Arquivos Pandemia - Página 3 de 5 - Revista Algomais - a revista de Pernambuco

Pandemia

Seis em cada 10 brasileiros tiveram aumento no custo de vida na pandemia

Para 60% dos brasileiros, os gastos com alimentos, produtos e serviços para si e suas famílias aumentaram desde o início da pandemia do novo coronavírus. Este é o resultado da pesquisa Ipsos Essentials: Cost of Living Amid Covid-19, realizada pela Ipsos com 18 mil entrevistados – sendo 1.000 do Brasil – de 26 países. Enquanto seis em cada 10 notaram uma alta no custo de vida, 15% disseram que os gastos diminuíram e 25% não sentiram diferença alguma nas contas no fim do mês. O impacto da Covid-19 para a população brasileira é muito similar à média global. Considerando o total de participantes do estudo, 60% relataram aumento nos gastos, 12% perceberam uma diminuição e 29% disseram que os custos são os mesmos de antes da pandemia. O que pesa no bolso do consumidor? Na percepção dos entrevistados brasileiros ouvidos pelo levantamento, as compras de mercado – alimentação e produtos de limpeza – são as que mais alavancaram a alta nos custos durante a pandemia: 65% disseram ter tido gastos maiores nesses itens. Para 29%, permaneceram iguais e, para apenas 6%, os gastos diminuíram. Os custos fixos, como serviços de água, energia e gás, também estão entre os que mais cresceram, na opinião dos participantes do Brasil. Para 46%, houve aumento nessas contas, 45% disseram estar iguais e 9% tiveram diminuição nos gastos. Já o valor dispendido em impostos ficou maior para 33%, enquanto 7% relataram queda nos custos e 60% não notaram diferença. Em contrapartida, outras despesas ficaram menos custosas. É o caso dos gastos com transporte que, para 35% dos brasileiros, estão menores. Se mantêm os mesmos para 42% e aumentaram para 23%. Diminuíram também, para 34% dos entrevistados, os custos com roupas, sapatos e acessórios. Já 20% disseram que estão gastando mais e 46% não perceberam nenhuma mudança no bolso. O estudo on-line foi realizado com 18.000 entrevistados com idades de 16 a 74 anos em 26 países, entre os dias 22 de maio de 05 de junho de 2020. A margem de erro para o Brasil é de 3,1 p.p..

Seis em cada 10 brasileiros tiveram aumento no custo de vida na pandemia Read More »

"O marketing de experiências tem que se reinventar"

Com a impossibilidade das aglomerações devido os riscos de contaminação do novo coronavírus, perguntamos a Fernando Figueiredo (Feof), o CEO da Bullet, qual o futuro do marketing de experiências. Com uma série de limitações para a realização de qualquer evento, ele defende que o segmento precisa se reinventar. Por outro lado, ele considera que o amadurecimento de ferramentas virtuais e a aproximação do "on" e do "off" vieram para ficar e deverão ser vastamente utilizados pelas marcas. Confira a entrevista exclusiva para a coluna Gente & Negócios. Num período em que as aglomerações não são recomendadas, qual o lugar do marketing de experiências na comunicação das marcas? O Marketing de Experiências tem que se reinventar. O que continuaremos promovendo é a conexão entre marcas e consumidores. E se não for de forma física, tem que ser de forma virtual. No entanto, o on e o off tem que andar de mãos dadas e, mesmo virtualmente, temos que promover experiências únicas para o consumidor. Mesmo que o evento seja uma live, podemos promover interação com o consumidor no mundo real. Podemos entregar, por meio do serviço delivery, algo na casa do consumidor para que ele possa curtir o momento na telinha com experiências sensoriais reais. Se o evento é offline, é preciso respeitar todos os protocolos de segurança e compensar a falta de aglomeração (o número reduzido de público) com outras experiências que marquem o momento. Quais as mudanças no consumidor que você considera que vieram para ficar? As interações virtuais evoluíram em três meses o que deveriam evoluir em 10 anos. Os modelos de delivery e logística se reinventaram e se expandiram. O home office passou a ser uma realidade e vai substituir definitivamente alguns momentos da nossa vida. Percebeu-se que o transporte, a locomoção entre os lugares, nem sempre se faz necessário e isso não tem volta. O consumidor está cada vez mais digital, principalmente na pandemia, e a comunicação também. No entanto, tenho uma percepção que muitas campanhas chegam a milhões de internautas mais como um incômodo, ou mesmo um lixo virtual. Poderíamos imaginar isso como uma fase de euforia e que essa comunicação deve amadurecer? Data & Performance tem que ser melhor utilizada. Comunicação digital só vira lixo virtual se for feita sem planejar, sem estudar o consumidor e os meios. Hoje temos muitas ferramentas eficientes que permitem atingir o consumidor certo, na hora certa, na frequência certa. O dinheiro, o produto e o consumidor estão juntos no mesmo lugar a um click de distância. É só usar a comunicação correta para cada pessoa e fazê-la apertar o botão. Quais as principais tendências do marketing no mercado pós-pandemia na sua avaliação? Ferramentas de engajamento digital, para promover marcas e provocar uma ação no consumidor. Logísticas de consumo. Deliveries e plataformas que conectam o on e off. Eventos digitais, como streaming e live. Essas ferramentas, sem sombra de dúvidas, mostraram sua eficiência e custo benefício.

