Arquivos Pernambuco - Página 20 De 108 - Revista Algomais - A Revista De Pernambuco

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"A pandemia escancarou a desigualdade educacional em nosso país"

Para falar sobre como qualificar a educação brasileira e pernambucana nos próximos 15 anos, entrevistamos o professor Mozart Neves Ramos. Ele é Titular da Cátedra Sérgio Henrique Ferreira do Instituto de Estudos Avançados da USP – Ribeirão Preto e professor emérito da UFPE. Nesta entrevista, concedida ao jornalista Rafael Dantas, o docente fala sobre o impacto da pandemia no sistema educacional brasileiro, critica as gestões do MEC no Governo Bolsonaro e aponta os pontos estratégicos para que o País avance no setor educacional. Que passos o Sr. considera fundamentais para que a educação brasileira alcance uma qualidade satisfatória no cenário dos próximos 15 anos, de forma a colaborar para o avanço do desenvolvimento do País? O grande desafio da Educação brasileira é o de colocar numa mesma equação quantidade e qualidade. Ao longo das últimas décadas o país fez avanços importantes com relação ao acesso escolar, da creche ao ensino médio. Contudo, no que diz respeito à qualidade, em termos de aprendizagem escolar, o país está literalmente estagnado e num patamar muito baixo, especialmente no ensino médio – última etapa da educação básica e porta de acesso à universidade e ao mundo do trabalho. De cada 100 jovens que terminam o ensino médio, apenas 9 aprenderam o que seria esperado em matemática, em língua portuguesa é um pouco mais, ou seja, 29, mas nada que se possa comemorar. Além disso, o país apresenta uma grande desigualdade educacional, entre redes de ensino e dentro de uma mesma rede escolar. Portanto, entendo que o enfrentamento da baixa aprendizagem escolar e a redução da desigualdade educacional são os dois maiores desafios para alcançar a tão sonhada qualidade. Para isso, o Brasil precisa investir na qualidade do professor, pois, segundo pesquisas internacionais, esse é o fator mais importante, dentre vários, para alavancar a aprendizagem escolar. Investir desde a atração pela carreira do magistério, passando pela formação inicial e continuada, chegando a uma carreira cujo plano valorize o desempenho docente e a busca por aperfeiçoamento profissional ao longo da vida. O Brasil precisa investir mais em educação e melhor. O Brasil, é bem verdade, triplicou os investimentos, nos últimos 15 anos, em educação básica. O esforço precisa continuar se quisermos chegar ao patamar dos países que estão no topo da educação quanto ao per capita-aluno. Mas a gestão, por sua vez, deixa, em geral, muito a desejar, é preciso dar mais ênfase à eficiência, eficácia e efetividade dos gastos públicos em educação. Costumo dizer que o Brasil deveria aprender com o Brasil, e nesse sentido refiro-me ao belo exemplo do estado do Ceará no campo da alfabetização e ao estado de Pernambuco nas escolas de ensino médio em tempo integral. O país já tem caminhos seguros de bons resultados, mas é preciso dar escala nacional. O país não pode deixar de lado investimentos em inteligência artificial para a educação e o uso de plataformas adaptativas que irão ajudar exponencialmente na gestão da tão necessária flexibilização e diversificação da oferta educacional. Que prejuízos a pandemia deixa para o nosso sistema educacional e quais inovações experimentadas nesse período deveríamos ou poderíamos comemorar? A pandemia escancarou a desigualdade educacional em nosso país. Enquanto o setor privado respondeu com certa rapidez ao fechamento das escolas oferecendo ensino remoto, uma boa parte das crianças de escolas públicas ficaram, ao longo de 2020, sem acesso simplesmente por falta de conectividade digital, falta de internet e banda larga. Para essas crianças que ficaram à margem do processo educacional, segundo estudos do professor André Portela da FGV – SP, significa um retrocesso escolar à 2018, é como se o governo atual não tivesse existido para elas. A falta de uma coordenação nacional pelo Ministério da Educação (MEC), em colaboração com estados e municípios, como prevê o artigo 8◦ da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), agravou ainda mais. O país deveria ter iniciado este ano com um plano nacional de conectividade escolar para todas as crianças e professores da educação básica, pois o ensino remoto deverá ainda ser, em 2021, a forma de acesso majoritária às atividades escolares. Por outro lado, costumo dizer que o covid foi um catalisador para as mudanças que estavam em curso na educação, que estavam acontecendo, mas de forma muito lenta. Aqui me refiro ao uso das novas tecnologias no processo ensino e aprendizagem. Daqui para frente elas irão ocupar um lugar de destaque no apoio ao professor, constituindo aquilo que está sendo chamado de ensino híbrido. Isso irá impulsionar o conceito do aluno em tempo integral, que é diferente da escola em tempo integral. Quais os prejuízos causados pela atual administração do MEC e como revertê-los? Em pouco mais de dois anos foram três ministros, cuja preocupação maior foi agradar a ala ideológica do governo. Por exemplo, enquanto milhões (e não milhares) de crianças e jovens estão sem estudar, sem acesso à educação, por conta da pandemia, o governo prioriza no Congresso o homeschooling, uma das bandeiras dessa ala do governo, que, no máximo, atenderá a pouco mais de 7 mil famílias. Como disse anteriormente o governo deveria ter estruturado um plano nacional de conectividade digital, e usar os recursos do Fundo da Universalização dos Sistemas de Telecomunicações (Fust) para isso, pois o valor estimado em caixa é de R$ 23 bilhões de reais. Mas o presidente preferiu vetar o Projeto de Lei que iria assegurar internet e banda larga para estudantes e professores da educação básica. O próprio Fundeb que agora o governo faz propaganda dele, pois é de fato um avanço no financiamento da educação básica, ele próprio tentou barrar aos 45 minutos do segundo tempo, como costumamos falar no futebol. O que manteve vivo o Fundeb e sua aprovação foi a grande articulação e mobilização nacional em prol do projeto que tramitava no Congresso há bastante tempo. Foi, na verdade, uma grande vitória da educação brasileira. Com a chegada do ministro Milton Ribeiro renovei as minhas esperanças em termos do diálogo, especialmente pensando no seu antecessor, que buscou mais enfrentamento do que colaboração.

