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Pandemia

galeria purgatorio artes

Exposição reúne no Recife obras produzidas durante a pandemia até o dia 16

"A Cura na Pandemia'' reúne mais de 70 participantes dos estados de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e São Paulo; fica em cartaz até 16 outubro, no Pina Uma exposição coletiva reúne obras de cerca de 70 artistas plásticos dos estados de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e São Paulo. Os quadros que compõem 'A Cura na Pandemia', foram produzidos por eles durante o isolamento social causado pela pandemia da Covid-19. O projeto é resultado conjunto da Sandra Buarque Cia de Artes, com a galeria Purgatório das Artes, que celebra, neste mês sua inauguração, com oferta da arte grafite e todas as suas tribos e expressões. As telas ficam em cartaz até o dia 16 de outubro, na galeria Purgatório das Artes, no bairro do Pina, zona sul do Recife. A mostra dos quadros foi idealizada pela educadora de artes plásticas e multiartista, a recifense Sandra Buarque, que também é curadora do projeto social, inclusivo e itinerante. Ela buscou agregar, as diversas expressões de artistas plásticos, que pintaram durante a pandemia e produziram material de visual impactante, adquiridos através de leilões em Pernambuco e São Paulo. "A exposição conta com uma linda coleção de arte grafite, em sua formatação, talentos que imprimiram não só sentimentos, mas estranheza, cores e vozes, em diferentes temas curiosos, durante o pré e o pós lockdown", adianta Sandra, considerada a primeira artista de grafite com a técnica de estêncil do estado de Pernambuco e que também assina quadros da exposição. Consagrados nomes, como Shock Maravilha, Heron Azul de Barros, Santo Forte nas Ruas (Flávio Barra), Leo Gospel e Lhama, estão envolvidos na mostra. O projeto que chegará em outras regiões do Brasil e fora do país, tem também, Lai, Mariano Netó, Eva, Vandalo, Leo Pazciencia, Felipe Lemos, Caju, Nego SM, Kefren Pok, Aliado, Thayssa Aussuba, Frani, Liz de Horus, FB Osmo, Jeff Alan, RZO, Vacilantes, KS, Chian, Tab, Nefertite Negra e TN Eeene. Além de, Filho do Gueto, Lelo Boy, Luparte, Julio Insano, Didi Veloso, Mariana Flor, Diego SDN, Ant Social, Canabs, Evil e outros artistas. A programação da exposição conta também com shows aos finais de semana, na galeria, sempre a partir das 20h. No sábado (8), é a vez da banda 'Sex Tape' se apresentar. Rico Bluestamontes encerra a agenda em 15 de outubro. Sandra Buarque Cia de Artes é uma companhia de artes situada na Avenida Bernardo Vieira de Melo, nº 1376, loja 16, Centro comercial Ricardo Lemos, em Piedade, na cidade de Jaboatão dos Guararapes, que abriga todas as artes, mantendo o foco em artes plásticas, devido à paixão e envolvimento da fundadora com o universo da pintura. Sandra Buarque de Macedo, é artista plástica, arte educadora, com trinta e dois anos de experiência. SERVIÇO:Data: até 16 outubro de 2022Local: Galeria Purgatório das ArtesEndereço: Rua Estudante Jeremias Bastos, nº 124, Pina – RecifeFuncionamento: de terça à sexta de 14h às 21h, aos sábados das 14h às 0h (em dia de eventos no Café Beco da Sapota, área interna da Galeria Purgatório das Artes).Ingresso: gratuito, e couvert artístico (R$ 10) em dias de shows

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Ana Brito Fiocruz

"Máscara é uma peça do nosso indumentário sem prazo de validade para acabar"

