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Cultura como motor de transformação: a trajetória do Instituto Burburinho

Em entrevista, Priscila Seixas fala sobre desafios, aprendizados e o papel estratégico da cultura nas periferias brasileiras Fundado em 2006, o Instituto Burburinho Cultural surgiu no contexto de fortalecimento das políticas públicas para a cultura e se consolidou como uma referência nacional em projetos voltados para territórios periféricos. Hoje presidido por Priscila Seixas, o instituto aposta na escuta ativa, na formação em rede e em parcerias estratégicas com universidades e órgãos públicos para promover cultura como ferramenta de desenvolvimento social. Nesta entrevista, Priscila compartilha os desafios de atuar com cultura e educação em diferentes territórios, os aprendizados do livro Método Burburinho de Produzir Cultura, e os avanços do curso Criar Jogos, que já ultrapassou 6 mil alunos e agora inclui temas como desinformação, letramento midiático e inteligência artificial. Uma conversa inspiradora sobre persistência, reinvenção e a potência transformadora da cultura brasileira. O que te motivou a fundar a Burburinho Cultural? A Burburinho foi fundada em 2006, logo depois que eu terminei a faculdade, impulsionada por um contexto muito favorável de fortalecimento das políticas públicas para a cultura. Naquele momento, havia uma abertura interessante para editais e para as leis de incentivo fiscal, especialmente a lei federal. Então, a fundação do instituto nasceu desse encontro entre um momento contemporâneo de efervescência cultural e a possibilidade concreta de viabilizar projetos por meio dessas ferramentas. Há quatro anos, assumi a presidência do instituto. Isso também reflete uma virada: passamos a trabalhar com ainda mais foco na cultura como motor de desenvolvimento econômico e transformação social, em diálogo direto com as políticas públicas e com a universidade. Essa possibilidade de atuar de forma estruturada na criação e implementação de políticas públicas por meio da cultura só é viável graças à existência de institutos e organizações sociais. Por isso, assumir a presidência da ONG — que nasceu em Brasília e agora tem sua sede no Rio de Janeiro — foi também um passo estratégico dentro desse movimento de fortalecimento institucional. Qual o maior desafio ao trabalhar com cultura e educação em territórios periféricos? Lidar com territórios é trabalhar em conjunto. Os projetos da Burburinho Cultural buscam contratar equipes locais que conheçam sobre o espaço em que será implementado as nossas iniciativas. Para conseguir a capilaridade alcançada através das ações culturais, a escuta é uma das ferramentas mais importantes. A equipe da sede da Burburinho Cultural mantém contato com as produções locais e organiza as ações a partir dos retornos das localidades. Nossos projetos se adaptam às diferentes realidades por conta dessa sensibilidade que é exercida através da escuta e parceria com os locais atendidos. Quais os principais aprendizados que você extraiu ao escrever o livro “Método Burburinho de Produzir Cultura”? Acredito que a continuidade em ações culturais, algo que é complexo no setor. É comum que, na cultura, as ações fiquem restritas a poucas edições. Nós estamos investindo em processos de reinvenção de nós mesmos. Por exemplo, o Criar Jogos nasce de uma demanda de um de nossos parceiros e hoje já contou com mais de 6 mil alunos inscritos. O curso vem se aperfeiçoando através da metodologia design thinking, com os pilares de construção de uma ideia, sua execução e sua remodelação através de dados coletados para sua sofisticação. Nesse processo, leva-se em consideração como devemos atuar nos diferentes territórios em que atuamos. Assim, estamos conseguindo novas parcerias, como o termo de cooperação com o Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict), uma vez que, hoje, o Criar Jogos é um curso de extensão da Escola Nacional de Informação (Enacin). O que esperar da parceria com o IBICT e a ENACIN? A parceria estabelecida com o Ibict, por meio do projeto Enacin, levou o Criar Jogos para Ceilândia, cidade satélite localizada na região periférica de Brasília-DF. Além de ser a primeira vez que o Criar Jogos chega, com um laboratório social, no Centro-Oeste, foi uma oportunidade incrível em atuar em um novo local, com suas peculiaridades. Através desse compromisso com o Ibict, desenvolvemos um novo módulo que discute sobre Integridade da Informação, que chamamos de "Quem é você nas redes?". A ideia é trabalhar com temas como desinformação, a utilização de ferramentas de pesquisa, fake news, uso de inteligência artificial, temas que tangenciam a realidade vivida pelos alunos beneficiados. É mais uma avanço no curso que agora se consolida como uma ferramenta que estimula o letramento midiático-informacional, oferecendo a oportunidade de refletirem de maneira crítica através de seus próprios meios. O que te inspira a continuar empreendendo na área cultural? Que conselho daria para quem está começando? A inspiração tem uma relação direta com a cultura como esse lugar de solução para os problemas do mundo. Eu entendo que, mesmo com todos os avanços — com a gente operando, trabalhando, produzindo cultura nesses últimos 20 anos — ainda existe, no Brasil, uma visão muito limitada da cultura, como se fosse apenas entretenimento. Muitas vezes, o campo cultural é tratado com um certo olhar vira-lata. A Burburinho, pra mim, entra justamente como uma ferramenta de informação, de compreensão da centralidade da cultura. De como a cultura pode ocupar esse lugar estratégico, potente, capaz de propor saídas para questões complexas. E, pra quem está começando, eu sempre falo sobre a importância da informação e dos filtros que a gente aplica sobre ela. Existe uma ideia de que os recursos para a cultura não existem — mas eles existem. Talvez ainda sejam insuficientes, mas eles estão aí. Só que é preciso estar atualizado: acompanhar o que está sendo proposto pelas secretarias de cultura, tanto estaduais quanto municipais, e pelo Ministério da Cultura. Também é essencial compreender a dimensão transversal da cultura, suas relações com a educação, com a tecnologia — e, principalmente, com as pessoas. Porque a cultura se faz em rede. Não é um caminho solitário, é um trabalho de conexão constante. A gente precisa estar sempre se conectando com pessoas diferentes, o tempo todo, para conseguir operar e realmente atuar nessa área.

