Arquivos Economia - Página 12 De 44 - Revista Algomais - A Revista De Pernambuco

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Marcio Guiot

"Com a duplicação da refinaria e a Transnordestina sairemos de uma movimentação de 24 milhões t/ano para 50 milhões".

Inovação é uma característica do Complexo Portuário e Industrial de Suape desde quando foi concebido, ao promover uma integração entre porto e indústria e atrair para Pernambuco projetos estruturadores. Ao completar 45 anos de atividade, Suape consolida sua importância na economia local. A previsão é que neste ano movimente 24 milhões de toneladas de carga, mantendo o patamar de 2022, e exiba um faturamento de R$ 407,3 milhões, o que representa um crescimento de 13,43% comparado aos R$ 359 milhões do ano passado. O presidente Marcio Guiot afirma, nesta entrevista a Cláudia Santos, que a inovação continua a ser um norteador, como nas ações de sustentabilidade. Um dos projetos ainda em concepção prevê uma parceria com a Unesco e as empresas instaladas em Suape, com a possibilidade de elas contribuírem no financiamento da administração do complexo. Guiot está otimista com o salto que o porto dará com a Transnordestina e a duplicação da produção da Refinaria Abreu e Lima. As perspectivas do hidrogênio verde também são motivo de otimismo, embora estados, como o Ceará, tenham tomado a dianteira com projetos em andamento do chamado combustível do futuro. Marcio Guiot afirma que a estratégia de Suape não é a exportação do H2V, como visam os estados vizinhos, mas que o hidrogênio verde seja um atrativo para empreendimentos se instalarem no complexo. “Estamos mais empenhados em atrair empresas que venham beber da matriz energética limpa e que gerem valor aqui”. Qual o balanço que o senhor faz desses 45 anos de Suape? O conceito de Suape nasceu há mais de 50 anos e seus idealizadores tiveram a ideia visionária de construir um porto em uma área que fosse distante do grande centro, mas não muito. Foi concebido de forma que pudesse integrar desenvolvimento com sustentabilidade. Temos um cinturão verde que dificulta a ocupação, bem diferente do que vemos na maioria dos portos brasileiros, principalmente os centenários, nos quais as cidades cresceram no seu entorno, sem o cuidado devido. Em relação a números, conquistamos hoje a liderança na movimentação de granel líquido, consolidando Suape no cenário nacional. No cenário regional, somos líderes no Nordeste na movimentação de contêineres e estamos nos consolidando como hub de veículos. Devemos chegar a 100 mil veículos movimentados este ano, quase dobrando o que movimentamos ano passado. Somos considerados no cenário nacional portuário um equipamento que se destaca na gestão ambiental. Falar de sustentabilidade no cenário portuário é falar de Suape. Somos referência, tudo que é feito para gerir os 59% de área de preservação no complexo é muito diferenciado. Somos conhecidos também como um porto inovador, temos projetos que são reconhecidos no cenário nacional portuário. Na área ambiental, quais as ações realizadas? São várias frentes. Temos iniciativas que se destacaram, como as agendas azul, verde e amarela. Na azul, que é relacionada ao mar, temos o selo Amigo do Oceano. É o terceiro ano que concedemos o selo aos terminais arrendatários que cumprem com a legislação rigorosamente para evitar degradar o oceano. Na agenda verde trouxemos o conceito de SAF (Sistema Agroflorestal) que é novo, uma forma de integrar as pessoas que moram no território para que possam produzir uma agricultura familiar de forma sustentável. Em relação à agenda amarela, no passado, fizemos todo o levantamento de emissões de CO2 do complexo. Este ano terminamos o inventário de captura. Agora, estamos debruçados para ver como conseguimos materializar isso num produto que possa ser revertido em recursos para o complexo e ser reinjetado na gestão do território, chegando até o nível de crédito de carbono, que é algo que ainda precisa ser normatizado no Brasil. Temos o potencial de neutralizar as empresas que estão no território, só precisamos encontrar o melhor caminho para isso. Estamos terminando, no final deste mês, um estudo de materialidade, não apenas de Suape como prioridade portuária, mas de todo o complexo e em cima desse estudo vamos priorizar quais os ODS (Objetivos do Desenvolvimento Sustentável) que vão ser mais aderentes à nossa realidade e traçar projetos. Do ponto de vista social, temos o desafio enorme de lidar com as mais de 17 mil pessoas que vivem no território e que até ano passado não eram previstas no Plano Diretor. Estamos estruturando uma iniciativa junto à Unesco e vamos trazer as empresas para trabalhar essas pautas conosco porque hoje temos Suape sendo um catalisador de demandas e de obrigações que, muitas vezes, não são nossas, são dos municípios. Mas temos as grandes empresas no complexo, cada uma com as suas estratégias de ESG e o que queremos é fazer de uma forma que seja coordenada, centralizada. Acreditamos que trazendo essas empresas mais próximas de Suape, para a gestão do território, além de trazer mais recursos, traremos mais ideias, novas formas de fazer essa gestão. Estamos tentando formatar de maneira que a Unesco se faça presente. Isso dá uma credibilidade para os órgãos reguladores, e para o setor privado também ter essa relação com o público. No passado, Suape não foi concebido prevendo uma taxa de condomínio. As indústrias que não estão na zona portuária se estabelecem aqui, adquirem a área e não propiciam uma receita recorrente que ajude Suape nessa administração do grande condomínio que somos. Queremos fazer isso, não necessariamente batendo na porta e cobrando uma taxa, mas com uma proposta de geração de valor e isso pode ter uma eficácia maior na gestão do território. E com todo o movimento ESG entrando no valuation das empresas, acho que é bem mais fácil de ser recebido hoje do que alguns anos atrás. Vamos agora falar um pouco do futuro. Qual será o impacto da construção do segundo trem na refinaria? A movimentação de Suape nos últimos anos tem variado entre 23 a 25 milhões de toneladas. Temos a capacidade para movimentar mais. No nosso planejamento estratégico vimos que temos dois movimentos importantes para acontecer que vão nos colocar num outro patamar. Um deles é a duplicação da refinaria, que antes de ter o trem 2, terá duas fases que vão acontecer agora

