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O que diz o livrinho? (por Francisco Cunha)

Feitas as contas, tenho mais de 40 anos de “janela”, observando com atenção o cenário político e econômico do País. Sim, desde que entrei na faculdade acompanho atentamente a cena nacional e posso dizer, sem medo de errar, que não lembro de ter visto uma situação política tão “enevoada” no curto prazo como esta que estamos vivendo nos dias de hoje. Fui testemunha ocular da segunda metade da ditadura militar, vivi a incerta abertura democrática, a luta e a conquista da anistia, a angustiante eleição e morte de Tancredo Neves, o titubeante governo Sarney, o decepcionante Plano Cruzado, a efervescente Assembleia Nacional Constituinte, a festa das eleições diretas para presidente, a surpresa da eleição, do confisco e do impeachment de Collor, o insólito governo Itamar, a desconfiança e o sucesso do Plano Real, a eleição e o governo de FHC, a revolucionária eleição e o governo distributivista de Lula, e o errático período Dilma. Sem falar na infinidade de crises inclusas em todos esses períodos... Todavia, sempre tinha um sentimento mais ou menos claro do que viria depois da tempestade, mesmo quando ela parecia (e era!) bem forte. Hoje, o tempo nublou de vez e a crise da sucessão do presidente Temer mergulhou nas “brumas de Avalon”, com o País literalmente dividido entre “coxinhas” e “mortadelas”, o que dificulta em muito a saída negociada do impasse... Em meio às névoas da incerteza, todavia, tenho uma firme convicção: a saída tem que ser constitucional, qualquer que seja ela! O Estado de Democrático de Direito foi, junto com a estabilidade econômica, a grande conquista da luta cidadã de toda uma geração, empreendida ao longo das últimas décadas. Qualquer tentativa de aventura fora disso, não podemos esquecer, é crime de lesa-pátria! Relata a crônica histórica que o primeiro presidente eleito depois da ditadura Vargas, o marechal Eurico Gaspar Dutra, sempre que lhe apresentavam alguma questão politicamente cabeluda, perguntava, apontando para o pequeno exemplar da Constituição de 1946 que levava consigo: “o que diz o livrinho?” O próprio presidente Temer, professor de direto constitucional que é, no seu discurso pós-impeachment, citando o presidente Dutra, prometeu ter sempre esta atenção. É chegada a hora do mais duro teste dos últimos tempos: fora do “livrinho” não há salvação e todo o resto, por mais sedutor que seja, não passa de aventura casuística!

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Por que os brasileiros jogam lixo na rua?

O Brasil é o quarto mercado mundial em produtos de limpeza, depois dos EUA, China e Japão, segundo pesquisa realizada pelo Euromonitor. Isso significa que o brasileiro é muito cioso da limpeza da sua casa. O mesmo, porém, não acontece da porta para fora. Basta observar as ruas das cidades brasileiras e constatar a grande quantidade de lixo acumulada. Para se ter ideia, no Recife, em vias como as Avenidas Conde da Boa Vista e Guararapes, o trabalho de varrição chega a acontecer sete vezes por dia. Para o antropólogo Roberto DaMatta, esse comportamento tem origem na conflituosa relação que o brasileiro tem com as áreas privadas e públicas. A rua, sendo de todos, é tratada como se fosse de ninguém. “A representação da casa denota uma apropriação de um espaço que você possa chamar de seu. Já a rua é o lugar onde cada um deve zelar por si”, explica o estudioso que abordou o assunto na obra A Casa & a Rua. DaMatta ainda explica que o descaso com o que é público tem origens históricas. “Surge desde a época dos grandes impérios, onde se tinha uma lei para os nobres e, outra, para o povo, e um mesmo crime era julgado de forma diferente”, explicou. Para o professor, essa ideia de impunidade foi se perpetuando por gerações resultando no chamado “jeitinho brasileiro”. “A diferença é que hoje na Europa, por exemplo, existam multas severas para quem despeja o lixo no lugar inadequado. Mas nós brasileiros vamos sempre achar que podemos driblá-la ou que a punição não vai acontecer com a gente, então continuamos mantendo esse hábito e jogando a responsabilidade para o outro”, destaca. Cidades como o Rio de Janeiro e Jaboatão dos Guararapes já dispõem dessa legislação. Mas, em outras localidades, essas ações punitivas não ganharam tanto alcance por falta de regulamentação. A psicóloga social, Helenilda Cavalcanti, da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), também acha, como DaMatta, que leis são importantes, mas não resolvem o problema. “Acredito ser fundamental uma formação como cidadão, que não se aprende necessariamente na escola”, afirmou. “Muitas vezes não temos uma atenção com o espaço público, por pensarmos que a responsabilidade é do outro, mas não damos conta de que vivemos em sociedade e nossas atitudes, por menores que sejam, como realizar a coleta seletiva, pode mudar tudo”, avaliou. “As leis podem ser importantes, mas também tem que partir de nós mesmos querer ajudar”, concluiu. Implicações históricas também são o ponto de partida da análise de Tiago César, professor de história da Universidade Católica (Unicap). A falta de atenção do poder público, segundo o acadêmico, levou as populações a jogarem seus lixos em locais baldios ou desabitados. “Essa prática era comum desde o Brasil Colônia e, embora as Câmaras Municipais legislassem sobre o assunto, sabemos que, mesmo sob o risco de multas, a população continuava a jogar seus dejetos em locais inapropriados. Estamos falando de um costume de longa duração que necessita de tempo e de um trabalho intensivo de parceria dos políticos com a sociedade”, analisa. “Hoje se quisermos mudar essa prática precisaríamos ter, primeiramente, reformas básicas e inteligentes nos locais mais degradados de nossas cidades, permitindo com que as classe sociais mais atingidas se sintam parte dela, começando por ter acesso a uma infraestrutura de qualidade, além de se potencializar uma escolarização de nível, paralelamente, e um trabalho de conscientização”, sugeriu o professor Tiago. Entretanto, ele explica que o descuido com o que é público não é um fenômeno associado unicamente a um grupo ou classe social. “Já vi gente muito instruída, estudando em ótimos colégios, jogando o papel do sanduíche no chão, tendo ao lado uma lixeira”, ressalva. DaMatta também acredita que a alternativa para resolver o problema seriam medidas de conscientização. “Possíveis programas educacionais, aliados a campanhas eficientes que incentivem a população e atendam as camadas mais necessitadas”, explicou. Já o secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade, Sérgio Xavier, salienta que se deve levar em conta a dimensão cultural em relação a políticas públicas voltadas para os resíduos. “Nós convivemos com o lixo e não ficamos indignados. Os japoneses, por exemplo, se sentem incomodados, porque já faz parte da cultura deles. O brasileiro vai para o estádio, vê a sujeira no chão e pode até não ficar confortável, mas não toma nenhuma iniciativa para mudar aquilo”, destaca. Entre as soluções apontadas por Sérgio Xavier está um sistema de coleta seletiva eficiente, uma economia que valorize o resíduo – através da reciclagem, por exemplo, campanhas de integração com cooperativas, uma logística que facilite a entrega do material para reciclar. No entanto, Xavier ressalta as dificuldades de efetivar medidas que visem a conscientização da população. “Temos um grande analfabetismo ambiental no nosso País e no mundo, muitas vezes as pessoas não sabem que o lixo pode ser reaproveitado, que uma casca de uma fruta pode virar um adubo, por exemplo”, observa. *Por Paulo Ricardo

