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Lei Geral do Licenciamento Ambiental – Principais Mudanças

 Por Ivon Pires Filho Em 17 de julho de 2025, a Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei nº 2.159/2021, que institui a Lei Geral do Licenciamento Ambiental no Brasil. Foram 267 votos a favor e 116 contrários. O texto incorporou a maioria das emendas do Senado e seguiu para sanção presidencial. Em 8 de agosto, o presidente sancionou a lei com 63 vetos, alterando pontos centrais do projeto. O novo marco legal padroniza tipologias de licenças e agiliza o licenciamento ambiental, oferecendo mais segurança jurídica aos empreendedores. Críticos alertam para riscos de flexibilização excessiva na proteção de terras indígenas e quilombolas, e na preservação de biomas como a Mata Atlântica — cuja flexibilização foi vetada. De igual forma, os estados e municípios não poderão flexibilizar os respectivos licenciamentos com normas menos rígidas que as federais. A competência para licenciar seguirá as regras da Lei Complementar nº 140/2011, mantendo a atuação de órgãos federais, estaduais e municipais. A Licença por Adesão e Compromisso (LAC)  permite o licenciamento por autodeclaração e cumprimento de requisitos pré-definidos. Ficará restrita a empreendimentos de baixo impacto e pequeno porte. O veto impede seu uso para empreendimentos de médio porte ou impacto. A Licença Ambiental Especial (LAE) será aplicada a projetos prioritários, mas não poderá ser analisada em fase única. Será mantido o modelo trifásico — Licença Prévia, de Instalação e de Operação — com trâmites mais rápidos. A Licença Ambiental Única (LAU) reunirá planejamento, instalação e operação em um único procedimento, enquanto a Licença de Operação Corretiva (LOC) permitirá regularizar empreendimentos que operam sem licença válida. Atividades como cultivo agrícola e pecuária de pequeno porte ficam dispensadas de licenciamento. Ampliações e pavimentações de infraestrutura existente poderão ser licenciadas por LAC. Projetos públicos rurais deverão estar inscritos no Cadastro Ambiental Rural antes do licenciamento ou da supressão de vegetação. A lei mantém a responsabilização criminal e administrativa por operar sem licença. Empresas que contratarem atividades licenciáveis sem exigir a licença poderão responder solidariamente. A pena para operar sem licença será de seis meses a dois anos de detenção. Continuará sendo exigida a compensação por impactos diretos e indiretos, além da responsabilidade solidária de agentes financeiros que financiem empreendimentos sem licença. A lei entra em vigor em 180 dias. A LAE terá eficácia imediata por Medida Provisória, permitindo a análise de empreendimentos estratégicos. O governo enviará ao Congresso projeto para substituir dispositivos vetados.  Ivon Pires Filho é advogado e sócio fundador do Pires Advogados; Doutor em Direito Ambiental pela Universidade da Virgínia; Consultor Internacional de organismos da ONU (Banco Mundial, FAO e UNEP); participou da elaboração de leis no Brasil e no exterior, como a LC nº 140/2011 e o Novo Código Florestal.

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FIEPE firma cooperação para impulsionar investimentos sustentáveis na Caatinga