Ana Brito, epidemiologista e pesquisadora da Fiocruz/PE, analisa o atual estágio da pandemia e as possibilidades do surgimento de novas variantes do coronavírus. Também critica o Conselho Federal de Medicina que segundo ela “assumiu um papel de negação da ciência” Com a crescente redução dos casos de Covid-19 no Brasil, a evolução da atual pandemia para uma situação de endemia tem sido tema de debates e destaques no noticiário. Até o presidente Jair Bolsonaro chegou a anunciar que pediria ao Ministério da Saúde para decretar que o País estaria agora num processo endêmico da infecção pelo novo coronavírus. Entretanto, para Ana Brito, pesquisadora médica do Instituto Aggeu Magalhães-IAM, Fiocruz, está havendo uma grande confusão sobre esses termos. Ana, que é epidemiologista e professora aposentada da Faculdade de Ciências Médicas da UPE, ressalta que apenas a Organização Mundial da Saúde pode decretar o fim da pandemia. Alerta também que um cenário de endemia não deva ser o desejável e sim o fim da transmissão do SARS-CoV-2. Nesta entrevista a Cláudia Santos, ela analisa a situação atual da crise sanitária no Brasil e no mundo, comenta as sequelas da Covid longa e critica o que ela chama de “postura negacionista” do Conselho Federal de Medicina. A pandemia da Covid-19 no Brasil caminha para uma situação de endemia? Há uma grande incompreensão na determinação dos termos. Esses dados de pandemia, epidemia, surto são todos baseados em estatísticas. A classificação de uma doença como endêmica ocorre quando ela acontece com muita frequência num local. A dengue, por exemplo, é uma doença endêmica em Pernambuco. Desde os anos 1940 que nós não tínhamos caso de dengue no Brasil, o Aedes aegypt tinha sido praticamente eliminado das zonas urbanas do País. Mas em 1984, com a urbanização acelerada, com condições subumanas de habitações das populações, com a contaminação de rios e riachos e assoreamentos etc., ocorre a reintrodução do vetor, o Aedes aegypti. Desde então seus casos são monitorados e durante os anos foi construída uma média do número de casos esperados. Quando as doenças endêmicas, como a dengue, extrapolam o limite máximo esperado, ocorre um surto, se os casos estão circunscritos a uma área geográfica (como um município ou bairro), ou uma epidemia quando ela se dissemina em várias regiões. A pandemia é uma situação de ameaça à saúde da população que extrapola as fronteiras de países e de continentes. Se o problema já existia, é quando esse problema ultrapassa os limites esperados de tolerância. A denominação de pandemia é feita apenas pela Organização Mundial da Saúde, que reúne informações de mais de 190 países membros da Organização das Nações Unidas. Só a OMS pode classificar se a situação é de pandemia ou não. Ninguém mais. Não é correto que o ministro da Saúde diga que o Brasil está caminhando para uma endemia, ele não tem elementos, nem capacidade, nem foram deliberados poderes mundiais para que ele dissesse isso. Se a pandemia da Covid-19 vai evoluir para uma endemia, essa chave aí ainda não disseram para a gente. O desejável não é caminharmos para uma endemia, que não significa uma situação mais simples, significa a permanência do problema, só que a Covid-19 não estaria em níveis que extrapolam todos os continentes. O que a gente espera, como epidemiologista, é que haja uma homogeneidade na distribuição de vacina em todo o mundo, para que possamos caminhar para interromper a transmissão do vírus SARS-CoV-2, como aconteceu com a varíola, nos anos 1970. Se vamos para uma endemia, teremos que conviver com essa doença por várias gerações e fazer vacinas de reforço. Uma endemia custa muito caro a um país, porque a vacina é cara e temos mais de 20 vacinas no nosso calendário normal, que é bancado pelo SUS. Mas enquanto existir a circulação livre do vírus, vai existir a possibilidade de produção de novas variantes com escape tanto para a doença natural como para a vacina. Essa é a última onda? Não sei, ninguém sabe. Até agora a gente não sabe porque existe circulação livre do vírus na África, onde menos de 20% da população está vacinada no continente inteiro e, em outros países, mais de 30% da população não adere à vacina, o que é um crime contra a humanidade. Acho que lidar com essa questão é urgente. Não é possível que os países convivam com o negacionismo sem que essas pessoas sofram qualquer punição, seja punindo sua circulação livre ou pagando cotas altas. Mas nem dinheiro paga o adoecimento pela Covid. Como você analisa o atual momento da Covid-19 no Brasil? O que eu posso dizer hoje é que estamos entrando num processo de diminuição da taxa de transmissão do SARS-CoV-2, causador da Covid-19 e que este momento pode não ser de uma emergência sanitária para o Brasil. A denominação de emergência sanitária implica em questões sobre autorizações emergenciais de compras públicas etc. Existe um arcabouço jurídico que está por trás das definições dessas situações. Em relação à pandemia, posso dizer que ela persiste, porque a Covid-19 está em expansão, inclusive em países gigantescos como é o caso da China que tem um programa de tolerância zero à Covid-19. Eles têm uma forma de abordagem de enfrentamento baseado no diagnóstico, no isolamento, na quarentena e testes massivos para a população. Mas nas duas últimas semanas houve um crescimento em cidades com 17 milhões de habitantes que neste momento estão em lockdown. Taiwan, que é uma área muito próxima da China, que tem coberturas vacinais altas, também assiste a uma nova onda de Covid pela Ômicron. Portanto temos ainda o processo pandêmico porque a doença está em expansão no mundo. Mas alguns países, como o Brasil, já começam a vivenciar este momento que a gente chama de lua de mel da Covid, que significa um arrefecimento de casos e óbitos, com a população bem vacinada. Mas, é preciso correr para vacinar as crianças e particularmente as de 3 a 5 anos, que provavelmente vão começar a ser vacinadas, depende das liberações da Anvisa. Também

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Sergio Buarque economia

Sérgio Buarque: "A pandemia provocou mudanças estruturais na economia que devem permanecer"

No marco dos dois anos da chegada da Covid-19 em Pernambuco, no último dia 12 de março, a Algomais discutiu quais as principais mudanças e tendências que a pandemia trouxe para a economia, o urbanismo, a saúde e a cultura. Para tratar sobre o cenário econômico, que teve impactos abruptos, conversamos com o economista Sérgio Buarque, que apontou as fragilidades que ficaram mais visíveis do Estado e do País e traçou alguns desafios atravessarmos em direção ao mundo pós-pandemia. Confira abaixo a entrevista. Qual a principal transformação da pandemia na economia? De imediato, a pandemia de Covid-19 escancarou as fragilidades da economia de Pernambuco, principalmente o enorme peso dos serviços na estrutura produtiva e, ligado a este, a predominância do trabalho informal. Os serviços vinculados ao turismo sofreram um golpe significativo, embora o segmento de restaurantes tenha conseguido inovar com o sistema de delivery. As medidas de distanciamento social definidas para conter a propagação do vírus teriam levado a um desastre econômico e social de grandes proporções se não fossem os programas de compensação do governo federal. No nível internacional, a pandemia denunciou a existência preocupante de uma enorme concentração territorial da produção de insumos e medicamentos estratégicos, com grande dependência da China e da Índia, os dois principais produtores globais. Ao mesmo tempo, o mundo experimentou uma desestruturação da rede de suprimentos de bens e insumos, provocando escassez de alguns componentes e, como consequência, pressão inflacionária. Na medida em que for sendo superado a propagação do vírus, os fatores de desequilíbrio vão moderando. Entretanto, a pandemia provocou mudanças estruturais que devem permanecer no futuro, mesmo após a superação da enfermidade. O principal deles foi a aceleração da transformação digital, tendência que já vinha maturando e ganhou força como resposta ao distanciamento social: ampliação em larga escala do teletrabalho, das aulas remotas, do comércio eletrônico (ecommerce) e dos serviços de entrega através das plataformas digitais, favorecendo o crescimento das atividades econômicas que podem operar sem contato físico entre produtores e consumidores. Como consequência da pandemia e destas mudanças estruturais, a economia registrou uma clara expansão dos sistemas de saúde e do complexo médico-hospitalar e o crescimento da indústria farmoquímica. Qual a principal mudança esperada na economia no pós-pandemia? O Brasil e, Pernambuco em particular, vai ter que conviver com uma herança negativa da pandemia de grande consequência na economia futura: o déficit de aprendizagem das crianças e jovens decorrente da suspensão das aulas por um longo período, apenas parcialmente compensada pelas aulas remotas. A perda de quase dois anos de estudo por conta do isolamento social para prevenir a pandemia vai criar enormes dificuldades para aumento da qualificação profissional e a produtividade do trabalho, com impacto negativo na economia. Este passivo vai entrar em choque com a tendência de aceleração da transformação digital que vai elevar a demanda por mão de obra altamente qualificada para atender às atividades econômicas que incorporam novas tecnologias e a substituição de trabalho rotineiro por sistemas digitais. O que já está ocorrendo, por exemplo, com cobradores de ônibus, deve se acentuar no futuro. O resultado mais provável será uma enorme fragmentação do mercado de trabalho: carência de pessoal qualificado e excesso de oferta de mão de obra com baixa qualificação profissional. Qual os caminhos para resolver os principais problemas econômicos no cenário pós-pandemia? Diante dos desafios futuros identificados acima, será necessária uma atuação concentrada dos governos e das empresas em duas áreas complementares. O mais importante de tudo, um investimento de peso na educação para recuperar o passivo do aprendizado acumulado durante a pandemia. Recuperar as perdas recente ainda é muito pouco, considerando os baixos níveis de proficiência em português e matemática dos jovens que concluem o ensino médio em Pernambuco. Os dirigentes e gestores públicos da área sabem da importância deste esforço concentrado na educação. A sociedade e os empresários devem entender que, sem isto, o futuro de Pernambuco estará comprometido.Ao mesmo tempo, é fundamental um pacto pela qualificação profissional da população em idade ativa de trabalho, preparando para as novas e crescentes exigências do mercado de trabalho. Sem isso, vai haver um estrangulamento nas atividades produtivas e uma estagnação da produtividade do trabalho, acompanhada de marginalização de parcela da população que não tem a qualificação mínima para a nova economia.

