Arquivos Urbanismo - Página 3 De 9 - Revista Algomais - A Revista De Pernambuco

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Telhado Verde e proteção social para jovens do Centro

Quem atravessa apressado pela Avenida Sul, pode passar sem perceber pelo casarão onde funciona a Comunidade dos Pequenos Profetas (CPP). Em contraste com o aspecto abandonado e com pouca vida de tantos edifícios no seu entorno, essa construção traz um “respiro” social e ambiental ao Bairro de São José. Na estreia do selo “Soluções Urbanas Criativas”, em que a Algomais passará a destacar iniciativas de alto potencial para revitalizar espaços urbanos, destacamos o projeto Telhado Eco Produtivo – semeando novos horizontes, que desenvolve uma produção agroecológica para a organização. A experiência, já reconhecida internacionalmente, faz um mix da promoção da alimentação saudável com a preservação do verde na cidade e a recuperação de jovens em condição de altíssima vulnerabilidade social. A história desse projeto se confunde com a do seu presidente Demetrius Demetrio. Ainda na juventude, após conhecer Dom Helder Camara e um projeto de apoio a moradores de rua, ele decidiu se dedicar a uma comunidade com a finalidade de recuperar crianças e adolescentes que cometem atos infracionais nas ruas do Recife. Trabalhar com esse público, no entanto, atraiu preconceito e rejeição ao casarão. O local já foi alvo de sete arrombamentos, sem que nenhum objeto de valor tenha sido levado. “As pessoas não queriam entrar aqui. Tinham preconceito porque acolhemos um grupo de crianças que cometem atos infracionais no centro da cidade. Não percebiam que quando estavam aqui, não estavam nas ruas”, conta Demetrius. O resultado disso foram invasões noturnas, por pessoas que destruíram tudo o que havia na casa e ainda jogavam a comida armazenada no telhado. As denúncias contra esses ataques não surtiram efeito. O que interrompeu esse ciclo de violência, que tanto sofrimento causava aos integrantes da organização, foi o telhado verde. Demetrius conheceu na Espanha os jardins na parte superior dos prédios. “Para não ficar com a energia negativa aqui dentro dos assaltos, veio o insight de fazer uma produção orgânica no telhado”. Ninguém acreditou no primeiro momento. Com o apoio de uma empresa parceira, ele conseguiu parte dos recursos necessários via um projeto da Petrobras Socioambiental, com investimento de R$ 250 mil. “Quando o projeto foi concluído, ficou mais evidente o ambiental porque no Estado não tem nenhum telhado verde como o nosso. Aqui são 400 m² de horta orgânica. Isso chamou a atenção das pessoas. Estamos no Centro da cidade, mas aqui é um oásis”, conta. Alface, salsa, berinjela, pimenta, sapoti, laranja, limão, entre outras variedades são colhidas na comunidade e servem tanto para o alimento das crianças e adolescentes que frequentam o espaço, como para doação para as famílias de baixa renda que vivem na região. Antes mesmo do telhado ficar pronto, a CPP recolhia garrafas PETs do Rio Capibaribe e plantava nelas mudas para uma horta vertical. Desde a sua implantação, uma tonelada desse material plástico já deixou as águas do Recife. Hoje, essas mudas seguem para as casas dos alunos, como uma forma de estimular a agricultura urbana e orgânica no bairro. Após a instalação do telhado orgânico, as invasões ao espaço cessaram. Hoje, pelo contrário, a organização recebe visitantes de diversos lugares para conhecer a experiência. A iniciativa, focada na questão ambiental e na alimentação saudável, acabou sendo importante também para a comunicação institucional da CPP na busca de novos parceiros. Com a produção orgânica no telhado e o preparo dos pratos na cozinha da própria casa, a CPP tem incentivado jovens a atuar na gastronomia, no qual Demetrius tem formação. Daniela Rodrigues, 19 anos, participa há três anos das atividades da CPP. Moradora do bairro, ela passa a maior parte do tempo na cozinha da instituição. “Quero ser uma chef. Aprendo muito sobre culinária saudável aqui. Sonho em seguir essa carreira e trabalhar ou criar um restaurante”, afirma. Como Daniella, outros jovens do projeto têm seguido essa carreira. A iniciativa foi reconhecida em dezembro pelo Prêmio de Direitos Humanos Nacho La Mata, do Conselho Geral da Advocacia Espanhola. Quem desejar ajudar ou conhecer de perto essa experiência, pode agendar visita pelos telefones (81) 3424-7481, (81) 8863-7718 ou pelo e-mail: cppclarion@uol.com.br. *Por Rafael Dantas, repórter da Revista Algomais (rafael@algomais.com)

