Arquivos Notícias - Página 534 De 676 - Revista Algomais - A Revista De Pernambuco

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O poder do marketing de experiências

Em cinco anos de atuação, a Mova investiu num perfil de comunicação que está em ascensão no mundo inteiro: o marketing de experiências ou live marketing. “Relações humanas são essencialmente analógicas e nós acreditamos que relações entre marcas e consumidores também devem ser. Por isso, criamos experiências que envolvem relações diretas e autênticas. Juntamos entretenimento com conteúdo. Gerenciamos sensações para criar vivências únicas. E, assim, criamos memórias e histórias que são compartilhadas”, explica Lula Pessoa de Mello, um dos sócios da empresa que cresceu o faturamento numa média de 30% ao ano desde 2012. O maior case de sucesso da empresa é a realização do The Final (que antes era conhecido como Champions Experience), da Heineken, que une a marca da cerveja à exibição da partida final da UEFA Champions League em um lugar de grife, como o castelo do Instituto Ricardo Brennand. “Esse evento, que acontece desde 2012, representa bem o que é a Mova. Criamos do zero esse conceito de reunir formadores de opinião para assistir aos jogos”, afirma Lula. A ação da Heineken atinge diretamente 400 pessoas. Nesse grupo estão 16 formadores de opinião, chamados capitães, cada um desses convida mais 10 pessoas para formar seu time “O impacto direto do evento é pequeno, mas cada capitão tem uma rede social com no mínimo de 5 mil a 10 mil pessoas. Um deles chega a ter 300 mil seguidores no Instagram. Um post, via um formador de opinião, tem muito mais impacto do que a empresa falando dela mesma, com uma publicação patrocinada”. Os outros convidados são capitães de anos anteriores e parceiros comerciais da Heineken. O executivo afirma que o crescimento do marketing digital tem potencializado o live marketing. “Experiências presenciais nunca foram tão valorizadas. Com os influenciadores digitais corretos podemos ampliar exponencialmente o número de pessoas impactadas e, consequentemente, o retorno do investimento feito pelo cliente”. Por ano, a empresa promove entre 30 e 50 eventos. Entre eles, lançamentos de veículos, como Hilux e Etios, e a inauguração de lojas, a exemplo da Harley Davidson. Nessa, uma ação ousada foi fazer o sorteio de seis tatuagens da marca de motocicletas para os participantes do evento. Para a surpresa dos organizadores, dos 350 convidados, 100 se inscreveram para concorrer. “Parece surreal que a pessoa queira tatuar uma marca no seu corpo. Mas nesse caso, ela representa atitude, um estilo de vida. Com marcas assim nosso trabalho fica facilitado”, afirma. Essas experiências foram tão positivas que algumas empresas que promoveram lançamentos passaram também a investir em um outro segmento que a Mova está apostando, o marketing com eventos esportivos. Junto à Heineken foram organizados a Champions Cup (Torneio de Futebol) e o Champions Bowling League (campeonato de boliche). Essas competições têm a proposta de levar uma estrutura de esporte profissional para amadores. No segmento esportivo, outro evento de destaque foi a realização de um rally em Gravatá, promovido pela Toyolex, e o Torneio Lagoa Azul de Tênis, de iniciativa de Sérgio Monteiro Cavalcanti. Apesar de promover eventos de grande porte, a Mova tem um time enxuto, de 11 pessoas. Mas chega a envolver até 200 em uma ação. Os sócios são Lula Pessoa de Mello, Jorginho Peixoto, Gabriel Freire, Henrique Pereira e Anselmo Albuquerque. A empresa se uniu à Duca, liderada por Queiroz Filho e Daniel Queiroz. “O grupo Duca tem um ambiente que cria uma sinergia muito bacana entre as empresas, o que favorece a inovação e criatividade”, elogia Lula. Em 2016, com a crise, a Mova repensou algumas estratégicas e está construindo um novo direcionamento que seguirá por três frentes: gestão de experiências, eventos esportivos e de conteúdo. “Agora que entramos para o grupo estamos focados não somente em realizar eventos para clientes, mas também em criarmos eventos que atendem diretamente uma necessidade do mercado, que são financiados por patrocínio e ingressos”. A primeira ação dentro do segmento de marketing de conteúdo será o Cidades Algomais – CAM, realizado em parceria com a Algomais. “Esse projeto tem como principal objetivo promover iniciativas positivas e transformadoras ligadas a temas urbanos”. Caruaru foi a cidade escolhida para fazer o lançamento do projeto. “O marketing de conteúdo tem um poder muito forte. A inspiração mexe com o sentimento das pessoas”. Lula defende que eventos como o CAM podem ajudar a transformar a experiência urbana de uma cidade como o Recife ou Caruaru. E essa expectativa de transformação gera grande interesse da população e das marcas. (por Rafael Dantas - repórter da revista Algomais)

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Hidroterapia ajuda crianças com microcefalia