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São João para todos os gostos

Famosa por ser a Capital do Forró, a cidade de Caruaru, localizada no Agreste do Estado, conta com novidades na programação dos festejos juninos. A começar pelo São João da Roça, que trará de volta a tradicional festa rural nas comunidades de Gonçalves Ferreira, Pau Santo, Terra Vermelha e Vila Rafael e ainda trazendo atrações musicais, como Petrúcio Amorim, Maciel Melo, Amazan e Josildo Sá. Outra novidade é a aposta na temática associada à sustentabilidade e acessibilidade. Durante o São João, o público poderá participar de atividades, como o plantio de mudas para compensar a pegada de carbono (quantidade total das emissões de gases do efeito estufa causadas pelo evento), campanha de educação ambiental com foco em água, energia e resíduos; ações de boas práticas ligadas ao polo hoteleiro; além de ações de combate à exploração sexual e trabalho infantil. Já no Pátio de Eventos, além do camarote reservado para portadores de necessidades especiais, intérpretes de libras estarão traduzindo tudo o que acontece no palco. A festa vai até o dia 29 deste mês e contará com mais de 400 atrações que atenderão a todos os gostos, inclusive para os que querem escapar da tradição. O Polo Azulão, por exemplo, localizado na Avenida Rui Barbosa, contará com um som mais alternativo, e entre os escalados para animar a festa estão Lenine, Almério, Eddie, Chico César e Siba. Para quem quiser curtir outros estilos musicais, o Som da Rural, conhecido por animar as noites na capital pernambucana, estará na Rua Silvino Macêdo, popularmente chamada de Má Fama, entre os dias 22 e 25 de junho. Já no Alto do Moura, no Polo Mestre Vitalino, a festa junina será representada pelo bom e tradicional forró pé-de-serra e das bandas de pífanos. No Polo Mestre Galdino, situado na Praça do Artesão, algumas manifestações culturais da região como Mazurca, Reisado, Maracatu e Bumba Meu Boi apresentam-se entre os dias 22 e 25. E para quem não dispensa uma mistura de ritmos, com artistas locais e nacionais, o Pátio do Forró irá sediar atrações como Fulô de Mandacaru, Matheus e Kauan, Gusttavo Lima, Bell Marques, Aviões do Forró, Dorgival Dantas, e grandes nomes da música nordestina como Alceu Valença, Flávio José, Jorge de Altinho, Elba Ramalho, Petrúcio Amorim e Alcymar Monteiro. Além das atrações musicas os pratos típicos são um show à parte. Nos polos gastronômicos da cidade, no Alto do Moura, Rua da Má Fama e na Feira de Artesanato, o público poderá experimentar as tradicionais comidas típicas. NO SÃO FRANCISCO Em Petrolina, localizada no Vale de São Francisco, os festejos juninos começaram desde o dia 19 de maio com o São João dos Bairros. Assim como Caruaru, a cidade terá uma atenção voltada para portadores de deficiência por meio de um espaço inclusivo próximo ao palco das 71 apresentações musicais durante os 17 dias de shows. A novidade deste ano será trazer de volta as festas juninas dos bairros, que acontecem em quatro finais de semana antecedente ao evento no palco principal. Isso porque, diferentemente de outros locais, Petrolina conta com duas fases de circuitos juninos, a primeira conhecida como festas nos bairros e no segundo momento artistas nacionais e locais se apresentam no Pátio de Eventos Ana das Carrancas. A primeira etapa, conta com os arraiais montados nos bairros José e Maria, Rio Corrente, Areia Branca e na Avenida dos Tropeiros, e com shows de artistas locais e convidados, além de quadrilhas juninas, festas na Zona Rural e 46ª Jecana – evento de Petrolina caracterizado pela corrida de jegues, além de celebrações religiosas e apresentações culturais. Já a segunda fase acontece nos dias 16 a 24 de junho, no pátio Ana das Carrancas, com apresentações de shows, como Wesley Safadão, Jorge e Mateus, Bruno e Marrone, Magníficos, Marília Mendonça, além do forró de raiz, como Flávio José e Maciel Melo. Serviço: São João de Caruaru acontece até o próximo dia 29 e o de Petrolina até dia 24. de junho. Veja a programação de outras cidades no site da Algomais. *Pelo repórter Paulo Ricardo 