Parceria com Instituto Amazônia+21 busca transformar o bioma em polo de desenvolvimento socioambiental e econômico A Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (FIEPE) deu mais um passo em sua agenda de sustentabilidade ao firmar um acordo com o Instituto Amazônia+21 para atrair investimentos de impacto socioambiental na Caatinga. A iniciativa, assinada pelos presidentes Bruno Veloso (FIEPE) e Marcelo Thomé (Instituto Amazônia+21), pretende mobilizar recursos comerciais e filantrópicos para viabilizar soluções sustentáveis em um bioma que ocupa 84% do território pernambucano e 11% do país. Durante o lançamento da Facility Investimentos Sustentáveis, Veloso ressaltou a importância estratégica da iniciativa. “Esse trabalho identifica grandes projetos com vários parceiros. Vamos aprofundar e dar prosseguimento a essa atuação, que vai desenvolver diversos projetos estruturadores para o nosso estado. A Caatinga representa 11% do território nacional e 84% do território de Pernambuco. O que discutirmos é uma oportunidade de pensar em novos caminhos. Nossa gestão tem como um dos pilares a governança social, ambiental e corporativa, e iremos assumir o compromisso de ajudar a transformar boas ideias em ações concretas, com impacto real para quem vive e empreende em uma região com tanto potencial de desenvolvimento”, afirmou. Para Thomé, a criação de um fundo catalítico voltado à Caatinga é um instrumento essencial para garantir segurança jurídica e atrair capital em larga escala. “A gente precisa não só conservar o bioma Caatinga, como também restaurar. Quanto mais ativos naturais tivermos, mais negócios e inclusão econômica. É um ciclo de prosperidade virtuoso a partir da mobilização inteligente e orientada do capital, primeiro numa etapa filantrópica, para originar os projetos e, na sequência, trazendo veículos comerciais e recursos em volume para que esses bons projetos virem negócios”, destacou. A relevância do acordo foi reforçada por lideranças do setor produtivo e ambiental. “Na Caatinga habitam em torno de 30 milhões de pessoas e é um território de grandes possibilidades. Essa forma de financiamento vai poder transformar toda essa potencialidade em negócio, emprego e melhoria de qualidade de vida”, avaliou Anísio Coelho, presidente do Contema/FIEPE. Já o secretário estadual de Meio Ambiente, Daniel Coelho, destacou que “desenvolvimento é termos solução sustentável, que a gente precisa caminhar de mãos dadas com economia e meio ambiente”. O evento contou ainda com a participação de representantes do Ibama, CPRH e dirigentes regionais da FIEPE, que ressaltaram a urgência de políticas conjuntas para garantir desenvolvimento econômico sem comprometer a preservação ambiental.

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Brasil enfrenta desafio para ampliar financiamento climático às florestas na COP30

Estudo da CPI/PUC-Rio revela que apenas 2% dos recursos internacionais destinados ao país foram aplicados em ecossistemas florestais, apesar do aumento geral no financiamento climático O financiamento climático está no centro das negociações da COP30, marcada para novembro em Belém, onde países em desenvolvimento, como o Brasil, buscam captar US$ 1,3 trilhão anuais das nações mais ricas para ações ambientais. Um estudo recente do Climate Policy Initiative, vinculado à PUC-Rio, revela que apenas 2% dos recursos internacionais recebidos pelo Brasil foram direcionados às florestas, apontando para um desafio significativo na preservação desses ecossistemas vitais. Joana Chiavari, advogada especialista em Direito Ambiental e diretora do CPI/PUC-Rio, destaca a importância estratégica das florestas tropicais para o combate às mudanças climáticas: “Elas desempenham um duplo papel: como fontes de emissão de CO2 (quando desmatadas ou degradadas) e como sumidouras de carbono (quando conservadas), podendo, ainda, capturar CO2 da atmosfera através da restauração florestal. Desta forma, as florestas têm capacidade de mitigar ou agravar a crise climática, dependendo da sua gestão”. O estudo também indica que o setor que engloba florestas, agricultura e pesca enfrenta mais resistência para atrair capital privado devido à complexidade do retorno sobre investimento, apesar de o financiamento para esse segmento ter crescido 286% globalmente entre 2018 e 2023. No Brasil, entre 2021 e 2022, o país recebeu R$ 26,6 bilhões por ano em financiamento climático internacional, um crescimento de 84% em relação ao período anterior, com destaque para investimentos em energia renovável, que representam 53% do total. Embora os recursos direcionados para florestas sejam insuficientes, o governo brasileiro tem adotado iniciativas para atrair capital estrangeiro, como a Plataforma de Investimentos Climáticos e Transformação Ecológica (BIP), o Eco Invest Brasil e a emissão de títulos soberanos sustentáveis. “Compreender o status atual de financiamento é crucial para medir o impacto dessas iniciativas e ampliar sua efetividade”, finaliza Chiavari.

