freyre desvendou isso e outros pesquisadores que vieram depois corroboraram com a ideia dele de que há uma relação estreita das assombrações com a sociedade patriarcal que se formou em Pernambuco, em torno do cultivo da cana-de-açúcar e na figura do senhor de engenho. O Recife era cercado de engenhos. A casa grande era sempre assombrada, havia muita opressão do senhor de engenho. Nessa estrutura patriarcal, existia uma espécie de catolicismo mediúnico, característico do Brasil que também é uma herança portuguesa. Nas casas grandes havia uma hierarquia que era: Deus, os santos e os mortos, para depois virem os vivos. Isso era perceptível até fisicamente: colocavam-se fotos dos santos junto dos mortos nos altares domésticos e sempre se acreditava que os mortos permaneciam ali naqueles ambientes, inclusive de maneira física porque era um costume da época não enterrar as pessoas da família em cemitério, que só veio a existir no Recife em torno de 1840, depois de uma briga do Estado com a população que não queria de se apartar dos seus mortos. Enterrava-se nas capelas, nas igrejas, nas ordens religiosas. Uma história muito característica desse contexto é a lenda da botija, na qual a pessoa enterra um tesouro em algum lugar do casarão ou dos sobrados, morre e não revela onde está. Depois volta, na forma de fantasma, ou aparição em sonho, para revelar a alguém onde estava o tesouro. A obra mais conhecida do escritor Carneiro Vilela, A Emparedada da Rua Nova, retrata uma situação fictícia, mas com ecos na realidade: o sujeito que emparedou a filha,

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Setor hoteleiro em alta no Dia das Crianças

A previsão para o segundo grande feriado da temporada já anuncia a intenção dos visitantes em incluir Pernambuco nos seus roteiros de viagem na retomada do turismo. A estimativa da taxa de ocupação hoteleira para o 12 de outubro é alta. O destino com maior ocupação deve ser Ipojuca, que está com expectativa de média de 97% de utilização dos seus leitos, impulsionado por Porto de Galinhas, principal cartão-postal do município. Em seguida, vem o Cabo de Santo Agostinho, com 87% de média, também no Litoral Sul, e Fernando de Noronha, que deve operar com 85% de média. Na sequência vêm dois destinos do Litoral Norte, Goiana e Igarassu, com 81,2% e 80%, respectivamente. Tamandaré completa a lista dos mais procurados e aparece com 70,4%. Os dados são provenientes de estudo realizado pelo setor de Pesquisa da Empetur. “Com os protocolos de segurança e a flexibilização das atividades, Pernambuco tem atraído cada vez mais turistas para conhecer nossas belezas, principalmente no verão. Os destinos de sol e mar são os mais procurados neste feriado, mas o interior do Estado também segue em alta, o que comprova que, cada vez mais, as pessoas estão no ritmo do nosso Bora Pernambucar”, comenta o secretário de Turismo e Lazer de Pernambuco, Rodrigo Novaes, citando o programa estadual de interiorização. No ranking, aparecem Gravatá e Bonito, ambos no Agreste, com 78,3% e 75% de média de ocupação prevista, respectivamente.

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'Cofrinho' e a educação financeira para as crianças

Quando se fala em educação financeira, logo se pensa que esse tipo de ação é exclusiva a quem já tá bem "grandinho", mas se engana quem acha que criança não pode aprender a poupar e a gastar com responsabilidade. Do cofrinho a poupança, mexer com dinheiro deve ser responsabilidade desde pequeno. Para que essa pratica seja funcional, a Múltiplos Investimentos criou o Manual do Pequeno Investidor. O manual foi criado com o objetivo de passar dicas importantes para estimular maior consciência financeira para o público infantil, com foco em poupança, valorização do dinheiro e escolhas conscientes na hora de gastar. Ele está baseado em três direcionamentos primordiais: poupar, valorizar e as escolhas corretas. Segundo João Scognamiglio, planejador financeiro da Múltiplos, para isso é preciso começar mostrando a como se poupar dinheiro. "A melhor forma de iniciar a criança ao pensamento de poupança é trazendo exercícios simples de benefícios ao se poupar. Um exercício bem simples e que funciona é o de troca. Imagine, por exemplo, que a criança deseja muito um brinquedo que custe R$ 10, mas em um momento inoportuno. O pai pode orientar sugerir a criança que ela pode comprar aquele produto de R$ 10 ou esperar uma data festiva e levar o produto um pouco mais caro". O famoso cofrinho, ou "porquinho", é uma forma educativa e muito incentivadora a poupar. "Dar a possibilidade de visualizar suas conquistas é uma excelente forma de incentivar a ir atrás dos seus objetivos. Além disso, o filho vai acordar focado em realizar suas atividades para que o porquinho cresça mais rápido. A medida que a criança vira um adolescente, o conceito de contas e cartão podem começar a ser introduzidos", explicou João. Para finalizar, é sempre bom e importante lembrar que os pais são parte importante desse processo. Scognamiglio explica que As dicas costumam ajudar, mas cabe aos pais entender o que é que funciona melhor para o seu filho. "É importante também os pais terem a consciência que as crianças costumam tê-los como espelho. Então não adianta um pai ensinar algo que não costuma praticar. E, por isso, os pais precisam, primeiro, se educarem financeiramente", pontuou.

