Arquivos literatura - Página 2 de 8 - Revista Algomais - a revista de Pernambuco

literatura

Biblioteca da Fundaj reúne quadrinhos da geração de 1980 a produções contemporâneas

Em comemoração ao Dia do Quadrinho Nacional, celebrado em 30 de janeiro, a Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) destaca os 340 títulos de histórias em quadrinhos, HQs de luxo e fanzines presentes na Biblioteca Blanche Knopf (Rua Dois Irmãos, 92. Apipucos, Recife). A coleção doada, em 2018, pelo servidor público Rodrigo Bastos de Freitas, reúne desde produções da vanguarda européia da década de 1960, nacionais da geração paulista dos anos 1980, a independentes deste século. "É uma coleção diversa com obras de grande valor para a história deste gênero literário e artístico no Brasil e no mundo", aponta a diretora da Biblioteca, Nadja Tenório Pernambucano. Dentre os destaques do acervo, está a coleção de sete números da revista "Chiclete com Banana". O título da década de 1980, publicado pela Circo Editorial, reuniu uma geração de quadrinistas brasileiros que contou com nomes como Glauco, Angeli e Laerte. As obras refletiam a situação política e social da década, de modo que os quadrinhos de humor investiram em críticas ao 'modo de vida pequeno' do burguês dos centros urbanos, conforme destaca Roberto Elísio dos Santos, em seu artigo "O quadrinho alternativo brasileiro nas décadas de 1980 e 1990". O autor aponta, ainda, a influência do comix underground norte-americano e do humor europeu. Uma seleção de histórias publicadas na "Chiclete com Banana" e na "Geraldão", entre 1985 e 1989, pode ser conferida, aliás, em "Seis Mãos Bobas: Laerte, Glauco e Angeli" (Devir, 2006). A edição especial traz textos e fotos que contextualizam as circunstâncias em que as artes foram produzidas e como era o processo de criação dos desenhos. Outro título desta geração disponível para a consulta é a revista "Striptiras" (1993), publicação de Laerte, que lançou personagens como Fagundes o Puxa-saco, Gato e Gata, além de Piratas do Tietê. Estas produções são verdadeiras compilações das tirinhas publicadas pelos jornais paulistanos. Dos mais contemporâneos, a coleção conta com a primeira publicação de "Malvados" (Gênese, 2005) em livro, do carioca André Dahmer. As tirinhas da série foram publicadas no Jornal do Brasil, O Globo, Folha de S. Paulo e até nas revistas Piauí e Caros Amigos. Nelas, Dahmer tece críticas aos costumes e prisões do dia a dia através dos diálogos dos personagens Malvadinho e Malvadão. "O Livro Negro" (Desiterada, 2007) é outro título de Dahmer presente no acervo. O sarcasmo desta época pode ser conferido, também, no quarto HQ especial do gaúcho Allan Sieber: "Assim Rasteja a Humanidade" (Desiterada, 2006), considerada uma obra da "revelação do desenho humorístico da virada deste século". Ganhador do Troféu HQ Mix de 1998 - equivalente ao Oscar do gênero no Brasil - na categoria "melhor projeto editorial", a coleção "miniTonto" também está presente neste acervo. São inúmeros livretos (formato 10,5 cm x 15 cm) que, no fim da década de 1990, apresentava um autor a cada nova edição. Entre os título disponíveis na Biblioteca, estão "Mulher Preta Mágina", de L. F. Schiavo; "Urrú", de MZK; "Pinóquio vai à Guerra", de Elenio Pico; e "Últimas Palavras", de Allan Sieber. "A Blanche Knopf se orgulha de abrigar estas produções. Demonstra assim o valor das publicações clássicas, mas, também, das obras independentes", destaca Nadja. A Biblioteca Blanche Knopf funciona de segunda a sexta-feira das 8h às 12h e das 13h às 17h. Não é necessário agendamento prévio para visitar o acervo.