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“A APA Aldeia-Beberibe é um tesouro ameaçado. Precisamos de coerência e coragem para defendê-la”

Cecília Costa, pesquisadora da UFPE, destaca a importância da Área de Proteção Ambiental, situada na  Região Metropolitana do Recife, e os riscos de projetos como o Arco Viário e a Escola de Sargentos. Ela ressalta a necessidade urgente de políticas públicas que valorizem os serviços ambientais para proteger esse patrimônio natural. Cecília Costa, doutora em ecologia e pesquisadora da Universidade Federal de Pernambuco, acumula mais de uma década de estudos na APA (Área de Proteção Ambiental) Aldeia-Beberibe, situada na Região Metropolitana do Recife. Com trabalhos que vão desde o levantamento de biodiversidade até a percepção ambiental das comunidades locais, ela é uma das vozes acadêmicas na defesa desse território que está sob alvo de muitas tensões. Nesta entrevista, Cecília detalha a riqueza biológica da região, os riscos impostos por projetos como o Arco Viário e a Escola de Sargentos, e a urgência de implantar políticas públicas que reconheçam e remunerem os serviços ambientais prestados pela floresta. Ao longo da conversa, a professora compartilha percepções valiosas sobre a defaunação (perda de animais) histórica no Nordeste, a presença de espécies ameaçadas como a jaguatirica, o papel estratégico da vegetação na recarga dos aquíferos e o potencial da APA para se tornar referência em desenvolvimento sustentável. Ela alerta: “Precisamos sair da politicagem e ter coerência. O desenvolvimento precisa ser compatível com os objetivos da APA”. A APA Aldeia-Beberibe pode resistir à pressão da especulação imobiliária já existente e dos grandes empreendimentos anunciados, como o Arco Metropolitano e a Escola de Sargentos do Exército? Já existem várias questões que precisam ser resolvidas, e é muito importante não ampliar ainda mais o problema. Esses empreendimentos promovem mais desmatamento e fragmentação da Mata Atlântica nesse território, trazendo ainda mais gente para o local, o que pode comprometer definitivamente os objetivos da APA. Além da fragmentação e do desmatamento, e do Arco Viário Metropolitano é a maior ameaça à integridade da APA pois causa atropelamentos da fauna, poluição sonora e atmosférica. Essa será uma rodovia que receberá intenso tráfego de caminhões para conectar o Porto de Suape com as empresas que estão mais ao norte da região metropolitana. Além da poluição atmosférica, existem as cargas perigosas que representam um risco para a contaminação das águas superficiais e do lençol freático da região, usados para abastecimento da população.  Os projetos do Arco e da Escola de Sargentos têm uma série de impactos negativos para a conservação da biodiversidade e dos serviços ambientais da região, mas o principal problema é o adensamento populacional. Infelizmente, o governo nunca conseguiu resolver as consequências disso. Não há fiscalização que dê conta de impedir a constante invasão de áreas para moradias, além do aumento dos empreendimentos imobiliários que ampliam o uso dos recursos naturais, além da produção de lixo, esgoto e impermeabilização do solo.  Existe algum território em Pernambuco em que o poder público conseguiu dar conta da especulação imobiliária? Não tem. O maior exemplo que a gente tem talvez seja a praia mais linda do Brasil, que é Porto de Galinhas. Ela está altamente adensada, com esgoto sem tratamento e já em processo de verticalização, que também já começou a acontecer em Aldeia.  Então, a gente tem que evitar projetos que promovam mais adensamento populacional no território, porque assim a gente consegue manter os serviços ambientais desse território que são tão importantes para a qualidade de vida na Região Metropolitana do Recife.  De quais serviços ambientais a senhora está tratando? Uma coisa importantíssima acerca da Mata Atlântica em avançado processo de regeneração, como é o caso da APA, é que ela remove e armazena o gás carbônico da atmosfera. Esse é o principal causador do aquecimento global, das mudanças climáticas que estamos vendo. Toda vez que a mata aumenta sua biomassa, ou seja, está se tornando mais densa, significa que ela está estocando carbono. E toda vez que ela está se tornando mais rala ou sendo removida, significa que ela está liberando gás carbônico para a atmosfera.  O trecho de floresta no território do Exército aumentou bastante em biomassa nos últimos 40 anos e, desde a criação da APA em 2010, outros trechos também estão se recuperando. Então esse é o cenário ideal para a remoção de carbono da atmosfera, de modo que uma alternativa rentável e sustentável para a região é o pagamento aos moradores por serviços ambientais e a venda de créditos de carbono.  Há também duas áreas de abastecimento público de água dentro da APA Aldeia-Beberibe. Uma delas é a barragem de Botafogo e a outra é o Açude do Prata, que fica dentro do Parque Estadual de Dois Irmãos. Esta última, é uma água de excelente qualidade, por estar dentro de uma unidade de conservação de proteção integral, sendo um ótimo exemplo para compreender como a natureza contribui para produzir água de qualidade, além de reduzir os custos com o tratamentoda da água. Assegura a boa saúde da população que usa dessa água.  As florestas da APA Aldeia-Beberibe também provêm vários outros serviços ambientais que quase ninguém dá valor, pois não se paga por eles e nem se pensa sobre eles. Se eu perguntar quanto você pagou de taxa de polinização este mês, você vai falar: “Não paguei nada”. Apesar disso, você se alimentou de mamão, laranja, milho, café e muitos outros frutos ou grãos, o que significa que os insetos fizeram o serviço de polinização.  Quanto você pagou de taxa de ar puro? Quanto você pagou de taxa de produção de solo fértil? Quanto você pagou de taxa de chuva?  Você certamente vai me responder: “Também não paguei por nada disso”. Mas então quem está fazendo esse serviço? São milhares de espécies que trabalham dia e noite gratuitamente para manter todos esses serviços e assim assegurar nossa qualidade de vida. Mas se não dermos as condições necessárias para que os ecossistemas continuem trabalhando, eles irão colapsar e nossa qualidade de vida também. Já existem lugares onde os polinizadores estão desaparecendo e os agricultores têm que alugar colmeias ou pagar para as pessoas levarem os pólens de