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Cabra Nerd: dois anos de reflexões e diversão

Oxe, falei de multiverso e o tempo passou na velocidade da luz, já pensasse! Pois, acredite, a coluna Cabra Nerd faz dois anos hoje, em pleno Dia do Gamer, arretado demais!! Parece que foi ontem quando começamos falando de alguns jogos para celebrar esta data no ano de 2019, imagine, a gente nem sabia que iria entrar no caos da Pandemia, né mesmo? De lá pra cá, conversamos sobre a batalha do preconceito que os quadrinhos sofreram e ainda sofrem, pois quem não lembra da polêmica censura da Prefeitura do Rio de Janeiro à HQ Vingadores: A Cruzada das Crianças. O abestado querendo ser o defensor das crianças e adolescente mandou retirar a obra da Bienal do Livro do Rio de Janeiro. Uma lástima!!! E na postagem comentamos de toda jornada que os super-heróis tiveram que desbravar para estamos hoje curtindo a doidado. Se não fosse esse desbravamento, não teríamos a Mulher Maravilha dando um caldo nos cinemas e até em Fortnite, como também o nosso rei de Wakanda, o Pantera Negra esbanjando elegância, força e sabedoria tanto na série What if? como no game Marvel's Avengers. Meu véi, minha véia, ele está virado com a gota serena de arretado, até colocou o Stark no bolso!!   Celebramos as origens e as multi faces do Cavaleiro das Trevas, sim, ele é um danado. Nem descansou direito e já tem outro filme nas telonas. Tô doidinho pra ver. O universo do Batman é tão rico que seu arqui-inimigo, o Coringa, teve a audácia e habilidade de faturar dois Oscars, é um desenrolado, já pensasse nisso!!!   Superman é mais velho e nem conseguiu uma participação especial na causada da fama, aliás, tem aparecido com mais frequência versões do apocalipse do kryptoniano, seja na Liga da Justiça, seja em séries como Invencível, The Boys e o Legado de Júpiter. Celebramos os mais de 130 anos de uma empresa que se reinventa a cada década, mesmo que algumas empreitadas não deem muito certo. A Nintendo sabe trazer diversão para todos nós, aliás, sem ela não, teríamos Mario e seus amigos nas Olimpíadas de 2021, é mentira Terta? Com o avançar da banda larga, onde todo mundo está correndo para o streaming, essa ‘filosofia’ de negócio e consumo chegou no universo dos games, onde a Apple e a Google lançaram suas plataformas de jogos sem a necessidade de um console, pois, tudo já está na nuvem, e não se engane, você já está lá também! Porém, a Stadia não contava com a pandemia do Covid-19. Falando da famigerada, a fela da gaita de certa forma, ajudou o mundo dos jogos, pois nunca se consumiu tanto, e não falo apenas dos games, mas também equipamentos, acessórios, até cadeira gamer sumiu do mercado. Em Recife mesmo, os studios e desenvolvedores estavam e continuam numa produção da ‘murrinha’, mesmo todos trabalhando virtualmente. Oxe, e as marcas de butuca nos gamers, pense! Quem iria imaginar que marcas como Magalú, Mercedes-Benz, Brahma, China in Box, Bancos como BS2, BB, até itaú querendo conversar de e-sport ou como foi que a gente deu uma dash virada com a gota serena em Kintaro, de Mortal Kombat. Aliás, a Magalú está comprando é tudo, falou sobre game, assunto de nerd ela está comprando, Deus queira que o próximo seja o Cabra Nerd. Oi, e não é que até político está de butuca também, usando games, se aventurando em Among Us para poder conversar com eleitores, meu véi, minha véia, os tempos são outros! Mas os jogos não são apenas para diversão ou empreitada de marcas, mas pode salvar vidas. No ano passado, a Universidade de Washington fez uma atualização do jogo Foldit para versão móvel (celular) com o propósito de conter ou neutralizar Covid-19. Esse tempo de pandemia serviu para refletir sobre o que queremos ser hoje e no futuro, né verdade, serviu para aprender coisas novas, como programar brincando ou entender que todo mundo tem seu valor, seja o médico da UTI, seja o entregador de pizza pedalando em sua bike, já ‘profetizava’ Kojima! E não podemos esquecer que ainda estamos numa pandemia que parece não querer sair do planeta Terra-616, onde precisamos festejar o Dia das Mães, das Mulheres, do Gamer com amigos e amigas através do computador, da câmera do smartphone, até mesmo dançar frevo no VRchat ou em GTA, já pensasse!! Mas com cuidado, amor, reflexão e muito jogo iremos sair fortes dessa situação, pois parafraseando Sócrates, já disse Morpheus para Neo, ‘conhece-te a ti mesmo’ para seguir sua jornada de renascimento dentro e fora da Matrix. Free your mind!!! Bom, meu véi, minha véia, a conversa está boa pra dedéu, mas vamos comemorar esse aniversário duplo jogando com os compadres e comadres, né verdade!

