Arquivos Pernambuco - Página 15 De 108 - Revista Algomais - A Revista De Pernambuco

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"1821" revela o movimento que derrotou último governador português em Pernambuco

*Por Rafael Dantas, repórter da Algomais Entre as diversas histórias pouco conhecidas de Pernambuco, o Movimento de 1821 é um dos nobres acontecimentos quase esquecidos. Menos lembrado que as revoluções de 1817 e 1824, que integram o mesmo contexto político de enfrentamentos das forças locais e portuguesas, ele guarda fatos curiosos e relevantes que costuram esse episódio que integra um dos períodos mais dinâmicos da política pernambucana. Dentre os livros lançados pela CEPE na Coleção Pernambuco na Independência, uma das obras inéditas se volta justamente para revelar os acontecimentos que romperam em Goiana e chegaram ao Recife para derrubar o último general português que comandou o Estado. 1821 - A "revolução" liberal em Goiana e a queda do general Luís do Rego , escrita pelo historiador Josemir Camilo de Melo presenteia os amantes da história com as narrativas que se confrontam nesse movimento. Apesar da distância de tempo, já superando 200 anos, e do pouco conhecimento popular sobre esse episódio, que culminou na Convenção de Beberibe, a Revolução de 1821 tem o privilégio de ter um conjunto de documentos históricos que apresentam esse conflito por pontos de vista opostos. Entre os destaques estão de um lado, um livro deixado pelo revolucionário Felipe Mena Calado da Fonseca com suas memórias, já escrito em sua terceira idade, além do jornal Segarrega, do mesmo autor. Do outro, o próprio Luís do Rego Barreto escreve a sua Memória Justificativa, ainda em 1822 sobre sua conduta em Pernambuco, com um destaque para esse enfrentamento final que levou a sua queda. O contexto que levou a deposição do general, o passo a passo do movimento que tomou inicialmente Goiana e avançou sobre o Recife e os detalhes da Convenção de Beberibe, que elevou Gervásio Pires à condição de governador de Pernambuco. Foram vários os enfrentamentos militares entre as forças revolucionárias e portuguesas durante a revolução. A tensão das negociações do governante para evitar o conflito e o grau de articulação dos revolucionários para desmontar as ações do governante português são algumas das preciosidades deixadas pelos documentos históricos e revelados no livro. Didaticamente, o autor demarca esse movimento em três períodos: de outubro de 1820 a agosto de 1821, quando chegam ao Brasil as primeiras notícias da Revolta do Porto; o segundo de agosto de 1821 até a assinatura da Convenção de Beberibe e eleição de Gervásio Pires, período em que aconteceram os embates mais duros entre o governante português e os revolucionários; e finalmente entre outubro de 1821 e novembro de 1822, quando chegam ao Estado as notícias da Independência do Brasil. Além de apresentar a trajetória de Mena Calado e a ascenção de Gervásio Pires, o livro destaca ainda um personagem de maneira mais especial: o goianense liberal Francisco de Paula Gomes dos Santos. O historiador o descreve como um "Patriota sem ambições, modesto e nobre". Josemir Camilo o apresenta como uma liderança que "depois de prestar serviços à independência do Brasil, e à união do império, desapareceu da cena política e morreu em sossegado retiro". O herói goianense foi sepultado em 1845 na Matriz de Santo Antônio, no Recife. Autoritarismo do general Luís do Rego, interesses pernambucanos, imperiais e portugueses, ressentimentos das prisões de 1817, da qual Mena Calado e Gervásio Pires foram alguns dos presos, e a circulação de ideias liberais são alguns dos elementos que fomentam o contexto da revolução, que aconteceu um ano antes da Independência do Brasil. Uma leitura que merece a atenção dos pernambucanos e dos brasileiros, dada a relevância dos acontecimentos no Estado naqueles anos para o cenário nacional. O livro pode ser adquirido nas lojas da Cepe e também no site da editora. 1821: A “REVOLUÇÃO” LIBERAL EM GOIANA E A QUEDA DO GENERAL LUÍS DO REGO. Sinopse: Resultado de pesquisa inédita, o relato de Josemir Camilo situa a atuação dos liberais de Goiana no movimento libertário que levou à formação da República instituída pelos pernambucanos em 1817, e como enfrentaram a violenta repressão que se seguiu. Sobre o autor: Josemir Camilo de Melo é historiador pela Universidade Católica de Pernambuco e possui mestrado e doutorado pela Universidade Federal de Pernambuco. É estudioso de História Regional do Brasil, atuando principalmente com história econômica (ferrovias, secas, escravidão), estudos afro-brasileiros, memória, patrimônio e cultura. É autor de "Mobilidade Social no Nordeste (1850-1900)" e "Uma Família de Engenheiros Ingleses no Brasil: De Mornay Brothers". *Rafael Dantas é jornalista, especialista em gestão pública, mestre em Extensão e Desenvolvimento Local. Na Algomais assina as colunas Pernambuco Antigamente e Gente & Negócios (rafael@algomais.com | rafaeldantas.jornalista@gmail.com)

