Arquivos Memória - Página 3 De 7 - Revista Algomais - A Revista De Pernambuco

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11 fotos de hotéis de Pernambuco Antigamente

Em um período de intensas dificuldades para o setor de turismo de Pernambuco, com vários hotéis e pousadas fechados, fizemos uma seleção de fotos de equipamentos hoteleiros no Estado. Confira as imagens abaixo. Clique nas fotos para ampliar. . Grande Hotel, em 1937 (Villa Digital, Acervo Benício Dias) . Hotel Boa Viagem, 1957. (Biblioteca do IBGE) . Hotel Internacional do Derby (Digital, Josebias Bandeira) . Hotel Central, na Av Manoel Borba (Villa Digital, Josebias Bandeira, 1931) . Hotel Boa Viagem, 1965  (Villa Digital, Katarina Real) . Hotel Moderno, 1920. Bairro de Santo Antônio, 1920 (Villa Digital, Benício Dias) . Hotel na Caxangá, 1910 (Villa Digital, Josebias Bandeira) . Hotel do Sol, em Caruaru (Biblioteca do IBGE) Segundo a descrição da foto, ficava no entroncamento da BR 232 com a BR 104, o Hotel foi extinto e sua estrutura abriga a unidade de Caruru da Faculdade Maurício de Nassau. . Sanatório Tavares Correia, atual Hotel Tavares Correia, em Garanhuns. . Hotel Monte Sinai, Garanhuns (Biblioteca do IBGE) De acordo com a descrição da foto, ficava localizado no Bairro de Heliópolis, em setembro de 1987 o prédio do hotel passou a abrigar o 9º Batalhão da Polícia Militar de Pernambuco, denominado de Batalhão Arruda Câmara. . Hotel Grande Rio, em Petrolina. 1970. (Biblioteca do IBGE) . *Por Rafael Dantas, repórter da Revista Algomais (rafael@algomais.com | rafaeldantas.pe@gmail.com)

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Conheça o criador da página Recife de Antigamente

Se você gosta de apreciar fotos de décadas passadas da capital pernambucana e desfrutar de um certo saudosismo, provavelmente já se deparou e interagiu com as postagens da página Recife Antigamente. Inicialmente no Facebook, o espaço virtual dedicado à memória da cidade também chegou ao Instagram. Entrevistamos virtualmente o criador desse canal digital, Wilton Carvalho Filho. No Facebook a página tem mais de 162 mil seguidores. No Instagram, que a entrada do perfil do Recife Antigamente é bem recente, já são mais de 16 mil internautas seguindo as postagens. "As fotografias e elementos iconográficos publicados na página Recife de Antigamente são aglutinadores de experiências pessoais porque, nas variadas imagens, se enxergam vivências cotidianas com as quais conferimos aos espaços a ideia de lugar e, enquanto indivíduos, construímos a sensação de fazer parte de um grupo. Expressar-se sobre tais vivências, a partir de experiências particulares, é uma força de coesão social. O crescimento do número de participantes do grupo é um indício desta potência. Se, na criação dos álbuns de família e nas caixas de sapato com recordações, a fotografia e outros objetos guardados podem ser vistos por outra perspectiva com o passar do tempo e por diferentes pessoas, porque não seria feito nas redes sociais? Por seus elementos constituintes, a página Recife de Antigamente se assemelha mais a uma caixa de recordações do que a um álbum tradicional, ainda que neste, muitas vezes, sejam colocadas informações em legendas ou guardados recortes de jornal, por exemplo", afirmou Maria Eugênia Bezerra Alves, na conclusão da pesquisa de mestrado em comunicação sobre a Página Recife de Antigamente. Confira a entrevista!  Quando começou o Recife Antigamente? Como surgiu a ideia? WILTON CARVALHO - A página foi criada no final de 2012 com a intenção de compartilhar algumas fotos que eu tinha na minha coleção. A ideia surgiu quando um amigo viu algumas fotos antigas do Recife no meu perfil pessoal do Facebook. Ele achou interessante e sugeriu que eu criasse uma página para que outras pessoas pudessem ter acesso a essas fotos. Como é a sua relação com a história do Recife? Você sempre teve interesse no tema? WILTON CARVALHO - Sou cearense. Nasci em Fortaleza em 1972, mas vim morar no Recife com 8 anos. Na adolescência comecei a admirar as pontes, os prédios históricos, sobrados, o Rio Capibaribe e ruas. Comecei a frequentar museus e livrarias em busca de conhecer um pouco mais a história do Recife. Com o surgimento da Internet comecei a acessar sites e blogs que postavam fotos antigas do Recife e assim fui aprendendo e colecionando as fotos. A página é um sucesso, com alto engajamento dos seguidores. Quando você percebeu que a iniciativa de criar a página tinha tomado uma grande proporção? WILTON CARVALHO - Logo nas primeiras postagens, ainda em 2012, percebi que muitas pessoas ficavam admiradas com as fotos antigas do Recife e foram curtindo e compartilhando as fotos da página. No ano seguinte, em 2013, fui convidado para participar da Bienal do Livro, no estande da Editora Novo Estilo, para dar palestras sobre a história do Recife. Fiz alguns vídeos com fotos antigas que ficavam passando em um telão atraindo muitas pessoas para o estande e muitas delas já eram seguidoras da página. Foi aí que percebi que a página já estava fazendo um certo "sucesso" no Facebook. Que desdobramentos a criação da página trouxe para você?  WILTON CARVALHO - Conheci muitas pessoas através da página. Admiradores do Recife, colaboradores, historiadores e jornalistas. Participamos de diversos eventos e também já promovemos palestras e passeios. Um deles foi o Projeto Recife de Antigamente - Histórias e Memórias, idealizado por Rosa Bezerra, que eram encontros em livrarias e praças para compartilharmos histórias vividas no Recife. . . Já promovemos diversos passeios e palestras com historiadores, entre eles Carlos Bezerra Cavalcanti, autor do livro "O Recife e seus bairros" e "O Recife é suas ruas", participamos de passeios de catamarã com o Projeto Navegando em Poesias e também de ciclos de palestras na Livraria Jaqueira no Projeto Conversando Perto de Casa, ambos criação de Taciana Valença. No ano de 2015 a página Recife de antigamente foi tema de carnaval do Bloco Lírico O Bonde. . . Já participamos de entrevistas para jornais do Recife, como Folha de PE, Jornal do Commercio e Diario de Pernambuco e a página também já foi tema de tese de mestrado do curso de Comunicação na UFPE. (Clique abaixo e confira a pesquisa de Mestrado sobre a Página Recife Antigamente) Maria Eugênia Bezerra Alves Recife de Antigamente representações da cidade e a memória coletiva   . Como é a operação da atualização dos canais do Recife Antigamente no Facebook e Instagram? WILTON CARVALHO - A página é composta de um administrador que sou eu e três editores que ajudam com as postagens e pesquisa: Tulio Couceiro, Felipe Alves e Fernando Silva. Não temos um cronograma específico para postagem, cada editor tem a liberdade de postar o que desejar, só com a exigência de não perder o foco da página que é fotos antigas do Recife e do Grande Recife e nada mais. Quando existe uma data comemorativa no Recife, como exemplo, a festa do Morro da Conceição, procuramos postar algo que tem a ver com a data comemorativa. Também podemos postar sobre pessoas importantes ou que fizeram parte da história do Recife, como exemplo, Clarisse Lispector. . Quais os planos futuros que você tem para o Recife Antigamente? WILTON CARVALHO - O nosso maior objetivo é continuar sendo uma página com foco nas fotos antigas relacionadas com o Recife, mantendo a imparcialidade em diversos temas. Queremos continuar sendo uma página cujo objetivo é emocionar as pessoas com suas memórias em cada foto postada. . Wilton Carvalho também já postou alguns vídeos no seu canal pessoal do Youtube. Confira abaixo algumas produções. .   . . *Por Rafael Dantas, repórter da Revista Algomais e publica semanalmente a coluna Pernambuco Antigamente (rafael@algomais.com | rafaeldantas.pe@gmail.com)