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Dapes Investimentos estima fechar 2023 com 50% de crescimento

A Dapes Investimentos, que agora em 2023 completou 16 anos de atuação no meio financeiro, pretende fechar o ano com um aumento de 50% no seu número de clientes em atendimento. A empresa pernambucana já está presente em 4 capitais (Recife, São Paulo, Natal e Fortaleza), conta com 1500 clientes, R$ 850 milhões em carteira e 40 assessores. A projeção para o fechamento do ano é a presença em mais uma capital, chegar a 1700 clientes e aproximadamente R$ 1 bi em carteira, distribuído em 50 assessores. Atualmente, a Dapes, dirigida pelo sócio-fundador Henrique Vasconcelos (foto), mantém o DNA de investimentos e atende nas áreas de crédito, câmbio e seguros.

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Ricardo Essinger fiepe

"O Brasil precisa recolocar o setor industrial na sua estratégia de desenvolvimento"

O presidente da Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (FIEPE), Ricardo Essinger, compartilha sua avaliação sobre o desempenho do setor industrial no primeiro semestre de 2023. Embora o cenário apresente indicadores ainda fracos, há uma expectativa positiva para o futuro, impulsionada pelos avanços do Arcabouço Fiscal e da Reforma da Previdência. Essinger também destaca a importância de fortalecer a indústria nacional e regional, bem como a necessidade de investimentos em infraestrutura, com a expectativa do aguardado Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Confira abaixo a avaliação na íntegra. Qual a avaliação da FIEPE acerca do desempenho no primeiro semestre? Há algum dado setorial relevante no semestre? O cenário do setor industrial pernambucano, de modo geral, está com certo nível de positividade quanto a expectativa. No ambiente interno, a análise dos Indicadores Industriais e a Sondagem Industrial de Pernambuco sugerem uma atividade industrial ainda fraca ao longo do primeiro trimestre de 2023. O último resultado da Produção Industrial de Pernambuco recuou 5,5% na margem e ficou no 13º lugar dentre as 14 federações pesquisas. O Índice de Confiança dos Empresários das Indústria de Pernambuco – ICEI continua acima dos 50 pontos (resultado junho 54,6 p.p.), porém abaixo da média histórica 55,72 p.p. Normalmente, os meses de junho sempre elevam a confiança do empresário pernambucano por conta das festividades juninas. A atividade produtiva, segundo o resultado da Sondagem Industrial de maio, ficou em 43,2 p.p., bem abaixo dos 50 pontos, resultado sendo impactado pelo desempenho das empresas de pequeno porte (40,8 p.p.). A média do ano (janeiro a maio) do índice do volume de produtividade se encontra em torno de 48,1 pontos percentuais. Como o setor avalia o avanço de pautas econômicas nacionais, a exemplo do Arcabouço Fiscal e da Reforma da Previdência? Entendo que o arcabouço fiscal pode permitir que o Banco Central flexibilize a sua política rígida de juros altos. O arcabouço fiscal é um tema relevante para alinhar as expectativas dos agentes econômicos brasileiros e pernambucanos, pois pode promover estabilidade e previsibilidade na condução da economia. É importante fortalecer a indústria nacional e regional, especialmente, diante das dificuldades vividas durante a pandemia. Vimos que é fundamental reduzir a dependência de bens importados e ter uma indústria nacional sólida. O Brasil precisa recolocar o setor industrial na sua estratégia de desenvolvimento. É quase impossível alcançar níveis elevados de desenvolvimento econômico e social sem uma indústria forte. A nossa missão é representar e defender os interesses de todos os industriais brasileiros e pernambucanos, do pequeno ao grande. A valorização do real e a queda da inflação contribuíram para o setor