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Thays Medusa foto Nena Callejera Yastricia Santos e Julia Bione da esquerda para a direita foram as premiadas no Recital de poesia com Slam das Minas PE

Festival Literário das Periferias ocupa ruas e corações do Recife com arte, poesia e protagonismo negro

Segunda edição do Fliperifa promove programação gratuita com oficinas, mesas, recital e atrações culturais nos bairros do Totó e Arruda, valorizando a literatura e os espaços periféricos Com o tema “Leia a Rua”, o Festival Literário das Periferias do Recife (Fliperifa) chega à sua segunda edição ocupando, em junho, escolas públicas e espaços culturais nas Zonas Oeste, Sul e Norte da cidade. A programação gratuita segue neste domingo (15), a partir das 14h, no Cores do Amanhã, ONG situada no bairro do Totó, e na quinta-feira (19), no Ladobeco, centro cultural no bairro do Arruda. Com foco em crianças e adolescentes, o evento promove rodas de diálogo, oficinas, feira de livros, espaço infantil, recital de poesia com o Slam das Minas PE e atrações como o Coco de Água Doce e o Coletivo Família Malanarquista. Idealizado por Palas Camila, pedagoga e produtora cultural, e com curadoria da escritora Bell Puã, o Fliperifa nasceu como um compromisso com o direito à leitura e à cultura nas periferias. Em 2025, o festival homenageia duas mulheres negras de trajetória periférica: Maria Cristina Tavares, do Ibura, e Joy Thamires, do Coque, ambas reconhecidas por sua atuação em educação, arte e militância antirracista. Entre os destaques da programação estão a “Malateca”, biblioteca móvel criada pela arte-educadora Magda Alves, que percorreu escolas públicas com contação de histórias e recital poético, e as oficinas “Ancestralidade guiando nossos versos”, com Joaninha Poeta, e “Vivências de mapas afetivos e poesia”, com Cris Venceslau. As atividades também ampliam o acesso por meio de intérprete de Libras e ações de acessibilidade comunicacional. Financiado pela Lei Aldir Blanc Recife (PNAB) e realizado pela Fundação de Cultura Cidade do Recife, o Fliperifa reafirma o protagonismo da arte literária nas periferias como um ato de resistência, imaginação e transformação social. Serviço📍 15/06, a partir das 14h – Cores do Amanhã (Av. Garota de Ipanema, nº 02, Totó)📍 19/06, a partir das 14h – Ladobeco (Av. Prof. José dos Anjos, nº 121, Arruda)📲 Programação e inscrições: bit.ly/447DRpN | Instagram: @fliperifape