"O marketing de experiências tem que se reinventar" Read More »

Oftalmopediatra orienta sobre cuidados com a visão das crianças na pandemia

Nesta sexta-feira (10) é comemorado Dia Mundial da Saúde Ocular. para lembrar a data, o IOR (Instituto de Olhos do Recife) alerta a população pernambucana, especialmente aos pais, sobre a importância do acompanhamento da saúde dos olhos das crianças. “Neste período de pandemia e isolamento social, em que as crianças trocaram as aulas presenciais, pela educação à distância, alguns cuidados são indispensáveis para manter a visão saudável”, explica a oftalmopediatra do IOR, Priscila Andrade. A principal orientação diante desta pandemia é reforçar a higiene das mãos, reduzindo assim a possibilidade de contágio pela Covid-19. “As crianças devem ser instruídas sobre a necessidade de lavar bem as mãos, para mantê-las sempre limpas, mesmo dentro de casa, além de evitar coçar os olhos. Se precisarem manipular os óculos ou usar colírio nos olhos, devem sempre lavar as mãos antes”, orienta a médica. Outro cuidado é com a higiene dos óculos de grau. “Embora eles sejam uma proteção mecânica, pois atuam como uma barreira para que o vírus não atinja a mucosa do olho, e dificultem que a criança toque os olhos, sem a higiene adequada, podem contribuir para a contaminação com o novo coronavírus”, alerta Priscila. Por isso, sempre ao tirar ou por os óculos as crianças devem higienizá-los com água e sabão neutro e, de preferência, secá-los com papel toalha bem macio. TELAS – O isolamento social tem intensificado o uso de aparelhos eletrônicos, como celulares, tablets, laptops e computadores, especialmente em estudos online. Frente a essa etapa, que deve se estender por mais alguns meses, no Brasil, a recomendação é que os pais monitorem e tentem controlar o tempo de exposição das crianças frente as telas. Segundo orientações da Sociedade Brasileira de Oftalmopediatria (SBOP), crianças abaixo de dois anos não devem usar nenhum dispositivo. Já para aquelas com idade entre 2 e 5 anos o tempo recomendado é de uma hora por dia e crianças acima de cinco anos, o ideal é no máximo duas horas de uso. “Como elas estão passando por um momento atípico, em que necessitam estudar de forma online, os pais podem minimizar os malefícios do uso excessivo de eletrônicos, controlando essa rotina”, explica a doutora Priscila. Uma das medidas é diluir o tempo de estudo, evitando que a criança passe horas consecutivas assistindo as aulas ou realizando as tarefas. “A cada trinta minutos de uso, eles devem dar uma pequena pausa, olhando sempre para longe, para relaxar o músculo que faz a focalização para perto. Após o estudo, se já tiver ultrapassado o limite diário recomendado, a criança não dever usar mais telas”, orienta a oftalmopediatra. Além de causar fadiga, a luz azul emitida pelos eletrônicos pode contribuir para o ressecamento dos olhos e assim gerar sintomas como ardor, queimor, sensação de corpo estranho, lacrimejamento, coceira e até mesmo embaçamento da visão. Crianças que possuem algum problema visual, que ainda não foi diagnosticado, ou até mesmo aquelas que já usam óculos ou fazem algum tratamento, com o aumento do uso das telas podem ter mais queixas neste período. “Elas podem cansar mais rápido, ter dor de cabeça ou outros sintomas, após as aulas. Então, o ideal é tentar reduzir ou pelo menos diluir a exposição, para minimizar danos”, aconselha a médica. DISTÂNCIA - Quanto à distância ideal para uso desses aparelhos, a regra é muito simples: quanto mais longe e maior a tela, melhor. “Orientamos usar o dispositivo a uma distância de 50 centímetros a um metro, entre o rosto e a tela. Se possível, deve-se se evitar assistir aulas e vídeos longos em celulares ou tablets, pois quanto menor a tela, mais próximo ao rosto o instrumento fica e mais prejuízos pode gerar aos olhos”, explica a doutora Priscila. A recomendação é usar preferencialmente o computador ou a televisão. A criança não deve esquecer de usar os óculos de grau. “Quem já tem óculos, principalmente com lentes antirreflexo que bloqueiam a luz azul, deve reforçar ainda mais seu uso, porque assim protegerá seus olhos dos danos relacionados à luz, além de gerar conforto e aumentar sua produtividade nos estudos”, indica a médica. Aos pais, a médica aconselha aproveitar esse momento de convívio mais intenso para verificar se as crianças apresentam algum sintoma relacionado à visão. “Se a criança aproximar o rosto das telas, fechar um pouco mais os olhos para conseguir enxergar, trocar letras parecidas ou, ao final dos estudos, se queixar de dor de cabeça, ficar sonolenta ou diminuir o rendimento nos estudos, os pais devem procurar, o quanto antes, um oftalmopediatra”.

