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UPE

Sandro Prado

"Seguimos no ranking como o estado com o maior número de desemprego"

​​As causas que colocam o Estado com o maior percentual de desempregados no País são analisadas pelo economista Sandro Prado, da Fcap/UPE, que também aponta as possíveis soluções. Ele defende a qualificação da mão de obra e faz um alerta sobre os impactos da uberização no mercado de trabalho e a tendência de aumento de desocupados entre a população 50+.  Brasil, segundo o IBGE, atingiu no segundo trimestre deste ano, a menor taxa de desocupação desde o início da série histórica da PNAD Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), em 2012. O índice ficou em 5,8% e Pernambuco acompanhou a queda ao registrar o percentual de 10,4% contra a taxa de 11,6% aferida no primeiro trimestre de 2025. Apesar da boa notícia da recuperação, o Estado, porém, amarga a incômoda posição de ter o maior nível de desemprego em todo o País. Cláudia Santos conversou com o economista Sandro Prado, professor da Faculdade de Ciências da Administração de Pernambuco (UPE) para analisar os motivos que levam o Estado a figurar no indesejável topo desse ranking. Ele também apontou as políticas públicas necessárias para elevar o número de vagas no mercado de trabalho, em especial para os jovens – grupo mais afetado pelo desemprego – e também para população 50+. São pessoas que esperavam se aposentar, mas, surpreendidas pela Reforma da Previdência, terão de atuar por mais 10 anos num mercado de trabalho que as rejeitam devido ao etarismo. Resultado: recorrem ao Bolsa Família, sem perspectiva de sair do benefício.  Prado também analisou o impacto da uberização, que seduz homens jovens com a ilusão de um trabalho sem patrão, mas também sem sustentabilidade no longo prazo. Em consequência, muitas vagas destinadas à população masculina começam a ser preenchidas por mulheres.  “O deslocamento delas para atividades ocupadas culturalmente por homens pode ser um caminho sem volta”, estima o economista.  Embora tenha apresentado quedas ao longo dos meses, a taxa de desemprego em Pernambuco, segundo o IBGE, foi de 10,4% no segundo trimestre de 2025. É a maior do Brasil e a única com dois dígitos. O que vem ocasionando esse desempenho? O fato de Pernambuco liderar o ranking – sempre disputando com a Bahia – do maior índice de desemprego do Brasil, foi muito trabalhado por alguns candidatos oposicionistas ao Governo de Pernambuco. Com a entrada desse novo governo, houve esforços, como a criação de uma secretaria específica para empreendedorismo e empregabilidade. Já no âmbito nacional, considerando o recorte do Governo Lula, o desemprego, no Brasil, cai drasticamente, temos a menor taxa dos últimos tempos (5,8%) e isso fez com que o desemprego diminuísse também em Pernambuco.  Porém, nosso crescimento na diferença entre empregos de novos contratados e de pessoas demitidas não foi suficiente para Pernambuco sair dessa incômoda posição. O Governo do Estado, como todos os governos, tem trabalhado na redução, fez a lição de casa e evoluiu na criação de emprego, devido ao crescimento econômico do Brasil. Mas, além de sustentarmos o último lugar na taxa de emprego, estamos mais distantes da Bahia, que é o segundo colocado negativo, depois vem o Distrito Federal.  Por meio do nosso polo industrial, com Suape, Hemobrás, Stellantis, criamos e conseguimos atrair muitas vagas de empregos na indústria que pagam melhor. Mas hoje as plantas são muito enxutas, têm baixa empregabilidade e não temos ainda o número suficiente de fábricas. O agribusiness, uma agricultura com muita tecnologia, também cresceu muito com a irrigação do São Francisco, gerando uma boa empregabilidade a partir da produção de uva e manga que, embora elevada, é também sazonal. Mas o padrão típico aqui é viver muito de serviços por causa do turismo, das praias e das grandes festas, como São João e Carnaval. A maioria da população vive dessas vagas de emprego que são voláteis e pagam menos.  O setor não possibilita a criação de vagas sustentadas com média salarial mais elevada a ponto de termos um desempenho melhor do que o restante da Federação.  Portanto, por mais que tenham existido esforços do Governo do Estado e da Prefeitura do Recife, que é o município que cria o maior número de oportunidades com muitos postos de trabalho, ainda não há uma interiorização dessa empregabilidade. Essa interiorização poderia ter ocorrido se a Transnordestina tivesse evoluído, por exemplo. Porém, nosso Estado ainda é muito dependente da criação polarizada de postos de trabalho na Região Metropolitana do Recife e, infelizmente, seguimos no ranking como o estado com o maior número de desemprego.  Isso é horrível, porque não somos o estado mais pobre, nem com menor infraestrutura, pelo contrário, somos uma grande potência no Nordeste, mas não conseguimos fazer o básico que é dar emprego às pessoas. Esse ranking mostra que estamos muito mal em termos de emprego. Evoluímos, crescemos, mas cabe ao Governo do Estado e aos municípios a criação de postos de trabalho para que Pernambuco evolua e saia dessa horripilante posição. Um dos principais problemas seria a ausência de descentralização de oportunidades de emprego? Sim. Claro que há outros fatores. O comércio varejista sentiu muita dificuldade por causa do e-commerce, dos grandes marketplaces. Há também reconfigurações diante do avanço tecnológico, pois o emprego tem mudado de cara. Profissionais como porteiros de edifícios, por exemplo, são substituídos por portarias eletrônicas. Contudo, ao mesmo tempo, criam-se outras oportunidades, no serviço, como é o caso do turismo. Então, tem-se o desempenho estrutural do desemprego, que não é só em Pernambuco. Se outros estados brasileiros estão com números de desemprego muito menos incômodos do que os nossos, há sinalização de que realmente o poder público tem que fazer mais, o papel do estado é fomentar emprego e o empreendedorismo, é fomentar situação de renda para a população.  A partir do momento que se consegue isso, melhora-se, inclusive, a tributação, a receita, menos pessoas passam a depender de programas assistencialistas. Percebe-se que há um esforço, tivemos uma evolução, por exemplo, no número de creches, condição essencial para que as mulheres possam trabalhar fora.  Mas ainda é necessário haver preparação da mão