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Rebeca Gondim credito foto 6 Filipe Gondim

Espetáculo “Revinda” estreia no Ibura com dança, poesia e denúncia social

Nova criação de Rebeca Gondim percorre bairros do Recife e destaca a potência artística das periferias. Foto: Filipe Gondim A partir de 26 de abril, o espetáculo Revinda dá início à sua circulação por seis bairros da periferia do Recife, começando pelo Ibura. A obra, idealizada pela artista Rebeca Gondim, mescla dança, música e poesia para denunciar o genocídio da população negra e celebrar a resistência das comunidades periféricas. Inspirada pela história de Tereza Maria da Conceição, mãe que perdeu o filho morto pela polícia no Rio de Janeiro, Revinda transforma dor em arte e memória coletiva. O espetáculo nasce do solo “Terezinha”, criado por Rebeca em 2015, e amadurecido durante a pandemia em um processo que integrou novas linguagens e afetos. Agora, em sua versão presencial e coletiva, Revinda agrega artistas locais em cada apresentação, criando um espetáculo único a cada edição. No Ibura, por exemplo, Rebeca divide a cena com o músico Pajé IB e a cantora e dançarina Lua Maria, em um tributo à efervescência cultural do território. A circulação segue por Morro da Conceição (3/5), Água Fria (10/5), Alto Santa Terezinha (17/5), Bomba do Hemetério (24/5) e Beberibe (31/5). Em cada local, artistas da própria comunidade se unem ao espetáculo, ampliando a narrativa e fortalecendo vínculos. “Quis voltar com a força do coletivo. Trouxe meu irmão, amigos, meus pais, e artistas que admiro. Revinda é uma encruzilhada de histórias e afetos”, diz Rebeca. Além de emocionar, Revinda propõe uma reflexão sobre as violências vividas nas periferias brasileiras e o papel das manifestações culturais como espaços de resistência. Com acessibilidade em Libras, todas as apresentações são gratuitas e acessíveis, reafirmando o compromisso com o direito à arte e à memória. Serviço🎭 Revinda – Espetáculo de dança, poesia e resistência📅 Estreia: 26 de abril, às 17h30 – Ibura (Praça da UR 06)📍 Circulação: Morro da Conceição (3/5), Água Fria (10/5), Alto Santa Terezinha (17/5), Bomba do Hemetério (24/5) e Beberibe (31/5)⏰ Sempre às 17h30 | Classificação: Livre | Acessibilidade em Libras📲 Mais informações: @rebecagondim__

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Racionais Mc's: "o grande trunfo do Racionais é ser autêntico"

Por Yuri Euzébio A principal banda de rap do País, os Racionais Mc’s, traz ao Recife a turnê de celebração dos 30 anos do grupo. Grande expoente da cena de rap nacional, os músicos têm sua história atrelada ao surgimento de toda uma cena do estilo e das temáticas de denúncia social e da realidade da periferia brasileira. Desde a sua criação em 1988, os Racionais abraçam o compromisso de retratar e denunciar nas músicas as mazelas sociais que afligem o País. Aproveitando o show, a coluna traz uma entrevista com os músicos, em que fica claro a importância de Mano Brown, Edi Rock, Ice Blue e Dj DL Jay pra história do rap. Eu, se fosse tu, não perdia de jeito nenhum! Trinta anos depois, qual o balanço que vocês fazem da carreira dos Racionais? Qual o maior legado dos Racionais Mc’s pro rap nacional? EDI ROCK Realmente fazer 30 anos de banda não é todo dia e ainda tem uma relevância, uma importância na data, é que a gente estar na ativa e junto, né? Depois de 30 anos a gente tá junto trabalhando e fazendo projetos para o futuro. Então, pode-se dizer que estamos fazendo várias comemorações: 30 anos da banda, 30 anos de estrada, 30 anos de amizade, 30 anos de família, 30 anos de irmandade, levando toda essa história para o palco em forma de presente para os fãs, no final isso é o mais importante (com o maior cuidado e carinho pra aqueles que sempre curtiram, cresceram ouvindo e curtem ainda). Estamos comemorando junto com os fãs. Nesses 30 anos houve mudanças no discurso e nas letras da banda? EDI ROCK Não houve mudanças, mas uma evolução natural, alguns trechos machistas não são mais mencionados. Quais serão as comemorações? Há planos para um novo álbum? EDI ROCK A turnê é uma forma de comemoração, estamos celebrando junto ao nosso público. Fazer esses shows com banda é um presente nosso. Um novo álbum é algo distante ainda. Como vocês veem o seu sucesso, com shows lotados, mesmo com o discurso da banda de não fazer concessões ao sistema e a grande mídia? Apesar disso, vocês conquistaram um público entre a classe média. KL JAY Pra mim o nosso público é como se fosse uma torcida de um time, se você ver a torcida de um time vai ter preto e branco, favelado, pobre, classe média, rico. Nosso público é assim. A nossa música não tem fronteiras, ela atingiu todo mundo. As nossas ideias foram muito avançadas. Então, quem tiver o ouvido sensível vai captar a ideia. E mais: o grande trunfo do Racionais não é nunca ficar em cima do muro, é sim, ser autêntico.   Qual é a expectativa pra esse show aqui em Pernambuco? KL JAY Racionais sempre foi bem-vindo em Recife, sempre teve casa lotada, sempre uma puta energia, sempre alto astral. O pessoal sempre curte nossas músicas, nosso trabalho, já fizemos vários shows no Recife e eu espero que dessa vez não seja diferente, pois estamos comemorando 30 anos, né? Tem esse lance do Racionais ao vivo com banda e tal, tipo a maioria das pessoas nunca viu isso, tá imperdível!. Sobre a cena e música pernambucana, tem muita coisa boa. Gosto do Lenine, Michael Sullivan, o saudoso Chico Science e muito mais.    

