Arquivos memória - Página 7 de 7 - Revista Algomais - a revista de Pernambuco

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A beleza da arte vista por Carlos Ranulpho

Houve uma época, nos anos 1970, que exposição de arte visual era algo inédito no Recife. Afinal, para quê produzir vernissages se não existiam compradores? Naquele tempo, as famílias ricas não decoravam suas paredes com obras de arte. Foi o marchand Carlos Ranulpho, 90 anos, que começou a introduzir na capital pernambucana o hábito de apreciar e adquirir quadros, em mostras memoráveis, que revelaram ao resto do Brasil o singular modernismo local. Nas páginas do livro Carlos Ranulpho, o mercador de beleza, assinado pelo jornalista Marcelo Pereira e editado pela Cepe, foi traçado não apenas o perfil biográfico de um dos marchands mais renomados do Brasil e há mais de 50 anos no mercado, mas também a apresenta a história de grandes nomes da arte nacional: Vicente do Rego Monteiro, Lula Cardoso Ayres, Cícero Dias, Wellington Virgolino, João Câmara, Aldemir Martins, Iberê Camargo, Maria Carmem, Portinari, Volpi, Mário Nunes, Teruz, Brennand, José Cláudio, Reynaldo Fonseca, José de Moura, Delano, Aloísio Magalhães, Guita Charifker… O 15º título da coleção Memória será lançada no dia 30 de agosto, às 19h, na Galeria Ranulpho, no Bairro do Recife. Desde criança, Carlos aprendeu a gostar de arte com o pai, o desenhista e caricaturista José Ranulpho. Essa sensibilidade fez com que Carlos apurasse o olhar para a beleza. A começar pelas joias, seus primeiros objetos de valor a serem comercializados. “Eu até que tinha jeito para desenho, mas como eu via meu pai com dificuldades financeiras, e ele nunca teve bons resultados com suas obras, eu não me estimulava, porque sempre pensava em alguma atividade que tivesse rendimento financeiro”, diz Carlos em trecho do livro. Após o sucesso com a venda de joias, não demorou para atentar para o valor das obras de arte. Fechou parceria com artistas e fez grandes amizades. “Carlos Ranulpho tem um admirável olho para a arte, pois ao longo de tantas décadas passaram por suas mãos hábeis muitos dos melhores artistas brasileiros. E, felizmente para a nossa arte, ele ama negociar. É um líder forte, determinado, empreendedor. E amoroso. O que explica a quantidade de amigos dedicados e carinhosos. Eu me incluo entre estes”, disse o editor, curador e crítico de artes visuais Jacob Klintowitz, que assina texto de apresentação. Muito ligado aos trabalhos de temática regionalista e conotação popular, Ranulpho acabou relacionado a uma estética tradicionalista também na linguagem - pintura, gravura e escultura. “Mesmo resistindo às inovações, a Galeria Ranulpho, nesses mais de cinquenta anos de existência, é responsável pelo lançamento e profissionalização de excelentes artistas, não apenas de Pernambuco como também de vários outros estados do Brasil”, diz a professora do Departamento de Teoria da Arte da UFPE, Ana Elisabete de Gouveia, no prefácio da obra. O xilogravurista J.Borges deve a Ranulpho parte de seu prestígio nacional e internacional. “Ranulpho procurou o dramaturgo e escritor Ariano Suassuna para lhe mostrar as matrizes de gravuras que adquirira de J. Borges. Ariano ficou surpreso, pois não conhecia, e com o maior entusiasmo declarou que, depois de Samico, ele era o maior gravador do Brasil”, revela Pereira. Naquela época, meados dos anos 1970, a elite artística e intelectual não via com bons olhos a aproximação de Ranulpho com artistas populares. “Eles preferiam que os artistas vivessem na miséria do que ganhar dinheiro com o seu trabalho”.   SERVIÇO Lançamento do livro Carlos Ranulpho, o mercador de beleza, de Marcelo Pereira (Cepe Editora) Quando: 30 de agosto, às 19h Onde: Galeria Ranulpho (Rua do Bom Jesus, 125, Bairro do Recife) Preço: R$ 80

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PCR promove debate sobre o tema memória e verdade hoje (4)