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Universidade de Pernambuco: uma História de compromisso e transformação

*Por Maria do Socorro de Mendonça Cavalcanti - Reitora da Universidade de Pernambuco A Universidade de Pernambuco (UPE) é uma instituição pública, gratuita, autônoma, inovadora e comprometida com a produção e a difusão do conhecimento por meio do ensino, da pesquisa, da extensão e da inovação, integrando diferentes áreas do saber. O seu objetivo é formar profissionais que sejam tecnicamente competentes, reflexivos, críticos e conscientes do seu papel como cidadãos engajados na busca de soluções sustentáveis para os desafios locais e globais, com a possibilidade da construção de uma sociedade justa, equitativa e sustentável. A UPE tem sua origem em 1965, com a Fundação de Ensino Superior de Pernambuco (FESP), a partir da Lei Estadual nº 5.736, que reuniu diferentes escolas isoladas de formação profissional. Em 1991, com a criação da Fundação Universidade de Pernambuco, a UPE foi legalmente instituída e assumiu o desafio de expandir o ensino superior de qualidade para todas as regiões do Estado. Atualmente a instituição é reconhecida pelo seu legado e permanente compromisso com a formação cidadã, a inclusão social e o fortalecimento da ciência e da inovação. Os nossos pilares são a autonomia universitária, a gestão democrática, o pluralismo de ideias e a responsabilidade social, com respeito a diversidade, a promoção da equidade e a valorização do conhecimento como instrumento de transformação. Presença em todo Pernambuco Com uma estrutura multicampi robusta, a UPE está presente em todas as regiões do Estado. São 17 unidades de educação presencial e 16 polos de Educação a Distância (EaD), com a oferta de 65 cursos de graduação, dos quais 60 são presenciais e 5 na modalidade a distância. A universidade também oferece 28 cursos de mestrado, 16 doutorados e 103 pós-graduações lato sensu, incluindo 72 residências. O Complexo Hospitalar da UPE, composto por três grandes hospitais: o Centro Universitário Integrado de Saúde Amaury de Medeiros (CISAM), o Hospital Universitário Oswaldo Cruz (HUOC) e o Pronto Socorro Cardiológico Universitário de Pernambuco - Professor Luiz Tavares (PROCAPE), constitui-se em uma referência na assistência em saúde pública, ensino e pesquisa, com atendimento de pacientes de diferentes Estados do país. Como uma instituição capilarizada, as ações desenvolvidas impactam em mais de 80% dos municípios pernambucanos, contribuindo de forma decisiva para o desenvolvimento regional, a inclusão social e a formação de lideranças locais. Os cursos em diferentes campi recebem estudantes de todos os Estados da federação e de outros países, colaborando com a diversidade de conhecimento e culturas na instituição. Ensino, pesquisa, inovação e extensão: pilares de transformação A UPE está distribuída presencialmente nas cidades do Recife, Nazaré da Mata, Caruaru, Garanhuns, Arcoverde, Salgueiro, Petrolina, Serra Talhada, Palmares, Ouricuri e Surubim, além de 16 municípios dos polos de Educação a Distância. Para desempenhar o seu papel, a instituição conta com uma comunidade acadêmica de mais de 1.200 docentes, dos quais mais de 90% são mestres e doutores, mais de 4.700 servidores e mais de 20.000 estudantes, distribuídos nos cursos de graduação e de pós-graduação.  