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Interessados têm até este domingo (29) para se inscrever no Hackathon Conexões Periféricas

Nos próximos dias 02 e 03 de outubro será realizado o Hackathon Conexões Periféricas. Nos dois dias, o evento acontecerá das 10h às 19h, no Porto Digital (Apolo 235), compondo a grade de programação da terceira edição do Rec N’Play. A organização é da Secretaria Executiva de Juventude da Prefeitura do Recife em parceria com a empresa ThoughtWorks Recife. Para quem quiser participar as inscrições irão até o domingo, dia 29 de setembro, por meio do link: https://forms.gle/1BTbpp8LZg4HbxEg8. O resultado da validação das inscrições será divulgado no dia 30 de setembro, segunda-feira. A proposta é contribuir no processo de desenvolvimento de soluções tecnológicas para o cotidiano das juventudes do Recife, bem como ampliar a perspectiva delas sobre as oportunidades de formação, qualificação e inserção na área da tecnologia. O Hackathon é gratuito, aberto a todas as pessoas que tenham interesse na área tecnologia, mas que também se empenhem no desenvolvimento de soluções inovadoras de cunho social e público. Serão premiadas as soluções mais inovadoras, funcionais, com melhor design, usabilidade, colaboração, aprendizagem e troca de experiências entre o time e as que melhor utilizarem os recursos tecnológicos disponíveis. A premiação será de R$ 5.000,00.

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Terça Negra celebra cultura do hip hop com Jornada de MC’s

A final da jornada de MC’s retorna ao Pátio de São Pedro na programação da Terça Negra. Coração da cidade, espaço de referência das culturas negras, populares e tradicionais organizadas. Acontece nesta terça-feira (24.09), a partir das 19h. Participam das disputas pelos (1º, 2º e 3º lugares), 32 Mc’s do Recife e de mais 10 cidades do estado. O trajeto dos MC’s teve início no Festival de Garanhuns desse ano. É uma iniciativa do DJ BIG, que promove a difusão da cultura hip hop com ênfase na valorização da categoria dos MC’s, um segmento formado por jovens da periferia que tem uma produção poética baseada no seu cotidiano, enfatizando em sua fala a realidade. Durante o evento sobem também ao palco convidados especiais da cena hip hop Pernambucana, Preta Nick, Grito da Favela, Hoope D’Sant, Tiger, Maggo MC e Chypher de Break com o Okado do Canal. A jornada celebra também a resistência, a diversidade, a negritude e a criatividade da juventude. O lugar reúne pessoas, ideais do movimento hip-hop como uma família. Fortalece o senso de coletividade e celebra através da rima, música, dança e grafite as diferenças, a luta contra o racismo, violência contra a mulher, LGBTQI+Fobia e quaisquer tipo de discriminação. Serviço Data: Terça-feira 24 de setembro Horário: 19h Local: Pátio de São Pedro - Bairro de Santo Antônio, centro do Recife Entrada: Gratuito

