Arquivos vacina - Página 3 de 3 - Revista Algomais - a revista de Pernambuco

vacina

Estratégia usada em vacina contra ebola pode ser aplicada para coronavírus

Estratégia usada para desenvolver uma candidata à vacina contra o ebola, elaborada pela farmacêutica americana Flow Pharma em parceria com pesquisadores brasileiros, pode orientar a criação de um imunizante contra o novo coronavírus SARS-CoV-2, causador da COVID-19. Em testes com camundongos, a vacina experimental contra o ebola demonstrou ser capaz de conferir, com uma única dose, imunidade contra o vírus hemorrágico que se propagou na África Ocidental entre 2013 e 2016. Os resultados dos testes do imunizante em modelo animal foram descritos em um artigo publicado no final de fevereiro no bioRxiv – um repositório de acesso aberto de artigos em fase de pré-print na área de ciências biológicas. “Uma abordagem semelhante à usada para desenvolver essa vacina contra o ebola pode ser possível de ser aplicada contra o novo coronavírus”, disse à Agência FAPESP Edécio Cunha Neto, professor do Instituto do Coração (Incor) da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e um dos autores da plataforma. O projeto também tem a participação de Daniela Santoro Rosa, professora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). “Daniela e eu somos autores da busca da sequência para a vacina contra o ebola”, contou Cunha Neto, um dos pesquisadores principais do Instituto de Investigação em Imunologia – um dos Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCTs) financiados pela FAPESP no Estado de São Paulo. A vacina contra o ebola é composta por fragmentos de proteínas (peptídeos) do vírus – capazes de estimular o sistema imune e de induzir uma resposta potencialmente protetora – encapsulados em partículas micrométricas. Para mapear regiões da estrutura do vírus ebola mais promissoras para identificação desses peptídeos capazes de serem usados como antígenos para o desenvolvimento da vacina, os pesquisadores usaram algoritmos computacionais. Um dos critérios que estabeleceram para os algoritmos localizarem essas potenciais regiões na estrutura do vírus é que tinham de ser muito conservadas, ou seja, não poderiam variar muito de um isolado viral para outro. Isso garante que a vacina será eficaz mesmo contra variantes do patógeno. Outro critério é que as regiões escolhidas sejam capazes de serem reconhecidas pelo sistema imune da maioria das pessoas. “Esse critério é muito importante porque garante a cobertura ampla da vacina, uma vez que essas regiões do genoma viral mudariam muito pouco de um microrganismo que circula em um determinado local em relação ao que está aparecendo em outro, e o sistema imune dos pacientes induzirá resposta contra a vacina”, explicou Cunha Neto. Os potenciais peptídeos localizados em regiões mais conservadas do vírus foram testados em células de 30 pacientes sobreviventes do surto do ebola no Zaire, entre 2013 e 2016. As análises indicaram que células do sistema imune, chamadas