Avanço da desertificação no Matopiba acende alerta sobre degradação ambiental no Nordeste
Estudo da Sudene revela que mais de 90% do território de alguns municípios já está severamente desertificado A desertificação avança de forma preocupante sobre áreas produtivas do Matopiba, especialmente nos estados do Piauí e da Bahia. Um levantamento inédito da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) identificou os 100 municípios nordestinos com maior percentual de solo severamente degradado. Em algumas localidades, mais de 90% do território já apresenta condições críticas, colocando em risco a segurança hídrica e os meios de subsistência da população. Diante desse cenário, a Sudene firmou uma nova parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e a Agência Brasileira de Cooperação (ABC). O acordo tem como foco estruturar ações estratégicas voltadas ao desenvolvimento regional, à modernização da gestão pública e à atração de investimentos. A cooperação técnica permitirá que a Sudene utilize a experiência da ONU na execução de projetos com mais agilidade e eficácia. “Nosso objetivo é sempre a melhoria das condições de vida da população. A economia é um meio para alcançar esse fim, mas o foco é um desenvolvimento inclusivo, que ofereça oportunidades para todos”, afirmou Danilo Cabral, superintendente da Sudene. A parceria se insere em um esforço contínuo da instituição para fortalecer a governança regional e consolidar políticas públicas baseadas em evidências, como já demonstrado em projetos como o PRDNE e os estudos sobre polos produtivos da Região. Além do enfrentamento à desertificação, a nova fase da cooperação prevê a criação de plataformas integradas com dados econômicos, sociais e ambientais, além do fomento à inovação tecnológica e à inclusão socioprodutiva. Ações voltadas à segurança hídrica e alimentar, à transição energética e ao fortalecimento da bioeconomia também serão contempladas. O apoio a cooperativas e pequenos produtores é outro eixo estratégico da iniciativa. Uma das inovações do acordo é o modelo de captação de recursos junto a instituições privadas interessadas no desenvolvimento sustentável do Nordeste. Bancos, fundações e entidades poderão apoiar projetos por meio do PNUD, que será responsável pela gestão dos recursos. “Este acordo nos permite construir uma plataforma sólida para impulsionar a sustentabilidade na região”, destacou Claudio Providas, representante residente do PNUD Brasil.