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Pernambuco vence Prêmio MapBiomas com inovação em gestão ambiental

Plataforma Ecológico-Econômica garante reconhecimento nacional por uso de tecnologia no monitoramento e combate ao desmatamento. Foto: Tércio Amaral O Governo de Pernambuco foi premiado nacionalmente na categoria Políticas Públicas do Prêmio MapBiomas, graças à implementação da Plataforma Ecológico-Econômica, considerada um marco na modernização da gestão ambiental do Estado. A premiação foi entregue durante cerimônia realizada nesta segunda-feira (7), no Insper, em São Paulo, e recebida pela vice-governadora Priscila Krause, representando a governadora Raquel Lyra, ao lado do presidente da CPRH, José Anchieta. Lançada em dezembro de 2024, com investimento de R$ 1,8 milhão, a plataforma digital já ultrapassou 17 mil acessos e oferece funcionalidades como mapeamento de desmatamento ilegal, relatórios ambientais preliminares, séries históricas de dados e análises espaciais que orientam políticas públicas. “Esse prêmio reconhece o esforço coletivo da gestão Raquel Lyra e da equipe da CPRH. A plataforma representa um grande avanço na gestão ambiental de Pernambuco, facilitando tanto a tomada de decisão do Estado quanto o processo de licenciamento para os empreendedores”, afirmou José Anchieta. A vice-governadora Priscila Krause ressaltou o caráter estratégico da iniciativa. “Este prêmio é um reconhecimento ao trabalho da CPRH e de todas as equipes que se dedicaram à criação da plataforma. Mais do que uma conquista técnica, é uma ferramenta que fortalece a nossa capacidade de proteger o meio ambiente e promover um desenvolvimento mais sustentável”, declarou. Ela também destacou os resultados já visíveis na redução do desmatamento e o impacto de programas como o Plantar Juntos e o Noronha Verde. O secretário de Meio Ambiente, Sustentabilidade e Fernando de Noronha, Daniel Coelho, definiu a plataforma como um divisor de águas na política ambiental de Pernambuco. Para a governadora Raquel Lyra, o reconhecimento traduz o compromisso da gestão estadual com o futuro: “Pernambuco tem avançado em muitas direções e não poderia ser diferente quando se trata de meio ambiente e sustentabilidade. O time do Governo de Pernambuco está de parabéns não apenas pelo prêmio, mas pelo trabalho realizado diariamente com entregas que fazem a diferença no presente e no futuro das cidadãs e cidadãos pernambucanos.”

