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Jones Albuquerque: "Estamos diante de um risco altíssimo de nova onda"

Diante do avanço da pandemia na Europa e dos alertas de aumento de números de casos no Brasil, o repórter Rafael Dantas conversou com o pesquisador Jones Albuquerque sobre o risco de Pernambuco viver o crescimento de uma nova onda da Covid-19. Ele, que atua no IRRD (Instituto para Redução de Riscos e Desastres de Pernambuco) da UFRPE e no Lika (Laboratório de Imunopatologia Keizo-Asami) da UFPE, defende um "break-down" e acerta para a taxa de reprodução do coronavírus no Estado. Em que momento da pandemia estamos atravessando em Pernambuco? Como ele é caracterizado? O mundo, como um todo, está, pelo que parece, atravessando sua 3a. grande "onda", como alguns gostam de chamar, de infecção e de óbitos por COVID-19 [Fontes: irrd.org e www.worldometers.info]. Alguns Países perceberam as 3 ondas como o Japão, outros países como a Polônia só esta última, a Europa como um todo, duas ondas. E Pernambuco? Bem, Pernambuco percebeu a 1a. e continua nelas desde então como o Brasil e os Estados Unidos, que não conseguiram conter as infecções e decidiram "conviver" com o Coronavirus. Agora, Pernambuco e o Brasil parecem seguir em ascensão síncrona da Infecção com os Países da Europa e com o mundo como um todo. . Esse aumento de casos recente é o prenúncio de uma nova onda ou é ainda a primeira que estava estabilizada num platô alto e apresentou um novo crescimento? Qual a taxa atual de contágios? Parece os dois: resquícios dos feriadões e do processo de reabertura progressiva de atividades mesmo com taxas diárias de centenas de infectados/dia e a entrada na nova onda de infecçao que atinge o mundo como um todo. Nossa taxa de contágio encontra-se acima de 1, em 1.07 (Fonte: https://www.irrd.org/covid-19/graficos-interativos/) mesmo com testagem limitada pela capacidade operacional do LACEN e Laboratórios privados. Entretanto, o Risco Epidêmico (verde- baixo, amarelo-moderado e vermelho-alto) piorou bastante desde o dia 05 de novembro que estávamos apresentando risco moderado com tendência a risco-baixo com a média acumulada dos 14 dias anteriores (Fonte: https://www.irrd.org/covid-19/diagramas-de-risco/): . Quais as principais mudanças que você aponta entre o auge da pandemia (entre abril e maio) e esse período atual? Quais os maiores aprendizados e quais as maiores ameaças comparando esses dois momentos? As principais mudanças que observa-se é que: (1) os hospitais e intensivistas fizeram um excelente trabalho e aprenderam muito rapidamente como lidar emergencialmente com COVID-19 e isso, per si, já reduz bastante a mortalidade. (2) a Secretaria de Saúde aprendeu e já sabe como ampliar leitos e instalar hospitais de campanha. (3) uma fração da população e dos estabelecimentos realmente aprendeu a se prevenir e se cuidar e isso garante um mínimo de proteção à população. Estamos nos aculturando a viver assim: sob risco. Mas nem tudo está melhor. Por exemplo, entre o auge da pandemia e agora, a mobilidade das pessoas está pior (bares, igrejas, escolas, tudo funcionando), muito alta para os padrões de infecção que estamos agora. E, comparativamente com abril, nosso o risco COVID-19 agora é bem maior que lá em abril. As principais ameaças são: (a) não sinalizamos as cidades do estado com placas de risco COVID (pontos de ônibus, feiras livres, praças, shopping centers) e a população perdeu a vigilância e está muito exausta de tudo isso e, por isso, não sabemos como irá tolerar medidas mais rígidas, se assim forem necessárias; Sinalizações feitas pelas próprias comunidades para afixarem e distribuírem entre seus moradores: . . (b) como sabemos um pouco mais sobre COVID-19, podemos nos iludir que já compreendemos a doença e estamos seguros. Mas lembremo-nos que os Países de Europa e o próprio USA também tiveram os mesmos "aprendizados" e observemos como estão agora, em colapso dos seus sistemas; (c) a maior ameaça de todas, o descrédito das pessoas na autoridades sanitárias que segue aumentando. Assim, seguir os protocolos estipulados pelo Governo de Pernambuco para a convivência econômica durante a pandemia se torna cada vez mais raro entre a população em geral, é visível. . O quão estamos preparados para lidar com uma nova onda de casos? A Secretaria de Saúde aprendeu como organizar suas atividades para absorver COVID-19 ao processo de vigilância, O Instituto para Redução de Riscos e Desastres de Pernambuco validou indicadores muito mais precisos que os até então utilizados pelo monitoramento epidemiológico, por exemplo, esta 3a. onda de infecção foi detectada em crescimento no estado em 15 de outubro (Fonte: https://www.irrd.org/covid-19/ricci/): Mas, mesmo assim, sendo sinalizado com antecedência e incorporando COVID-19 às práticas diárias de vigilância, não estamos preparados para combater a doença preventivamente. Continuamos adotando as mesmas práticas do plano de convivência econômica: observando os doentes graves, leitos e óbitos. O risco de se monitorar a doença assim, pelo fim dela (doentes graves, leitos ocupados e óbitos), é que já começamos perdendo vidas para doença. E quando se perceber que a "onda" está muito forte, é porque ela já estará gigante, uma vez que COVID-19 acomete 80% das pessoas levemente. . Inicialmente na Europa, na sua segunda onda, havia uma perspectiva de que o número de casos era muito alto, mas havia uma menor mortalidade. Isso se confirmou ou não? Nesse momento de reaceleração de casos em PE, a relação de novos casos x mortes tem sinalizado menor mortalidade ou não? Sim a mortalidade continua baixa, mas o volume de infectados está muito maior dessa vez, alguns países apontaram cifras de até 1000% maior que na 1a onda européia. Assim, mesmo a mortalidade de COVID-19 continuando baixa, o que preocupa é o volume de infecção. Hoje, por exemplo, recordes de óbitos/dia em vários Países novamente (Fonte: https://www.worldometers.info/coronavirus/) Lembremos que estamos numa PANdemia de COVID-19 e o Brasil já detém uma das piores taxas de mortes/milhão de habitantes do mundo e, Pernambuco não é diferente, infelizmente. . Diante do fato da população ter perdido o "medo" e ter cansado das medidas de proteção e associando isso à expectativa da vacina e às festividades de final de ano, podemos dizer que estamos num momento de grande risco? Esses cenários mais