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Como a longa duração da pandemia afeta a saúde mental?

Os efeitos da pandemia na saúde mental dos brasileiros preocupam o psiquiatra e psicoterapeuta Amaury Cantilino. Doutor em Neuropsiquiatria e Ciências do Comportamento pela UFPE e presidente da Sociedade Pernambucana de Psiquiatria, ele fala nesta entrevista ao repórter Rafael Dantas sobre como a insegurança e incerteza do tempo presente afetam as nossas emoções. Mais que analisar o momento, ele também dá algumas dicas do que podemos fazer para garantir mais equilíbrio, mesmo no meio das tensões da vida em convívio com o novo coronavírus. . Como a pandemia tem afetado a saúde mental das pessoas? Quais os principais prejuízos de um desequilíbrio mental na qualidade de vida? Numa narrativa em que procuramos um ponto final, só estamos encontrando reticências. O ser humano que se apoia na sua ilusão de controle do destino, está agora amputado da sua capacidade de predição. Qualquer conjectura em relação ao curso da pandemia se dissipa numa nova notícia. A incerteza, o medo e a insegurança passam a ser perenes meses a fio. A necessidade de distanciamento afrouxa os laços de amizades, inviabiliza inéditos encontros. A vida social, outrora fonte de energia e satisfação para muitos, passa a ser impertinente. Não surpreende que as pessoas acabem por referir este mal-estar como uma espécie de definhamento, com uma sensação de estagnação e vazio. É como uma planta mal regada. Não necessariamente estão com um transtorno depressivo, mas um estado de enfraquecimento da motivação que afeta a capacidade de concentração e leva à falta de produtividade. Alguns vivenciam o luto pelos entes queridos, outros estão enlutados pela perda da vida “normal”, muitos preocupados com a situação econômica, mais uns tantos aflitos com as tensões políticas. Isso tudo vai espalhando marasmo e comprometendo o funcionamento social, familiar e ocupacional. . Como manter o equilíbrio mesmo depois de tanto tempo de pandemia? Há alguma recomendação diferente das que foram dadas no início da pandemia? A pandemia persistentemente tomou a nossa rotina, algumas pessoas referem que já nem lembram direito como era o seu cotidiano anterior. Isso significa que a pandemia também deixou a possibilidade de renovação. Quem focou no que estava disponível conseguiu descobrir novos interesses, remodelou as suas atividades e reformou os seus planos. A ideia é concentrar-se no que pode ser feito, seja em termos de trabalho ou de lazer, seja no desenvolvimento acadêmico ou na estrutura familiar. É tempo de contabilizar e aproveitar os recursos e as pessoas que ficaram no nosso entorno. É ocasião de nos voltarmos para as necessidades dos outros, para a solidariedade, para a nossa capacidade de resignação, assim como de superação, diante do contexto adverso. . Existem algumas pesquisas que apontam um prejuízo na produtividade dos profissionais que estão enfrentando problemas na sua saúde mental. Como as empresas podem apoiar suas equipes a manterem o equilíbrio mental? Num momento de instabilidade econômica, há tensão nos mais diversos setores de uma empresa. O pavor da falência e a eventual perspectiva de uma perda de emprego evidenciam-se em forma de mal humor, de abatimento. Será necessário que se tenha compreensão nas relações de trabalho. Sobretudo, será imprescindível que se preserve o espírito de corpo, de pertencimento, de união. Mesmo empresas que não estão em dificuldades econômicas precisam lidar com mudanças nos seus rituais de trabalho. O home office deu uma nova configuração corporativa. Já não há mais o bate-papo informal, o tempo do cafezinho, o happy hour distensionador. A convivência trazia problemas mas ao mesmo tempo também facilitava os vínculos, fomentava amizades, instigava a vida. Vejo empresas preocupadas em promover videoconferências para debates e palestras motivacionais, que não tem necessariamente relação com o objeto de trabalho. Há também gestores que procuram viabilizar um ambiente ocupacional agradável no local onde o funcionário desenvolve o teletrabalho, mesmo em casa. Alguns proveem suporte em saúde mental online para os colaboradores, seja com psicoterapia de apoio, mindfulness, ioga, etc. São ações como estas que atenuam os impactos negativos. . Além do medo da pandemia e das suas consequências, o uso intensivo de tecnologias contribui para haver alguma complicação mental? Muitos têm se queixado do tempo em tela, da dificuldade em manter a atenção em reuniões longas, da fadiga por permanecerem tanto tempo numa só posição. Há relatos de exaustão do uso das plataformas de teletrabalho. Além disso, estão expostos a mais distratores, como crianças, movimentações habituais da casa, redes sociais. Como no home office os colegas de trabalho não têm como saber se o sujeito está ocupado, a interrupção com telefonemas e mensagens de texto se tornam maiores. Há empresas que têm adotado práticas de “turnos sem interrupção.” Por ex., o colaborador não é acionado durante as manhãs ou as tardes para que se mantenha focado nas suas demandas. Especialmente quanto às redes sociais, têm sido mais acessadas durante a pandemia, mas vale à pena o cuidado com o excesso. Primeiro porque as redes sociais podem criar um padrão de referência de vida bem acima das possibilidades do indivíduo. Mesmo que estejamos advertidos de que o que se posta no Instagram, por exemplo, é um instantâneo do melhor momento do melhor dia daquela pessoa que estamos seguindo, tomamos aquela cena como modelo. Na inviabilidade de reproduzirmos aquele ideal nas nossas vidas cotidianas, passamos a achar, por meio da comparação, que a nossa existência está ordinária, rasteira. Um segundo aspecto diz respeito à disposição dos internautas às criticas severas. Qualquer discordância pode ser motivo de linchamento público, sem nenhuma preocupação com a dignidade, a história ou os sentimentos do indivíduo. Eventualmente leio comentários de notícias e percebo que se transformam em praças de guerra. Muitas pessoas sofrem verdadeiras violências na internet. As reações podem ser as mais diversas, desde raiva, retraimento, desassossego, e até adoecimento mental. . Que medidas de saúde pública deveriam ser tomadas para enfrentar o problema que a pandemia deixa como sequela na saúde mental da população nos próximos anos? Alguns serviços de saúde pública estão relatando que, mais do que infectologistas, os psiquiatras e os psicólogos têm sido mais procurados durante a pandemia. Isso põe