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O poder do marketing de experiências

Em cinco anos de atuação, a Mova investiu num perfil de comunicação que está em ascensão no mundo inteiro: o marketing de experiências ou live marketing. “Relações humanas são essencialmente analógicas e nós acreditamos que relações entre marcas e consumidores também devem ser. Por isso, criamos experiências que envolvem relações diretas e autênticas. Juntamos entretenimento com conteúdo. Gerenciamos sensações para criar vivências únicas. E, assim, criamos memórias e histórias que são compartilhadas”, explica Lula Pessoa de Mello, um dos sócios da empresa que cresceu o faturamento numa média de 30% ao ano desde 2012. O maior case de sucesso da empresa é a realização do The Final (que antes era conhecido como Champions Experience), da Heineken, que une a marca da cerveja à exibição da partida final da UEFA Champions League em um lugar de grife, como o castelo do Instituto Ricardo Brennand. “Esse evento, que acontece desde 2012, representa bem o que é a Mova. Criamos do zero esse conceito de reunir formadores de opinião para assistir aos jogos”, afirma Lula. A ação da Heineken atinge diretamente 400 pessoas. Nesse grupo estão 16 formadores de opinião, chamados capitães, cada um desses convida mais 10 pessoas para formar seu time “O impacto direto do evento é pequeno, mas cada capitão tem uma rede social com no mínimo de 5 mil a 10 mil pessoas. Um deles chega a ter 300 mil seguidores no Instagram. Um post, via um formador de opinião, tem muito mais impacto do que a empresa falando dela mesma, com uma publicação patrocinada”. Os outros convidados são capitães de anos anteriores e parceiros comerciais da Heineken. O executivo afirma que o crescimento do marketing digital tem potencializado o live marketing. “Experiências presenciais nunca foram tão valorizadas. Com os influenciadores digitais corretos podemos ampliar exponencialmente o número de pessoas impactadas e, consequentemente, o retorno do investimento feito pelo cliente”. Por ano, a empresa promove entre 30 e 50 eventos. Entre eles, lançamentos de veículos, como Hilux e Etios, e a inauguração de lojas, a exemplo da Harley Davidson. Nessa, uma ação ousada foi fazer o sorteio de seis tatuagens da marca de motocicletas para os participantes do evento. Para a surpresa dos organizadores, dos 350 convidados, 100 se inscreveram para concorrer. “Parece surreal que a pessoa queira tatuar uma marca no seu corpo. Mas nesse caso, ela representa atitude, um estilo de vida. Com marcas assim nosso trabalho fica facilitado”, afirma. Essas experiências foram tão positivas que algumas empresas que promoveram lançamentos passaram também a investir em um outro segmento que a Mova está apostando, o marketing com eventos esportivos. Junto à Heineken foram organizados a Champions Cup (Torneio de Futebol) e o Champions Bowling League (campeonato de boliche). Essas competições têm a proposta de levar uma estrutura de esporte profissional para amadores. No segmento esportivo, outro evento de destaque foi a realização de um rally em Gravatá, promovido pela Toyolex, e o Torneio Lagoa Azul de Tênis, de iniciativa de Sérgio Monteiro Cavalcanti. Apesar de promover eventos de grande porte, a Mova tem um time enxuto, de 11 pessoas. Mas chega a envolver até 200 em uma ação. Os sócios são Lula Pessoa de Mello, Jorginho Peixoto, Gabriel Freire, Henrique Pereira e Anselmo Albuquerque. A empresa se uniu à Duca, liderada por Queiroz Filho e Daniel Queiroz. “O grupo Duca tem um ambiente que cria uma sinergia muito bacana entre as empresas, o que favorece a inovação e criatividade”, elogia Lula. Em 2016, com a crise, a Mova repensou algumas estratégicas e está construindo um novo direcionamento que seguirá por três frentes: gestão de experiências, eventos esportivos e de conteúdo. “Agora que entramos para o grupo estamos focados não somente em realizar eventos para clientes, mas também em criarmos eventos que atendem diretamente uma necessidade do mercado, que são financiados por patrocínio e ingressos”. A primeira ação dentro do segmento de marketing de conteúdo será o Cidades Algomais – CAM, realizado em parceria com a Algomais. “Esse projeto tem como principal objetivo promover iniciativas positivas e transformadoras ligadas a temas urbanos”. Caruaru foi a cidade escolhida para fazer o lançamento do projeto. “O marketing de conteúdo tem um poder muito forte. A inspiração mexe com o sentimento das pessoas”. Lula defende que eventos como o CAM podem ajudar a transformar a experiência urbana de uma cidade como o Recife ou Caruaru. E essa expectativa de transformação gera grande interesse da população e das marcas. (por Rafael Dantas - repórter da revista Algomais)

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Concursos em PE: 280 vagas com salários de até R$ 4,2 mil