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Recife Antigo recebe oficinas e palestras de inovação e economia criativa

O Bairro do Recife é considerado o Vale do Silício brasileiro. A comparação com a região localizada nos Estados Unidos, berço das maiores empresas de tecnologia do mundo, não vem à toa: a capital pernambucana abriga um dos mais importantes pólos de inovação do país – o Porto Digital – e, em 2020, ganhou o posto de melhor cidade para se fazer negócios do Nordeste, de acordo com pesquisa da consultoria Urban Systems, em parceria com a revista Exame. Com a proposta de estimular o empreendedorismo inovador na cidade, as Faculdades Integradas Barros Melo (FIBAM) promovem o AESO Ocupa, que leva para o casarão 137, da Rua do Bom Jesus, palestras, workshops, cursos e outras atividades ligadas ao Design Gráfico, Jogos Digitais, Arte, Inovação e Tecnologia. Os encontros acontecem entre os dias 27 e 29 de janeiro e as inscrições podem ser realizadas a partir deste link. Segundo a coordenadora do curso de Design Gráfico da instituição, e organizadora do projeto, este é o primeiro de vários momentos de troca de conhecimento que as FIBAM irão proporcionar durante o semestre: “Sairemos de Olinda, onde fica a sede da Instituição, e levaremos para o bairro do Recife, região que hospeda um dos maiores pólos tecnológicos do país, bate-papos que envolvam cursos disponíveis na instituição e que possuam ampla ligação com a inovação e a economia criativa. O termo “Ocupa” significa justamente isso, levar a AESO para outro contexto, saindo da cidade-sede e ocupando outros espaços”, detalha. Direitos intelectuais, Planejamento de Exposições, Princípios da Animação, Imagem de Marca nas Mídias Digitais e Gestão de negócios para designers são alguns dos temas que estarão disponíveis no encontro. Confira a programação completa: Bate-papos: 27/01 – Das 17h às 19h Arte e desrazão: criar possíveis – Profa. Milena Travassos. Gratuito e aberto ao público. 28/01 – Das 17h às 19h Como proteger suas ideias: Uma breve imersão nos Direitos Intelectuais – Arthur Magalhães. Gratuito e aberto ao público. 29/01 – 17h às 19h Design, Purpurina e Folia – Mediada pela profa Gabriela Araújo, que trará como convidada a Designer Hallina Beltrão. Gratuito e aberto ao público. Oficinas: Workshop Planejamento de Exposições – Responsável: André Aquino. Dias 27 e 28/01 das 13h às 17h. Carga horária: 8h. Custo: R$60 Introdução ao Motion Graphics – Responsável: Raphael Sagatio. Dias 27, 28 e 29 das 9h às 13h Carga horária 12h. Custo: R$80 Oficina O corpo e a voz - Responsável: Mayra Waquim. Dias 27, 28 e 29/01 das 13h às 17h. Carga horária: 12h. Custo: R$80 Imagem de Marca para Mídias Digitais - Responsável: Othon Vasconcelos. Dias 28 e 29/01 das 13h às 17h. Carga horária: 8h. Custo: R$60 Gestão de negócios para designers e afins - Responsável: Nara Castro. Dias 28 e 29/01, das 13h às 17h. Carga horária: 8h. Custo: R$60

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Software pode ajudar gestores a tornar as cidades amigáveis para ciclistas e pedestres

