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Governo reduz imposto de importação para conter alta dos alimentos

Medida zera tarifas de nove produtos e amplia cota de óleo de palma Para aliviar a pressão sobre os preços dos alimentos, o governo anunciou a isenção do Imposto de Importação para nove itens essenciais, incluindo azeite, café, carnes, milho e açúcar. A decisão, divulgada pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, também amplia a cota de importação de óleo de palma de 65 mil para 150 mil toneladas. Segundo Alckmin, a medida visa beneficiar os consumidores sem prejudicar os produtores nacionais. "O governo está abrindo mão de imposto em favor da redução de preço", afirmou. Além da desoneração tributária, o governo reforçará os estoques reguladores da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), estratégia que contribui para a estabilização dos preços no mercado interno. O vice-presidente também destacou a priorização da produção de itens da cesta básica no próximo Plano Safra, incentivando agricultores a abastecerem o mercado doméstico com financiamento subsidiado. Outra ação anunciada foi a aceleração do Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (SISBI-POA), dobrando o número de registros para permitir que produtos como leite, mel e carnes cheguem mais rapidamente ao consumidor. As medidas serão formalizadas nos próximos dias pela Câmara de Comércio Exterior (Camex). Banco do Nordeste realizará novo leilão de recompra de cotas do Finor O Banco do Nordeste (BNB) anunciou a realização do 2º Leilão de recompra de cotas escriturais do Fundo de Investimentos do Nordeste (Finor), que acontecerá no dia 21 de março, das 14h às 15h, na B3 S/A. Serão adquiridas até 1,1 bilhão de cotas, correspondendo a 80% do total emitido, pelo valor de R$ 1,06 por lote de mil cotas. O pagamento será feito à vista, em moeda corrente. Os cotistas interessados devem entrar em contato com uma Corretora de Títulos e Valores Mobiliários credenciada na B3 S/A para realizar a negociação. Para cotas custodiadas no Banco do Nordeste, é necessário transferir a propriedade fiduciária para a B3 S/A, utilizando o extrato de movimentação de cotas escriturais do Finor. O edital do leilão será publicado no dia 14 de março nos sites da B3 S/A e do Banco do Nordeste. Empresas oferecem mais de 400 vagas de emprego em diversas áreas no Brasil Diversas empresas de setores como tecnologia, inovação, construção civil e educação abriram mais de 400 vagas de emprego em todo o país, contemplando desde estágios até cargos de gerência. Entre as companhias com oportunidades estão 77Sol, PayJoy, Escola DNC, Clicksign e BRQ Digital Solutions, oferecendo vagas presenciais, híbridas e remotas. As posições abrangem áreas como engenharia, tecnologia, marketing, vendas e atendimento ao cliente. Interessados podem se candidatar por meio dos sites oficiais das empresas. Livro sobre empreendedorismo feminino destaca transformação pela educação financeira A empreendedora e educadora financeira pernambucana Maria de Fátima Neves Duda é uma das autoras de Seja Uma Empreendedora Vitoriosa!, obra que será lançada no dia 7 de março, em São Paulo. O livro reúne relatos e estratégias para mulheres que buscam independência financeira e sucesso nos negócios, destacando a importância da educação financeira como ferramenta de transformação. O evento acontecerá na Livraria da Vila, no Shopping Pátio Higienópolis, e contará com sessão de autógrafos e coquetel.

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Carnaval além da rua: a influência da festa na cultura pernambucana

