Arquivos agricultura - Revista Algomais - a revista de Pernambuco

agricultura

"Vinhos estrangeiros são contrabandeados numa quantidade 4 vezes maior do que a produção de vinhos finos brasileiros"

O contrabando e a falsificação de vinhos estrangeiros têm sido uma dor de cabeça para os produtores da bebida no Brasil. Afinal, o produto contrabandeado não paga imposto, enquanto que mais de 50% do preço dos vinhos legalmente vendidos no País corresponde ao valor dos tributos, segundo o presidente do Vinhovast (Instituto do Vinho do Vale do São Francisco) José Gualberto de Almeida. Apesar do problema, os produtores pernambucanos também têm motivos para comemorar: depois de 20 anos de intensos trabalhos, eles conquistaram a Indicação Geográfica Vale do São Francisco, concedida pelo Inpi (Instituto Nacional da Propriedade Intelectual). O registro de Indicação Geográfica (IG), segundo o Ministério da Agricultura, é conferido a produtos ou serviços que são característicos do seu local de origem, o que lhes atribui reputação, valor intrínseco e identidade própria. São produtos que apresentam uma qualidade única em função de recursos naturais como solo, vegetação, clima e saber fazer (know how). José Gualberto – que também é presidente da Valexport (Associação dos Produtores e Exportadores de Hortigranjeiros e Derivados do Vale do São Francisco) – conversou com Cláudia Santos sobre os benefícios que a IG trará para a vitinicultura da região (que produz 5 milhões de litros de vinho fino por ano), os problemas que o setor enfrenta, como o contrabando, e as perspectivas do enoturismo. Qual a importância da conquista da indicação geográfica para o setor vinícola do Vale do São Francisco? Com a conquista da indicação geográfica, o mundo da produção e dos negócios do vinho põe as suas vistas para a nossa região. Os grandes produtores de vinho do mundo procuram se instalar em regiões produtoras. A Miolo, da Serra Gaúcha, e a Global Wines, que produz os vinhos Rio Sol, já estão aqui e temos a certeza de que outros produtores internacionais virão. Temos um produto típico, único, feito com aquelas condições da região do São Francisco. Uma das características dos produtores e consumidores de vinhos é que eles gostam de tipicidades. Já se diz, inclusive, que a fidelidade não é uma característica dos tomadores de vinhos, porque eles se deslocam do consumo de vinho de uma região, vão para outra, comparam, trocam experiências. É isso que vai acontecer com o Vale do São Francisco. A responsabilidade é muito grande dos produtores, dos institutos e pesquisadores para que essa produção se consolide na qualidade e que essa “régua” vá sendo levantada cada vez mais para que tenhamos a possibilidade de nos firmarmos no grande teatro dos produtores de vinhos. Isso não significa que todos os vinhos e produtores vão alcançar em todos os instantes a indicação geográfica. O selo é concedido não ao produtor, mas aos produtos, e eventualmente, um produto que não se enquadre naqueles parâmetros não terá o selo. Isso não significa que não será um vinho a ser consumido. Teremos também outras vinícolas que irão se preparar para submeter seus vinhos a esse comitê permanente, dinâmico e variável que irá apreciar os vinhos e conceder essa indicação. Trata-se da primeira indicação geográfica de vinhos tropicais do mundo. É por isso que o selo demorou 20 anos para ser concedido? Exatamente. Porque não havia elementos de comparação. Existem vinhos tropicais em outros locais, mas nenhum conseguiu indicação geográfica. Uma grande questão, que será discutida ao longo dos próximos anos, é que o Vale do São Francisco produz uvas o ano todo. As pessoas dizem: “são duas safras”. Não são. São 52 safras porque podemos colher a uva na semana 1, na semana 2 até a semana 52. E serão produtos diferentes, porque no mundo clássico do vinho existe a figura da safra, que ocorre num determinado período do ano. Essa característica do Vale do São Francisco oferece uma amplitude enorme de produtos a serem conseguidos. Provavelmente, encontraremos empresas que se especializarão em vinhos de certos períodos do ano. Esses vinhos serão caracterizados, tipificados e o consumidor poderá fazer uma degustação horizontal, desde degustar, por exemplo, um Cabernet Sauvignon do primeiro trimestre e comparar com o do segundo, do terceiro, do quarto, do mesmo produtor. Ou uma degustação vertical, ao comparar vinhos produzidos no ano A, com o do ano B e com o do ano C, nos mesmos trimestres. Uma questão patente é que os vinhos produzidos na região são jovens, aromáticos, frutados e leves em razão dessa característica de poder elaborá-los o ano todo. Por isso, o produtor não está preocupado em fazer vinhos de guarda, como as regiões clássicas, que são estocados em barris de carvalho ou em aço inox por muito tempo. Além disso, os espumantes do Vale são altamente apreciados e procurados. Mas precisamos ter volume. Temos uma quantidade pequena de vinícolas (em torno de oito) mas, como eu disse, acreditamos que outras virão e atrairemos players da cadeia produtiva, como fabricantes de garrafas, rótulos etc. Isso leva a ganho de mercado, ganho de escala e ao barateamento e divulgação do produto. Haverá geração de postos de trabalho, de pesquisas, investimentos. O senhor acredita que o adensamento da cadeia produtiva do vinho vai demorar para acontecer? Acredito que vai se acelerar agora porque, além do vinho, temos a uva in natura que é um produto muito nobre, nossa região produz praticamente 100% da uva exportada pelo Brasil. Precisamos aumentar a cadeia de transporte, a logística etc. porque estamos numa região longe dos portos, o que aumenta nossos custos. Também precisamos muito de pesquisas. Para você ter ideia, para produzir uva de mesa importamos muitas variedades vindas dos EUA. A Embrapa conseguiu produzir algumas, mas o grande volume ainda é daquelas produzidas na Califórnia. Isso é um custo financeiro grande, pois pagamos royalties muito representativos, além do custo social, porque é um espaço de trabalho para pesquisa que não ocupamos. Se tivéssemos apoio massivo da pesquisa, poderíamos passar a ser exportadores de variedades ao invés de importadores. Leia a entrevista completa na edição 201.5: assine.algomais.com