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felipe almeida bita

"Espero que a gente consiga conquistar mais famílias estrangeiras e ver o Bita levando alegria pelo mundo afora"

Felipe Almeida, Sócio da Mr. Plot, fala dos percalços enfrentados até conquistar o retorno dos investimentos com o Mundo Bita, hoje sucesso em várias mídias. Também comenta a participação de artistas da MPB nos clipes do personagem bigodudo e os planos para chegar ao mercado internacional. Um simpático bigodudo conquistou os corações de crianças e suas famílias e até dos grandes medalhões da música popular brasileira. Bita surgiu como um personagem de aplicativos de jogos para tablets voltados para a garotada da primeira infância. Não demorou muito para ele, em companhias dos demais personagens do Mundo Bita, atuar em clipes, DVD, séries de TV e curta-metragem. Já há alguns anos, eles saíram das telas e encantam plateias em shows por todo o País. Mas esse sucesso é fruto de muita persistência e criatividade dos sócios da empresa Mr. Plot, criadora da figura sorridente de bigodes alaranjados. Nesta entrevista a Cláudia Santos, ele conta como o disco O Grande Circo Místico, de Edu Lobo e Chico Buarque, inspirou a criação do Mundo Bita, fala da sua adaptação para as diversas plataformas, a participação de artistas como Caetano Veloso, Milton Nascimento e Alceu Valença em animações musicais e os planos de internacionalizar o negócio e levar o Bita a encantar o público de vários países. Como surgiu a ideia do Mundo Bita? Tínhamos uma empresa de TI, fundada em 2008, a Quarta Dimensão, e, mais ou menos em 2010, vimos a chegada dos tablets como uma tecnologia promissora. Como os sócios eram pais recentes, percebemos que o conteúdo para crianças nesses dispositivos no mercado do Brasil era de baixíssima qualidade. Tivemos a ideia de criar uma unidade de negócio um pouco pretensiosa, a Mr. Plot, que nasceu com o objetivo de criar conteúdo para tablets voltado para famílias com crianças na primeira infância. Começamos sem nenhum conhecimento sobre essa tecnologia e ou sobre o mercado. Não havia muitos dados ou referências, estávamos naquela onda de startup, tentando criar algo que pudesse ser escalável e global. Na primeira reunião fomos apresentados ao Bita porque um dos sócios, Chaps, tinha desenhado esse personagem para ilustrar o quarto da filha recém-nascida. Além do Bita, havia um grupo de personagens, baseado na temática circense, já que ele e sua mulher escutavam muito o disco O Grande Circo Místico. Nós simpatizamos com o “bigodudo” e enveredamos a criar conteúdo em cima desse protagonista. O primeiro aplicativo se chamou O Circo Mágico do Bita, lançado em 2011 na Apple Store. Qual era o conteúdo? A estratégia inicial era fazer dois aplicativos, um gratuito para o público conhecer e, outro, pago. O primeiro foi um sucesso, ficou no Top 3 da categoria infantil, mesmo sem nenhuma publicidade. Mas o pago tinha pouquíssimos downloads porque, na época, para comprá-lo era preciso um cartão de crédito internacional. Também sentimos na pele que o brasileiro não tinha a cultura de pagar por software, mesmo