Maria Fernanda Ziegler – Um software capaz de analisar o deslocamento de ciclistas e pedestres pela cidade foi desenvolvido por uma equipe internacional de pesquisadores apoiada pela FAPESP. A ferramenta, disponível gratuitamente on-line, tem o intuito de auxiliar gestores públicos a definir estratégias e ações que estimulem e tornem mais seguras as formas não motorizadas de mobilidade urbana. O estudo, realizado no Massachusetts Institute of Technology (MIT), nos Estados Unidos, compreende a maior análise de dados de ciclistas e pedestres já realizada. Os pesquisadores usaram dados gerados por usuários de bicicleta compartilhada e de um aplicativo para caminhada georreferenciado na cidade de Boston (Estados Unidos). Segundo os autores, a metodologia pode ser adaptada para outras cidades do mundo. “Depois de desenvolver o método para análise de dados, criamos um software livre que está disponível para todos. Estamos firmando uma parceria com a CET [Companhia de Engenharia de Tráfego] para analisar os dados de São Paulo. A ideia é que, a partir da análise de diferentes conjuntos de dados, seja possível identificar o que dificulta o aumento do fluxo de ciclistas e pedestres na cidade e, assim, propor novas estratégias e ações”, disse Fabio Kon, membro da Coordenação Adjunta da Pesquisa para Inovação da FAPESP. A pesquisa foi conduzida no âmbito do INCT Internet do Futuro para Cidades Inteligentes, financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e pela FAPESP. Também contou com apoio de bolsa da Comissão Fulbright que Kon, professor do Instituto de Matemática e Estatística da Universidade de São Paulo (USP), recebeu para realizar estudos no MIT Senseable City Lab. A equipe de pesquisadores desenvolveu uma técnica para análise georreferenciada de dados a partir de 260 mil viagens de pedestres de quase 6 mil usuários, de maio de 2014 a maio de 2015, e 800 mil viagens de bicicleta. Os resultados da pesquisa foram publicados no Journal of Transport Geography. Comportamento de ciclistas e pedestres “Historicamente, as cidades têm investido em estruturas viárias sobretudo para carros, o transporte motorizado individual. Hoje, no entanto, sabe-se que incentivar as pessoas a caminhar e a usar a bicicleta como meio de transporte traz benefícios para a saúde, torna as cidades mais humanas e propícias para o convívio, além de reduzir os índices de poluição”, disse Kon. O pesquisador ressalta que essa preocupação tem mudado políticas e a forma de pensar as cidades em várias partes do mundo. “Por isso, desenvolvemos uma metodologia para analisar o fluxo de pedestres e ciclistas em uma cidade e com isso poder gerar ações para esse encorajamento”, disse. De acordo com o estudo, apesar de deslocamentos a pé ou por bicicleta serem cada vez mais reconhecidos como soluções para problemas urbanos, há ainda uma carência de pesquisas focadas em veículos não motorizados e quase nenhuma pesquisa sobre a comparação do comportamento de pedestres e ciclistas. “Não existem muitas análises sobre o comportamento de ciclistas e pedestres por causa da dificuldade de obter dados de qualidade. De pedestres é mais raro ainda. Dessa forma, o trabalho contribui para uma melhor compreensão das características de mobilidade não motorizada em relação à distância, duração, hora do dia, distribuição espacial e sensibilidade ao clima”, disse Kon. Comparando as diferenças O estudo realizado na cidade norte-americana demostrou que ciclistas e pedestres têm comportamentos muito diversos. Uma das principais diferenças está na distância percorrida pelas viagens. Os dados mostraram que ciclistas fazem viagens um pouco mais longas que pedestres, geralmente ligando bairros próximos, enquanto os que andam a pé tendem a fazer isso por alguns quarteirões, porém dentro de um mesmo bairro. Além disso, as viagens a pé têm picos durante a manhã (por volta das 9h), na hora do almoço (por volta das 12h30) e à tarde (por volta das 18h). Já as viagens em bicicletas apresentaram picos em horários semelhantes pela manhã e pela tarde, mas não apresentam pico significativo na hora do almoço. Ao contrário das viagens a pé, as de bicicleta tendem a ter direções opostas durante a manhã e durante a tarde, indicando o uso para ida e volta do trabalho. Outro achado do estudo foi que, nos dias mais quentes, há mais viagens de bicicleta. No entanto, quando chove ou faz frio, essas viagens são reduzidas. O mesmo não ocorre entre os pedestres, que tendem a ser mais regulares, independentemente das questões climáticas, embora haja uma diminuição sensível nas viagens a pé em dias muito quentes. “Se as cidades desejam promover o uso de bicicletas como meio de transporte, terão que investir na infraestrutura de ciclovias ou ciclofaixas. Especificamente em Boston, notamos que as pessoas não se sentem seguras ou confortáveis para esse tipo de deslocamento quando chove ou neva, situação em que o risco de ser prejudicado por carros parece ser maior. Se houvesse mais estrutura, o número de usuários não seria tão reduzido nesses dias”, disse Kon. O artigo Comparing bicycling and pedestrian mobility: Patterns of non-motorized human mobility in Greater Boston (doi: 10.1016/j.jtrangeo.2019.102501), de Christian Bongiorno, Daniele Santucci, Fabio Kon, Paolo Santi e Carlo Ratti, pode ser lido em https://interscity.org/assets/journal_of_transport_geography_2019.pdf. Agência FAPESP