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Itinerário das Letras

*Por Paulo Caldas “Nos Bastidores da Poesia”, reunião de textos sobre autores brasileiros e portugueses, comentados pela escritora Maria de Lourdes Hortas, cumpre itinerário de visitas àqueles que se atêm ao desafio de manusear palavras. Braços dados ora aos bardos discretos, ora com os irrequietos sonhadores envolvidos no tecer de símiles, metáforas e imagens alegóricas, Lourdes Hortas caminha por gerações que se sucedem sem se deter em gêneros, movimentos, estilos, épocas, por intimistas ou universalistas. Em cada parada, mostra o zelo de quem cuida do que ama, ela abraça um poeta e em cada gesto revela um mimo do melhor de suas letras, lavradas pelo Recife das elegias de Mauro, solitude de Bandeira, irreverência de Jomard, a diversidade infinita de Jaci, versos portugueses- recifenses de Rodrigues de Paiva, a bravura ressonante dos escritos de Juarez Correia e Natanael Lima. Dentre as meninas, beija a serenidade em Maria do Carmo Barreto Campello, o bucólico em Celina Holanda, a geometria concebida por Vernaide Wanderley. Dos prosadores, destaca a veia telúrica de Maximiano e a sóbria ficção de Dória Matos. Quando das paradas no além mar, repete os afagos ao rever um Camões de amores, o universo de Pessoa e nos arredores de Florbela Espanca (de Viçosa a Matosinhos) outras divas, a princípio relegadas às cláusulas dos conventos ou mais tarde mimadas nos delirantes salões da realeza. “Nos Bastidores da Poesia” deve ter espaço reservado nas estantes intelectuais ou dos ávidos pelo desnudar dos enigmas da literatura, e de quem as letras cultiva. O livro traz o selo da Imagética Edições, projeto visual Edvaldo Passos, e impressão da Luci Artes Gráficas. O livro pode ser adquirido através do @imageticaedicoes. *Paulo Caldas é escritor

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Armadura, escudo, espada

*Paulo Caldas Em “Poemas Recifenses” Valmir Jordão celebra a liturgia da cidade. E o Recife não é qualquer cidade e nem Valmir Jordão é qualquer poeta. O Recife é sim roubada das águas, solo de sal e lama. Jordão, um cavaleiro quixotesco, armadura de versos, montado em cavalos marinhos, impondo o escudo do olhar crítico, empunhando o lápis, a viril espada da sua verve. Por entre ruas e becos, templos e bares desses santos bairros ilhados, Valmir cavalga sobre pedras pisadas por passistas, diante das palafitas de um povo caranguejo, entre os lamentos sonoros das alfaias, saídos das paredes que, olhos abertos, ocultam os mortos, assombram os vivos. E por este burgo o poeta tem passe livre: Saudade, Amizade, União, Imperatriz e Imperador; observa, verseja e posta: "pedintes pobres e pretos”, no sabor do realismo ácido. Ele vai ao lírico “deslumbrado entre beijos e no deleite de corpos que se buscam, após a ponte giratória” e volta ao épico em críticas ao social sob a ótica de Bashô: “sem massa nem tapioca, o que rola são picadas de muriçoca”. Em vários trechos o poeta paga tributo ao Capibaribe, rio tatuado em poesia gravada na pele, no peito e na alma recifense. O livro tem o selo da editora Escalafobética, diagramação e edição de Eduardo Nascimento Júnior, imagens de contracapa de Elimar Pereira, ilustrações Tony Braga e impressão gráfica da Editora Babeco. *Paulo Caldas é escritor

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Terça Negra lança livro sobre identidade e empoderamento