"Vinhos estrangeiros são contrabandeados numa quantidade 4 vezes maior do que a produção de vinhos finos brasileiros" Read More »

Assentamento Galiléia diversifica produção com plantas ornamentais

Do blog do Governo de Pernambuco O Assentamento Galiléia, localizado no município de Vitória de Santo Antão, além de ser referência na produção de alimentos de base familiar, também vem se destacando no cultivo de plantas ornamentais. A produção vai além do plantio e comercialização de plantas, envolvendo um cuidadoso processo sustentável na montagem do terrário e produção de fontes. Hoje, o manejo de suculentas, rosas do deserto e cactos vêm conquistando espaço paralelo à comercialização das hortaliças, principal arranjo produtivo do assentamento, que é assistido pelo Instituto de Terras e Reforma Agrária de Pernambuco (Iterpe), órgão vinculado à Secretaria de Desenvolvimento Agrário do Estado (SDA). O responsável pela produção das plantas ornamentais é o agricultor Carlos Alberto Correia da Conceição, de 46 anos, que vive há 12 anos no assentamento Galiléia, junto com a sua família. “Comecei a manejar e produzir plantas ornamentais nas horas livres, como forma de deixar o sítio mais bonito e aliviar o estresse”, explicou o agricultor, que foi beneficiado pelas ações do Governo do Estado com título de concessão da terra, documento que proporciona a segurança jurídica para os assentados produzirem e acessarem as políticas de desenvolvimento da vida no campo, como o acesso aos créditos rurais. Com o tempo, a habilidade que começou como lazer se transformou em uma possibilidade de ampliar a renda da família. Atualmente, a comercialização das plantas ornamentais desponta entre os produtos da família do agricultor, que produz ainda hortaliças e vende nos mercados de Vitória e de Cavaleiro, em Jaboatão dos Guararapes. As plantas são cultivadas por meio de um processo de sustentabilidade ambiental, manejadas em vasos confeccionados pela família a partir da reutilização de materiais que seriam descartados no lixo. Assim, materiais como isopor, pias quebradas, filtros de barro, pedaços de panos, entre outros objetos se transformam em obras de arte, que agregam valor aos produtos comercializados. HISTÓRIA DE GALILÉIA - Localizado numa área com mais de 500 hectares, o Engenho Galiléia é considerado o primeiro assentamento da América Latina. A história do assentamento é reconhecida no Brasil e na América Latina como o marco da Reforma Agrária, que teve início no Nordeste e contribuiu na ascensão das Ligas Camponesas, movimento responsável por reestruturar uma nova postura política em prol da melhoria das condições de vida no campo em todo o País. O movimento de resistência resultou na desapropriação de antigos engenhos que se tornaram espaços coletivos, formados por homens e mulheres do campo, organizados em associações.