industrial neste semestre? A inflação, medida pelo IPCA, foi de 4,7% no acumulado de 12 meses encerrados em março de 2023, o que significa continuidade do processo de desaceleração iniciado, ainda, no segundo semestre do ano passado. Essa desaceleração é espelho das desonerações tributárias sobre combustíveis, energia elétrica e telefonia, que agem de maneira temporária, mas, principalmente dos efeitos da política monetária restritiva, que impacta a atividade econômica e os preços de maneira mais permanente. De acordo com a projeção do boletim Focus mostra, a inflação de 2023 ainda sofrerá impacto pelo avanço dos preços administrados, sobretudo dos combustíveis, uma vez que a redução desse produto em 2022 se deu pela redução do ICMS, que deverá voltar no decorrer de 2023, no entanto, entre os preços livres, poderá ter uma desinflação na categoria de alimentos, que foi o que mais pesou em 2022 e dos bens industriais, que deverá compensar parcialmente inflação de serviços ainda elevada. Ainda não foi anunciado o novo PAC, qual a expectativa da indústria, especialmente no segmento da construção, sobre esse programa? O Programa de Aceleração do Crescimento – PAC, foi um programa de investimentos em infraestrutura e projetos sociais com o objetivo de impulsionar o crescimento econômico do país e reduzir as desigualdades regionais. E como englobou diversas áreas, como saneamento básico, habitação, transporte, energia, recursos hídricos, entre outras, trará impacto benéfico para o setor industrial. Um conjunto de declarações que anima o setor e todos os demais setores que têm na Infraestrutura um fator essencial para o desenvolvimento de suas atividades. O tema Infraestrutura é convergente com nossa Política Industrial de Pernambuco, é importante frisar, que os convênios de repasse de recursos federais à entes subnacionais avaliem as reais condições de estados e municípios. Da mesma forma, o Novo PAC deve incluir não só as “grandes obras”, em sua maioria de infraestrutura logística, como o trecho Salgueiro/Suape da Transnordestina. O país carece, e muito, de Infraestrutura Social, aí compreendidas as obras de Saneamento, Hospitais, Unidades Básicas de Saúde, Habitação, Escolas, Resíduos Sólidos, Iluminação Pública, entre outras. Em resumo, há condições de o país dar um salto com o Novo PAC, respondendo a uma forte pressão de demandas em quase todas as áreas produtivas. Porém, é fundamental que ele venha alicerçado em um conjunto de medidas que lhe deem sustentação. Qual a expectativa da indústria pernambucana para 2023? Quais as agendas prioritárias no segundo semestre no País e no Estado? Estudo realizado pela FIEPE, o ICEI aponta o índice de Expectativas dos empresários acima dos 50 pontos, o que sinaliza otimismo por parte dos empresários. Esse índice eleva a confiança do empresário industrial de Pernambuco, visto que tem permanecido acima dos 50 pontos. Contudo, abaixo da média histórica que é de 57,91 p.p. O recorte por porte temos um resultado Grande empresas (59,4), média empresas (57,3) e pequenas empresas (57,9) revelando que o otimismo dos empresários pernambucanos para os próximos seis meses está mais intenso. A Reforma Tributária contidas na PEC no 45/2019, na PEC no 110/2019 e no substitutivo da PEC no 45/2019, recém aprovada na Câmara dos Deputados, acarretará redução na complexidade e ineficiência do sistema tributário brasileiro, além da pesada carga sobre o setor industrial, que é um dos maiores entrave ao desenvolvimento industrial no país, contribuindo com a baixa competitividade das empresas nacionais frente às de países com sistemas tributários mais racionais.

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Stellantis faz recorde de market share na América do Sul no semestre e apresenta o Bio-Hybrid