Se um lugar representa os valores e a cultura da África preservados no Recife, esse seria o Pátio de São Pedro, no bairro de Santo Antônio, local onde há duas décadas acontece a Terça Negra. Essa é a conclusão a que chegou a educadora Lúcia dos Prazeres, analisando as relações visíveis e invisíveis possibilitadas pelo encontro de cultura negra na capital pernambucana, e registradas no livro “Terça Negra no Recife: Narrativas sobre Dança, Música, Espiritualidade e Sagrado”, que será lançado na próxima terça-feira, 17 de dezembro, em edição especial da Terça Negra, no Pátio de São Pedro. A noite, que marcará também o início das comemorações dos 20 anos do festejo, terá apresentações do Maracatu Estrela Dalva, do Afoxé Omô Inã e do grupo de samba reggae Raízes de Quilombo. A publicação, fruto do mestrado da pesquisadora em Ciências da Religião, na Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), reúne histórias sobre o fortalecimento da identidade, cultura e espiritualidade de afro-pernambucanos, vividos a partir da Terça Negra. Dividido em cinco capítulos, o livro costura as narrativas de 12 personagens que transformaram a experiência do povo negro no Recife e tiveram suas próprias histórias fortalecidas pelos encontros de música e dança no Pátio de São Pedro. São nomes como Vera Baroni, militante do movimento negro e integrante da Casa de Religião de Matriz Africana, Ylê Obá Aganju Ocoloiá; Marta Almeida, militante negra, coordenadora do Movimento Negro Unificado de Pernambuco; Frei Tito, Doutor em Antropologia, com experiência em Antropologia da Religião; e Elza Maria Torres da Silva, sacerdotisa de matriz africana conhecida como Mãe Elza. Quando trata de música como território de ancestralidade, um dos relatos apresentados pela autora é o de Adeildo Araújo Leite, integrante do Movimento Negro Unificado (MNU), que reconheceu sua identidade negra a partir das festas que participava com seu pai, mestre de ciranda e cantador de coco de roda, quando ainda criança. "Foi esse ambiente que o fez descobrir sua negritude, a potência de seu corpo e dos ensinamentos repassados a partir daquela brincadeira", explica Lúcia. Essa consciência possibilitou que Adeildo já adulto, enquanto presidente do MNU, tivesse a ideia de criar um espaço no centro da cidade que propiciasse o encontro e a troca de experiências entre quem atuava nas comunidades, com o povo e a cultura negros. Foi assim que no ano 2000 aconteceu a primeira edição da Terça Negra, então no Pagode do Didi. Com o tempo, o espaço ficou insuficiente para comportar a quantidade de pessoas, e depois de muito pleito, em novembro de 2001, a Terça Negra teve seu primeiro momento no Pátio de São Pedro. De lá pra cá, passaram pelo evento no Pátio de São Pedro mais de 300 grupos, entre afoxés, maracatus, grupos de samba, dança, hip hop, coco, bandas de samba reggae e mangue beat. Enquanto a Terça Negra possibilitou o encontro das pessoas com a força de sua cultura e o reconhecimento de sua identidade, isso reverberou no surgimento de mais iniciativas. Se no início, havia apenas cerca de cinco afoxés, atualmente são mais de 35 em plena atividade na cidade. Foi nessa efervescência de música e dança da Terça Negra que, em 2004, Vera Baroni teve um encontro transcendente com a sua ancestralidade. Na entrevista para Lúcia, registrada na pesquisa, Baroni contou que foi na apresentação do Afoxé Oyá Alaxé - posteriormente renomeado como Oyá Tokolê Owo -, que ela recebeu o Idé, bracelete utilizado por Iansã. "Por meio de sua música e dança, o afoxé transmite para as pessoas as energias da mitologia africana. É isso que o afoxé faz. No relato de Vera, ela confessa que antes ela tinha um certo receio com a religião de matriz africana, e naquele momento em que ela recebeu o elemento de Oyá todo o medo que ela tinha, acabou. Ela identifica que foi a dança que fez com que ela se reconectasse com uma história que havia perdido", conta. Ao longo da pesquisa, Dos Prazeres percebeu que, embora os grupos tenham à frente homens, muitos são dirigidos pelas mulheres, e estas estão conectadas e fortalecidas pelas relações com a espiritualidade e o sagrado. A espiritualidade pode ser encontrada na história de Conceição dos Prazeres, filha de Yemanjá, fundadora do projeto cultural Terça Negra, que em suas vivências conseguia manter unidos e fortalecidos os grupos envolvidos com a realização do evento. Uma das narrativas do sagrado é a de Dona Janete, atual presidente do Maracatu Leão Coroado, que junto à sua calunga, "Dona Isabé", encontra forças para conduzir o grupo, fundado nas imediações do Pátio de São Pedro. Ainda que a linha entre um e outro sejam tênues, Lúcia explica que a espiritualidade diz respeito a uma relação reconhecida pelos ambientes e códigos sociais. Já o sagrado, vai além: "Quando se fala da relação com o sagrado, se fala de como uma pessoa comunga, se conecta, com uma força que não é vista, que não é palpável, é sentida. Esse sagrado não está só no espaço religioso, ele permeia também o espaço de trabalho. O sagrado é qualquer movimento interior que lhe leve à transcedência. Então, uma música pode lhe elevar a tal ponto que você atinge outra dimensão. E esse sagrado eu encontrei na Terça Negra, já no percurso da pesquisa", explica. A dissertação possibilitou que Dos Prazeres percebesse na Terça Negra o encontro de todos esses níveis de relações, de maneira integrada e complementar. Em um trecho do livro, a autora descreve o encontro como sendo um "laboratório de produção, realimentação e disseminação de conhecimentos e saberes artísticos, culturais e religiosos oriundos da herança africana de nossos ancestrais. Conhecimentos e valores ressignificados pelas experiências vivenciadas nos bairros/sedes das entidades participantes da Terça Negra, que se alimentam e ao mesmo tempo são disseminadoras dessas ações para todos os grupos do Recife/Região Metropolitana/Pernambuco na perspectiva da formação de um grande território de cultura negra, com base nos valores civilizatórios africanos". A ESCRITORA - Nascida e criada e no Morro da Conceição, na Zona Norte do Recife, Lúcia dos Prazeres,

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Jorge Du Peixe lança crowndfunding para livro