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Governo de Pernambuco decreta quarentena em todo o Estado

O Governo de Pernambuco determinou – após análise do Gabinete de Enfrentamento à Covid-19 – que a partir da próxima quinta-feira (18.03), até o dia 28 de março, todo o território estadual entrará em quarentena, sendo permitidas, apenas, atividades essenciais. A decisão, comunicada pelo governador Paulo Câmara em pronunciamento, tem o objetivo de conter o novo avanço da doença, que pressiona o sistema de saúde do Estado, registrando atualmente uma taxa de ocupação de UTI acima dos 95%. Durante o período de quarentena, ficarão proibidos de funcionar os serviços de bares e restaurantes; shoppings e galerias comerciais; óticas; salas de cinema e teatros; academias; salão de beleza e similares; comércio varejista de vestuário, calçados, eletroeletrônicos e linha branca, cama, mesa e banho e produtos de armarinho; escolas e universidades (públicas e privadas); clubes sociais , esportivos e agremiações; práticas e competições esportivas; praias, parques e praças; ciclofaixas de lazer, eventos culturais e de lazer, além dos sociais. Igrejas e demais templos religiosos poderão abrir para atividades administrativas e para preparação e realização de celebrações via internet. “Estamos em um novo pico da crise e de ameaça crescente. É preciso reverter essa tendência para proteger cada vida e vencer. Adotamos novas medidas sociais e econômicas buscando reduzir o impacto da pandemia, mesmo diante de uma crise que também atinge o governo", destacou Paulo Câmara, ressaltando que uma decisão nesse sentido não é simples, mas não pode haver omissão de nenhuma das partes envolvidas. “Nenhum governo vai vencer essa doença sozinho. Só é possível superar a pandemia se cada pessoa, família, empresa, cada um de nós for agente de proteção, de cuidado, guerreiros e guerreiras da vida”, reforçou. Permanecerão ativos os seguintes serviços considerados essenciais: supermercados; padarias; farmácias; postos de combustíveis; petshop; clínicas, ambulatórios e similares; bancos e lotéricas; transporte público; indústrias, atacado e termoelétricas; construção civil; material de construção; materiais e equipamentos de informática; lojas de materiais e equipamentos agrícolas, oficinas e assistências técnicas e lojas de veículos. “Vamos fazer desses 11 dias o nosso momento de virada. Será difícil para o Estado inteiro, mas precisa ser o nosso movimento realmente coletivo, em que estaremos juntos e conscientes para vencer o vírus e trazer de volta paz, tranquilidade, esperança e ainda mais trabalho pelo futuro da nossa gente”, completou Paulo Câmara.    