A Stellantis registrou uma receita líquida na sua operação global de £ 98,4 bilhões no primeiro semestre. O desempenho representa um crescimento de 12% em relação ao mesmo período de 2022. A empresa teve 14,4% de margem de lucro operacional no período. O presidente da Stellantis na América do Sul, Antonio Filosa, apresentou um balanço do primeiro semestre da empresa, com alguns dados também do continente. Na América do Sul, a Stellantis registrou uma participação de mercado de 23,7%. No Brasil, o market share do grupo é de 32,3%. A empresa lidera também na Argentina, com 31,2%. Na região se destacam ainda os mercados do Uruguai (24,5) e do Chile (12,1%). O grupo vendeu 411 mil unidades na América do Sul, onde tem uma liderança consolidada. Filosa destacou que entre 2021 e 2025 a Stellantis registrou 43 lançamentos em suas 8 marcas, sendo 17 SUVs, 9 carros de passeio, 9 vans e 8 picapes. "Estamos crescendo todos os meses na América do Sul, o que nos levou a marca histórica de 23,7% de market share no continente. Somos a região de maior market share de todas as regiões da Stellantis, o que é claramente um orgulho para o time, que consegue chegar a resultados históricos e robustos". Ele ressaltou também que as marcas do grupo avançam na Colômbia. Em relação aos carros elétricos, a empresa globalmente teve um crescimento de 24% em relação ao ano anterior. No evento, que aconteceu no parque industrial de Betim, em Minas Gerais, os executivos do grupo apresentaram a estratégia de transição para atingir a meta de descarbonização e apresentaram o Bio-Hybrid. Trata-se da tecnologia de motopropulsão híbrida, que combina energia térmica flex e eletrificação em três plataformas correntes da empresa, oferecendo soluções acessíveis para uma transição mais sustentável na mobilidade. Essas distintas alternativas híbridas poderão ser adotadas de forma flexível em diversos produtos e marcas do grupo. As metas são de reduzir as emissões em 50% até 2030 e atingir net zero (neutralidade de carbono) emissões até 2038. O etanol terá um papel importante nessa transição (Leia mais na reportagem Descarbonização: etanol na transição energética) . “O Bio-Hybrid faz parte da rota tecnológica da mobilidade acessível e sustentável adotada pela Stellantis. Queremos potencializar as virtudes do etanol, como combustível renovável, cujo ciclo de produção absorve a maior parte de suas emissões, combinando a propulsão à base do biocombustível com sistemas elétricos”, declarou Antonio Filosa. STELLANTIS NO BRASIL Sobre os números no Brasil, o grupo Stellantis tem o modelo mais vendido no País (Fiat Strada) e lidera no segmento SUV também, com a Jeep, que tem a frota produzida em Goiana. Nos destaques do semestre foi o anúncio do Rampage, que cresceu 336% de vendas. "O Brasil representa 60% do mercaso sulamericano. Então, a maioria das nossas deciões são feitas para o mercado brasileiro", destacou Filosa. No pacote de novidades de 2023 do grupo, Filosa apresentou os 6 novos veículos já lançados, incluindo o Rampage - produzido em Goiana - e fez segredo sobre a imagem do novo Fiat Strada Turbo, que será apresentado ao mercado ainda neste ano. Para dar suporte às novas demandas de veículos híbridos, a empresa deve anunciar um novo plano de investimentos, mas não tem data ainda para isso. Filosa ressaltou que atualmente a empresa está em meio a um cliclo de investimentos (2018 - 2025) de R$ 16 bilhões (95% no Brasil, sendo metade em Minas Gerais e metade em Pernambuco). "Até 2025 os investimentos já estão previstos, para frente é muito mais dinheiro. De 2026 em diante estamos negociando investimentos com nossos acionistas. Até agora tivemos um bom debate para uma quantia de investimentos muito maior que R$ 16 bilhões. Mas não podemos falar nem quando, nem quanto", declarou o presidente da Stellantis na América do Sul. O último grande investimento na fábrica de Goiana foi para a nova linha da Rampage. PERSPECTIVAS DO GOVERNO LULA "Os dados dos últimos meses são melhores que o mesmo período do ano passado, com bons resultados. O que precisamos observar é como a economia se desenvolve para os próximos anos. Entendemos que a taxa de juros deve começar a cair. O setor imobiliário e as vendas de carro se beneficiam. Somos otimistas em relação a isso. Caindo a taxa de juros, porque a inflação está controlada, entendemos que aumenta o consumo. Tudo começa a se encaixar tendo uma lógica de crescimento para todos", afirma Filosa. As dúvidas do executivo são nas tensões globais, mas as expectativas com o Brasil são otimistas. FUTURO DA STELLANTIS "O principal objetivo que temos a partir de 2030 e para frente é a redução de emissões de CO2. O problema é a excessiva emissão de CO2 na atmosfera. Nosso objetivo é até 2030 chegar a cortar em 50% do que era medido em 2019 e a até 2038 entregar zero. Segundo objetivo, para sustentar o primeiro é acelerar as vendas de carros elétricos. Nós queremos até 2030 queremos chegar a 100% das vendas na União Europeia, a 50% das vendas nos Estados Unidos e a 20% das vendas no Brasil. E o outro é ser líder de experiências positivas de nosso consumidor, seja em qualidade de produto, seja em qualidade dos serviços, onde queremos ser número 1", projetou Filosa. "Já somos financeiramente muito robustos, mas nós queremos crescer e até duplicar a receita líquida em 2030 a receita que tínhamos até 2019. Queremos impulsionar a rentabilidade na América do Sul, pois isso gera mais caixa para investir em espaços e em competências de desenvolvimento de tecnologias de produtos na região". O grupo pretende acelerar o lançamento de novos produtos para consolidar a liderança no Brasil, Argentina, Chile e Uruguai, além de crescer nos demais países. Entre os pilares para o crescimento da empresa no futuro, Filosa destacou a nacionalização do desenvolvimento de componentes e de fornecedores, a descentralização da indústria em todas as regiões do País, além da descarbonização.