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Comunidades reforçam pedido por RESEX no Litoral Sul de Pernambuco

Campanha destaca papel do manguezal de Rio Formoso na segurança alimentar, na cultura e no equilíbrio climático Na véspera do Dia Internacional da Pescadora e do Pescador, comunidades tradicionais e organizações civis renovam o apelo pela criação da Reserva Extrativista (RESEX) do Rio Formoso, no litoral sul de Pernambuco. A proposta, que tramita há mais de 15 anos, visa proteger cerca de 2.240 hectares de manguezais entre os municípios de Sirinhaém, Rio Formoso e Tamandaré, garantindo o sustento de mais de 2.300 pescadores e pescadoras artesanais. O território abriga o último grande manguezal não urbano do estado e constitui um super ecossistema marinho, essencial para a reprodução de espécies ameaçadas como o peixe-boi, o cavalo-marinho e o mero. “A criação da RESEX do Rio Formoso é urgente para garantir a proteção legal de um território que já é cuidado coletivamente pelas comunidades tradicionais há décadas”, ressalta Nátali Piccolo, da Conservação Internacional (CI-Brasil). A proteção do mangue também está diretamente ligada à mitigação da crise climática. Além de armazenarem até quatro vezes mais carbono do que florestas tropicais, os manguezais atuam como barreiras naturais contra tempestades e filtram a água. Seu valor cultural é igualmente relevante, com espécies como caranguejo-uçá, aratu e ostra compondo a base da pesca artesanal e da culinária local. “Sem mangue limpo, não tem mariscada. E sem mariscada, não tem fungi”, diz Marô do Fungi, pescadora e cozinheira de Rio Formoso. Para fortalecer a mobilização, foi lançada a campanha #SemMangueSemBeat, que oferece uma plataforma online com cartas, informações e ferramentas para que a sociedade pressione o governo estadual a apoiar a criação da RESEX. O nome faz referência ao movimento Manguebeat, ícone da resistência cultural pernambucana, e reforça que proteger o mangue é também preservar a identidade do estado. ServiçoMais informações sobre a campanha: www.semmanguesembeat.com.brSobre a Conservação Internacional: www.conservacao.org.br

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A importância das Reservas Particulares do Patrimônio Natural para a conservação ambiental no Brasil 