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6 em cada 10 clientes vão se presentear nessa Black Friday

Em um ano não convencional, a Black Friday que ocorrerá em 27 de novembro parece ser o momento certo para as pessoas se presentearem por estarem passando e sobrevivendo a pandemia. É o que aponta a pesquisa de Inteligência de Mercado da Globo, que mostra que 65% dos consumidores pretendem aproveitar a oportunidade para se presentear. A data vem se consolidando no Brasil, principalmente no meio digital, que em 2019 teve faturamento na casa dos R$3,2 bilhões. Para 2020, a pesquisa apontou que 29% dos entrevistados farão compras só pela internet, 55% em meios físicos e digitais, e 14% comprarão em loja física. Com a alta do varejo digital, a sensação de retomada da economia e a proximidade das festividades do final de ano perfaz uma fórmula de aumento nas expectativas do consumo. Se presentear é uma forma de se recompensar por todas as frustações passadas, e uma forma de premiar nossos atos de resiliência em um ano tão confuso e incerto. Nada melhor do que nos agraciarmos por nossa bravura em enfrentar a crise. A pesquisa em questão ainda aponta que as categorias que se destacarão são as de acessórios, com 31%, eletrônicos e smartphones com 30%, seguidos por calçados, 26%, eletrodomésticos com 23% e cosmético com 21%. Vale lembrar que, geralmente, as pessoas começam bem antes a pesquisar os preços dos produtos, para adquiri-los na Black Friday, por isso, oito em cada dez vão considerar se a oferta é realmente uma promoção antes de consumir. Na forma de pagamento, o estudo mostra que ocorrerá das mais diversas formas, sendo que 67% utilizará os cartões de crédito pela facilidade do parcelamento, bem como a segurança. Adicionamos aqui a estreia do PIX, que já está agilizando ainda mais as operações. Com isso, os lojistas devem se preparar para essa data, que nesse ano terá um ar de redenção, uma forma de nos presentearmos por continuarmos firmes, em meio a essa situação atípica. Por Elizeu Barroso Alves, coordenador do Curso de Gestão Comercial e Varejo Digital do Centro Universitário Internacional Uninter.

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Movimentação do Aeroporto do Recife aumenta 47%

Outubro foi mais um mês de aumento na movimentação de passageiros do Aeroporto Internacional dos Guararapes - Gilberto Freyre. Respeitando o processo de retomada gradual para o turismo, o terminal da capital pernambucana registrou crescimento de 47% na movimentação de passageiros no comparativo entre os meses de setembro e outubro. De acordo com dados da Aena Brasil, administradora do Aeroporto do Recife, o número de passageiros que chegaram e partiram saltou de 330.975 para 485.859 pessoas. A pesquisa foi elaborada pelo Setor de Estudos e Pesquisas da Empetur. “O mês de outubro, assim como setembro, apresentou novos resultados positivos para o Turismo do Estado. O feriado de 12 de outubro, impulsionado pela maior oferta de voos por parte das companhias aéreas, bem como as medidas de segurança tomadas pelo Governo de Pernambuco, ajudam a explicar esse incremento paulatino nos resultados, sempre respeitando o Plano de Convivência”, avalia o secretário de Turismo e Lazer do Estado, Rodrigo Novaes. Em comparação com outra capital de destaque no Nordeste, como Salvador, o Aeroporto do Recife se mantém em uma posição de liderança. Enquanto mais de 485 mil passageiros transitaram no terminal pernambucano, cerca de 330 mil embarcaram ou desembarcaram no terminal da capital baiana. (Do Governo de Pernambuco)

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“Há um engarrafamento de filmes que não vão conseguir estrear nos cinemas.”