O cantor e compositor Jorge Du Peixe, da Nação Zumbi, participa de projeto de crowdfunding com o artista visual Rodrigo Visca e a editora Barbatana para publicar um livro ilustrado baseado na música “A Nave Vai”. Um livro ilustrado em formato de compacto, criado a partir da letra de "A Nave Vai" escrita por Jorge Du Peixe, da Nação Zumbi, que gravou uma narração exclusiva para o projeto. Uma viagem psicodélica e lúdica do artista Rodrigo Visca, colaborador da Folha de S.Paulo e ilustrador de vários livros para crianças e jovens. Um projeto criado pela Edições Barbatana. Esse é o projeto que o coletivo acabou de colocar no ar por meio da campanha A NAVE VAI (http://www.catarse.me/anavevai). A campanha se iniciou no dia 25 de novembro e irá até 5 de janeiro. Os apoiadores na primeira semana receberão exemplares autografados. Os livros serão enviados a partir de 16 de fevereiro de 2020. O projeto é composto por um livro em formato de compacto, acompanhado de um encarte que traz link para se ouvir uma narração exclusiva de “A Nave Vai” feita pelo compositor pernambucano. O livro propõe uma viagem livre e criativa — “O vento leva pra onde não dá pra ver quem foi”, a criança de todas as idades, que “de manhã é um, de noite já foi dois” — e marca o lançamento da série #MúsicaImpressa, que tem a intenção de transformar músicas brasileiras em livros ilustrados. De música a livro ilustrado Em 2016, Paulo Verano e Angela Mendes, da Edições Barbatana, editora independente criada nesse mesmo período em São Paulo, cujo primeiro livro lançado também tinha a ver com uma viagem (de uma Girafa que esticou tanto seu pescoço que foi do Brasil à África!), conheceram a canção “A Nave Vai”, composição de Jorge Du Peixe, da Nação Zumbi, e pensaram imediatamente que a Nave poderia levantar outro voo.Os editores convidaram então o artista paulistano Rodrigo Visca para conversar sobre o que ele acharia de transformar a música em livro ilustrado. O universo onírico da letra, essa nave que, “mesmo não dizendo nem pra onde nem por quê”, insistia em levantar voo poderia — ao ser traduzida em imagens — levar o trio para outros lugares. A História do livro Rodrigo Visca, que já gostava da música, de Jorge Du Peixe e da Nação Zumbi, foi escutar “A Nave Vai” de novo e o raio caiu novamente no mesmo lugar. Ele também achou que a "A Nave Vai" era livro ilustrado, outro jeito para uma mesma viagem. Fez alguns experimentos visuais. Os editores da Barbatana, que tinham ouvido a música enxergando o livro, viram os desenhos de Visca e escutaram a música. E fortaleceu-se a ideia de propor a Jorge Du Peixe, que não só embarcou na proposta, como fez uma narração exclusiva de "A Nave Vai" para embalar os sonhos de todos nós. Quem está na Nave JORGE DU PEIXE nasceu em Olinda, em 1967. Cantor, compositor e ilustrador. Membro da banda Nação Zumbi desde sua fundação, como Chico Science & Nação Zumbi, no início dos anos 1990. Integra ainda outros projetos musicais, como as bandas Los Hooligans e Los Sebosos Postizos, além de realizar diversas colaborações na música e no cinema, compondo trilhas sonoras para filmes nacionais, como Amarelo Manga e Febre do Rato. Também é artista visual. RODRIGO VISCA é ilustrador e artista plástico. Colaborador do jornal Folha de S.Paulo, desde 2003 atua como artista visual e ilustrador, tendo trabalhos publicados em praticamente todas grandes revistas e principais veículos de comunicação do Brasil e publicações internacionais nos Estados Unidos, Espanha e Itália. Publicou nas revistas de arte Rojo Magazine (Edição Especial OCHO, 2009), llustration Now! (Vol. 4, editora TASCHEN Books, 2012) e Santa Art Magazine (Cerebelo Artes, 2013)

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Gilberto Freyre e João Cabral: de casa para o mundo