A educadora da física Karina Meyer e também diretora da rede de academias de atividades aquáticas de Salvador explica a importância da hidroterapia na vida das crianças com microcefalia. "Nos exercícios fora d'água, as crianças sentem dor porque têm rigidez muito forte nas articulações, mas, na água, elas conseguem executar movimentos com mais facilidade. Percebemos na expressão facial delas o quanto é lúdico, prazeroso e relaxante. São crianças que passam por muito estresse como dores e outras patologias trazidas pela microcefalia. A gente promove socialização e o trabalho é também com as famílias, costumo dizer que é um trabalho socioafetivo”, diz. As aulas ocorrem todas as sextas-feiras, em duas unidades do espaço, nos bairros Pituba e Villas, em Salvador. Os exercícios são feitos em piscinas com água aquecida, em aulas que duram 30 minutos, para duas turmas por sexta-feira. Os estímulos que a criança recebe dentro da água facilitam o desenvolvimento motor, área prejudicada devido ao grau de comprometimento cerebral que a doença provoca. De acordo com o quadro de especialistas da academia que oferece o serviço gratuito, a mínima sustentação de peso dentro da água contribui para que o tratamento tenha eficácia em casos de dores, inflamações, espasmos musculares, movimentos, força e geram melhor qualidade de vida para pacientes e familiares. Relaxamento melhora no dia a dia das crianças é notada, sobretudo, por pais e mães que acompanham as atividades dentro da água, junto com os bebês. A microempresária, Ingrid Guimarães, é mãe de Nicole, de 1 ano e meio. Ela diz que as atividades melhoram nas tarefas com a filha, como dar banho e alimentar, algo que foi notado em apenas um mês de aulas. “A maioria dos bebês tem hipertonia muscular [tônus forte], então precisam relaxar e isso fica mais fácil com a água morna. No dia a dia, para dar banho é mais tranquilo, na interação ela relaxa e dorme muito bem. As disfunções no sono são comuns por conta da microcefalia, mas a hidroterapia ajuda muito na qualidade do soninho dela”, diz a mãe de 27 anos, que diz desejar o acesso a esses serviços para um número maior de famílias. Outro bebê que participa das aulas semanais é Pedro, de 1 ano e 5 meses. Acompanhado pelos pais, o menino chorou um pouco ao entrar na água, mas logo se acalmou e curtiu as brincadeiras, orientadas pela “Prô Karina”, e executadas pela mãe Deisiane Cardoso. Ela conta que o filho tem uma especificidade causada pela microcefalia: além de ser sensível a movimentos bruscos, sente dor a toques mais firmes na própria pele. Dentro da água, a leveza do líquido fornece alívio à criança e faz com que ele se acostume, aos poucos, ao toque. “Pedro não tem a mesma rigidez e firmeza que as outras crianças, além disso, tem a alta sensibilidade que o incomoda e assusta. Então, a água permite esse contato contínuo, mas de forma leve e delicada”, diz a mãe que comemora a amizade e parceria criada com as outras famílias a partir da microcefalia. Segundo ela, existe o compartilhamento de informações, serviços, atendimentos e de experiências com cada criança no convívio com os pais. “No dia a dia, a gente executa exercícios que a professora ensina. Até para tomar banho ele chorava muito e hoje isso melhorou 100%. Eu agradeço muito pelo projeto, não falto nenhuma aula, espero que, mais para frente, todas as mães tenham essa oportunidade, porque os resultados são nítidos tanto a curto, como a longo prazo”, diz Deisiane, de 28 anos. Ao falar sobre a troca que tem, como ser humano, a professora Karina se emociona e declara que ganha muito em cada aula. A troca de experiências e a especificidade de cada criança proporcionam, segundo ela, um aprendizado jamais adquirido de outra forma. Síndrome Congênita A microcefalia é uma malformação que pode ser identificada ainda durante a gestação, em exames de ultrassonografia, nos quais se medem a circunferência do crânio do feto, que se apresenta menor que em fetos sem a anomalia. A condição neurológica rara pode ser causada por infecções adquiridas pela mãe, principalmente nos três primeiros meses de gravidez. Entre as principais infecções que podem causar a microcefalia, estão a toxoplasmose, rubéola, citomegalovírus e, recentemente, a descoberta do vírus Zika como um dos principais causadores da malformação nos últimos dois anos. Apesar do tamanho da cabeça dos bebês, menor que dos demais, a microcefalia existe por conta de um atraso no desenvolvimento cerebral e pode se associar a outras complicações, como dificuldades para se alimentar, dificuldade no controle muscular, irritabilidade, crises convulsivas, atraso no desenvolvimento, desordens psicomotoras, distúrbios auditivos e visuais e comprometimentos articulares. Vírus Zika O vírus Zika é transmitido pelo mosquito Aedes Aegypti, que também é vetor de outras doenças, como dengue e chikungunya. No caso do zika, a doença pode ocasionar malformações neurológicas, como encefalomielite aguda, microcefalia e Síndrome de Guillain-Barré. Outras complicações vêm sendo estudadas e descobertas por especialistas, como a ocorrência de hidranencefalia, que provoca o acúmulo de líquido em áreas que deveriam estar preenchidas pelo cérebro, dentro do crânio dos bebês. Por conta da complexidade de efeitos causados pelo zika, a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia passou a notificar, desde outubro de 2015, casos de Síndrome Congênita Associada à Infecção pelo vírus Zika , em vez de registrar somente como microcefalia. Desde então, foram notificados, até janeiro deste ano, 1.555 casos da síndrome, entre os quais, 30 tiveram confirmação da existência do vírus da zika, em exames laboratoriais. (Agência Brasil)

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Projeto Quartas da Dança anuncia selecionados