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Operação do sistema de esgotamento implantado pela Codevasf em Cabrobó (PE) deve ter início em breve

O município de Cabrobó (PE) contará em breve com os benefícios da entrada em operação de um sistema de esgotamento sanitário integrado que oferecerá cobertura de 50% na coleta e no tratamento de esgoto. A obra foi realizada pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) e mobilizou investimentos de aproximadamente R$ 14 milhões. A intervenção em Cabrobó integra os esforços da Codevasf de revitalização da bacia hidrográfica do São Francisco. Foram implantados 16 mil metros de rede coletora, 24 mil metros de ligações prediais e quatro estações elevatórias com dois mil metros de linhas de recalque até a estação de tratamento composta por lagoa facultativa e lagoa de maturação. As estruturas foram interligadas às já existentes no município para condução de efluentes. “O sistema tem capacidade para coletar, transportar e tratar quase 70 litros de esgotos por segundo e capacidade para atendimento a uma população urbana de quase 28 mil habitantes. A Codevasf tem se preocupado em realizar ações como essas, que melhoram a qualidade de vida da população e revitalizam o nosso rio São Francisco”, explica o superintendente regional da Codevasf em Pernambuco, Aurivalter Cordeiro. “Ao longo de 2020 daremos continuidade a ações semelhantes a essa de Cabrobó em outros municípios da bacia do rio São Francisco”, acrescenta. Após o término da obra, a Codevasf repassou o sistema para a prefeitura municipal, que, por sua vez, concedeu a operação à Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa). Neste início de 2020 a Compesa está realizando pequenos ajustes – investimento de R$ 80 mil – para que a operação do sistema seja iniciada.  

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Recife é recordista em tempo de espera no transporte público

Pesquisa do aplicativo Moovit apontou que o tempo de espera por um transporte público no Recife é o maior do País. O indicador apontou que o usuário de ônibus e trens na capital pernambucana é de 24,88 minutos. Seguem em tempo de espera Brasília (23,48 minutos) e Salvador (22,93 minutos). 10 cidades com maior tempo médio de espera no Brasil (em minutos) Recife - 24,88 Brasília - 23,48 Salvador - 22,93 Fortaleza - 19,91 Campinas - 19,8 Belo Horizonte - 18,81 Rio de Janeiro - 17 Porto Alegre - 16,84 São Paulo - 15,65 Curitiba - 13,19 A capital pernambucana aparece no levantamento ainda como a segunda do País em que há o maior tempo de deslocamento médio, com a marca de 62 minutos. Nesse cenário, o Recife fica atrás apenas do Rio de Janeiro e empatado com São Paulo.

