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Fique alerta aos sinais de quem pode cometer suicídio

Segundo a Organização Mundial da Saúde, cerca de 800 mil pessoas morrem de suicídio todos os anos. Não se tem um único fator isolado, porém, alguns sinais podem ser importantes para detectar tendências suicidas em pessoas e ajudar a desenvolver precocemente estratégias de prevenção. Fique alerta para alguns sinais apontados pelo psicólogo Leopoldo Barbosa, professor da Faculdade Pernambucana de Saúde: • Falta de esperança • Expressão de ideias ou de intenções de fazer mal a si mesmo • Isolamento. Especificamente em relação aos idosos, a literatura médica tem mostrado que a percepção de isolamento e solidão são riscos importantes a saúde mental e física. • Condição de extremo sofrimento. Atenção especial a frases como: “Eu preferiria não estar aqui!” “Eu sou um peso na vida das pessoas!” “Eu não aguento mais tanto sofrimento”. Diante desse sentimento doloroso, a pessoa deve ser acolhida, protegida e amparada. Ela precisa ser ouvida e necessita de companhia, por vezes, não deve ser deixada sozinha em hipótese alguma e, acima de tudo, deve buscar ajuda profissional psicológica e psiquiátrica. Outros meios de suporte são o Centro de Valorização da Vida (CVV) no telefone 188, o SAMU no telefone 192, hospitais e emergências.

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Setembro Amarelo: Coordenador Nacional da Campanha comenta dados sobre suicídio

O Ministério da Saúde divulgou, em entrevista coletiva, nesta quinta-feira, 20/09, novos dados sobre tentativas e óbitos por suicídio no país. Os números apontam que entre 2006 e 2017, foram registradas 106.374 mortes por suicídio no Brasil, sendo que a taxa chegou a 5,8 por 100 mil habitantes em 2016, com a notificação de 11.433 óbitos por essa causa. Para o Coordenador Nacional da Campanha Setembro Amarelo, Dr. Antônio  Geraldo da Silva, os dados informados pelo Ministério da Saúde confirmam o que a Associação Brasileira de Psiquiatria vem alertando há um certo tempo: “O número de óbitos por suicídio no Brasil é alarmante. Fazer prevenção é fundamental, mas, infelizmente, ainda não percebemos ações efetivas previstas para que as pessoas parem de morrer por esta causa em nosso país”, comenta. “Todos os dias, nos canais da ABP, reforçamos que cuidar da saúde mental das pessoas é fundamental para a prevenção. Todavia, nos faltam instrumentos de qualidade nos três níveis de atenção à saúde, dentro da assistência pública em saúde mental. Infelizmente, enquanto a população continuar sem acesso ao tratamento adequado e não houver promoção de saúde mental, os dados a serem apresentados pelo Ministério da Saúde refletirão a realidade do nosso país, confirmando o alarmante aumento dos casos de óbitos por suicídio”, completa o psiquiatra. O Brasil é o oitavo país em número absoluto de suicídios. 17% dos brasileiros já pensaram, em algum momento, em tirar a própria vida. No mundo, a cada 40 segundos uma pessoa comete suicídio e, a cada três segundos, uma pessoa atenta contra a própria vida. Desde 2014, a Associação Brasileira de Psiquiatria e o Conselho Federal de Medicina se unem para trazer ao Brasil a campanha mundial Setembro Amarelo (www.campanhasetembroamarelo.com.br), desenvolvendo, em parceria com várias instituições nacionais, ações de conscientização da sociedade. Durante todo esse mês, a ABP trabalha com foco na campanha Setembro Amarelo, com ações específicas em todo o Brasil. Para ter acesso a toda a pesquisa divulgada pelo Ministério da Saúde: http://portalms.saude.gov.br/noticias/agencia-saude/44404-novos-dados-reforcam-a-importancia-da-prevencao-do-suicidio.  