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Capa Algomais 228

Descarbonização: etanol na transição energética

*Por Rafael Dantas A eletrificação da frota de veículos é uma tendência sem volta em um mundo que luta contra as emissões de carbono. No entanto, a disponibilidade brasileira de etanol e a estrutura socioeconômica do País apontam para uma transição de descarbonização híbrida. O modelo a ser adotado pela indústria automobilística do País tem impacto direto em Pernambuco, visto que o Estado possui tanto uma montadora, em Goiana, como uma das gigantes do fornecimento de baterias, em Belo Jardim, além de ter também tradição no setor sucroenergético, fornecedor de etanol. Diante da pressão global pela descarbonização da mobilidade brasileira, as expectativas do mercado são do aumento da produção de veículos elétricos alimentados a bateria (BEV) e ao etanol. Além dessa aposta de migração para o carro 100% elétrico mais lenta e gradual, a expectativa das empresas do setor e da sociedade civil organizada é de que essa virada comece pelos ônibus. “O Brasil passará por um processo de eletrificação gradual dos seus automóveis. Isso não tem a ver com modismo, mas bastante a ver com a legislação. Ela é também, em muitos casos, indutora de inovação. Tira as pessoas e empresas de uma situação de acomodação para que busquem a inovação”, afirmou Luiz Mello, diretor de baterias industriais, BESS, Lítio e Rede de Serviços da Moura. Apesar das definições serem internas, a agenda de transição é internacional, diante do aquecimento global, com suas previsões catastróficas. “Até 2050 precisamos alcançar a meta de atingir o equivalente a 10% do que emitimos hoje no planeta de CO2. É urgente a mitigação das emissões”, destaca o vice- -presidente de Compliance de Produto da Stellantis na América do Sul, João Irineu. Ao fazer uma comparação entre o cenário do Brasil e do mundo, ele destaca que o País está melhor posicionado mas defende que todos precisam contribuir nessa agenda climática global. “O setor de energia é responsável por dois terços das emissões de CO2 no mundo para gerar energia e transporte. No Brasil é um quarto, porque temos uma matriz energética favorável nesse aspecto. Mais de 85% da nossa energia é renovável, de baixo carbono”, destacou. Dentro do setor de transporte no Brasil, os caminhões são responsáveis por 45% das emissões de CO2, enquanto que os veículos de passeio e comerciais leves representam 41%. Completam essa lista os ônibus, com contribuição de 11%, e as motos, com 3% de emissões. Os números são de um combinado de estudos do SEEG (Sistema de Emissões de Gases de Efeito Estufa), do Observatório do Clima, do Boston Consulting Group e do Cait, ranking global de emissões do World Resources Institute. “Da frota circulante de 44 milhões de carros, 2 milhões são veículos pesados e 42 milhões são veículos leves. Ou seja, 5% da frota é responsável por 56% das emissões”, destacou o diretor da Stellantis. “Todo mundo tem responsabilidade e tem que fazer o dever de casa”. As metas da empresa são, inclusive, mais ousadas do que aquelas assinadas nos compromissos internacionais com o clima. A Stellantis projeta reduzir 50% das emissões catalogadas em 2021 até 2030, quando será feito um novo inventário. Enquanto o mundo tem observado as emissões diretas dos carros (exclusivamente o que sai do escapamento do veículo), há um conjunto de especialistas que têm defendido observar toda a cadeia produtiva do processo de fabricação, desde a extração da natureza ao transporte e matéria-prima dos seus componentes. É um cálculo do poço à roda. Ou seja, nessa conta, o etanol brasileiro possui patamares de emissões bem próximos aos dos identificados em toda a cadeia dos carros elétricos. Daí está a competitividade do setor sucroenergético na pauta de descarbonização. “O CO2 fóssil não é renovável, vai para a atmosfera e acumula. Mas todo CO2 que sai na combustão do motor etanol é capturado pela plantação da cana-de-açúcar da próxima safra. O CO2 que sai da frota que está rodando com etanol ao longo do ano está sendo capturado pela plantação de cana-de-açúcar que está crescendo e que vai gerar o etanol da próxima safra. Ele só não é 100% renovável, mas é baixo carbono porque se usa ainda muita máquina diesel para produzir e distribuir o etanol. Caminhões, colheitadeiras, serviços de irrigação ainda usam diesel. Por isso, o etanol é entre 70% a 80% renovável”, afirmou João Irineu. O presidente do Sindaçúcar-PE, Renato Cunha, afirma que o setor tem avançado em iniciativas para reduzir as suas emissões, bem como tem avançado no desenvolvimento de combustíveis para outros setores. “O setor sucroenergético é pioneiro nessas iniciativas e caminha com avanços no transporte agrícola com o biogás e biometano, também na rota do chamado SAF (sustainable aviation fuel – combustível de aviação sustentável), assim como, no abastecimento verde de combustíveis marítimos. A atividade do setor envolve ciclos de produção sustentáveis, notadamente pela biomassa da cana com seus derivados, que representam cerca de 16% de nossa matriz energética”, afirmou Renato Cunha. Em Pernambuco, a safra que terá início de moagem entre julho e agosto deve resultar em produção e processamento de mais de 14,5 milhões de toneladas de cana e no mínimo um milhão de toneladas de açúcar e em torno de 370 milhões de litros de etanol. Para incentivar o setor, a grande expectativa fica por parte do Renovabio, programa que envolve as distribuidoras de combustíveis e as usinas de etanol e de biodiesel. De acordo com Renato Cunha, o objetivo desse sistema é que as distribuidoras tenham metas de compras de Certificados de Descarbonização para compensação por distribuírem combustíveis fósseis. “Constitui-se em um programa de incentivos aos créditos de carbono, bem consolidado, inclusive com penalidades financeiras para o não cumprimento de metas. Assim, os programas de descarbonização, para terem mais eficiência, necessitam de compromissos bilaterais que não fiquem apenas no voluntarismo das partes”. APOSTA EM CARROS HÍBRIDOS PARA DESCARBONIZAÇÃO Quando colocado na balança todo o processo de produção e uso dos veículos e não apenas os resíduos que saem do escapamento, a contribuição do etanol para a descarbonização dos transportes se aproxima muito do