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As cidades e suas novas estruturas e divisões urbanas

As avenidas, ruas, praças, parques, travessas, largos e demais espaços que compõem a estrutura de uma cidade dizem muito sobre a sua identidade. Na contemporaneidade muitas cidades têm tomado novos rumos estruturais e começam a observar suas consequências. Dentre os lugares diversos, existem os espaços de vivência e os de transição, e assim, os espaços públicos e privados; mas a rua deixa de ser um local, para ser apenas uma ligação. É sabido que todos os elementos precisam ser muito bem pensados e planejados na estrutura de uma cidade para que ela possa oferecer condições socioculturais necessárias à população. Em um território que se forma pelo somatório de edifícios e grandes construções, o espaço público é ou não concretizado fisicamente com tais construções, de maneira alguma pode ser substituído ou mesmo abandonado. Infelizmente, não é o que vem acontecendo; inclusive, os espaços de transição começam a tomar conta do urbanismo das cidades que ampliam sua estrutura basicamente com lugares apenas de passagem. Com isso os locais de vivência deixam de existir para dar espaço a ambientes de circulação efêmera que não provocam o sentimento de pertencimento na população. Pois, se o planejamento urbano não favorecer o conteúdo simbólico da cidade, essa passa a ser apenas um grande emaranhado de tecidos soltos sem muitos significados ou pregnância. Mesmo com a onda de especulação imobiliária com suas construções muitas vezes equivocadas, algumas cidades ainda procuram manter seu padrão urbanístico em harmonia entre os aspectos público e privado, antigo e moderno. Isso talvez enquanto propostas mercenárias ainda não tenham sido aceitas; ou quem sabe, realizadas. De qualquer forma, mediante às ameaças ao patrimônio, respaldadas pela sociedade de consumo, o conhecimento deixa de ser um direito e passa a ser praticamente um dever e conhecer a sua cidade é algo realmente importante para todo cidadão. Assim, destacamos o lema adotado pelo Núcleo de Orientação e Pesquisa Histórica (NOPH) de Santa Cruz, no Rio de Janeiro, atualmente um ecomuseu: “Um povo só preserva aquilo que ama. Um povo só ama aquilo que conhece”. Uma cidade exige territórios articulados e lugares com capacidade de integração entre a comunidade; sem isso, fica evidente a dissolução do urbanismo seguida da urgência de uma nova trama urbana, considerando também a degradação física e simbólica dos bens culturais, espaços públicos e centros históricos. É necessário pensar os espaços com intenção de valorizar os aspectos urbanos e humanos da cidade, valorizando o convívio entre as pessoas. Não obstante, é possível que os espaços públicos de vivência e interação tenham sido substituídos não apenas e simplesmente por espaços privados de uso coletivo, mas inclusive, por outros espaços, aqueles não físicos — os virtuais. Além do mais, o uso frequente de mecanismos tecnológicos induz a população a buscar ambientes com estruturas favoráveis ao manuseio de determinados equipamentos, incluindo o interior de suas próprias casas. Contudo, o comportamento superficial aderido pela população impulsiona uma crise social, porque sua conduta é deficiente na construção e manutenção de valores, surgidos e mantidos por meio da interação afetiva entre os cidadãos. No bojo da urbanidade contemporânea, contemplada pelo afã do capitalismo em detrimento da cultura e preservação do patrimônio, é possível reconhecer uma crise vindoura, influenciada pela troca da cidade pública e social pela cidade fragmentada do lucro e da divisão. Diante disso, o que resta é buscarmos conhecer mais a fundo a nossa história e vivermos a nossa cultura de uma forma mais ativa e efetiva, para além das telas dos nossos computadores e gadgets e dos muros e grades de nossas residências. *Por Danielly Dias Sandy, museóloga e professora do curso de Artes Visuais no Centro Universitário Internacional Uninter.