O projeto pedagógico da Universidade de Pernambuco é orientado para a formação integral de profissionais capazes de atuar em contextos complexos e desafiadores, com ênfase na interdisciplinaridade, na flexibilização curricular e na indissociabilidade entre o ensino, a pesquisa e a extensão. Nas ações voltadas para a pesquisa, a UPE se destaca com mais de 400 projetos ativos, muitos deles direcionados para soluções locais e regionais, com a promoção da inovação tecnológica, social e o pioneirismo da residência tecnológica. O Instituto de Inovação Tecnológica é um exemplo dessa vocação, com apoio a startups, projetos de propriedade intelectual e parcerias com o setor produtivo. Na extensão universitária, mais de 600 ações anuais aproximam os nossos estudantes e professores da sociedade, em áreas como a saúde, a educação, a cultura, o esporte, o meio ambiente e os direitos humanos. Do mesmo modo, a universidade reconhece os saberes populares, com a concessão do título de Notório Saber em Cultura Popular, através de edital específico. Alinhamento aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável O cuidado com o meio ambiente e com as pessoas é essencial para o funcionamento das melhores organizações na atualidade, com a demanda de estudos e estratégias para lidar adequadamente com aspectos centrais para a promoção de um desenvolvimento ecologicamente correto, economicamente viável, socialmente justo e culturalmente diverso. Desta forma, consciente de seu papel como agente de transformação socioambiental, a UPE adotou a Agenda 2030 da ONU e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) em suas ações. Em 2024 se concluiu a elaboração do Plano de Logística Sustentável, com diretrizes para ações de eficiência energética, gestão de água e resíduos, acessibilidade, mobilidade, qualidade de vida e educação ambiental. Para coordenar as iniciativas, com melhorias contínuas dos processos internos e a conscientização da comunidade acadêmica, foi criado o Núcleo de Sustentabilidade para conduzir ações voltadas para a temática na instituição. Desta forma, reafirmamos o nosso papel de integração acadêmica-comunidade, impactando diretamente setores em diversas regiões com ações alinhadas com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, com temas essenciais como arte, cultura, saúde, educação e equidade. Outros temas de impacto, como mudança climática, inovação industrial e redução das desigualdades, também estão presentes em nossas ações, demonstrando o compromisso da UPE com o desenvolvimento sustentável e a justiça social. Gestão democrática e compromisso com a sociedade A UPE é uma universidade que valoriza a gestão participativa e o diálogo com todos os segmentos da sociedade. A sua estrutura colegiada é composta pelo Conselho Universitário, Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão e Conselho Social, garantindo voz ativa aos estudantes, servidores técnicos-administrativos, docentes e representantes da sociedade civil. Em 2023 a universidade deu um importante passo na promoção da equidade, ao eleger a primeira mulher Reitora da História da instituição, reforçando o compromisso com a diversidade e a inclusão. Destaca-se que na UPE as mulheres são 70% da força de trabalho, estão presentes em 64% dos cargos de gestão e são 58% dos estudantes, o que demonstra uma mudança efetiva para a valorização da igualdade de gênero. O Sistema Seriado de Avaliação, um dos processos de ingresso na Universidade de Pernambuco, é

