Arquivos prevenção - Página 3 de 8 - Revista Algomais - a revista de Pernambuco

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Na semana da Psoríase, especialista alerta sobre a doença

Outubro é o mês escolhido pela Sociedade Brasileira de Dermatologia para a Campanha Nacional de Conscientização da Psoríase. A doença, que atinge cerca de 2% da população brasileira e 125 milhões de pessoas no mundo, é caracterizada por lesões avermelhadas e descamativas na pele que geralmente aparecem nos joelhos, cotovelos, unhas, mãos, pés e couro cabeludo. A campanha tem o objetivo de combater o preconceito, além de melhorar a qualidade de vida das pessoas portadoras da doença. “A psoríase pode ser acentuada por fatores estressantes”, explica a dermatologista da Real Derma, Rosana Chagas. De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia, a redução da ansiedade e estresse é importante no controle da doença. “Não existe a cura, mas os tratamentos são eficazes podendo variar em medicações tópicas (cremes e pomadas), orais e injetáveis”, orienta a dermatologista. A característica que mais marca a pessoa que tem a doença é o impacto que ela tem sobre o bem-estar físico e emocional. “Existe um preconceito das pessoas que não possuem conhecimento sobre a psoríase. Por conta das lesões, algumas acham que é contagiosa. É importante ressaltar que não há nenhum risco para quem convive com o paciente de psoríase”, explica Rosana Chagas.

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Exercícios aeróbicos podem ajudar no tratamento de pacientes com glaucoma

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil tem até 1 milhão de pessoas portadoras do glaucoma, que é a segunda maior causa de cegueira no mundo, atrás apenas da catarata. O glaucoma se caracteriza pela elevação da pressão intraocular associada à condição de neuropatia óptica. A doença é degenerativa, e o paciente diagnosticado perde progressivamente (se não tratada) a camada das células ganglionares, responsáveis por captar a luz, que a transforma em imagem. O que muita gente não sabe é que o sedentarismo pode agravar a doença. Isso porque foi observado, em um grupo de mais de 11 mil pessoas a partir de 40 anos, a incidência de glaucoma era significativamente menor entre os mais ativos. Os cientistas da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, chegaram à conclusão que, a cada dez minutos a mais de exercícios entre moderados e intensos durante a semana, o perigo de sofrer com esse problema diminuía 25%. Segundo o médico oftalmologista do HOPE Michel Bittencourt, os exercícios aeróbicos podem ajudar no tratamento do paciente já diagnosticado com glaucoma. “Por ser uma doença com base neurológica vascular, o componente vascular faz com que exercícios, como o aeróbico, aumentem o fluxo sanguíneo na região papilar e isso traga benefícios para a não progressão do glaucoma”, afirmou. Quanto ao levantamento de peso, segundo Michel Bittencourt, estudos comprovam que há aumento da pressão intraocular na prática. “As pessoas que carregam muito peso na academia podem fazer uma Manobra de Valsalva, que é prender o ar ao fazer esforço. Essa movimentação pode aumentar a pressão intraocular. Instrumentos de sopro também não são adequados para esses pacientes, além de mergulhar e nadar com óculos de natação muito apertados”, argumentou. O tipo de exercício ideal para o paciente glaucomatoso é o mesmo que o hipertenso pode e deve fazer. Causas do glaucoma O médico oftalmologista Michel Bittencourt explica que o glaucoma é causado pelo aumento da pressão intraocular. As causas podem aparecer em pacientes que tiveram traumas cirúrgicos e mecânicos; tenham pai, mãe ou irmãos com a doença (genético); uso de corticoides; idade avançada; pressão arterial elevada e diabetes.

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Anti-inflamatório em formulação injetável atua por até 10 dias em articulações