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7 fotos dos lugares da Revolução de 1817 antigamente

A Data Magna de Pernambuco, 6 de março, é uma homenagem à Revolução de 1817. A coluna Pernambuco Antigamente publica hoje uma série de fotos antigas de lugares onde aconteceram fatos importantes do movimento que separou temporariamente o Estado do Brasil. As imagens não são da época, mas do início ou meados do século 20, do acervo da Villa Digital e da Biblioteca do IBGE. A atual Praça da República, local onde está o Palácio do Governo, abrigava em 1817 o Erário Público, que foi tomado pelos revolucionários. Foi nesta praça também onde foram expostos os corpos dos líderes do movimento após a sua queda, como do padre João Ribeiro Pessoa. (Foto do Acervo Josebias Bandeira, Fundaj, datada de 1911) . O Forte das Cinco Pontas é o local onde foram presos 150 homens nos dias da Revolução. De acordo com informações no site do Museu da Cidade do Recife "No ano de 1817, o forte passou a abrigar a sede do quartel General Militar. Na revolução republicana de Pernambuco, 150 homens foram presos no forte e em 1825 ao lado do forte foi arcabuzado por ordem de D. Pedro I, imperador do Brasil, o frade carmelita Frei Joaquim do Amor Divino Caneca, mártir e herói da Confederação do Equador".  (Biblioteca do IBGE) .  O Forte do Brum foi o local onde o então governador de Pernambuco, Caetano Pinto, se refugiou para resistir à Revolução de 1817. Sem condições de resistir, ele deixou o local e foi forçado a embarcar para o Rio de Janeiro. (Acervo da Biblioteca do IBGE, foto de 1957) . Na foto abaixo o Seminário e Igreja de Nossa Senhora da Graça, o Seminário de Olinda, que foi fundamental para formação dos ideiais da revolução. De acordo com Leonardo Dantas "Em todas as revoluções liberais, particularmente nas de 1817 e 1824, a voz do clero de Olinda se fez presente, como observa Oliveira Lima nos comentários ao livro do monsenhor Muniz Tavares: A revolução de 1817 pode quase dizer-se que foi uma revolução de padres, pelo menos constituíram o seu melhor elemento, o que mais provas deu de sinceridade, de isenção, e de devotamento, aqueles onde se recrutaram com poucas exceções, seus dirigentes”. (Imagem da Biblioteca do IBGE) . O nome da Praça Dezessete é uma homenagem à Revolução de 1817. No local estava o antigo Palácio do Governo em 1817, na época sob o comando de Caetano Pinto.  . A Ponte Maurício de Nassau era a única travessia construída em 1817 que ligada o Bairro do Recife ao Bairro de São José. Houve uma tentativa de destruí-la na ocasião para isolar os revolucionários. . A Capela de Nossa Senhora da Conceição, na Praça da Jaqueira (Foto da Fundaj), foi o local onde se casou um dos líderes da revolução Domingos Afonso Ferreira com Maria Teodora, filha do comerciante Bento José da Costa. . Confira também um vídeo que a Algomais produziu na ocasião do Bicentenário da Revolução de 1817, sobre uma Caminhada Domingueira temática.   *Por Rafael Dantas, repórter da Algomais (rafael@algomais.com)

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Cipriano Barata: um revolucionário em nome da liberdade