Realizado em parceria entre a Prefeitura do Recife e o Governo de Pernambuco, projeto disponibilizará pauta para espetáculos de dança nos teatros Barreto Junior e Arraial Ariano Suassuna Foi divulgada a lista dos selecionados que participarão do Projeto Quartas da Dança que acontece nos meses de junho e julho nos teatros Barreto Júnior e Arraial Ariano Suassuna. Nesta edição de 2017, o projeto é resultado de uma articulação entre a Prefeitura do Recife, por meio da Secretaria de Cultura e da Fundação de Cultura Cidade do Recife, e o Governo de Pernambuco, através da Secretaria de Cultura e da Fundarpe. O Quartas da Dança faculta a pauta desses equipamentos com condições especiais. Os grupos selecionados terão direito à bilheteria das apresentações, pagando apenas 10% da arrecadação pela ocupação dos teatros. A abertura acontece no dia 14 de junho às 20h, no Teatro Barreto Junior, com o espetáculo Luzes do Oriente Studio Dança Hanna Costa. A programação continua no dia 21 de junho, às 20h, com o espetáculo Fragmentos Clássicos, de Simone Monteiro Ballet, Grupo Endança e Ária Social. Em julho, o projeto continua no equipamento cultural da Prefeitura do Recife. Nos dias 12, 19 e 26 de Julho, às 20h, o espetáculo O Homem Sambaqui será apresentado no palco do Teatro Barreto Junior. Já no Teatro Arraial Ariano Suassuna, nos dias 14 e 21 de junho, o grupo de dança Riacho de Pedra sobe ao palco para apresentar o espetáculo Chetuá, sempre às 20h. Em julho, nas quartas-feiras 5, 12, 19 e 26, o Balé Afro Raízes apresentará o espetáculo Os Guerreiros, sempre às 20h.   Serviço: Teatro Barreto Junior 14 de junho, às 20h - Luzes do Oriente, Studio Dança Hanna Costas 21 de junho, às 20h - Fragmentos Clássicos, Simone Monteiro Ballet, Grupo Endança e Ária Social 12, 19 e 26 de julho, às 20h - O Homem do Sambaqui, Trapiá Cia de Dança   Teatro Arraial 14 e 21 de junho, às 20h - Chetuá, Grupo Riacho de Pedra 5, 12, 19 e 26 de julho, às 20h - Os Guerreiros, Balé Adro Raízes (PCR)

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Direitos ambientais e indígenas ameaçados

Relatores da Organização das Nações Unidas (ONU) e da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) criticaram a situação dos povos indígenas no Brasil e o que classificam como “ataques aos direitos ambientais” no país. Em comunicado, a relatora especial das Nações Unidas sobre Direitos dos Povos Indígenas, Victoria Tauli Corpuz; o relator sobre os Defensores dos Direitos Humanos, Michel Forst, e sobre o Meio Ambiente, John Knox, e o relator da CIDH sobre os Direitos dos Povos Indígenas, Francisco José Eguiguren Praeli, afirmam que “os direitos dos povos indígenas e os direitos ambientais estão sendo atacados no Brasil" e que as autoridades políticas vêm aprovando medidas que enfraquecem a já frágil proteção institucional e legal às comunidades tradicionais em geral. O principal alvo das críticas dos relatores internacionais é o relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Fundação Nacional do Índio (Funai) e Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) 2, aprovado no mês passado, que pede o indiciamento de 96 pessoas entre lideranças comunitárias, antropólogos e servidores públicos acusados de fraudarem processos de demarcação de terras indígenas, quilombolas e de assentamentos rurais destinados à reforma agrária. O relatório do deputado e presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, Nilson Leitão (PSDB-MT), também propõe a reestruturação da Funai e a reanálise de processos de terras indígenas já demarcadas, bem como dos procedimentos administrativos demarcatórios em andamento no Ministério da Justiça. Para os três relatores da ONU e o relator da CIDH, o Brasil deveria fortalecer a proteção institucional e legal para os povos indígenas, afrodescendentes e outras comunidades. "É extremamente preocupante que, em vez disso, o Brasil esteja considerando enfraquecer essas proteções", dizem os relatores, afirmando que, ao longo dos últimos 15 anos, o Brasil “tem visto o maior número de assassinatos de defensores ambientais e territoriais de qualquer país, com uma média de uma morte semanal”, situação que afeta particularmente os povos indígenas. Os relatores são especialmente severos ao comentar as críticas que o documento aprovado pela Câmara dos Deputados traz à própria ONU e a acordos internacionais assinados pelo Brasil, como a Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Indígenas, que na opinião de alguns parlamentares representa “uma ameaça à soberania do Brasil”. "É muito lamentável que, em vez de exemplificar os princípios consagrados na Declaração, a comissão de investigação do Congresso questione os motivos por trás disso e os da própria ONU, minimizando os progressos obtidos até agora", lamentam os relatores, observando que uma série de projetos de lei recentemente aprovados ou sob análise do Congresso visam a enfraquecer a proteção ao meio ambiente. Procurada pela reportagem, a Funai não se manifestou sobre o comunicado divulgado hoje. A Agência Brasil não conseguiu contato com o deputado Nilson Leitão, autor do relatório final da CPI da Funai-Incra 2, mas, em nota recente, o parlamentar disse que as recomendações de seu relatório são uma resposta às práticas ilícitas constatadas pela CPI e visam a, entre outras coisas, tirar da responsabilidade de organizações não-governamentais serviços prestados aos povos indígenas, como saúde e educação, devolvendo-a a responsabilidade direta da Funai. “É preciso dar à Funai a importância que todo mundo diz que ela tem, mas que dizem da boca pra fora. É preciso dar importância de verdade, com orçamento. A sociedade compreender que o indígena não é propriedade particular de nenhum setor ideológico”, disse Leitão em nota divulgada por sua assessoria. (Agência Brasil)

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Comércio estima crescimento de 2,5% nas vendas no Dia dos Namorados