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Ramal de Suape da ferrovia mais próximo da realidade

União de políticos de diferentes correntes partidárias, da classe empresarial e da sociedade civil organizada começa a dar resultados e cresce a perspectiva de que a obra será realizada com verbas públicas, podendo ter participação da Bemisa numa segunda etapa *Por Rafael Dantas O projeto da Transnordestina percorreu alguns passos, de volta, em direção a Pernambuco. Após a remoção da linha Salgueiro-Suape, em dezembro do ano passado, uma forte articulação empresarial e política está construindo uma alternativa para a retomada das obras. O primeiro vagão a voltar aos trilhos é sobre o financiamento. As sinalizações do Governo Federal são de que o empreendimento em solo pernambucano seja anunciado no PAC 3 - Programa de Aceleração do Crescimento e entre no PPA (Plano Plurianual), que define o orçamento para os próximos anos. Enquanto não acontece o anúncio oficial, o movimento em defesa do transporte sobre trilhos no Estado segue avançando. Nesta semana, 32 organizações empresariais assinaram na sede da Fiepe o documento Pela garantia de conclusão da Transnordestina até o Porto de Suape. É uma locomotiva da sociedade que tem posicionado esse empreendimento como uma prioridade para a economia regional. “A perda desse trecho significa para nós uma mutilação tão grande quanto foi a perda da Comarca das Alagoas e da Comarca do São Francisco, quando das revoluções de 1817 e 1824. Estamos hoje neste momento especial de fazer essa mobilização para que o trecho Salgueiro-Suape seja recolocado no desenvolvimento de Pernambuco”, disse no evento Francisco Cunha, consultor da TGI Consultoria e presidente do comitê de Business Affairs da Amcham Recife, antes da leitura que fez do manifesto das entidades. O tom histórico dado à essa luta estava representado na mesa da Fiepe que reuniu opositores políticos que formaram um consenso em torno da pauta. “A perseverança necessária e a mobilização das bancadas, da sociedade civil e do Governo do Estado fez a gente ser reincluído na fala. A gente precisa agora é ser reincluído no orçamento, para recomeçar a obra com orçamento público pela Infra S.A., que faz ferrovias pelo Brasil”, afirmou a governadora Raquel Lyra (PSDB-PE). A esperança de que o pleito dos empresários será atendido, veio com a fala do senador Humberto Costa (PT-PE). “A decisão sobre a continuidade da Transnordestina está tomada. O presidente nos disse isso”, garantiu durante o evento na Fiepe. “Agora, no final do mês, ou no máximo no começo de agosto, será lançado o novo PAC. A retomada da Transnordestina está garantida ali. Agora, a gente só tem condições de abrir mão de estarmos nos reunindo quando isso estiver devidamente garantido, viabilizado e no orçamento”, ressalvou o senador. Além da sinalização de Humberto Costa de que o empreendimento estará contemplado no PAC, o superintendente da Sudene (Superintendência de Desenvolvimento Econômico do Nordeste), Danilo Cabral, anunciou que no Plano de Desenvolvimento Regional do órgão o trecho pernambucano também está contemplado. “A Sudene, cumprindo seu papel, aprovou, na semana passada, o Plano Regional de Desenvolvimento para o Nordeste. A Transnordestina hoje não significa mais Suape-Salgueiro, significa Pecém. O trecho Suape-Salgueiro vai receber outro nome. Mas a gente reposicionou a ferrovia no nosso plano para, inclusive, fazer parte do próximo PPA. A Sudene é parte obrigatória da solução da questão da Transnordestina. Essa é uma obra da unidade dos pernambucanos, da mesma forma como foi Suape”, comparou Danilo Cabral. Ele lembrou que a superintendência tem mais de R$ 3 bilhões já investidos na atual obra da ferrovia. Outras fontes de financiamento, que foram acessadas pela Transnordestina SA, também estão na mira para a retomada das obras da linha pernambucana, segundo a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos. “O Fundo de Desenvolvimento do Nordeste também é um dos caminhos para buscarmos os recursos. Aliás, o presidente Lula determinou que é preciso revisitar todos os fundos disponíveis para que não sirvam só para o superávit primário. Mas precisam servir para investir no setor produtivo, gerador de produção de riquezas. Acredito que vamos ganhar mais uma batalha, que é do povo brasileiro”. NOVO COMANDANTE DA LOCOMOTIVA À VISTA Nas últimas semanas cresceram as menções sobre a Infra S.A. (antiga Valec) como a empresa que fará a retomada das obras até que se encontre um parceiro privado para assumir a concessão. Caso não seja viabilizada uma parceria público-privada para o empreendimento, o Governo Federal seguirá como responsável pela construção do trecho pernambucano. A escolha pela Infra S.A. será mais um vagão sendo colocado no trilho de retomada das obras do empreendimento no Estado, que ficou sem direção após a amputação do trecho pela TLSA. A empresa, inclusive, é acionista minoritária do trecho que segue para Pecém, com 36,47% do capital social constituído da Transnordestina S.A. Foi por intermédio da Infra S.A., vinculada ao Ministério dos Transportes, que foi demandado o estudo sigiloso da Mckinsey sobre a ferrovia na região. “Nossa expectativa é que todo esse esforço do povo pernambucano seja transformado no compromisso do Governo Federal de reiniciar as obras do trecho Salgueiro-Suape já a partir do ano que vem com recursos públicos do orçamento da União, através da Infra S.A. E garantir que para cada dormente que seja instalado, cada metro de trilho colocado lá, ela se torne ainda mais viável para atrair também investimentos privados que podem concluir a obra. Que possamos ver a Transnordestina se tornando realidade na sua visão de integração regional, que uniu o Piauí, o Ceará e Pernambuco”, afirmou o deputado Pedro Campos (PSB-PE). Na semana passada, o atual presidente da companhia, Jorge Bastos, esteve na Paraíba, onde defendeu pretender retomar as obras da malha ferroviária local, ligando-a à Transnordestina. O Estado vizinho também sofreu a interrupção das operações ferroviárias de carga, após a privatização da antiga RFFSA (Rede Ferroviária Federal). A construção da linha Salgueiro-Suape é condição necessária para reativação de ramais ferroviários para Paraíba e Alagoas. Esse interesse dos estados vizinhos pela conexão com o tronco Salgueiro-Suape da ferrovia é outro ingrediente que contribui para a mobilização política e empresarial pela retomada do trecho, que tem relevância regional. A