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Epidemia de suicídio pode ser contida

Uma epidemia silenciosa. Uma pessoa morre por suicídio a cada 45 minutos no Brasil, segundo o Boletim Epidemiológico, do Ministério da Saúde. Em Pernambuco são 337 casos por ano, quase um por dia. O País, conhecido pela alegria, tem visto crescer a taxa de pessoas que dão fim as suas vidas, motivadas pela tristeza e pela solidão. Especialistas analisam como a crise, as pressões da vida moderna e as novas tecnologias influenciam essa epidemia. Um mal que não tem remédio, mas, a boa notícia é que pode ser prevenido. Por isso, o Ministério da Saúde instituiu a campanha Setembro Amarelo, dedicando este mês à conscientização da importância da prevenção. De acordo com Kátia Petribú, presidente da Sociedade Pernambucana de Psiquiatria e professora da UPE, o suicídio é originado de muitos fatores. Mas a quase totalidade dos casos está ligada à depressão. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a cada 100 pessoas depressivas, 15 decidem colocar fim à própria vida. O aumento dos casos de suicídio no Brasil nos últimos anos (73% entre 2000 e 2016) pode ter relação com fatores socioeconômicos, como a crise. “Violência, insegurança pública, falta de perspectiva para os jovens e baixa de qualidade da educação angustiam a população e influenciam esse cenário”, aponta Petribú. A exposição nas redes sociais é outro fator recente que está relacionado aos índices de suicídio, na avaliação dos especialistas. O vazamento de fotos íntimas, principalmente de jovens e adolescentes, é um dos fatores mais conhecidos que levam as vítimas a tomarem a decisão de desistir da vida. É na timeline desses espaços digitais que se constrói uma narrativa fake, isto é, falsa, da vida, que esconde problemas de ordem pessoal e simula relacionamentos que também não existem. “A exposição pública nas redes sociais apresenta sempre pessoas bonitas, em momentos de felicidade. A tristeza é rara. Mas na vida real, muitas dessas pessoas estão solitárias, tristes. Todo o sucesso, beleza e amizades não existem”, afirma a psiquiatra. Ela conta ainda que a internet acabou ampliando o acesso à informação sobre métodos de suicídio, que antes eram mais restritos. Os milhares de amigos do Facebook não representam relacionamentos de fato, na análise do psicólogo e pastor Jades da Cunha Jr. “Uma pessoa que pensa muito em suicídio pode ter o laço social fragilizado. Na sociedade atual, o sujeito moderno se sente muito abandonado, sem relacionamentos aprofundados. Os vínculos digitais são muito superficiais”, explica. O contraponto a isso é a rede de prevenção criada pelos relacionamentos, sejam familiares ou de amizade. “As pessoas julgam alguém com pensamento suicida como um covarde. Mas ele não está tentando tirar a vida. O anseio é por acabar a dor de viver. Porém, quando um indivíduo com ideias suicidas tem laços sociais mais aprofundados, pode se sentir menos isolado e encontrar uma saída criativa para o problema que o está afligindo. O problema é que na sociedade que construímos, as pessoas caminham juntas, mas estão sozinhas”, diagnostica Jades. O psicólogo ressalta que o homem contemporâneo tem menos períodos de pausas no cotidiano do que nas gerações anteriores. Aumenta-se assim a pressão e diminui o necessário tempo de repouso e dedicado aos relacionamentos. “Antes, o trabalho se encerrava e as pessoas largavam da vida profissional. Hoje, levamos serviço para casa. Resolvemos problemas de clientes pelo Whatsapp. Não há mais hiatos entre a vida familiar e o emprego”, critica. Voluntário do Centro de Valorização da Vida (CVV), Airton Siqueira afirma que o apoio emocional e a prevenção do suicídio são os grandes serviços prestados pela instituição e buscados pelas pessoas com pensamentos suicidas, pelo telefone 188. Em 2017, a organização recebeu 2,5 milhões de telefonemas. “O CVV oferece um amigo temporário. Nosso objetivo é fortalecer as pessoas emocionalmente, não é dar conselhos. Os nossos voluntários são facilitadores para que a pessoa possa desabafar e, nesse momento, consigo mesma, entender que é possível resolver seus problemas”. O voluntário afirma que o isolamento é uma das grandes dificuldades das pessoas que cometem suicídio. “Numa ocasião, uma pessoa nos ligou dizendo que há uma semana não dava uma palavra com ninguém. Outra situação foi o seguinte relato: estou rodeada por pessoas, mas me sinto só”, comenta Siqueira. Ele revela que o pertencimento a algum grupo social é um fator de proteção, mas mesmo nesses espaços nem sempre as pessoas se abrem em momentos de angústia mais acentuados. Ele alerta que amigos e parentes devem se preocupar frente a alguns sintomas. “Quando a pessoa está muito retraída, ou quando começa a não ter disposição para nada, como fazer uma atividade física ou mesmo a higiene pessoal. A agressividade fora do comum também pode ser um sinal que algo vai mal e que o parente ou amigo está precisando de apoio”, conta. *Por Rafael Dantas, repórter da Algomais (rafael@algomais.com)