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II Mostra Periférica abre inscrições para curtas-metragens

A Periférica - II Mostra de Cinema de Camaragibe abre inscrições para filmes de curta-metragem que desejem participar do evento a ser realizado de 26 de agosto a 01 de setembro de 2019, na cidade de Camaragibe, Região Metropolitana do Recife, em Pernambuco. Estão habilitados a participar filmes nas categorias de ficção, animação, documentário ou experimental com duração de no máximo 25 minutos. Os interessados devem efetuar a inscrição gratuitamente até 10 de julho de 2019. O regulamento e o formulário de inscrição estão disponíveis na página: http://bit.ly/MostraPeriférica2019. Os filmes inscritos serão avaliados por uma comissão curadora e o resultado deverá ser divulgado até o dia 05 de agosto de 2019 através das redes sociais do evento. A Mostra Periférica é realizada pela produtora Ambar e Pós -Traumático Coletivo, com incentivo do Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura (Funcultura), mantido pela Secretaria de Cultura, Fundarpe, Governo de Pernambuco. A programação da Periférica - II Mostra de Cinema de Camaragibe será composta pelas seguintes mostras não-competitivas: Mostra Camará, para curtas metragens produzidos em Pernambuco; Mostra Aquarela, para curtas metragens produzidos em outros estados brasileiros; Mostra Josenita Duda, para curtas metragens realizados por mulheres; e Mostra Origens, para curtas metragens feitos por realizadores e realizadoras de origem indígena e/ou afro-brasileira. Além da exibição de curtas-metragens, a mostra realizará oficinas e sessões especiais com exibição de longas-metragem. Sobre a Mostra A Periférica - II Mostra de Cinema de Camaragibe tem o objetivo de propagar filmes de diversos formatos para moradores e visitantes da cidade de Camaragibe (PE). O intuito é tornar a sétima arte mais acessível na cidade, contribuindo para a fruição artística, a formação do senso crítico e a construção de ações de transformação política e de cidadania aos que vivem e visitam Camaragibe. SERVIÇO Inscrições de curtas-metragens na Periférica - II Mostra de Cinema de Camaragibe De 10 de junho até 10 de julho Acesse o regumento no link http://bit.ly/Regulamento_Mostra_Periferica Preencha o formulário disponível no link http://bit.ly/Formulario_curtas Informações: periferica.contato@gmail.com

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Iniciativas diminuem as desigualdades e fortalecem a democracia a partir das periferias brasileiras