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FOTO Dep. Antonio Coelho

Antonio Coelho comemora liberação de recursos para reforma da UPE em Petrolina

Deputado destacou articulação política e compromisso com a educação pública no Sertão O deputado estadual Antonio Coelho (UB) celebrou o anúncio do Governo de Pernambuco que garante a destinação de cerca de R$ 4 milhões para a recuperação estrutural do campus da Universidade de Pernambuco (UPE) em Petrolina. Segundo o parlamentar, a liberação dos recursos representa uma vitória da mobilização conjunta entre o Legislativo, a comunidade acadêmica e a gestão municipal. “É com alegria que recebemos a notícia de que o Governo do Estado tenha decidido garantir os recursos necessários do Campus da UPE em Petrolina”, afirmou Coelho. O deputado vinha cobrando publicamente a resolução dos problemas enfrentados pela instituição, somando forças com o prefeito Simão Durando, professores e estudantes. A precariedade das instalações vinha comprometendo a rotina de ensino e colocando em risco a segurança da comunidade universitária. Para Antonio Coelho, a decisão do governo é reflexo da pressão institucional exercida na Assembleia Legislativa. “Estávamos trabalhando em solidariedade, junto com as gestoras, os professores, os estudantes e toda a comunidade acadêmica. Vamos torcer, agora, para o retorno da normalidade dessa histórica instituição de nossa cidade”, reforçou. Presidente da Comissão de Finanças, Orçamento e Tributação da Alepe, o parlamentar afirmou que, com a sinalização positiva do Executivo, vai garantir a tramitação célere do pedido de crédito suplementar necessário à liberação orçamentária. A expectativa é que as obras de requalificação comecem ainda em 2025.

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PROFESSORA UPE 2

Pioneirismo feminino marca nova fase do Instituto de Inovação Tecnológica da UPE

Pioneirismo feminino marca nova fase do Instituto de Inovação Tecnológica da UPEProfessora Márcia Macedo assume liderança com foco em inclusão social, interiorização da tecnologia e fortalecimento da ciência aplicada em Pernambuco Pela primeira vez em sua história, o Instituto de Inovação Tecnológica da Universidade de Pernambuco (IIT-UPE) será liderado por uma mulher. A engenheira e professora Márcia Macedo, da Escola Politécnica de Pernambuco (POLI-UPE), assume o comando do Instituto em um momento estratégico, que combina avanço na representatividade feminina e fortalecimento da agenda de inovação com impacto social. A docente também estará à frente da recém-criada Coordenação de Desenvolvimento Tecnológico da UPE, cujo objetivo é aproximar a ciência universitária das demandas reais da população. A nova coordenadora quer descentralizar o conhecimento tecnológico e transformar os mais de dez ambientes de inovação da UPE em núcleos ativos de desenvolvimento por todo o estado. “Queremos levar desenvolvimento tecnológico para todos os cantos de Pernambuco — de Noronha ao Sertão. [...] A ideia é fazer a tecnologia chegar onde hoje ela não chega. Porque a inovação de verdade é aquela que transforma a vida das pessoas”, afirma Márcia. Para isso, ela pretende conectar os centros de pesquisa e replicar políticas públicas voltadas à inovação, ampliando o alcance da universidade para além da capital. Em um campo tradicionalmente dominado por homens, especialmente na engenharia, Márcia se destaca não apenas pela competência técnica, mas pela visão humanizada da liderança. “Acho que estamos vivendo uma nova fase. [...] Podemos ser uma em cada lugar, mas que sejamos uma que faça a diferença”, diz, reforçando o papel simbólico e inspirador de sua presença na coordenação. Seu estilo de gestão une firmeza com empatia, valorizando a diversidade como motor da inovação. Outro foco da nova gestão será o investimento na inclusão social por meio da educação científica. Estudantes da rede pública, especialmente dos anos finais do ensino fundamental, estarão no centro de ações que buscam despertar vocações e ampliar horizontes. A estratégia é usar a inovação como ferramenta de transformação social, aproximando jovens da ciência em contextos onde ela ainda é pouco acessível. Com trajetória sólida nas áreas de transportes, geoinformação e sustentabilidade urbana, Márcia Macedo representa uma nova geração de lideranças acadêmicas comprometidas com um modelo de desenvolvimento tecnológico inclusivo, descentralizado e com impacto real na sociedade.