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Rei das Coxinhas vive momento de expansão

Na foto: Edivaldo Quirino, Gerente de merchandising do grupo, e o sócio David Santos Com uma trajetória de 36 anos de operações, o tradicional Rei das Coxinhas está investindo em um processo de requalificação de suas lojas e em uma expansão contínua. Já são mais de 40 unidades, entre Pernambuco, Paraíba e Alagoas. “Nossa família hoje tem 10 lojas, além da a fábrica que produz todos os produtos da rede. As demais são revendas autorizadas, que compram nossos produtos. Estamos reformando as lojas, melhorando as fachadas, em um padrão de castelo”, conta o sócio do Rei das Coxinhas, David Santos. Além da fachada, a rede está apostando em criar espaços de ativação de merchandising nas lojas, e já criou um lounge com uma sala de reuniões na sede em Gravatá. A empresa tem um robusto plano de inauguração de novas salas comerciais e um Parque de Esculturas, que terá um mirante e um anfiteatro, numa extensão de sua sede.

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Inovação promete beneficiar produção de queijo coalho no Estado

Nascida entre as pesquisas acadêmicas e a escuta das dores do setor de produção de laticínios de Pernambuco, a startup Lactoquito desenvolveu um produto que promete beneficiar a produção de queijo coalho em Pernambuco. A inovação aumentará a competitividade dos produtores do setor, ampliando em mais de três vezes o tempo de vida útil dos queijos nas prateleiras. A Lactoquito desenvolveu uma tecnologia inovadora que utiliza um conservante natural na produção de queijos, oferecendo uma solução técnica para os desafios relacionados à matéria-prima. A startup utiliza subprodutos provenientes do processamento industrial do camarão para obter esse conservante natural, que possui funcionalidades, como a conservação de queijos e outros derivados lácteos, atividade antimicrobiana, redução do tempo de coagulação do leite e propriedades antioxidantes. Além de prolongar a vida útil dos produtos lácteos, a tecnologia garante uma maior durabilidade e qualidade durante o armazenamento. Além disso, a startup vem gerando novos produtos, como o queijo com cor e sabor camarão, agregando valor a este produto que possui alta procura pelo consumidor da região. De acordo com o Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA), o estado atualmente produz cerca de dois milhões de litros de leite por dia. Dessa quantidade, aproximadamente 60% são utilizados pelas queijarias artesanais, enquanto 300 mil litros são direcionados aos grandes laticínios locais. Os estabelecimentos de médio e pequeno porte recebem outros 350 mil litros de leite diariamente. LEIA TAMBÉM A startup é conduzida pela Dra. Elizabel Oliveira Silva de Melo, pesquisadora na área de prospecção de biomoléculas e aproveitamento de resíduos agroindustriais no Labez (Laboratório de Enzimologia) da UFPE. A empresa já faz parte do sistema de incubação do Lócus Pescado 4.0, é parceira do ITCBio e está pré-incubada no Polotec - Polo Tecnológico da UFPE. “A produção de queijos no Agreste é grande mas os produtores não conseguiam manter a qualidade deste produto. Um desafio desse setor é manter o produto com qualidade no mercado por mais tempo. Mesmo seguindo todas as boas práticas de produção, hoje o tempo de prateleira desse queijo de leite cru é de 12 a 15 dias. Minha solução é trazer para o mercado um produto com vida de prateleira mais elevada. Dentro da minha pesquisa consegui 50 dias com qualidade, com o padrão de sabor e visual e todos os aspectos que podem ser liberados pelas agências que fiscalizam isso”, afirma a pesquisadora e coordenadora da Lactoquito Elizabel Melo. Com sua biofábrica em desenvolvimento na cidade de Garanhuns, o berço dessa inovação, a empresa tem como objetivo inicialmente atender 50 produtores, produzindo mensalmente 100 quilos do componente. A Dra. Elizabel tem expectativas de ampliar o alcance do produto, atendendo até 100 produtores até o final do ano. Através da biofábrica, a empresa será capaz de receber as cascas e carapaças de camarão, realizar a extração, processá-la e fornecer diretamente aos produtores o conservante natural. Além de vender esse produto, a Lactoquito pretende colaborar com essas fábricas, oferecendo orientação até que obtenham o registro do produto. Com o registro, muitas dessas empresas, que atualmente operam na informalidade ou possuem acesso apenas a um mercado local limitado, poderão expandir sua clientela, inclusive para outros estados. Embora o queijo seja o primeiro produto testado pela Lactoquito, essa inovação tem potencial para atender outros segmentos da indústria de laticínios.

