XepaCult une gastronomia, música e fotografia

A XepaCult – 1ª Mostra de Gastronomia de Tradição pelo Consumo Consciente está realizando uma série de eventos mensais com degustação gastronômica preparados com a xepa da feira orgânica por mestras cozinheiras indígenas e quilombolas. No sábado (09/09), acontece o segundo evento do projeto, das 11h às 16h, no Centro de Cultura Luiz Freire, sítio histórico de Olinda. O acesso ao evento e a degustação gastronômica são gratuitas. O projeto XepaCult tem o incentivo do Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura (Funcultura) / Fundarpe / Secretaria de Cultura / Governo do Estado de Pernambuco.

Nesta edição da XepaCult, a pesquisadora, produtora e ecozinheira Mônica Jácome convida as mestras cozinheiras de tradição Maria do Carmo Nascimento (Comunidade Quilombola Engenho Siqueira/Rio Formoso) e Maria Rosária Oliveira Santos (Aldeia Pankararu/Tacaratu) para cozinhar e preparar pratos “tradicionais” ou (re)inventados com alimentos orgânicos, que provavelmente seriam desperdiçados ao final da feira. Em panelas de barro, tradição e sustentabilidade se misturam a programação musical com Mestre Nado e exposição fotográfica “Refugo”, de Priscilla Buhr.

No quintal amplo e arborizado do espaço, o público poderá degustar os pratos ao som da música de Mestre Nado que apresenta O Som do Barro, cantando e toca instrumentos artesanais feitos de barro ao lado dos percussionistas Sara e Micael Cordeiro (filhos do mestre) e Fábio Bacalhau. O repertório é diversificado com samba-canção, baião, ciranda,coco, valsa e bolero.

A programação se completa com a exposição fotográfica “Refugo”, de Priscilla Buhr, montada no casarão do Centro Luiz Freire. Na série, a fotógrafa premiada apresenta um olhar sobre o alimento como metáfora da vida. No texto que apresenta o trabalho, Priscilla afirma “Nos preocupamos com as escolhas, com os sabores, as texturas, as cores, os cheiros, cuidamos do preparo, montamos da forma mais bonita, saboreamos e simplesmente não olhamos pros nossos restos. Não olhamos pro nosso lixo, não consideramos que possa existir beleza no que não nos serve mais”. A exposição é aberta neste sábado (09/09) e pode ser visitada até outubro, de segunda a sexta, das 14h às 18h.

PROJETO – A XepaCult teve início em agosto e até 2018 promove 9 eventos, sempre no segundo sábado de cada mês. A programação conta com degustação gastronômica, música e exposição fotográfica. Para criar o projeto, a pesquisadora, ecozinheira e produtora Mônica Jácome se inspirou no movimento Slow Food, que defende a sociobiodiversidade alimentar e de valorização da agricultura familiar, prezando pela comida de verdade, boa, limpa e justa para todos. Mônica atualmente é mestranda em Memória Social e Patrimônio Cultura na UNIRIO com o projeto de dissertação “Pratos de Resistência: contribuições ao estudo do patrimônio gastronômico de Pernambuco”.

Em busca dos sabores e saberes tradicionais, a pesquisadora Mônica Jácome e a fotógrafa Magda Silva colocaram os pés da na estrada para visitar quilombos e povos indígenas. Mônica e Magda foram do Litoral ao Sertão para convidar as mestras cozinheiras para participar da XepaCult. Em seis dias, visitaram as comunidades de matriz africana Palmeira (Glória do Goitá), Quilombo Chã-dos-Negros (Passira), Quilombo Onze Negras (Cabo de Santo Agostinho), Engenho Siqueira (Rio Formoso), Quilombo Conceição das Crioulas (Salgueiro) e os povos indígenas Fulni-ô (Águas Belas), Pankararu (Tacaratu), Atikum (Carnaubeira da Penha) e Xukuru (Pesqueira).

Antes do XepaCult, Mônica e Magda produziram a publicação “Cardápio de Histórias – Memórias e Receitas de um grupo de mulheres da Zona da Mata de Pernambuco” sobre a comunidade Palmeira, em Glória do Goitá, formada por descendentes da escravaria do Engenho Palmeira. O livro foi lançado com o incentivo do Funcultura / Governo de Pernambuco. Atualmente, Mônica prepara a publicação “Histórias bem Temperadas: memórias e receitas das mulheres da Chã-dos-Negros”, também com incentivo do Fundo de Cultura.

Sobre Mônica Jácome
Mestranda em Memória Social e Patrimônio Cultura na UNIRIO (2016-2017) com o projeto “Pratos de Resistência: contribuições ao estudo do patrimônio gastronômico de Pernambuco”. Autora do livro “Cardápio de Histórias – Memórias e Receitas de um grupo de mulheres da Zona da Mata de Pernambuco”. Integrante da 1ª turma de Eco-Gastronomia da Faculdade Arthur de Sá Erp (FASE), de Petrópolis/RJ (2014). Aluna de disciplinas isoladas dos cursos de Chef de Cozinha (2012 – 2013) e de Padaria-Confeitaria (2013 -2014) do Senac-Rio. Integrante do da Rede Internacional Slow-Food, desde 2014. Reside e trabalha há mais de 30 anos em Pernambuco, atuando como educadora popular e produtora cultural elaborando, produzindo e coordenando projetos culturais com jovens e mulheres, do meio rural e do meio urbano.

Sobre Priscilla Buhr
É recifense, jornalista e desde 2007 trabalha com fotografia. Pesquisa e realiza projetos com narrativas visuais motivadas pela compreensão e reconstrução do passado e trajetos emocionais. É ganhadora do Prêmio Brasil de Fotografia 2013 na categoria Revelação, integra o Clube de Colecionadores de Fotografia do MAMAM. Atuou como fotógrafa da Fundarpe, repórter fotográfica do Jornal do Commercio e Gerente de Fotografia da Fundação de Cultura da Cidade do Recife. Foi uma das fundadoras do coletivo 7Fotografia, na condição de co-autora, editora e fotógrafa.

Serviço
XepaCult – 1ª Mostra de Gastronomia de Tradição pelo Consumo Consciente
Degustação gastronômica, apresentação musical O som do barro com Mestre Nado e convidados, abertura da exposição fotográfica “Refugo”, de Priscilla Buhr.
Dia 09 de setembro, das 11h às 16h
Visitação da exposição: até 09 de outubro, de segunda a sexta, das 11h às 16h.
Centro de Cultura Luiz Freire – Rua 27 de Janeiro, 181, Carmo, Olinda – Pernambuco.
Entrada e degustação gratuitas

Deixe seu comentário
anúncio 5 passos para im ... ltura Data Driven na sua empresa

+ Recentes

Assine nossa Newsletter

No ononno ono ononononono ononono onononononononononnon