As cores, os movimentos e a alegria da folia inspiram a literatura, as artes plásticas, o cinema e até a moda em Pernambuco. *Por Rafael Dantas Pernambuco é o berço de um ciclo carnavalesco que repercute muito além das suas fronteiras. O som e as danças do frevo, do maracatu, dos caboclinhos e de uma infinidade de outras manifestações culturais e brincantes movimentam milhões nos dias da folia. Porém, além dos festejos típicos do período, as cores e signos do Carnaval influenciam bastante as demais artes pernambucanas, como na literatura, no cinema e nas artes plásticas. “O Carnaval é uma celebração viva, latente, orgânica, que inspira e molda nossa forma de ver e compreender o mundo. Na literatura, por exemplo, temos muitos nomes que traduziram as nossas expressões culturais em verso e prosa”, afirma o historiador e professor da Universidade de Pernambuco, Mário Ribeiro dos Santos. A partir dessa percepção, ele destaca, por exemplo, que a força dessa festa se espraia pelo mundo das letras e na pintura, não apenas das canções carnavalescas e dos adereços e decorações que caracterizam as pessoas e as cidades na festa momesca. Ele enumera entre os grandes nomes que conseguiram costurar sua escrita com os ritmos e balanços da folia os escritores Solano Trindade, nascido no Bairro de São José, e Inaldete Pinheiro, natural do Rio Grande do Norte, mas radicada no Recife há mais de seis décadas. “Nas obras de Solano Trindade encontramos referências ao maracatu, ao samba, ao frevo, ao boi bumbá; a personagens como: Bastião, Mateus, Dama do Paço… Muitas são as referências que podemos encontrar nos seus poemas. Inaldete Pinheiro nos presenteia com abordagens empretecidas potentes, aproximando o leitor, por meio da literatura, de temas como racismo, identidade, ancestralidade, cultura afro-brasileira e resistência”. Os clássicos da literatura pernambucana também deixaram os passos da folia em seus escritos. Em distintas décadas e observando a festa por ângulos diferentes, os poetas e amantes do Carnaval registraram suas experiências e sentimentos pelos arlequins e pelas colombinas. Com mestrado em teoria da literatura, Taciana Ferreira Soares, explica que por estar entranhado culturalmente, o Carnaval acaba não sendo problematizado e é até percebido como algo inferior nos meios acadêmicos. Uma percepção que não impediu os grandes nomes das letras pernambucanas de reverenciar a maior festa popular do País. “Manuel Bandeira, Ascenso Ferreira e Carlos Pena Filho, grandes nomes da literatura brasileira e foliões, sublimemente utilizam o Carnaval como um vigoroso tema em suas produções, cada qual a seu modo”, destacou no artigo científico Espero Um Ano Inteiro Até Chegar Fevereiro: Representações do Carnaval Por Três Poetas Pernambucanos. Nomes mais contemporâneos da nossa literatura como Raimundo Carrero, Cícero Belmar, Marcelino Freire e Ney Anderson também dedicaram parte das suas obras às festividades carnavalescas. “Saudades do tumbança. Do papangu, do maracatu de lança. Saudades do Carnaval. Do fandango e da ciranda”, registrou Freire, em O Futuro Que Me Espera. A PINTURA COM AS MARCAS DA FOLIA Pernambuco também é uma terra de muitos destaques nas artes plásticas. De grandes nomes do modernismo aos potentes agentes das artes urbanas, a capital e o interior têm contribuições relevantes nessa área. No campo da pintura, Mário Ribeiro destaca gigantes como Tereza Costa Rêgo e José Cláudio. Ambos, por sinal, foram homenageados do Carnaval do Recife em 2010 e 2011, respectivamente. “Nesses dois anos, os traços, as paisagens, os personagens de Carnaval se misturavam com o cotidiano da cidade, além de retratar também as cores, fantasias e diversidade da festa. O Recife se vestiu com as obras desses artistas. Foi lindo. Uma forma de aproximar os foliões nativos e os turistas dessa produção artística. Foi pedagógico, vale salientar”. Apaixonada pelo Carnaval de Olinda, Tereza chegou a pintar o quadro Homem da Meia-Noite e Mulher do Dia. As cores da folia estiveram também nas telas de artistas como Cícero Dias e Lula Cardoso Ayres, entre outros. Dos clássicos aos contemporâneos, não é preciso entrar em nenhuma galeria para ver como as inspirações do Carnaval têm chegado aos artistas pernambucanos. Com o projeto dos Megamurais do Recife, várias fachadas de prédios centrais da cidade receberam obras que reverenciam as manifestações culturais do período momesco. “O Carnaval pernambucano e a arte urbana compartilham uma essência comum: ambos nascem das ruas, do povo, da resistência e da celebração da cultura popular. O Carnaval transforma a cidade em um grande palco, onde a criatividade e a espontaneidade ganham vida, e essa mesma energia se reflete na arte urbana. As cores, os personagens icônicos e o movimento presente nos blocos e folguedos são fontes de inspiração para quem pinta os muros da cidade”, ressaltou o artista Vários Nomes, que é sócio-fundador da Cordalama Graffiti Shop e Galeria Lama. O artista afirma que desde a infância, no bairro de Linha do Tiro, foi profundamente influenciado pelo Carnaval multicultural do Recife. Suas avós tinham comércio no Mercado de São José, um dos berços do frevo e dos principais blocos pernambucanos. No Centro conviveu com as músicas antigas do frevo e o artesanato do barro, rico em referências carnavalescas. Na periferia, vivenciou os ensaios do Caboclinho Kapinawá e os festejos dos blocos. “Hoje, essa vivência se reflete no meu trabalho, seja em murais, telas ou grafite, trazendo elementos do Carnaval: personagens vestidos de chita (referência aos tecidos usados pelos foliões), personagens históricos, e minha observação do que absorvo nos carnavais da vida”. Entre suas obras está o painel A Rua Cria, a Cidade Dança, aprovado no edital Recife Cidade da Música e localizado na Rua da Saudade. “Os megamurais que tomaram o Recife também carregam essa celebração carnavalesca. Nesse mural, homenageio duas mulheres fundamentais para o frevo: as passistas Rebecca Godin e Inae Silva, além de uma musicista criada artisticamente para representar a essência do ritmo. A obra busca transmitir a energia do Carnaval o ano inteiro, convidando o público a sentir o movimento e a vibração da festa por meio das cores e dos gestos retratados”, explicou Vários Nomes. CARNAVAL NO CINEMA PERNAMBUCANO A sétima arte pernambucana também

