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Constantino Júnior: “Vamos fazer um choque de gestão”

*Por Houldine Nascimento A partir desta terça-feira (12), o Santa Cruz Futebol Clube tem um novo presidente. O nome, no entanto, é velho conhecido da torcida: Constantino Novais da Silva Barbosa Júnior, 38 anos. Representante da situação, “Tininho”, como é chamado pelos mais íntimos e pela massa coral, venceu a eleição na terça passada (5), obtendo 812 dos 1.252 votos válidos (64,8%), e terá a missão de comandar o clube no triênio 2018-2020. O economista tem como maior meta organizar a parte financeira do clube. Desde 2011, quando passou a integrar o cotidiano do Santa como dirigente, Constantino Júnior tem vivenciado o drama das finanças do Tricolor. Muito disso em razão de incontáveis dívidas trabalhistas de gestões passadas. A falta de pagamento de ações na Justiça do Trabalho acarreta ao clube o bloqueio das cotas de TV. Como consequência, os funcionários sofrem com constantes atrasos salariais. O reflexo dessa triste situação pôde ser visto nos dois rebaixamentos seguidos: em 2016, quando caiu da Série A para a Segunda Divisão no Campeonato Brasileiro, e 2017, no retorno à Série C após dez anos. Antes mesmo de assumir a presidência, Constantino já procurou a Justiça do Trabalho para uma repactuação dos débitos, almejando uma temporada melhor no próximo ano. Ele também esteve à frente da contratação de um diretor de futebol remunerado (Fred Gomes) e do novo técnico (Júnior Rocha, ex-Luverdense). Apesar dos dois últimos anos difíceis, que ocasionaram um desgaste junto à torcida, Tininho construiu uma trajetória com mais triunfos do que de fracassos: teve participação direta em três acessos e sete títulos do Santa Cruz, com destaque para a volta à elite nacional em 2015 e a conquista da Copa do Nordeste, maior título da história Coral, em 2016. Nesta entrevista exclusiva, Constantino Júnior fala sobre os principais desafios de sua gestão, como pretende unir as diversas correntes e aumentar o quadro de sócios do clube. Você esteve perto de deixar o Santa este ano, mas desistiu e foi disputar as eleições. O que o fez mudar de ideia? CONSTANTINO: Com a impossibilidade de o ex-presidente Antônio Luiz Neto disputar o pleito, fui convocado por lideranças do clube. Foi quase uma ‘intimação’. Eles pediram para que eu tocasse a candidatura. Isso me fez repensar e aceitar esse desafio. Tive apenas sete dias para fazer a campanha. Foi uma situação inesperada e agora é abraçar a causa, atendendo a confiança elevada de acreditarem no meu nome. Durante o processo eleitoral, você chegou a ressaltar que pela primeira vez na história do Santa, três chapas concorreram ao pleito. Isso evidencia, de certa forma, uma divisão no clube. Você vai atrás dos opositores para tentar uma união? CONSTANTINO: O Santa Cruz precisa do apoio de todos. Ninguém pode administrar o clube achando que pode abrir mão de um ou outro tricolor. Essa gestão vai ser aberta, de convergir forças, formar novos dirigentes também. Claro que pensamos em trazer essas pessoas que amam o Santa para dentro. Assim, vamos trabalhar mais e poder estancar as dificuldades enfrentadas. Sua trajetória no clube é bastante vitoriosa: foram cinco títulos estaduais, uma Série C e a conquista da Copa do Nordeste. No entanto, o segundo semestre de 2016 e o ano de 2017 foram ruins e a torcida está bastante machucada com o momento do clube. O que você pretende fazer para melhorar sua imagem? CONSTANTINO: Trabalhar muito. A gente sabe que muita coisa aconteceu, não foi pelo futebol, mas por uma dificuldade de recursos. Agora é diferente. Primeiro, é organizar a casa. Depois que isso for feito, os títulos serão consequência. Não podemos buscar um título a qualquer custo e deixar o clube desequilibrado. Precisamos atacar essa dificuldade financeira, encarar essa dívida e em seguida deixar o time organizado. Quantos sócios o Santa Cruz tem e existe um plano para aumentar o número de associados? CONSTANTINO: São aproximadamente 6,5 mil sócios em dia. Claro que o Santa Cruz tem um potencial bem maior do que isso. Vamos trabalhar duro para não ficar dependendo só do resultado de campo. É um trabalho para fidelizar, mostrar as vantagens e fazer um plano arrojado para captação e manutenção de sócios. Estamos predispostos a isso aí e esperamos em pouco tempo implantar o plano, tomando como base experiências de outros clubes do Brasil que têm um número elevado de sócios. Vimos constantes atrasos de salários dos funcionários em 2017. O que fazer para mudar esse quadro no próximo ano? CONSTANTINO: Vamos fazer um choque de gestão para poder equacionar e deixar o clube do tamanho que ele pode ter nesse momento, numa readequação à Série C. Dar uma enxugada nos departamentos do clube e ter condições de manter uma situação em que possamos honrar os compromissos. O planejamento para 2018 já começou com a definição de alguns nomes no futebol do Santa. Existe a pretensão de montar um colegiado para comandar o futebol? CONSTANTINO: Exato. [O colegiado] será formado pelo executivo de futebol e quatro dirigentes da casa. Essa é a formatação e vamos trabalhar em cima disso. Sobre cotas de TV: como está a situação do Santa? Existe um acerto com a Rede Globo para 2019? CONSTANTINO: Haverá um novo modelo no Campeonato Brasileiro a partir de 2019 e o Santa tem de estar nas divisões superiores para poder fazer jus a essas cotas. É um sistema diferenciado. Vamos aguardar para ver como vai funcionar. Ainda há muita especulação. Nesse novo modelo, todo clube que cair de divisão não terá aquela proteção de antes. Não digo que será mais igualitário, mas é menos perverso por assim dizer. *Houldine Nascimento é jornalista e colaborador do site da Revista Algomais