Assentamento Galiléia diversifica produção com plantas ornamentais Read More »

Pera do Vale do São Francisco chega à Serra Gaúcha

Uma tonelada de pera produzida no Projeto Público de Irrigação Nilo Coelho, em Petrolina, no Submédio São Francisco, foi enviada para o município de Farroupilha, na Serra Gaúcha. A pera é uma fruta de clima temperado, mas o seu cultivo no semiárido pernambucano é resultado de uma parceria firmada há dez anos entre a Companhia de Desenvolvimento dos Vales São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). “Ao longo dos anos de pesquisa nós colhemos importantes resultados que nos mostram que é possível produzir pera em grande escala no Vale do São Francisco. Alguns anos atrás nós já víamos que a produção poderia chegar a cerca de 60 toneladas por hectare no quarto ano de cultivo, com possibilidade de duas safras-ano”, disse o engenheiro agrônomo da Codevasf Osnan Ferreira. O produtor Teófilo Ferreira, do Projeto de Irrigação Senador Nilo Coelho, plantou as primeiras 200 plantas de pera há sete anos. “Nós iniciamos com poucas plantas. Com a ajuda da Codevasf e Embrapa, fomos aprendendo. Fomos para 400 plantas, um hectare e, recentemente, expandimos para 2,3 hectares. Nós plantamos a pera triunfo e estamos gostando muito do resultado. A fruta é boa e, como se diz aqui, não dá pra quem quer”, afirmou. Segundo a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), a pera é a terceira fruta de clima temperado mais consumida no país, mas cerca de 95% do consumo nacional é importado. Para atender o mercado interno, o volume de importações chega a 217 mil toneladas. “Os resultados que já temos no Vale do São Francisco mostram que é possível aos produtores do nordeste brasileiro começarem a atender essa demanda”, avaliou o engenheiro agrônomo da Codevasf. Além da pesquisa com pera, a parceria entre Codevasf e Embrapa possibilitou o cultivo de outras frutas historicamente produzidas em regiões de clima temperado, como maçã e caqui, mas que já apresentam bons resultados no semiárido nordestino. No caso da maçã, que também é cultivada em lotes do Projeto de Irrigação Senador Nilo Coelho, prospecções apontam para uma produtividade de 40 toneladas por hectare. “A introdução de novas culturas nos projetos de irrigação da Codevasf permite aos produtores diversificar a exploração agrícola, tornando cada vez mais sustentável a atividade”, destacou o diretor da Área de Gestão dos Empreendimentos de Irrigação da Codevasf, Napoleão Casado. Culturas alternativas em áreas irrigadas O projeto “Introdução e avaliação de cultivos alternativos para as áreas irrigadas do semiárido brasileiro”, desenvolvido pela Embrapa e financiado pela Codevasf, teve início há dez anos. O objetivo era descobrir a viabilidade da produção de frutas típicas de clima frio no Vale do São Francisco. O investimento nas pesquisas foi de aproximadamente R$ 500 mil por ano. “A função primordial da Codevasf é promover o desenvolvimento dos vales do São Francisco e do Parnaíba. O financiamento desse tipo de pesquisa é essencial para o desenvolvimento da nossa região. Isso gera renda, diversifica a produção, dá emprego para o nosso povo e ainda gera riqueza para o país”, comentou o superintendente regional da Codevasf em Pernambuco, Aurivalter Cordeiro. Foram realizados experimentos com pereira, macieira, caquizeiro, cacaueiro e outras culturas típicas de clima temperado nos projetos públicos de irrigação Senador Nilo Coelho e Bebedouro, ambos implantados pela Codevasf em Petrolina. As culturas escolhidas para os estudos foram aquelas produzidas sob irrigação e com bom potencial de retorno econômico. (Da Codevasf)