Este ano foi de emoções nada convencionais para o cineasta pernambucano Camilo Cavalcante. Depois de levar três anos para concluir o longa-metragem King Kong en Asunción, ele viu sua obra ser a grande vencedora do Festival de Cinema de Gramado, um dos mais importantes do País. A premiação, realizada em meio à pandemia, teve uma plateia remota que aplaudiu os premiados em transmissão pela TV ou no computador. Além de ganhar o Kikito de melhor filme, conquistou o Prêmio do Júri de melhor longa, melhor trilha sonora (para Shaman Herrera, que dividiu a estatueta com Salloma Salomão, do filme Todos os Mortos) e melhor ator para Andrade Júnior. Detalhe: o artista faleceu em 2019. Com o respaldo dos Kikitos e de mais três prêmios conquistados no Labrff (Los Angeles, Brazilian Film Festival), Camilo parte agora para a batalha do lançamento da obra em 2021. O momento é difícil, já que a Covid-19 atrasou a estreia de várias produções, levando, segundo o cineasta, a um “engarrafamento ou engavetamento” de filmes. Nesta conversa com Cláudia Santos, ele comenta o impacto da Covid-19 na sétima arte, a dificuldade de sobrevivência dos que trabalham na cadeia produtiva do audiovisual, o crescimento do streaming e a volta do drive-in. Apesar dos obstáculos, Camilo fala dos planos para as próximas produções e afirma que a pandemia pode render roteiros futuros para o cinema. Qual o impacto que a pandemia está provocando no cinema brasileiro? A pandemia provocou realmente um grande impacto porque todas as produções, num primeiro momento, foram paralisadas, com isso também acabou havendo atraso em alguns editais e nas estreias nos cinemas. Já é difícil para o cinema autoral – o independente – conseguir espaço nos nas salas de exibição, conseguir vitrine e, agora, com a pandemia, muitos filmes que tiveram destaque em festivais, em mostras ao longo do ano passado e deste ano não conseguiram ser exibidos. Há um “engarrafamento ou engavetamento” de produções, que não vão conseguir estrear, pelo menos nos cinemas. Além disso, o prejuízo é imenso para os trabalhadores da indústria cinematográfica, da indústria audiovisual, porque, com essa paralisação, todo o setor travou e, portanto, ficou muito difícil a própria subsistência para os técnicos e para todo mundo que trabalha na área. Não é à toa que foram realizadas diversas vaquinhas, diversas cotas, para buscar auxílio, enquanto não chega efetivamente a Lei Aldir Blanc, que está a passos lentos. É uma lei emergencial que já deveria ter entrado em vigor. Mas, enfim, está começando agora a inscrição de projetos e eu espero que isso seja, pelo menos, uma saída para a subsistência de milhares de profissionais da área, enquanto as produções não são retomadas. Como vê a atuação da Ancine (Agência Nacional do Cinema) e da Secretaria de Cultura do Governo Federal? Desde o governo Temer, começou a haver um desmonte da cultura de uma forma geral no Brasil. Com o Governo Bolsonaro, então, foi extinto o Ministério da Cultura, que virou uma secretaria que não tem atuado, na verdade, de nenhuma maneira em prol da arte, nem dos artistas. É uma gestão apática. Na Ancine está havendo uma sabotagem, uma paralisação, que começou também no Governo Temer mas tem se agravado agora. Para piorar a situação, além da pandemia, mas mesmo antes dela, projetos que já foram aprovados há dois, três anos, ainda não tiveram seus recursos liberados por causa desse entrave na Ancine. Isso é uma calamidade para o setor, para as produtoras e, consequentemente, para toda a cadeia de realização de uma obra audiovisual. A Lei Aldir Blanc já vem sendo discutida há algum tempo, mas foi só agora que começou a ser implementada. Acho que é de suma importância porque é realmente emergencial a situação. O streaming foi uma solução possível para cineastas e o público? Essas plataformas já vinham se consolidando há algum tempo e acho que agora, com a pandemia, foi um momento de total consolidação mesmo, inclusive muitos festivais ao redor do mundo foram realizados por streaming, que foi a única solução possível para o público encontrar as obras e os cineastas poderem exibir seus filmes. Acredito que durante um bom tempo ainda vai se desenvolver cada vez mais, não só como como plataforma de veiculação, como já vem acontecendo mas, também, como plataforma de produção de filmes, de séries. Acho que a questão é: que abrangência isso terá? Que tipo de filmes que as plataformas se interessam em produzir ou coproduzir? Seria interessante que quanto mais abrangente fossem, melhor, tanto em forma, em regiões, em ideias, em conteúdos originais, que não ficassem bitoladas somente num certo tipo de eixo narrativo, mas que possam abranger narrativas realmente diversas. Mas, sem dúvida que o streaming é a hora e o momento das plataformas. King Kong en Asunción conquistou quatro Kikitos, entre eles o de Melhor Filme do 48º Festival de Cinema de Gramado. Lembro que na última entrevista que você concedeu para nós, em 2017, você falou sobre essa produção. Ela demorou três anos? Foi muito difícil a sua conclusão, a pandemia chegou a atrapalhar? Quando o filme será exibido? Pois é, o King Kong en Asunción foi um projeto muito cultivado, muito amadurecido, daí a demora, além do fato de a gente ter paralisado a produção por falta de recursos financeiros, aguardando a liberação de parcelas da Ancine. Mas foi muito importante esse tempo também para maturar a montagem. Foi um processo bem demorado e bem curtido. A pandemia atrapalhou um pouco porque a finalização de imagem foi feita em São Paulo e a gente precisou adiar a viagem por causa da pandemia. Foi muito importante a premiação em Gramado nesta edição histórica, que foi transmitida pelo Canal Brasil, e importante também para o ator Andrade Júnior, que faleceu no ano passado, e para toda a equipe. Afinal de contas, foi um projeto como você falou, que a gente demorou muito tempo pra fazer, em razão das próprias condições de ter sido filmado na Bolívia, no Paraguai, no Brasil, que envolve a equipe desses