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A criatividade das soluções urbanas

Na Agenda 2020, Francisco Cunha destacou a efervescência de inovações urbanas que têm surgido no Recife. “São diversas iniciativas importantes pela necessidade de qualificar a vida na cidade, revertendo alguns aspectos ruins da urbanização das capitais brasileiras, a partir da capacidade de inovação dos seus cidadãos”, destacou. O consultor antecipou no evento que a Revista Algomais irá lançar, a partir da próxima edição, o selo “Soluções Urbanas Criativas” para destacar bons projetos vindos da sociedade civil organizada, de organizações sem fins lucrativos, do poder público ou da iniciativa privada. Por parte do poder público municipal, Francisco Cunha chamou atenção para o programa Mais Vida nos Morros e para o Compaz. “São iniciativas importantes para a melhoria da qualidade de vida da população e para a promoção da segurança por meio da cultura da paz”. A participação das crianças e adolescentes no desenvolvimento de inovações urbanas é outro destaque dessa explosão de ações criativas no Recife. Os estudantes da rede municipal se engajaram em projetos como na criação da ecobarreira para contenção de lixo em canais. O trabalho da Comunidade dos Pequenos Profetas, que criou um telhado agroprodutivo em um casarão na Avenida Sul para atender jovens e crianças em situação de risco na região, também foi apresentado pelo consultor. Ao tratar sobre a Ilha de Antônio Vaz, Francisco Cunha destacou a relevância de pensar os quatro bairros que a compõem de forma integrada. “Temos discutido a necessidade de recuperar esse acidente geográfico. Há algumas iniciativas de revitalização dos bairros de São José e Santo Antônio. Mas não é possível encontrar uma solução para a região sem tratar também de Joana Bezerra e do Cabanga, pensando assim de forma conjunta essa ilha”, sugeriu. EMPREGO Um dos temas mais desafiadores para o Recife em 2020 será a geração de empregos. A última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) mostrou a capital pernambucana com índice de 17,4% de desemprego. "Dois polos importantes para geração de empregos em 2020 serão o de saúde, que já tem investimentos programados para vir, e o de tecnologia, que tem gerado muitas vagas", disse o economista Edgard Leonardo. Só o Porto Digital tem previsão de abrir 2,5 mil postos de trabalho.

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Caminhada neste domingo celebra o título de Patrimônio da Humanidade de Olinda

O título de Patrimônio da Humanidade de Olinda, conferido pela Unesco, completa 37 anos neste sábado (14.12) e uma atividade pelas ruas históricas será realizada em comemoração. Apoiada pela Secretaria Executiva de Patrimônio, a Caminhada Domingueira sairá do Pátio do Mosteiro de São Bento, às 8h, neste domingo (15.12). Tendo como um dos organizadores o professor o Francisco Cunha, a ação já redescobriu diversos pontos de Pernambuco. No mês de novembro, por exemplo, mais de 100 caminhantes percorreram quatro quilômetros, saindo da Praça da República, no Recife. Patrimônio Cultural da Humanidade O título de Patrimônio da Humanidade foi concedido pela Unesco em 1982, depois de uma luta iniciada pela Prefeitura em 1978, com o apoio de personalidades como o embaixador olindense Holanda Cavalcanti, o então ministro Eduardo Portela, além de Aloísio Magalhães. Com esse título, Olinda inscreveu-se na lista de monumentos mundiais e figura ao lado de bens da humanidade como a Catedral de Notre-Dame, em Paris, o sítio arqueológico de Nemrut Dag, na Turquia, o Parque Nacional do Serengeti, na África, e a Cidade do Vaticano.

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Cidades para crianças é tema de evento no Recife

O especialista e pesquisador inglês em primeira infância, Tim Gill fará a palestra "Construindo Cidades para a primeira infância",  amanhã (11), às 14h30 no cinema do Porto Digital. O evento é realizado pela Prefeitura do Recife, Bernard Van Leer Foundation e a Agência Recife para Inovação e Estratégia (Aries), tem apoio da Algomais. Tim Gill é colaborador do Conselho de Design do Reino Unido, percorre o mundo para estudar e conhecer o planejamento urbano ideal para as crianças. Seu trabalho abrange educação, planejamento e design urbano, creche e recreação. Tim Gill é referência internacional em espaços urbanos para crianças e criador do Dia Mundial do Aprender Brincando. Gill, que está realizando uma pesquisa mundial junto ao Churchill Fellowship Project sobre experiências e projetos na área, escolheu a capital pernambucana como uma das referências em relação à primeira infância. Durante esta semana, irá conhecer as iniciativas locais voltadas para o tema. Recife possui mais de 70 ações voltadas para crianças de 0 a 6 anos A partir das vivências do pesquisador inglês, os participantes do evento vão conhecer as experiências de outras cidades ao redor do mundo em políticas públicas, projetos e desenhos urbanos para a primeira infância.