Seis concursos e seleções públicas em Pernambuco estão abertos, com a abertura de 280 vagas. As oportunidades são para a prefeitura de Lagoa dos Gatos, para a Secretaria Executiva de Ressocialização, o Conselho Nacional de Técnico em Radiologia, o Conselho Regional de Biomedicina, além da Funape e Funase. Confira abaixo o quadro de vagas e as informações referentes às inscrições e salários de cada seleção. Secretaria Executiva de Ressocialização - SERES Vagas: 85 Oportunidades: Servidores da Seres (oportunidades para profissionais com ensino superior em qualquer área e portadores de habilitação na categoria "B") Inscrições: Entre os dias 7 de junho e 3 de julho de 2017, via internet, no endereço eletrônico www.cespe.unb.br/concursos/seres_pe_17 Salários: R$ 3.872,82 (vencimento mais as vantagens) Baixe o edital: Concurso para a Seres Conselho Nacional de Técnico em Radiologia - Regional Pernambuco Vagas: 3 vagas (mais 75 para o cadastro de reserva) Oportunidades: Uma vaga para gente fiscal, uma para auxiliar administrativo e uma para técnico em contabilidade. Inscrições: Até o dia 10 de julho, exclusivamente via site www.quadrix.org.br. Salários: R$ 1.069,20 (para auxiliar e técnico) e R$ 2.057,15 (para agente). Os profissionais terão direito ao valor de R$ 330 de vale refeição. Baixe o edital: Concurso do CONTER Conselho Regional de Biomedicina Vagas: 3 Oportunidades: Uma vaga destinada à fiscal de biomédico (para graduados em Biomedicina; registrados no Conselho Regional de Biomedicina; e com Carteira Nacional de Habilitação (CNH) - categoria “B”) e duas vagas para agente administrativo (necessário ensino médio completo). Inscrições: Até o dia 5 de julho de 2017, exclusivamente via internet, pelo site www.eplconcursos.com.br Salários: Entre R$ 2.000 e R$ 4.200 Baixe o edital: Concurso do CRBM Prefeitura de Lagoa dos Gatos Vagas: 33 Oportunidades: Para professor, agente de combate às endemias, agente comunitário de saúde e motorista socorrista para o SAMU. Inscrições: Presencialmente na Secretaria de Administração da Prefeitura Municipal da Lagoa dos Gatos (Av. 7 de setembro, nº 44, centro de Lagoa dos Gatos, no horário das 8h às 13h), até o dia 15 de junho de 2017. Baixe o edital: Seleção para Prefeitura de Lagoa dos Gatos Fundação de Aposentadorias e Pensões dos Servidores do Estado de Pernambuco (Funape) Vagas: 52 Oportunidades:  10 vagas para analistas jurídicos previdenciários e 42 vagas para analista em gestão previdenciária Inscrições: Entre os dias 19 de junho e 20 de julho pelo site da FCC (http://www.concursosfcc.com.br/) Salários: R$ 3.678,05 (com vale-alimentação de R$ 246,40) Baixe o edital: Concurso para Funape   Fundação de Atendimento Socioeducativo (Funase) Vagas: 100 Oportunidades: Para agentes socioeducativos (nível médio) nos municípios de Vitória de Santo Antão, Caruaru, Garanhuns, Petrolina e Arcoverde. Inscrições: De 7 de junho a 14 de julho de 2017, via internet: www.institutodarwin.org Salários: R$ 1.320 Baixe o edital: Seleção para Funase

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Cooperativas do Vale do São Francisco driblam a recessão, inovam e crescem

Pernambuco possui mais de 134 mil pessoas integradas em alguma cooperativa. Ao todo são 264 organizações cooperadas no Estado, que são responsáveis pela geração de quase cinco mil empregos. Os ramos são diversos, indo da fruticultura irrigada ao setor de transporte ou crédito. Esse é um movimento que tem fortalecido principalmente as pequenas e médias empresas, que juntas ganham escala e a possibilidade de ocupar espaços no competitivo mercado global. Um dos cases de maior sucesso em solo pernambucano é o das empresas de produção de uvas e mangas no Vale do São Francisco. Nos centros urbanos, as cooperativas médicas, Unimeds, são a marca mais conhecida.   Uma das organizações que tem atravessado a crise com acelerado crescimento é a Coopex Vale (Cooperativa de Produtores e Exportadores do Vale do São Francisco). Com 27 cooperados e 400 hectares de terras, ela alcançou em 2016 um faturamento de R$ 63 milhões. Esse resultado bateu em 30,3% os números de 2015, quando faturou R$ 48,4 milhões. “Para 2017 projetamos um salto para R$ 75 milhões”, afirma o diretor Jailson Lira. Para alcançar esse desempenho a cooperativa investiu em inovação, com a oferta de novas variedades de uvas. Há três anos a Coopex Vale investiu na espécie de uva Arra 15, desenvolvida na Califórnia. Mesmo pagando royalty de 6% por cada quilo de produção para os norte-americanos, a novidade caiu no gosto da clientela brasileira e europeia e tem avançado no mercado. Outra nova variedade é a BRS Vitória, uma uva preta, desenvolvida pela Embrapa, bastante doce e com aroma agradável. A entrada mais forte no mercado brasileiro da Coopex Vale se dá com a criação da marca Gota de Mel. A inspiração para lançar as novas espécies de uva veio dos melões de redinha, que ofertam produtos selecionados, com um maior valor agregado. “Um dos nossos diferenciais tem sido levar a mesma qualidade que oferecemos na exportação para o mercado brasileiro”. Outro player de destaque na frutivinicultura no Vale é a Cooperativa Agrícola Nova Aliança (Coana). Composta por cinco famílias de origem japonesa, eles dispõem de uma área de produção de 500 hectares entre uvas e mangas. “A cooperativa faz a aquisição de insumos e embalagens. Esse trabalho conjunto nos faz comprar bem. Para o pequeno produtor esse é o único caminho para se manter competitivo. A nossa estrutura oferece também a câmara fria. Somos responsáveis por 100% da comercialização dos produtores”, afirma o presidente Edis Matsumoto. Atualmente, 65% das uvas da Coana são para o mercado interno, enquanto que 35% vão para o exterior. Já em relação às mangas, 60% são exportadas e 40% ficam no País. Além da produção anual de 6 mil toneladas de uvas e 4 mil toneladas de manga, a Coana se diferenciou ao investir na produção do suco de uva Terra Sol (integral, sem adição de água ou açúcar). “Nos últimos 10 anos, o mercado para esse segmento de suco cresceu numa média de 15% ao ano”, afirma Igor Sileni, gerente de operações da empresa que produz 500 mil litros por ano e já faz testes para oferecer também suco orgânico. Em 2016, o faturamento com a comercialização para o mercado externo foi de R$ 23 milhões, enquanto que para o mercado interno atingiu R$ 17 milhões. “Nossa maior aposta agora é o consumidor do Brasil. Projetamos que em cinco anos chegaremos a um faturamento de R$ 55 milhões para o mercado brasileiro e R$ 35 milhões nas exportações”, afirma Matsumoto. Entre as cooperativas urbanas, o segmento de crédito tem alcançado resultados bastante promissores. O Sicredi (Sistema de Crédito Cooperativo) do Vale do São Francisco fechou o ano de 2016 com 3.176 associados. Ela dispõe de duas agências em Petrolina e uma em Juazeiro. A organização fechou o ano passado com um ativo total de R$ 73.757 milhões, que representou uma evolução de 17% em relação a 2015. “Nos bancos o usuário é um cliente, na cooperativa é o próprio dono”, diferencia o presidente do conselho de administração, Antônio Vinicius Ramalho. O presidente da OCB-PE ressalta que há um engajamento maior dessas cooperativas com o desenvolvimento local, quando comparados com as instituições bancárias. “As cidades com cooperativas alcançam IDH melhores”, afirma Malaquias. Uma das marcas do Sicredi em todo o País, por exemplo, é o apoio à agricultura familiar. Por três anos consecutivos a organização foi o agente financeiro com maior volume de operações de investimento no âmbito do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). No ano agrícola 2015/2016 foram realizadas 11 mil operações, que movimentaram R$ 567 milhões em investimentos. A cooperativa estima fechar 2017 com a liberação de cerca de R$ 10,6 bilhões, em 185 mil operações, entre custeio e investimentos em todo Brasil. A cooperativa médica Unimed está construído o hospital Unimed Petrolina. Com o investimento de R$ 20 milhões, a unidade hospitalar será a maior da região, com 200 leitos. A primeira etapa da obra, que terá 30 leitos, será inaugurada em outubro. Com 400 médicos associados, a cooperativa tem uma carteira de 62 mil usuários. A rede já possui um hospital próprio da região do Vale do São Francisco, o Unimed Juazeiro, que dispõe de 79 leitos. “Somos a maior operadora da região. No ano passado tivemos um crescimento de 4% na quantidade de usuários. Esse foi inclusive um desempenho menor, devido à taxa elevada de desemprego. A nossa média de crescimento era de 6,5% a 8% por ano”, relata o gerente comercial Ítalo Barbosa. Para fortalecer o movimento do cooperativismo em Pernambuco, a OCB-PE investe em formação. A organização é responsável pelo Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop), que integra o Sistema S, a exemplo do que é o Senai, para a indústria, e o Sebrae, para o empreendedorismo. No incentivo à formação, a OCB-PE criou há 3 anos o primeiro MBA do Estado em Gestão de Cooperativas. No primeiro ano, o curso foi ofertado em parceria com a Unicap, no ano passado com a Maurício de Nassau, e atualmente acontece em parceria com a Faculdade