Para a maioria, liberdade é o poder de o cidadão exercer a sua vontade, sua autonomia e espontaneidade. De certa forma, pois, a liberdade é utópica, posto ser questionável que os indivíduos tenham, verdadeiramente, a liberdade que pensam ter, especialmente nas sociedades modernas e suas mídias avassalantes. Já a liberdade de expressão, especificamente, é a garantia que permite ao indivíduo expressar livremente suas opiniões e crenças sem impedimentos, isoladamente ou em grupo, dentro dos limites da lei. Não era esse, no entanto, o entendimento vigente no Século 19. Expressar-se, tácita ou explicitamente, pela separação de Portugal tinha como corolário o esquartejamento. Mesmo assim, um homem chamado Cipriano Barata fez da pena a sua lança na Revolução Pernambucana de 1817. Cipriano José Barata de Almeida foi um liberal combativo que, iluminado pelas luzes da Revolução Francesa, movimentou a opinião pública para defender a ideia de um Brasil independente de Portugal, o fim da monarquia e da escravidão. Era tão comprometido com a causa, que graduado em medicina na Universidade de Coimbra, ficou na história como um dos mais atuantes jornalistas políticos do Primeiro Reinado. De fato, ele foi incansável, na Revolução Pernambucana de 1817, o único movimento político que a partir de 1140 afrontou vitoriosamente o reino português. Tratava-se da mais radical ruptura com a monarquia, pondo em prática os princípios da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão e deitando por terra o suposto direito divino que a nobreza se atribuía. Por falar em direitos, para assegurar condições mais humanas aos presos políticos, ele fundou comitês de solidariedade. Crítico e contestador, Cipriano Barata foi em 1821 deputado pela província da Bahia às Cortes de Lisboa, mas não se furtava a defender publicamente a separação de Portugal. Por conta disso, regressando da Corte foi impedido de desembarcar em Salvador, vindo, então, para o Recife, onde iniciou sua atividade jornalística no Aurora Pernambucana, o primeiro jornal do Estado. Dois anos depois fundou seu próprio periódico, o Sentinela da Liberdade na Guarita de Pernambuco, posicionado a favor das ideias republicanas e da autonomia das províncias. Incansável, organizou, embora dela não haja participado diretamente, a Confederação do Equador, mais um grande movimento revolucionário, de caráter separatista e republicano ocorrido em Pernambuco. E continuou a escrever, nomeando, com grande engenhosidade, seus jornais, como Sentinela da Liberdade, no entanto variando o final do título de acordo com o local em que estivesse. Em 1830, voltou para a Bahia, onde publicou o Sentinela da Liberdade na Guarita do Quartel-General de Pirajá, e em seguida abandonou as atividades políticas. Em 1836 e foi morar em Natal, passando a ser professor de francês, e, por fim, encontrou sua definitiva e inalienável liberdade. Morreu dois anos depois, aos 76 anos de idade. *Por Marcelo Alcoforado Publicado no 06/06/2018

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9 imagens e a história do Bonde Elétrico no Recife