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PIB de Pernambuco cresceu 0,7% entre agosto e setembro

Do Governo de Pernambuco O Produto Interno Bruno (PIB) pernambucano registrou pelo quinto mês consecutivo um crescimento, com o resultado de 0,7 % no período entre agosto e setembro deste ano. Essa trajetória de recuperação também é observada com o crescimento de 1,2 % em relação a setembro de 2019. Os dados foram divulgados no segundo boletim mensal da Agência Estadual de Planejamento e Pesquisas de Pernambuco - Condepe/Fidem, com base nos números do Sistema de Contas Regionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ainda sob o efeito causado pela pandemia da Covid-19 e tem saldo negativo de 3,4% no acumulado do ano até setembro. No acumulado de 12 meses, a variação é de menos 2%. O PIB do estado começou a apresentar crescimento na variação mensal em maio (5,5%), junho (2,7%), julho (4,6%) e agosto (2%). A indústria foi o setor da economia que mais contribuiu para o crescimento entre agosto e setembro deste ano, com variação positiva de 2,5%. O setor de serviços ficou no mesmo patamar. Já a agropecuária teve queda de 1,3%. No acumulado do ano, a agropecuária cresceu 11,6%; a indústria caiu 1,1% e o setor de serviços, o mais impactado pela pandemia do novo Coronavírus, registrou queda de 4,6%. O diretor de Estudos e Pesquisas da Condepe/Fidem, Maurílio Lima, afirma que, caso não haja uma segunda onda da Covid-19, que implique em novas suspensões de atividades econômicas, a perspectiva é de uma menor retração até o final de 2020. "Quando a economia cresce 1,2% em relação ao ano passado, já significa uma melhora em relação ao período anterior à pandemia", explica o diretor.

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"O comportamento do eleitorado da direita definirá o segundo turno no Recife"