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Clube das Pás comemora 132 anos de Tradição, Cultura e muito Romantis

No dia 19 de março de 2020, o Clube das Pás completou 132 anos de fundação. O clube de frevo mais antigo em funcionamento do Brasil chega ao seu 132° aniversário colecionando, histórias, tradições e penta campeão com vitórias seguidas no carnaval do Recife. Além de ser um reduto da música romântica da cidade do Recife. A casa já recebeu grandes nomes da música brasileira como Roberta Miranda, Arlindo Cruz, The Fevers, Reginaldo Rossi, Beto Barbosa, Trio Irakitan, Agnaldo Timóteo, Fernando Mendes, Gilliard, Adilson Ramos e muitos outros. A comemoração vai ficar pra mais tarde, em virtude das medidas de precaução recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), e outros órgãos competentes devido a pandemia de coronavírus (Covid-19), que assusta o mundo e deixa o país em quarentena na luta pelo combate da proliferação do vírus. Clube Carnavalesco Misto das Pás teve suas atividades suspensas por um período de 15 dias a partir da última quarta-feira, 18 de março de 2020. A medida foi decidida entre sócios, beneméritos, diretoria e o presidente do Clube, Rinaldo Lima. Da Abolição da escravatura ao bailes mais apaixonados da cidade A história do Clube das Pás - o mais antigo de Pernambuco e um dos mais antigos do País - remonta à sua fundação no dia 19 de março de 1888, dois meses antes da Abolição da Escravatura no Brasil. O Recife fervia de alegria no carnaval, enquanto um navio cargueiro atracado no Porto do Recife precisava ser abastecido de carvão, às pressas, para seguir viagem. Como não tinha trabalhador interessado naquela tarefa, em plena folia, uma empresa encarregada do abastecimento do cargueiro, ofereceu pagamento dobrado aos estivadores. Daí, o comerciante português Antônio Rodrigues reuniu um grupo de homens dispostos a deixar a folia de lado e tratar de fazer o trabalho por uma remuneração maior. Depois do serviço concluído e com muito dinheiro no bolso, o grupo de foliões, formado por Francisco Ricardo Borges, Manoel Ricardo Borges, João da Cruz Ferreira e João dos Santos, botou as pás de carvão nas costas e foi comemorar no Clube dos Caiadores. Enquanto brincavam o carnaval, eles tiveram a ideia de fundar um clube carnavalesco. Começaram a discutir os nomes: Clube das Pás de Carvão, Clube das Douradinhas e Anjos da Boa Vista. No final, foi escolhido Bloco das Pás de Carvão. Nos primeiros anos, a agremiação funcionou na Boa Vista. Depois, para erguer a sede do Clube, o grupo de foliões comprou na Rua das Hortas, por seis mil cruzeiros, um terreno de propriedade do Recolhimento de Nossa Senhora da Glória do Recife, Conceição de Olinda e Sagrado Coração de Jesus de Igarassu. Até que, muito tempo depois, a Associação Carnavalesca de Pernambuco comprou um terreno localizado na Rua Odorico Mendes, em Campo Grande, e o doou ao Clube das Pás. Meses depois, a senhora Maria do Carmo, que era sócia das Pás, arcou com as despesas de legalização do terreno junto à Prefeitura do Recife. Àquela época, na Rua Odorico Mendes só havia casas muito simples. Assim, foi erguida uma palhoça, até ser construída uma sede maior em alvenaria. Depois de duas grandes reformas, o espaço ganhou um primeiro andar e recebeu o nome de Universidade do Frevo Reitor Josabat Emiliano, em homenagem a um de seus ex-presidentes, falecido no domingo, 21 de agosto de 2016, aos 98 anos. O Bloco das Pás de Carvão desfilou nos carnavais de 1888, 1889 e 1890 e em março do último ano mudou o seu nome para Clube Carnavalesco Misto das Pás. A primeira notícia impressa sobre as Pás foi publicada no dia 4 de março de 1905, no jornal Diario de Pernambuco. A cada 13 de Maio - dia da Abolição da Escravatura - o clube realizava uma passeata pelo Recife, em homenagem ao pernambucano e abolicionista Joaquim Nabuco. Alguns clubes carnavalescos criados na época eram oriundos de corporações de operários urbanos e impregnados de elementos presentes nas procissões religiosas, que foram proibidos pelas autoridades eclesiásticas. Alguns dos elementos transplantados se encontravam em cordões de lanceiros, mascarados, diabos, balizas, bobos, morcegos e damas de frente. No final do século XIX e início do XX, surgiram no Recife, além do Clube das Pás, os clubes de carnaval Vassourinhas (1889), Lenhadores (1889), Toureiros de Santo Antônio (1914), Pão Duro (1916) e Pavão Misterioso (1919), entre outros. O Misto do nome das Pás é porque nesta agremiação podiam brincar homens e mulheres. O clube, que