Dos dias 4 a 6 de dezembro, a Fundaj celebra os 120 anos do autor de ‘Casa-Grande & Senzala’ e os 100 anos do poeta de ‘Morte e Vida Severina’. Seminário internacional será realizado no Cinema da Fundação, campus Derby Para celebrar a memória destes autores e a atualidade de suas obras, a Fundaj realiza, entre os dias 4 e 6 de dezembro, o Seminário Internacional Casa-Grande Severina: 120 anos de Gilberto Freyre, 100 anos de João Cabral de Melo Neto. “O mundo que começa no Recife, começa na Península Ibérica [que compreende a Espanha e Portugal], no continente europeu, e começa também na África. Os dois autores, em meio a suas aproximações e diferenças se voltam para este mundo, que é um mundo só”, reflete Mário Hélio. Gilberto Freyre e João Cabral de Melo Neto são recifenses de gerações distintas. O primeiro nasceu em março de 1900. O segundo em janeiro de 1920. Na leitura atenta de suas obras, notam-se as convergências. No regionalismo inseparável da exaltação das raízes ibéricas. Na leitura crítica e estetizante da realidade brasileira. No humanismo. A obra de João Cabral é “magra”, pouco alcança duas dezenas de livros, onde predominam o verso elaborado com extremo rigor. A obra de Gilberto Freyre é “gorda”, alcançando mais de uma centena de livros da melhor prosa da língua luso-brasileira. Em 1933, o sociólogo Freyre publicou seu primeiro livro, o polêmico “Casa-Grande & Senzala”, cuja repercussão expôs os contrastes nos bastidores da formação social no Brasil colônia. Duas décadas depois, o diplomata Melo Neto abordou as tragédias do povo sertanejo e personificou o Êxodo Rural da década de 1950 no visceral “Morte e Vida Severina” (1955). “O nome do evento é uma colagem destas obras importantes. A senzala desaparece ou os Severinos são da senzala? Há um jogo matreiro nisso”, provoca Mário Hélio. A programação do seminário contempla as participações de estudiosos dos pernambucanos, sessões de filmes, lançamentos e atividades lúdico-educativas. Dentre os destaques estão o escritor e professor de literatura brasileira da Universidade de São Paulo (USP), Ivan Marques, biógrafo de João Cabral, e Sônia Freyre, filha do sociólogo e presidente da Fundação Gilberto Freyre, que será a presidente de honra do evento. PROGRAMAÇÃO COMPLETA Dia 4 de dezembro de 2019 17h Abertura oficial pelo presidente da Fundação Joaquim Nabuco, Antônio Campos; o diretor da Diretoria de Memória, Educação, Cultura e Arte da FJN, Mário Hélio Gomes de Lima; e a presidente da Fundação Gilberto Freyre, Sônia Freyre (Cinema da Fundação) 18h Exibição do filme Recife de dentro pra fora, de Katia Mesel, seguida de conversa com a cineasta, sob o tema “Um olhar de cinema sobre a poesia de João Cabral” (Cinema da Fundação) 18h30 Abertura da exposição Educação pela pedra, pelo diretor da Dimeca, com a presença do curador Moacir dos Anjos, e a equipe de Artes Visuais (Galeria Vicente do Rego Monteiro) 19h Conferência de abertura: “João Cabral na poesia portuguesa”, por Arnaldo Saraiva, professor da Universidade do Porto, Portugal (Cinema da Fundação) Dia 5 de dezembro de 2019 9h Abertura de exposição de livros de e sobre Gilberto Freyre e João Cabral e início das atividades educativas (Sala de Leitura) 10h Palestra “Os meus encontros com Gilberto e João, entre licores, aspirinas e cafés”, pelo escritor Xico Sá (Cinema da Fundação) 11h Conferência “A pedra que lateja: considerado um poeta racional de versos de pedra, João Cabral arrasta emoções fortes em sua poesia”, pelo escritor José Castello (Cinema da Fundação) 12h Exposição/exibição de videoarte, do laboratório educativo, inspirada na temática da exposição Educação pela pedra (Sala de Videoarte) 14h Início das oficinas em torno de João Cabral de Melo Neto e Gilberto Freyre (Sala de Leitura, Ateliê das Artes e Pátio Interno) 15h Mesa-redonda sobre Gilberto Freyre em perspectiva comparada, entre os professores Nathália Henrich - “Sobre mestres e discípulos: as trajetórias entrecruzadas de Gilberto Freyre e Oliveira Lima” - e João Cezar de Castro Rocha: “Paralelas que se encontram: as escritas de Gilberto Freyre e José Lins do Rego”. (Cinema da Fundação) 15h30 às 17h Lançamento do livro infanto-juvenil O rio das capivaras, org. por Ana Carmen Palhares, e a apresentação do recital de textos da obra de Gilberto Freyre e João Cabral, pelo ator Carlos Mesquita e sua Literatrupe. (Sala de Leitura) 17h Conferência “Gilberto Freyre, plural e confessional”, pela escritora Fátima Quintas. (Cinema da Fundação) 17h45 Lançamento da nova edição do livro, versão em HQ, Morte e vida severina, e exibição da animação infanto-juvenil de igual título, dirigida por Afonso Serpa, a partir do poema de João Cabral e os desenhos de Miguel Falcão. (Cinema da Fundação) 19h Conferência “João Cabral de Melo Neto: os anos de formação”, pelo professor e crítico literário Ivan Marques, biógrafo de João Cabral. (Cinema da Fundação) 20h Ciclo de filmes “Gilberto Freyre e os outros”: Giba e Gringa, de Félix Filho; Gilbertianas, de Geneton Moraes Neto; e O Caseiro, de Jonathas Andrade. (Cinema da Fundação) Dia 6 de dezembro de 2019 9h Atividades educativas (Sala de Leitura) 10h Exibição do filme O mestre de Apipucos, de Joaquim Pedro de Andrade. (Cinema da Fundação). 10h15 Mesa-redonda sobre Gilberto Freyre, as Espanhas e os Portugais, entre o professor Anco Márcio Tenório Vieira - “Camões, Freyre e o lusotropicalismo”- e o pesquisador Pablo González - “O itinerário hispânico de Gilberto Freyre. Novos achados na Espanha”. (Cinema da Fundação) 11h Conferência “Refazer o fio antigo que o fez. Sobre a fortuna crítica de João Cabral”, pelo escritor Cristiano Ramos. (Cinema da Fundação) 14h Oficinas em torno de João Cabral e Gilberto Freyre (Sala de Leitura, Ateliê das Artes e Pátio Interno). 15h Exibição do filme Recife/Sevilha, de Bebeto Abrantes. (Cinema da Fundação) 17h Conferência “Uma conversa na varanda com Gilberto Freyre”, pelo professor e escritor Joaquim Falcão, membro da Academia Brasileira de Letras. (Cinema da Fundação). 19h Conferência de encerramento “Marcas hispânicas na obra de Gilberto Freyre e de João Cabral de Melo Neto”, pelo escritor e tradutor espanhol Antonio Maura, diretor do Instituto Cervantes, do Rio