Pera do Vale do São Francisco chega à Serra Gaúcha Read More »

Mercado Tulasi realiza feira de orgânicos no bairro das Graças

O Mercado de orgânicos Tulasi realizará no próximo sábado (22), a partir das 7h, uma feira de produtos orgânicos, fruto de produção agrícola familiar local, além de atividades saudáveis para o público. Dentro da programação estão confirmadas uma aula de  yoga com o professor Fred Santos, com valor de inscrição de R$20, e um aulão aberto de capoeira, com a presença de Mestre Mula, do Grupo Meia Lua Inteira. Junto à venda de frutas e verduras orgânicas certificadas, o Tulasi vai oferecer para os consumidores degustação dos novos produtos da loja, como pães e molhos. Produtos agroecológicos e de vendas a varejo, como massas e congelados, também estarão disponíveis para os clientes. "A gente se realiza participando dessa feira, estamos expandindo nosso negócio", conta o agricultor Alonso Ferreira. Alonso é parceiro do Tulasi e oferece mais de 50 variedades de frutas e verduras que produz no Sítio Barro Branco, em Glória do Goitá. A coleta dos produtos é realizada diariamente na cidade e é distribuído para casas, lojas e restaurantes. "Glória do Goitá será o celeiro orgânico de Pernambuco", afirma Dorgivan, que cultiva orgânicos junto à esposa no Sítio Chã de Pedra, também em Glória do Goitá. A feira de orgânicos é realizada 2 vezes ao mês pelo Mercado Tulasi, e chega a receber cerca de 200 pessoas por feira. "A gente não vende orgânico, a gente vende informação", conta Renata Nascimento, proprietária do Tulasi. Serviço Feirinha de Orgânicos - Tulasi Mercado Orgânico Sábado, 22 de setembro 7h às 12h Rua das Graças, Nº 178 - Graças https://www.facebook.com/tulasimercadoorganico/

Mercado Tulasi realiza feira de orgânicos no bairro das Graças Read More »