Oftalmopediatra orienta sobre cuidados com a visão das crianças na pandemia Read More »

Pesquisa: entregadores de aplicativo trabalham muito e ganham menos na pandemia

Um estudo realizado por diversos pesquisadores do Brasil, entre eles a procuradora do Ministério Público do Trabalho (MPT) em Pernambuco Vanessa Patriota, constatou a situação precária dos profissionais que atuam com delivery, diante da pandemia do novo coronavírus (Covid-19). A pesquisa, realizada com cerca de 300 trabalhadores de 29 cidades do Brasil, foi divulgada na revista jurídica Trabalho e Desenvolvimento Humano. “A pandemia evidenciou e agravou a precariedade dos trabalhadores de delivery, sobretudo os de aplicativo. Enquanto grande parte dos trabalhadores passou a realizar as atividades em casa, esses profissionais que trabalham com entrega foram ainda mais demandados, não só para entregas pontuais, como para realizar compras em grande volume também”, explica a procuradora do Trabalho Vanessa Patriota. De acordo com o estudo, mesmo com o aumento da demanda de entregas em domicílio, por conta do isolamento social, os trabalhadores passaram a ganhar menos, devido aos cortes em incentivos e bônus, além de ficarem mais expostos à doença. Em relação às jornadas, os resultados da pesquisa revelam que antes da pandemia os entregadores já desempenhavam longas jornadas de trabalho: 54,1% trabalhavam entre nove e catorze horas e 7,8% trabalhavam mais que quinze horas diárias. Durante a pandemia, as extensas jornadas foram mantidas. Cerca de 18,5% dos profissionais têm trabalhado entre nove e dez horas diárias; 19,3% entre onze e doze horas; 11,48% entre treze e catorze horas; e 7,4% em quinze horas ou mais. O quadro se agrava quando se observa que, durante a pandemia, 51,9% dos entregadores afirmaram trabalhar os sete dias da semana e 26,3% informaram laborar seis dias. Outra constatação da pesquisa foi que, em relação às medidas protetivas contra a Covid-19, são os próprios trabalhadores que têm tomado a iniciativa de providenciar e custear os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs). “De acordo com os entrevistados, a maior parte das empresas de delivery concentrou, apenas, nas orientações gerais sobre como prevenir a doença, desrespeitando as orientações do MPT”, coloca Vanessa Patriota. Dos entrevistados, 57,7% apontaram que não receberam nenhum tipo de apoio das empresas para diminuir os riscos de contaminação durante o exercício da atividade. Por outro lado, 96% dos entrevistados declararam que, em função da pandemia, adotaram, por conta própria, medidas de proteção, sendo o uso de álcool em gel a medida preventiva mais citada, seguida do uso de máscara. O medo de se contaminar durante as atividades laborais também é uma realidade desses trabalhadores. Cerca de 83% deles apontaram o receio na pesquisa. O dado constata o alto nível de tensão do trabalho. Do total que informou possuir medo de se contaminar, 39,5% afirmaram que receberam da empresa suporte para adoção de medidas protetivas, enquanto 60,5% declararam que não receberam nenhum tipo de auxílio. Apesar dos dados que constatam a precariedade do trabalho dos entregadores, para as empresas de entrega por aplicativo a pandemia foi bastante lucrativa. O estudo indicou que as entregas aumentaram cerca de 30% em toda a América Latina. No Brasil, houve um aumento de 24% no número de downloads de aplicativos de entrega, se comparado com o ano passado. Também houve uma grande quantidade de registro de novos.

Pesquisa: entregadores de aplicativo trabalham muito e ganham menos na pandemia Read More »

Guedes promete a criar programa de renda mínima após a pandemia

Da Agência Brasil O ministro da Economia, Paulo Guedes, anunciou que o governo federal criará um programa de renda mínima permanente, após a pandemia do novo coronavírus (covid-19), batizado de Renda Brasil. O ministro disse ainda que será criado um programa para geração de empregos formais, com a retomada do projeto Carteira Verde e Amarela. “Aprendemos durante toda essa crise que havia 38 milhões de brasileiros invisíveis e que também merecem ser incluídos no mercado de trabalho”, disse Guedes durante reunião ministerial coordenada pelo presidente Jair Bolsonaro. De acordo com o ministro, haverá a unificação de vários programas sociais para a criação do Renda Brasil, que deve incluir os 38 milhões de beneficiários do auxílio emergencial, de três parcelas de R$ 600, pago em razão da pandemia da covid-19. O ministro Paulo Guedes confirmou ainda que o auxílio emergencial será prorrogado por mais dois meses, conforme já havia sido anunciado por Bolsonaro e que, durante esse tempo, o setor produtivo pode se preparar para retomar as atividades, com a adoção de protocolos de segurança. “E depois [a economia] entra em fase de decolar novamente, atravessando as duas ondas [da pandemia e do desemprego]”, disse Guedes. A 34ª Reunião do Conselho de Governo, que aconteceu nesta terça-feira (9) no Palácio da Alvorada.