linfócitos T CD8+, de 26 desses 30 pacientes sobreviventes ao ebola responderam a uma proteína denominada NP44-52. Com base nessa constatação, foi fabricada uma vacina experimental com a NP44-52 encapsulada em microesferas, na forma de um pó seco, estável à temperatura ambiente e biodegradável. A vacina experimental foi inoculada em camundongos geneticamente modificados (C57BL/6), usados como modelo de doenças humanas. Os resultados do estudo indicaram que a vacina produziu uma resposta imune protetora nos animais 14 dias após uma única administração. “A plataforma que desenvolvemos possibilita a fabricação e a implantação rápida de uma vacina de peptídeo para responder a uma nova ameaça viral”, afirmam os autores no artigo. Vacina contra a COVID-19 Na avaliação dos autores do estudo, a mesma abordagem poderia ser aplicada à COVID-19, uma vez que o vírus também possui regiões conservadas e é possível identificar peptídeos potenciais para o desenvolvimento de uma candidata à vacina. “Se agirmos agora, durante a pandemia de COVID-19, talvez seja possível coletar e analisar amostras de sangue e criar rapidamente um banco de dados de peptídeos ideais para inclusão em uma vacina com cobertura potencialmente ampla, com desenvolvimento e fabricação rápidas”, afirmam. Cunha Neto também trabalha em outra estratégia de vacina contra a COVID-19, desenvolvida no Laboratório de Imunologia do Incor, com apoio da FAPESP. “A ideia de usar a mesma estratégia da candidata à vacina do ebola para desenvolver um imunizante contra a COVID-19 é da farmacêutica americana, com quem continuamos a colaborar em outros projetos. A estratégia da vacina que estamos nos baseando aqui, no Brasil, é um pouco diferente”, disse. O pesquisador e algumas das maiores autoridades mundiais em vacina, como Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos (NIAID, na sigla em inglês), têm ponderado, contudo, que o desenvolvimento de uma candidata à vacina contra a COVID-19 deve demorar de um ano a um ano e meio. Esse tempo é necessário para a realização de todas as fases de testes, inicialmente em animais e depois em humanos, a fim de assegurar a segurança e a eficácia do imunizante, ressaltam os especialistas. O artigo An effective CTL peptide vaccine for ebola Zaire based on survivors’ CD8+ targeting of a particular nucleocapsid protein epitope with potential implications for Covid-19 vaccine design, (doi.org/10.1101/2020.02.25.963546), de CV Herst, S Burkholz, J Sidney, A Sette, PE Harris, S Massey, T Brasel, E Cunha Neto, DS Rosa, WCH Chao, R Carback, T Hodge, L Wang, S Ciotlos, P Lloyd e R Rubsamen, pode ser lido no bioRxiv em www.biorxiv.org/content/10.1101/2020.02.25.963546v2.abstract. E o artigo Coronavirus infections – more than just the common cold (10.1001/jama.2020.0757), de Catharine I. Paules, Hilary D. Marston e Anthony S. Fauci, pode ser lido no Journal of the American Medical Association (JAMA) em jamanetwork.com/journals/jama/fullarticle/2759815. Elton Alisson  da Agência FAPESP

