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PCR e UNICAP realizam reunião pública sobre as diretrizes urbanísticas do Plano Centro Cidadão

A manhã desta quinta-feira (08) foi dedicada à apresentação das diretrizes urbanísticas do Plano Centro Cidadão. O trabalho é fruto de um convênio firmado entre a Prefeitura do Recife, por meio da Secretaria de Planejamento Urbano (SEPLAN), e a Universidade Católica de Pernambuco. O Plano visa gerar estudos de referência para o planejamento urbano, buscando soluções para os problemas do Centro Expandido Continental do Recife. A supervisão do trabalho foi feita pelo Instituto da Cidade Pelópidas Silveira (ICPS), órgão técnico de planejamento urbano da Prefeitura ligado à SEPLAN. A reunião foi aberta ao público, fez parte do cronograma de atividades do Conselho da Cidade e foi realizada na UNICAP. A área do Plano, que será finalizado neste segundo semestre, inclui os bairros da Boa Vista, Coelhos, Ilha do Leite, Paissandu, Santo Amaro e Soledade. Um dos principais pontos abordados pelo Centro Cidadão é a visão integrada do planejamento entre os espaços públicos e privados promovendo, assim, melhoria da qualidade urbana tomando por prioridade a relação das pessoas com a cidade. Integração urbana e qualidade de vida nortearam as proposições que constam nas diretrizes que foram apresentadas nesta manhã. Interessados em conhecer os detalhes do Plano Centro Cidadão encontrarão o documento disponível no site conselhodacidade.recife.pe.gov.br. Além disso, até o dia 18 de junho é possível contribuir com a discussão, que permanece aberta até a apresentação e apreciação final do Conselho da Cidade. As sugestões devem ser enviadas para o email:icps@recife.pe.gov.br. Ao passo que o Plano Centro Cidadão é finalizado, a Prefeitura do Recife iniciará a revisão do Plano Diretor e da Lei de uso e Ocupação do Solo. “A partir desse momento de discussão das diretrizes, o próximo passo é que a gente transforme em legislação os planos específicos de cada parte desse território central, que vai começar a ser feita a partir deste segundo semestre. São espaços de antecipação que são possíveis de serem executados ao passo que realizamos as revisões das leis urbanísticas do Recife”, explica Antônio Alexandre, secretário de Planejamento Urbano. O conceito de integração entre os espaços públicos e espaços privados traz como produto diretrizes urbanísticas que apontam para um desenvolvimento melhor planejado, mais seguro e que permitirá a permanência das pessoas no convívio com a cidade. Os estudos feitos pela UNICAP a partir da participação social ratificaram o sentimento que o cidadão tem em relação ao território do Centro Continental Expandido: espaços urbanos com infraestrutura adequada e que venham a preservar as relações humanas e cidadãs. “As escutas que promovemos a partir das Oficinas Colaborativas Cidadãs apontaram para um traço muito importante na construção das diretrizes gerais: o convívio entre as pessoas e das pessoas com a cidade. Não foram raras as vezes em que ficou latente a preocupação que as pessoas tiveram em vivenciar a cidade de maneira democrática e humana”, pontuou a professora e coordenadora do Plano pela UNICAP, Andréa Câmara. O Plano Centro Cidadão deverá ser concluído até o final de agosto. Até então foram realizadas as seguintes etapas: estudos integrados, diagnósticos e diretrizes preliminares. A reunião pública é uma das etapas que envolvem a participação popular na construção do documento. PARTICIPAÇÃO SOCIAL - A participação da sociedade na construção desse processo foi fundamental para compreender o sentimento e os desafios a serem vencidos a partir da percepção das pessoas que vivem e transitam pelos bairros que fazem parte do território estudado. Para isso, foram realizadas duas Oficinas Colaborativas Cidadãs, além da abertura de diversos debates junto aos setores específicos da sociedade e Oficinas Técnicas que reuniram pesquisadores e técnicos da Prefeitura do Recife. “A colaboração da sociedade ajudou a aprimorar o objetivo do Plano que se traduz no desejo coletivo”, explica a professora e coordenadora do estudo pela UNICAP, Andréa Câmara. O Centro Cidadão apontou como uma de suas diretrizes o estímulo à densidade populacional, devendo as novas construções ter as tipologias orientadas, com altura proporcional ao entrono oferecendo espaços abertos mais seguros e convidativos. Dentre os importantes resultados do processo colaborativo destaca-se a identificação dos anseios, expectativas e visões dos diversos atores da sociedade, revelados no chamado “desejo coletivo”, que passou a representar o objetivo geral das diretrizes do Plano Centro Cidadão. Foram levados em conta no Plano os aspectos socieconômicos (a partir da produtividade e valor do solo), patrimônio cultural, uso e ocupação do solo, espaços públicos e mobilidade a partir de uma visão integrada do território. (PCR)