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A importância da atividade física para deficientes físicos

11 de outubro é o Dia da Pessoa com Deficiência Física, uma data para debater sobre a importância da acessibilidade e inclusão social. Profissionais de saúde também aproveitam o dia para lembrar sobre a importância da prática de atividades físicas para essas pessoas, já que muitos, por possuir algum tipo de limitação motora, acabam achando que sedentarismo é consequência. Segundo o professor do núcleo de pós-graduação em Educação Física do Instituto de Desenvolvimento Educacional (IDE) *Humberto Gomes, não se mexer pode até acentuar ainda mais os efeitos da limitação motora. “O paralítico, como um dos exemplos, passa maior parte do tempo sentado, logo a circulação sanguínea para os membros inferiores pode ficar comprometida, acentuando os riscos de doenças vasculares, o que pode acentuar os riscos de doenças cardiovasculares”. Segundo o professor, outro aspecto a destacar é que em muitos casos o aumento do peso corporal pode ser observado, levando a efeitos deletérios ocasionados pelo sobrepeso e obesidade, como elevação dos níveis de colesterol LDL (ruim), aumento da glicemia (açúcar no sangue) e dores articulares. Entre os comprometimentos ocasionados pelo sedentarismo é que, a depender da deficiência física, observa-se um desequilíbrio corporal (desalinhamento), situação observada em algumas patologias. “Nesse caso, pode haver o desenvolvimento de doenças relacionadas ao sistema osteomioarticular, que engloba os ossos, músculos e articulações) levando, geralmente, a dores lombares. Assim, o recomendado fortalecimento da musculatura dos membros superiores e região do tronco, denominada mais atualmente como CORE, são estratégias que devem ser adotadas”, explica Humberto. O professor do IDE lembra ainda que, em se tratando de deficiências cognitivas, relacionadas principalmente ao processo de aprendizagem, o sedentarismo mostra-se mais prejudicial ao processo de formação e fortalecimento das relações interpessoais. Por isso, o ideal seria que o deficiente físico fosse acompanhado por uma equipe multidisciplinar, incluindo médico, fisioterapeuta, nutricionista, psicólogo e profissional de educação física para que esses profissionais possam buscar e discutir as diferentes formas de intervenção. “Entre as atividades realizadas por um profissional de Educação Física que podem ajudar a melhor a qualidade de vida do paciente, atividades lúdicas, recreativas, esportivas e atividade física de alto rendimento, como o Brasil vem se destacando como potência paraolímpica”, esclarece o professor do IDE. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), estima-se que o Brasil tem 6,2% de sua população com algum tipo de deficiência. As políticas públicas de inclusão no país ainda são precárias, e as cidades estão longe de uma acessibilidade ideal. Mas a dica do professor é que a pessoa busque, primeiramente, a superação em diferentes dimensões, como comportamental, emocional e física entre outras. “Assim, o exercício físico surge para muitos deficientes como um suporte, principalmente para os que ficaram deficientes após um acidente”. Já a fisioterapia, outra grande aliada, vem para harmonizar os músculos e articulações, com o objetivo de tornar o movimento o mais funcional possível, segunda conta a coordenadora da pós-graduação em fisioterapia neurofuncional do Instituto de Desenvolvimento Educacional (IDE), Adriana Maciel. “Costumo dizer que todo tratamento tem que ter começo, meio e fim. E no caso dos pacientes neurológicos, mesmo quando as metas funcionais são atingidas, é interessante que o paciente passe por revisões mensais, apenas para acompanhamento, mas sempre na dependência do tipo de patologia apresentada”. Segundo a fisioterapeuta, movimento é vida. “Portanto, movimente-se bastante, nas mínimas atividades da vida diária, respeitando, claro, as limitações de cada um. Além disso, lembro de aliar com uma alimentação saudável para uma saúde e bem-estar”.