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Ainda Estou Aqui: as chances no Oscar

Há pouco mais de um mês, quando o Brasil entrou em festa pelas três indicações de “Ainda Estou Aqui” ao Oscar, quem apostaria numa mudança tão forte de cenário? Mudanças relacionadas à polêmica envolvendo “Emilia Pérez”, nossa principal concorrente. Verdade que o filme da Netflix abocanhou grande parte dos prêmios pelos quais passou. Porém, Karla Sofía Gascón, atriz que protagoniza a história dirigida pelo francês Jacques Audiard, resolveu polemizar perto do período de votação da academia, o que pode, sim, ter influenciado a escolha dos votantes. Veículos da imprensa internacional lançaram suas apostas quanto ao êxito de “Ainda Estou Aqui”. Para Tom Phillips, do jornal inglês, The Guardian, o longa de Walter Salles dialoga com o avanço do autoritarismo no mundo: “O filme se impôs, no Brasil e no mundo, durante uma nova onda de autoritarismo, como um alerta contra os homens poderosos e egocêntricos que em nada diferem daqueles que governaram o Brasil durante o regime militar…”. O The New York Times acredita que o filme brasileiro trará na bagagem os prêmios de Melhor Filme Internacional e de Fernanda Torres como Melhor Atriz. Fernanda terá pela frente a dura missão de desbancar Demi Moore (A Substância) e Mickey Madison (Anora). Moore venceu o SAG Awards, premiação do Sindicato dos Atores, e Madison, o Bafta, considerado o Oscar britânico. As duas premiações servem de termômetro para a categoria. Historicamente, quem ganhou alguma das duas, levou o Oscar de Melhor Atriz. Claro que isso não é regra esculpida em rocha. Fernanda Torres corre forte por fora, e pode surpreender. É óbvio que torcemos muito para que "Ainda Estou Aqui" volte ao Brasil com alguma estatueta. E as chances são reais. Porém, melhor que isso, é saber que a jornada de Eunice Paiva rompeu os limites territoriais brasileiros e lançou-se aos olhos do mundo como denúncia de um período sombrio de nossa história, em memória não apenas de Rubens Paiva, mas de tantos outros que foram mortos pela ditadura militar.   Aposta: "Ainda Estou Aqui" ganha o prêmio de Melhor Filme Internacional e Fernanda Torres o de Melhor Atriz.

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Tendências do futuro do trabalho: Humanos x Máquinas ou Humanos + Máquinas?