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Mamógrafo móvel disponibiliza mais de 2 mil fichas

O caminhão equipado com mamógrafo, da Prefeitura do Recife, disponibilizará durante o mês de maio 2.160 fichas para realização do exame de mamografia. Nesta sexta (5), o mamógrafo estará em frente à Unidade de Saúde da Família Monteiro de Moraes, Av. Beberibe, 4510, Beberibe, das 8h às 17h. Até o fim do mês, o veículo estará em 28 ações de saúde em diferentes localidades da capital. O calendário está em anexo. Podem fazer a mamografia mulheres com idade entre 50 e 69 anos, faixa etária considerada de risco pelo Ministério da Saúde. O resultado é entregue em até 15 dias na unidade da área onde o veículo ficou estacionado. CONSULTE O CALENDÁRIO AQUI (Prefeitura do Recife)

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Nesta eleição o discurso político vai prevalecer

O pensamento dialético e o talento para escrever levaram José Nivaldo Júnior a uma vida agitada: ainda muito jovem foi diretor do jornal Região, em Surubim, e chegou a ser detido no fórum da cidade por uma matéria publicada; participou de ações da luta armada, conheceu a ira dos homens de Fleury no Dops, realizou campanhas para candidatos de diferentes ideologias e hoje é membro da Academia Pernambucana de Letras. Veja mais detalhes desse irrequieto jornalista, publicitário e escritor na entrevista que segue. Você nasceu em Surubim? Eu fui feito em Surubim, criado em Surubim, mas nasci no Recife. O meu pai e minha mãe foram para Surubim. Ambos eram médicos. Como não havia maternidade e meu pai para não ficar com a responsabilidade do parto, decidiu levar minha mãe para o Recife. Era julho, inverno, as estradas ficavam intransitáveis. Fica-se oito dias sem ter condições de passar um carro. Aí minha mãe veio um pouco antes e nasci no Recife. Pouco tempo depois, voltei para Surubim. Eu me considero - apesar de ter nascido no Recife, amar esta cidade e ter escolhido viver aqui - surubinense porque minha infância foi lá. Como foi sua infância? Até meus 10 anos de idade, não tinha luz elétrica em Surubim. O que tinha era um motor de luz, que era ligado às 5 horas da tarde e desligado às 10 da noite, o resto do tempo era sem energia. Não tinha água encanada, além de não ter estrada asfaltada. Às vezes para irmos ao Recife ou a Limoeiro era uma aventura. Atravessávamos riachos cheios, parávamos para esperar a cheia do riacho descer. Usando uma expressão antiga de Aldemar Paiva, "no inverno as estradas eram muito lamurientas e no verão eram muito pueris". (risos) É verdade que você iniciou no jornalismo aos 10 anos? Sempre tive uma inclinação para de escrever. A minha casa era de intelectuais. Minha mãe era poetisa, nunca publicou, mas sempre escreveu. Meu pai não era tão refinado, mas era algo mais popular. Ele sempre estudou muito e leu muito. Então, minha casa era uma verdadeira biblioteca. Tínhamos toda literatura do Brasil atualizada, toda a obra de Eça de Queiroz, por exemplo. Eu vivia naquele ambiente convivendo com dois mundos. O primeiro era intelectual, não digo sofisticado, mas muito regionalista. Depois ia para a cozinha ouvir a conversa dos empregados ou ia para a rua ou para a fazenda ouvir a conversa dos vaqueiros. Ao mesmo tempo que eu tive uma formação cultural e intelectual, também