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Coordenador Nacional do Setembro Amarelo participa de palestra e caminhada no Recife

Nesta sexta, dia 14, às 9h, o Coordenador Nacional da Campanha Setembro Amarelo, Dr. Antônio Geraldo da Silva, ministra a palestra Desafios sobre a Prevenção do Comportamento Suicida no III Simpósio sobre Suicídio da UFPE. O evento acontece no Auditório Jorge Lobo, do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal de Pernambuco (Av. Prof. Moraes Rego, 1235 – Cidade Universitária – Recife). No sábado, a partir das 10h, Dr. Antônio Geraldo, que também é Superintendente Técnico da Associação Brasileira de Psiquiatria, participa da Caminhada Pró-Vida, na Praça da Jaqueira, evento de conscientização aberto ao público. SOBRE O SETEMBRO AMARELO O Brasil é o oitavo país em número absoluto de suicídios. 17% dos brasileiros já pensaram, em algum momento, em tirar a própria vida. No mundo, a cada 40 segundos uma pessoa comete suicídio e, a cada três segundos, uma pessoa atenta contra a própria vida. São números alarmantes sobre um tema que ainda é um tabu. Afinal, o suicídio e as doenças mentais não escolhem gênero, idade ou classe social. Para conscientizar os brasileiros sobre a prevenção do suicídio, desde 2014 a Associação Brasileira de Psiquiatria e o Conselho Federal de Medicina se unem para trazer ao Brasil a campanha mundial Setembro Amarelo, desenvolvendo, em parceria com várias instituições nacionais, ações de conscientização da sociedade. “Precisamos ajudar a população com prevenção, informar que é fundamental tratar todas as doenças mentais, principalmente as que possuem aumento de risco de atentado contra a própria vida”, alerta o Coordenador Nacional da Campanha Setembro Amarelo, Dr. Antônio Geraldo da Silva. Quase 100% dos casos de suicídio estão relacionados a transtornos mentais, em sua maioria não diagnosticados, tratados de forma inadequada ou não tratados de maneira alguma. Em primeiro lugar está a depressão, seguida do transtorno bipolar e abuso de substâncias. Dos que morrem por suicídio, cerca de 50% a 60% nunca se consultaram com um profissional de saúde mental ao longo da vida. Além disso, metade dos que morrem por suicídio foram a uma consulta médica em algum momento do período de seis meses que antecederam a morte, mas 80% foram ao médico não psiquiatra no mês anterior ao atentado contra a própria vida. Entre jovens de 15 a 29 anos, o suicídio é a terceira principal causa de morte nesta faixa etária no Brasil. “Notamos ainda um aumento considerável, no País e no mundo, do comportamento suicida entre jovens e adolescentes, com motivações complexas, podendo incluir humor depressivo, uso de substâncias psicoativas, rejeição familiar, negligência, entre outros”, comenta Dr. Antônio. O suicídio é uma grande questão de saúde pública em todos os países. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS, 2014), é possível preveni-lo, desde que, entre outras medidas, os profissionais de saúde, de todos os níveis de atenção, estejam aptos a reconhecerem os fatores de risco presentes, a fim de determinarem medidas para reduzir tal risco. “O suicídio é uma emergência médica e, por isso, é fundamental o papel de todos nós nessa campanha, com ações efetivas de orientação sobre o risco, de informação sobre como preveni-lo e também no atendimento emergencial”, reforça o psiquiatra. Durante todo esse mês, a Associação Brasileira de Psiquiatria vai trabalhar com foco na campanha Setembro Amarelo, com ações específicas em todo o Brasil.