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Recife é destaque em estudo internacional sobre projetos urbanos para Primeira Infância

Nesta semana, a cidade do Recife será alvo da visita do pesquisador inglês Tim Gill, referência internacional em espaços urbanos para crianças e criador do dia Mundial do Aprender Brincando. Gill, que está realizando uma pesquisa mundial junto ao Churchill Fellowship project sobre experiências e projetos na área, escolheu a capital pernambucana como uma das referências em relação à Primeira Infância e desembarca na cidade na próxima semana para conhecer as iniciativas locais voltadas para o tema. Ao longo da semana, a Secretaria Executiva para a Primeira Infância e a Agência Recife para Inovação e Estratégia (ARIES) irão conduzir o especialista para iniciativas que envolvam crianças entre 0 e 6 anos. Atualmente a cidade do Recife possui 15 diretrizes voltadas para o tema, que norteiam as mais de 70 ações empreendidas pelas diversas Secretarias e entidades ligadas à gestão municipal como o Mãe Coruja, Mais Vida nos Morros, Brinqueducar, Geração Afeto e unidades do Compaz, entre outras. No roteiro de visitas, Gill irá conhecer creches da rede municipal de ensino, as unidades do Pertencer Espaços de Convivência de Caranguejo Tabaiares e do Habitacional Padre Miguel. Ele também será apresentado ao Plano Diretor da Cidade, ao projeto Recife 500 Anos e ao Parque Capibaribe, irá conhecer a Escola Ambiental Águas do Capibaribe, primeira sala de aula flutuante do país, bem como o Centro Comunitário da Paz (Compaz) Eduardo Campos. Recife iniciará audiências para Plano Municipal da Primeira Infância Amanhã (10 de dezembro), a Câmara Municipal do Recife será palco do início do processo de escuta à população para a elaboração do Plano Municipal para a Primeira Infância, documento que irá nortear as ações para o segmento na cidade nos próximos 10 anos. A iniciativa do plano ratifica o compromisso da cidade com as famílias e com a população de zero a seis anos de idade, pois pesquisas comprovam que o investimento na primeira infância se reflete em maiores graus de aprendizagem, menos envolvimento com violência urbana e até mesmo em maiores salários na vida adulta. A audiência pública, realizada em parceria com a Comissão de Educação da Câmara de Vereadores, acontecerá no Plenarinho e terá início às 9h. A iniciativa surgiu de uma reunião da Comissão de Educação proposta pela vereadora Ana Lúcia a partir de uma sugestão da Secretaria Executiva para a Primeira Infância do Recife. Atualmente, a cidade – que lançou o seu Marco Legal da Primeira Infância em 2018 - já conta com 15 diretrizes que norteiam as mais de 70 ações empreendidas pelas diversas Secretarias e entidades ligadas à gestão municipal que visam reduzir as desigualdades sociais e garantir melhores oportunidades para as futuras gerações como o Mãe Coruja, Mais Vida nos Morros, Brinqueducar e Geração Afeto, entre outras. Entre os destaques da gestão, está o acolhimento dos Centros Comunitários da Paz (Compaz), iniciativa que foi reconhecida como o melhor projeto de redução de desigualdade social do Brasil, pelo Programa Cidades Sustentáveis e pela Oxfam da atualidade, os Centros Comunitários da Paz Eduardo Campos e Ariano Suassuna juntos acolhem mais de 34 mil pessoas e já realizaram mais de 3 milhões de atendimentos. (Da Prefeitura do Recife)

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