Rodrigo Braga inaugura Agricultura da Imagem no Museu do Estado

“O fotógrafo agricultor ara e planta uma imagem. Toda a minha fotografia é uma criação de mundo”, conta o artista visual Rodrigo Braga, que lança, na próxima quarta-feira (1) no Museu do Estado (Av. Rui Barbosa, 960, Graças), a mostra Agricultura da Imagem, com curadoria de Daniel Rangel. Nas obras apresentadas, que estão em formatos de fotografia e vídeo, é possível encontrar a lida do “fotógrafo agricultor”. Ao invés do fotógrafo caçador, que captura as imagens que encontra no mundo como se elas fossem presas, o agricultor constrói a imagem antes de fotografá-la. Há uma construção intencional no processo artístico de Rodrigo Braga. Há sete anos sem expor no Recife, o artista traz uma mostra que circulou nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Fortaleza e foi vista por aproximadamente 220 mil pessoas. Em termos de quantidade de obras, trata-se da maior exposição de sua carreira artística. Como argumenta o curador Daniel Rangel, no texto A tensão orgânica de Rodrigo Braga, “segundo o renomado artista canadense Jeff Wall, o fotógrafo agricultor é aquele que constrói suas imagens a partir de ideias concebidas previamente. Conceito oposto ao do ‘fotógrafo caçador’, (...) que captura o instante que vê”. Em Agricultura da Imagem, é possível encontrar diversas obras como que “semeadas” pelo artista. Além do fotógrafo agricultor, o visitante também irá se encontrar com os trabalhos de um artista viajante. “Vemos, na exposição, um pesquisador que vai buscar suas influências durante seus percursos e deslocamentos pelo mundo”, conta Daniel Rangel. A construção das fotografias de Rodrigo Braga resulta, portanto, da trajetória do artista por vários espaços naturais. Como se vê na mostra, o processo criativo de Rodrigo Braga se faz justamente através de um jogo no qual o artista não assume o papel de uma mera testemunha do espetáculo da natureza, em um posicionamento relacional romântico que situaria a natureza como um objeto a ser apenas apreciado. Aqui, o sujeito assume o lugar ativo de participante da natureza e o que entra em cena é a relação do ser humano com o espaço no qual ele se encontra. Há uma atividade criativa na relação sujeito-natureza aqui desvelada. “Eu faço intervenções nessa natureza com a minha própria ação e tento evidenciar justamente a mimese que a natureza já faz com ela mesma. O graveto se relaciona com a veia e com os espinhos dos peixes e assim vai”, justifica o artista. No entanto, não se trata simplesmente de jogar com a natureza, brincando com as formas que ela oferece, mas também de explorar a tensão que existe entre homem e natureza. No vídeo De natureza passional (2014), por exemplo, vê-se o artista à noite em uma clareira na Floresta da Tijuca, no Rio de Janeiro, onde mora há sete anos. No decorrer dos 13 minutos da obra, Rodrigo Braga pega um pedaço de madeira que está no chão e começa a bater violentamente no solo ao seu redor. Ele espanca a terra até ela ficar fofa e quente e ele ficar cansado. Só depois disso, ele deita e dorme. Ainda no vídeo, vemos o dia ficar claro. O artista, então, acorda e sente a terra que bateu com todo o seu corpo. Traz-se em questão aqui justamente a relação intensa, violenta e profunda do ser humano com a natureza. Na obra, sente-se a familiaridade do artista com o meio natural, a água, a terra e os animais. Não é tanto por acaso: Rodrigo Braga nasceu em Manaus próxima à natureza e tem pais biólogos. “A natureza me traz gosto e familiaridade, mas é óbvio que eu sou um ser urbano de grandes cidades e carrego comigo todas as contradições que as pessoas urbanas têm. O meu trabalho não mostra uma paisagem idílica, romântica, irretocável, mas é justamente a minha visão, também urbana, sobre as paisagens que transito”, detalha o artista. No Rio de Janeiro, Rodrigo Braga mantém uma relação íntima com a mata, como se vê no vídeo acima citado, uma vez que a Floresta da Tijuca é justamente a maior floresta do mundo dentro de uma cidade. Não é preciso sair do Rio de Janeiro para entrar na mata, como acontece em cidades como São Paulo ou até mesmo no Recife. Além da tensão sujeito-natureza, o fotógrafo agricultor também explora aqui o aspecto mimético próprio da natureza. Em obras como Campo de espera (2011), é possível se deparar com a imagem de peixes mortos atados por uma corda em árvores. Acima da árvore, veem-se urubus que surgem em uma relação especular com os peixes que estão pendurados abaixo da copa da árvore. Em Inventário de peixes verdes (2014), folhas ordenadas horizontalmente no tronco de uma árvore aludem à imagem de peixes. De maneira igualmente mimética, a fotografia Biomimesis (2010) mostra as relações sutis entre a estrutura esquelética de um peixe e as ranhuras de uma folha seca. A mostra também conta com obras mais recentes, criadas pelo artista nos últimos cinco anos em diferentes regiões por onde passou, como Amazônia, Baía de Guanabara, Pernambuco, França e Estados Unidos. Uma das mais recentes, intitulada Mar Interior, foi uma instalação montada em 2016 no Palais de Tokyo, na capital francesa. “‘Mar interior’ é um termo de fato existente na geologia e significa literalmente uma porção de mar que ficou aprisionada, cercada de terra dentro de um continente”, explica Rodrigo Braga. No Museu do Estado, a obra será apresentada em registros fotográficos Outra obra recente que será encontrada na mostra é Florão da América, vídeo criado em 2016 em Paquetá, no Rio de Janeiro. Mais uma vez, vê-se aqui o artista que cria e intervém diretamente na paisagem por onde passa para a realização de uma nova imagem. Ele parte do mundo real, mas logo o transforma. A exposição fica em cartaz até o dia 06 de setembro. Rodrigo Braga Nascido em Manaus em 1976, Rodrigo Braga se mudou ainda criança para o Recife, onde se graduou em Artes Plásticas pela Universidade Federal de Pernambuco (2002). Atualmente vive no Rio de Janeiro. Expõe com