Maria Fernanda Ziegler  |  Agência FAPESP – Graças a uma nova formulação injetável, pesquisadores brasileiros conseguiram aumentar a eficácia e o tempo de ação de um medicamento comumente usado no tratamento de inflamações articulares. A inovação envolve nanopartículas lipídicas contendo uma alta concentração do princípio ativo, que é liberado paulatinamente dentro da articulação afetada mantendo o efeito desejado por até 10 dias, sem necessidade de reaplicações. Em artigo publicado na revista Scientific Reports, cientistas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) descreveram testes da metodologia feitos com o anti-inflamatório naproxeno em ratos com inflamação na articulação temporomandibular (ATM) – responsável por ações como abrir a boca e mastigar alimentos. O estudo foi apoiado pela FAPESP por meio de um Projeto Temático. Os resultados do experimento com animais mostraram que a entrega do medicamento de modo sustentado na ATM diminuiu significativamente por uma semana a migração ao local de células de defesa (leucócitos) e os níveis de sinalizadores da resposta imune, como as citocinas pró-inflamatórias interleucina 1 beta (IL-1β) e o fator de necrose tumoral alfa (TNF-α). Esses são sinais de que a inflamação foi amenizada. “A maior eficiência do fármaco na articulação inflamada se deve, sobretudo, a duas estratégias: ao fato de as nanocápsulas lipídicas liberarem aos poucos o naproxeno na região afetada e à administração injetável [não oral] do fármaco. Conseguimos inserir 99,8% do naproxeno dentro das nanocápsulas lipídicas”, disse Eneida de Paula, professora do Instituto de Biologia da Unicamp e autora do artigo. Segundo a pesquisadora, esses dois fatores fizeram com que a ação do anti-inflamatório durasse mais, sem efeitos colaterais indesejáveis, como irritações e ulcerações no estômago, por exemplo. “E isso foi observado em uma articulação onde nem sempre o medicamento consegue atuar com eficácia”, disse. Embora o estudo tenha sido realizado em modelos de inflamação aguda na ATM – problema que afeta 10% da população mundial –, a inovação tem potencial aplicação no tratamento de inflamações em outras articulações. No local certo O processo inflamatório associado a disfunções na ATM resulta na liberação de uma série de citocinas pró-inflamatórias e de outros sinalizadores imunes, que contribuem para a degradação da cartilagem, o remodelamento da articulação e dor na região afetada. Embora o uso de anti-inflamatórios não esteroides, como o naproxeno, seja comumente prescrito para o tratamento desses distúrbios, seu efeito costuma ser de curta duração (até dois dias de alívio), criando a necessidade de readministração. “Com a nova formulação injetável, o efeito anti-inflamatório dura mais e não há efeitos colaterais. Esse tipo de medicamento pode agredir o estômago e provocar ulcerações. Outro problema é o chamado metabolismo de primeira passagem, que ocorre quando o medicamento administrado por via oral é metabolizado primeiro pelo fígado, reduzindo a ação terapêutica no local afetado”, disse de Paula. Nesse sentido, a injeção intra-articular é mais eficiente para a administração de medicamentos para tratar a ATM e outras articulações. No entanto, existem também desvantagens, como necessidade de repetir as doses, o que diminui a adesão do paciente ao tratamento. “Injeção dentro de uma articulação é algo muito dolorido para ser repetido, por isso fizemos uma formulação capaz de encapsular o medicamento e liberá-lo aos poucos. Esse sistema de administração do medicamento e seu consequente efeito prolongado acabaram com a necessidade de reinjeções”, disse. A escolha certa Para desenvolver a nova formulação, os pesquisadores usaram estratégias de planejamento fatorial. Com o auxílio de softwares e modelos matemáticos, foi possível selecionar de modo racional a formulação que proporcionasse o sistema de entrega ideal e estável (em termos de suas propriedades físico-químicas e estruturais). “Nosso segredo foi escolher uma boa combinação de ingredientes para compor nanopartículas lipídicas apropriadas para o medicamento, considerando sua biocompatibilidade e capacidade de se misturar com o naproxeno. Já sabíamos que deveríamos trabalhar com nanopartículas lipídicas, pois o naproxeno é hidrofóbico [não absorve água]. Mas, em vez de testarmos todas as combinações possíveis, usamos uma estratégia conhecida como planejamento fatorial. Verificamos primeiro quais eram as melhores variáveis e selecionamos as composições ideais”, disse de Paula. A partir do estudo, feito em colaboração com pesquisadores do Instituto de Química da Unicamp, foi possível criar uma matriz de dados. “Os primeiros testes foram empíricos, para decidir se era possível formular o que queríamos: uma nanopartícula que liberasse o medicamento aos poucos dentro da articulação. Em seguida, o planejamento fatorial permitiu testar um grande número de combinações de ingredientes, racionalizando a busca pela formulação ideal”, disse. Além de conseguir encapsular praticamente todo o naproxeno e de entregar o medicamento de forma controlada, a nova formulação permanece estável por um ano quando armazenada a 25°C. A estratégia de planejamento fatorial tem sido empregada para o desenvolvimento de novos fármacos e é recomendada pela Food and Drug Administration (FDA, agência norte-americana que regula alimentos e medicamentos). “O desenvolvimento farmacêutico fica muito mais rápido e eficiente, pois é possível analisar diferentes variáveis de uma só vez. Agora buscamos fazer parceria com alguma empresa para a realização dos testes clínicos e, assim, tentar levar para o mercado”, disse. O artigo Improved efficacy of naproxen-loaded NLC for temporomandibular joint administration (doi: 10.1038/s41598), de Viviane A. Guilherme, Lígia N. M. Ribeiro, Ana C. S. Alcântara, Simone R. Castro, Gustavo H. Rodrigues da Silva, Camila Gonçalves da Silva, Márcia C. Breitkreitz, Juliana Clemente-Napimoga, Cristina G. Macedo, Henrique B. Abdalla, Ricardo Bonfante, Cintia M. S. Cereda e Eneida de Paula, pode ser lido em www.nature.com/articles/s41598-019-47486-w.