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Formação superior para alavancar o cooperativismo

Formação é palavra-chave para alavancar a competitividade encontrada pelo cooperativismo pernambucano para atravessar a crise. Em Pernambuco, onde mais de 134 mil pessoas estão integradas em alguma cooperativa, a Organização das Cooperativas Brasileiras em Pernambuco (OCB-PE) decidiu nos últimos anos investir na oferta de cursos de pós-graduação focada na gestão, construindo cursos em parceria com instituições de ensino superior do Recife. A iniciativa já formou mais de 80 alunos que participam de alguma das 264 das organizações em funcionamento no Estado. “O sistema OCB-PE tem investido bastante na formação das pessoas, colaboradores e dirigentes das cooperativas do Estado. Entendemos que só através da educação podemos mudar e criar um cooperativismo novo. Essa especialização que ora fazemos é no sentido de preparar mão-de-obra para melhor prestar o serviço de gestão e governança. E com isso as cooperativas poderem prestar o seu trabalho para os cooperados e para a sociedade que as rodeiam”, afirma Malaquias Oliveira, que preside o sistema. O dirigente afirma que a motivação de fortalecer a formação partiu do diagnósticos traçado pelo sistema de que havia uma governança ruim em várias cooperativas, resultado de dirigentes pouco preparados. “Muitos dirigente eram produtores rurais que tinham dificuldade de administrar a cooperativa como negócio. Nosso alunos vem de todas as cooperativas, em geral são dirigentes ou gestores que estão no dia a dia dessas organizações. Ao final do curso essa gente é devolvida as suas cooperativas para exercer sua atividade melhorada. Com isso acreditamos que podemos melhorar os processos e consecutivamente o desempenho”. Um dos alunos recém-formados é Adailson Freire. Aos 74 anos, ele foi o vovô da turma, mas continua na ativa na Cooperativa de Prestação de Serviços (Coosepe), que funciona em Olinda, além de apoiar o funcionamento da Associação de Desenvolvimento Rural Sustentável da Serra da Baixa Verde (Adessu), uma organização cooperada que atua com a agricultura familiar em Triunfo e Santa Cruz da Baixa Verde, no Sertão. “Eu preciso estar atualizado e tinha evidentemente que passar por um nova formação. Apesar da idade avançada, tenho necessidade de estar no mercado. Não quero ser inútil a sociedade. Mas quero poder ajudar as pessoas que precisam, como da agricultura familiar”, revela os motivos por retomar as salas de aula. No trabalho com os cooperados da agricultura familiar, Freire explica as adequações que a organização está passando para ganhar competitividade. “Eles tem uma unidade de produção de polpas e outra que fabrica açúcar mascavo e rapadura. Estamos fazendo um trabalho de adequação à legislação, através das diretrizes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Atualmente esses produtos são levados para a feira agroecológica de Serra Talhada. Queremos cada vez mais profissionalizar essa atuação da parte operacional para entrar em novos mercados”, explica. Integrante da Cooperativa de Produtores de Leite do Cariri Paraibano (Coapecal), Gilberto Manoel Paixão é outro aluno recém-formado pela pós-graduação. Veterinário e licenciado em ciências agrícolas, ele buscou a especialização para se aprofundar na gestão das cooperativas. “Sou responsável pela qualidade do leite e sempre dou palestras aos agricultores e criadores. O curso me trouxe muita qualificação, que consegui assimilar informações relevantes para o nosso setor que levarei para quem está na ponta da nossa produção”, afirma. A Coapecal desenvolve captação de leite em 21 municípios, contando com 462 cooperados e com 230 funcionários. “Completamos 20 anos de trabalho. Apesar de sermos uma cooperativa pequena de agricultores familiares, estamos hoje entre os grandes produtores da região em função da nossa qualidade e presença no mercado”, afirma. Com 67 tanques de captação de leite, a cooperativa faz uma logística com caminhões isotérmicos para receber o produto dos cooperados. Transporta o leite para a indústria, onde é testado antes de entrar no processo de fabricação. “Tudo o que é de aprendizado que tive no curso é importante e eu pretendo levar para essa cadeia produtiva, principalmente sobre gestão e governança. Além de oferecer as aulas e instigar a pesquisa, os alunos da pós-graduação encerram o ciclo de formação com uma viagem técnica para conhecer experiências bem sucedidas no Estado. Neste ano o grupo discente foi para a região do Vale do São Francisco onde visitou a  Coopex Vale (Cooperativa de Produtores e Exportadores do Vale do São Francisco), a Cooperativa Agrícola Nova Aliança (Coana), o Sistema de Crédito Cooperativo do Vale do São Francisco (Sicredi) e a Unimed da região. Apesar da crise, todas essas organizações, ancoradas por gestões bem profissionalizadas, tiveram crescimento de faturamento nos últimos anos.   