Rodrigo Braga inaugura Agricultura da Imagem no Museu do Estado Read More »

Agricultores conseguem reduzir em até 90% aplicação de agrotóxicos na produção de hortaliças

Pequenos produtores baianos têm conseguido diminuir em até 90% a aplicação de defensivos agrícolas no cultivo de repolho. O resultado é alcançado graças ao projeto de pesquisa desenvolvido pelo Instituto Biológico (IB-APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, em parceria com o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo (Sebrae-SP) e a empresa Fênixnet. O projeto também está sendo desenvolvido junto a agricultores de Pernambuco e de Mogi das Cruzes, principal região fornecedora de hortaliças para a Capital paulista. De acordo com o pesquisador do IB, Fernando Javier Sanhueza Salas, a diminuição na aplicação de defensivos agrícolas se deve à transferência de tecnologia de manejo fitossanitário aos produtores, introduzindo princípios de Manejo Integrado de Pragas, e ao uso das chamadas coberturas flutuantes de Agrotêxtil. “O Agrotêxtil é um tecido derivado do polipropileno, que pode ser reciclado. É uma tecnologia muito utilizada na produção de hortaliças na Europa, com destaque para a Espanha, e na produção de melão para exportação em Mossoró, no Rio Grande do Norte”, explica. A vantagem, segundo o pesquisador, é que o tecido impede a entrada de insetos que atacam o cultivo, principalmente de hortaliças e hortifrutis, funcionando como uma barreira física. “Em muitos casos, os produtores precisam fazer apenas uma aplicação de defensivo, antes de utilizar a cobertura e, de acordo com a cultura, fazer mais uma, quando estiver na metade do ciclo da planta e for necessária a polinização”, afirma Salas. Em Mogi das Cruzes, produtores de tomate conseguiram diminuir em 70% a aplicação de defensivos. Em Irecê, na Bahia, agricultores conseguiram diminuir de seis para uma aplicação de defensivo no cultivo de hortaliças. Em repolho, a redução do uso de controle químico foi de 90%. “Além do impacto econômico, há também contribuições para o meio ambiente e para a segurança e saúde do trabalhador rural, que não fica exposto ao produto químico”, explica o pesquisador do IB. O projeto de pesquisa se iniciou em 2015 com três produtores de tomate de Mogi das Cruzes. A ideia era realizar o controle fitossanitário da mosca-branca, que atacava os tomateiros, para melhorar a produção e reduzir os impactos ambientais do uso de agroquímico na região, que é próxima à cabeceira do rio Tietê. “O projeto deu muito certo e em 2017 estendemos para outras culturas e regiões. Hoje, orientamos produtores de diversas hortaliças, tomate e especiarias. Queremos ver os resultados da tecnologia em diversas culturas e em condições de ambiente distintas”, afirma Salas. Implantação de Agrotêxtil Dados obtidos em Irecê, na Bahia, pela Fênixnet, comparam o investimento inicial nas propriedades que produzem tomate rasteiro. Em sistema convencional, ao ar livre, o valor da implantação gira em torno de R$ 15 mil. Com a implantação do sistema Agrotêxtil, as propriedades têm um investimento aproximado de R$ 12 mil por hectare. “Se o produtor for cuidadoso, pode reutilizar a tela no próximo ciclo da cultura, porém com a vantagem de possuir toda a estrutura inicial, reduzindo ainda mais os valores do sistema a, aproximadamente, um terço. Além disso, há vantagens agronômicas, economia de mão de obra, produtos químicos e maquinário para aplicação do defensivo”, pondera o pesquisador. 27 agricultores participam do projeto de pesquisa 90% é a redução do uso de defensivos agrícolas em repolho 70% é a diminuição do uso de agroquímicos em tomate Implantação do sistema de Agrotêxtil é R$ 3 mil mais barato do que sistemas convencionais, baixando para 1/3, de acordo com a condução do cultivo