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Palestra sobre depressão e suicídio será realizada em Belo Jardim

A Prefeitura de Belo Jardim, por meio da Secretaria de Juventude e Trabalho, realizará, na próxima quinta-feira (28), uma palestra sobre depressão e suicídio. O evento, em parceria com o Sest/Senat, faz parte das ações do Setembro Amarelo, mês mundial de prevenção ao suicídio. A palestra será ministrada por Márcio Gonçalves. Para participar do evento, o interessado deve se inscrever na sede da secretaria, que fica na Rua Antônio Franklin Cordeiro, número 80, no Bairro do São Pedro, próximo ao Rotary Club. Não é preciso levar nenhum documento. A entrada na palestra, que ocorrerá no Centro de Cursos, na Avenida Deputado José Mendonça, no Centro, é gratuita. De acordo com o secretário de Juventude e Trabalho, Neto Andrade, a palestra é uma forma de levar informação à população. “É um tema delicado. É uma realidade que precisa ser debatida. As pessoas precisam saber quem tem apoio para enfrentar situações difíceis”, explica. SETEMBRO AMARELO – É uma campanha de conscientização sobre a prevenção ao suicídio, realizada no Brasil desde 2014. O objetivo da campanha é alertar a população sobre suicídio e depressão e formas de evitar os dois. --

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Setembro Amarelo alerta para a prevenção ao suicídio