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Precisamos pensar em quem vai cuidar dos idosos, alertam especialistas

Maria Fernanda Ziegler  |  Agência FAPESP – O Brasil está envelhecendo rápido. Hoje são quase 30 milhões de idosos, ou 14,3% da população brasileira. Em 2030, estima-se que o país tenha mais idosos do que crianças, com 41,5 milhões (18%) de pessoas com idade superior ou igual a 60 anos e 39,2 milhões (17,6%) entre zero e 14 anos. O crescimento deve continuar até 2060, quando cerca de 25% da população terá 65 anos ou mais. De acordo com especialistas, a despeito da clara mudança no perfil demográfico que vem ocorrendo há algumas décadas, ainda falta uma política adequada para cuidar dessa parcela crescente da população. O tema foi debatido no Ciclo ILP-FAPESP de Ciência e Inovação, organizado pela FAPESP em parceria com o Instituto do Legislativo Paulista, no dia 30 de setembro. “Precisamos pensar a respeito de qual velhice falamos e sobre como reordenar as políticas públicas frente a crescentes demandas apresentadas por esse grupo. Envelhecimento sempre será um triunfo, nunca deve ser visto como um problema.  Basta pensar em qual é a alternativa. O que precisamos é envelhecer bem e, se isso não for possível, é necessário que exista uma estrutura social pronta para atender as demandas que cada um de nós possa vir a apresentar”, disse Yeda Duarte, coordenadora do Estudo Saúde, Bem-Estar e Envelhecimento (SABE), apoiado pela FAPESP, sobre as condições de vida e saúde dos idosos residentes no município de São Paulo. Além de Duarte, o evento realizado na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) contou com a participação de Marcia Scazufca, professora da Faculdade de Medicina da USP; Maria Helena Villas Boas Concone, da Faculdade de Ciências Humanas e da Saúde da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e Victor Dourado, do Instituto de Saúde e Sociedade da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). De acordo com Concone, não se trata simplesmente de criar estruturas de apoio para os próximos 20 anos. Há carência na atualidade, afinal o aumento da longevidade e a redução do número de nascimentos já alteraram a estrutura demográfica brasileira. No país, o número de habitantes em idade economicamente produtiva (entre 15 e 64 anos) já é menor que o total de brasileiros considerados dependentes (idosos e crianças). O fim do chamado bônus demográfico – considerado o ideal para o crescimento econômico de um país – foi anunciado no fim de 2018 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cinco anos mais cedo que o previsto. “Ocorre uma mudança na pirâmide etária e a pergunta óbvia que fica é: como se dará o cuidado ao idoso?”, disse Concone. De acordo com a pesquisadora, para preparar estruturas de apoio e políticas públicas para essa parte da população é preciso entender que o processo de envelhecimento, embora seja global, ocorre de maneira diferente de uma pessoa para outra. “Mais que velhice, deveríamos falar em velhices”, disse. Envelhecendo bem? Na última coleta de dados do projeto SABE (2017), com idosos da cidade de São Paulo, verificou-se que parte das pessoas que hoje têm entre 60 e 65 anos chega a essa idade com condições funcionais comprometidas em comparação às gerações anteriores e necessitando de cuidados. O achado reflete a necessidade de reorganizar a sociedade e criar estruturas e políticas para atender a essas novas demandas. “Estamos falando das pessoas que nasceram entre 1951 e 1955, na época da denominada 'revolução cultural' ou nos 'anos dourados'. São pessoas que vivenciram profundas e significativas mudanças nos padrões sociais e só agora será possível saber o impacto ocasionado. Elas vão viver muito, mas, dado ao seu comprometimento funcional em idades mais precoces, talvez envelhaça com menos qualidade de vida. Junto a isso, temos uma população jovem que está progressivamente sendo reduzida, o que impactará de alguma forma nas futuras estruturas de cuidado para as pessoas longevas que dele necessitarem”, apontou Duarte. O estudo multicêntrico teve início em 2000, por iniciativa da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). Na primeira edição do SABE foram entrevistadas pessoas de 60 anos ou mais em sete centro urbanos da América Latina e do Caribe, entre elas São Paulo. Com apoio da FAPESP, somente no Brasil (coorte de São Paulo) o estudo teve continuidade, transformando em logitudinal, com acompanhamento de idosos em 2006, 2010 e, em 2015, teve sua quarta edição. De acordo com os resultados do estudo SABE, os idosos que hoje estão com 80 anos apresentaram melhores condições funcionais e de saúde no início do projeto (quando estavam na casa dos 60 anos) quando comparados aos idosos entrevistados na última coorte, pois mesmo que tenham vivido com maior precariedade, tiveram uma história pregressa com hábitos mais saudáveis. “Eles ingeriam alimentos mais naturais, de melhor qualidade, tinham hábitos mais saudáveis e tomavam menos medicamentos. Isso teve impacto em seu curso de vida e acabou influenciando seu processo de envelhecimento. Embora possam parecer muito frágeis, a geração que está hoje com 80 era muito mais forte do que a que está chegando agora aos 60, considerando que o menos fortes não alcançaram as idades mais longevas”, disse. Outra constatação do SABE é que, entre os 1,7 milhão de idosos da cidade de São Paulo, existe uma crescente parcela que mora sozinha. “A maioria mora com os filhos. Porém, se juntarmos os que moram sozinhos, os casais de idosos e os que residem com outros idosos, teremos que em 43% das casas residem apenas idosos. E vale lembrar que hoje cerca de um quarto dos idosos em São Paulo apresenta dificuldades para exercer atividades básicas da vida diária e, portanto, precisa de cuidador presencial. Isso merece atenção de políticas públicas”, disse Duarte. Tratamento para depressão Nesse sentido, outro estudo abordado no Ciclo ILP tratou da depressão, doença que afeta 10% da população de idosos. O projeto Proactive, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, em colaboração com o Kings College London (Reino Unido), está realizando um ensaio clínico sobre cuidado colaborativo em unidades do Sistema Único de Saúde (SUS). “A depressão é um problema em todas as fases da vida. Entre os idosos, ela se torna especial, pois eles podem ter outras doenças e problemas de mobilidade que dificultam o tratamento.