A última turma formada pela iniciativa aconteceu em parceria com a Faculdade Marista. Os dois primeiros grupos estudaram na Unicap e na Faculdade Maurício de Nassau. O próximo passo que está nos planos da OCB-PE é de criar uma Faculdade do Cooperativismo em Pernambuco, para oferecer graduações, como já acontece em outros três estados brasileiros. “Estamos na fase de discussões para a criação de uma faculdade do cooperativismo em Pernambuco, com objetivo de ser uma faculdade para a região Nordeste. Talvez a partir do próximo ano já tenhamos isso mais elaborado. Nossa proposta é de termos um curso superior em cooperativismo com extensão, pesquisa e graduação, além da pós graduação”, explica o presidente do sistema OCB-PE, Malaquias Oliveira. CENÁRIO NACIONAL DA FORMAÇÃO No Brasil existem poucos cursos superiores em cooperativismo. Ligados ao sistema OCB foram criadas apenas três faculdades. A pioneira foi a Escola de Tecnologia do Cooperativismo (Escoop), em Porto Alegre (RS), fundada em 2011. Depois dela foram criadas a Faculdade de Ensino e Pesquisa em Cooperativismo (Fepcoop), em Cuiabá; e mais recentemente, ainda em 2017, a Faculdade Unimed em Belo Horizonte. O curso mais antigo em formação de cooperativismo, no entanto, é uma graduação na Universidade Federal em Viçosa. Reconhecido como Bacharelado em Administração com Habilitação em Administração de Cooperativas desde 1991, essa formação em uma história mais antiga, que remonta ao ano de 1975, quando foi organizado o então curso de Tecnólogos em Cooperativismo. *Por Rafael Dantas, repórter da Revista Algomais (rafael@revistaalgomais.com.br)

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A cidade dos sonhos de Ricardo Brennand (por Leonardo Dantas)

Em 27 de maio passado, o industrial Ricardo Coimbra de Almeida Brennand, completou 90 anos de existência, notabilizando-se não somente como um construtor de fábricas (19 projetadas e modernizadas), mas também como grande criador do Instituto Ricardo Brennand, a Cidade dos Sonhos, que hoje se destaca em um dos mais importantes museus do Brasil. Tudo começa quando ele, ainda muito jovem, inicia a sua coleção de armas brancas. Durante toda a sua vida e em todas as suas viagens aos mais diferentes países, foi ele formando a sua própria coleção, reunindo espadas, facas, alabardas, lanças, escudos, punhais, adagas, armaduras (para cavalos e cavaleiros), balestras, elmos, arcabuzes, espingardas, mosquetes, carabinas, pistolas de duelo, milhares de canivetes, uma singular armadura para cachorro, quadros e esculturas de procedências diversas, além de curiosidades outras como as espadas de cerimonial do Rei Faruk I do Egito, estas últimas folheadas a ouro e cravejadas por brilhantes. Antes da criação do instituto, armas brancas não só da Europa, mas do Oriente, como as procedentes da China, Japão, Índia (verdadeiras joias da cutelaria mongol), do Nepal, da Oceania, integravam um pandemônio de peças que se espalhava pelos diversos cômodos de sua residência em São João da Várzea. No início do século 21, capitalizado com a venda de três fábricas de cimento do Grupo Brennand, Ricardo Brennand pensou em tornar realidade um antigo sonho: o de reunir no mesmo local todas as peças de sua monumental coleção. Através de traços rabiscados com uma caneta vermelha, ele ia criando algo semelhante a um castelo medieval, como aqueles que despertaram a sua atenção quando de suas visitas ao Vale de Loire (Vallé de la Loire), na França. Desejava Ricardo Brennand tão somente um cenário medieval que servisse de fundo para exposição e guarda de suas peças centenárias. Um castelo construído no estilo Tudor; o mesmo estilo que dominou a arquitetura inglesa entre 1585 a 1603, tão presente nos prédios das Universidades Cambridge e Oxford, que remonta aos primeiros tempos do neogótico. Não mais pensamentos ou hipóteses, mas um castelo medieval na Várzea do Capibaribe, com todas as suas nuances, particularidades e mistérios, que pudesse abrigar a sua incomparável coleção de armas brancas, grande parte delas verdadeiras joias da cutelaria universal. A tarefa de transformar o sonho em realidade foi entregue à firma Augusto Reinaldo Arquitetura e Desenho, cujo titular entregou-se de corpo e alma à ideia. Para isso, viajou ele à Europa numa temporada de observação aos monumentos do Vale de Loire, bem como de outros recantos da França, a fim de adquirir restos de demolição de antigos castelos a serem aplicados na construção do novo Castelo de São João. Concluída a sua viagem de observação, Augusto Reinaldo vai ao encontro de Ricardo Brennand, no Hotel Ritz de Paris, levando em mãos uma coletânea de fotografias documentando 23 castelos do Vale do Loire, com detalhes que ele gostaria de repetir no Castelo de São João; inclusive a portada de entrada esculpida em pedra, originária de um castelo francês. *Artigo da coluna Arruando por Pernambuco, assinada pelo jornalista e historiador Leonardo Dantas