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Número de famílias endividadas se mantém estável em maio

(Com informações da Fecomércio-PE | Imagem: Freepik) De acordo com a pesquisa realizada pela Fecomércio Pernambuco, em maio houve uma queda de 0,24% no número de consumidores endividados no estado, em comparação com o mês de abril. Aproximadamente 81,5% das famílias pernambucanas ainda estão endividadas, um valor próximo à média nacional de 78,3%. Já entre as famílias com renda de até 10 salários mínimos, 18,2% são incapazes de pagar suas dívidas no próximo mês. O endividamento em Pernambuco apresentou queda nos últimos meses, mas ainda existem 426.148 pessoas endividadas no estado. Entre elas, 32,6% estão inadimplentes. O cartão de crédito é a principal fonte de dívidas, responsável por 93,8% dos casos. O carnê também é uma opção comum, especialmente para consumidores que preferem evitar o uso do cartão. Além disso, o financiamento de carros é adotado por famílias de renda mais alta, e espera-se que essa prática aumente com as medidas de incentivo do governo para a compra de veículos. Gráfico: Porcentagem (%) de endividados em Pernambuco. Apesar de três meses consecutivos de queda no endividamento, ainda existem 426.148 pessoas endividadas em Pernambuco. Aqueles que estão com dívidas em atraso representam 32,6% dos entrevistados, totalizando 170.561 inadimplentes. O aumento do desemprego no estado tem impactado os rendimentos familiares, levando ao aumento no número de endividados, enquanto os consumidores desempregados evitam contrair mais dívidas. De acordo com a PEIC/CNC, o cartão de crédito é o principal tipo de endividamento, abrangendo 93,8% dos endividados. A ampla aceitação dos cartões de crédito incentiva seu uso pelos consumidores, especialmente para despesas de maior valor. O carnê é o segundo tipo de dívida mais comum em ambas as faixas de renda, devido à facilidade oferecida pelos varejistas, atraindo consumidores que preferem evitar o uso do cartão de crédito. Em alguns casos, essa opção pode até oferecer juros zero, o que incentiva ainda mais os clientes a optarem por essa forma de pagamento. Além disso, o financiamento de carros é o terceiro tipo de endividamento mais comum entre as famílias de renda mais alta. Com as medidas do governo federal para subsidiar a compra de carros até R$120 mil, com descontos entre R$2 mil e R$8 mil, espera-se um aumento nessa prática nos próximos meses. O atraso médio nos pagamentos das dívidas em Pernambuco é de 59 dias, enquanto no Brasil é de 63 dias. Cerca de 33% dos entrevistados relataram ter um tempo de comprometimento das dívidas entre 3 e 6 meses. É crucial destacar que o pagamento de juros, mora e multa é inevitável em caso de atrasos. Quanto mais rápido a dívida for quitada, melhor para o orçamento familiar, pois haverá mais renda disponível para consumo ou poupança. Portanto, é essencial reduzir ao máximo o tempo de atraso das dívidas, garantindo uma saúde financeira mais sólida aos lares. Outro aspecto relevante, que dialoga com o problema da dívida, é o efeito da inflação. Os dados do Boletim Focus mostram que há uma expectativa de queda na inflação até o fim do ano, o que pode contribuir para o aumento do poder de compra dos consumidores. O economista da Fecomércio, Rafael Lima, destaca: “Os dados sobre inflação do boletim Focus do Banco Central do último mês trazem otimismo principalmente para as famílias de renda mais baixa, que é o grupo mais lesado com a inflação. A redução da taxa de inflação pode corresponder a um aumento de renda disponível, que ajuda no consumo e a quitar dívidas. Em contraponto, o alto desemprego em Pernambuco reflete principalmente nas famílias que não terão condições de pagar as dívidas contraídas, sendo enquadrados como inadimplentes”.

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