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Washington S. Ferreira Junior

Docente da UPE assume liderança da Resiclima para fortalecer pesquisa sobre mudanças climáticas

Washington S. Ferreira Júnior coordena rede global de cientistas dedicada ao impacto climático na sociedade e biodiversidade A partir de 1º de abril, o professor doutor Washington Soares Ferreira Júnior, da Universidade de Pernambuco (UPE), assume a Coordenação Geral da Rede Resiclima, um grupo interdisciplinar que reúne pesquisadores de mais de 20 instituições no Brasil e no exterior. A rede investiga a relação entre as mudanças climáticas e seus impactos socioambientais, contribuindo para a produção científica e a disseminação de informações sobre o tema. Ferreira Júnior sucede o professor Ulysses Paulino Albuquerque (UFPE), que agora lidera a Coordenação de Produção Científica da Resiclima. Com atuação em diversas frentes de pesquisa, a Resiclima busca compreender como as mudanças climáticas afetam tanto os ecossistemas quanto as populações humanas. Os estudos envolvem temas como percepção pública das mudanças climáticas, impactos na biodiversidade, saúde e nutrição, além da comunicação eficaz sobre os riscos ambientais. Segundo Ferreira Júnior, a rede trabalha de forma interdisciplinar, unindo especialistas de áreas como psicologia, ecologia e etnobiologia, com o objetivo de fornecer dados que possam embasar políticas públicas e estratégias de adaptação e mitigação. Em agosto de 2024, a Resiclima realizou no Recife sua I Reunião de Perspectivas Multidisciplinares sobre as Mudanças Climáticas. O evento resultou na divulgação de uma carta aberta à sociedade, reforçando a necessidade de ações coordenadas diante da crise climática. A capital pernambucana foi escolhida como sede do encontro por estar entre as cidades mais vulneráveis do mundo às mudanças climáticas. Sobre Washington Soares Ferreira JúniorDoutor em Botânica pela UFRPE e mestre em Biologia Vegetal pela UFPE, Ferreira Júnior é professor associado da UPE e docente permanente nos programas de pós-graduação em Etnobiologia e Conservação da Natureza e em Ciência e Tecnologia Ambiental. Suas pesquisas exploram as interações entre grupos humanos e o meio ambiente, com foco especial no uso de plantas medicinais e na evolução de sistemas médicos tradicionais.

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Docente da UPE recebe Prêmio Mulheres e Ciência do CNPq

Reconhecimento destaca a participação feminina na pesquisa científica e tecnológica A professora Patricia Takako Endo, da Universidade de Pernambuco (UPE) – Campus Caruaru, foi uma das vencedoras da primeira edição do Prêmio Mulheres e Ciência, promovido pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). A docente foi agraciada na categoria Estímulo, na área de Ciências Exatas, da Terra e Engenharias, sendo a única representante do Nordeste a receber essa distinção. A premiação será entregue no dia 12 de março, na sede do CNPq, em Brasília. Com o objetivo de valorizar o trabalho das mulheres na ciência e incentivar a equidade de gênero no setor, o prêmio reconhece pesquisadoras e instituições que promovem avanços em diversas áreas do conhecimento. “O prêmio tem uma importância que vai além do reconhecimento acadêmico. Ele representa o reconhecimento do meu papel como mulher na ciência, em especial na área de computação, onde somos minoria”, afirmou Patricia Endo. A reitora da UPE, professora Socorro Cavalcanti, destacou a relevância da conquista para a comunidade acadêmica. “A premiação é fundamental para que possamos diminuir as desigualdades de gênero na ciência e estimular novas pesquisadoras. Parabenizo a docente pela conquista, que é para todas as instituições”, afirmou. Além de Patricia Endo, outras cientistas foram homenageadas nas categorias Trajetória e Mérito Institucional, evidenciando o impacto da pesquisa desenvolvida por mulheres no Brasil. Criado em parceria com o Ministério das Mulheres, o British Council e o Banco de Desenvolvimento da América Latina e Caribe, o prêmio recebeu mais de 1.100 candidaturas. A Universidade de Pernambuco parabenizou a docente pelo reconhecimento e reafirmou seu compromisso com o fortalecimento da pesquisa científica.