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Oscar 2021| Confira as apostas de jornalistas para as principais categorias

Mais uma edição do Oscar à porta, desta vez afetada pela pandemia do novo coronavírus. Como resultado, muitos filmes independentes na lista, boa parte ligada a plataformas de streaming. Só a Netflix recebeu 35 indicações, 11 a mais que em 2020. A 93ª edição será marcada pela diversidade. Para começar, duas mulheres foram indicadas no mesmo ano na categoria melhor direção: Chloé Zhao ("Nomadland") e Emerald Fennell ("Bela Vingança"). É a primeira vez em toda a história da premiação que isso acontece. Na categoria melhor ator, Riz Ahmed ("O Som do Silêncio"), muçulmano, e o ator asiático Steven Yeun ("Minari"), estão entre os indicados. Entre os coadjuvantes, três atores negros: Daniel Kaluuya e LaKeith Stanfield de "Judas e o Messias Negro" e Leslie Odom Jr. ("Uma Noite em Miami..."). Como fazemos todos os anos, convidamos os jornalistas e críticos de cinema Houldine Nascimento e Wanderley Andrade, editores do Cinegrafando, que lançarão suas apostas para a premiação. Wanderley Andrade Melhor Filme: “Nomadland” Melhor Diretor: Chloé Zhao (“Nomadland”) Melhor Ator: Chadwick Boseman (“A Voz Suprema do Blues,”) Melhor Atriz: Frances McDormand (“Nomadland”) Melhor Ator Coadjuvante: Daniel Kaluuya (“Judas e o Messias Negro”) Melhor Atriz Coadjuvante: Glenn Close (“Era uma Vez um Sonho”) Melhor Roteiro Original: “Bela Vingança” Melhor Roteiro Adaptado: “Nomadland” Melhor Filme Internacional: “Druk - Mais Uma Rodada” Melhor Documentário: “Time” Melhor Animação: “Soul” Melhor Fotografia: “Mank” Melhor Trilha Sonora: “Soul” Melhor Canção: “Speak Now" de "Uma Noite em Miami…"   Houldine Nascimento Melhor Filme: “Nomadland” Melhor Diretor: Chloé Zhao (“Nomadland”) Melhor Ator: Chadwick Boseman (“A Voz Suprema do Blues,”) Melhor Atriz: Viola Davis (“A Voz Suprema do Blues”) Melhor Ator Coadjuvante: Daniel Kaluuya (“Judas e o Messias Negro”) Melhor Atriz Coadjuvante: Yuh-Jung Youn (“Minari”) Melhor Roteiro Original: “Bela Vingança” Melhor Roteiro Adaptado: “Meu pai” Melhor Filme Internacional: “Druk: Mais Uma Rodada” Melhor Documentário: “Professor Polvo” Melhor Animação: “Soul” Melhor Fotografia: “Mank” Melhor Trilha Sonora: “Soul” Melhor Canção: “Io sí" de "Rosa e Momo"

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"A pandemia escancarou a desigualdade educacional em nosso país"