Agricultores conseguem reduzir em até 90% aplicação de agrotóxicos na produção de hortaliças Read More »

Secretaria de Agricultura aporta R$ 4,7 milhões na economia através do Programa Garantia-Safra

O Governo de Pernambuco, através da Secretaria de Agricultura e Reforma Agrária (SARA), liberou, nesta quinta-feira (30/11), um aporte de R$ 4,7 milhões para pagamento do Programa Garantia-Safra. Com esta liberação de recursos, o Estado assegurou investimentos no valor total de R$ 12.013.764,00, beneficiando 117.782 agricultores familiares. O programa, coordenado pela SARA, por meio da Secretaria Executiva de Agricultura Familiar (SEAF), consiste no pagamento de um benefício, um seguro que cobre a perda da plantação devido à estiagem, efetuado aos agricultores em cinco parcelas. O aporte total de R$ 12 milhões está beneficiando 88.631 agricultores aderidos em 53 municípios do Sertão e 29.151 agricultores aderidos em 46 municípios do Agreste. "É um dinheiro que chega num momento muito importante para estes trabalhadores. Sabemos das dificuldades que alguns agricultores estão passando, sobretudo por conta de estiagem, e esta sensibilidade que o governador Paulo Câmara teve em garantir estes recursos e injetar mais de R$ 4,7 milhões na economia do interior de Pernambuco demonstra a importância que ele dá ao segmento da agricultura familiar em nosso Estado", ressaltou Wellington Batista. Os beneficiários recebem um seguro no valor de cinco parcelas de R$ 850,00 por família. Ao todo, serão injetados na economia do Estado R$ 100.114.700,00, entre recursos federal, estadual, municipal e dos agricultores familiares. Essa ação fortalece diretamente o desenvolvimento das economias locais e a agricultura familiar nos municípios. Com isso, o Governo de Pernambuco atende a demanda dos movimentos sociais e, principalmente, as famílias do semiárido. (Governo do Estado de Pernambuco)

Secretaria de Agricultura aporta R$ 4,7 milhões na economia através do Programa Garantia-Safra Read More »

