Harmonização facial deve ser feita com critério

Na música, harmonia é um conjunto de notas que servem como base para a melodia. Está diretamente relacionada à arte de combinar os sons, fazendo com que notas diferentes soem equilibradas entre si, causando a sensação de unidade e proporcionalidade. Em geral, a definição de harmonia está atrelada à união de elementos por uma relação de pertinência. O conceito aportou também no ramo da estética. Estudos chegaram à definição do que seriam as proporções de um rosto perfeito e isso ajudou a popularizar o procedimento de harmonização facial.

Recentemente, talvez impulsionado pela grande adesão entre os famosos e as celebridades, está se tornando cada vez mais comum nas clínicas dermatológicas as buscas pela realização dessa técnica. O método consiste em estabelecer uma relação de sincronia entre as partes que formam o rosto. A dermatologista Beatriz Almeida esclarece que a técnica já é feita há muito tempo, mas que nos últimos tempos vem ganhando maior popularidade. “Harmonização facial é um conjunto de técnicas usadas pelo dermatologista para se conseguir um embelezamento e rejuvenescimento da face de maneira natural e harmoniosa”.

De acordo com a dermatologista, o método consiste em aplicações de substâncias à base de ácido hialurônico, que irão preencher o volume perdido, corrigir as rugas, defeitos e assimetrias, ressaltando os pontos de beleza. Além do preenchimento facial, são aplicadas toxinas botulínicas, bioestimuladores e tecnologias que irão melhorar o tônus e a qualidade da pele, além de diminuir a flacidez da região tratada. Beatriz detalha que na harmonização, cada um dos procedimentos cumpre uma função específica dentro do processo de tornar o rosto mais bonito e harmônico. “Por exemplo, a toxina botulínica é usada para diminuir a força muscular e assim, consequentemente abrandar as rugas de expressão”, elucidou.

Para o método da harmonização obter pleno sucesso na aplicação, a médica realiza um estudo do rosto do paciente para adequar o processo à estrutura facial da pessoa. “É preciso ter um olhar técnico baseado em conhecimentos de anatomia, pleno domínio do procedimento, conhecimento profundo do material utilizado e uma grande noção de estética e de proporções do rosto” pontuou a médica. Segundo Beatriz Almeida, a maior procura pela técnica de harmonização parte do público feminino, mas os homens também já aderiram ao procedimento. A dermatologista alerta para os perigos de se realizar uma harmonização com profissionais não médicos, que não possuem conhecimento técnico e a expertise necessária para realizar tal procedimento.

Com o advento e a popularidade das redes sociais, cresceu a busca por melhorias na estética, dentro um padrão predeterminado de medidas no rosto, com por exemplo um certo tamanho de boca ou proporção do queixo, medidas que tragam ou se aproximem do conceito de belo. Mas Beatriz deixa claro que essa busca não pode servir de parâmetro ou argumento para a realização da harmonização. “A beleza não pode seguir, estritamente, um único padrão de beleza. Há pessoas que fogem desse modelo e são bonitas. Então, podemos nos basear, mas não podemos atuar sem levar em consideração toda a estrutura da pessoa e o que ficará bom e bonito para ela”, alertou a especialista.

Beatriz Almeida explica que seu processo de trabalho na aplicação de uma harmonização facial é estabelecido a partir de um estudo prévio, aprofundado, sobre as características do rosto do paciente e as necessidades de cada pessoa. “Faço uma avaliação fotográfica em três dimensões, é uma análise minuciosa, onde examino a perda de volume, o contorno facial e a simetria do rosto”, explicou a médica.

A dermatologista esclarece que o primeiro passo para a harmonização facial, é ouvir o paciente, saber o que o incomoda para, a partir disso, analisar e só então reiterar ou ratificar aquela demanda. “ Minha técnica é baseada no método MD CODES, que divide a face em regiões como a região malar, lateral da face, fronte, pálpebras, lábios, queixo e mandíbula, tendo pontos específicos para representar cada região e a partir daí, fazemos um planejamento do local e da quantidade necessária que deverá ser aplicada,” detalha.

Apesar de assegurar a eficiência e a segurança do procedimento, a médica também faz questão de chamar a atenção para os problemas que a aplicação desregrada da técnica pode ocasionar. “É preciso ter cuidado com os exageros, pois vemos muita gente desfigurada, até de uma forma caricatural, por excessos cometidos pelo profissional e pelo desejo insensato e desmedido do paciente. O que está acontecendo é que a harmonização facial virou moda, um termo que significa uma total modificação do rosto, fazendo com que o paciente perca a sua identidade visual e se transforme numa pessoa completamente diferente, muitas vezes deformada pelo excesso de produto utilizado e a falta de bom senso do profissional. A beleza é plural e personalizada, não podemos nos engessar por um padrão único. A harmonia, a naturalidade e a alegria são o que nos fazem ser belas!”, ponderou.
Na estética, assim como na música, é preciso ter sensibilidade para ajustar os elementos e construir uma agradável melodia.

*Por Yuri Euzébio, da Revista Algomais (redacao@algomais.com)

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