Para falar sobre como qualificar a educação brasileira e pernambucana nos próximos 15 anos, entrevistamos o professor Mozart Neves Ramos. Ele é Titular da Cátedra Sérgio Henrique Ferreira do Instituto de Estudos Avançados da USP – Ribeirão Preto e professor emérito da UFPE. Nesta entrevista, concedida ao jornalista Rafael Dantas, o docente fala sobre o impacto da pandemia no sistema educacional brasileiro, critica as gestões do MEC no Governo Bolsonaro e aponta os pontos estratégicos para que o País avance no setor educacional. Que passos o Sr. considera fundamentais para que a educação brasileira alcance uma qualidade satisfatória no cenário dos próximos 15 anos, de forma a colaborar para o avanço do desenvolvimento do País? O grande desafio da Educação brasileira é o de colocar numa mesma equação quantidade e qualidade. Ao longo das últimas décadas o país fez avanços importantes com relação ao acesso escolar, da creche ao ensino médio. Contudo, no que diz respeito à qualidade, em termos de aprendizagem escolar, o país está literalmente estagnado e num patamar muito baixo, especialmente no ensino médio – última etapa da educação básica e porta de acesso à universidade e ao mundo do trabalho. De cada 100 jovens que terminam o ensino médio, apenas 9 aprenderam o que seria esperado em matemática, em língua portuguesa é um pouco mais, ou seja, 29, mas nada que se possa comemorar. Além disso, o país apresenta uma grande desigualdade educacional, entre redes de ensino e dentro de uma mesma rede escolar. Portanto, entendo que o enfrentamento da baixa aprendizagem escolar e a redução da desigualdade educacional são os dois maiores desafios para alcançar a tão sonhada qualidade. Para isso, o Brasil precisa investir na qualidade do professor, pois, segundo pesquisas internacionais, esse é o fator mais importante, dentre vários, para alavancar a aprendizagem escolar. Investir desde a atração pela carreira do magistério, passando pela formação inicial e continuada, chegando a uma carreira cujo plano valorize o desempenho docente e a busca por aperfeiçoamento profissional ao longo da vida. O Brasil precisa investir mais em educação e melhor. O Brasil, é bem verdade, triplicou os investimentos, nos últimos 15 anos, em educação básica. O esforço precisa continuar se quisermos chegar ao patamar dos países que estão no topo da educação quanto ao per capita-aluno. Mas a gestão, por sua vez, deixa, em geral, muito a desejar, é preciso dar mais ênfase à eficiência, eficácia e efetividade dos gastos públicos em educação. Costumo dizer que o Brasil deveria aprender com o Brasil, e nesse sentido refiro-me ao belo exemplo do estado do Ceará no campo da alfabetização e ao estado de Pernambuco nas escolas de ensino médio em tempo integral. O país já tem caminhos seguros de bons resultados, mas é preciso dar escala nacional. O país não pode deixar de lado investimentos em inteligência artificial para a educação e o uso de plataformas adaptativas que irão ajudar exponencialmente na gestão da tão necessária flexibilização e diversificação da oferta educacional. Que prejuízos a pandemia deixa para o nosso sistema educacional e quais inovações experimentadas nesse período deveríamos ou poderíamos comemorar? A pandemia escancarou a desigualdade educacional em nosso país. Enquanto o setor privado respondeu com certa rapidez ao fechamento das escolas oferecendo ensino remoto, uma boa parte das crianças de escolas públicas ficaram, ao longo de 2020, sem acesso simplesmente por falta de conectividade digital, falta de internet e banda larga. Para essas crianças que ficaram à margem do processo educacional, segundo estudos do professor André Portela da FGV – SP, significa um retrocesso escolar à 2018, é como se o governo atual não tivesse existido para elas. A falta de uma coordenação nacional pelo Ministério da Educação (MEC), em colaboração com estados e municípios, como prevê o artigo 8◦ da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), agravou ainda mais. O país deveria ter iniciado este ano com um plano nacional de conectividade escolar para todas as crianças e professores da educação básica, pois o ensino remoto deverá ainda ser, em 2021, a forma de acesso majoritária às atividades escolares. Por outro lado, costumo dizer que o covid foi um catalisador para as mudanças que estavam em curso na educação, que estavam acontecendo, mas de forma muito lenta. Aqui me refiro ao uso das novas tecnologias no processo ensino e aprendizagem. Daqui para frente elas irão ocupar um lugar de destaque no apoio ao professor, constituindo aquilo que está sendo chamado de ensino híbrido. Isso irá impulsionar o conceito do aluno em tempo integral, que é diferente da escola em tempo integral. Quais os prejuízos causados pela atual administração do MEC e como revertê-los? Em pouco mais de dois anos foram três ministros, cuja preocupação maior foi agradar a ala ideológica do governo. Por exemplo, enquanto milhões (e não milhares) de crianças e jovens estão sem estudar, sem acesso à educação, por conta da pandemia, o governo prioriza no Congresso o homeschooling, uma das bandeiras dessa ala do governo, que, no máximo, atenderá a pouco mais de 7 mil famílias. Como disse anteriormente o governo deveria ter estruturado um plano nacional de conectividade digital, e usar os recursos do Fundo da Universalização dos Sistemas de Telecomunicações (Fust) para isso, pois o valor estimado em caixa é de R$ 23 bilhões de reais. Mas o presidente preferiu vetar o Projeto de Lei que iria assegurar internet e banda larga para estudantes e professores da educação básica. O próprio Fundeb que agora o governo faz propaganda dele, pois é de fato um avanço no financiamento da educação básica, ele próprio tentou barrar aos 45 minutos do segundo tempo, como costumamos falar no futebol. O que manteve vivo o Fundeb e sua aprovação foi a grande articulação e mobilização nacional em prol do projeto que tramitava no Congresso há bastante tempo. Foi, na verdade, uma grande vitória da educação brasileira. Com a chegada do ministro Milton Ribeiro renovei as minhas esperanças em termos do diálogo, especialmente pensando no seu antecessor, que buscou mais enfrentamento do que colaboração.

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Saiba os mitos e verdades sobre manter um ambiente higienizado

Passado um ano, o excesso de limpeza já faz parte da rotina de muitas pessoas para combater o Coronavírus. Já se sabe que é extremamente importante utilizar máscaras, manter o distanciamento social e lavar bem as mãos, se possível complementando com álcool em gel. Afinal, em março completam 365 dias desde a chegada do coronavírus no Brasil. Mesmo assim, com todo ritual de limpeza pessoa e do ambientes, existem alguns lugares que requer uma atenção redobrada na hora de tirar aquela sujeirinha. O banheiro e a cozinha são exemplos de ambiente que precisam estar em perfeitas condições de higiene. Neste sentido, é importante que algumas medidas sejam tomadas diariamente e que uma limpeza mais completa seja feita com frequência. “ O produto usado para cada ambiente faz toda diferença na hora de higienizar. Já que o banheiro e a cozinha são lugares com maior número de germes, é preciso utilizar produtos que limpem e que sejam bactericidas e, para isso, o detergente e o cloro formam uma dupla perfeita”, a diretora administrativa da Valença Química. Além do detergente clorado, que possui cloro e detergente num só produto, o álcool 70% virou a vedete da vez no quesito higienização. Mas, o seu uso ainda gera muitas dúvidas sobre como garantir a higienização do ambiente em tempos de pandemia. Sua utilização tem sido frequentemente por meio de um pano úmido com água para depois passar no chão ou em outro lugar que deseja higienizar, o que perde sua eficácia. “A melhor forma de aproveitar o álcool 70% é jogando- o em cima do local que deseja higienizar, para depois passar o pano. Desta forma, sua eficácia permanece e o ambiente ficará totalmente higieniza”, alerta. Outra dúvida bastante frequente é sobre a melhor forma de utilização do álcool 70% liquido e o álcool gel. Ainda de acordo com Carla, a versão liquida é indicada para ambientes e o gel, para higienização pessoal das mãos. “ O álcool gel possui durabilidade maior que o liquido, por isso é mais indicado para as mãos. Mas, caso a pessoa prefira utilizar o álcool líquido não tem problema. O que muda é que ele deve ser utilizado mais vezes para garantir a higienização”, esclarece. Além da limpeza diária dos ambientes, as roupas e utensílios pessoais devem ser tratados como prioridade no quesito limpeza. As máscaras, que viraram obrigatórias há um ano, merecem uma atenção especial e tem levantado muitas dúvidas na hora de lavar. Mas, te que ser lavada separadamente das outras roupas? Resposta é não. As máscaras pode ser lavadas junto com outras roupas sem problema algum.