representa o mais tradicional espaço de gafieira de Pernambuco, possui o estandarte mais antigo, datado no início do século XX, possivelmente nos idos de 1910. O responsável pelo desenho foi Manoel de Matos, onde estavam evidenciadas folhas de acanto e outros elementos barrocos, o monograma do Clube, franjas e pingentes dourados, duas máscaras e uma boneca fabricada em porcelana francesa, trazida pelo antigo porta-estandarte, o alfaiate Manuel das Chagas. A confecção, que foi em veludo, acolchoado de algodão, forrado com cetim e bordado com fios de ouro, ficou a cargo das monjas beneditinas do Convento do Monte de Olinda. O atual estandarte das Pás foi confeccionado por Maria do Monte, uma antiga aluna e bordadeira do mesmo convento de Olinda, em 1980. O desenho tem a figura de um anjo, representada por uma boneca trazida de Portugal. O estandarte traz, ainda, os dizeres “Amor e Ordem”, bordados sobre uma esfera azul que simboliza o globo terrestre. O estandarte pesa cerca de 60 Kg e é conduzido durante o desfile na avenida por três porta-estandartes, que se revezam durante a apresentação na segunda-feira de carnaval. Em julho de 2007, a Prefeitura do Recife patrocinou a ida de doze integrantes do Clube para duas apresentações do seu estandarte no Rio de Janeiro, uma em Niterói e outra na Quadra da Mangueira. O Clube das Pás tem entre seus dirigentes uma personagem que faz parte da história do carnaval pernambucano. A vice-presidente Josefa Ribeiro da Silva, a Marly das Pás, figura no livro "Sem elas não haveria carnaval", de autoria da pedagoga e produtora cultural Claudilene

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Igreja Matriz de São Pedro, em Olinda (PE), recebe obra de restauração

A Igreja São Pedro dos Apóstolos, também conhecida como Matriz de São Pedro, em Olinda (PE), começará a ser restaurada, por meio de ação conjunta entre o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e a Prefeitura Municipal. O início da obra será marcado pela assinatura da ordem de serviço da intervenção, que ocorre em solenidade nessa quinta-feira, dia 12 de março, data em que a cidade celebra seus 485 anos. A Matriz de São Pedro, localizada no Bairro do Carmo, foi interditada pela Defesa Civil ainda em 2015 e estava fechada desde então, devido a problemas estruturais. Com a obra, o templo, que é um importante símbolo religioso para a população da cidade, poderá ser reaberto. A intervenção receberá R$ 1,46 milhão do Governo Federal, por meio do Iphan, e será executada pela Prefeitura de Olinda. Com previsão de oito meses de duração, a restauração inclui serviços diversos, como a recuperação de esquadrias, pisos e revestimentos, revisão das instalações elétrica e hidráulica, pintura geral, recuperação total da cobertura e da escadaria da torre sineira, além de implantação das devidas condições de acessibilidade. A assinatura da ordem de serviço para o início da obra será realizada na Praça do Carmo, às 18h, em meio às festividades do aniversário da cidade. A programação inclui apresentações culturais, com cortejo de agremiações, shows diversos e a distribuição de um bolo gigante, de 485 quilos. Porta de entrada para o Centro Histórico A Igreja Matriz de São Pedro é um pequeno templo localizado na Praça João Alfredo, no bairro do Carmo, e é a porta de entrada para quem visita o Centro Histórico de Olinda. Construída na segunda metade do século XVIII e com pouco mais de 790 m² de área construída, ganha importância fundamental na memória dos moradores, que têm ali um símbolo de sua fé e marco de momentos importantes, como batizados e casamentos. Desde 1982, Olinda é reconhecida pela Unesco como Patrimônio Cultural Mundial. Seu conjunto arquitetônico, urbanístico e paisagístico, do qual a Matriz de São Pedro faz parte, é protegido pelo tombamento do Iphan. Uma das cidades mais antigas do país, fundada ainda em 1535, ela é amplamente conhecida pela riqueza de seu núcleo urbano, emoldurado pelas belezas naturais e por abrigar uma diversa gama de manifestações culturais. A obra de restauração da Igreja de São Pedro é parte de uma série de investimentos, que já soma mais de R$ 38 milhões investidos pelo Iphan em Pernambuco. Só em Olinda, nos últimos anos, foram realizadas as obras de requalificação do adro do Convento Franciscano e restaurações da Igreja do Bonfim e das bicas do Rosário, São Pedro e Quatro Cantos. Serviço: Assinatura da ordem de serviço para restauração da Matriz de São Pedro Data: 12 de março de 2020, às 18h Local: Praça do Carmo, Centro Histórico de Olinda/PE