O cientista político Túlio Velho Barreto foi um dos entrevistados da edição desta semana da Revista Algomais, em que analisamos o cenário político-eleitoral brasileiro e pernambucano revelado pelas urnas no primeiro turno. Abaixo a entrevista concedida ao repórter Rafael Dantas na íntegra. O especialista fala sobre o segundo turno das eleições do Recife, as razões que levaram duas candidaturas do campo das esquerdas para o segundo turno e comenta sobre as chances de cada candidato na capital pernambucana. Com um segundo turno entre dois candidatos no campo da esquerda, como deve se comportar o eleitor da direita no Recife? Parte significativa do eleitorado que votou na direita, certamente, se sentirá órfã no segundo turno no Recife. Como prevíamos, essa seria a eleição mais atípica e imprevisível desde a redemocratização dos anos 1980. Por um lado, em função da crise sanitária, provocada pela pandemia, que alterou fortemente a dinâmica da campanha e a participação da população no processo eleitoral. Por outro lado, porque, diferentemente de outras eleições municipais no Recife, nessa eleição tínhamos, desde o início, quatro candidatos eleitoralmente competitivos. Dois localizados mais à direita, no caso Mendonça Filho (DEM) e a Delegada Patrícia (Podemos) e dois mais à esquerda, João Campos (PSB) e Marília Arraes (PT). Mas também porque esses dois últimos pertencem à mesma matriz familiar, que tem o ex-governador Miguel Arraes em sua origem. Quanto à imprevisibilidade do resultado eleitoral, esses se confirmaram. Basta observarmos que os candidatos da direita, que historicamente polarizavam com candidatos mais à esquerda, estão excluídos da disputa final. Isso deverá elevar agora os votos nulos e, talvez, aumentar ainda mais a abstenção, que já foi maior como resultado da pandemia. Era de se esperar a neutralidade dos dois candidatos da direita no segundo turno, o que não significaria que os seus partidos assim se comportassem nem os seus eleitores. A Delegada Patrícia já se posicionou neutra, mas o Podemos acenou o apoio a João Campos. Enquanto o DEM seguiu o posicionamento de seu candidato, que já declarou não apoiar ninguém no segundo turno. E, foi mais além, desprezando o processo democrático, do qual participou, anunciou que sequer irá votar. Tendo a opção de defender o voto nulo, o que seria legítimo, preferiu agir de forma a confirmar o seu perfil político pouco maleável, para dizer o mínimo. Penso que o eleitorado mais conservador terá um dilema a enfrentar: apoiar o PSB, muito desgastado, mas uma legenda que já esteve aliada a partidos da direita em eleições recentes sob a benção de Eduardo Campos, o que seria mais “natural”, ou apoiar, apesar do antipetismo, Marília Arraes. Nesse caso, motivado pela rejeição às sucessivas gestões do PSB no Estado e no Recife, o que poderá fazê-lo menos por ela ser petista, apesar da força do ex-presidente Lula, que contribuiu para catapulta-la ao segundo turno, e mais por ser uma Arraes, nome que permanece presente no imaginário popular. Estava difícil apontar o cenário mais provável, ainda no calor do primeiro turno, mas as primeiras pesquisas apontaram uma tendência favorável para Marília Arraes, mostrando que o desgaste do PSB e a vontade de mudança parece, no início, se sobrepor ao antipetismo. Mas não há nada decidido ainda, é claro. Quais as reais chances de cada candidato, na sua opinião? Apontaria algum favoritismo? Da mesma forma, e pelas razões apontadas antes, ainda é um cenário de difícil prognóstico nesse momento inicial da disputa para o segundo turno. A disputa foi muito equilibrada entre as duas candidaturas no primeiro turno. Como já apontei que é difícil firmar um prognóstico definitivo quanto ao comportamento da maioria do eleitorado que votou nos candidatos da direita, que parece dividido, segundo as referidas pesquisas, o resultado do segundo turno é igualmente imprevisível. E sabemos que, provavelmente, uma parcela dos eleitores dos candidatos derrotados vá optar por votar nulo ou se abster. Lembro que qualquer mudança de direção do eleitorado significará sempre uma perda de um lado e um ganho do outro. Agora é um jogo de soma zero, quando consideramos os votos válidos. Mas é o comportamento desse eleitorado que vai, enfim, definir os rumos do segundo turno no Recife. Pela proximidade do PSB com o eleitorado mais conservador, poderíamos esperar uma pequena vantagem favorável ao seu candidato no início da disputa. Mas, lembremos, que a candidata Marília Arraes teve muito menos tempo na TV e no Rádio e mesmo assim a equilibrou. E, agora, terão tempos iguais e mais debates, e apenas entre os dois. Nesse caso, se pensarmos que a propaganda eleitoral obrigatória e os debates, presenciais ou virtuais, terão peso no convencimento do eleitorado dos candidatos do DEM e Podemos, isso poderá favorecer a candidata do PT, que me parece mais segura em seus posicionamentos do que o candidato do PSB, muito jovem e quase neófito em disputas eleitorais. E, ninguém tenha dúvidas, o ex-presidente será presença marcante nesse segundo turno ao lado de sua candidata, sobretudo porque foi o que restou ao PT nas capitais: apostar na vitória de Marília Arraes. E o ex-presidente continua tendo uma influência considerável aqui no Recife e no Estado. Sobre a composição da Câmara Municipal do Recife há alguma surpresa? A nova composição indica alguma mudança no eleitorado? Vamos partir de alguns dados gerais em relação à composição da Câmara Municipal do Recife. O legislativo municipal tem 39 vagas. Essas vagas serão preenchidas por vereadores e vereadoras de 17 diferentes partidos. O PSB elegeu 12 vereadores. E o PT terá apenas três. A candidata mais votada foi Dani Portela, que é do PSOL, que a elegeu e reelegeu Ivan Moraes. Nove partidos fizeram apenas um vereador ou vereadora. Então, apenas esses dados já mostram a enorme dispersão dos votos e das vagas entre as dezenas de legendas que temos no país. O que se torna uma dor de cabeça para quem é eleito ou eleita para o executivo, em especial para compor a sua base de apoio. E esse ano não tivemos coligação para a disputa proporcional, que possibilitava uma aglutinação antecipada

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O efeito Biden no esfriamento político e climático