Museu Murillo La Greca recebe exposição sobre agricultura e agroecologia

A vida dos agricultores do Semiárido e da Zona da Mata pernambucana entra em cartaz no Museu Murillo La Greca, equipamento cultural da Prefeitura do Recife, nesta terça-feira (15), quando estreia a exposição gratuita Uma Deliciosa Teimosia em Ser Feliz, do fotógrafo e documentarista carioca João Roberto Ripper. Ao todo, serão expostas 20 fotos, que são fruto do trabalho realizado pela organização Centro Sabiá, que semeia novas práticas de produção no solo árido da Zona da Mata, do Agreste e do Sertão de Pernambuco. Durante todo o tempo em que andou pelo interior, acompanhando esse trabalho, o fotógrafo registrou as dinâmicas da agricultura familiar, experiências de convivência com o meio ambiente e práticas de agroecologia. A curadoria da mostra é de Luciana Dantas e o design, de Alberto Saulo Lima. “Essa exposição vem de uma andança que faz parte de várias andanças, em que a gente vai cada vez mais entendendo coisas tão bonitas, feitas por populações conhecidas somente por suas grandes dificuldades. São pessoas que realmente lutam muito, seja na Caatinga ou na Mata. Mas, de uma amabilidade e de um querer ao outro fantástico, que me fazem pensar que elas têm a deliciosa magia de insistir em ser feliz”, explica João Roberto Ripper, que também já fez brotar de seu olhar fértil e humano o Projeto Imagens do Povo, uma Agência-Escola de Fotógrafos Populares do Observatório de Favelas, localizada no complexo de favelas da Maré, no Rio de Janeiro. Serviço Exposição fotográfica Uma deliciosa Teimosia em Ser Feliz Abertura: 15 de agosto, às 19h Visitação: De segunda a sexta, das 9h às 12h e das 14 às 17h, até o dia 15 de outubro Local: Museu Murillo La Greca, na Rua Leonardo Bezerra Cavalcante, 366, Parnamirim Entrada Gratuita Informações: 3355-3126 (Murillo La Greca) ou 3223-7026 (Centro Sabiá)

Museu Murillo La Greca recebe exposição sobre agricultura e agroecologia Read More »

Agricultura estima em R$ 536 bilhões o valor bruto da produção

O valor bruto da produção (VBP) deste ano deverá ser de R$ 536 bilhões, 4,3% maior do que o alcançado no ano passado, de R$ 514 bilhões. O VPB – estimado com base nas informações de junho – foi divulgado ontem (13) pela Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). O VBP é resultado das estimativas da safra agrícola deste ano, entre 237 milhões e 240 milhões de toneladas de grãos, e os resultados de alguns segmentos da pecuária. De acordo como Mapa, as 20 principais lavouras apresentam aumento real de 9,8% e a pecuária, um recuo de 6%. O valor das lavouras é de R$ 367,6 bilhões. Milho e soja representam 44,7% do valor das lavouras. A pecuária é estimada em R$ 168,4 bilhões. O VBP foi puxado este ano, segundo o Mapa, pelo aumento da quantidade produzida, tendo a elevação de preços papel menos relevante. Na análise do ministério, a produtividade, cujo aumento médio é de 22,3%, valor inédito, ocorre devido ao resultado da safra de verão, já que as lavouras de inverno têm retração na produtividade de 9,7%. Em relação ao valor da produção, destacam-se o algodão herbáceo, com aumento de 72,5% no VBP; amendoim, 36%; arroz, 9,6%; cana-de-açúcar, 46,8%; laranja, 12,4%; mandioca, 76,9%; milho, 20,7%, pimenta do reino, 7,7%; tomate, 11,1%; e uva, 50,9%. Na pecuária, os destaques são suínos e leite. Por outro lado, apresentaram recuo no valor da produção a banana, com diminuição de 19,4%, batata-inglesa (-53,2%), cacau (-17,7%), café (-12,2%), cebola (-39,3%), feijão (-16,5%), trigo (-28,1%) e maçã (-19,7%). A redução dos preços desses produtos e o aumento da oferta em geral têm sido decisivos para o baixo crescimento da inflação neste ano, segundo a pasta. (Agência Brasil)

Agricultura estima em R$ 536 bilhões o valor bruto da produção Read More »