que fosse 99 centavos de dólar, quando havia tantos de graça. Depois lançamos o aplicativo ABC do Bita, mais voltado para linha educacional. Usamos a mesma estratégia: lançamos o aplicativo gratuito e só com as letras A; B; C; D; E. Para ter acesso ao aplicativo completo, era preciso pagar. Ele era divertido, bem aceito, mas essa segunda tentativa também não nos trouxe resultados. Mas percebemos que a gente estava conseguindo construir uma propriedade intelectual, mesmo sem saber o que era exatamente isso. Aí, começaram a acontecer coisas positivas: fomos incubados no Porto Mídia, incubadora para projetos de economia criativa do Porto Digital, saímos na lista dos 100 melhores aplicativos brasileiros da revista Época, e nem tínhamos assessoria de imprensa. Fomos citados na CBN, a revista Crescer, ninchada no mercado infantil, fez referência à qualidade do conteúdo do aplicativo. Com isso, vimos um pico no gráfico de downloads, o que nos mostrava que o negócio tinha um potencial. Como surgiram as canções? Ao percebermos que apesar disso tudo, não estávamos conseguindo o engajamento. Então, miramos no YouTube, que começava a ganhar força. Foi quando Chaps sugeriu: “vamos fazer umas músicas?”. A ideia era usar os personagens do Bita para fazer animações que, de certa forma, é uma extensão do que a gente já fazia, o aplicativo de jogo é considerado um conteúdo audiovisual. Ele apareceu com Fazendinha, Fundo do Mar e Como é Verde na Floresta. Foi uma grande surpresa descobrir que esse sócio era um grande talento como compositor. Ele já teve banda de garagem, como um hobby, não como forma de negócio. As músicas foram para o YouTube e fizeram sucesso? Não. O número de views não era expressivo mas não era tão baixo. Foi aí que entendemos que podíamos apresentar o conteúdo em DVD. Nosso diferencial sempre foi fazer conteúdo original, inédito, o que é difícil, porque o mercado usava conteúdos de domínio público. A indústria fonográfica ainda era forte em 2012. Também visamos a televisão. Nessa época uma lei foi sancionada e obrigava a TV fechada a veicular uma cota mínima de conteúdos nacionais. Conseguimos fechar um contrato com a Discovery Kids e com a Sony Music. Percebemos que o negócio do Mr. Plot era diferente porque nosso primeiro contrato foi em inglês e recebemos em dólar, uma coisa que a outra empresa desde 2008 não tinha alcançado. Foi aí que a Mr. Plot foi fundada oficialmente como empresa do audiovisual. O sucesso se deu por meio da televisão e do DVD que gravamos com a Sony Music. Vocês estão no mercado internacional? Em 2018 começou o processo de internacionalização. Fomos induzidos a focar mais no mercado da América Latina, inicialmente, por ser uma região mais próxima e para ter uma melhor aceitação. Começamos traduzindo o conteúdo para o espanhol e fazendo o lançamento no YouTube. Mas, ainda não conseguimos tracionar como o esperado. A pandemia atrapalhou. Começamos no ano passado um trabalho de investimento de mídia um pouco maior, estamos com uma empresa argentina fazendo a divulgação desse conteúdo. Sabemos que tem muito potencial, o mercado latino é tão grande quanto o