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Riscos da Covid-19 são maiores para pessoas obesas

Em tempos de avanço de casos de covid-19 e alta taxa de ocupação de leitos, quem tem problemas com a balança deve atentar para o sinal vermelho. É que a obesidade aumenta o risco de se desenvolver as formas mais graves da doença, inclusive com maior risco de morte. Essa relação é preocupante, considerando que o calendário de vacinação da pandemia deve se estender até 2022 e baixar a guarda em relação à alimentação e hábitos de vida, neste cenário, podem trazer consequências perigosas. O alerta é da médica endocrinologista Karina Santos, que atua na linha de frente do combate à doença, na rede municipal do Recife, e é membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia e da Endocrine Society (EUA) . Para se ter uma ideia, 62% da população adulta do Brasil está acima do peso (com sobrepeso ou obesidade), o que sinaliza que, em caso de contaminação, milhões de pessoas estão sujeitas a complicações graves em decorrência da covid-19 e dificuldades no tratamento. Esse tema foi abordado em estudos realizados na Califórnia (EUA) e no Reino Unido e as conclusões são preocupantes. A pesquisa apontou que o risco de morte para doentes da covid-19 com obesidade do nível 1 (ou seja, pessoas com índice de massa corporal, IMC, de 30 a 34,9) é 23% maior. O IMC é um indicador para avaliar se a pessoa está numa faixa de peso ideal - proporcional a sua altura. O estudo concluiu que esse risco é 81% maior para os doentes com obesidade do nível 2 (IMC entre 35 e 39,9). E se a obesidade for de nível 3 (IMC acima de 40), o risco de que o coronavírus leve a óbito é praticamente o dobro em relação a um paciente na faixa de peso ideal. Por que quem tem excesso de peso corre maior risco? Um dos fatores que contribui para que a letalidade do coronavírus seja maior em quem está acima do peso é que os obesos têm uma capacidade limitada de inibir a replicação viral. Dessa forma, quando infectados pela covid-19 apresentam uma carga viral maior quando comparados a outros doentes. Além disso, na covid-19, ocorre algo uma reação exagerada do corpo ao vírus, levando à produção de proteínas chamadas de citocinas inflamatórias, que provocam inflamações em todo o corpo. Vale ressaltar que os obesos já apresentam um tipo de inflamação crônica de baixo grau que, somada aos efeitos do coronavírus, acaba levando a um quadro mais grave. Outro fator que contribui para a chance maior de formas mais letais nos obesos, segundo dra. Karina Santos, é o aumento do risco de tromboses – formação de coágulos que bloqueiam o fluxo do sangue – que podem evoluir para uma embolia. Um problema adicional é a dificuldade de ventilação mecânica, já que a gordura em excesso prejudica a expansão dos pulmões. Até procedimentos simples do tratamento, como colocar o paciente deitado de barriga para baixo, se tornam mais complicadas em pacientes com esse perfil. A lista de complicações não para por aí: a obesidade também está associada a outras doenças, como a diabetes do tipo 2, que eleva o risco de agravamento. Problemas com a balança pioraram na pandemia “A associação entre excesso de peso e risco de morte por coronavírus se torna mais preocupante considerando que muitas pessoas que não tinham esse problema engordaram na pandemia e outras que já tinham sobrepeso ou eram obesas ganharam ainda mais peso”, destaca a especialista. “Isso porque a fase do isolamento social, no 1º semestre de 2020, gerou efeitos colaterais para uma parcela da sociedade, como sedentarismo, ansiedade, aumento no consumo de alimentos processados e até um consumo maior de álcool”, explica. A médica ressalta que, mesmo após a flexibilização das medidas restritivas no 2º semestre do ano passado e a reabertura das academias e outros locais de atividade física, muitas pessoas que ganharam peso não conseguiram emagrecer. “Entre outros fatores, um deles é o medo que muita gente ainda tem de ir para esses locais em meio a uma pandemia”, detalha. Um dos termômetros para avaliar o crescimento ou agravamento dos casos de obesidade é justamente o aumento no número de pacientes nos centros especializados em emagrecimento. No consultório de Karina Santos, por exemplo, a demanda teve uma alta de 40%, liderada pelas mulheres. Tratamento pode incluir uso de medicamentos A médica explica que o tratamento para quem tinha peso normal e brigou com a balança na pandemia, assim como o de quem já tinha um quadro de obesidade e piorou em meio à covid-19, é semelhante. O tratamento envolve check up completo, dieta com acompanhamento de um nutricionista, redução do consumo de bebidas alcoólicas, atividade física (em casa ou em academia, com supervisão de um personal trainner) e, se for o caso, tratamento para outras doenças associadas ao excesso de peso, como diabetes, hipertensão e problemas cardíacos. Se o quadro envolve pressão alta e doenças cardiovasculares, o paciente será acompanhado por especialistas da área. E se o nível de peso exigir, o tratamento inclui medicações para emagrecimento. No geral, a melhoria da qualidade de vida, alimentação, atividade física e fortalecimento do sistema imunológico contribuem para que o paciente com excesso de peso e que passou por um tratamento adequado para emagrecimento tenha mais chance de resistência às formas graves da covid-19. Esse é o posicionamento de instituições como a Federação Latino-americana de Obesidade. A entidade, que tem trabalhado para conscientizar a sociedade sobre esse tema, defende que o emagrecimento associado a um quadro de vida saudável, reeducação alimentar e práticas esportivas surtem efeito em relação a reduzir o risco de formas mais grave da covid-19 ou de vir a óbito. “Além das conclusões dos estudos nos Estados Unidos e na Inglaterra e do posicionamento da federação, a experiência tem comprovado que, de fato, pessoas obesas e que perderam peso acompanhadas por especialistas e contraíram a covid-19 têm mais chance de, se forem contaminadas, desenvolver formas mais leves da doença e reagem melhor ao tratamento do coronavírus”, sustenta