*Por Sandra Pires As Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs) são ferramentas valiosas para a preservação ambiental no Brasil. Previstas na Lei 9.985/00, essas áreas privadas têm o objetivo de dar ao particular a opção de proteger a biodiversidade. Diferentemente das demais categorias de unidades de conservação da natureza, como os Parques Nacionais, as RPPNs são um exemplo de como a sociedade civil pode assumir um papel ativo na proteção do meio ambiente. Qualquer proprietário que tenha áreas verdes em suas terras, pode submeter pedido de criação de uma RPPN ao órgão ambiental competente, independentemente do tamanho da área. Mesmo um pequeno espaço de vegetação que seja ambientalmente significativo pode ser transformado em uma Reserva Particular, contribuindo para a conservação da biodiversidade. Essa possibilidade também se aplica a condomínios e áreas com múltiplos proprietários, desmistificando a ideia de que a criação de RPPNs é um processo complicado e restrito. Os órgãos ambientais costumam aplaudir tais iniciativas e simplificar seu trâmite para a criação. Ao transformar suas propriedades ou parte delas em Reservas Particulares, os proprietários assumem um compromisso permanente com a conservação, formalizado por meio de registro no cartório de imóveis. Essa averbação confere à RPPN um caráter perpétuo, assegurando que a área não poderá ser utilizada para outros fins, exceto para conservação ambiental. Além de contribuir para a conservação da biodiversidade, os proprietários que decidem voluntariamente criar RPPNs também recebem benefícios legais, como a isenção do Imposto Territorial Rural (ITR) para a área da RPPN e a prioridade na análise de pedidos de crédito rural. As RPPNs também promovem pesquisa científica, educação ambiental e ecoturismo, o que gera emprego e renda para as comunidades locais. Levantamentos recentes mostram que 41,3% da vegetação nativa do Brasil está em áreas privadas. Atualmente, existem mais de 1.800 RPPNs em todo o Brasil, cobrindo mais de 800 mil hectares de áreas naturais, o que demonstra o seu protagonismo no Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza.  As RPPNs são, sem dúvida, peças fundamentais na preservação da biodiversidade brasileira, haja vista que o Poder Público não consegue efetivamente proteger a maioria das unidades de conservação por ele criadas. Por isso, segundo os próprios ambientalistas, a esperança do sistema de unidades de conservação da natureza encontra-se nas iniciativas do setor privado. Contudo, seu sucesso depende de um esforço coletivo de conscientização da importância dessa iniciativa para garantir que a rica biodiversidade do Brasil seja também um legado para as futuras gerações. Em um momento em que as questões ambientais estão cada vez mais em pauta, as RPPNs se destacam como um modelo de compromisso e responsabilidade. Através delas, podemos vislumbrar um futuro em que a conservação e o desenvolvimento caminham juntos, assegurando a proteção de nosso patrimônio natural para todos. *Sandra Pires é advogada especializada em Direito Ambiental e sócia diretora do escritório Pires Advogados. Bacharela em Direito pela UFPE, possui mestrado em Direito Público pela mesma instituição.

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Caatinga já perdeu mais de 11 milhões de hectares para o fogo desde 1985

Formações savânicas concentram quase 80% das áreas queimadas; em 2024, houve queda de 16% em relação à média histórica A Caatinga, único bioma exclusivamente brasileiro, foi palco de incêndios em 11,15 milhões de hectares entre 1985 e 2024, o equivalente a 13% da sua área total, segundo o novo Relatório Anual do Fogo (RAF), produzido pelo MapBiomas. O levantamento revela que 38% dessas áreas queimaram mais de uma vez ao longo das últimas quatro décadas, indicando um padrão de recorrência que desafia os esforços de conservação. Formações savânicas são as mais atingidas A maior parte do fogo atinge as formações savânicas, que compõem 95% da vegetação nativa do bioma. Dessas, 79% foram afetadas por queimadas. Outro dado preocupante é o tamanho dos focos: mais da metade (53%) das cicatrizes de fogo têm menos de 250 hectares, o que indica uma pulverização dos incêndios e dificulta o controle imediato. Redução de queimadas em 2024 é positiva, mas não conclusiva Em 2024, a Caatinga registrou 404 mil hectares queimados, uma queda de 16% em relação à média histórica de 480 mil hectares anuais. Apesar da melhora pontual, especialistas alertam para a necessidade de cautela. “A queda observada em 2024 é positiva, mas não garante uma tendência de redução a longo prazo”, afirma Soltan Galano, da equipe Caatinga do MapBiomas. Fogo não é natural na Caatinga, mas se repete O relatório revela que, diferente de biomas como o Cerrado, em que o fogo faz parte da dinâmica ecológica, na Caatinga ele não é um elemento natural predominante. Mesmo assim, sua presença contínua em áreas específicas exige monitoramento constante, políticas públicas eficazes e engajamento das comunidades locais para preservar um dos biomas mais vulneráveis do país.