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convento franciscano

A história do primeiro frade negro

*Por Leonardo Dantas Silva Nasceu em 1609, de origem humilde, era conhecido pelo apelido de Pretinho. Com a invasão holandesa, em janeiro de 1630, logo apresentou-se ao comandante Henrique Dias (falecido em 1662), passando a integrar os exércitos nativos que, durante cinco anos fizeram parte as resistência luso-brasileira do Arraial do Bom Jesus. Durante 24 anos serviu à sua Pátria, pelejando ao lado dos guerreiros comandados pelo Governador dos Crioulos, Negros e Mulatos do Brasil, e, após a rendição de 26 de janeiro de 1654, resolveu ingressar na Ordem Franciscana dos Frades Menores no Convento de Nossa Senhora das Neves de Olinda. Não consta a data do seu ingresso no Convento Franciscano de Olinda, mas, segundo Frei Antônio de Santa Maria Jaboatão (1695- 1769) era a ele atribuída uma vida religiosa, cuidando dos serviços interiores da casa, “de muita abstinência e sumamente caritativo”. Por mais que se dedicasse aos deveres da ordem, o frei Francisco de Santo Antônio, não conseguia sua promoção ao sacerdócio por conta de sua cor, sendo debalde todos os seus pleitos junto os seus superiores. O acidente da cor, como se atribuía na época, era causa impeditiva da conquista do sacramento da ordem sacerdotal. Vendo que todos os seus esforços seriam inúteis em Pernambuco, embarcou para Portugal com o objetivo de levar o seu desejo ao conhecimento do monarca D. Pedro II (1648-1706). Depois de suportar muitas grosserias das figuras da Corte, o Frei Pretinho, como era conhecido, consegue ser recebido pelo rei e, entre lágrimas de júbilo e agradecimento, recebe a ordem real determinando o seu ingresso no Noviciado do Convento Franciscano de Olinda, em 2 de agosto de 1689, quando contava com a idade de 80 anos. Seis anos depois, em data de 1º de agosto de 1695, celebra ele a sua primeira missa, no próprio Convento Franciscano de Olinda, mas vem falecer completando seu dilatado curso de vida gozando da fama de virtuoso e de santidade. Falecera Frei Francisco de Santo Antônio, com a idade de 86 anos, tornando-se, além de herói do Terço dos Henriques, o primeiro afrodescendente admitido como irmão professo no Brasil. Comenta Francisco Augusto Pereira da Costa: “Ele suportou heroicamente toda a oposição que lhe moveram, todos os embaraços que se lhes apresentaram, mas viu coroados os seus intentos, e viu triunfar a causa da igualdade e da fraternidade, e despeito dos prejuízos da época, dessa desigualdade que se procurou manter nas ordens religiosas”

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Visit PE

Porto de Galinhas realiza a 4ª edição do Visit Pernambuco - Travel Show

Porto de Galinhas recebe hoje (7) e amanhã (8) a 4ª edição do Visit Pernambuco - América Latina. O evento atua no fomento de negócios e divulgação dos atrativos do Estado. O Convention Center do Armação Resort e a sede do encontro que foi idealizado pela Associação dos Hotéis de Porto de Galinhas (AHPG) e o Porto de Galinhas Convention & Visitors Bureau (PGACVB). Além de uma série de palestras técnicas, com representantes de grandes players locais e nacionais, há uma expectativa dos organizadores de que sejam fechados R$ 75 milhões em negócios nesses dois dias. Ao total serão 50 entidades e empresas participantes dos espaços de exposição e na rodada de negócios. “Depois de curto espaço de tempo sem acontecer por conta da pandemia da Covid-19, o Visit Pernambuco volta em 2022 para uma edição especial com o foco no mercado internacional da América Latina. Acreditamos que com a retomada dos voos diretos de Montevidéu e de Buenos Aires, o turista latino retorne com mais frequência para Porto de Galinhas. Contaremos mais uma vez com o Summit que trará palestras e mesas redondas com temáticas importantes para essa retomada do turismo.”, comenta o presidente do Porto de Galinhas Convention, Otaviano Maroja.  Palestras do setor de turismo estão presente na programação Visit Porto de Galinhas O Summit Visit Pernambuco é voltado para profissionais da área que tem o intuito de reciclar seus conhecimentos. Entre os principais temas abordados estão gestão, vendas, marketing e o futuro do mercado. Hoje (7), as palestras terão início às 14h30 e no dia 08/12 a partir das 9h, com capacidade para cerca de 500 pessoas (cada). Os ingressos já podem ser adquiridos pelo site do Sympla, e também toda a programação do evento pelo link: SUMMIT VISIT PERNAMBUCO em Ipojuca - 2022 - Sympla e custam R$ 50.

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Mesa mira expansão internacional

A startup pernambucana Mesa, que atua no desenvolvimento de produtos digitais, completou nove anos e mira agora na expansão internacional. O ponto de partida será Portugal, onde a companhia, junto com o Porto Digital, participa, agora em outubro, de uma missão para conhecer um espaço que vai servir de base para empresas que querem iniciar operação no país. “Manteremos nossos esforços de crescimento no Brasil, mas internacionalizar a marca já é algo que estamos planejando há algum tempo. Estou indo para Portugal em busca de insights, ver de perto como as empresas de lá estão atuando e buscar novas parcerias”, afirma Artur Sá, sócio e Chief Marketing Officer (CMO) da Mesa. No radar da empresa estão ainda Estados Unidos e Canadá. Nestes países, o foco da empresa é, também, gerar novos contatos e parcerias que resultem em uma expansão da atuação comercial. Entre os grandes projetos assinados pela empresa estão a plataforma TFSports para a Track & Field, maior grife de materiais esportivos do Brasil e o Premmia, programa de fidelidade da rede de postos Petrobras. A empresa é responsável pelo aperfeiçoamento constante do aplicativo, visando sempre a evolução de design e tecnologias.