O Dia dos Namorados deve movimentar no comércio brasileiro cerca de R$ 1,65 bilhão, já descontada a inflação. A cifra representa uma alta de 2,5% em volume de vendas em relação a igual período do ano passado. A estimativa é da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O economista da CNC, Fabio Bentes diz que, se for confirmada essa expectativa de alta no Dia dos Namorados, “a gente vai interromper uma sequência de dois anos de queda nas vendas na data comemorativa”. No ano passado, as vendas para o Dia dos Namorados caíram 4,9% e, em 2015, recuaram 1,1%. Bentes avaliou que, embora o aumento projetado de 2,5% este ano seja um dado positivo, “ele sequer repõe a perda do ano passado”. Mesmo assim, entende que, se confirmado, o resultado deve ser comemorado, porque significa que o varejo está tentando se levantar da crise e isso começa a ocorrer com taxas modestas. Segundo Fabio Bentes, o sinal que as datas comemorativas estão dando para o varejo este ano – incluídas a Páscoa e o Dia das Mães – é de uma leve alta, devido à redução de preços em função da inflação baixa e, também, por conta de uma melhoria nas condições de crédito. “Os juros ao consumidor têm caído e isso tem propiciado um certo desafogo das prestações”. O economista da CNC disse que a prestação média de compra a prazo hoje está 5% menor do que há um ano. “E se a gente jogar a inflação em cima, esse recuo da prestação média acaba passando dos 9%”. Argumentou que grande parte do consumidor brasileiro não sabe bem o que é a taxa básica de juros Selic, definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, mas “sabe direitinho” o que é o tamanho de uma prestação. “A prestação hoje está cabendo mais no bolso do que cabia um ano atrás”. As projeções da CNC para a data comemorativa dos namorados foram feitas com base em dados oficiais da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de âmbito nacional. Inflação Bentes salientou ainda que a cesta de 25 produtos e serviços mais demandados nessa época do ano pelos namorados teve inflação nos últimos 12 meses de 4,8%. “É a menor inflação para esse grupo específico de produtos em dez anos. Desde 2007, a gente não tem uma inflação tão baixa para esse grupo específico de produtos”. Esse fator explica também a previsão de aumento do volume de vendas na data comemorativa, acrescentou. Considerado carro-chefe das vendas associadas ao Dia dos Namorados, o segmento de vestuário e acessórios deverá movimentar R$ 564 milhões, alta de 3,2% em relação ao mesmo período do ano passado. O segmento representa 37% das vendas totais do varejo nessa data. Joias No segmento de joias e bijuterias, a perspectiva é que o Dia dos Namorados impulsione as vendas em cerca de 10%, em comparação ao ano passado, desbancando, inclusive, os segmentos de chocolates e cosméticos. Essa é a expectativa da Associação de Joalheiros e Relojoeiros do Rio de Janeiro (Ajorio). A diretora executiva da entidade, Ângela Andrade, aposta que as vendas deverão “disparar” neste final de semana. Lembrou que o Dia dos Namorados é a terceira data mais importante do ano para o setor, perdendo apenas para o Dia das Mães e o Natal. “Sempre há um movimento de turistas no Rio de Janeiro que deve impulsionar as vendas no fim de semana, principalmente nas lojas dos aeroportos e pontos turísticos”, externou. No setor de moda, a expectativa é de que os investimentos no comércio eletrônico e as promoções ajudem a aumentar as vendas das pequenas empresas. “Esperamos que também influencie positivamente nas vendas para o Dia dos Namorados”, disse a coordenadora de moda do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado do Rio de Janeiro (Sebrae-RJ), Fabiana Melo. (Agência Brasil)

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Concursos em PE: 280 vagas com salários de até R$ 4,2 mil

Seis concursos e seleções públicas em Pernambuco estão abertos, com a abertura de 280 vagas. As oportunidades são para a prefeitura de Lagoa dos Gatos, para a Secretaria Executiva de Ressocialização, o Conselho Nacional de Técnico em Radiologia, o Conselho Regional de Biomedicina, além da Funape e Funase. Confira abaixo o quadro de vagas e as informações referentes às inscrições e salários de cada seleção. Secretaria Executiva de Ressocialização - SERES Vagas: 85 Oportunidades: Servidores da Seres (oportunidades para profissionais com ensino superior em qualquer área e portadores de habilitação na categoria "B") Inscrições: Entre os dias 7 de junho e 3 de julho de 2017, via internet, no endereço eletrônico www.cespe.unb.br/concursos/seres_pe_17 Salários: R$ 3.872,82 (vencimento mais as vantagens) Baixe o edital: Concurso para a Seres Conselho Nacional de Técnico em Radiologia - Regional Pernambuco Vagas: 3 vagas (mais 75 para o cadastro de reserva) Oportunidades: Uma vaga para gente fiscal, uma para auxiliar administrativo e uma para técnico em contabilidade. Inscrições: Até o dia 10 de julho, exclusivamente via site www.quadrix.org.br. Salários: R$ 1.069,20 (para auxiliar e técnico) e R$ 2.057,15 (para agente). Os profissionais terão direito ao valor de R$ 330 de vale refeição. Baixe o edital: Concurso do CONTER Conselho Regional de Biomedicina Vagas: 3 Oportunidades: Uma vaga destinada à fiscal de biomédico (para graduados em Biomedicina; registrados no Conselho Regional de Biomedicina; e com Carteira Nacional de Habilitação (CNH) - categoria “B”) e duas vagas para agente administrativo (necessário ensino médio completo). Inscrições: Até o dia 5 de julho de 2017, exclusivamente via internet, pelo site www.eplconcursos.com.br Salários: Entre R$ 2.000 e R$ 4.200 Baixe o edital: Concurso do CRBM Prefeitura de Lagoa dos Gatos Vagas: 33 Oportunidades: Para professor, agente de combate às endemias, agente comunitário de saúde e motorista socorrista para o SAMU. Inscrições: Presencialmente na Secretaria de Administração da Prefeitura Municipal da Lagoa dos Gatos (Av. 7 de setembro, nº 44, centro de Lagoa dos Gatos, no horário das 8h às 13h), até o dia 15 de junho de 2017. Baixe o edital: Seleção para Prefeitura de Lagoa dos Gatos Fundação de Aposentadorias e Pensões dos Servidores do Estado de Pernambuco (Funape) Vagas: 52 Oportunidades:  10 vagas para analistas jurídicos previdenciários e 42 vagas para analista em gestão previdenciária Inscrições: Entre os dias 19 de junho e 20 de julho pelo site da FCC (http://www.concursosfcc.com.br/) Salários: R$ 3.678,05 (com vale-alimentação de R$ 246,40) Baixe o edital: Concurso para Funape   Fundação de Atendimento Socioeducativo (Funase) Vagas: 100 Oportunidades: Para agentes socioeducativos (nível médio) nos municípios de Vitória de Santo Antão, Caruaru, Garanhuns, Petrolina e Arcoverde. Inscrições: De 7 de junho a 14 de julho de 2017, via internet: www.institutodarwin.org Salários: R$ 1.320 Baixe o edital: Seleção para Funase