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"O PT busca reconstruir, nacionalmente, a aliança com o PSB"

Túlio Velho Barreto, cientista político e pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco, em entrevista com o jornalista Rafael Dantas, analisa o complexo cenário das eleições 2022 em Pernambuco. Mesmo com a longevidade do PSB, ele aposta que o partido segue como o mais forte concorrente nas eleições do próximo ano no Estado. O analista político avalia também que a rejeição ao presidente Jair Bolsonaro deve atrapalhar os partidos de direita em Pernambuco e que o tema da pandemia tende a ocupar um lugar de destaque no debate eleitoral. Quais as principais forças das eleições de 2022 em Pernambuco? Olhando para o cenário atual, penso que o PSB desponta como a principal força eleitoral para a disputa eleitoral de 2022 em Pernambuco. Isso decorre do fato de o partido estar à frente da prefeitura do Recife e do governo do Estado há bastante tempo. No governo estadual, no final desse ciclo Eduardo Campos-Paulo Câmara, serão 16 anos no poder. Apesar do desgaste comum a governos longevos, o que chamamos, numa analogia com a engenharia mecânica, de "fadiga dos materiais'', o PSB não parece ter um concorrente forte no mesmo campo político, que, no caso, seria o PT. Digo isso, porque o PT tem um projeto nacional de alianças, que tende a incluir o PSB e, no plano estadual, não tem se desgarrado da liderança socialista. Nem tem um concorrente forte à direita, nesse caso, porque já faz tempo que a direita pernambucana não consegue construir uma ou mais candidaturas competitivas. E a direita local aindatem e terá em 2022 a sombra ou mesmo a presença do Jair Bolsonaro e o seu perfil extremista a atrapalhar as candidaturas, vamos dizer, mais ligth de centro-direita ou mesmo de direita. Portanto, o chamado "poder da caneta" de distribuir recursos e cargos, que está nas mãos do PSB, pode ser fator importante a desequilibrar a disputa favoravelmente à legenda governista. Mas, ressalto, esse é o cenário a um ano das eleições, o que, em política, pode significar muito mais, sobretudo em tempos tão tumultuados como os que vivemos. Qual deve ser o futuro político do governador Paulo Câmara? Quais as principais tendências que estão sendo discutidas nos bastidores? Como ator político, Paulo Câmara tem um perfil não tão fácil de analisar. Por um lado, porque era um técnico que foi catapultado ao governo do Estado por um político carismático, que gozava de grande visibilidade e popularidade, como Eduardo Campos. Sabe-se que a escolha de seu nome para suceder Campos não foi fácil e aparentemente resultou de sua relação pessoal próxima com o então governador, e até mesmo por exclusão. Pelo menos é a impressão que ficou na ocasião. Por outro lado, essa é minha interpretação, Câmara nunca conseguiu adquirir brilho próprio. Às vezes deu até a entender que não se sentia ou não se sente muito à vontade na vida pública. Mas, apesar disso tudo, foi reeleito e, em seus mandatos, conseguiu reeleger Geraldo Júlio e eleger o jovem e inexperiente João Campos no Recife. Se pensarmos que há, na política, um percurso "natural", o seu próximo passo seria candidatar-se ao Senado. Ou mesmo dar um salto maior e, no bojo de uma aliança nacional com o PT, ou outro partido nesse campo, ser, por exemplo, candidato a vice-presidente. Isso porque o PSB tem em Pernambuco a sua maior base eleitoral e visibilidade política. Mas, no plano nacional, isso dependerá de muitos acordos e do contexto político até lá. Já no plano local uma eventual candidatura ao Senado será vista como "natural". E talvez este seja o caminho mais provável a seguir. O cenário nacional terá impacto nas urnas da decisão do Governo e senado em Pernambuco e na formação das chapas? Como a relação PT e PSB no cenário nacional influenciará a relação local? De certa forma, já comecei a responder essa questão com a análise feita na resposta anterior. Mas, sim, a eleição nacional sempre tem impacto nos arranjos eleitorais locais e isso ocorrerá também em 2022. Isso é e será inevitável. Ainda mais porque o PT busca reconstruir, nacionalmente, a aliança com o PSB, desgastada pelo apoio dado por essa legenda ao golpe jurídico-parlamentar contra a então presidenta Dilma Rousseff, em 2016, e também pelo afastamento que se deu já nas eleições presidenciais de 2014. Mas dependerá da opção nacional do PSB, se se aliará ao PT, numa frente ampla, ou se procurará ter mais protagonismo e se aliará ao PDT, por exemplo, ou outras legendas buscando atuar em um campo próprio. Isso não está claro ainda. No caso de uma eventual aliança com o PT, no caso, movido pela necessidade de ampliar ao máximo uma frente antifascista competitiva, o arranjo na chapa majoritária provavelmente capitaneada pelo PSB no Estado sofrerá ainda mais influências do arranjo nacional. A Pandemia deve ocupar um papel forte no debate político em 2022? Que temas devem se sobressair? Sim, com certeza. O mundo vive há quase dois anos uma crise sanitária sem precedentes nos últimos 100 anos. E no Brasil essa crise tem sido atravessada por um governo federal que tem agido politicamente de forma irresponsável e inconsequente, o tem contribuído, certamente, para exponenciar ainda mais os casos de contaminação e de óbitos. E, provavelmente, ao final dessa pandemia, não restará alguém que não tenha perdido, pelo menos, um parente ou amigo ou conhecido para o covid-19. E mais: a atual crise sanitária escancarou a necessidade de as esferas públicas, em todos os níveis, mas sobretudo no plano federal, agir na área da saúde. O SUS é exemplo disso. Tem ficado claro o quanto é premente dotar os poderes públicos de políticas de saúde que atendam às necessidades e demandas dos setores mais necessitados e vulneráveis da população. Portanto, a saúde, que sempre esteve entre os cincos temas mais importantes durante as campanhas eleitorais, deve ganhar ainda mais protagonismo. Até porque, em larga medida, o governo federal tentou se contrapor e expor suas divergências quanto à gestão da crise pelos governos estaduais. Será hora de apontar