tive um aprendizado das ruas. À época, as diferenças sociais em Surubim existiam, eram marcantes, mas se diluam na hora que sentava no banco da escola. Era uma proximidade muito grande. Um dos meus grandes amigos era um empregado lá de casa. Ano passado, entrei para a Academia Pernambucana de Letras e fiz um lançamento de um livro em Surubim. Lá apareceram Seu Caloreto, que era vaqueiro, Dona Nena, mulher dele, e três dos seis filhos e duas netas. Eu vivia em um casarão e era proibido de conviver com moleques de rua. No sábado, porém,, não tinha quem me controlasse. Ia para a feira. Lá convivia com todas as pessoas. Quando cheguei no ginásio, ia para o futebol. Quem não viveu no interior, não sabe a alma de um país. O que forma a personalidade de um país é o seu interior. O que dá o perfil aos Estados Unidos? Não é Nova York. É o Kentucky, são os Estados do Sul. Nova York é aquela coisa universal. A alma do Brasil não está em São Paulo, está no interior de São Paulo. Não está no executivo, está no caipira, no vaqueiro, no caboclo da Amazônia, no gaúcho. E o jornalismo? Inventei um jornal quando criança, que falava das notícias da minha própria casa. Minha casa era um centro de ebulição. Meu pai era médico e participava da política. Era de um dos grupos políticos de Surubim. Ele raramente ia na casa de alguém, as outras pessoas que iam lá em casa. Minha casa era um centro de convergência. Meu pai era da direita. Os aliados dele eram os conservadores e os coronéis. Em 1962, na campanha de Miguel Arraes contra João Cleofas, chega Arraes na cidade e vai lá em casa, porque as personalidades que ele precisava cumprimentar estavam na casa de José Nivaldo. Tinha notícia o dia todo lá em casa. Tinha no terraço, na sala e até nas dependências dos empregados. As famílias dos empregados iam para minha casa, então era uma confusão de gente. Eu datilografava as notícias, distribuía entre as pessoas e depois recolhia. Não sei se fazia sucesso, mas todos os visitantes achavam lindo e se divertiam com aquilo, mas eles eram suspeitos (risos). No ginásio (no colégio dos jesuítas), já com 12 anos, aprendi a fazer jornal mural, que os padres levaram a técnica. Aí inventei um jornal falado no grêmio. Depois, um grupo fundou um jornal chamado Região. Para a época e por ser feito em Surubim, tinha muita qualidade. Era algo realmente inacreditável. Em 1978, teve uma eleição municipal e o Região colocou a seguinte manchete "Em quem você aposta: Gentil ou Monsenhor?" Nossa glória é que o The New York Times botou uma manchete igual a nossa, mas com candidatos diferentes, claro. O The New York Times copiou o Região! Tinha terminado o ginasial e fui estudar no Nóbrega, no Recife. Saí dos jesuítas para ir à Universidade e saí de lá ateu. Já estava no Recife quando entrei no Região. Pouco tempo depois, virei diretor do jornal, o que não quer dizer muita coisa porque não era exatamente uma promoção. Antes do Região, fui correspondente, com 16 anos, do Diario de Pernambuco em Surubim e região. Ia passar o final de semana lá e fazia o apanhando de notícias da semana. Produzia uma matéria e trazia. Emplaquei várias manchetes. Dei um furo fantástico, que foi a queda de um avião americano, acho que até meio clandestino, que até hoje não foi

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