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Estacao Recife postal

7 fotos para celebrar os 50 anos do Museu do Trem do Recife

*Por André Cardoso Inaugurado em 25 de outubro de 1972, o Museu do Trem do Recife é um dos mais tradicionais da capital pernambucana e está completando 50 anos em 2022. Sendo um dos primeiros museus ferroviários criados no Brasil, foi criado por iniciativa do Emerson Jatobá, Chefe da 3ª Divisão Nordeste da RFFSA, com o apoio do sociólogo Gilberto Freyre, através do Instituto Joaquim Nabuco de Pesquisas Sociais, atual Fundaj. Consolidou-se como um dos principais centros de preservação da memória ferroviária do país. Reunindo um importante acervo da antiga rede de ferrovias nordestina, o espaço conta a história de nossas estradas de ferro e seus impactos sociais e espaciais no desenvolvimento de Pernambuco. O museu promove ações diversas voltadas à difusão e à valorização do patrimônio ferroviário, se constitui como um espaço de aprendizado e de outras experiências enriquecedoras. Desde sua inauguração, está sediado na Estação Central do Recife, cartão-postal recifense e que teve sua construção finalizada em 1888 pela Estrada de Ferro Central de Pernambuco. No início do século XX, sob a gestão da companhia inglesa Great Western of Brazil Railway, passou a ser o principal terminal ferroviário da cidade para os trens de passageiros. Durante quase 100 anos, foi uma das principais estações ferroviárias do Nordeste. Em suas plataformas partiam e chegavam trens de passageiros de cidades da Zona da Mata, Agreste e Sertão do estado, bem como de outros estados nordestinos como Alagoas, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará, bem como do antigo sistema de trens urbanos do Recife que antecedeu ao Metrô. A partir de 1972, a Estação Central tornou-se sede do Museu do Trem, ao mesmo tempo que continuava operacional sob a gestão da Rede Ferroviária Federal S/A. Em 1983 a estação foi desativada para a construção do Metrô do Recife, sendo mantido o Museu. Em 2014, o Museu do Trem foi totalmente reestruturado, passando a ocupar todo o prédio. Em reforma desde maio desse ano, a Estação Central será reaberta ao público no próximo ano, trazendo de volta todo o conteúdo e as atividades presenciais do Museu do Trem, que nesse momento tem dado sequência à sua programação com atividades virtuais e com a exposição itinerante “Pare, Olhe, Escute: Os Caminhos do Patrimônio Ferroviário de Pernambuco”. *André Cardoso é historiador, mestre em História Social da Cultura Regional pela UFRPE e coordenador de Ação Educativa do Museu do Trem do Recife

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BARBARA DE ALENCAR Retrato imaginario feito pelo pintor Ernane Pereira.3