As ruas e avenidas da capital pernambucana já foram recortadas por Bondes Elétricos. O modal de transporte foi alvo de um recente trabalho acadêmico intitulado Bonde Elétrico e transformações urbanas no Recife, produzido por Mariana Zerbone Alves de Albuquerque e Tales de Lima Pedrosa para a Revista Temporalidades, do Programa de Pós-Graduação em História da UFMG.   Você pode conferir o artigo no link a seguir: Bonde Elétrico e transformações urbanas no Recife . Bonde Elétrico na Rua do Imperador (Acervo Benício Dias/Villa Digital/Fundaj)   De acordo com os pesquisadores, a chegada dos bondes elétricos no País está conectada a uma série de transformações urbanísticas que ocorreram entre o final do século 19 e início do século 20. Essas mudanças no tecido urbano recifense são fruto da "introdução de novas técnicas e planos urbanísticos em busca de se aproximar à modernidade europeia que havia sido instaurada em cidades como Paris", apontaram os pesquisadores no artigo. De acordo com a pesquisa, a implantação dos bondes elétricos no sistema de transporte da capital pernambucana ocorreu em 1914. "O Jornal de Recife na sua edição do dia 12 de maio de 1913 trouxe em sua capa comentários sobre o discurso do então governador de Pernambuco, Dantas Barreto, ao Congresso. Naquele enunciado, os serviços de bondesde burro eram apontados como “péssimo e arcaico”, algo que envergonhava os cidadãos do Recife “pelo atraso de civilização”, sendo então apresentado um contrato para a exploração da tração elétrica. Para o periódico, nesse momento o estado se integrava ao “movimento de progresso” e, a partir daí, a The Pernambuco Tramways & Power Companypode começar seus trabalhos no ano de 1913. A ideia da eletrificação do sistema já era discutida desde o ano de 1899, mas os elétricos circularam pela primeira vez 13 de maio de 1914 com uma inauguração que movimentou toda a cidade", afirmaram Mariana Zerbone e Tales Pedrosa (2020, p. 585). . Postal com imagem da Avenida Marques de Olinda, com uma sequência de três bondes elétricos. (Acervo Josebias Bandeira/Villa Diital/Fundaj) . A pesquisa destaca que os jornais da época apresentaram o Bonde Elétrico como um avanço em substituição dos bondes de tração animal. A modernização foi comemorada diante dos criticados serviços do antigo modal de transporte, apontado como ineficiente e sem a qualidade que a população almejava. A imagem abaixo é de uma publicidade, que está inserida na pesquisa, que foi publicada na Revista do Nordeste. Ano II. Número 22. Janeiro/1920 . As demais imagens dessa postagem são da Fundaj, publicadas na Villa Digital, nos Acervos de Benício Dias e de Josebias Bandeira. . Rua Nova (Acervo Benício Dias/Villa Digital/Fundaj) . Bonde Elétrico passando em frente à Matriz da Boa Vista (Acervo Josebias Bandeira/Villa Digital/Fundaj) . Bonde elétrico atravessando a Ponte Buarque de Macedo, em 1940 (Benício Dias/Villa Digital/Fundaj) . Bonde Elétrico passando ao lado do Teatro Santa Isabel (Acervo Josebia Bandeira/Villa Digital/Fundaj) . Praça de Boa Viagem e Obelisco (Acervo Josebia Bandeira/Villa Digital/Fundaj) Bonde elétrico, com destino ao bairro de Beberibe, atravessando a Ponte Santa Isabel, em 1930 (Acervo Benício Dias/Villa Digital/Fundaj)   .   . . *Por Rafael Dantas, jornalista e repórter da Revista Algomais. Ele assina as colunas Gente & Negócios e Pernambuco Antigamente (rafael@algomais.com | rafaeldantas.jornalista@gmail.com)     . VEJA TAMBÉM NO NOSSO SITE . 7 imagens para voltar ao tempo dos bondes nas ruas do Recife . 10 fotos do Recife no tempo dos bondes

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Pernambuco recebeu hoje 102 mil doses de vacina

Do Governo de Pernambuco A campanha de vacinação contra a Covid-19 em Pernambuco foi reforçada com mais 102 mil doses da vacina da Sinovac/Butantan. Os novos imunizantes que chegaram nesta quarta-feira (03.03), ao Aeroporto Internacional dos Guararapes às 02h, possibilitarão avançar na proteção dos trabalhadores de saúde e da população de idosos entre 80 e 84 anos. Com isso, sobe para 743.560 o quantitativo de doses já repassadas pelo Ministério da Saúde (MS) para Pernambuco. ”Com a chegada desse novo lote e a distribuição rápida das vacinas para todas as regiões do Estado, continuamos consolidando a vacinação dos grupos prioritários. Pernambuco tem dado o exemplo, com um sistema que permite que as doses cheguem com agilidade aos municípios, para o atendimento à população”, destacou o governador Paulo Câmara. O secretário Estadual de Saúde, André Longo, frisou a importância dos gestores municipais criarem estratégias diversas para que as doses cheguem até a população garantindo proteção para os públicos com maior risco. “Reforço que a distribuição é feita de forma igualitária entre as cidades, levando em consideração a população de cada grupo prioritário que já está sendo beneficiado com a campanha”, afirmou Longo. As doses foram levadas para a central de armazenamento da Secretaria Estadual de Saúde (SES), recebidas pela superintendente de Imunização do Estado, Ana Catarina de Melo. “Já estamos iniciando o processo de análise e separação, para que os imunizantes sejam encaminhados já no início da manhã para todas as 12 Gerências Regionais de Saúde (Geres)”, destacou Ana Catarina. BALANÇO Comessa nova remessa, Pernambuco totaliza 577.560 vacinas da Sinovac/Butantan, para ambas as doses, e 166 mil da Astrazeneca/Oxford/Fiocruz, apenas para a primeira – o Ministério da Saúde informou que enviará a segunda dose, que deve ser feita três meses após a primeira, em tempo oportuno.