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Flávia Pinheiro tensiona gravidade e tempo em nova performance-exposição

O corpo é o grande objeto de estudos e experimentações da diretora e coreógrafa paulista Flávia Pinheiro. A busca para entender o corpo — seu, do outro, de ninguém —, em toda sua potência e versatilidade, levou a performer a diversas partes do mundo. Para o novo trabalho, lançado no próximo sábado (7), às 16h, na Galeria Massangana (Edf. José Bonifácio. Avenida 17 de agosto, 2187, Casa Forte, Recife), ela entra em contato com outros corpos — inofensivos, mas não inertes. Em ‘Abismos de um corpo que falha’, explora performances onde matéria, peso e dimensões distintas encontram unidade frente à gravidade e ao deixar de servir. Na exposição, objetos encontrados em um ferro-velho na periferia do Recife servem de vestígios da performance e ganham status de esculturas. “Iniciei o trabalho em um ateliê, a partir de texturas. Observava o comportamento do corpo vivo em relação a objetos diversos: macios, duros, esponjosos, porosos etc. Verificando também como o peso incidia diante destas coisas de tamanhos e densidade diferentes”, conta a performer. “Mais tarde, em um ferro-velho na Guabiraba, encontrei bala de canhão, corrente de navio e tudo pesava mais pra tonelada. Comecei a trabalhar com esses materiais a possibilidade, deslocamento, atenta ao desenho e partitura do espaço.” As fotografias, creditadas à Rhayssa Oliveira e Pedro Coelho, e os vídeos, produzidos por Pedro Giongo, retratam as performances executadas in loco em complemento à instalação. “São elementos que assumem a tentativa frustrada de simular aquilo que aconteceu, pois quando passa da tridimensionalidade para o 2D, muito não se capta”, provoca Flávia, que também assina a produção executiva e expografia da mostra, essa última em conjunto com Diogo Todë. Na abertura, às 18h, ela realizará a performance ao som de trilha incidental [quando a música é coadjuvante, um background] para ativar a exposição. Todo o trabalho é resultado das pesquisas realizadas através das Residências Artísticas 2018, projeto de incentivo às artes visuais da Fundação Joaquim Nabuco. ‘Abismos de um corpo que falha’ é parte da investigação de Flávia Pinheiro sobre o corpo em movimento. “Tento entender e hackear o corpo, que é esse mecanismo ou utopia ficção analógica-digital. O abismo é o tempo dessa obsolescência programada das coisas e objetos dentro do antropoceno — que é essa ideia ou essa construção de identidade humana que tem relação com o sistema neoliberal, capitalista, branco do Norte. O abismo é a busca de outras lógicas, a destruição desses padrões canônicos”, reflete. A obra funciona como resolução ou procedimento nas artes visuais de sua performance cênica anterior, ‘Ruínas de um futuro em desaparecimento’. Curto-circuito Simbólico ou literal, a escolha pelo Belo Lyra Sucata, na Guabiraba, busca tornar tangível a reflexão sobre a destruição ou aceleração do fim. A gravidade é o elemento que infringe todas estas coisas: do corpo humano aos objetos. “Criar esse circuito ou fazer um curto-circuito no corpo entre a percepção, a ação e a sensação tem a ver com esse abismo. A relação das variáveis em que, por mais que a gente viva nessa sociedade do controle, da disciplina e da assepsia, o abismo irá sempre existir. O estudo busca acelerar o fim, utilizando os verbos sempre no presente — como cair — em detrimento de um futuro impossível.” A investigação em espaços de acumulação de lixo e coisas em desuso tem sido o caminho feito pela coreógrafa para suas experimentações. "Tenho desenvolvido essa pesquisa há alguns anos, performances, imagens, intervenções urbanas, videoarte. Meu trabalho vem nesses suportes diferentes dentro da linguagem corporal. No começo, trabalhava bastante com dispositivos analógicos, depois passei para uma tentativa utópica de usar os dispositivos digitais e agora estou na tentativa de desaparecer dessa matéria", conclui a pesquisadora. O suporte curatorial é de Moacir dos Anjos e a assistência. A assistência de produção é competência de Pedro Toscano e o crédito de figurino leva o nome de Marc Andrade. Serviço Abismos de um corpo que falha Abertura: 07.02.2020 Horário: 16h Local: Galeria Massangana - Fundação Joaquim Nabuco - Av. Dezessete de Agosto, 2187 - Casa Forte Em cartaz até 19 de abri Gratuito Aberto ao público