A Prefeitura do Recife realiza, na tarde desta segunda-feira (4), uma formação sobre direitos humanos para os servidores da PCR que será aberta ao público, no auditório do 15º andar do edifício-sede da Prefeitura. O debate, que terá o tema “Memória e verdade: ontem e hoje”, faz parte do projeto DHialogando sobre Direitos Humanos, da Secretaria de Desenvolvimento Social, Juventude, Políticas sobre Drogas e Direitos Humanos do Recife. A discussão vai girar em torno das violações dos direitos humanos durante a ditadura militar, dos novos direitos humanos e do direito à memória e à verdade. Participarão o vice-prefeito do Recife, Luciano Siqueira; o advogado Marcelo Santa Cruz, que integra a Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PE), e o professor de Direito da Universidade Católica de Pernambuco Manoel Severino Moraes de Almeida, que foi membro da Comissão da Memória e Verdade Dom Hélder Câmara. O objetivo do projeto DHialogando sobre direitos humanos é realizar, mensalmente, discussões sobre temas atuais da conjuntura local e nacional da luta por direitos humanos, para estimular a reflexão crítica sobre a atuação dos servidores da PCR na defesa desses direitos da população recifense.

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7 fotos da Rua do Imperador Antigamente

Presente na cidade do Recife já no seculo 17, a Rua do Imperador Dom Pedro II foi criada a partir da junção de três outras: da Cadeia Nova, do Colégio e de São Francisco. Seu nome é uma homenagem a uma visita do então imperador à região, naquela época. A chegou a ter o nome de Rua Quinze de Novembro, em 1889, o que teria sido uma tentativa frustrada de apagar um pouco da memória do império. Na rua permanecem ainda prédios históricos, como o do Arquivo Público de Pernambuco e da Capela Dourada. 1. Na imagem o Café Lafayette. 2. Transeunte, balaiero e automóvel antigo, em foto no ano de 1940. 3. Chamada no passado de Rua 15 de Novembro, a avenida tem no registro abaixo ainda transporte de tração animal. 4.  Carimbo dos correios na imagem é datado de 05.03.1907. 5. Destaque na imagem para a arborização privilegiada na via pública. 6. Edifício do Tesouro do Estado, na Rua do Imperador, em 1935. 7. Bonde na Rua do Imperador *Por Rafael Dantas, repórter da Revista Algomais (rafael@algomais.com) LEIA TAMBÉM 9 fotos de Jaboatão Antigamente 8 imagens de fábricas do Recife antigamente 8 imagens do Zeppelin nas paisagens do Recife 7 imagens do Bairro da Boa Vista Antigamente 8 imagens dos Fortes do Recife Antigamente 8 fotos do Porto do Recife antigamente  

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8 colégios do Recife antigamente

Está no Recife a mais antiga escola em funcionamento do Brasil, o Ginásio Pernambucano, fundado em 1825. Outras instituições de ensino históricas têm sede na cidade, como o Liceu de Artes e Ofícios e o Colégio da Sagrada Família, de Casa Forte. Listamos hoje imagens de 8 colégios e escolas do Recife de antigamente. A maioria das fotos são do acervo da Fundaj. 1. Liceu de Artes e Ofícios Inaugurado em 21 de novembro de 1880, o Liceu está localizado na Praça da República, vizinho ao Teatro Santa Isabel. O prédio é um projeto do engenheiro pernambucano José Tibúrcio Pereira de Magalhães, que projetou também a Alepe. 2. Colégio Marista do Recife O colégio, localizado na Avenida Conde da Boa Vista, fechou as portas em 2002. A escola foi fundada em 1924. No seu lugar foi construída uma loja do atacado. 3. Escola Normal Oficial de Pernambuco 4. Colégio Nóbrega Fundado em 1917, o colégio católico fechou as portas em 2006. Foto: site da Unicap 5. Colégio Sagrada Família, em Casa Forte De acordo com Lucia Gaspar, da Fundaj, "Em 1907, o imóvel foi adquirido pelas irmãs francesas da Congregação da Sagrada Família que, após uma grande reforma, ali instalaram um colégio para moças em 1911". 6. Escola Manoel Borba 7. Ginásio Pernambucano Segundo Lucia Gaspar, da Fundaj, esse foi um dos mais famosos colégios de Pernambuco. Em 1859 recebeu uma visita do imperador Dom Pedro II. 8. Escola João Barbalho Nas imagens abaixo o laboratório de antropometria e as aulas de bordado. Se você tem alguma imagem antiga do colégio onde estudou, nos envie a foto, pretendemos fazer outras postagens com escolas antigas: rafael@algomais.com

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Você conhece Luiz Armando Queiroz?