Por Tiago Andrade Lima Estamos vivendo um cenário de reta final de mais um processo eleitoral no Brasil. E essa foi a pauta dos noticiários e das últimas semanas, no entanto, de outro país, os Estados Unidos. As críticas direcionadas a quem alimentou essa pauta, como se tivéssemos que ficar alheios à movimentação política no país que tem a principal economia do mundo, são mais infundadas do que parece. Para além de uma eleição, existiram, nesse processo, alguns elementos de interesse mundial que merecem maior análise. Uma delas, de caráter político, foi a do combate ao extremismo. Sem qualquer juízo de valor sobre o governo Trump, a postura de uma pessoa pública jamais pode ser a do enfrentamento, de maneira extrema, da ciência. Negar o aquecimento global e os seus efeitos é uma postura ignorante, na mais pura etimologia dessa palavra. Segundo os dados divulgados no Relatório do IPCC (Intergovernmental Panel on Climate Change) em 2019, este fenômeno é o responsável direto por vários impactos causados sobre a Terra, incluindo incêndios florestais, mudanças na precipitação e ondas de calor. No mesmo sentido, um estudo apoiado pelas Organizações das Nações Unidas – ONU, e publicado no mês de setembro de 2020, aponta que a mudança climática pode levar mundo a um dos quinquênios (2016 – 2020) mais quentes da história. É sabido que o Acordo de Paris, o compromisso mundial vigente que trata das alterações climáticas e prevê metas para a redução da emissão de gases do efeito estufa, foi subscrito pela grande maioria dos países do mundo. No entanto, os Estados Unidos, maior emissor desses gases no mundo, não assinou esse Acordo por decisão do seu atual presidente, meramente pautada em critérios políticos e sem qualquer embasamento técnico. Para além dos efeitos negativos na pauta de redução dos riscos climáticos, ficou evidente caráter desestimulador do esforço mundial realizado por cada um dos países aderentes ao Acordo, por meio das suas metas nacionais e pôs dúvida sobre a ciência. Como acreditar em um acordo que demanda esforços financeiros dos setores públicos e privados de cada um dos países, se a principal economia do mundo dá as costas ao pacto? Isso tudo em um momento em que o mercado econômico mundial vem alinhando, de forma crescente, os objetivos financeiros do investidor com suas preocupações e valores acerca do meio ambiente, da sociedade e de questões de governança (Environmental, Social and Governance – ESG). Isso é claramente demonstrado em um estudo da BM&FBOVESPA sobre a quantidade de ativos e números de fundos que incorporaram critérios de ESG. Entre 2010 e 2012, esses ativos aumentaram 78%, passando de US$ 569 bilhões para US$ 1,01 trilhões em 720 fundos ESG diferentes. A postura de um líder político teria que necessariamente levar em consideração os critérios técnicos para a tomada de decisão. E assim, recentemente, o futuro presidente eleito, o democrata Joe Biden, anunciou que os Estados Unidos retornarão ao Acordo de Paris, demonstrando o seu esforço para fins de contenção do aquecimento global. E foi além: anunciou, como uma de suas propostas, o plano de investir US$ 1,7 trilhão para que os Estados Unidos alcancem uma marca de zero emissão de carbono em 2050. Infelizmente, por se tratar de uma proposta realizada no âmbito de um processo eleitoral tão acirrado como foi o que ocorreu no EUA, não se pode emprestar irrestrita credibilidade ao anúncio. No entanto, em momentos de radicalismo, a simples perspectiva de um cenário mais favorável ao combate das mudanças climáticas já serve de alento. Levantar a bandeira do clima, em um momento de extremismo exacerbado, tem o quádruplo efeito de mostrar a importância da ciência na tomada de decisão em um governo, de mostrar ao mundo que o combate ao aquecimento global deve ser uma pauta obrigatória de todos os países, de fomentar a adoção de critérios ESG nos investimentos pelo mundo e, por fim, de mostrar ao mundo que o radicalismo, independente de qual opinião seja defendida, é irracional e não atingirá o propagado desenvolvimento econômico com sustentabilidade. Na semana do nosso processo eleitoral, que os efeitos do ocorrido nos EUA sirvam de lição para os nossos políticos e, principalmente, para os nossos eleitores, para que às suas escolhas levem em consideração, para além das propostas e dos ideais políticos do candidato, o seu perfil de respeito (ou não) à ciência e às opiniões contrárias. Tiago Andrade Lima é sócio-titular da área de Direito Ambiental do Queiroz Cavalcanti Advocacia

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Aeroporto do Recife ganha Selo Turismo Seguro por cuidados durante pandemia