Guedes promete a criar programa de renda mínima após a pandemia Read More »

Mão-de-milho: O São João celebrado em casa

No mês de junho, no Brasil, vive-se um amplo calendário religioso com festas tradicionais que celebram Santo Antônio, São João e São Pedro. Nestas festas, há uma grande participação popular que se manifesta por meio da música, da dança, e principalmente da comida, que marca também a colheita do milho. O milho é o grande tema dessas celebrações, e dos muitos rituais sociais de comensalidade nas casas, nas ruas diante das fogueiras, e nos arraiais onde as pessoas se encontram para dançar forro, quadrilha, coco; e muitas outras manifestações que estão relacionadas à fé. A festa de São João está espalhada pelo Brasil. Na área amazônica, vive-se os calendários dos muitos grupos de “bumba-boi”, manifestação do teatro popular do Maranhão que é reconhecida pela UNESCO como Patrimônio Cultural da Humanidade. No Nordeste, o milho é o símbolo das festas de junho, e que está representado nas comidas feitas com este cereal. Assim, vive-se por meio da comida uma maneira de devoção aos santos de junho, tão próximos da casa e da família, e que são interpretados no estilo do catolicismo popular e tradicional. O milho é um cereal de terroir das Américas, além de ser uma base alimentar para diferentes culturas. Presente em muitos cardápios, o milho integra os hábitos alimentares não só das festas, mas também do cotidiano. Está no cuscuz, seja acompanhado com leite de coco, queijo de coalho ou apenas manteiga; está no angu, doce ou salgado, na broa, nos biscoitos, e tantas outras receitas. A tradição diz que o milho deve ser plantado no dia de São José, 19 de março, para ser colhido em junho no dia de São João. Desse modo, diferentes cozinhas vivem muitas receitas à base de milho durante todo o ano, porém é em junho que determinados pratos se destacam, e entre eles, a canjica, que marca um importante ritual de sociabilidade que vai desde o início seu preparo até a sua finalização. E é costume, em Pernambuco, presentear vizinhos, parentes e amigos, com as famosas travessas de canjica, que são ainda decoradas com desenhos feitos com canela em pó; expressão estética que se repete nas travessas de arroz doce. Este costume representa também o simbolismo da fartura que o milho representa, e a fé coletiva devotada nesta comida. Ainda em Pernambuco, no comércio tradicional de feiras e mercados que ofertam o milho verde, há o costume da venda da ‘mão-de-milho’, que é uma medida que equivale entre 50 a 60 espigas de milho, dependendo do tamanho. Assim, há um reconhecimento da importância do milho, que se apresenta nas receitas para celebrar através das manifestações tradicionais e populares a identidade alimentar de uma região, que também reconhece o valor patrimonial deste ingrediente. Todavia, nestes contextos de pandemia, e de isolamento físico, o São João terá que ser comemorado com novas maneiras de celebração. Porém, podemos preservar a tradição e a devoção que estão representadas nas comidas de milho, nos seus rituais culinários, nas assinaturas de cozinheiras e cozinheiros que se dedicam a fazer canjica, pamonha; bolo pé-de-moleque, de milho, de mandioca, de macaxeira com coco, como representações da fé e da festa através dos sabores.  

Mão-de-milho: O São João celebrado em casa Read More »