Estratégia usada em vacina contra ebola pode ser aplicada para coronavírus Read More »

Prefeitura do Recife inicia campanha de vacinação contra o sarampo nesta segunda (7)

A partir desta segunda-feira (7), a Prefeitura do Recife dará início à Campanha Nacional de Vacinação Contra o Sarampo no município. A ação acontecerá em duas etapas. Na primeira fase, o público-alvo são crianças de 6 meses a 4 anos, enquanto na segunda, o foco serão as pessoas de 20 a 29 anos. Em ambos os casos, só precisa tomar a vacina durante a campanha quem ainda não iniciou ou não completou o esquema vacinal (duas doses). Para isso, a Secretaria de Saúde (Sesau) do Recife disponibilizará a vacina tríplice viral, que também protege contra caxumba e rubéola, em 170 postos da rede municipal e manterá o cronograma de horário estendido para vacinação contra sarampo em nove unidades de saúde. Desde o início de setembro, de segunda a sexta-feira, a cada dia, pelo menos duas unidades de saúde mantêm as salas de vacinação abertas das 8h às 21h, fechando uma hora para almoço. As listas dos postos de saúde com sala de vacinação e das unidades quevacinam em horário estendido estão disponíveis no site da Prefeitura do Recife (www.recife.pe.gov.br). Para agilizar o atendimento, a Sesau pede que as pessoas levem a carteira de vacinação e o cartão do SUS, se tiverem. Na primeira fase da campanha, de 7 a 25 de outubro, com Dia D de mobilização em 19 de outubro, receberão a tríplice viral exclusivamente as crianças de 6 meses a menores de 5 anos (4 anos, 11 meses e 29 dias) que nunca tenham sido imunizadas ou não tenham comprovação de ter recebido as duas doses determinadas para essa faixa etária. A vacina dada aos bebês antes de completarem um ano de vida é considerada pelo Ministério da Saúde uma dose extra (dose zero), que não interfere no calendário de vacinação de rotina, em que a primeira dose é feita aos 12 meses e a segunda aos 15 meses. Já a segunda fase da Campanha será realizada de 18 a 30 de novembro, com foco na aplicação da tríplice viral nos jovens de 20 a 29 anos, que não foram vacinados ou não tenham comprovação do esquema completo (duas doses de vacina na infância ou em outro momento da vida). Para este público, o Dia D acontecerá no sábado 30 de novembro. Nos períodos de realização da campanha, as doses da tríplice viral serão direcionadas exclusivamente ao público-alvo definido pelo Ministério da Saúde. A ação é um esforço para interromper a circulação do vírus do sarampo e proteger os grupos mais acometidos pela doença. Os critérios de vacinação foram definidos conforme situação epidemiológica e taxas de coberturas vacinais. “As crianças terão prioridade por apresentarem maior risco de complicações, como cegueira, diarreia grave, infecções no ouvido, encefalite e óbito. E os jovens adultos também estão incluídos na campanha por estarem inseridos em uma faixa etária que apresenta números expressivos de casos da doença, pois muitos só tomaram a primeira dose da vacina, o que não garante a completa imunização para quem tem até 29 anos”, explica o secretário de Saúde do Recife, Jailson Correia. De acordo com o Programa de Imunização do Recife (PNI), desde julho, já foram aplicadas mais de 65 mil doses da vacina tríplice viral na capital pernambucana, sendo 40 mil só em setembro. Comparando com o trimestre anterior, quando houve aproximadamente 14 mil aplicações, a procura pela imunização contra o sarampo está quase cinco vezes maior. Como em 2018 o Recife ultrapassou a meta de cobertura vacinal de sarampo (95% para as duas doses nas crianças que tinham 12 e 15 meses), acredita-se que boa parte das crianças que hoje estão na faixa dos 2 anos já estejam imunizadas. E a coordenadora do PNI Recife, Elizabeth Azoubel, lembra que a vacinação contra o sarampo não precisa de reforço anual. “Quem está com o esquema de vacinação completo ou teve a doença não precisa se preocupar. Nos últimos meses, vacinamos muitos adultos porque a maioria perde a carteira de vacinação e não sabe se tomou a tríplice viral. É importante guardar o cartão como se fosse um documento, pois ele é essencial para a vida inteira”, reforça. DADOS – Nas crianças de 1 ano do Recife, a cobertura vacinal da primeira dose está em 90%, e a segunda está em 70%, este ano. O ideal é que as duas doses atinjam os 95%. Na capital pernambucana, foram confirmados, até o momento, três casos de sarampo e outros 67 ainda estão em investigação. Além disso, não há evidência de surto em atividade com transmissão sustentada do vírus do sarampo dentro da cidade, e os casos confirmados até o momento têm relação com pessoas que contraíram a doença em viagem para outros estados. Todas as medidas de controle, como a vacinação de quem teve contato com os casos confirmados ou suspeitos (bloqueio), estão sendo tomadas pela Sesau Recife desde quando os primeiros casos foram notificados, assim como a vigilância de novos casos. QUEM ESTÁ IMUNIZADO - São consideradas vacinadas pessoas de 1 a 29 anos com duas doses da vacina; pessoas de 30 a 49 anos com uma dose e profissionais de saúde com duas doses da tríplice viral. Quem está com as doses em dia, já teve sarampo ou tem mais de 50 anos não precisa se preocupar. Já quem nunca teve sarampo, não está com o esquema da vacinação completo ou perdeu o cartão e não se lembra se tomou as vacinas deve procurar os postos de saúde. Quem tiver fora dos públicos prioritários da campanha terá que procurar as unidades de saúde posteriormente, já que a vacina contra o sarampo está disponível, para quem precisa, durante todo o ano. Confira aqui os endereços dos postos com sala de vacinação Confira aqui as unidades de saúde que vacinam em horário estendido

Prefeitura do Recife inicia campanha de vacinação contra o sarampo nesta segunda (7) Read More »