O compromisso do Aeroporto Internacional do Recife Guararapes/Gilberto Freyre, administrado pela Aena Brasil, com as medidas contra a disseminação do novo coronavírus durante a retomada das atividades turísticas em Pernambuco rendeu ao terminal o Selo Turismo Seguro, idealizado pelo Governo do Estado. A cerimônia de entrega da marca aconteceu no auditório do Aeroporto, no bairro da Imbiribeira, na Zona Sul da capital pernambucana. Na ocasião, ainda foram divulgados os planos de requalificação do equipamento aeroportuário, previstos para o início de 2021. Para assegurar o alto padrão dos serviços prestados pela operadora, o diretor-presidente da Aena Brasil, Santiago Yus, anunciou que a requalificação do terminal começa em janeiro do próximo ano. As obras devem contemplar 17 banheiros, o sistema de climatização, parte da cobertura do terminal e a acessibilidade. Um segundo bloco de melhorias, na área de operações, deve ser entregue até junho de 2023. O selo Turismo seguro é uma iniciativa da Secretaria de Turismo e Lazer de Pernambuco (Setur), da Empresa de Turismo de Pernambuco (Empetur) e da Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (Apevisa) como forma de atestar que o estabelecimento em questão está contribuindo para a retomada segura das atividades turísticas no Estado. A chancela, entregue ao diretor-presidente da Aena Brasil, chega como reconhecimento ao cumprimento dos protocolos sanitários, que vão desde a higienização rigorosa do equipamento aeroportuário até ações de conscientização e orientação de passageiros. “Nossa preocupação principal é cuidar e restabelecer a confiança dos passageiros. Além das coisas materiais, dos protocolos seguidos, o mais importante é fazer tudo com carinho. Precisamos parabenizar toda a comunidade aeroportuária, as empresas de serviços, as linhas aéreas, a manutenção, a limpeza, a segurança. Este selo é fruto do trabalho deles”, destacou o diretor-presidente da Aena Brasil. Durante a entrega, a Setur também anunciou que Pernambuco recebeu o selo Safe Travel, da World Travel & Tourism Council (WTTC). A partir de agora, estabelecimentos agraciados com o Selo Turismo Seguro também poderão solicitar o reconhecimento a nível internacional.

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Maurício Romão: "O eleitor não vota primordialmente por preferência ideológica"

O economista Maurício Romão analisa os resultados do primeiro turno, com a escolha de duas candidaturas do campo das esquerdas no Recife, e faz projeções sobre o pleito no Recife. Os recados das urnas no cenário nacional e o impacto da pandemia nas urnas também fizeram parte dessa entrevista concedida ao repórter Rafael Dantas. Confira. ALGOMAIS: O que pode explicar um segundo turno entre duas candidaturas de esquerda no Recife? Temos a única capital nesta situação no país. Maurício Romão: Disse o coronel Aureliano Buendía, em “Cem anos de solidão”, de Gabriel Garcia Marquez, que a diferença entre liberais e conservadores em Macondo era a de que os liberais iam à missa das cinco e os conservadores iam à missa das sete horas… Vivesse no Brasil, diante de partidos tão inorgânicos, programaticamente tão inconsistentes, e tão vazios do ponto de visto ideológico, o coronel ia repetir algo parecido sobre os rótulos de “esquerda” e “direita” em terras tupiniquins. De fato, na eleição municipal de 2012 para prefeito (e, com certeza, não deve ter sido diferente na de 2016 e nesta de agora em 2020) os três “campos”, esquerda, direita e centro, não tiveram nenhum prurido programático-ideológico e celebraram alianças entre eles nos 5.568 municípios brasileiros (PPS com DEM, em 1.226 municípios, PSB com PTB, em 1.439 municípios, PT com PP em 1.531 municípios, com o PR em 1.402, com o PSDB, sua antítese, em 1.104 municípios e por aí vai…). O bolsonarismo resgatou essas denominações que estavam em desuso no Brasil, marcando território para seu movimento nacional, mas obviamente sem alterar a essência dos partidos, que continuam com o mesmo pragmatismo eleitoreiro de sempre, embora travestidos de imagem e narrativa programáticas. Basta dizer que o PSB, considerado de esquerda, patrocinador do candidato situacionista em 2020 no Recife, celebrou aliança com 11 partidos, cujo espectro ideológico é deveras flexível, vai do PCdoB ao PP, passando por Republicanos, PROS, PSD, Avante, etc. Tudo isso para dizer que o advento de duas candidaturas de esquerda no segundo turno no Recife foi um episódio circunstancial do processo eleitoral, não guardando sintonia com as mensagens dos partidos e muito menos com preferências ideológicas do recifense. ALGOMAIS: Que cenários devem ser observados para o segundo turno? Como devem se comportar os candidatos e eleitores da direita? MR: Há certa divergência entre os analistas e cientistas políticos sobre se o segundo turno é uma nova eleição ou se é uma eleição disputada em duas etapas. Independente dessas vertentes, há fortes evidências de que quanto maior a vantagem de votos que o vencedor do primeiro turno tem sobre o seu principal adversário, maior é a chance de ele ganhar o pleito no segundo turno. De fato, o piso inicial de votos dos dois postulantes no segundo turno é a votação deles no primeiro (as poucas exceções se compensam entre si). Se, todavia, essa diferença de votos é pequena, a compreensão que se tem é a de que o segundo turno se reveste de características de outra eleição. O resultado final vai depender dos apoios conquistados entre aqueles não comprometidos com as duas postulações no primeiro turno (incluindo os que votaram em branco ou anularam o voto), das estratégias de campanha, dos debates, etc. E este é precisamente o caso do Recife. Os dois candidatos diferiram um do outro em apenas 1,22 ponto de percentagem. Vão começar o segundo turno carregando da primeira etapa essa diferença muito pequena entre eles. Quanto à outra parte da pergunta, os candidatos competitivos que não conseguiram ir para o segundo turno já se declararam independentes e disseram que não apoiariam nenhum dos dois que ascenderam à etapa posterior do pleito. De qualquer sorte, mesmo que tivessem explicitado apoio a uma das candidaturas, eles não teriam a influência que se imagina sobre seu eleitorado. Uma coisa é o candidato, outra coisa são os eleitores deste candidato. Por exemplo, na pesquisa de véspera da eleição (sábado) o Datafolha perguntou ao eleitor se ele não fosse votar em tal candidato, quem teria chance de receber seu voto? Se o eleitor não fosse votar em Mendonça Filho, 25% responderam que dariam o voto a João Campos, 15% a Marília Arraes e 26% à delegada Patrícia. Já se o eleitor não votasse na delegada Patrícia, 38% destinariam seu voto para Mendonça Filho, 22% para João Campos e 9% para Marília. No âmbito dos eleitores de João Campos, 35% concederiam seu voto a Mendonça Filho, 30% a Marília Arraes e 14% a delegada Patrícia. Finalmente, entre os eleitores de Marília, 18% dos votos iriam para Mendonça Filho, 42% para João Campos e 7% para a delegada Patrícia. Como se vê, a destinação do segundo voto, em alternativa à preferência inicial, vai para todos os candidatos concorrentes, em proporções variadas. Então, (a) a declaração do candidato perdedor de apoio a determinada postulação não garante transferência automática de votos para essa escolha e (b) fica meridianamente claro o que foi dito acima: o eleitor não vota primordialmente por preferência ideológica. ALGOMAIS: O apoio de Bolsonaro aqui e nas demais capitais atrapalhou os candidatos da direita? Qual a sua avaliação sobre o bolsonarismo nas eleições de 2020? MR: O apoio de um líder político de prestígio a determinada candidatura pode ajudar essa candidatura, nem que seja simbolicamente. O imaginário popular, entretanto, associa tal apoio à transferência de votos: se o postulante apoiado venceu o pleito ou terminou numa boa colocação, o líder ajudou. Caso contrário, atrapalhou. O fato é que transferência de votos de lideranças políticas para candidatos, quando ocorre, é sempre numa proporção muito menor do que se espera. Em política não existe portabilidade total de votos. E muitas vezes fica difícil detectar se a performance do candidato se deveu a seu desempenho próprio ou ao suporte recebido do líder político ou a outras intercorrências conjunturais. Ortega y Gasset já dizia que “o homem é ele e suas circunstâncias”. Por analogia, o candidato é ele e suas circunstâncias (alianças partidárias, recursos financeiros, tempo de rádio e TV, apoios parlamentares e