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Presente do Dia das Crianças está mais caro neste ano

O cenário econômico e sanitário pode ter atingido em cheio o bolso dos consumidores para a compra de presentes para o Dia das Crianças, como mostra a última pesquisa da TIM feita entre seus clientes. O levantamento apontou que 76% disseram que os preços aumentaram, a ponto de 6% terem revelado que farão os próprios regalos para presentear a turminha e não deixar a data passar em branco. Outro reflexo da crise é que 42% pretendem gastar no máximo R$ 100 e, independentemente do valor das compras, 41% afirmaram que pagarão em dinheiro, talvez para tentar economizar no comércio. Entre os cerca de 3.800 entrevistados em Pernambuco, 33% devem investir até R$ 100 e apenas 21% usarão cartão de crédito. A maior parte dos pesquisados no Estado usará dinheiro (40%) como forma de pagamento e a modalidade de pix tem adesão de 16%. Dentre os presentes, brinquedos ainda lideram a lista de preferências em todo o país, com 46%, seguidos por roupas (21%) e calçados (10%). Mas um terço será comprado pela internet, demonstrando a força do comércio eletrônico, que veio para ficar. Em Pernambuco, os campeões são brinquedos em geral (30%), roupas (21%), brinquedos educativos (17%) e calçados (9%).

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