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Medidas de restrição sinalizam isolamento mais duro nas próximas semanas

Todos os pernambucanos que experimentaram o medo da primeira onda de Covid-19 e uma paralisação dura da maioria das atividades econômicas, com restrições inclusive no transporte público, podem ter estranhado as restrições atuais, que cobrem apenas o horário noturno, sendo das 22h às 5h para todo o Estado. Apenas um grupo de 63 cidades possui um "toque de recolher" mais amplo, começando a partir das 17h em alguns dias na semana. Essa primeira semana de imposição parcial de isolamento social pode ser um aviso - ou uma preparação - para um novo lockdown, como tem acontecido no mundo inteiro. A suspensão de atividades econômicas e sociais no turno da noite em Pernambuco neste primeiro momento parece mais uma medida simbólica do que de fato uma ação mais direcionada de restrição de movimentação para contenção da pandemia. Evidentemente que endurecer para a realização de festividades e atividades de bares e casas noturnas, que foram afetados diretamente pela medida, indica que nesses lugares reside uma maior preocupação do poder público estadual com a disseminação do vírus. No caso das 63 cidades onde a medida é mais dura, a proibição atinge também as atividades religiosas, com a paralisação de cultos e missas, que é outro ponto que pode estar levantando preocupação das autoridades. “A polícia e os órgãos de fiscalização estarão nas ruas para observar o cumprimento desse novo decreto. Vamos monitorar os dados minuto a minuto e, caso os índices permaneçam piorando, novas medidas restritivas podem ser anunciadas já no início da próxima semana”, afirmou o governador Paulo Câmara na última coletiva, realizada na sexta-feira passada. De acordo com especialistas que analisam o quadro de epidemiologia de Pernambuco, como Jones Albuquerque, do Instituto para Redução de Riscos de Pernambuco (IRRD), o Estado já carece há algum tempo de medidas duras de contenção do vírus. Como publicamos na semana passado, embora o número de mortes no Estado esteja ainda distante dos registros do auge da pandemia, a quantidade de novos casos confirmados da doença já empatou com a crise sanitária dos meses de março a maio de 2020. O ponto chave para a adoção das atuais medidas de restrições, porém, veio da ocupação de leitos hospitalares, que circulou acima de 90% no Estado, se aproximando rapidamente do colapso. Isso porque o Governo de Pernambuco vem aumentando o número de leitos para atender a população vítima de Covid-19. Jones Albuquerque lembra que ainda que o poder público estadual tenha capacidade de aumentar com velocidade o número de leitos hospitalares, a disseminação do vírus pode fazer crescer exponencialmente a quantidade de pacientes do Covid-19 com necessidades de atendimento médico e de internamentos. Pernambuco conta atualmente com aproximadamente dois mil leitos dedicados aos pacientes infectados pelo vírus, sendo 998 de UTI, em 16 municípios. De acordo com informações do Governo do Estado, trata-se da segunda maior rede de leitos de terapia intensiva do País. Apesar disso, no gráfico abaixo, do IRRD, é possível ver a escalada de crescimento da taxa de ocupação de leitos de UTI em Pernambuco. O neurocientista Miguel Nicolelis, em entrevista para a Rede CNN Brasil, afirmou que o mês de março deve ser o pior desde o início da Pandemia. Na sua análise, ele foi ainda mais longe. O pesquisador acredita que será o mês mais difícil da história do Brasil. A exemplo do que aconteceu em outros Países, nas próximas semanas ou talvez nos próximos dias, vejamos as medidas de proteção do Governo de Pernambuco se acentuando para conter o avanço da Covid-19. Além da maior circulação de pessoas e da redução das medidas de prevenção (que é um fenômeno que ocorreu no mundo inteiro, mesmo em vários Países que passaram bem pela primeira onda da pandemia), a disseminação de novas variantes, como a descoberta em Manaus, é outro sinal de alerta. Os estudos iniciais apontam para um maior poder de contaminação dessas variantes do novo coronavírus e os relatos médicos iniciais indicam que ela tem atingido de forma mais frequente um público mais jovem. O remédio do isolamento social é amargo, mas é o tratamento paliativo mais eficiente que o mundo tem experimentado enquanto não há uma taxa de vacinação em massa que cubra a maioria da população e consiga conter a pandemia. Jogam contra esse momento a ausência do Auxílio Emergencial, que ainda não foi decidida pelo Congresso Nacional e pelo Governo Federal, e o próprio cansaço da população diante de um período tão longo de enfrentamento à pandemia. Joga a favor, no entanto, o maior aprendizado da sociedade em como se isolar e se proteger da contaminação após um ano de avanço nas informações sobre a doença e de própria estruturação das residências e empresas para atravessar períodos de maior necessidade de home office ou de atendimento de serviços em delivery, por exemplo. *Por Rafael Dantas, repórter da Revista Algomais e especialista em Gestão Pública (rafael@algomais.com)   Número de casos de Covid-19 empata com pior momento da pandemia    

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