Governo do Estado disponibiliza vacina contra Sarampo para Taquaritinga do Norte

Após se reunir com o prefeito de Taquaritinga do Norte, Ivanildo Mestre Bezerra, o governador Paulo Câmara autorizou, nesta terça-feira (03/09), o encaminhamento de mais 28,5 mil doses extras da vacina tríplice viral, que protege contra o Sarampo, para o município. Desde que foram notificados os primeiros casos da doença em moradores da cidade, a Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) vem, em parceria com a Prefeitura, realizando as ações de investigação e bloqueio vacinal desses casos e de seus contactantes, além da vacinação da população, com foco, principalmente, na imunização de crianças a partir dos 6 meses. As investigações iniciais das equipes de campo relacionam os casos ao contato com indivíduos de outros estados, onde há a circulação da doença, e esta vinculação está sendo averiguada. O secretário de Saúde, André Longo, que também esteve presente ao encontro, explicou como está acontecendo essa atuação e anunciou uma grande iniciativa para os próximos dias. “Nós nos reunimos hoje com a Secretaria de Saúde do município de Taquaritinga do Norte e previmos uma série de ações. Nós estamos disponibilizando insumos, no caso, a vacina tríplice viral, e seringas, para que a gente possa fazer uma vacinação em massa. Além dos bloqueios que a Secretaria de Saúde estava corretamente fazendo, vamos fazer algumas ações mais intensas, como a varredura casa a casa, a vacinação em creches e vamos preparar junto com a Prefeitura Municipal o Dia D de Vacinação, ampliando a cobertura vacinal na cidade, no próximo sábado, dia 07 de setembro”, assegurou o secretário. Desse total, 10 mil doses já foram encaminhadas nesta terça (03). Após a confirmação, na última segunda-feira (02/09), do óbito de uma criança de 7 meses pela doença na cidade do Agreste, essas ações têm sido intensificadas. A Secretaria Estadual de Saúde reforça que o Estado está abastecido da vacina tríplice viral, que, além do Sarampo, protege contra Rubéola e Caxumba e é uma das maneiras mais eficazes de evitar o adoecimento. Desde janeiro, já foram distribuídas mais de 574 mil doses do imunizante para os municípios. A SES informa, ainda, que, desde a segunda quinzena de agosto, ficou instituída, em todo o país, a vacinação de crianças entre 6 meses e 11 meses. Todos os meninos e meninas dessa faixa etária, que totalizam 68 mil em Pernambuco, devem tomar uma dose da tríplice viral. Importante lembrar, ainda, que essa será considerada a “dose zero”, sendo necessário seguir com o esquema básico de vacinação normalmente a partir dos 12 meses, com mais uma dose e um reforço aos 15 meses. IMUNIZAÇÃO: A vacina tríplice viral protege contra sarampo, rubéola e caxumba e está disponível de rotina nas salas de vacina dos municípios. A Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) ressalta a importância de finalizar o esquema vacinal para evitar casos da doença. A imunização com a tríplice deve seguir o seguinte esquema: - Crianças entre 6 meses e 11 meses devem tomar uma dose da tríplice viral. Importante ressaltar que essas crianças precisarão seguir o esquema normal de imunização a partir dos 12 meses. - Indivíduos de 1 ano a 29 anos de idade: 2 doses de tríplice viral; - Indivíduos de 30 a 49 anos de idade não vacinados: 1 dose de tríplice viral; - Profissionais de saúde não vacinados: 2 doses com a vacina tríplice viral independente da idade, com intervalo mínimo de 30 dias entre elas.

Governo do Estado disponibiliza vacina contra Sarampo para Taquaritinga do Norte Read More »

Pediatras pedem às redes sociais que impeçam a disseminação de mentiras anti-vacinas