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Dieta rica em fibras pode prevenir e amenizar infecções respiratórias em crianças

Agência FAPESP – Dados de um estudo apoiado pela FAPESP e publicado na revista Nature Communications sugerem que uma dieta rica em fibras solúveis pode proteger crianças contra os efeitos do vírus sincicial respiratório (RSV) – causador da bronquiolite –, reduzindo significativamente a perda de peso, a carga viral e o infiltrado de células de defesa nos pulmões durante a infecção. Por meio de experimentos com camundongos, pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS) mostraram que, no intestino, as fibras são transformadas pela microbiota em ácidos graxos de cadeia curta, que atuam no pulmão ativando os receptores celulares do tipo GPR43, responsáveis pelo efeito protetor. A pesquisa começou em 2013, por meio da colaboração do grupo coordenado pelo professor Marco Aurélio Ramirez Vinolo, do Departamento de Genética, Evolução, Microbiologia e Imunologia, do Instituto de Biologia (IB-Unicamp), – com o grupo da PUC-RS liderado pela professora Ana Paula Duarte de Souza, especializado em vírus. Integram a equipe Maria Teresa Pedrosa Silva Clerici, da Faculdade de Engenharia de Alimentos (FEA-Unicamp); José Luiz Proença Módena, do IB-Unicamp; e Hosana Gomes Rodrigues, da Faculdade de Ciências Aplicadas, sediada em Limeira (FCA-Unicamp). Como explicou Vinolo, o trabalho foi proposto porque à época existiam dados epidemiológicos sugerindo que alimentos com alto conteúdo de fibras poderiam proteger crianças de infecções respiratórias. Além disso, estudos feitos em modelos animais mostraram que o consumo de fibras tinha efeito protetor em relação à asma. “Chegamos à conclusão que valeria a pena verificar se a infecção pelo RSV poderia de alguma forma ser prevenida ou atenuada. É um problema muito comum em crianças recém-nascidas e até os três anos de idade. Parte dos pacientes evoluei para um quadro grave de inflamação respiratória, chamada de bronquiolite, que pode causar a morte”, disse Vinolo ao Jornal da Unicamp. A bronquiolite é caracterizada por inflamação e edema das vias aéreas, aumento na produção de muco e necrose das células epiteliais dos brônquios. Em 2017, registrou-se em São Paulo um aumento nos casos graves de crianças infectadas pelo RSV, o que despertou a atenção da comunidade médica e científica para a necessidade do desenvolvimento de terapias. Até o momento, existem apenas tratamentos paliativos, para alívio de sintomas como febre, dor no corpo e dificuldades respiratórias. O estudo Nos experimentos feitos em camundongos, metade dos animais recebeu uma dieta com alto teor de fibras e os demais (grupo controle) consumiram alimentos pobres em fibras. Após três semanas, todos foram infectados pelo RSV. Análises feitas depois de cinco dias mostraram que os roedores do primeiro grupo tinham menos vírus no pulmão e não desenvolveram inflamação pulmonar. Já os do grupo controle manifestaram uma grande inflamação nos pulmões. Confirmada a hipótese inicial, os pesquisadores decidiram investigar o mecanismo pelo qual as fibras protegem o sistema respiratório. Já se sabia que elas induzem a formação, pela microbiota intestinal, de ácidos graxos de cadeia curta. Mas as concentrações desses compostos podem variar e dependem de vários fatores, como tipo de alimentação e condições metabólicas dos diferentes organismos. Essa variação de concentração pode tornar o indivíduo mais ou menos suscetível a vários tipos de doenças, embora não se soubesse ainda como se dava a ação sobre a infecção provocada pelo RSV. Foram então realizados experimentos para comprovar que a proteção decorria da ação dos ácidos graxos de cadeia curta. Para tanto, eliminou-se a microbiota dos animais com antibióticos – o que fez cessar o efeito protetor. A proteção, no entanto, foi