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Cooperativas do Vale do São Francisco driblam a recessão, inovam e crescem

Pernambuco possui mais de 134 mil pessoas integradas em alguma cooperativa. Ao todo são 264 organizações cooperadas no Estado, que são responsáveis pela geração de quase cinco mil empregos. Os ramos são diversos, indo da fruticultura irrigada ao setor de transporte ou crédito. Esse é um movimento que tem fortalecido principalmente as pequenas e médias empresas, que juntas ganham escala e a possibilidade de ocupar espaços no competitivo mercado global. Um dos cases de maior sucesso em solo pernambucano é o das empresas de produção de uvas e mangas no Vale do São Francisco. Nos centros urbanos, as cooperativas médicas, Unimeds, são a marca mais conhecida.   Uma das organizações que tem atravessado a crise com acelerado crescimento é a Coopex Vale (Cooperativa de Produtores e Exportadores do Vale do São Francisco). Com 27 cooperados e 400 hectares de terras, ela alcançou em 2016 um faturamento de R$ 63 milhões. Esse resultado bateu em 30,3% os números de 2015, quando faturou R$ 48,4 milhões. “Para 2017 projetamos um salto para R$ 75 milhões”, afirma o diretor Jailson Lira. Para alcançar esse desempenho a cooperativa investiu em inovação, com a oferta de novas variedades de uvas. Há três anos a Coopex Vale investiu na espécie de uva Arra 15, desenvolvida na Califórnia. Mesmo pagando royalty de 6% por cada quilo de produção para os norte-americanos, a novidade caiu no gosto da clientela brasileira e europeia e tem avançado no mercado. Outra nova variedade é a BRS Vitória, uma uva preta, desenvolvida pela Embrapa, bastante doce e com aroma agradável. A entrada mais forte no mercado brasileiro da Coopex Vale se dá com a criação da marca Gota de Mel. A inspiração para lançar as novas espécies de uva veio dos melões de redinha, que ofertam produtos selecionados, com um maior valor agregado. “Um dos nossos diferenciais tem sido levar a mesma qualidade que oferecemos na exportação para o mercado brasileiro”. Outro player de destaque na frutivinicultura no Vale é a Cooperativa Agrícola Nova Aliança (Coana). Composta por cinco famílias de origem japonesa, eles dispõem de uma área de produção de 500 hectares entre uvas e mangas. “A cooperativa faz a aquisição de insumos e embalagens. Esse trabalho conjunto nos faz comprar bem. Para o pequeno produtor esse é o único caminho para se manter competitivo. A nossa estrutura oferece também a câmara fria. Somos responsáveis por 100% da comercialização dos produtores”, afirma o presidente Edis Matsumoto. Atualmente, 65% das uvas da Coana são para o mercado interno, enquanto que 35% vão para o exterior. Já em relação às mangas, 60% são exportadas e 40% ficam no País. Além da produção anual de 6 mil toneladas de uvas e 4 mil toneladas de manga, a Coana se diferenciou ao investir na produção do suco de uva Terra Sol (integral, sem adição de água ou açúcar). “Nos últimos 10 anos, o mercado para esse segmento de suco cresceu numa média de 15% ao ano”, afirma Igor Sileni, gerente de operações da empresa que produz 500 mil litros por ano e já faz testes para oferecer também suco orgânico. Em 2016, o faturamento com a comercialização para o mercado externo foi de R$ 23 milhões, enquanto que para o mercado interno atingiu R$ 17 milhões. “Nossa maior aposta agora é o consumidor do Brasil. Projetamos que em cinco anos chegaremos a um faturamento de R$ 55 milhões para o mercado brasileiro e R$ 35 milhões nas exportações”, afirma Matsumoto. Entre as cooperativas urbanas, o segmento de crédito tem alcançado resultados bastante promissores. O Sicredi (Sistema de Crédito Cooperativo) do Vale do São Francisco fechou o ano de 2016 com 3.176 associados. Ela dispõe de duas agências em Petrolina e uma em Juazeiro. A organização fechou o ano passado com um ativo total de R$ 73.757 milhões, que representou uma evolução de 17% em relação a 2015. “Nos bancos o usuário é um cliente, na cooperativa é o próprio dono”, diferencia o presidente do conselho de administração, Antônio Vinicius Ramalho. O presidente da OCB-PE ressalta que há um engajamento maior dessas cooperativas com o desenvolvimento local, quando comparados com as instituições bancárias. “As cidades com cooperativas alcançam IDH melhores”, afirma Malaquias. Uma das marcas do Sicredi em todo o País, por exemplo, é o apoio à agricultura familiar. Por três anos consecutivos a organização foi o agente financeiro com maior volume de operações de investimento no âmbito do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). No ano agrícola 2015/2016 foram realizadas 11 mil operações, que movimentaram R$ 567 milhões em investimentos. A cooperativa estima fechar 2017 com a liberação de cerca de R$ 10,6 bilhões, em 185 mil operações, entre custeio e investimentos em todo Brasil. A cooperativa médica Unimed está construído o hospital Unimed Petrolina. Com o investimento de R$ 20 milhões, a unidade hospitalar será a maior da região, com 200 leitos. A primeira etapa da obra, que terá 30 leitos, será inaugurada em outubro. Com 400 médicos associados, a cooperativa tem uma carteira de 62 mil usuários. A rede já possui um hospital próprio da região do Vale do São Francisco, o Unimed Juazeiro, que dispõe de 79 leitos. “Somos a maior operadora da região. No ano passado tivemos um crescimento de 4% na quantidade de usuários. Esse foi inclusive um desempenho menor, devido à taxa elevada de desemprego. A nossa média de crescimento era de 6,5% a 8% por ano”, relata o gerente comercial Ítalo Barbosa. Para fortalecer o movimento do cooperativismo em Pernambuco, a OCB-PE investe em formação. A organização é responsável pelo Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop), que integra o Sistema S, a exemplo do que é o Senai, para a indústria, e o Sebrae, para o empreendedorismo. No incentivo à formação, a OCB-PE criou há 3 anos o primeiro MBA do Estado em Gestão de Cooperativas. No primeiro ano, o curso foi ofertado em parceria com a Unicap, no ano passado com a Maurício de Nassau, e atualmente acontece em parceria com a Faculdade