Bárbara de Alencar, a protomártir da Independência

Bárbara Pereira de Alencar, pernambucana, nascida no Exu, na Fazenda Caiçara, em 11 de fevereiro de 1760, e falecida em Fronteiras (PI) no dia18 de agosto de 1832, foi a primeira prisioneira política da história do Brasil e, por sua participação ativa na República Pernambucana de 1817, tornou-se protomártir da Independência do Brasil. Casando-se aos 22 anos, transferiu-se para o Crato, no sul do Ceará. Foi mãe de cinco filhos; dois deles, José Martiniano de Alencar e Carlos José dos Santos, foram estudar no Seminário de Olinda; onde vieram se inteirar das ideias do liberalismo europeu do Século 17, fundamentos do ideário da República de Pernambuco de 1817. Comerciante no Ceará, Dona Bárbara teve papel ativo na divulgação da ideologia liberal que deu causa ao movimento revolucionário, como se depreende da carta do sábio naturalista Manuel Arruda da Câmara (1752-1810), endereçada ao padre João Ribeiro Pessoa de Melo Montenegro, datada de 2 de outubro de 1810, na qual o sábio naturalista a trata por “heroína”: “viúva dos Sertões de Pernambuco, mas domiciliada na Vila do Crato do Ceará”. Com a Proclamação da República de Pernambuco de 1817, dona Bárbara Pereira de Alencar, proclamou a República do Crato, que teve a duração de oito dias. Na repressão à República do Crato, pelas forças imperiais, a família teve confiscados todos os seus bens, documentos e papéis, sendo sua matriarca presa e recolhida, em um poço no Quartel de 1ª Linha, entre a Fortaleza de Nossa Senhora de Assunção e a Cadeia do Crime (depois Cadeia Pública). De lá, saiu para as prisões do Recife e posteriormente da Bahia. Foi a única mulher recolhida à Cadeia da Bahia, quando da Devassa dos Revolucionários de 1817, tendo sido pronunciada em 13 de setembro de 1818, intimada em 30 de setembro de 1819, incluída no Perdão das Cortes de Lisboa em 6 de fevereiro de 1818 e liberada em 30 de setembro de 1819. Assim, Dona Bárbara Pereira de Alencar tornou-se a primeira mulher, prisioneira política do Brasil. Quando da sua prisão em um poço, na Fortaleza de Assunção, onde mal podia permanecer em pé, “conta-se que gritava desesperadamente, dias e dias a fio”, ainda hoje o local é assinalado com a inscrição: “Aqui gemeu Bárbara Pereira de Alencar sob a tirania do Governador Sampaio”. Ao ser enviada para a prisão da Bahia, foi vestida com um camisolão, vestimenta igual à da sua escrava que a acompanhava, mas ao subir no navio uma negra na multidão, que olhava o embarque dos prisioneiros, jogou um chalé para que se cobrisse. Seu filho, o padre José Martiniano de Alencar ganhou notoriedade política, sendo eleito deputado pelo Brasil junto às Cortes de Lisboa (1820); seu outro filho, Tristão Gonçalves Araripe, que veio a ser nomeado Presidente do Ceará, veio a ser morto em combate com as forças imperiais em 30 de outubro de 1825. Dona Bárbara Pereira de Alencar, morreu depois de várias peregrinações em fuga da perseguição política em 1832 na cidade piauiense de Fronteiras, mas foi sepultada em Campos Sales, no Ceará. Seu túmulo encontra-se em processo de tombamento. Quando das Comemorações do Bicentenário da Independência do Brasil, o seu nome permaneceu no esquecimento pelo Canal History (que produziu uma série sobre as mulheres e a Independência, mas não citou Bárbara de Alencar) e pela própria Academia Brasileira de Letras, em seus vários pronunciamentos.

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Mamam Foto Andrea Rego Barros 2

MAMAM recebe seminário de formação de educadores sobre o modernismo pernambucano

O evento é voltado para professores de Artes, História e Literatura, bem como pesquisadores, artistas, produtores culturais e educadores não formais. O Museu de Arte Moderna Aloisio Magalhães recebe nos dias 20 e 21 de outubro o Seminário de Sensibilização e Formação de Educadores: “Pernambuco Moderno: artes e histórias deslocadas”. O objetivo do evento, que é gratuito, é estimular a abordagem do modernismo pernambucano dentro da sala de aula. Segundo especialistas, como Paulo Herkenhoff, o movimento aqui no estado surgiu antes mesmo do modernismo paulistano, mas acabou sendo esquecido após a Semana de Arte Moderna de 22, que conferiu aos artistas paulistas uma hegemonia, quando o assunto era a disseminação das ideias modernistas no país. O seminário busca resgatar as singularidades estéticas e políticas do movimento pernambucano e sensibilizar os educadores para que o tema seja inserido no programa curricular dos cursos livres e escolas. O evento, que é voltado para professores de Artes, História e Literatura, bem como pesquisadores, artistas, produtores culturais e educadores não formais, terá intérprete de Libras. Durante a formação, haverá a troca de conhecimento entre os profissionais da educação e pesquisadores de artes visuais de Pernambuco e haverá orientações e sugestões de formas de abordagens multidisciplinares sobre o tema. O seminário é uma realização do Rec Cultura e do Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães (MAMAM), em parceria com a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab) e Universidade Federal do Agreste de Pernambuco (Ufape). Os participantes terão direito a certificado e para se inscrever, basta acessar o link: encurtador.com.br/hkpI5

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