A Academia Americana de Pediatria pediu ao Facebook, ao Google e ao Pinterest ajuda para impedir a disseminação da desinformação on-line sobre vacinas. Três cartas públicas foram enviadas aos gigantes da tecnologia recentemente. Só no EUA, em 2019, houve seis surtos de sarampo até agora. Em janeiro, o governador de Washington declarou estado de emergência para ajudar a conter um surto que incluiu 71 casos - a grande maioria dos quais em indivíduos não vacinados. E em Nova York, houve 133 casos confirmados de sarampo de um surto que começou em outubro. As autoridades de saúde pública americana dizem que esses surtos são motivados, em parte, por desinformação sobre a segurança e a eficácia das vacinas, incluindo um estudo há muito desacreditado que vinculou as vacinas ao autismo. A maioria dos pais, nos EUA, vacina seus filhos contra o sarampo com base nas recomendações atuais de saúde pública. As imunizações proporcionam às crianças proteção robusta contra a doença altamente contagiosa (e previamente eliminada nos EUA). 90% dos indivíduos não vacinados que entram em contato com uma pessoa que tenha sarampo contrairão a doença, e aqueles que não podem ser vacinados - incluindo crianças muito jovens ou imunocomprometidos - confiam na imunidade do rebanho para permanecerem seguros e saudáveis. Mas em certos municípios americanos, como o condado de Clark, em Washington, o coração do recente surto de sarampo, as taxas de vacinação estão caindo - de 96% entre os estudantes da pré-escola, em 2004-2005, para 84% em 2017-2018. "As vacinas são seguras, as vacinas são eficazes e as vacinas salvam vidas. Mas ainda persiste a divulgação de teorias, há muito tempo desmentidas, reivindicando o oposto no universo on-line", diz a carta da Academia Americana de Pediatria enviada ao Google, ao Facebook e ao Pinterest. Movimento anti-vacina As razões pelas quais os pais escolhem não vacinar são multifatoriais. “No entanto, uma pesquisa revela que pais que optam por não vacinar são influenciados pelos indivíduos dos seus círculos sociais. Um estudo realizado com pais, residentes no condado de Clark, em Washington, descobriu que cerca de 70% deles que hesitavam em vacinar seus filhos tinham alguém em sua rede social que os dissuadiu de seguir os esquemas padrão de vacinação, sugerindo que essas ‘vozes e conversas’ são altamente influentes”, afirma o pediatra e homeopata, Moises Chencinski. "Reconhecemos que as pessoas estão recebendo informações de todos os tipos de fontes diferentes. Infelizmente, os pais não passam muito tempo com os pediatras de seus filhos. Como podemos elevar a voz da ciência? Eu falo frequentemente sobre vacinas na Internet, mas leigos que não fizeram Medicina, que não fizeram residência, que não entendem de vacinas e que nunca trataram uma criança com uma doença infecciosa também falam... Como podemos ajudar o internauta a perceber a diferença desses discursos?”, questiona o médico. As gigantes da Internet parecem estar reconhecendo seu papel na disseminação da desinformação sobre as vacinas. No final de fevereiro, o Pinterest anunciou que havia bloqueado todas as buscas relacionadas a vacinas em seu site, o que descreve como uma solução temporária até que possa descobrir uma estratégia de longo prazo para coibir as informações anti-vacinação. Em seguida, o Facebook também anunciou uma repressão ao conteúdo anti-vacinação em seu site, diminuindo o ranking de grupos que divulgam desinformação sobre vacinas e rejeitando anúncios anti-vacinação. E o Google, que é dono do YouTube, também adotou o que descreve como etapas para destacar com mais eficácia fontes e matérias de notícias confiáveis. “Temos a sensação de que pode e deve ser feito mais. Não há solução fácil nesse caso. É preciso a soma de muitos esforços. No Brasil, o Ministério da Saúde lançou, recentemente, uma campanha contra as fake news em saúde, que esclarece muitas notícias falsas sobre vacinação. Outra iniciativa no mesmo sentido é o Movimento Vacina Brasil. Mesmo assim, não estamos conseguindo combater as falsas informações sobre a vacina contra a gripe que circulam pela Internet. Os resultados parciais da campanha são insatisfatórios, revelando baixas taxas de adesão da população à campanha de vacinação contra a gripe”, diz Moises Chencinski.

Pediatras pedem às redes sociais que impeçam a disseminação de mentiras anti-vacinas Read More »

Crianças agora devem tomar 2º dose de vacina contra varicela (catapora)