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Datafolha: 55% dos recifenses considera a mobilidade urbana ruim ou péssima

Pesquisa Datafolha encomendada pela 99, empresa de mobilidade urbana, aponta a percepção da população de Recife (PE) sobre o uso de aplicativos, hábitos individuais de transporte e integração dos modos de transporte. Quando perguntados sobre a percepção em torno da mobilidade urbana de maneira geral, os moradores sinalizaram grande insatisfação: 55% a consideram ruim ou péssima, 32% regular e apenas 12% ótima ou boa. Apesar da redução de veículos na rua durante a quarentena, aproximadamente 64% das pessoas estão preocupadas com o aumento do trânsito no pós-pandemia. Como solução para melhorar esse quadro, 51% acreditam que o uso de veículos particulares piora a mobilidade urbana e, consequentemente, 57% defendem que a existência de carro por aplicativo diminui a necessidade de ter veículo próprio. Ainda como alternativa para evitar a volta aos congestionamentos pré-pandemia, 77% acreditam que os aplicativos de mobilidade colaboram com a fluidez do trânsito na capital pernambucana. “A sociedade enxerga os carros compartilhados como ferramentas essenciais para contornar os gargalos da mobilidade em grandes cidades, como Recife. Dessa maneira, os dados dessa pesquisa mostram que, cada vez mais, os aplicativos devem se integrar aos modos de transporte nas grandes cidades para termos uma mobilidade mais efetiva e inclusiva”, afirma Alexandre Ferreira, Gerente de Políticas Públicas da 99. Renda e economia Além disso, é importante destacar o papel que este serviço tem ao colaborar com as economias das cidades e no aumento da renda dos motoristas parceiros: uma pesquisa inédita da Fundação Instituto de Pesquisa Econômicas (Fipe) mostra que a 99 adicionou indiretamente R$ 250,8 milhões ao PIB de Pernambuco, o que agregou cerca de 0,35% ao PIB local no ano. Isso foi responsável pela geração do equivalente a cerca de 3,4 mil empregos no ano em todo o Estado. É a primeira vez que a Fipe analisa o impacto socioeconômico da 99 no Brasil. O estudo se baseia em dados da plataforma sobre as operações no País, dados do IBGE e análises anteriores produzidas pelo corpo técnico da Fundação. Boa parte dos efeitos positivos gerados na economia pela presença da 99 vem dos gastos das famílias dos motoristas que geram renda por meio do aplicativo de maneira complementar ou principal. Essa movimentação econômica estimula a cadeia produtiva e seus efeitos indiretos, o que consequentemente aumenta o índice de empregos gerados.

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