Como a inteligência artificial, a automação e os novos modelos de trabalho estão redefinindo carreiras e exigindo adaptação constante de profissionais e empresas *Por Fábio Menezes O mercado de trabalho está em constante transformação, impulsionado por avanços tecnológicos, mudanças sociais e novas dinâmicas empresariais. Estudos do Fórum Econômico Mundial indicam que 65% das crianças que hoje ingressam no ensino fundamental atuarão em profissões que ainda não existem. Essa realidade impõe desafios tanto para profissionais quanto para empresas que precisam se adaptar rapidamente para permanecerem competitivas. A ascensão da inteligência artificial generativa representa um dos principais vetores dessa revolução. Tecnologias capazes de criar textos, imagens, códigos e, até mesmo, novas formas de interação estão impactando diretamente os modelos de trabalho. O potencial de eliminação de empregos com os recursos de automação é gigante, da ordem de milhões, mas, por outro lado, a tecnologia também criará novas oportunidades que exigirão capacidades específicas. Esse fenômeno exige que empresas adotem estratégias inovadoras para maximizar os benefícios da tecnologia e minimizar seus impactos negativos. Em geral, a ordem deve ser interagir para conhecer, em vez de evitar o distanciamento. Além da automação, o trabalho remoto e os modelos híbridos passaram a integrar a nova realidade organizacional. A flexibilidade, antes um benefício menos valorizado, tornou-se um fator decisivo na atração e retenção de talentos. Empresas que oferecem alternativas de maior equilíbrio entre vida pessoal e profissional tendem a ter maior engajamento e produtividade entre seus colaboradores. No entanto, essa nova configuração também impõe desafios para os gestores, que precisam criar mecanismos eficazes de comunicação, acompanhamento de desempenho e manutenção da cultura organizacional. Não é fácil, quanto mais nos distanciamos da experiência da pandemia, vão surgindo relatos de verificação de perda de produtividade com o home office. No entanto, quando bem administrados, esse recurso pode unir o útil ao agradável e reforçar a competitividade da organização. Para se destacar nesse cenário, profissionais devem desenvolver competências essenciais para o futuro. Criatividade, pensamento crítico e capacidade de análise são atributos fundamentais para lidar com a complexidade crescente. Além disso, a adaptabilidade e a capacidade de reaprender continuamente são características que garantem resiliência em um ambiente de mudanças constantes. O networking e a inteligência emocional também desempenham um papel crucial, pois a colaboração e o trabalho em equipe continuam sendo diferenciais importantes. As empresas que desejam se manter competitivas precisam adotar boas práticas alinhadas às tendências emergentes. Investir na capacitação dos colaboradores, personalizar modelos tecnológicos para atender demandas específicas e garantir a segurança da informação são algumas das iniciativas estratégicas que fazem a diferença. Além disso, o patrocínio das lideranças é essencial para que a transformação digital ocorra de forma estruturada e sustentável. Walter Longo afirmou que “nenhuma máquina será melhor do que um homem com uma máquina”. Essa perspectiva reforça a ideia de que a tecnologia deve ser vista como uma aliada, e não como uma ameaça. O futuro do trabalho não será marcado pela substituição do humano pela máquina, mas pela sinergia entre ambos. Empresas e profissionais que entenderem essa dinâmica e se prepararem adequadamente terão mais chances de prosperar nesse novo mundo do trabalho. *Fábio Menezes é sócio da TGI Consultoria

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Nordeste terá calor e chuvas isoladas durante o Carnaval

Onda de calor pode elevar temperaturas em algumas regiões (Com informações da Agência Brasil) O Carnaval no Nordeste será marcado por altas temperaturas e chuvas isoladas em algumas áreas, conforme previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Em estados do interior, os termômetros podem ultrapassar os 38°C, enquanto no litoral há possibilidade de pancadas rápidas de chuva. No Nordeste, a tendência para os próximos dias é de tempo firme em grande parte da Bahia, Pernambuco, Alagoas e oeste do Piauí. Já na faixa litorânea, incluindo o Ceará e o Maranhão, podem ocorrer precipitações pontuais, com acumulados acima de 80 mm em algumas localidades. No restante do país, a onda de calor também afetará o Sul e o Centro-Oeste, com máximas variando entre 26°C e 34°C. O Sudeste terá calor intenso, principalmente no Rio de Janeiro e em São Paulo, onde as temperaturas podem oscilar entre 26°C e 36°C. O Inmet reforça a recomendação de hidratação frequente e proteção contra o sol para foliões e turistas. Em caso de tempestades, a orientação é buscar abrigo seguro e evitar áreas abertas ou próximas a árvores e estruturas metálicas.