Líderes que promovem cooperação ajudam a superar pandemias

Um grupo internacional de pesquisadores reuniu um conjunto de informações sobre respostas a desastres e pandemias e apontou uma série de comportamentos que podem contribuir para a superação da crise da COVID-19. Entre os resultados, os autores apontam as vantagens de ter líderes que promovam a cooperação entre as pessoas e a adesão às novas normas, da difusão de mensagens que tragam um senso de propósito comum entre a população e da diminuição da polarização política. O estudo, publicado na Nature Human Behaviour, foi liderado por pesquisadores da New York University e da Stanford University, nos Estados Unidos, e tem ainda autores de outras universidades norte-americanas, do Reino Unido, Holanda, China, Austrália, Canadá e do Brasil. “Quando começou a pandemia e ficou evidente o tamanho do problema, formou-se esse grupo para dar um panorama geral de como as ciências humanas e do comportamento poderiam contribuir na contenção da pandemia”, disse à Agência FAPESP Paulo Sérgio Boggio, professor do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade Presbiteriana Mackenzie (CCBS-UPM), único coautor brasileiro do estudo. Boggio coordena o Laboratório de Neurociência Cognitiva e Social do CCBS-UPM e é pesquisador do Centro de Pesquisa Aplicada em Bem-Estar e Comportamento Humano (CEBEM), um Centro de Pesquisa e Engenharia (CPE) constituído pela FAPESP e pela Natura, com sede na Universidade de São Paulo (USP). “Não é exagero dizer que essa é uma pandemia sem precedentes em vários aspectos. Por isso, buscamos assuntos relacionados, como desastres e outras pandemias. Esses eventos nos ensinaram muito”, diz Jay J. van Bavel, professor da New York University, que coordenou a pesquisa com Robb Willer, da Stanford University. O grupo realiza atualmente uma pesquisa em mais de 60 países para verificar o quanto o que foi levantado no estudo se aplica especificamente à pandemia do novo coronavírus SARS-CoV-2. Propagação de informação sobre saúde O artigo mostra que crises como a atual criam uma oportunidade para líderes em diferentes níveis, nas famílias e locais de trabalho e até em comunidades e nações. Os líderes podem coordenar os indivíduos e ajudá-los a evitar comportamentos inadequados para a nova situação, como formar aglomerações e não usar máscaras, no caso da pandemia atual. Isso pode ser bastante positivo em comunidades mais pobres, onde líderes religiosos e comunitários podem ajudar a propagar informações de saúde que ajudem a conter a pandemia nesses locais. No entanto, se aplica também a autoridades em nível nacional. “Um exemplo emblemático de liderança positiva é a primeira-ministra da Nova Zelândia [Jacinda Ardern], que se colocou o tempo todo como mais uma cidadã do país e que estava junto com a população no enfrentamento da pandemia. O resultado foi muito positivo, com o país tendo praticamente erradicado novas infecções”, diz Boggio. No caso dos Estados Unidos e do Brasil, explica o pesquisador, as diferentes versões de presidentes e governadores sobre a gravidade do vírus podem abalar a confiança da população e prejudicar a adesão às novas normas de saúde, resultando, por exemplo, em níveis de isolamento abaixo do ideal. O alto grau de polarização política nos dois países também é visto como um fator que atrapalha a contenção do novo coronavírus, uma vez que estudos mostram que pessoas em polos opostos do espectro político tendem a duvidar de mensagens vindas do outro lado. “Líderes e membros da mídia devem destacar medidas tomadas em conjunto por ambos os lados, quando houver. Em outros contextos, isso reduziu a polarização e levou a uma visão menos enviesada dos fatos”, escrevem os autores. “Ter políticos, celebridades e líderes comunitários respeitados, com comportamentos exemplares, pode ajudar a promover a cooperação e condutas em prol da sociedade.” Além desses resultados, o estudo traz uma série de lições de outras crises que podem ajudar na contenção da pandemia e dos efeitos sociais causados por ela. Uma delas é que a solidariedade é a regra, enquanto o “pânico”, a exceção, em episódios como esse. Estudos sobre respostas a terremotos e outros desastres mostram que as pessoas tendem a ajudar umas às outras nessas situações. O destaque pela mídia de imagens de saques, ou de pessoas fazendo compras em excesso, traz uma ideia equivocada da situação e gera medo e ansiedade na população. Nesse sentido, os autores apontam que as mensagens que mais surtem efeito, sejam elas transmitidas pela mídia ou pelos líderes, normalmente obedecem a alguns requisitos, como enfatizar os benefícios para o indivíduo em seguir as novas normas, focar na proteção de outros (como pais e avós, por exemplo), alinhar-se a valores morais da pessoa (como a ênfase na família) e apelar para o consenso científico, social ou mesmo para a aprovação do grupo ao qual o indivíduo pertence (classe social, igreja etc.). Os pesquisadores destacam ainda que preparar as pessoas para lidar com notícias fraudulentas (fake news), garantindo informação de qualidade e argumentos contra boatos, pode ajudar a prevenir contra informações falsas durante a pandemia. Por fim, uma vez que as pessoas sentem necessidade maior de conexão com as outras, os pesquisadores recomendam o uso do termo “distanciamento físico” em vez dos usados atualmente. “A ideia do termo é também de enquadramento da informação. ‘Distanciamento’ ou ‘isolamento social' aumentam a conotação de um isolamento do contato humano. Mas, como temos muitas alternativas tecnológicas para interagir com os outros, o ideal seria chamar apenas de distanciamento ou isolamento físico. Isso ajuda a manter uma perspectiva mais positiva, de que os contatos sociais podem existir, contanto que se mantenha fisicamente afastado”, diz Boggio. O artigo Using social and behavioural science to support COVID-19 pandemic response pode ser lido em: www.nature.com/articles/s41562-020-0884-z. André Julião | Agência FAPESP

Líderes que promovem cooperação ajudam a superar pandemias Read More »