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Poluição dos rios e calor extremo lideram preocupações ambientais no Recife

Pesquisa revela percepção dos recifenses sobre impactos das mudanças climáticas na cidade A poluição dos rios e mares é o problema ambiental mais grave enfrentado pela população do Recife, segundo 43% dos moradores entrevistados pela pesquisa Viver nas Cidades: Meio Ambiente e Mudanças Climáticas 2025, realizada pelo Instituto Cidades Sustentáveis e pelo Ipec. A pesquisa, divulgada nesta terça-feira (3), aponta ainda que enchentes e alagamentos (33%) e a poluição do ar e sonora (ambas com 32%) também preocupam os recifenses. Quando questionados sobre os efeitos das mudanças climáticas, a maioria dos entrevistados na capital pernambucana apontou o calor excessivo como o principal impacto. “Para mais de metade das pessoas, o calor excessivo é a principal consequência”, revela o estudo. Em contraste, apenas 8% mencionaram as enchentes e 1% destacaram o deslizamento de terras como efeitos relevantes. A pesquisa também avaliou o papel das prefeituras no enfrentamento da crise climática. No Recife, 82% da população acredita que os governos municipais devem agir ativamente no combate às mudanças do clima. Entre as ações mais esperadas estão a redução do uso de combustíveis fósseis no transporte público, o aumento das áreas verdes, a reciclagem e a compostagem dos resíduos sólidos. O controle do desmatamento e da ocupação de áreas de manancial também foi destacado por 45% dos recifenses. O levantamento abrangeu 3.500 pessoas em dez capitais brasileiras, incluindo Recife, São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador. Apesar das diferenças regionais, o calor extremo foi citado como a principal consequência das mudanças climáticas em nove dessas cidades. A exceção foi Porto Alegre, onde as enchentes lideram as preocupações da população. A iniciativa tem cofinanciamento da União Europeia e faz parte de um programa voltado ao fortalecimento da sociedade civil e dos governos locais na implementação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

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Cinema São Luiz exibe filmes gratuitos sobre meio ambiente durante dois domingos

Semana de Meio Ambiente de Pernambuco promove sessões educativas com roda de conversa e programação para todas as idades Como parte da programação da Semana de Meio Ambiente de Pernambuco, o Cinema São Luiz, no Centro do Recife, será palco de exibições gratuitas de filmes com temáticas ambientais. Em dois domingos consecutivos — 1º e 8 de junho — o público poderá assistir a longas, médias e curtas-metragens que abordam questões como conservação da biodiversidade, justiça ambiental e sustentabilidade. As sessões incluem debates ao final, promovendo o diálogo entre cultura e educação ambiental. A iniciativa é resultado de uma parceria entre a Secretaria de Meio Ambiente, Sustentabilidade e de Fernando de Noronha (Semas-PE) e a Secretaria de Cultura de Pernambuco, por meio da Fundarpe. “O cinema é uma ferramenta muito potente de educação ambiental e uma forma de inspirar atitudes mais conscientes. Queremos sensibilizar o público para questões urgentes que afetam o planeta e, consequentemente, nossas vidas…”, afirma Rosália Vasconcelos, gerente geral de Educação Ambiental da Semas-PE. A programação começou no domingo (1º), com o longa de animação Placa Mãe (2023), de Igor Bastos, e com o documentário Mulheres na Conservação (2023). No próximo domingo (8), a sessão infantil exibe às 11h o filme Teca e Tuti: Uma noite na biblioteca (2024), que combina literatura e consciência ambiental com linguagem lúdica. Já o encerramento será marcado pela estreia do documentário Nordeste Água e Óleo, de Luiz Gustavo Betanin, sobre o derramamento de petróleo que afetou o litoral nordestino em 2019. As exibições no Cinema São Luiz têm entrada gratuita, e a bilheteria abre 30 minutos antes de cada sessão. Além do cinema, o Parque Estadual Dois Irmãos realiza no sábado (7), às 14h, uma sessão especial com curtas-metragens ambientais em seu auditório, dividida em duas partes. A programação completa da Semana de Meio Ambiente está disponível no site e nas redes sociais da Semas-PE.

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