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Vôlei: Brasil vence primeiro teste do novo ciclo olímpico

A seleção feminina de vôlei bateu a Alemanha por 3x0 e venceu o Torneio Internacional de Montreux. Mais importante que o resultado, a competição foi o primeiro teste das novas comandadas de José Roberto Guimarães rumo aos Jogos Olímpicos de Tóquio. Com várias novatas em quadra, o time deixou a Suíça com alguns motivos para comemorar. Renovação Sem estrelas consagradas no vôlei internacional, como Sheila, Fabiana e Fabi, que se aposentaram da seleção e ainda sem contar com algumas peças-chaves que foram acionadas nos últimos anos, como Taísa (contundida) e as pernambucanas Dani Lins e Jaqueline, Zé Roberto pôde testar novas atletas. O volume de jogo - mesmo com momentos de instabilidade - e a capacidade de enfrentar pressão na competição (como enfrentar a China nas semifinais) foram alguns pontos a se destacar.   Consolidação Remanescentes de convocações passadas, Natália e Adenízia (que estiveram nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro e de Londres) e Tandara (que esteve no time que jogou as Olimpíadas de Londres) assumem agora o papel de protagonismo no times mais jovem. Como no seu clube, Tandara foi a atleta de desafogo e de força no ataque. Natália, a capitã brasileira, foi escolhida como melhor atacante do torneio. Carol, que por pouco não chegou aos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, foi eleita melhor meio de rede e melhor jogadora da competição. Roberta Na disputa com a jovem Naiane, Roberta se saiu melhor em Montreux. Apesar de ter sido convocada em poucas competições por Zé Roberto Guimarães, a levantadora do Rio de Janeiro tem toda experiência de atuar em um dos clubes mais vitoriosos do mundo. Em um eventual retorno de Dani Lins à seleção, Roberta tem grandes chances de disputar a segunda vaga do time. Na competição, ela foi eleita melhor levantadora. Rosamaria Sem dúvida a grande revelação da seleção brasileira no torneio. A atleta do Minas há algumas temporadas vem se destacando na Superliga, mas teve breves chances também na seleção e nessas ocasiões com passagens com pouco brilho. Na Suíça foi diferente. Começou como reserva, enquanto Drussyla e Amanda tiveram mais oportunidades. Ao assumir a titularidade, a ponteira teve um grande destaque no ataque da seleção feminina. Líbero Suelen teve a chance de atuar como titular durante o torneio. Mesmo sem ter sido diferencial na seleção, a líbero se saiu bem quando foi acionada no passe, além de ter um toque excelente para o levantamento. No novo ciclo olímpico, ela terá uma disputa intensa com Leia e Gabi (que até recentemente jogava como ponteira em Osasco). Nesta temporada Suelen joga no forte time do Praia Clube. Apesar do Torneio de Montreux não ser um parâmetro para o desempenho da seleção, visto que muitos países enviaram suas equipes reservas, do pouco que foi visto na Suíça, a nova geração promete manter o Brasil entre os melhores no voleibol internacional. *Por Rafael Dantas, repórter da Revista Algomais

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Formação superior para alavancar o cooperativismo