observada novamente quando esses animais tratados com antibiótico receberam por via oral os ácidos graxos de cadeia curta. Comprovava-se, assim, a hipótese de que os ácidos graxos produzidos pela microbiota do intestino são absorvidos pelo órgão e agem nas células pulmonares, reduzindo a quantidade de vírus. O efeito protetor foi observado quando os ácidos graxos foram administrados aos roedores por meio da água de beber contendo acetato de sódio e também pela inalação dessa mesma solução. Segundo Vinolo, tratamento semelhante poderia funcionar para humanos. Em um estudo em andamento, o grupo avalia se há correlação entre as quantidades produzidas de ácidos graxos de cadeia curta no organismo e a intensidade da infecção por RSV. Essa pesquisa está sendo realizada com crianças afetadas pela infecção e atendidas em hospital de Porto Alegre. Nelas são medidas as concentrações de ácidos graxos endógenos. Resultados ainda preliminares indicam que, quanto maior a quantidade desses compostos nas fezes, menor a chance de as crianças desenvolverem infecção grave e menor é o tempo de internação. No trabalho com animais, verificou-se efeito benéfico da administração de ácidos graxos de cadeia curta antes da infecção (estratégia de prevenção) e também em animais recém-infectados, com redução de vírus no pulmão e diminuição do grau de inflamação no órgão. Esses achados indicam que a abordagem pode ser empregada como forma de tratamento. Patente Segundo Vinolo, os resultados levaram o grupo a requerer patente do uso dos ácidos graxos de cadeia curta e de moléculas que atuam pelo mesmo mecanismo de ação no tratamento de doenças virais. A ideia, disse o pesquisador, é conseguir parcerias para realizar os testes em humanos. “Identificamos uma proteína celular que estabelece a conexão entre os ácidos graxos de cadeia curta e sua ação protetora, o receptor GPR43, presente nas células pulmonares. O que patenteamos foi o uso de ácidos graxos de cadeia curta ou moléculas similares que ativam esse receptor que, por sua vez, age no combate a doenças infecciosas virais”, afirmou. O trabalho teve a participação do bolsista de doutorado José Luís Fachi, da bolsista de mestrado Laís Passariello Pral, ambos do IB-Unicamp, e da doutoranda Krist Helen Antunes, da PUC-RS. O artigo Microbiota-derived acetate protects against respiratory syncytial virus infection through a GPR43-type 1 interferon response pode ser lido em: www.nature.com/articles/s41467-019-11152-6. * Com informações do Jornal da Unicamp.

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Fique alerta aos sinais de quem pode cometer suicídio

Segundo a Organização Mundial da Saúde, cerca de 800 mil pessoas morrem de suicídio todos os anos. Não se tem um único fator isolado, porém, alguns sinais podem ser importantes para detectar tendências suicidas em pessoas e ajudar a desenvolver precocemente estratégias de prevenção. Fique alerta para alguns sinais apontados pelo psicólogo Leopoldo Barbosa, professor da Faculdade Pernambucana de Saúde: • Falta de esperança • Expressão de ideias ou de intenções de fazer mal a si mesmo • Isolamento. Especificamente em relação aos idosos, a literatura médica tem mostrado que a percepção de isolamento e solidão são riscos importantes a saúde mental e física. • Condição de extremo sofrimento. Atenção especial a frases como: “Eu preferiria não estar aqui!” “Eu sou um peso na vida das pessoas!” “Eu não aguento mais tanto sofrimento”. Diante desse sentimento doloroso, a pessoa deve ser acolhida, protegida e amparada. Ela precisa ser ouvida e necessita de companhia, por vezes, não deve ser deixada sozinha em hipótese alguma e, acima de tudo, deve buscar ajuda profissional psicológica e psiquiátrica. Outros meios de suporte são o Centro de Valorização da Vida (CVV) no telefone 188, o SAMU no telefone 192, hospitais e emergências.