Mercado de games no Recife segue firme e forte na pandemia

É verdade que estamos passando por uma das maiores crises de saúde, social e econômica na história da humanidade e o processo de isolamento social tem levado muitos negócios a estarem fechados, sem vender produtos ou serviços, sem faturar e, em alguns casos, até fechando as portas definitivamente. É triste ‘meu véi’. No entanto, o mercado de jogos no mundo continua em alta, pois os clientes já viam comprando os games, seja em console, computador ou smartphone com o simples clicar no mouse nas lojas digitais onlines. Praticamente não havia necessidade de ir a uma loja física. Além disso, as desenvolvedoras desse tipo de produto adaptaram-se rapidamente para este novo contexto de ‘home office’, aliás, algumas já trabalhavam desta forma antes da pandemia, por isso continuaram suas atividades a todo vapor. Esse mundo digital é bom para isso, ‘tais’ vendo?!!! A cada dia vemos lançamento de novos jogos, promoções de títulos ‘antigos’, alguns até gratuitos (corre para garantir o seu, meu filho, minha filha!), fazendo o mercado movimentar bilhões de dólares a cada ano. Por exemplo, a pesquisa da Newzoo Global Games Market Report prevê para este ano, 2020, um faturamento de US$ 159 bilhões, 49% desta quantia é só de jogos para smartphones, é uma indústria da gota serena! Mas não se engane que falo de jogos produzidos apenas por empresas internacionais como Ubisoft, Electronic Arts, Blizzard, Microsoft, Supercell, Square Enix e tantas outras, pois o Brasil, ou melhor, o Recife continua ‘virado no mói de coento’, desenvolvendo projetos de outras empresas ou seus próprios produtos. Menino, menina, essa história de fazer jogo aqui na Terra do Leão do Norte é pra lá de antiga, não é Maria?!! Pois bem, esse negócio de fazer jogo começou lá nos anos de 1997, oxe, era outro mundo como já mencionei, internet era capenga que só a ‘murrinha’ aqui no Brasil. Mas bem, tudo começou com duas empresas aqui no Recife, uma chamada de Art Voodoo (pense num nome da ‘gota’), para produção de jogos 3D e a outra Mesa de Jogos, com foco em games casuais para internet.   Em 2000 surgiu a Jynx Playware, com foco em advergames (jogos para publicidade) e casuais. Em 2001, a Art Voodoo virou a JoyStudio, permanecendo ativa até 2003. Neste ano surgiu a Meantime, que produzia jogos para celulares, sim, não tinha smartphone nessa época. Pense numa galera ‘porreta’, ganhava prêmio de todo tipo, desbancando as empresas da Alemanha e Estados Unidos. Nos anos de 2005 surgiu a Manifesto Games, ativa até hoje, desenvolvendo trabalhos de arte, animação, programação e até o jogo todo para outras empresas, tipo de serviço que eles chamam de ‘outsourcing’, pense num nome ‘invocado’!. Em 2007, surgiu a Playlore, que fazia arte 3D para estúdios internacionais, os cabras fizeram material para jogos para a LucasArts. No mesmo ano, a Musigames fazia projetos de games e música, quem se lembra de jogos no estilo do Guitar Hero? Eita que era bom demais! Bem, essa galera toda ganhou prêmio e chamou tanta atenção dos gringos que o pessoal veio para o Recife conhecer os profissionais e empresas. Mas não foi bom isso não, pois foi uma abdução dos talentos daqui para o ‘estrangeiro’, que deixou as empresas doidinhas. Lá para as tantas, em 2010 surgiram a Maileaf, com serviço ‘outsourcing’ e equipe toda em ‘home office’. No mesmo ano foi criada a Joy Street que tinha como objetivo fazer jogos e aplicações gamificadas para educação, para as pessoas aprenderem brincando. A empresa pegou um projeto tão grande que precisou juntar forças com a Meantime e a Jynx Playware. A necessidade de mão de obra, de artista à programador levou a Universidade Católica de Pernambuco lançar um curso superior em Jogos Digitais. Rapaz, a partir de 2011 foram sendo criadas novas empresas a exemplo da Kokku, Puga Studios e Perna Cabeluda, (pense num nome ‘arretado’!) e o curso universitário fomentou o surgimento de startups, como a Icare Games, Playful Games e Mudcrab Studio.   Depois disso, as porteiras se abriram, foi surgindo empresas que só a ‘gota serena’, só pra citar, Raid Hut, Daisu Games, Escribo, Blackzebra Studio, Gorlami!, Ottomotion e tantas outras. Só para você ter ideia, são mais de 16 empresas ativas hoje só no Recife, além de startups e grupos de amigos que ainda não ‘formalizaram’ um estúdios, tem até equipe de uma pessoa só, repare!). Pensando nisso, estarei mostrando produções de estúdios daqui de Recife nas próximas postagens da nossa Coluna. Preciso lembrar que muitos projetos das empresas daqui, principalmente as do estilo ‘outsourcing’, por sigilo contratual não podem ser divulgados como produções próprias, e por isso, alguns jogos não poderei citar. A propósito, para passar o tempo se divertindo nesse período de isolamento social, vou começar a falar de cinco jogos produzidos por empresas e startups recifenses, além de produções de alunos do curso da Unicap. Bearly a Race - Corrida de Bombardeio Arcade Se você gosta de jogos de corrida e de destruir os adversários, esse jogo produzido pela Mani Mani vai te dar momentos de muita diversão. Controle seu carro e arremesse bombas apocalípticas para sobreviver numa competição alucinante ‘pra dedeú!’ E se torne o único vencedor. O jogo é para todas as idades e está gratuito na loja da Google Play. A Mani Mani é um estúdio brasileiro que desenvolve jogos casuais e funciona com laboratório de projetos mobile da Manifesto Games.   Between Two Castles - Digital Edition Produzido pela Daisu Game e StoneMaier Games, o jogo é para quem gosta de board game, RPG e tema medieval. Nele, você se torna um renomado mestre construtor a serviço do Rei Louco. A construção dos castelos precisa ser em modo cooperativo, mas não seja ‘avexado’, pois só há espaço para um vencedor, por isso a estratégia tem que ser extremamente calculada. O jogo é para PC e está no site da Steam para compra por um precinho barato que só Caldo de cana. A Daisu Games surgiu em 2015 e investe na 'conversão'