Certamente, sim, mas você não liga o nome à pessoa. Melhor dizendo, não liga os nomes à pessoa. Assim mesmo, no plural. Afinal ele já foi Beto, Tuco, Belchior, Cláudio, Agripino, Duda, Douglas Fabiani, Adolfo, Júlio, Afonsinho Henriques Mourão, Tito Moreira França, Cândido, Tenente e dezenas de outros personagens que imortalizou em telenovelas, filmes e peças teatrais. O resultado é que ele enriqueceu a arte cênica brasileira, como você irá constatar mais adiante. Novelas, programas e especiais, por exemplo, foram diversos. Na Globo, Selva de Pedra foi o primeiro, em 1972. Em seguida vieram A Grande Família (a primeira comédia de costumes da Globo), Cuca Legal, Pecado Capital, Estúpido Cupido, Nina, Sinal de Alerta, Dinheiro Vivo, Memórias de Amor, Olhai os Lírios do Campo, Plantão de Polícia (participação especial), O Resto é Silêncio, Os Imigrantes, As Cinco Panelas de Ouro, Avenida Paulista, Nem Rebeldes nem Fiéis, Os Imigrantes: Terceira Geração, Caso Verdade, Roque Santeiro, A Grande Família Especial, Abolição, A História de Ana Raio e Zé Trovão, Fronteiras do Desconhecido, Pantanal (participação especial)¸ Filhos do Sol, O Guarani, Guerra sem Fim, Confissões de Adolescente - Osório Neto, A Idade da Loba, Você Decide, Mandacaru, Sem Limite, e Concertos para a Juventude. Na Tupi, atuando na novela Dinheiro Vivo, ele se destacou no papel de Douglas Fabiani, o apresentador de um fictício programa de perguntas e respostas. Seu trabalho foi tão benfeito que, dez anos depois, ele apresentou, de fato, um programa parecido, o Sem Limite. Sua presença cinematográfica também foi marcante. Estreou em 1974, com As Alegres Vigaristas, e fez mais onze filmes: O Monstro do Santa Teresa, O Namorador, O Caso Cláudia, O Grande Palhaço, Parceiros da Aventura, Pra Frente, Brasil, A Mulher Serpente e a Flor, Janete, Por Incrível que Pareça, Os Trapalhões no Auto da Compadecida e O Que é Isso, Companheiro? – que marcaram sua atuação na cinematografia brasileira. Aliás – O Que é isso, Companheiro foi indicado, no ano do lançamento, ao Oscar de melhor filme estrangeiro. No teatro, atuou na peça Salomé, de Martim Gonçalves, Ésquilo, Sófocles, Shakespeare, Molière e Gorki, no entanto foi com a montagem da desconhecida Freud Explica!, de Ron Clark e Sam Brobick, que ele ganhou, no início dos anos 1970 , seu primeiro prêmio de melhor ator. Fez ainda Não me Maltrate, Robinson, de Paulo Afonso Grisolli, primeira peça que produziu; e em 1987, Nossa Senhora das Flores, de Jean Genet, em meio a outras. Além disso, codirigiu a Idade da Loba, Os Ossos do Barão e a minissérie Chiquinha Gonzaga, retratando da vida da grande compositora brasileira nascida nos anos 1800. Para arrematar, ele emprestou o belo timbre de sua voz abaritonada a diversos comerciais, aumentando, ainda mais, o valor do seu legado. Nascido no Recife, em 22 de fevereiro de 1945, Luiz Armando Queiroz foi ainda jovem para o Rio de Janeiro, onde compatibilizou os estudos do Conservatório de Teatro com os da faculdade de Geografia, embora àquela altura já houvesse optado pela carreira artística, na qual teve formação essencialmente teatral. A propósito, as luzes da ribalta testemunharam o sucesso de sua estreia nos palcos, em 1968, na peça Salomé, de Martim Gonçalves. Acompanharam-no por toda a vida, mas se apagaram, prematuramente, no dia 16 de maio de 1999. Ainda era cedo e ele tinha muito talento a dar, mas aos 54 anos sucumbiu a um câncer dos gânglios linfáticos. Para aquele fatídico 16 de maio a vida lhe reservara um papel triste e, daquela vez, infelizmente, não era ficção. (Por Marcelo Alcoforado)

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