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Casos de sarampo aumentam no País. Doença pode afetar os olhos

Segundo relatório preliminar da Organização Mundial de Saúde (OMS), divulgado recentemente, o Brasil teve 2.331 casos de sarampo confirmados nos últimos 90 dias. Em Pernambuco, dos 45 casos notificados como suspeitos, cinco foram confirmados. Além de pneumonia bacteriana e complicações neurológicas, a saúde dos olhos também pode ser acometida pela doença, levar a baixa visão e evoluir para a cegueira. O sarampo é uma doença altamente contagiosa que pode ser transmitida tanto por contato direto como por meio de partículas dispersas no ar. Além disso, pode ser propagada também para o bebê por meio da placenta, ainda na gravidez. Segundo a médica oftalmologista Cecília Cavalcanti, quando o sarampo se apresenta de forma congênita, o bebê pode nascer com catarata, que é a opacidade total ou parcial do cristalino, além de outros problemas na visão. “O bebê que já nasce com a catarata é um bebê que não enxerga, podendo ser uma cegueira que talvez seja reversível. Na maioria das vezes, podemos observar também alterações no nervo óptico, além de retinopatia que pode cursar com vários achados associados, desde alteração de pigmentos até cicatrizes no fundo do olho e atenuação dos vasos”, alertou a médica que atende no Hospital de Olhos de Pernambuco (HOPE) e na Fundação Altino Ventura (FAV). Já em casos de sarampo adquirido, o paciente que tem os olhos acometidos pode apresentar desde uma conjuntivite leve até uma ceratite – que é uma alteração na córnea mais grave –, podendo evoluir para uma ulcera corneana e até mesmo para cegueira. A médica Cecília Cavalcanti alerta para a vacinação como a melhor forma de prevenção. “Antigamente, o sarampo era a doença que mais matava as crianças e se tornou extremamente rara, mas começou a retornar devido a várias pessoas não vacinarem seus filhos”, argumentou. No caso de o paciente já ter a doença, a indicação é procurar um médico oftalmologista para ter o tratamento adequado e, de preferência, o quanto antes. “Quanto mais precoces o diagnóstico e tratamento, melhores serão os resultados e menores as chances de complicações. Os pacientes podem ser medicados com colírios e antibióticos para evitar uma infecção secundária da córnea e evitar uma úlcera mais grave. Já para as retinopatias mais graves, os pacientes podem precisar também de corticoide”, comentou a médica Cecília Cavalcanti. Diante desse quadro, o Ministério da Saúde montou um esquema de acompanhamento diário do avanço da doença no País. A vacina tríplice viral – que protege de sarampo, rubéola e caxumba – pode ser encontrada em qualquer posto de saúde de forma gratuita.

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Setembro Vermelho: especialista elenca exames de imagem que previne doenças coronárias