Mercado de games no Recife segue firme e forte na pandemia Read More »

Plataforma reúne soluções de combate à pandemia

O Ministério Público de Pernambuco (MPPE), por meio do Laboratório de Inovação Tecnológica e de Negócios do MPPE (MPLabs), o Porto Digital e a Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco (SES-PE) desenvolveram a plataforma Estamos Conectados. Ela reúne um grupo de soluções que foram desenvolvidas para promover estratégias de cuidado com a saúde da população, protegendo pessoas do novo coronavírus (Covid-19). Para conhecer todas as soluções, basta acessar o endereço: www.estamosconectados.org.br. A plataforma atua em diferentes frentes, apresentando aplicações que podem ser utilizadas em diversas plataformas (ex. celular) , atuando em quatro áreas diferentes: Apoio aos Idoso, Prevenção & Distanciamento, Profissionais de Saúde e Monitoramento. Além dos atores públicos já citados, articipam também da rede de colaboração as startups:MambaLabs, Bento Tecnologia, inLoco, Alis, Bioptamers/USP, Medvelox, EHealth-Potiguar, Cells Digital. Conectando todas as soluções da plataforma, foi desenvolvido um barramento de serviços de tecnologia denominado ProXper da empresa Alis, que integra todas as soluções. Por meio desse novo sistema, as rotinas e ações da Secretaria de Saúde do Estado estão sendo automatizadas. Assim, relatórios de monitoramento, transparência e epidemiológicos serão disponibilizados de forma muito mais célere e com menos esforço da equipe para a sociedade pernambucana. Além disso, a rede de colaboração Estamos Conectados  disponibilizará no portal um Acordo de Cooperação Técnica para que outras soluções tecnológicas possam fazer parte da plataforma e que também outros estados possam levar aos seus territórios as soluções desenvolvidas em Pernambuco. “Esse acordo tem o objetivo de que seja possível disponibilizar de forma aberta outras soluções para a prevenção e o controle à pandemia, assegurando a validação, a evolução e a adoção outros estados brasileiros e outras organizações, considerando o potencial de auxiliar o combate à pandemia, de forma célere, eficaz e emergencial”, disse o secretário de Tecnologia e Inovação do MPPE, Antônio Rolemberg. Assim, essa rede de colaboração é dinâmica, com a possibilidade de inserção de novos parceiros e novas soluções na Plataforma. "A tecnologia é nossa grande aliada no combate à propagação do novo coronavírus. Com essas soluções vamos atuar em diversos campos como a identificação de pessoas que podem ter entrado em contato com uma pessoa infectada, o acompanhamento das pessoas que estão nos grupos de risco, o acompanhamento do isolamento social necessário para evitar o contágio, a realização de testes e mesmo o apoio técnico e suporte aos agentes de saúde", disse o procurador-geral de Justiça de Pernambuco, Francisco Dirceu Barros. No apoio aos idosos, o cidadão pode ter acesso ao Anjo Amigo, que é uma rede social colaborativa de apoio a pessoas em isolamento devido à pandemia, com foco principal no grupo de pessoas com mais de 60 anos de idade. Por meio da rede social é possível estabelecer a conexão entre os participantes para realização de atividades. Além de reunir pessoas que possam ajudar outras, a rede contempla o monitoramento das condições de saúde física e mental de idosos; informação, aconselhamento e serviços de telemedicina e telessaúde; e encaminhamento para unidades de tratamento, quando necessário. Acesse o endereço: anjoamigo.com. Na área de Prevenção & Distanciamento duas soluções se destacam, que é o Dycovid e o Xô Corona. A primeira realiza o contact tracing de forma dinâmica e anônima a partir de um aplicativo instalado no celular dos cidadãos. Com isso, é possível identificar o fluxo de contaminação do Covid-19, mapeando, de forma automatizada como o vírus está passando de uma pessoa para outra. Já o Xô Corona ele procura incentivar e promover o isolamento social voluntário empregando ferramentas de economia comportamental, linguagem visual e princípios de gamificação, visando reduzir a velocidade de propagação do Covid-19. O aplicativo promove a permanência em casa e ao mesmo tempo busca a adesão de outros usuários. Ambos estão acessíveis nas lojas autorizadas para os aparelhos Android. O Dycovid já pode ser baixado na Apple Store também. O Xô Corona será disponível em breve.. "O ecossistema de inovação do Porto Digital tem um papel muito importante nesse enfrentamento à Covid-19, com a colaboração de startups, empresas, pesquisadores e entidades para pensar e criar soluções para passarmos por esse momento. Conseguimos em tempo recorde desenvolver uma verdadeira plataforma com diversas soluções capazes de apoiar o cidadão no combate ao novo coronavírus", disse o presidente do Porto Digital, Pierre Lucena. Para apoiar os profissionais de saúde foram desenvolvidos o Covid-19 Assist e o Medvelox. O primeiro consiste em um aplicativo que garante o monitoramento diário da saúde dos profissionais envolvidos na linha de frente do combate ao novo coronavírus. Com o APP é possível se atualizar sobre os protocolos de saúde divulgados, informar sobre a correta utilização de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e acessar dados referentes à saúde dos profissionais da área, visando garantir melhores condições de trabalho. O Medvelox é um sistema de comunicação móvel desenvolvido para o acompanhamento remoto da evolução clínica de pacientes pelas equipes de profissionais de saúde. Ele funciona como uma espécie de aplicativo de mensagens instantâneas. Ainda é possível anexar exames dos pacientes, visualizar gráficos de evolução do quadro clínico, dentre outras ações. É possível ter acesso ao Medvelox por meio das lojas autorizadas Google Play e Apple Store. Já o Covid-19 Assist pode ser acessado por meio do site https://app.assistcovid.com/login. "Como ainda não há no mundo uma vacina que permita imunizar a população, o isolamento social, o cuidado com o grupo de risco, o monitoramento da população e das pessoas doentes são as principais saídas para barrar a disseminação do novo coronavírus. Essas ferramentas são grandes aliadas do cidadão, dos médicos e profissionais de saúde e também das autoridades. Com elas foi possível colocar a tecnologia à serviço do bem estar da sociedade", disse o secretário de Saúde de Pernambuco, André Longo. Na área de Monitoramento foi desenvolvida pela inLoco o Painel de Isolamento Social que, por meio da tecnologia de geolocalização foram construídas métricas para acompanhar o grau de isolamento social em regiões geográficas a partir do fluxo de mobilidade desses locais. Também são geradas informações sobre o número de visitas de pessoas em locais de grande circulação como shoppings, parques e terminais de ônibus. O acompanhamento desta iniciativa é imprescindível para avaliar o nível de