Formação é palavra-chave para alavancar a competitividade encontrada pelo cooperativismo pernambucano para atravessar a crise. Em Pernambuco, onde mais de 134 mil pessoas estão integradas em alguma cooperativa, a Organização das Cooperativas Brasileiras em Pernambuco (OCB-PE) decidiu nos últimos anos investir na oferta de cursos de pós-graduação focada na gestão, construindo cursos em parceria com instituições de ensino superior do Recife. A iniciativa já formou mais de 80 alunos que participam de alguma das 264 das organizações em funcionamento no Estado. “O sistema OCB-PE tem investido bastante na formação das pessoas, colaboradores e dirigentes das cooperativas do Estado. Entendemos que só através da educação podemos mudar e criar um cooperativismo novo. Essa especialização que ora fazemos é no sentido de preparar mão-de-obra para melhor prestar o serviço de gestão e governança. E com isso as cooperativas poderem prestar o seu trabalho para os cooperados e para a sociedade que as rodeiam”, afirma Malaquias Oliveira, que preside o sistema. O dirigente afirma que a motivação de fortalecer a formação partiu do diagnósticos traçado pelo sistema de que havia uma governança ruim em várias cooperativas, resultado de dirigentes pouco preparados. “Muitos dirigente eram produtores rurais que tinham dificuldade de administrar a cooperativa como negócio. Nosso alunos vem de todas as cooperativas, em geral são dirigentes ou gestores que estão no dia a dia dessas organizações. Ao final do curso essa gente é devolvida as suas cooperativas para exercer sua atividade melhorada. Com isso acreditamos que podemos melhorar os processos e consecutivamente o desempenho”. Um dos alunos recém-formados é Adailson Freire. Aos 74 anos, ele foi o vovô da turma, mas continua na ativa na Cooperativa de Prestação de Serviços (Coosepe), que funciona em Olinda, além de apoiar o funcionamento da Associação de Desenvolvimento Rural Sustentável da Serra da Baixa Verde (Adessu), uma organização cooperada que atua com a agricultura familiar em Triunfo e Santa Cruz da Baixa Verde, no Sertão. “Eu preciso estar atualizado e tinha evidentemente que passar por um nova formação. Apesar da idade avançada, tenho necessidade de estar no mercado. Não quero ser inútil a sociedade. Mas quero poder ajudar as pessoas que precisam, como da agricultura familiar”, revela os motivos por retomar as salas de aula. No trabalho com os cooperados da agricultura familiar, Freire explica as adequações que a organização está passando para ganhar competitividade. “Eles tem uma unidade de produção de polpas e outra que fabrica açúcar mascavo e rapadura. Estamos fazendo um trabalho de adequação à legislação, através das diretrizes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Atualmente esses produtos são levados para a feira agroecológica de Serra Talhada. Queremos cada vez mais profissionalizar essa atuação da parte operacional para entrar em novos mercados”, explica. Integrante da Cooperativa de Produtores de Leite do Cariri Paraibano (Coapecal), Gilberto Manoel Paixão é outro aluno recém-formado pela pós-graduação. Veterinário e licenciado em ciências agrícolas, ele buscou a especialização para se aprofundar na gestão das cooperativas. “Sou responsável pela qualidade do leite e sempre dou palestras aos agricultores e criadores. O curso me trouxe muita qualificação, que consegui assimilar informações relevantes para o nosso setor que levarei para quem está na ponta da nossa produção”, afirma. A Coapecal desenvolve captação de leite em 21 municípios, contando com 462 cooperados e com 230 funcionários. “Completamos 20 anos de trabalho. Apesar de sermos uma cooperativa pequena de agricultores familiares, estamos hoje entre os grandes produtores da região em função da nossa qualidade e presença no mercado”, afirma. Com 67 tanques de captação de leite, a cooperativa faz uma logística com caminhões isotérmicos para receber o produto dos cooperados. Transporta o leite para a indústria, onde é testado antes de entrar no processo de fabricação. “Tudo o que é de aprendizado que tive no curso é importante e eu pretendo levar para essa cadeia produtiva, principalmente sobre gestão e governança. Além de oferecer as aulas e instigar a pesquisa, os alunos da pós-graduação encerram o ciclo de formação com uma viagem técnica para conhecer experiências bem sucedidas no Estado. Neste ano o grupo discente foi para a região do Vale do São Francisco onde visitou a  Coopex Vale (Cooperativa de Produtores e Exportadores do Vale do São Francisco), a Cooperativa Agrícola Nova Aliança (Coana), o Sistema de Crédito Cooperativo do Vale do São Francisco (Sicredi) e a Unimed da região. Apesar da crise, todas essas organizações, ancoradas por gestões bem profissionalizadas, tiveram crescimento de faturamento nos últimos anos.   A última turma formada pela iniciativa aconteceu em parceria com a Faculdade Marista. Os dois primeiros grupos estudaram na Unicap e na Faculdade Maurício de Nassau. O próximo passo que está nos planos da OCB-PE é de criar uma Faculdade do Cooperativismo em Pernambuco, para oferecer graduações, como já acontece em outros três estados brasileiros. “Estamos na fase de discussões para a criação de uma faculdade do cooperativismo em Pernambuco, com objetivo de ser uma faculdade para a região Nordeste. Talvez a partir do próximo ano já tenhamos isso mais elaborado. Nossa proposta é de termos um curso superior em cooperativismo com extensão, pesquisa e graduação, além da pós graduação”, explica o presidente do sistema OCB-PE, Malaquias Oliveira. CENÁRIO NACIONAL DA FORMAÇÃO No Brasil existem poucos cursos superiores em cooperativismo. Ligados ao sistema OCB foram criadas apenas três faculdades. A pioneira foi a Escola de Tecnologia do Cooperativismo (Escoop), em Porto Alegre (RS), fundada em 2011. Depois dela foram criadas a Faculdade de Ensino e Pesquisa em Cooperativismo (Fepcoop), em Cuiabá; e mais recentemente, ainda em 2017, a Faculdade Unimed em Belo Horizonte. O curso mais antigo em formação de cooperativismo, no entanto, é uma graduação na Universidade Federal em Viçosa. Reconhecido como Bacharelado em Administração com Habilitação em Administração de Cooperativas desde 1991, essa formação em uma história mais antiga, que remonta ao ano de 1975, quando foi organizado o então curso de Tecnólogos em Cooperativismo. *Por Rafael Dantas, repórter da Revista Algomais (rafael@revistaalgomais.com.br)

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Urbanismo Sustentável: quando o cidadão se apropria da cidade