Assunto complexo, o suicídio, que espelha fatores biológicos, genéticos, psicológicos, sociais e também culturais, tem sido desvendado, nos últimos quatro anos, pela campanha Setembro Amarelo. Neste ano, como de costume, as atividades de prevenção e sensibilização incluem caminhadas, veiculação de materiais da campanha por figuras públicas que abraçam a causa e a decoração e iluminação de prédios públicos, praças e monumentos com luzes e itens amarelos. As ações foram iniciadas pela Associação Internacional para Prevenção do Suicídio (Iasp) e trazidas ao Brasil pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), pelo Centro de Valorização da Vida (CVV), referência no atendimento – inclusive remoto – a pessoas em crise, e pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). O Setembro Amarelo caminha junto com a campanha Janeiro Branco, que, em um mês em que as pessoas estão mais propensas a renovações, busca vivificar reflexões sobre saúde mental e valorização da vida. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que ocorram, no Brasil, 12 mil suicídios por ano. No mundo, são mais de 800 mil ocorrências, isto é, uma morte por suicídio a cada 40 segundos, conforme o primeiro relatório mundial sobre o tema, divulgado pela OMS, em 2014. Em geral, a vontade de acabar com a própria vida é provocada pela falta absoluta de perspectiva e uma enorme sensação de desamparo e angústia. O que não se destaca é que, na maioria dos casos, o radical desejo é gerado por um quadro de transtorno mental tratável, como depressão, transtorno bipolar afetivo, esquizofrenia, quadros psicóticos graves e transtornos de personalidade, como o borderline. “Somente 3% não têm diagnóstico desses transtornos. Há um alto índice também de histórico de drogas, álcool e outras substâncias”, diz a psicóloga Fabíola Rottili Brandão. Fabíola esclarece ainda que, embora prevaleçam os casos em que preexiste um distúrbio mental, há situações em que o suicídio pode ser um impulso desencadeado por um infortúnio pontual, mas que, ainda assim, a pessoa já tem um processo de desorganização interior. “Em 10% das ocorrências podemos observar essas questões. Pode ser, sim, um caso de súbita desesperança.” Para o psiquiatra Régis Barros, fortalecer-se emocional e mentalmente é como o ser humano resiste às decepções e contrariedades, comuns a todas as pessoas. “Viver não é uma tarefa simples. Viver é fabuloso, mas somos sistematicamente testados, colocados à prova, sofremos com as frustrações do viver. A resiliência é importante para construir uma habilidade social para a vida”, diz. Suporte Barros defende que a sociedade contemporânea, além da violência, do estresse, da instabilidade econômica e social, vive um momento de competitividade cada vez maior, que favorece o adoecimento mental. “O que se vê são relações muito voláteis, famílias desorganizadas, um mundo social virtual em que o contato e as construções de relações são muito empobrecidas. Há, cada vez mais, jovens que se frustram mais precocemente, uma epidemia dos que se automutilam”, explica. Por isso, poder contar com uma rede de apoio e, consequentemente, com o acesso ao diálogo é fundamental para que as pessoas com a chamada “ideação suicida” conquistem o equilíbrio e a estabilidade emocional garantidos pelo tratamento de psicoterapia e de medicamentos. Os remédios prescritos por um psiquiatra são essenciais para que o paciente recobre a ordem neuroquímica, e a terapia, por sua vez, auxilia o paciente a saber trabalhar suas emoções. Há alguns sinais que podem ser identificados por familiares e amigos como sendo de risco, auxiliando no diagnóstico e, portanto, na assistência. Eles devem compreender que a depressão e o suicídio não são uma estratégia infantil da pessoa para chamar a atenção, nem frescura. Desinteresse pelas atividades que sempre foram prazerosas, sentimento de inutilidade e de culpa, cansaço extremo, irritabilidade, dificuldade de concentração e de tomar decisões e até mesmo falta de higiene com o próprio corpo são comportamentos de alerta. A pessoa tende também a achar que é um fardo para seus amigos e sua família, pode ter baixa qualidade de sono e, ainda, perder ou ganhar peso. “Há isolamento social, quebra no vínculo familiar, um grande sofrimento psíquico. Mas, às vezes, a pessoa esconde, coloca uma armadura e se esforça para não parecer doente”, complementa Fabíola. Tanto as pessoas mais próximas como desconhecidos são capazes de acolher e mesmo encaminhar a pessoa suscetível ao tratamento com os profissionais adequados. De acordo com a psicóloga, as unidades de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS) carecem de investimento em medicamentos e psicoterapia. “O tratamento de crise precisa ser imediato e nem sempre os dispositivos estão preparados para atender o paciente”, diz Fabíola. Essa conscientização da família, denominada psicoeducação, evita, inclusive, a repetição de episódios suicidas. “As doenças mentais têm componentes biológicos e não biológicos. Você tem famílias em que o componente é replicado. Mas há uma dificuldade em definir o que é fator ambiental, o que é herança genética, já que temos o mesmo ambiente, com as mesmas questões emocionais, que podem retroalimentar o desejo de se suicidar. O ato de se suicidar não será o ato primário, o primeiro, outros já aconteceram e podem ser evitados”, esclarece Barros. Colegas de trabalho também podem e devem representar um ponto de socorro. “As empresas não estão preparadas para lidar com essa demanda. Quando tem afastamento do trabalho, existe preconceito. Os empregadores precisam buscar informações e achar formas de acolher. O profissional fica estigmatizado. A gente se dedica tanto ao trabalho e não encontra apoio ali”, pontua Fabíola.

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É importante falar de bullying, depressão e suicídio