Para o ano de 2018, o calendário nacional de imunização passa a incluir a segunda dose da vacina contra a varicela (catapora). A aplicação deve ser feita em crianças de 4 até 6 anos de idade (6 anos, 11 meses e 29 dias). A primeira dose da varicela é ofertada aos 15 meses com a vacina tetra viral (sarampo, caxumba, rubéola e varicela). A varicela é uma doença exantemática, ou seja, que apresenta lesões avermelhadas na pele. Ela é uma enfermidade viral aguda e de fácil contágio (vias aéreas), apresentando, normalmente, febre moderada. A imunidade é permanente após o primeiro contágio. Com mais esse reforço vacinal, objetiva-se evitar surtos principalmente em ambientes escolares. Outra mudança no calendário vacinal é a ampliação da faixa etária para vacina meningocócia C, agora ofertada para adolescentes de 11 a 14 anos (14 anos, 11 meses e 29 dias) – antes era a partir dos 12 anos. Para este grupo, deve ser administrado um reforço ou dose única, conforme situação vacinal encontrada. A vacina continua sendo aplicada, em duas doses, em crianças com 3 meses e 5 meses, além de um reforço aos 12 meses. “É importante que toda a população, das crianças aos idosos, mantenha a caderneta de vacinação atualizada. Por meio da imunização, podemos evitar diversas doenças e também óbitos”, ressalta a coordenadora do Programa Estadual de Imunização da Secretaria Estadual de Saúde (SES), Ana Catarina de Melo. (Governo do Estado de Pernambuco)

Crianças agora devem tomar 2º dose de vacina contra varicela (catapora) Read More »

Vacina HPV: mitos e preconceitos

Quando os pais são informados de uma vacina que pode prevenir futuros cânceres em seus filhos, eles aproveitam a chance de protegê-los? Certo? Infelizmente, esse não é o caso de uma vacina que previne infecções com o vírus do papiloma humano, causador de câncer ou HPV. A vacina, que tem sua melhor indicação aos 11-12 anos, é atualmente a imunização mais subutilizada disponível para crianças e adolescentes. O HPV é, de longe, a infecção sexual de transmissão mais comum, nos Estados Unidos, e quase todas as pessoas sexualmente ativas são infectadas em algum momento da vida. O vírus em uma ou outra das suas variantes causa mais de 90% dos cânceres cervicais, bem como a maioria dos cânceres da vulva, da vagina, do ânus, do pênis e da orofaringe, que inclui a parte de trás da garganta, a base da língua e as amígdalas. Também causa verrugas genitais. Todos os anos, segundo os relatórios do Centro de Controle e Prevenção de Doenças, cerca de 14 milhões de americanos são infectados com o HPV, a maioria de adolescentes ou de adultos jovens. O câncer causado pelo HPV é diagnosticado em cerca de 17.600 mulheres e 9.300 homens. Mas no EUA, desde 2014, apenas 40% das meninas e 21% dos meninos de 13-17 anos receberam as três doses da vacina contra o HPV, enquanto 88% dos meninos e meninas haviam sido vacinados contra o tétano-difteria-coqueluche e 79% tinham recebido a vacina meningocócica. No Brasil Segundo o INCA, a infecção genital, causada pelo HPV, é muito frequente e não causa doença na maioria das vezes. Entretanto, em alguns casos, podem ocorrer alterações celulares que poderão evoluir para o câncer. Estas alterações das células são descobertas facilmente no exame preventivo (conhecido também como Papanicolaou) e são curáveis na quase totalidade dos casos. Por isso é importante a realização periódica deste exame. É o terceiro tumor mais frequente na população feminina, atrás do câncer de mama e do colorretal, e a quarta causa de morte de mulheres por câncer no Brasil. Prova de que o país avançou na sua capacidade de realizar diagnóstico precoce é que na década de 1990, 70% dos casos diagnosticados eram da doença invasiva, ou seja, o estágio mais agressivo da doença. Atualmente 44% dos casos são de lesão precursora do câncer, chamada in situ. Esse tipo de lesão é localizada. O Ministério da Saúde anunciou alterações no esquema de vacinação contra HPV. A partir de agora, essa imunização será oferecida a meninos de 11 a 15 anos incompletos. Desde janeiro, a vacina em questão passou ser disponibilizada no Sistema Único de Saúde (SUS) para meninos de 12 a 13 anos. Até então, era aplicada somente em meninas com menos de 15 anos. Também têm direito à imunização, os portadores do vírus HIV de 9 a 26 anos ou pessoas com câncer em uso de quimioterapia e radioterapia (ambos os sexos), além de quem já foi submetido a algum transplante de órgão. No primeiro caso (HIV/Aids), são necessárias três doses — com intervalo de dois e seis meses. Para os demais, permanece o esquema atual: duas injeções com um espaço de seis meses entre uma e outra. A adesão a essa vacina também é pequena no Brasil. 