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Paulo Câmara visita fábrica da Sputnik V para negociar compra de vacinas

Paulo Câmara esteve ontem (2) no Distrito Federal para se reunir com a direção da fábrica da União Química, que é a responsável no Brasil por produzir o imunizante russo Sputnik V. Além de conhecer as instalações da empresa, o governador pernambucano, ao lado de outros governadores do País, participou de reunião com o CEO da União Química, Fernando Marques. Também estiveram presentes o diretor de Negócios Internacionais, Rogério Rosso, e o embaixador da Rússia no Brasil, Sergey Akopov. Diante do apagão de vacinas no Brasil, a expectativa dessa negociação é de de realizar a compra direta, caso o governo federal não tenha condições de atender os Estados na distribuição do imunizante. “A documentação da Sputnik V foi entregue à Anvisa e, havendo autorização, já deveremos ter, a partir do mês de abril, a fabricação desse imunizante no Brasil. Isso vai nos ajudar a acelerar o processo de vacinação da nossa população, juntamente com a produção dos laboratórios Butantan e Fiocruz, para termos mais opções de vacinas. Até porque, a quantidade de vacinas, hoje, ainda está bem aquém do necessário para garantirmos uma cobertura satisfatória para a população brasileira”, afirmou Paulo Câmara. Nas pesquisas científicas já publicadas sobre o imunizante russo, a Sputnik V possui um nível de eficácia acima de 90%. Na América Latina, por exemplo, o imunizante é utilizado na Argentina. Sendo aprovado no Brasil, a promessa da fabricante é de entregar de imediato 10 milhões de doses e de fabricar até o final do ano 150 milhões. Para isso aguarda a aprovação da Anvisa. Se a conversa com a fabricante russa foi um passo importante para garantir a aceleração da aquisição do imunizante, a má notícia de ontem foi o veto do presidente Jair Bolsonaro a trechos da Medida Provisória das Vacinas que dificultam as compras de forma direta pelos Estados. Um dos vetos de Bolsonaro, por exemplo, foi ao dispositivo que dava prazo de cinco dias para a Anvisa aprovar o uso emergencial de vacinas.

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Medidas de restrição sinalizam isolamento mais duro nas próximas semanas