As casas do Recife eram voltadas para o Rio Capibaribe nos primórdios da cidade. Com a modernização da capital pernambucana e o crescimento da indústria dos automóveis no País, o modelo de urbanização foi invertido. A população deu as costas ao seu principal ativo ambiental e se voltou para as avenidas. A mobilidade ancorada pelos veículos motorizados individuais resultou numa experiência urbana caótica e poluída. Desse desconforto cotidiano e da eclosão de movimentos sociais em defesa de uma cidade mais humana e verde operou-se uma mudança. O recifense voltou a olhar para o rio, a andar de bicicleta e a cobrar por mais qualidade nas calçadas. Nasceu um novo protagonismo cidadão que associa conhecimento técnico e mobilização popular por um urbanismo sustentável. A criação do Jardim do Baobá, nas Graças, representa bem essa tendência na luta por uma cidade mais sustentável. Ele é uma das peças do Parque Capibaribe, que é a principal aposta do poder municipal de reordenamento urbano para o Recife num cenário de longo prazo. “O Jardim do Baobá é o marco zero de um modelo que pretendemos implantar na cidade. O parque traz um alto padrão de mobiliário urbano, com prioridade aos pedestres e ciclistas”, diz Bruno Schwambach, secretário municipal de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente. Schwambach considera como um dos diferenciais da iniciativa a intensa participação popular. “Não é um projeto da prefeitura, mas da cidade”. Para envolver a sociedade, segundo o secretário, foi fundamental o convênio com o Inciti/UFPE, que promoveu diversos fóruns e debates com atores locais para discutir o projeto. “Para que haja sustentabilidade as decisões não podem ser tomadas sem a conexão com a população, precisa de um amplo engajamento”, ressalva Schwambach. Outros movimentos de apropriação do espaço urbano fervilharam no Recife nos últimos anos. Desde grandes mobilizações, como no caso do Ocupe Estelita, até a organização de vários grupos locais, como o Instituto Casa Amarela Saudável e Sustentável. A associação surgiu para combater a insegurança local e acabou atuando na defesa de um bairro mais humanizado. Possui cinco núcleos que cuidam de áreas específicas da comunidade, como o Sítio da Trindade, a Biblioteca Municipal (reaberta com a ação dos moradores) ou a Horta Comunitária (plantada num terreno baldio adotado pelos vizinhos). “O mais importante é engajar as pessoas na preocupação com o espaço público. A horta era uma área com lixo que foi ocupada e é cuidada pela população. Virou um point ambiental, criado sem recursos, mas com muito carinho da comunidade”, afirma o coordenador Vandson Holanda. Movimentos semelhantes se espalham por diversos bairros, como em Casa Forte, Setúbal, Graças e Brasília Teimosa. O doutor em Estruturas Ambientais Urbanas e professor da Universidade de São Paulo (USP), Bruno Padovano, considera essencial essa participação dos cidadãos. “Nada mais pode ser realizado de cima para baixo, sem envolver todos os interessados, até porque na interface dos diversos atores sociais podem surgir ideias muito melhores do que aquelas que muitas vezes se originam em paradigmas superados”. Nos últimos anos cresceu também o número de movimentos que criticaram o padrão de mobilidade. Surgiram o Olhe Pelo Recife – Cidadania a Pé, a Frente de Luta pelo Transporte Público e a Associação Metropolitana de Ciclistas do Grande Recife (Ameciclo). O assunto é estratégico, pois a forma como os pernambucanos se locomovem tem um grande impacto ambiental. Segundo o Inventário de Emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) da Cidade do Recife, 65% do CO2 emitido na capital provém do transporte. Com quatro anos de atividade, a Ameciclo ampliou sua atuação ao mesmo tempo que aumentou sensivelmente o número de ciclistas na cidade. O movimento participou da construção do Plano Diretor Cicloviário da Região Metropolitana, promoveu a primeira Conferência Livre de Mobilidade do Recife e desenvolveu um sistema de reutilização e compartilhamento de bikes em duas comunidades carentes do Recife, o Bota pra Rodar. Além disso, tem investido na realização de pesquisas para embasar sua atuação. “É importante fazer o Recife ter uma estrutura urbana mais humana. Quando toda malha viária é construída para o automóvel, você tira a cidade das pessoas e as ruas viram apenas canal de passagem e não de vivência”, afirma Lígia Lima, uma das coordenadoras da Ameciclo e integrante do Observatório do Recife. Ela afirma ser necessário diminuir a velocidade nas ruas, diversificando o modo como as pessoas fazem seus percursos no dia a dia, estimulando principalmente o andar a pé e de bicicleta. “Quando as pessoas não só passam pelas vias, mas vivem a cidade, passam a se preocupar com esse espaço se fosse sua própria casa. A partir daí, começam a querer cuidar mais da área pública”, avalia.   Uma característica desse novo protagonismo cidadão é a preocupação com o longo prazo. Uma organização da sociedade civil especializada nessa perspectiva é a Agência Recife para Inovação Estratégica (Aries). “É do povo que emergem as prioridades, a alma do tipo de cidade que queremos ser. Só acertando a interpretação dessa vontade que vamos conseguir um projeto de longo prazo que represente de verdade o recifense”, declara Guilherme Cavalcanti, diretor da Aries. “A cidade precisa ser tratada como o complexo e estratégico sistema que é, caso contrário, sofreremos as consequências de soluções pontuais desconectadas, que formam um verdadeiro Frankenstein e não o lugar que merecemos. Precisamos partir de uma visão macro, que responda à pergunta “qual é a cidade de que precisamos?”, afirma Roberto Montezuma, presidente do CAU-PE. (Reportagem do jornalista Rafael Dantas - rafael@revistaalgomais.com.br)   LEIA TAMBÉM: Três perguntas para Roberto Montezuma sobre urbanismo sustentável “O Recife precisa ter uma estrutura urbana mais humana”, entrevista com Lígia Lima, da Ameciclo

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