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Pernambuco ganha nova sede da Faculdade de Odontologia da UPE

Com investimento de R$ 10 milhões, unidade conta com estrutura moderna e atendimento gratuito à população. Fotos: Miva Filho A governadora Raquel Lyra inaugurou, nesta segunda-feira (24), a nova sede da Faculdade de Odontologia de Pernambuco (FOP-UPE), localizada na Avenida Norte, no Recife. A instituição, que há anos funcionava em espaços provisórios, agora conta com um prédio de quatro andares, 37 consultórios clínicos, três laboratórios multiuso e dois auditórios. Com investimento de R$ 10 milhões, a nova sede integra o programa Inova PE, que busca modernizar a infraestrutura educacional do estado. Além de beneficiar os estudantes, a unidade oferecerá cerca de três mil atendimentos odontológicos gratuitos por mês à população pelo SUS, abrangendo desde serviços básicos até especialidades como Ortodontia e Cirurgia Ambulatorial. “A Faculdade de Odontologia, com essas novas instalações, ganha novos laboratórios, salas de aulas, clínicas, biblioteca, área de convivência, local para refeição dos estudantes, servidores e professores. E com todo esse ambiente, moderno e adequado, eles poderão realizar todas as atividades de ensino, pesquisa, extensão e inovação, além da assistência a toda a população na área odontológica”, destacou a reitora da UPE, Profª Socorro Cavalcanti.  A UPE tem recebido investimentos significativos na atual gestão, incluindo a contratação de 314 docentes e 507 servidores técnicos e um aumento de 58% nas bolsas universitárias.

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Governo de Pernambuco anuncia concurso com 58 vagas para professores da UPE

Edital previsto para abril; provas acontecem entre junho e julho A governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, anunciou a abertura de um novo concurso público para a Universidade de Pernambuco (UPE), oferecendo 58 vagas para docentes. A iniciativa reforça o compromisso do governo estadual com o fortalecimento do ensino superior e se soma à nomeação de 184 professores realizada no início da atual gestão. Os novos profissionais atuarão em diversos campi da UPE, expandindo o quadro acadêmico em diferentes regiões do estado. As oportunidades contemplam três categorias – Auxiliar (especialista), Assistente (mestre) e Adjunto (doutor) – conforme a necessidade de cada curso. Entre as áreas contempladas estão Medicina, Engenharia de Software, Psicologia, Enfermagem, Odontologia, Administração e Serviço Social. "A gente tem tido uma parceria muito forte com a UPE... Não tenho dúvida nenhuma de que a gente vai conseguir fazer da UPE uma universidade muito mais forte", afirmou a governadora Raquel Lyra. A seleção será realizada em quatro etapas: prova escrita, avaliação didática, análise do plano de trabalho e exame curricular. A previsão é que o edital seja publicado no início de abril, com provas entre junho e julho e posse dos aprovados no segundo semestre de 2025. Mais informações e detalhes sobre inscrições estarão disponíveis no site oficial da UPE: www.upe.br/concursos.

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Demetrius Montenegro

"Em época de férias, com aglomerações e confraternizações, a transmissão dos vírus da Covid aumenta"