O mês de setembro é dedicado a campanha de conscientização Setembro Vermelho, que aborda o desenvolvimento das doenças cardiovasculares. São dois os fatores de riscos para as doenças do coração: modificáveis e não-modificáveis. Entre os modificáveis: alimentação, atividade física e cessação do tabagismo. Predisposição genética está entre os não-modificáveis. Como a prevenção é sempre o melhor remédio, alguns exames de imagem podem ser feitos como forma de diagnosticar, previamente, problemas cardíacos. “Não há dúvida de que a melhor maneira de evitar os problemas cardiovasculares é reduzir a exposição aos fatores de risco como fumo, obesidade, diabetes, hipertensão, níveis altos de colesterol, estresse, vida sedentária. No entanto, alguns exames como eletrocardiograma, raio X de tórax, entre outros, podem ser feitos de rotina com o objetivo de prevenir ou diagnosticar precocemente o aparecimento de doenças cardiovasculares”, esclarece o médico cardiologista da Lucilo Maranhão Diagnósticos, Dr Leonardo Mello Motta. Abaixo o médico elenca alguns exames de imagem preventivos: Raio X de tórax - Avalia o contorno do coração e da aorta. O exame permite observar se existem sinais de acúmulo de líquidos nos pulmões indicando a possibilidade de insuficiência cardíaca. Ecocardiograma - Detecta insuficiência cardíaca, alterações do formato do coração e dos vasos, sopros cardíacos e ainda detecta presença de tumores dentro do coração. Eletrocardiograma – O exame detecta arritmias ou batimentos cardíacos irregulares, avaliando alterações sugestivas de infarto recente ou antigo. O eletrocardiograma ainda sugere alterações hidroeletrolíticas como diminuição ou aumento de potássio no sangue. Angiotomografia - O exame permite que o médico veja uma imagem 3D das artérias coronárias. A análise é feita com um tomógrafo (aparelho de Raio X) acoplado a um eletrocardiograma. O médico localiza o coração e injeta um contraste para que as artérias possam ser visualizadas num monitor. Cintilografia do miocárdio - Avalia alterações na irrigação do sangue nas paredes do coração. Também é capaz de observar o funcionamento dos batimentos cardíacos na sua fase de esforço. Holter – O exame detecta arritmias cardíacas que podem surgir em momentos variados do dia. Investiga sintomas de tontura, palpitação ou desmaios que podem ser causados por descompasso do coração, além de avalia o efeito de marca-passos ou remédios para tratar arritmias. M.A.P.A – Investiga a variação da pressão ao longo do dia, quando há dúvidas se o paciente tem pressão alta. O exame também pode ser realizado com o objetivo de verificar se os remédios para controlar a pressão estão funcionando bem ao longo do dia.

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Asma e exercício físico

A prática regular de atividades físicas melhora o condicionamento e, consequentemente, a qualidade de vida das pessoas com problemas respiratórios como a asma, uma doença crônica que acomete as vias aéreas. A enfermidade consiste basicamente na dificuldade em aerar os pulmões devido à redução do calibre das vias aéreas. Pode ser desencadeada por diversos fatores, como poluição, pólen, poeira, fumaça, perfume, condições ambientais e até pelo exercício físico. Pessoas com asma tendem a não praticar exercícios físicos devido às crises que podem surgir durante a atividade, chamada de ‘asma induzida pelo exercício’. No entanto, essas crises ocorrem geralmente nos casos em que a doença não está controlada. Em geral recomenda-se a prática de exercícios aeróbicos, como caminhadas, ciclismo e natação, por exemplo, três vezes por semana. Eles fortalecem os músculos do tórax responsáveis pela respiração, promovendo a expansão dos pulmões e melhorando a ventilação, além de promoverem a melhora na circulação sanguínea e pressão arterial. A Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia recomenda algumas medidas para prevenir a asma induzida por exercícios, tais como: - Identificar os fatores desencadeantes da sua asma buscando soluções. Em dias frios pode-se utilizar um lenço sobre o nariz e a boca; na primavera, é recomendável realizar os exercícios em ambientes internos para evitar o pólen. E, ainda, deve-se escolher o horário do dia com menor poluição - como pela manhã, por exemplo. - Ter disponíveis os medicamentos ou equipamentos orientados pelo seu médico para uso antes do esforço ou atividade física, como broncodilatadores ou anti-inflamatórios, por exemplo. É importante fazer o tratamento contínuo e não utilizar as bombinhas somente durante a crise. - Fazer aquecimento antes do exercício, de 5 a 10 minutos. Uma caminhada leve é uma boa opção. - Finalizar a atividade com um exercício de relaxamento: realizar em média cinco minutos para alongamento e relaxamento. Essa prática deve fazer com que a respiração fique mais tranquila. O acompanhamento de um profissional de educação física é fundamental para a prática de exercícios físicos eficientes e com resultados de qualidade. Importante destacar que portadores de doenças respiratórias crônicas devem realizar exercícios físicos somente com o aval de seus médicos, mantendo sempre a enfermidade controlada. E lembre-se: o baixo condicionamento físico pode fazer qualquer pessoa sentir falta de ar e ser confundida como portadora de asma induzida por exercício, tornando mais difícil a prática de exercícios físicos regulares. É preciso iniciar aos poucos, ser paciente durante o período de adaptação dos exercícios e ter força de vontade para prosseguir! Profª Esp. Evelyne Correia é professora dos cursos de Licenciatura e Bacharelado em Educação Física do Centro Universitário Internacional Uninter.

