A pesquisa Tendências Nielsen (janeiro a agosto/2015) aponta que o consumo da cesta de produtos de Limpeza, Higiene e Beleza, Bebidas Alcoólicas/Não Alcoólicas, Perecíveis e outros itens de Mercearia, caiu 0,7% em volume de vendas. Na comparação entre junho a agosto de 2015 com o mesmo período de 2014, houve uma queda ainda maior, de 2,9% no volume de vendas das cestas de alimentos citadas acima. Segundo Paula Valadão, analista de mercado da Nielsen, a cesta de produtos analisada pela empresa deve ter uma retração de até 1,8% no fechamento de 2015. O destaque ficou para o segmento de Higiene e Beleza, que consegue crescer por marcas mais baratas ou embalagens econômicas, conforme gráfico abaixo.
Na opinião de Paula Valadão, o país vive o pior cenário consumo desde 2009, principalmente porque a previsão de inflação para 2015 é de 9,9%, visto que em 2009 foi de 4,3%. Essa crise de confiança no país reflete muito no dia a dia dos consumidores. “O índice de confiança global da Nielsen mostrou que em 2009 os brasileiros eram mais otimistas, atingindo 108 pontos (8 pontos acima da média global), e agora, em 2015, está em 79 (21 pontos abaixo da média global), ou seja, brasileiros estão mais pessimistas, principalmente sobre suas expectativas em relação à economia, gastos e empregos. Já a variação da cesta Nielsen manteve o crescimento de 1,3% em 2009 e para este ano, até agosto, já temos queda de 0,7%”, destaca ela.
CLASSE C – De junho a agosto deste ano, itens da cesta básica tiveram aumento de 0,9% em volume de vendas. A analista Paula Valadão explica
que os consumidores da classe C estão mais endividados e são os que mais “cortam” itens supérfluos das compras, priorizando alimentos e produtos de necessidade básica, sendo que no período quase 60% das categorias supérfluas perderam penetração na classe C.
A classe C continua estabilizando o consumo com baixa variação do ticket e gasto médio, ou seja, gasta cada vez menos na comparação com outras classes sociais.