“Depressão é uma doença que faz a gente parar de enxergar a realidade que está a nossa volta. Por mais que alguém diga que você é bonita, bem-sucedida, nada disso adianta quando a gente está com esse defeito na cabeça, que diz exatamente o contrário”, conta Nauzila Campos, de 25 anos. A jornalista, advogada e modelo convive com a doença desde 2015. No mês em que a Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta para o aumento de casos de depressão, especialistas e pessoas em tratamento destacam a necessidade de debater o assunto e de lidar com a influência do bullying sobre a depressão e da depressão sobre o suicídio. O número de pessoas que vivem com depressão, segundo a OMS, cresceu 18% entre 2005 e 2015. A estimativa é de que, atualmente, mais de 300 milhões de pessoas de todas as idades sofram com a doença no mundo. “No pior dos casos, a depressão pode levar ao suicídio, segunda principal causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos”, destaca a OMS. “O problema da depressão é que, mesmo que ela não seja crônica, ela é um fantasma que fica ali na moita, à espreita, pronta para atacar novamente”, acrescenta Nauzila. Em uma das crises, a advogada ficou horas vagando pelas ruas. Hoje, ela usa as redes sociais para falar do problema. A coordenadora da Comissão de Estudo e Prevenção ao Suicídio da Associação Brasileira de Psiquiatria, Alexandrina Meleiro, destaca que a falta de conhecimento faz com que o assunto se torne tabu, por isso, é tão importante discutir o tema. “Só sabe o que é depressão quem já passou ou está passando [por isso]. Quem está de fora claro que tem preconceito: é por que não tem o que fazer, é por que é preguiçoso. Então, [o doente] tem mil rótulos.” O quadro de diminuição de autoestima, tristeza, desânimo e perda cognitiva é resultado de alterações nos neurotransmissores. “Então, a pessoa fica mais lenta nas reações emocionais, no sono, no peso que pode alterar para mais ou para menos. Uma infinidade de sintomas vai expor o quadro depressivo”, conta Alexandrina. Segundo a OMS, a depressão será em uma década a doença que mais vai afastar as pessoas do seu dia a dia. Além das redes sociais, séries na internet, desafios virtuais e brincadeiras perigosas colocam esses assuntos em destaque. Bullying Rebeca Cavalcanti, de 24 anos, não tem boas recordações do primário. “Foi um período muito complexo para mim, e o tipo de bullying que eu sofri foi por causa das minhas características físicas. Hoje em dia em tenho um sério problema por causa da minha aparência”, lembra a estudante. Brasília - O Facebook lançou plataforma com ferramentas para ajudar adolescentes, pais e professores a evitar e combater o bullying em redes sociais (Marcello Casal Jr/Agência Brasil) Um em cada dez estudantes no Brasil é vítima frequente de bullyingMarcello Casal Jr/Agência Brasil Assim como Rebeca, dezenas de crianças e adolescentes são alvo de piadas e boatos maldosos, além de serem excluídos pelos colegas. Um em cada dez estudantes no Brasil é vítima frequente de bullying, de acordo com o Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa). Dados do relatório mostram que 17,5% dos alunos brasileiros, na faixa dos 15 anos, sofreram algum tipo de bullying “pelo menos algumas vezes no mês”. Segundo a psiquiatra, estudos mostram que casos de ansiedade e depressão podem estar relacionados ao bullying. “Ele vai massacrando a autoestima e isso favorece desenvolver alguns quadros, entre eles, de ansiedade e principalmente de depressão. Há estudos nacionais e internacionais mostrando que pessoas vítimas de bullying são mais suscetíveis a desenvolver quadros depressivos.” Desde o ano passado, está em vigor a lei que obriga escolas e clubes a adotarem medidas de prevenção e combate o bullying por meio da capacitação de professores e equipes pedagógicas. A norma também estabelece que sejam oferecida assistência psicológica, social e jurídica às vítimas e aos agressores. 13 Reasons Why A série 13 Reasons Why, disponível no catálogo de filmes do Netflix, aborda casos de bullying entre adolescentes. A primeira temporada do enredo conta a história de um jovem estudante que encontra uma caixa com várias fitas cassete na porta de sua casa, gravadas por sua amiga que se suicidou. Em cada fita, a menina dá treze motivos pelos quais cada pessoa a quem as fitas foram enviadas, contribuíram para que ela se suicidasse. CVV A série fez com que aumentasse a procura pelo serviço do Centro de Valorização da Vida (CVV). Para a voluntária do CVV, que prefere ser chamada apenas de Leila, além de tratar como política pública, é preciso incentivar formas de ajuda em casos de depressão. “A gente não pode ficar de braços cruzados vendo isso. É uma questão de política pública. Quando a gente está com uma dor no pé, a gente vai ao ortopedista, se o problema é o coração, com taquicardia, a gente vai ao cardiologista. Então, quando a gente está com uma dor emocional uma dor que não é física, a gente tem que tratar também buscar auxílio para essas emoções.” Leila conta que as pessoas que recorrem ao CVV querem falar de suas angústias, de seus problemas de uma forma sigilosa, de uma forma acolhedora. “[Agimos] para que ela se sinta à vontade ali para falar coisas que talvez de outra forma ela não teria com quem falar. Ela se sentiria julgada.” Além das unidades em diversas regiões do país, o CVV atende pelo número 141. Suicídio De acordo com a OMS, o suicídio é atualmente um problema de saúde pública, sendo uma das três principais causas de morte, entre pessoas de 15 a 44 anos, e a segunda entre as de 10 a 24 anos. A cada ano, aproximadamente 1 milhão de pessoas tira a própria vida, o que representa uma morte a cada 40 segundos. O Brasil tem cerca de 10 mil registros anuais. Estudos revelam que a maioria dos suicídios está ligada a transtornos psiquiátricos como explica a psiquiatra Alexandrina