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Comidas e Territórios - Para celebrar os 120 anos de Gilberto Freyre

Sem dúvida o açúcar e sua civilização fazem um importante território de interpretações sobre o Nordeste por Gilberto Freyre. Contudo o obra de Gilberto no âmbito da comida e do território é muito mais ampliada e quer entender outros sistemas alimentares para assim melhor entender o Nordeste. Diz Gilberto Freyre: “Venho há anos, tentando organizar um mapa culinário do Brasil em que se exprima uma geografia não da fome, mas da velha e autêntica glutoneria brasileira. Que entre nós existe glutoneria, sem deixar de haver fome. Existe a arte da boa cozinha, sem deixar de haver falta ou escassez de carne sangrenta, legume verde e até peixe fresco, para serem cozinhados de gostosas maneiras tradicionais e regionais”. (Mapa Culinário do Brasil in Diário de Pernambuco, anos 1950) Por um mapa que mostre a pluralidade de cozinhas, a biodiversidade entre tantos temas, de sentido e de valor patrimonial^. Do jornal Diário de Pernambuco diz Gilberto: “Um mapa do Brasil fixando as principais especializações regionais da cozinha nacional, começaria com o sarapatel de tartaruga do Amazonas e a sopa de castanha do Pará: o Pará do açaí. Mas não pararia no açaí. Não ficaria no Pará. Viria até o churrasco sangrento do Rio Grande do Sul acompanhado de mate amargo. Incluiria o “barreado” paranaense. O lombo de porco mineiro. O vatapá baiano. O cuscuz paulista. O sururu alagoano. A fritada de caranguejo paraibana. O arroz de cuxá maranhense. O quibebe do Rio Grande do Norte. A paçoca cearense. O pitu pernambucano”. . Gilberto vê a partir de Pernambuco uma diversidade, e busca por um verdadeiro mapa que seja tão complexo quanto possível mostrar as diferentes bases étnicas, que representam a variedade do que é a comida, ou o que é o “comer à brasileira”. Este desejo de Gilberto é atual, tem suas bases na história social e econômica ,e tudo isto se junta aos movimentos midiáticos do nosso século sobre a comida e sua glamourização O fenômeno globalizado da gastronomia no Brasil, e no mundo, aponta tendências, estilos, movimentos de consumo, e da moda que são dominantes no nosso século A comida possibilita reconhecer um povo, um território, pois ela reúne ingredientes identitários, e assim mostra o seu mais profundo sentimento de pertença a uma cultura. Nos anos 1950 Gilberto Freyre quer um mapa culinário do Brasil, para um entendimento de território, de meio-ambiente, de sistemas alimentares, de povos e de culturas. Com certeza, hoje, os conceitos de mapear são muito mais dinâmicos para preservar atualidades que possam acompanhar transformações do meio-ambiente; movimentos de populações, os refugiados das guerras; da intolerância religiosa entre outras expressões sociais globais. Assim, o entendimento de território, de “mapa” e de sistema alimentar deve ganhar uma leitura que possa traduzir os momentos contemporâneos da história e de um mundo globalizado.

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Bairro da Torre recebe espiral das artes