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Valorização dos quadrinhos no lançamento do selo Cepe HQ

Não é de hoje que Pernambuco abriga uma legião de quadrinistas e fãs de histórias em quadrinhos, o Estado já carrega uma tradição na nona arte e é referência nesse tipo de  literatura. Acompanhando o crescimento da produção local no setor e abrindo espaço para os autores lançarem suas obras, a Companhia Editora de Pernambuco lança novo selo, o Cepe HQ, e torna-se a primeira editora pernambucana especializada em quadrinhos. O lançamento será hoje, na Casa do Derby, às 19h, seguido de um bate-papo entre o editor da companhia, Diogo Guedes, roteiristas e ilustradores de dois álbuns de estreia: O obscuro fichário dos artistas mundanos e Polinização. O encontro será mediado pelo jornalista Paulo Floro, mestre em comunicação e culturas midiáticas, especialista em quadrinhos. “É muito importante essa iniciativa da Cepe, ter os artistas lançando seus trabalhos em Pernambuco com mais estrutura. Até então, os artistas lançavam de forma independente ou por editoras do Rio de Janeiro e São Paulo”, enfatiza Floro. De acordo com o diretor de produção e edição da Cepe, Ricardo Melo, Pernambuco está diante de um verdadeiro polo de produção de quadrinhos. “Este é um campo editorial grande, que tem se intensificado e o catálogo da Cepe, que é muito abrangente em termos de gênero, decidiu investir nesse segmento para atender a uma demanda ampla. Temos dado apoio a muitos projetos em HQ, agora resolvemos bancar e fazer com que essa produção ganhe espaço nacional”, salienta. O selo estreia com dois álbuns: Polinização, uma parceria de pai e filho, Cavani Rosas e Júlio Cavani, a ser lançado no dia 30; e O Obscuro Fichário dos Artistas Mundanos, roteiro de Clarice Hoffmann e Abel Alencar, com ilustrações de Maurício Castro, Greg, Paulo do Amparo e Clara Moreira. Personagens inspirados em homens e mulheres fichados pela Delegacia de Ordem Política e Social (Dops) deram vida a quatro narrativas. O lançamento será no próximo dia 21, às 19h, no Armazém do Campo. Há 15 anos, durante um trabalho de pesquisa para a realização de outro projeto, a produtora cultural Clarice Hoffmann precisou consultar os arquivos do Dops, cujo acesso não era permitido. Ao contar à funcionária do Arquivo Público Jordão Emerenciano que a avó materna, Guta Gamer, judia de origem russa, havia sido fichada por ser artista de teatro, a arquivista mostrou a Clarice prontuários de várias pessoas como sua avó. Após a Lei de Acesso à Informação ter sido sancionada, em 2012, Clarice voltou ao Departamento de Ordem Política e Social, que havia deixado o status de delegacia, e começou a sistematizar as informações sobre a cena de artes e entretenimento do Brasil dos anos 1930 e 1940. De acordo com a produtora, 60% do arquivo era composto por mulheres, 40% de estrangeiros, sendo a maioria em trânsito, nomadismo que incomodava a polícia da Era Vargas. Foram cerca de três anos de trabalho, reunindo elementos para produzir O obscuro fichário, que inscreveu no Funcultura e no Itaú Cultural. Mesmo com o financiamento público e privado, o projeto só tinha fôlego para cerca de 64 páginas em preto e branco. Com o apoio da Cepe, o grupo pôde fazer um projeto mais robusto, colorido e com 116 páginas. Ao ler os prontuários enxergou ali um material perfeito para a produção de uma HQ, com muitos ingredientes para um bom álbum de aventura. O obscuro fichário rendeu quatro histórias, ambientadas nos anos de 1934 a 1958: A perseguição aos vermelhos, Josephine Strike – A mulher sem ossos, Grande Hotel, e Os cossacos e o tabu. Em algumas delas, os roteiristas escolheram transcrever textualmente parte dos documentos. Na história de Josephine esses trechos estão em balões e colagens, um recurso que conduz a narrativa de forma tão verdadeira, embora com personagens fictícios. A publicação é inspirada no projeto de pesquisa O obscuro fichário dos artistas mundanos, realizado entre os anos de 2014 e 2017. Os resultados do projeto de pesquisa, que inspirou a obra, estão no endereço eletrônico obscurofichario.com.br. São indícios da vida de mulheres e homens, brasileiros e estrangeiros, protagonistas de uma movimentação ocorrida no campo da arte e do entretenimento da cidade do Recife, entre as décadas de 1930 e 1950, que lançam luz sobre uma potente história cultural e política do estado e do país. Um mundo habitado por bailarinas acrobatas e sapateadores excêntricos, cantores de rádio e cossacos russos, pugilistas e ilusionistas, artistas teatrais e enciclopédicos. Para a polícia de Vargas todos que estivessem de alguma forma ligados à cena do entretenimento eram considerados artistas e, portanto, fichados com prontuário na Delegacia de Ordem Política e Social. Nesse rolo entravam prostitutas, pugilistas e até espaços suspeitos, por serem lugares onde havia muita rotatividade a exemplo de hoteis, pensões, teatros, cabarés, agremiações carnavalescas, vigiados pela polícia. “O que queremos mostrar é a perseguição de governos autoritários aos artistas. Nossa memória referencia muito a ditadura militar e esquece que teve ditadura civil, a do Governo Vargas. Antes do Golpe de 1964, os prontuários já existiam, muita gente havia sido fichada, muitas famílias”, diz Clarice.