Chefe do Serviço de Infectologia do Hospital Oswaldo Cruz, Demetrius Montenegro diz que, graças à vacina, a Covid deixou de ser uma doença grave, mas apresenta grande capacidade de transmissão. Ele também avalia a possibilidade de aumentar os casos de dengue hemorrágica em Pernambuco, as perspectivas da nova vacina contra a dengue e as chances de ocorrer uma nova pandemia. Dados compilados por pesquisadores da USP (Universidade de São Paulo) e da Unesp (Universidade Estadual Paulista) revelam que o Brasil contabilizou 57.713 casos de Covid-19 nas três primeiras semanas de 2025, o maior registro dos últimos 10 meses. O número representa um aumento de 151% nos diagnósticos da doença em comparação com as três últimas semanas do mês passado que somaram 23.018 infecções. Mas de acordo com o infectologista Demetrius Montenegro, chefe do Serviço de Infectologia do Hospital Oswaldo Cruz, esse aumento ainda é bem menor do que foi registrado no período do final de 2023 para o início de 2024. Nesta entrevista a Cláudia Santos, Montenegro, que também é infectologista do Hospital Português, explica que o SARS-CoV-2, o vírus da Covid, tem uma capacidade de transmissão muito grande mas, graças à vacina, a maioria dos casos não apresenta gravidade. Ele também analisou a possibilidade de aumentar a prevalência do sorotipo 3 da dengue em Pernambuco, o que provocaria um aumento de casos com sintomas graves, como a hemorragia. O infectologista abordou ainda o impacto das mudanças climáticas no aumento das infecções e não descartou a hipótese de o mundo enfrentar outra pandemia. No verão, o número de casos de algumas viroses tende a aumentar. Por que isso acontece? Alguns vírus têm um comportamento sazonal. Ou seja, dependendo da época ou estação do ano, determinado vírus pode ter uma circulação maior. A característica da sazonalidade do vírus da Influenza é vir principalmente em épocas mais chuvosas ou na época de inverno, porque favorece a aglomeração das pessoas. Há, por exemplo, um vírus respiratório que acomete muito crianças no período de abril a maio. No caso do SARS-CoV-2, que é o vírus da Covid, em duas épocas do ano, mais ou menos, haverá um aumento do número de casos. Estamos observando que, em época de férias, aglomeração e confraternizações, a transmissão dos vírus aumenta. Em janeiro de 2024, também houve um aumento dos casos de Covid, como em janeiro de 2025. No entanto, este ano, o aumento ainda é um número bem menor do que foi o período do final de 2023 para o início de 2024. Ou seja, o vírus da Covid mudou muito sua genética. Antes, era um vírus devastador, muito grave, agora, com essas novas variantes, ele se transformou num vírus que tem uma capacidade de transmissão muito maior, porém uma gravidade menor. Vírus respiratórios podem circular ao longo do ano todo mas, em alguns períodos, pode aumentar sua transmissão. Então a capacidade de transmissão do vírus da Covid é maior que a da Influenza? Sim. Na influenza, mesmo que as pessoas não se isolem em casa, às vezes, apenas uma ou duas pessoas se contaminam, mas, na Covid, muito mais gente vai se contaminar. Outra diferença é que a vacina da gripe tem uma eficácia maior para proteger contra a doença. Então, a grande vantagem da vacina da Covid não é a pessoa não pegar a doença, lógico que diminui a chance de contaminação, mas o grande ganho é prevenir a evolução para casos mais graves. Por isso, a história da Covid hoje é outra, passamos de um conto de terror para praticamente um conto de fadas, a realidade hoje é totalmente diferente. Nas regiões Sul e Sudeste, principalmente no litoral, há relatos de contaminação por norovírus, que causa sintomas como diarreia. O número foi maior que nos anos anteriores. No Nordeste, também houve aumento dos casos? Existem vírus cuja característica é de transmissão respiratória e causam doenças respiratórias, e outros que podem até ter transmissão respiratória mas seu local de proliferação é o trato gastrointestinal, causando doenças gastrointestinais e também podem ser transmitidos por meio da ingestão de alimentos contaminados. Esse tipo de vírus é realmente mais comum nesta época do verão, como aconteceu no litoral do Sudeste, principalmente de São Paulo onde houve uma epidemia desse vírus. Ou seja, há relação com a água contaminada, praia contaminada, principalmente nessas grandes cidades, onde, por mais que haja cuidados, é mais comum a água do mar ser contaminada pelo esgoto. Então, as pessoas podem adoecer e também transmitir. Já aqui no Nordeste, não observamos. Se houve, foram casos bem pontuais de diarreia, mas que não se caracterizavam como uma transmissão viral em massa, como uma epidemia. Ficou restrito realmente no Sul e Sudeste. Além das vacinas, há alguma forma de prevenção contra essas infecções, tanto as respiratórias quanto as do trato gastrointestinal? Sim, o afastamento social. Não me refiro ao isolamento, que tem o estigma da doença infecciosa como a Covid no momento crítico quando a pessoa tinha que ficar trancada no quarto. Mas o recomendado é você se afastar de outras pessoas, principalmente no ambiente de trabalho, ou usar máscaras. É sabedoria dos povos orientais que, antes mesmo da existência do vírus da Covid, usam máscaras quando estão com sintomas respiratórios. Isso já seria uma quebra muito grande da transmissão. Associado a isso, a vacina vem se mostrando, cada vez mais, a grande ferramenta e foi o que girou a chave em relação à pandemia. E não só a pandemia da Covid mas, também, a pandemia do H1N1 que foi uma variante da Influenza totalmente desconhecida do nosso sistema imunológico e, assim como a Covid, pegou o mundo desprotegido. Rapidamente, quando a população começou a se vacinar, o número de casos diminuiu. Então, a vacina é fundamental, assim como a lavagem das mãos e aquela etiqueta respiratória de cobrir o nariz ao espirrar para diminuir a quantidade de partículas e do vírus no ambiente e nas superfícies. Em relação à Covid, os testes de farmácia são válidos ou o recomendável é fazer em laboratório? Eles