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Urbanismo Sustentável: quando o cidadão se apropria da cidade

As casas do Recife eram voltadas para o Rio Capibaribe nos primórdios da cidade. Com a modernização da capital pernambucana e o crescimento da indústria dos automóveis no País, o modelo de urbanização foi invertido. A população deu as costas ao seu principal ativo ambiental e se voltou para as avenidas. A mobilidade ancorada pelos veículos motorizados individuais resultou numa experiência urbana caótica e poluída. Desse desconforto cotidiano e da eclosão de movimentos sociais em defesa de uma cidade mais humana e verde operou-se uma mudança. O recifense voltou a olhar para o rio, a andar de bicicleta e a cobrar por mais qualidade nas calçadas. Nasceu um novo protagonismo cidadão que associa conhecimento técnico e mobilização popular por um urbanismo sustentável. A criação do Jardim do Baobá, nas Graças, representa bem essa tendência na luta por uma cidade mais sustentável. Ele é uma das peças do Parque Capibaribe, que é a principal aposta do poder municipal de reordenamento urbano para o Recife num cenário de longo prazo. “O Jardim do Baobá é o marco zero de um modelo que pretendemos implantar na cidade. O parque traz um alto padrão de mobiliário urbano, com prioridade aos pedestres e ciclistas”, diz Bruno Schwambach, secretário municipal de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente. Schwambach considera como um dos diferenciais da iniciativa a intensa participação popular. “Não é um projeto da prefeitura, mas da cidade”. Para envolver a sociedade, segundo o secretário, foi fundamental o convênio com o Inciti/UFPE, que promoveu diversos fóruns e debates com atores locais para discutir o projeto. “Para que haja sustentabilidade as decisões não podem ser tomadas sem a conexão com a população, precisa de um amplo engajamento”, ressalva Schwambach. Outros movimentos de apropriação do espaço urbano fervilharam no Recife nos últimos anos. Desde grandes mobilizações, como no caso do Ocupe Estelita, até a organização de vários grupos locais, como o Instituto Casa Amarela Saudável e Sustentável. A associação surgiu para combater a insegurança local e acabou atuando na defesa de um bairro mais humanizado. Possui cinco núcleos que cuidam de áreas específicas da comunidade, como o Sítio da Trindade, a Biblioteca Municipal (reaberta com a ação dos moradores) ou a Horta Comunitária (plantada num terreno baldio adotado pelos vizinhos). “O mais importante é engajar as pessoas na preocupação com o espaço público. A horta era uma área com lixo que foi ocupada e é cuidada pela população. Virou um point ambiental, criado sem recursos, mas com muito carinho da comunidade”, afirma o coordenador Vandson Holanda. Movimentos semelhantes se espalham por diversos bairros, como em Casa Forte, Setúbal, Graças e Brasília Teimosa. O doutor em Estruturas Ambientais Urbanas e professor da Universidade de São Paulo (USP), Bruno Padovano, considera essencial essa participação dos cidadãos. “Nada mais pode ser realizado de cima para baixo, sem envolver todos os interessados, até porque na interface dos diversos atores sociais podem surgir ideias muito melhores do que aquelas que muitas vezes se originam em paradigmas superados”. Nos últimos anos cresceu também o número de movimentos que criticaram o padrão de mobilidade. Surgiram o Olhe Pelo Recife – Cidadania a Pé, a Frente de Luta pelo Transporte Público e a Associação Metropolitana de Ciclistas do Grande Recife (Ameciclo). O assunto é estratégico, pois a forma como os pernambucanos se locomovem tem um grande impacto ambiental. Segundo o Inventário de Emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) da Cidade do Recife, 65% do CO2 emitido na capital provém do transporte. Com quatro anos de atividade, a Ameciclo ampliou sua atuação ao mesmo tempo que aumentou sensivelmente o número de ciclistas na cidade. O movimento participou da construção do Plano Diretor Cicloviário da Região Metropolitana, promoveu a primeira Conferência Livre de Mobilidade do Recife e desenvolveu um sistema de reutilização e compartilhamento de bikes em duas comunidades carentes do Recife, o Bota pra Rodar. Além disso, tem investido na realização de pesquisas para embasar sua atuação. “É importante fazer o Recife ter uma estrutura urbana mais humana. Quando toda malha viária é construída para o automóvel, você tira a cidade das pessoas e as ruas viram apenas canal de passagem e não de vivência”, afirma Lígia Lima, uma das coordenadoras da Ameciclo e integrante do Observatório do Recife. Ela afirma ser necessário diminuir a velocidade nas ruas, diversificando o modo como as pessoas fazem seus percursos no dia a dia, estimulando principalmente o andar a pé e de bicicleta. “Quando as pessoas não só passam pelas vias, mas vivem a cidade, passam a se preocupar com esse espaço se fosse sua própria casa. A partir daí, começam a querer cuidar mais da área pública”, avalia.   Uma característica desse novo protagonismo cidadão é a preocupação com o longo prazo. Uma organização da sociedade civil especializada nessa perspectiva é a Agência Recife para Inovação Estratégica (Aries). “É do povo que emergem as prioridades, a alma do tipo de cidade que queremos ser. Só acertando a interpretação dessa vontade que vamos conseguir um projeto de longo prazo que represente de verdade o recifense”, declara Guilherme Cavalcanti, diretor da Aries. “A cidade precisa ser tratada como o complexo e estratégico sistema que é, caso contrário, sofreremos as consequências de soluções pontuais desconectadas, que formam um verdadeiro Frankenstein e não o lugar que merecemos. Precisamos partir de uma visão macro, que responda à pergunta “qual é a cidade de que precisamos?”, afirma Roberto Montezuma, presidente do CAU-PE. (Reportagem do jornalista Rafael Dantas - rafael@revistaalgomais.com.br)   LEIA TAMBÉM: Três perguntas para Roberto Montezuma sobre urbanismo sustentável “O Recife precisa ter uma estrutura urbana mais humana”, entrevista com Lígia Lima, da Ameciclo