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Ações de economia solidária como alternativa para crise

Debatedores defenderam na terça-feira (25) que ações de economia solidária sejam adotadas como políticas públicas de Estado e não de governo para garantir sua continuidade. A discussão sobre o tema foi feita no 4° Encontro dos Municípios com o Desenvolvimento Sustentável, em Brasília. A economia solidária também foi apontada como alternativa de geração de trabalho e renda no momento em que há altas taxas de desemprego no país. A vice-presidente da Central de Cooperativas e Empreendimentos Solidários (Unisol Brasil) e ex-diretora do Departamento de Incentivo e Fomento à Economia Solidária do governo do Rio Grande do Sul, Nelsa Nespolo, disse que é preciso contar com políticos comprometidos com a sustentabilidade para fortalecer a economia solidária. “Não queremos políticas de governo, queremos políticas públicas de Estado porque elas permanecem e as políticas de governo passam. Temos que ter governos comprometidos com esse público e esses trabalhadores. Quando um gestor está executando uma política social, ele está fazendo sua obrigação”, disse Nelsa Nespolo. O ex-presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e ex-titular da Secretaria Municipal de Desenvolvimento, Trabalho e Empreendedorismo da prefeitura de São Paulo Artur Henrique defendeu a adoção, pelos municípios, de legislações que usem o potencial das compras públicas como meio para fortalecer o modelo de comércio solidário. “Podemos utilizar mudanças na legislação para transformar a política pública. Não apenas uma decisão governamental que com uma canetada alguém resolve acabar com o que está em vigor, é uma lei aprovada que obriga o processo de licitação cumprir determinadas para priorizar micro e pequenas empresas e cooperativas”, disse Artur Henrique. A secretária de Trabalho, Emprego, Renda e Esporte do governo da Bahia, Olívia Santana, avalia que, com o desemprego, a economia solidária se coloca como uma alternativa para garantir autonomia financeira. “Temos que entender a economia solidária como uma estratégia econômica fundamental de resistência a toda essa crise que estamos vivendo. Diante de um quadro de descenso do emprego formal é preciso priorizar, investir, não deixar regredir as políticas de geração de renda e os empreendimentos da economia solidária são fundamentais”, disse. A opinião é compartilhada por Artur Henrique que também considera que, com o atual quadro de desemprego, a economia solidária se impõe como alternativa. Olívia Santana avalia ainda que nos momentos de crise os projetos de economia solidária estão entre os primeiros a sofrer cortes orçamentários, quando deveria ocorrer o inverso. “É uma nova lógica diante do que está posto na economia capitalista”. O 4° Encontro dos Municípios com o Desenvolvimento Sustentável é realizado pela Frente Nacional dos Prefeitos e ocorre até 28 de abril. O evento é realizado a cadas dois anos e nesta edição reúne gestores municipais e estaduais com o tema central “Reinventar o financiamento e a governança das cidades”. (Agência Brasil)

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