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Setembro Amarelo: 5 pontos importantes ao falar sobre suicídio

A campanha de conscientização e prevenção ao suicídio, Setembro Amarelo, começou em 2015 e continua marcando presença nas discussões sobre o tema. No entanto é imprescindível que, ao tratar de um assunto delicado, as pessoas saibam a melhor forma de disseminar informações de maneira sensível e responsável. Segundo Celso Lopes de Souza, psiquiatra, educador e fundador do Programa Semente – programa estruturado de aprendizagem socioemocional –, o primeiro erro com relação ao tema do suicídio é não falar sobre ele. O psiquiatra aponta alguns pontos que precisam ser reforçados quando se aborda o assunto. Confira cinco deles: 1. Suicídio é coisa séria A Organização Mundial da Saúde aponta que o suicídio é a terceira causa de morte que mais atinge os jovens de 15 a 29 anos. Além disso, só no Brasil, uma pessoa comete suicídio a cada 45 minutos. “Pesquisas mostram que 9 a cada 10 pessoas que cometem suicídio tinham algum transtorno psiquiátrico”, afirma Celso. Segundo ele, o suicídio é uma realidade que não deve ser negada, e sim tratada como um problema de saúde pública. 2. Não é preciso medo para falar sobre suicídio “Já está mais do que comprovado que falar sobre o assunto não agrava a situação, muito pelo contrário, pode ajudar a tratar as pessoas que tenham essa intenção”, diz. De acordo com o especialista, existem alguns pontos que devem ser levados em consideração ao falar sobre o assunto. Para exemplificar, ele cita a série 13 Reasons Why, da Netflix. “A série tem o lado bom que é a promoção da discussão sobre o assunto, mas há cuidados que precisam ser tomados na discussão sobre o tema que ela aborda. Por exemplo, ela mostra a continuidade da personagem após a morte por meio de um material que ela deixou. Isso gera a ilusão de que a personagem continua interagindo com as pessoas que eram próximas, mas suicídio é morte. Isso não invalida a arte, pelo contrário, discutir isso ajuda a falar do tema por meio da reformulação das distorções que a série apresenta. ” (A série já está em sua terceira temporada, disponível na plataforma de stream.) 3. Pensamentos de morte é uma coisa, ideação suicida é outra. Celso Lopes de Souza diferencia o pensamento de morte com a ideação de suicídio para que as pessoas possam entender melhor a questão: “o pensamento de morte é mais comum, a pessoa pensa ‘eu poderia morrer’, ou ‘eu queria morrer’. Já a ideação do suicídio é mais grave, em que a pessoa pensa ‘eu quero me matar’”. Ele ainda explica que as pessoas que tem ideação suicida vivem os 3 “is”: “sentem que a dor é impossível, insuportável e interminável, o que leva ao desejo de querer tirar a própria vida. Elas claramente não conseguem perceber sozinhas que esses "3i's" são distorções de percepção da realidade, por isso precisam de ajuda”. 4. É possível prevenir o suicídio De acordo com o especialista, falar sobre os sintomas que podem surgir antes e durante uma intenção de suicídio é fundamental para que a pessoa busque ajuda. “Sinais como isolamento, corte de planejamentos futuros, uso de substâncias psicoativas e mensagens de despedida são alguns pontos que devem ter atenção especializada”, diz. E também há como prevenir os distúrbios psiquiátricos por meio da aprendizagem socioemocional, em que crianças e adolescentes aprendem na escola sobre empatia, resiliência, autoconhecimento e autocontrole, por exemplo. “Há farta evidência científica de que a aprendizagem socioemocional é um fator de proteção para o surgimento de transtornos psiquiátricos. No Programa Semente, nós oferecemos uma formação socioemocional do Ensino Infantil ao Ensino Médio, e quanto mais isso for exercitado, maiores as chances da diminuição de doenças como ansiedade e depressão”, explica Celso. 5. As campanhas de prevenção são fundamentais O Setembro Amarelo é uma oportunidade de conscientizar as pessoas e promover a discussão sobre o tema do suicídio. Para Celso Lopes de Souza, as campanhas “são muito importantes porque mostram que o suicídio e o pensamento suicida é algo humano. E nelas deve haver as mensagens de que, primeiro, sempre há uma saída e, segundo, tudo passa. ” Sobre o Programa Semente (www.programasemente.com.br) – Com uma abordagem moderna e inovadora, o Programa Semente é uma solução completa de formação socioemocional de alunos e educadores em diversas escolas brasileiras. A partir de um material escrito por educadores, médicos e psicólogos, sua metodologia possibilita que sejam trabalhadas questões como sociabilidade, autoconhecimento, autocontrole, empatia e decisões responsáveis, entre outras habilidades, cada vez mais presentes no mundo do trabalho e nas principais avaliações internacionais de educação. Desta forma, o Programa Semente contribui para a alfabetização emocional.

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