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Sobretudo humano por Paulo Caldas

* Paulo Caldas Os contrastes do comportamento humano, alvo permanente dos escritos de Raimundo Carrero, emergem da crueza neste Colégio de Freiras (Editora Iluminuras – 2019, projeto visual de Hallina Beltrão e posfácio assinado por Sidney Rocha). O livro é ambientado num Recife áspero, universo literário do escritor e pátria da inveja, revolta e rancor vivenciados pelos protagonistas: Vânia, dona de beleza incômoda e psicológico enigmático, vítima do preconceito torpe inerente à estupidez do pai, doutor Vesúvio, um crápula asqueroso, “defensor das vaginas intocadas”; Dona Quermesse, cafetina, madre superiora generosa, afável mãe e guardiã da casa de diversão; Milena, aluna experiente a quem são confiados trechos da narrativa, amante do recalque, cativa do ódio, sensível à degradação de Vânia, que na infância já tentou matar. O enredo expõe o drama da mãe presidiária, apartada do rebento encaminhado para um suposto orfanato ou, quem sabe, para o ninho de casais sem filhos. O festejado romancista transita com autoridade no mundo imaginoso da loucura onde abriga figuras fantásticas, tal o quase deus Abdon, inventor, entre outros fenômenos, dos domingos sombrios e, em dado momento, cuidador da higiene íntima de Vânia quando menina. Ali também habita o mitológico profeta Daniel, líder da Congregação das Guerreiras, mistura de seita e sindicato, concebido para a defesa das mulheres, inclusive pelo uso de poderes infinitos, na perspectiva de uma invasão de óvnis, quando transforma personagens em ETs, além de padre confessor, atento vigilante aos desejos mundanos das internas. Do ponto de vista da técnica literária, Carrero mais uma vez exibe a costumeira maestria no despertar das palavras. O livro mostra a perfeita definição dos perfis físicos e psicológicos, traquejo traduzido por singular habilidade. Há predominância dos diálogos internos em vários trechos da narrativa, prática que se transmuda do narrador oculto à falsa terceira pessoa, das vozes entrecruzadas ao discurso indireto livre, tudo com a destreza dos alquimistas. E Carrero é dos melhores. O autor ainda brinca com os tempos verbais: perfeito, imperfeito, mais-que-perfeito obedecem ao seu comando qual marionetes presas aos cordéis. * Escritor

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Cida Pedrosa lança livro em seu aniversário