9,6% dos meninos de 12 e 13 anos tomaram a primeira dose da vacina de janeiro a março de 2017 (346,7 mil). A imunização de meninos começou neste ano; a segunda dose ocorrerá a partir de julho. Baixas taxas de vacinação “Existem várias explicações para a baixa taxa de vacinação contra HPV entre adolescentes. Uma delas é que a vacina é relativamente nova - foi aprovada pela primeira vez em 2006. A mudança no público-alvo da vacina também precisa ser disseminada por mais tempo e com mais clareza. O efeito da idade no momento da imunização, encontrando uma diminuição da eficácia com a idade ressalta a importância da vacinação precoce”, afirma o pediatra e homeopata Moises Chencinski (CRM-SP 36.349). Se a vacina for administrada às pessoas aos 22 ou 26 anos, os médicos devem informar aos pacientes que a eficácia é menor. Ainda assim, não é tarde demais para imunizar estudantes universitários que não receberam a vacina quando eram mais jovens. Para o médico, que é membro do Departamento de Pediatria Ambulatorial e Cuidados Primários da Sociedade de Pediatria de São Paulo, “outro obstáculo para a imunização mais ampla do HPV é a crença errônea de que a vacinação promova a promiscuidade adolescente, um argumento mais comumente usado para rebater os conselhos de controle de natalidade para adolescentes. Não há conexão direta entre a vacina e a atividade sexual e nenhuma razão para sugerir uma. Se questionado, o responsável ou o médico pode simplesmente dizer que a vacina previne a infecção por um vírus muito comum que pode causar câncer”, destaca. Embora alguma publicidade precoce da vacina tenha sido focada na prevenção de doenças sexualmente transmissíveis, é preciso esclarecer que em primeiro lugar, trata-se de uma vacina contra o câncer. Estudos múltiplos não mostraram impacto negativo em qualquer medida na atividade sexual entre garotas que receberam a vacina contra o HPV. “O apoio parental para crianças de 11 e 12 anos de idade vacinadas contra o HPV tem sido muito pequeno. O argumento mais pernicioso em relação à vacinação contra o HPV envolve postagens na web de histórias de terrorismo indocumentadas que alguns pais atribuem à vacina, não muito diferentes das que são atribuídas às vacinas que ‘causam autismo’. Nenhum dos relatos dos efeitos adversos graves relacionados à vacina contra o HPV foi confirmado por pesquisas sólidas”, destaca Chencinski. Os efeitos colaterais mais comuns são dor, vermelhidão ou inchaço no local da injeção intramuscular. Tal como acontece com outras vacinas administradas aos adolescentes, ocorrem desmaios, e os pacientes devem ser aconselhados a sentar ou deitar-se durante 15 minutos após a vacina. A vacina pode ser administrada com segurança, ao mesmo tempo em que outras, como a vacina dTpa, meningocócica ou influenza. Embora a vacina contra o HPV não seja administrada durante a gravidez,

Vacina HPV: mitos e preconceitos Read More »

A volta da caxumba (papeira)

No ano passado, um surto de caxumba, também chamada de papeira, preocupou a classe médica. Em várias cidades do País, incluindo o Recife, uma quantidade atípica de adolescentes e adultos contraiu a doença. O vírus, que se multiplica na garganta e cai na corrente sanguínea, provoca inchaço nas glândulas parótidas e pode comprometer o sistema reprodutor de homens e mulheres. A transmissão ocorre por gotículas de saliva presentes no ar ou em objetos. A vacina tetraviral, que previne a caxumba, é comumente aplicada na infância. “Quando aparece uma situação como essa, nós temos que parar e rever os conceitos. Devido à forte campanha de vacinação contra a doença nas décadas passadas, acreditávamos que estávamos protegidos dela, mas o real impacto de uma vacina só pode ser analisado após aproximadamente 25 anos”, explica infectologista Filipe Prohaska, do Real Hospital Português. Segundo ele, há estudos acerca da necessidade de uma dose a mais de imunização contra a infecção, mas ainda não há nada definido.

A volta da caxumba (papeira) Read More »