  Com quatro edições realizadas desde dezembro do ano passado, o Espiral das Artes, evento multicultural mensal que contempla a reunião de variadas linguagens artísticas em um mesmo espaço durante um dia inteiro, passa, a partir do mês de março, a atuar duas vezes no mês. O evento, que vem firmando espaço no cenário cultural recifense no bairro do Parnamirim, estreia, no próximo sábado (7), a partir das 11h, na Praça José Sales Filho, situada no bairro da Torre, no Recife. O Espiral das Artes conta com uma vasta programação que inclui feira de artesanato, moda, gastronomia, terapias integradas, ações de sustentabilidade e apresentações musicais. O evento é gratuito e vai até as 21h. Durante todo o dia, visitantes de todas as idades poderão aproveitar o melhor do artesanato pernambucano com produtos a variados preços, acessível a todos os gostos. De comidas típicas a pratos reelaborados com toques exclusivos, o evento também oferece boas opções na área da gastronomia. Roupas, acessórios e outros itens para compor o visual estarão disponíveis para quem não dispensa o diferencial dos pequenos empreendedores. Os preços são dos mais variados e a previsão é a de que mais de 90 expositores participem do evento. Produzido pela Cultura Iminente em parceria com a Mão na Massa Produções, o Espiral das Artes tem a proposta de estimular a economia local e promover o bem-estar. O Espiral de Terapias vai oferecer os serviços de massoterapia, relaxamento e barra de access. O evento conta com uma equipe de terapeutas que, além de mostrar um pouco de seu trabalho, podem dar dicas de saúde. Entre as parcerias do evento está a Ecoe Sustentabilidade que é uma empresa de prestação de serviços de consultoria na busca de soluções socioambientais que colabora para que pessoas e organizações se desenvolvam de maneira mais sustentável e alcancem o #LixoZero. Quem visitar seu stand vai conhecer um pouco mais sobre o trabalho desenvolvido pela Ecoe e entrar em contato com as ações de consultoria, educação e estudos, assim como seus produtos. Na proposta de promover um ambiente sustentável para os visitantes, o Espiral das Artes, em parceria com a Ecoe, realizará a Operação Copo Eco. “Nosso diálogo com os expositores da Feira Espiral tem sido o de diminuir o consumo de copos descartáveis no evento, o que, também, gerará uma economia financeira para eles. Como forma de combatermos os impactos ambientais, ofereceremos a possibilidade do Copo Eco assim como o do canudo compostável”, explica a empresária Suzane Galeno. Quem se interessar pelo Copo Eco, poderá adquirir o de 200ml por R$5 e o de 400ml por R$7. Quem quiser, poderá levar o copo de lembrança mas, se houver o desejo de devolvê-lo em bom estado, a Ecoe devolve o dinheiro investido. O Copo Eco pode receber líquidos quentes e gelados. A partir das 16h, inicia o Palco Espiral. Começando com o Performance Espiral, o bailarino Joel Carlos dos Pretos abre com a performance “Meu corpo sangra, meu corpo chora”, em seguida os grupos Rala Coco Maria, Coco Juremado, Gel Prancha e Cassio Oli contemplam a programação trazendo artistas de nossa terra e da cultura pernambucana. Confira a programação completa do Espiral das Artes - Torre: Das 11h às 21h: Feira Espiral (artesanato da região) Moda Espiral (acessórios e outros itens para compor o visual) Polo Arte do Sabor (comidas típicas da região até pratos reelaborados com toques exclusivos) Espiral Sustentável (com a Ecoe Sustentabilidade) Espiral de Terapias (massoterapia, relaxamento e barra de acess) 15h Performance Espiral Meu corpo sangra, meu corpo chora, Joel Carlos dos Pretos. 16h: Palco Espiral: Rala Coco Maria Coco Juremado Gel Prancha Cassio Oli ESPIRAL DAS ARTES – No ar desde novembro de 2019, é um evento multicultural gratuito e mensal criado com a proposta de reunir diversas linguagens artísticas em um só lugar como artesanato, moda, gastronomia, música, dança, teatro e circo. Conta, também, com espaços dedicados a oficinas artísticas, sustentabilidade, terapias integradas com shiatsu, massoterapia, auriculoterapia e reflexologia e doações a ONGs e Instituições. Já recebeu artistas como Mayara Pêra, Banda Triinca, Vocal 4por4, Mateus de Bezerra, Sargaço Nightclub, Zeca Viana e Nonô Germano. SERVIÇO: O quê? Espiral das Artes - Torre Quando? Dia 7 de março de 2020, das 11h às 21h. Onde? Praça José Sales Filho que fica no bairro da Torre, Recife/PE Quanto custa? Entrada gratuita

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Inscrições abertas para oficina de projetos na área das artes visuais

O curso Táticas Visuais abre inscrições para a oficina de elaboração e gestão de projetos e espaços de artes visuais. A capacitação será ministrada pelas produtoras culturais Clarice Hoffmann e Lia Letícia, profissionais que atuam há décadas no segmento das artes visuais em diversos projetos. A oficina será realizada em módulos de 23 a 28 de março de março e de 6 a 11 de abril, na Galeria Maumau (Rua Nicarágua, 173, Espinheiro – Recife). As inscrições podem ser feitas no período de 02 a 20 de março. Os interessados devem enviar email para taticasvisuais@gmail.com e receberão ficha de inscrição. A atividade formativa é direcionada especialmente para produtores culturais, artistas e estudantes que atuem ou desejem atuar no setor das artes visuais. O objetivo é capacitar e qualificar para a elaboração e gestão de projetos e espaços dedicados às artes visuais, com foco no último edital Funcultura, lançado pelo Governo do Estado de Pernambuco. Com um total de 60 horas/aula, o curso terá dois módulos, com encontros de segunda a sábado, das 8h30 às 13h30. O primeiro módulo, com facilitação de Clarice Hoffmann, será dedicado à elaboração de projetos, com aulas de 23 a 28 de março. O segundo módulo, com facilitação de Lia Letícia, abordará a gestão de espaços independentes, com encontros de 06 a 11 de abril. A oficina conta com 20 vagas e inclui a participação de pessoas surdas que terão acessibilidade a partir de um intérprete de Libras. O projeto Táticas Visuais foi aprovado no Funcultura / Governo de Pernambuco do ano de 2018 na área de formação/capacitação em Artes Visuais. Durante o curso, serão apresentados estudos de caso de projetos realizados em âmbito local e nacional, proporcionando a reflexão e o diálogo crítico sobre as experiências e os processos artísticos e de gestão. Os participantes também farão exercícios práticos para que identifiquem suas potencialidades e elaborem ou aperfeiçoem seus próprios projetos, utilizando estratégias colaborativas e de atuação em rede. Como última atividade do curso, os participantes serão estimulados a produção e realização colaborativa de uma ação artística. FACILITADORAS: Clarice Hoffmann é jornalista e produtora cultural. Elaborou projetos aprovados em editais do Funcultura, do Centro Cultural Correios e do Itaú Cultural. Além de idealizar propostas que ganharam visibilidade nacional, já assinou a coordenação de produção e a produção executiva de diversas iniciativas. Sua experiência mais importante como facilitadora, se deu em Conceição das Crioulas, área quilombola localizada no município de Salgueiro, através de encontros mensais realizados ao longo de um ano. Vale citar também, a sistematização e produção dos estudos de caso para o livro Mobilizar para Transformar, publicado por Oxfam. Lia Letícia é artista visual, arte-educadora, produtora cultural. Atua como coordenadora de diversas atividades e de espaços da área das artes visuais, como as ações artísticas do projeto Criaturas Urbanas, do Cinecão e da Galeria Maumau. Entre os projetos de educação nos quais atuou vale destacar a Escola Engenho e as Tardes de Quintal. Também presta serviço de arte-educação para Secretaria de Cultura do Governo de Pernambuco e SESC. SERVIÇO Oficina Táticas Visuais - Da elaboração a gestão de projetos Módulo I - De 23 a 28 de março (segunda a sábado), das 8h30 às 13h30 Módulo II - De 06 a 11 de abril (segunda a sábado), das 8h30 às 13h30 Local: Maumau - Rua Nicarágua, 173 – Espinheiro – Recife Inscrições: Até 20 de março, sujeito ao limite de 20 vagas Taxa de inscrição: R$ 100,00 Contato: taticasvisuais@gmail.com