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UPE avança na interiorização dos programas de pós-graduação

*Por Rafael Dantas O interior de Pernambuco está experimentando um crescimento no cenário das pós-graduações, impulsionado pela atuação da Universidade de Pernambuco (UPE). Foram aprovados neste semestre pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) 5 novos doutorados, sendo 3 cursos localizados no interior do Estado. Além disso, o desempenho dessas formações tem conseguido notas mais altas e alcançado cada vez mais estudantes. Em uma entrevista com o pró-reitor de Pós-Graduação, Pesquisa e Inovação da UPE Carmelo Bastos, destacou-se a evolução significativa dos programas de mestrado e doutorado nas regiões fora da capital Recife. Segundo o docente, a UPE possui um histórico sólido na formação de profissionais para o mercado de trabalho, mas está testemunhando uma ascensão marcante nos programas de pós-graduação stricto sensu. "Temos instituições centenárias como a Faculdade Politécnica e o Hospital Osvaldo Cruz, que sempre foram referências na formação profissional. Contudo, a pós-graduação stricto sensu, vive um crescimento mais recente, em comparação com os programas de lato sensu, e está ganhando proeminência", afirmou o professor. Até o início dos anos 2000, o avanço da oferta de mestrado e doutorado era modesta, com apenas seis programas até 2006. Carmelo Bastos explicou que a mudança significativa ocorreu em resposta às regulamentações do Ministério da Educação (MEC), que incentivaram as universidades a fortalecerem seus programas de pós-graduação. A partir de 2007, a UPE implementou estratégias para fortalecer os mestrados e doutorados, incluindo um programa de fortalecimento acadêmico, incentivos para pesquisa, publicações e intercâmbios. O pró-reitor destacou que essas iniciativas resultaram em um aumento consistente no número de programas, indo de seis para os atuais 24, todos com programas de mestrado e alguns com doutorado. Um aspecto notável desse crescimento é a descentralização dos doutorados, que historicamente estavam concentrados na capital. Os programas autorizados para iniciar suas atividades incluem o Doutorado em Perícias Forenses na Faculdade de Odontologia de Pernambuco (FOP-UPE), o Doutorado em Engenharia de Sistemas na Escola Politécnica de Pernambuco (POLI-UPE), o Doutorado Profissional em Educação no Campus Mata Norte, o Doutorado Profissional em Ensino de História no Campus Mata Norte, e o Doutorado em Formação de Professores e Práticas Interdisciplinares, que estará localizado no Campus Petrolina. "A política é estar em todos os lugares do estado. Conseguimos novos doutorados e estamos discutindo com o governo para manter e ampliar. Aumentamos também a nota média de 3 para 4. Agora, temos nota média 4 em 60% dos programas e cinco programas já com nota 5", revelou Carmelo Bastos. Esse avanço contribuiu para um aumento expressivo no número de professores envolvidos no stricto sensu, de 117 em 2015 para 340 atualmente. "Nossos docentes participam das diversas atividades acadêmicas, inclusive do stricto senso. Estamos incentivando isso e vendo resultados significativos", comentou o professor. DESTAQUE NACIONAL Uma grata surpresa neste ano foi o fato da UPE ter alcançado o segundo melhor desempenho entre as universidades estaduais de todo o Brasil nas avaliações da CAPES de 2017 a 2020. "Foi um resultado diferenciado, fruto do nosso programa de excelência na pós-graduação. As universidades estaduais estão chegando ao interior, e essa descentralização é fundamental", enfatizou. "Tínhamos em 2014 cerca de 400 alunos, e hoje temos mais de 1.500. Queremos manter esse crescimento orgânico e com qualidade, buscando um crescimento da oferta permanente de 10% das vagas para atender à demanda por programas de mestrado e doutorado", concluiu Carmelo Bastos. UPE em NÚMEROS Crescimento da Pós-graduação Stricto Sensu na UPE (2014-2022): Posicionamento Nacional: *Rafael Dantas é jornalista e repórter da Revista Algomais (rafael@algomais.com | rafaeldantas.jornalista@gmail.com)

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