Plataforma reúne soluções de combate à pandemia Read More »

Número de brasileiros endividados bate novo recorde em abril

De acordo com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o número de famílias com dívidas em cheque pré-datado, cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, empréstimo pessoal, prestação de carro e seguro bateu novo recorde em abril de 2020, alcançando 66,6% – o maior percentual desde o início da realização da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), em janeiro de 2010. Esta foi a primeira Peic realizada após o início da pandemia de coronavírus no Brasil, a coleta dos dados ocorreu entre 20 de março e 5 de abril. Segundo o presidente da CNC, José Roberto Tadros, a renovação da alta do endividamento neste mês se baseou na ampliação do crédito ao consumidor. “A crise com a covid-19 impõe ao governo a adoção de medidas de estímulo ao crédito, na tentativa de manter algum poder de compra dos consumidores. A queda expressiva dos juros e da inflação reduz, respectivamente, o custo do crédito e a pressão sobre a renda, incentivando o endividamento”, explica Tadros, reforçando a importância de se viabilizarem prazos mais longos para os pagamentos ou alongamentos das dívidas, além da busca por iniciativas mais eficazes para mitigar o risco de crédito. “Assim, os consumidores poderão quitar suas contas em dia sem maiores dificuldades, afastando a piora nos indicadores de inadimplência, nos meses à frente.” Indicadores de inadimplência A quantidade de brasileiros com dívidas ou contas em atrasos ficou estável em abril, após dois meses consecutivos de aumento: 25,3%, percentual igual ao aferido no mês passado. Em comparação com igual período de 2019 (23,9%), contudo, houve crescimento. Já o percentual de famílias que declararam não ter condições de pagar suas contas ou dívidas em atraso e que, portanto, permaneceriam inadimplentes apresentou queda em abril, no comparativo mensal, passando de 10,2% do total, em março de 2020, para 9,9% em abril. Entretanto, o indicador havia alcançado 9,5% em abril do ano anterior. “Os resultados mensais favoráveis em relação à inadimplência revelam que, apesar das dificuldades com a quarentena aplicada em diversos estados e cidades, as famílias estão conseguindo quitar os compromissos com empréstimos e financiamentos”, destaca a economista da CNC responsável pela pesquisa, Izis Ferreira. Em relação aos tipos de dívida, o cartão de crédito continua sendo o mais apontado pelos brasileiros como a principal modalidade de endividamento: 77,6%. Carnês (17,5%) e financiamento de veículos (10,2%) também permanecem na segunda e terceira posições, respectivamente. “A proporção de dívida em cartão diminuiu novamente neste mês, enquanto as dívidas em carnês ganharam espaço na composição do endividamento. Também vêm se destacando o crédito consignado e o cheque especial”, ressalta a economista.

Número de brasileiros endividados bate novo recorde em abril Read More »