Todos os pernambucanos que experimentaram o medo da primeira onda de Covid-19 e uma paralisação dura da maioria das atividades econômicas, com restrições inclusive no transporte público, podem ter estranhado as restrições atuais, que cobrem apenas o horário noturno, sendo das 22h às 5h para todo o Estado. Apenas um grupo de 63 cidades possui um "toque de recolher" mais amplo, começando a partir das 17h em alguns dias na semana. Essa primeira semana de imposição parcial de isolamento social pode ser um aviso - ou uma preparação - para um novo lockdown, como tem acontecido no mundo inteiro. A suspensão de atividades econômicas e sociais no turno da noite em Pernambuco neste primeiro momento parece mais uma medida simbólica do que de fato uma ação mais direcionada de restrição de movimentação para contenção da pandemia. Evidentemente que endurecer para a realização de festividades e atividades de bares e casas noturnas, que foram afetados diretamente pela medida, indica que nesses lugares reside uma maior preocupação do poder público estadual com a disseminação do vírus. No caso das 63 cidades onde a medida é mais dura, a proibição atinge também as atividades religiosas, com a paralisação de cultos e missas, que é outro ponto que pode estar levantando preocupação das autoridades. “A polícia e os órgãos de fiscalização estarão nas ruas para observar o cumprimento desse novo decreto. Vamos monitorar os dados minuto a minuto e, caso os índices permaneçam piorando, novas medidas restritivas podem ser anunciadas já no início da próxima semana”, afirmou o governador Paulo Câmara na última coletiva, realizada na sexta-feira passada. De acordo com especialistas que analisam o quadro de epidemiologia de Pernambuco, como Jones Albuquerque, do Instituto para Redução de Riscos de Pernambuco (IRRD), o Estado já carece há algum tempo de medidas duras de contenção do vírus. Como publicamos na semana passado, embora o número de mortes no Estado esteja ainda distante dos registros do auge da pandemia, a quantidade de novos casos confirmados da doença já empatou com a crise sanitária dos meses de março a maio de 2020. O ponto chave para a adoção das atuais medidas de restrições, porém, veio da ocupação de leitos hospitalares, que circulou acima de 90% no Estado, se aproximando rapidamente do colapso. Isso porque o Governo de Pernambuco vem aumentando o número de leitos para atender a população vítima de Covid-19. Jones Albuquerque lembra que ainda que o poder público estadual tenha capacidade de aumentar com velocidade o número de leitos hospitalares, a disseminação do vírus pode fazer crescer exponencialmente a quantidade de pacientes do Covid-19 com necessidades de atendimento médico e de internamentos. Pernambuco conta atualmente com aproximadamente dois mil leitos dedicados aos pacientes infectados pelo vírus, sendo 998 de UTI, em 16 municípios. De acordo com informações do Governo do Estado, trata-se da segunda maior rede de leitos de terapia intensiva do País. Apesar disso, no gráfico abaixo, do IRRD, é possível ver a escalada de crescimento da taxa de ocupação de leitos de UTI em Pernambuco. O neurocientista Miguel Nicolelis, em entrevista para a Rede CNN Brasil, afirmou que o mês de março deve ser o pior desde o início da Pandemia. Na sua análise, ele foi ainda mais longe. O pesquisador acredita que será o mês mais difícil da história do Brasil. A exemplo do que aconteceu em outros Países, nas próximas semanas ou talvez nos próximos dias, vejamos as medidas de proteção do Governo de Pernambuco se acentuando para conter o avanço da Covid-19. Além da maior circulação de pessoas e da redução das medidas de prevenção (que é um fenômeno que ocorreu no mundo inteiro, mesmo em vários Países que passaram bem pela primeira onda da pandemia), a disseminação de novas variantes, como a descoberta em Manaus, é outro sinal de alerta. Os estudos iniciais apontam para um maior poder de contaminação dessas variantes do novo coronavírus e os relatos médicos iniciais indicam que ela tem atingido de forma mais frequente um público mais jovem. O remédio do isolamento social é amargo, mas é o tratamento paliativo mais eficiente que o mundo tem experimentado enquanto não há uma taxa de vacinação em massa que cubra a maioria da população e consiga conter a pandemia. Jogam contra esse momento a ausência do Auxílio Emergencial, que ainda não foi decidida pelo Congresso Nacional e pelo Governo Federal, e o próprio cansaço da população diante de um período tão longo de enfrentamento à pandemia. Joga a favor, no entanto, o maior aprendizado da sociedade em como se isolar e se proteger da contaminação após um ano de avanço nas informações sobre a doença e de própria estruturação das residências e empresas para atravessar períodos de maior necessidade de home office ou de atendimento de serviços em delivery, por exemplo. *Por Rafael Dantas, repórter da Revista Algomais e especialista em Gestão Pública (rafael@algomais.com)   Número de casos de Covid-19 empata com pior momento da pandemia    

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Pernambuco impõe medidas restritivas em 63 municípios a partir de sexta (26)