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Marco Zero: o maior palco com comunicação acessível do Carnaval brasileiro

A festa mais democrática do Brasil precisa ser também inclusiva. A cada ano a Prefeitura do Recife lança mão de uma série de instrumentos que visam a inclusão social por meio de serviços que buscam integrar a maior festa popular do país às Pessoas com Deficiência (PcD). Este ano o principal e maior palco do Carnaval do Recife, o Marco Zero, receberá pela primeira vez na história dos festejos de Momo o serviço de audiodescrição. O recurso é destinado às pessoas com deficiência visual e chega na folia para ampliar a percepção, compreensão e a participação dos foliões com deficiência visual. Além de atender as pessoas cegas, a prefeitura chega junto da população surda, que contará com tradução simultânea dos shows e mais uma vez passa a fazer parte da festa de maneira inclusiva. O palco Marco Zero se integra aos surdos mais uma vez numa experiência que tem sido sucesso entre os foliões surdos, através da garantia da acessibilidade comunicacional. Os intérpretes de libras farão a tradução simultânea das atrações de cada noite de folia, promovendo acesso comunicacional ao público surdo. E mais: o sucesso tem sido tanto que neste ano de 2020 o serviço foi ampliado e outros cinco polos do Carnaval do Recife contarão com os intérpretes de libras. São eles: Várzea, Casa Amarela, Ibura, Rec Beat e Lagoa do Araçá. Comunicação digital acessível _ para ampliar o alcance das informações e programação do reinado de Momo, o site do Carnaval do Recife (https://site.carnavalrecife.com/) volta a contar com o tradutor de libras virtual, por meio do app Hand Talk no canto direito da página, uma iniciativa que vem se repetindo desde 2017. A estrutura montada no maior polo do Carnaval do Recife é cuidadosamente planejada e montada para que seja também acessível para as pessoas que trabalham nele. Toda a área de backstage é acessível e isso torna o Polo do Marco Zero o maior palco acessível do Carnaval do Brasil. Músicos, produtores, técnicos, assistentes, coordenadores, todos trabalham num espaço inteiramente inclusivo e adaptado para receber as pessoas com deficiência. “Ao longo da gestão fomos incrementando os serviços assistidos para as pessoas com deficiência. Tornar o carnaval inclusivo é fazer dessa grande festa um momento para ser vivenciado, de fato, por todas e todos. Esse conjunto de ações e serviços é parte de uma política pública que busca sair da zona de conforto e inovar integrando, fazendo dessa festa linda e tão querida uma festa inclusiva”, explica Ana Rita Suassuna, secretária de Desenvolvimento Social, Juventude, Políticas sobre Drogas e Direitos Humanos. Visando a participação ativa das pessoas com deficiência durante os dias de Momo, além do Marco Zero, todos os 46 Polos do Carnaval do Recife contam com rampas de acesso. Além disso, todos têm um espaço reservado na frente do palco para atender a pessoas com deficiência e também a pessoas com mobilidade reduzida. Esta área permite a melhor visibilidade dos shows, para alguém em cadeira de rodas, por exemplo. Na quarta-feira (19), a folia inclusiva começa cedo. A partir das 14h, o Bloco Carnavalesco Me Segura Senão Eu Caio irá se concentrar na Praça da Torre para celebrar seus 15 anos. Formado por pessoas com deficiência, seus familiares e amigos, o bloco será animado por Nena Queiroga, Bateria Cabulosa, Maracatu da Associação de Pais, Amigos e Pessoas com Deficiência, de Funcionários do Banco do Brasil (APABB), orquestras de frevo e muito mais. As primeiras 300 pessoas com deficiência que chegarem ao local ganham camisa pra curtir a folia. A acessibilidade estrutural, comunicacional e, principalmente, atitudinal voltada para o Carnaval está presente em outros serviços oferecidos pela Prefeitura do Recife durante o reinado de Momo. Confira: O que vai rolar: Camarote da Acessibilidade – No dia 22 de fevereiro, no Sábado de Zé Pereira, os foliões com deficiência contam com o já tradicional Camarote de Acessibilidade Localizado no Pátio do Carmo, próximo à Basílica do Carmo, a estrutura adaptada fica aberta das 08h às 17h, mas para ter acesso e acompanhar a programação nesse espaço é preciso se inscrever. As inscrições estão abertas por meio dos seguintes contatos: 3355.8645 para pessoas com deficiência física, intelectual e visual, com atendimento das 09h às 12h e das 12h às 16h. Para pessoas com deficiência auditiva as inscrições devem ser feitas pelo site: camarotedaacessibilidadedorecife@gmail.com Libras Os tradutores de Libras, que roubaram a cena no palco do Marco Zero no Carnaval passado, estarão em mais polos este ano. O serviço será disponibilizado ao longo de toda a programação de oito dos maiores polos da festa, espalhados pela Prefeitura do Recife no centro e em toda a cidade: Marco Zero, Pátio de São Pedro, Praça do Arsenal, Ibura, Lagoa do Araçá, Várzea, Casa Amarela e também no Rec Beat, festival que escolheu o Carnaval do Recife como palco, celebrando as maiores atrações e tendências da música brasileira e internacional, com o apoio da Prefeitura do Recife. Em cada um desse polos, uma dupla de intérprete se revezará a cada noite, para fazer o Carnaval do Recife e a cultura pernambucana pulsarem no coração de quem não é ouvinte. No Carnaval de 2019, o serviço estreou no palco do Marco Zero, com enorme repercussão e aceitação do público. Audiodescrição Grande novidade do cada vez mais inclusivo Carnaval recifense, a audiodescrição também fará sua estreia no Marco Zero, maior e mais democrático palco da festa de Momo. Das 19h às 2h, dos dias 21 a 25 de fevereiro, duplas de audiodescritores narrarão toda a beleza da festa e das atrações que subirem ao palco do Marco Zero. A cada noite, serão disponibilizados 20 equipamentos. Central do Carnaval – Na Central os usuários contarão com um espaço da Secretaria Executiva de Direitos Humanos que, por meio da Gerência da Pessoa com Deficiência, estará pronto para receber os foliões. No local estarão à disposição intérpretes de libras, programação em braile para consulta e voluntários treinados em acessibilidade atitudinal, capacitados para atender as PcDs. Rota Acessível - Os usuários de cadeiras de rodas e/ou pessoas