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Tristeza não é frescura

No mês da campanha de conscientização sobre a prevenção do suicídio é  uma oportunidade para o público conhecer os sinais que indicam quando uma pessoa está com depressão.  Diego Tavares, psiquiatra e pesquisador do programa de transtornos afetivos (GRUDA) do Hospital das clínicas da USP, informa sobre os 3 principais sinais de alerta para identificar quando uma tristeza passa a ser depressão. 1- Alteração no humor por pelo menos 2 semanas Quando o estado de humor se altera de forma persistente e diferente do temperamento normal da pessoa fazendo ela se sentir para baixo e sem esperança na maior parte do dia, quase todos os dias, por pelo menos 2 semanas, pode estar ocorrendo uma desregulação cerebral de áreas relacionadas ao humor, impulsos (vontade) e energia. Esse quadro pode ser engatilhado por algum evento negativo na vida da pessoa ou pode aparecer espontaneamente, não importa muito se o quadro apresentou algum "desencadeante" porque sabemos hoje que uma parte desses quadros se segue a um estressor psicológico ou de vida, mas muitos não. "Isso acontece porque cada vez mais sabemos que depressão pode ocorrer mesmo em pessoas que passaram por eventos aversivos ou negativos na vida, a diferença é que se a pessoa não tem predisposição a um transtorno do humor, o cérebro se adapta a situação estressora sem alterar seu funcionamento, ao passo que no depressivo, a vivência de estresse e tristeza normal se prolonga para um quadro persistente e distorcido que compõe junto com outros sintomas uma síndrome cerebral psiquiátrica que denominados de depressão", diz Dr. Diego. 2- Cansaço excessivo Os níveis de energia da pessoa caem e ela se torna fadigada e sem forças, mesmo estando descansada e sem ter feito muita coisa, essa sensação persiste. "Tudo isso porque tanto a energia quanto a disposição física, estão no cérebro, que é o órgão responsável por fornecer o vigor físico e na depressão isso fica reduzido", comenta o médico. 3- Sem vontade nem para falar Os impulsos e a vontade do individuo ficam reduzidas. A pessoa fica mais indecisa pra fazer as coisas, procrastina tudo, se isola, não faz quase nenhum plano, se retrai mais, tem menos ânimo pra tomar banho ou se alimentar e normalmente fica sem vontade para falar, para interagir, para se divertir, para fazer exercícios e até para viver. "Esses sintomas indicam que a pessoa precisa de ajuda médica, já que ela não se sente bem por estar sentindo isso, mas não consegue dar a voltar por cima. O principal a entender é que pessoas com depressão devem ser tratadas como doentes, assim como aquelas que sofrerem de qualquer outra doença física, a única diferença é que depressão não é visível, como por exemplo, um pé quebrado que impede tanto quanto, uma vida normal", completa o psiquiatra.  

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