Do Governo de Pernambuco O Governo de Pernambuco determinou – após análise do Gabinete de Enfrentamento à Covid-19 – que a partir da próxima sexta-feira (26.02), até o dia 10 de março, todas as atividades econômicas e sociais estarão proibidas, entre 20h e 5h, nos 63 municípios das II, IV e IX Gerências Regionais de Saúde (Geres), com sedes em Limoeiro, Caruaru e Ouricuri, respectivamente. Nos próximos dois finais de semana, as atividades estarão proibidas entre 17h e 5h, quando apenas serviços essenciais poderão continuar funcionando. O anúncio foi feito pelo governador Paulo Câmara, em pronunciamento ontem (23.02). Os números crescentes da pandemia e a lotação acima de 90% dos leitos nessas três Geres justificaram a medida restritiva. “A nova aceleração da doença tem superlotado os sistemas de saúde, e vem repetindo o mesmo caminho de 2020, começando pelos Estados do Norte e, agora, chegando com força ao Nordeste”, afirmou Paulo Câmara. Além disso, também foi anunciada a prorrogação da proibição de eventos por mais 15 dias, valendo para todo o Estado. Da mesma forma, o retorno às aulas nas escolas públicas municipais permanece suspenso até o dia 12 de março. O governador reforçou que o Estado segue monitorando diariamente os números da Covid-19. “Caso o índice de ocupação de leitos de UTI permaneça subindo, teremos que tomar medidas ainda mais duras nos próximos dias”, advertiu. Segundo Paulo Câmara, durante os 11 meses de luta contra o novo coronavírus, Pernambuco montou a segunda maior rede de UTIs do País, com leitos no Recife e em mais 15 cidades, do litoral ao Sertão.    

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Número de casos de Covid-19 empata com pior momento da pandemia

O número de novos casos confirmados de Covid-19 na Região Metropolitana do Recife já é praticamente o mesmo do pior momento da pandemia, quando a capital e um cinturão de cidades vizinhas sofreu o período mais duro lockdown. O alerta foi feito pelo Instituto para Redução de Riscos e Desastres de Pernambuco (IRRD). O gráfico acima, por exemplo, da última semana, fechada no dia 19 de fevereiro, apontou a média móvel dos últimos 7 dias de 973 novos casos. A média mais elevada desde o descobrimento do novo coronavírus em Pernambuco foi em 22 de maio, quando foram registrados uma média em 7 dias de 1024 novos casos por dia de Covid-19 na RMR. Os números estão no site do instituto: https://www.irrd.org/covid-19 Quando olhamos o gráfico do Estado de Pernambuco, a média móvel da última semana é pior que o momento mais crítico da pandemia, alcançando 1.513 novos casos no dia 19 de fevereiro deste ano. Em julho do ano passado, na pior semana no Estado, foi registrada uma média de 1.450 novos infectados da doença. "O Brasil não dá sinal nenhum de melhora na pandemia. Pernambuco oscila em alta, acompanhando o mundo como um todo. Se observarmos os dados absolutos da RMR, percebemos que hoje temos uma média móvel de infecção dos últimos 7 dias, comparada com a média móvel de 19 de maio, quando trancamos tudo. Agora estamos no mesmo patamar, mas com tudo funcionando. Isso é muito preocupante", afirma o pesquisador que coordena o IRRD, Jones Albuquerque. Ele lembra que nos ultimos 30 dias o Recife caminhou para o pior cenário de infecção. "Os Estados Unidos consideram 50 novos casos por 100 mil habitantes como risco alto. Na Região Metropolitana do Recife estamos com 454 por 100 mil habitantes. Isso nos deixa céticos e preocupados quanto à eficácia do processo de vacinação para conter uma pandemia deste tamanho. Não estamos conseguindo conviver com o vírus, os protocolos não estão funcionando com a população. Daí os números altíssimos que vemos. Esse é o cenário da pandemia hoje. Um dos piores momentos", revela o pesquisador. Apesar dos números de novos casos em alta, o número de mortes, apesar de ter crescido no último mês, não segue a mesma curva.

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