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Nostalgia de uma cidade que não existe mais

*Por Rivaldo Neto Hoje ao acordar sentei-me na cama. Tentei lembrar de um sonho muito real. Não sei ao certo se era de todo um sonho. Acho que não. Eram lembranças guardadas na mente. Nesse labirinto cinza e misterioso que temos. Respirei fundo e fiz uma força para lembrar das coisas. Aos poucos o embaço foi dissipando e vi a cidade como era. O centro da cidade na verdade. Me vi ao lado de Dr. Rivaldo, meu avô. Caminhamos pela Rua do Imperador até a chegar próximo a rua primeiro de março. Lá existia um senhor que embalava amendoins com em papéis, daqueles de padaria muito parecidos com o de embrulhar pão. Eram meio rosas e marrons. Que os distinguia, se eram torrados ou cozidos. - Meu filho? Quer um? – perguntou ele. Prontamente respondi: - Quero o cozido. Sempre preferi cozidos. E lá fomos nós. Vovô de terno preto caminhando ao lado e nós dois devorando amendoins. Passos lentos, mas o olho atento do velho com a cara de riso, numa satisfação de viver aquele momento. Eu ia olhando para o chão, fazendo uns ziguezagues pelas pedras portuguesas e seus desenhos simétricos. Lá na frente fomos pela rua Nova, íamos caminhando e vovô falou: - A loja de papai era aqui, Bomachã (nem sei se escreve assim). Ele olhou para um prédio velho e sorriu. Talvez pela lembrança de um filme que passou em sua cabeça. Entramos na rua Camboa do Carmo. E logo percebi onde iríamos, Galo de Ouro. Entramos e prontamente já encosta o garçom, e nos leva até a mesa. - Como vai doutor? - Bem João! - Vovô, quero uma Fratelli Vitta. Fratelli era um refrigerante que não existe mais, mas ainda consigo sentir seu gosto refrescante e delicioso. - Quero um filé malpassado a portuguesa – Falou o velho. Engraçado, meu avô quase sempre pedia o mesmo prato. Sempre o mesmo filé cheio de verduras cozidas. A alimentação dele era uma coisa muito diferente. Sempre carne com verduras, saladas e muitas, mas muitas frutas. Não conheço ninguém que comia com tanta satisfação frutas de um modo geral. E eu gostava também desse filé. Vez por outra peço em algum restaurante que vejo, mas muito longe de ser no mínimo parecido. Já voltando, fomos pelo cine Trianon. Passamos na banca do Gasolina, que ficava embaixo da sacada do prédio onde ganhei dois novos “jogadores” para meu time de botão. Viemos pela Guararapes, li o poema de Carlos Pena Filho, na sacada do Bar Savoy. Já um pouco decadente, mas cheio de histórias. Tomamos um sorvete, e voltamos para o palácio da Justiça. E daí não lembro mais de como foi a tarde. As vezes não lembro o que houve ontem, mas lembro do que aconteceu há tantos anos atrás. Mais mistérios da mente, essa caixa que ativa memórias do nada da mesma forma que também apaga. A nostalgia de uma caminhada de um tempo de coisas e lugares que não existem mais... . *Rivaldo Neto é designer, cervejeiro e cronista nas horas vagas (neto@algomais.com)

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