“Você que vem, venha com tempo e ouvido atento, que a viagem é em distância e fundura”, convida o prefácio do livro Solo para vialejo, da poeta Cida Pedrosa, editado pela Cepe. Em 128 páginas, um longo poema épico-lírico se inicia versando sobre um percurso que segue do litoral para o Sertão. Foi lá, mais precisamente em Bodocó, que Cida nasceu. Mas será no Recife, dia 18 de outubro, que ela celebrará seu aniversário com o lançamento da nova obra. “Cida Pedrosa, esta mulher que sabemos multidão, poeta de palavra-labareda, é quem nos leva pela língua à infância da nossa história, Terra Brasilis, sangue e seiva, suas cores, seus ritmos, e, em cores e ritmos, suas extraordinárias mestiçagens”, continua poeticamente o prefácio assinado pela poeta, ensaísta, crítica e cronista paulista Mariana Ianelli. A viagem de retorno às memórias da escritora recorda a diáspora do negros e negras, índios e índias, homens e mulheres oprimidos que saíram do litoral para o Sertão após a devastadora chegada dos brancos. “Ao celebrar e refletir esse período, faço um link sobre a música sertaneja e o blues”, revela Cida. Na jornada são descritos o clima, a fauna e a flora, a geografia do caminho, cheiros, sabores e sons que viajam a uma distância tão longa quanto o Sertão do litoral, e também tão profunda quanto a busca pela própria identidade. “É uma narrativa fragmentada, assim como são as nossas memórias. Ninguém se lembra do percurso da vida de forma linear. Tem horas que é pura biografia e tem outras que é pura ficção”, revela Cida. Referências estéticas da poesia moderna, da cultura pop - Bob Dylan, Caetano Veloso - se misturam aos campos de algodão, por exemplo, que aparecem exibindo a dureza do trabalho de plantio e colheita e a memória afetiva desse cenário. “Pode-se afirmar que o poema é todo construído a partir de tensionamentos que assumem diversas configurações: entre o individual e o comunitário, entre racional e o afetivo, e, naturalmente, entre o lírico e o épico. A tensão entre as memórias pessoais e as coletivas funciona como um pêndulo entre o “dentro” e o “fora”, entre o que pertence ao domínio da memória afetiva do indivíduo e o que está fincado numa memória cultural compartilhada”, diz o editor da Cepe, Wellington de Melo, em texto presente no livro. O vialejo - como é chamada a gaita no interior - foi o instrumento que Cida ganhou do pai na infância mas nunca tocou. A música negra perpassa a poesia juntando o blues aos ritmos sertanejos. “O baião é negro, o xote é negro. Havia bandas de blues nos anos 1940 em Petrolina, São José do Egito, Bodocó...”, garante Cida, que continua tentando tocar a gaita. “Nunca aprendi a tocar. Tento aprender e não consigo”. O poema, no entanto, sugere que ela ainda o pode fazer a qualquer momento, ou que sempre o fez. “A jornada é circular, não há um ponto de chegada, apenas a percepção que a identidade se encontra no próprio ato de resistir/existir”, completa Wellington. “(...) serra talhada talha o verso pajeuzeiro serra talhada é telha tinhosa que divide sertões ao nordeste espraia-se são josé do egito uma trilha para o verso a veia e a velocidade da métrica para as rimas rubras vindas de outros mares mouros murmuradas e lamentadas em violas serra talhada berço de virgulino aquele pardo que se fez povo poder e pária migrou do campo de algodão para o campo de batalha se fez punhal e fé escuridão e facho quimerou ser tapera para marias e dadás banidos de todos os gêneros e negros sem destino se fez corisco e cascavel se fez imagem e imaginário imaginário imaginário(...) (...) te encontro me encontro te encontro me encontro te encontro no vialejo azul que ganhei do meu pai quando menina e nunca aprendi a tocar na canção azul na flor azul no anjo azul na borboleta azul na flor árida e azul me encontro e te encontro no ser ser tão assim sertão e só (...)” Sobre Cida A poeta nascida em 1963 no município pernambucano de Bodocó estreou em 1982 com a coletânea Poesias do Fim. Na mesma década coordenou o Movimento de Escritores de Pernambuco, e lançou também O cavaleiro epifania (1986). Em 2000 veio Cântaro, seguido por Gume (2005), e As Filhas de Lilith (2009). Ano passado a escritora lançou Gris, também pela Cepe Editora. Preço do livro: R$ 25,00 (livro impresso) e R$ 7,50 (E-book)

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Olga Tokarczuk e Peter Handke premiados com Nobel da Literatura

Os prêmios Nobel da Literatura de 2018 e 2019 foram atribuídos à polonesa Olga Tokarczuk e ao austríaco Peter Handke, respectivamente. O anúncio foi feito hoje (10), em Estocolmo. O Nobel de 2018 foi igualmente anunciado esta quinta-feira depois de, no ano passado, ter sido cancelada a entrega deste prêmio após um escândalo de abuso sexual e crimes financeiros que afetou a Academia sueca. Olga Tokarczuk junta-se, desta forma, à minoria de mulheres agraciadas com este prêmio literário. Desde 1901, um total de 116 escritores – dos quais apenas 15 são mulheres – foram distinguidos com o Nobel da Literatura. Este foi o quarto dos seis prêmios mais cobiçados do mundo a serem distribuídos. Resta o Nobel da Paz, que revelará a pessoa a ser premiada amanhã (11), e o Nobel da Economia que será anunciado em 14 de outubro. (Agência Brasil)

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