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PCR e UNICAP realizam reunião pública sobre as diretrizes urbanísticas do Plano Centro Cidadão

A manhã desta quinta-feira (08) foi dedicada à apresentação das diretrizes urbanísticas do Plano Centro Cidadão. O trabalho é fruto de um convênio firmado entre a Prefeitura do Recife, por meio da Secretaria de Planejamento Urbano (SEPLAN), e a Universidade Católica de Pernambuco. O Plano visa gerar estudos de referência para o planejamento urbano, buscando soluções para os problemas do Centro Expandido Continental do Recife. A supervisão do trabalho foi feita pelo Instituto da Cidade Pelópidas Silveira (ICPS), órgão técnico de planejamento urbano da Prefeitura ligado à SEPLAN. A reunião foi aberta ao público, fez parte do cronograma de atividades do Conselho da Cidade e foi realizada na UNICAP. A área do Plano, que será finalizado neste segundo semestre, inclui os bairros da Boa Vista, Coelhos, Ilha do Leite, Paissandu, Santo Amaro e Soledade. Um dos principais pontos abordados pelo Centro Cidadão é a visão integrada do planejamento entre os espaços públicos e privados promovendo, assim, melhoria da qualidade urbana tomando por prioridade a relação das pessoas com a cidade. Integração urbana e qualidade de vida nortearam as proposições que constam nas diretrizes que foram apresentadas nesta manhã. Interessados em conhecer os detalhes do Plano Centro Cidadão encontrarão o documento disponível no site conselhodacidade.recife.pe.gov.br. Além disso, até o dia 18 de junho é possível contribuir com a discussão, que permanece aberta até a apresentação e apreciação final do Conselho da Cidade. As sugestões devem ser enviadas para o email:icps@recife.pe.gov.br. Ao passo que o Plano Centro Cidadão é finalizado, a Prefeitura do Recife iniciará a revisão do Plano Diretor e da Lei de uso e Ocupação do Solo. “A partir desse momento de discussão das diretrizes, o próximo passo é que a gente transforme em legislação os planos específicos de cada parte desse território central, que vai começar a ser feita a partir deste segundo semestre. São espaços de antecipação que são possíveis de serem executados ao passo que realizamos as revisões das leis urbanísticas do Recife”, explica Antônio Alexandre, secretário de Planejamento Urbano. O conceito de integração entre os espaços públicos e espaços privados traz como produto diretrizes urbanísticas que apontam para um desenvolvimento melhor planejado, mais seguro e que permitirá a permanência das pessoas no convívio com a cidade. Os estudos feitos pela UNICAP a partir da participação social ratificaram o sentimento que o cidadão tem em relação ao território do Centro Continental Expandido: espaços urbanos com infraestrutura adequada e que venham a preservar as relações humanas e cidadãs. “As escutas que promovemos a partir das Oficinas Colaborativas Cidadãs apontaram para um traço muito importante na construção das diretrizes gerais: o convívio entre as pessoas e das pessoas com a cidade. Não foram raras as vezes em que ficou latente a preocupação que as pessoas tiveram em vivenciar a cidade de maneira democrática e humana”, pontuou a professora e coordenadora do Plano pela UNICAP, Andréa Câmara. O Plano Centro Cidadão deverá ser concluído até o final de agosto. Até então foram realizadas as seguintes etapas: estudos integrados, diagnósticos e diretrizes preliminares. A reunião pública é uma das etapas que envolvem a participação popular na construção do documento. PARTICIPAÇÃO SOCIAL - A participação da sociedade na construção desse processo foi fundamental para compreender o sentimento e os desafios a serem vencidos a partir da percepção das pessoas que vivem e transitam pelos bairros que fazem parte do território estudado. Para isso, foram realizadas duas Oficinas Colaborativas Cidadãs, além da abertura de diversos debates junto aos setores específicos da sociedade e Oficinas Técnicas que reuniram pesquisadores e técnicos da Prefeitura do Recife. “A colaboração da sociedade ajudou a aprimorar o objetivo do Plano que se traduz no desejo coletivo”, explica a professora e coordenadora do estudo pela UNICAP, Andréa Câmara. O Centro Cidadão apontou como uma de suas diretrizes o estímulo à densidade populacional, devendo as novas construções ter as tipologias orientadas, com altura proporcional ao entrono oferecendo espaços abertos mais seguros e convidativos. Dentre os importantes resultados do processo colaborativo destaca-se a identificação dos anseios, expectativas e visões dos diversos atores da sociedade, revelados no chamado “desejo coletivo”, que passou a representar o objetivo geral das diretrizes do Plano Centro Cidadão. Foram levados em conta no Plano os aspectos socieconômicos (a partir da produtividade e valor do solo), patrimônio cultural, uso e ocupação do solo, espaços públicos e mobilidade a partir de uma visão integrada do território. (PCR)

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