Pesquisa "Emergência Política Periferias" mapeou 100 iniciativas que reduzem a distância entre o cidadão e o governo e apresentam soluções inovadoras a partir das periferias para os problemas socioeconômicos do País. A 30 quilômetros do Plano Piloto, região "nobre" de Brasília em que vivem à margem do poder quase meio milhão de pessoas, é editado o Ceilândia em Foco – jornal comunitário com tiragem de 10 mil exemplares mês. Democratizar o acesso à comunicação nas periferias, mostrar a Ceilândia através de notícias mais humanas e construtivas e evidenciar a cidade viva e pulsante com seus projetos sociais, culturais e empreendedores locais são as diretrizes do jornal produzido por moradores e colaboradores da comunidade. O periódico é uma entre as 100 iniciativas que integra a pesquisa "Emergência Política Periferias", levantamento do Instituto Update, com patrocínio da Fundação Ford e Fundação Tide Setubal, que mapeou inovações políticas nas periferias de 5 regiões metropolitanas do país: Belo Horizonte, Brasília, Recife, Rio de Janeiro e São Paulo. A pesquisa foi produzida entre fevereiro e agosto deste ano e será lançada na próxima terça-feira, 28 de agosto, durante evento na Galeria Olido, no Centro de São Paulo, às 9h30. "Começamos as entrevistas nos territórios no dia 13 de março, véspera do assassinato de Marielle, fato que, por se tratar de uma liderança representativa do público entrevistado, permeou toda a pesquisa", comenta Beatriz Pedreira, cofundadora e diretora do núcleo de Inteligência do Instituto Update. No decorrer do estudo, temas críticos para a implementação de políticas públicas de redução das desigualdades e para o desenvolvimento sustentável das periferias urbanas foram abordados. São exemplos a representatividade política, redução das violências, uso de tecnologias, Constituição Federal, democracia, racismo estrutural, machismo na sociedade, acesso a direitos, disputa de narrativas, fake news, entre outros. Uma perspectiva marcante da pesquisa é a percepção não apenas da necessidade de transformação política do Estado, mas a relevância de fazê-lo conjuntamente com a população das periferias, uma vez que os governos, de forma geral, desconhecem ou desvalorizam a profundidade dos problemas vividos nestes territórios. Realizado por pesquisadores que atuam nas próprias regiões mapeadas, a iniciativa se divide entre as pautas de Participação Política, Redes de Colaboração, Movimentos Sociais e Culturais, Meio Ambiente, Empreendedorismo Social e Mídia Independente e Alternativa. São realizadas por ONGs, coletivos informais, indivíduos ou estão ligadas à política institucional. E emergem a partir de cinco principais gatilhos: a dor, o mentor, coletivos de cultura, ONGS e políticas sociais. "Ao optar por uma equipe que tem sua origem nos territórios periféricos e produz comunicação e conhecimento a partir deles, a pesquisa enfatiza o direito que cada um tem de contar e revelar a sua própria história", observa Fernanda Nobre, coordenadora de Comunicação da Fundação Tide Setubal. Segundo Nobre, a escuta permanente, o diálogo e o fazer com as comunidades são princípios que geram um conjunto de experiências e de conhecimentos determinantes para o exercício da cidadania e estimulam as forças locais para uma atuação mais democrática. "A busca interpretativa é de que os territórios periféricos sejam reconhecidos como ‘cidade’ carregada de memórias, inventividade e potencialidade, distanciando-a meramente de uma perspectiva de fragilidade". Jessica Cerqueira, pesquisadora do Instituto Update, explica que a partir da gestão das urgências, do direito à existência, memória, ancestralidade, cultura, economia, bem viver e participação, fazedoras e fazedores revelam a emergência de práticas que transformam os territórios periféricos em laboratórios de soluções para os problemas do país. "Eles buscam, em essência, a garantia de direitos já previstos na Constituição brasileira. E são espaços de criação, experimentação e modelos de ações e iniciativas para reduzir as desigualdades presentes no dia a dia. Uma política feita a partir dos problemas reais e por vozes que foram sistematicamente silenciadas pelo Estado. Se as instituições olhassem para as soluções propostas por essas iniciativas, as políticas públicas teriam muito mais impacto e seriam mais efetivas", avalia. Os Laboratórios de Direitos foram classificados em: Direito à Existência: defender os direitos humanos básicos para garantir a vida. Exemplos: Fala Roça (Rio de Janeiro),  Assessoria Popular Maria Felipa (Belo Horizonte), Santuário dos Pajés (Brasília) e Quilombo Manzo (Recife). Direito à Memória, Educação e Cultura: defender os direitos conquistados  para garantir a dignidade e identidade. Exemplos: Casa Frida (Brasília) e Beth de Oxum (Recife). Direito à Economia e Bem Viver: defender o acesso ao capital e recursos naturais para garantir a qualidade de vida. Exemplos: Vela (Rio de Janeiro) Saladorama (Recife), Reciclação (Rio de Janeiro) e Desenrola e Não me Enrola (São Paulo). Direito à Participação Social: defender e criar espaços para influenciar políticas públicas, garantir voz nos espaços de decisão e incidência. Exemplos: DUCA (Brasília), Cursinho Popular Transformação (São Paulo), Centro de Comunicação e Juventude (Recife), Iniciativa Negra por Uma Nova Política sobre Drogas (São Paulo) e Jovem de Expressão (Brasília). Direito à Ocupação do Poder: defender o direito a legislar, ocupar e  pautar a política nacional para garantir a continuidade e institucionalidade. Exemplos: Nós, Mulheres da Periferia (São Paulo), Marcelo Rocha (SP), Pretas em Movimento (Belo Horizonte) e Frente Autônoma LGBTQ (Belo Horizonte). "Os laboratórios são processos contínuos e simultâneos. Quem ocupa os espaços de poder, por exemplo, passa a garantir o direito à existência, como Marielle Franco, que ao se tornar vereadora atuava para que todos os outros direitos fossem garantidos pelo Estado", explica Well Amorim, também pesquisador do Instituto Update. Confira o relatório e a lista completa das iniciativas mapeadas em: www.emergenciapolitica.org

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