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O que houve com a pátria da democracia?

*Por Francisco Cunha Considero-me, desde que me entendo por gente, um cinéfilo, especialmente admirador dos filmes norte-americanos pela qualidade de suas produções no famoso padrão “hollyhoodiano”. E uma coisa que sempre me chamou a atenção foi que, filme sim, filme não, aparece uma sala de audiência de justiça, com um juiz (ou juíza) no alto, réu e advogados, de um lado, e acusação e operadores do direito, do outro, não raro na presença de um júri popular. Existem até filmes cujo enredo é, justamente, o desenrolar de um julgamento, como é o caso do extraordinário 12 Homens e uma Sentença (de 1957, dirigido por Sidney Lumet e protagonizado por Henry Fonda, Lee J. Cobb e Martin Balsam) que, aliás, teve uma boa refilmagem em 1997 com a participação do grande Jack Lemmon. Essa super exposição da Justiça para mim sempre foi, além de objeto de admiração, uma evidência do valor que os norte-americanos davam à democracia, ao princípio de que todos são iguais perante à lei e de que, em última análise, a justiça se fará, doa em quem doer. A propósito, uma coisa que também sempre me admirou foi que não lembro de ter visto nenhum caso de filme que colocasse qualquer sombra de dúvida sobre a idoneidade dos juízes. Lembro de muitos enredos em que aparecem advogados e, até, procuradores corruptos mas juízes, nunca! Pois bem, qual não foi minha surpresa e, porque não dizer, profunda decepção, ao constatar que toda essa magna exaltação da justiça e da defesa dos valores democráticos vai por água abaixo quando todo o aparato judiciário e institucional dos EUA não consegue colocar um freio nas pretensões e ações francamente antidemocráticas de Donald Trump e seus celerados apoiadores. Meu real espanto grandemente acentuou-se quando não se conseguiu fazer com que Trump fosse responsabilizado e devidamente punido pelo incentivo e comando da invasão do Capitólio, em 6 de janeiro de 2021, com o objetivo declarado de impedir a promulgação da eleição da qual tinha saído vitorioso Joe Biden. Uma invasão que colocou sob risco de vida não só os congressistas mas o próprio então vice-presidente da República, Mike Pence, presidente do Congresso e, em última análise, responsável final pela promulgação que Trump queria impedir sob a falsa alegação de que a eleição havia sido fraudada. As provas da reponsabilidade direta de Trump são cabais com filmagem exaustiva do seu discurso incentivador durante o qual chega a apontar a direção do Capitólio para a turba alucinada. E, mesmo assim, quatro anos depois, nada. E, olhe, que não estou falando da multidão de outros crimes de que ele é acusado. Restrinjo-me àquele que me parece crucial para o futuro da democracia norte-americana, a invasão e depredação do local que mais se identifica fisicamente no mundo com a representação popular e, ao fim e ao cabo, com a democracia, talvez secundado apenas pelo edifício do Congresso Nacional em Brasília, pelas imagens pictóricas, imponentes e representativas que têm. Certamente, não por acaso ambos tenham sido objeto de ataque e depredação planejada… E mais estupefato fiquei quando, ato contínuo após tomar posse do seu segundo mandato, Trump, cumprindo promessa de campanha, anistia os marginais que já haviam sido condenados pela invasão e depredação do Capitólio, colocando livres na rua, inclusive, elementos perigosíssimos acusados de crimes ainda piores. Isso, sem falar na enxurrada de decretos teatralmente assinados no salão oval da Casa Branca, uma boa parte deles flagrantemente inconstitucionais, na terra em que a Constituição, promulgada pelos famosos “pais da pátria” em 1787, é considerada sagrada e praticamente “imexível”, tendo passado praticamente incólume, inclusive, pelo trauma supremo de uma guerra civil fraticida. Diante desses absurdos que vemos se desenrolarem no chamado “grande irmão do norte” minha questão é justamente a do título: o que houve com a pátria da democracia? Ninguém vai se rebelar contra todos esses absurdos? O sujeito vai solapar os princípios democráticos norte-americanos à vista de todos sem que ninguém se oponha? Onde foi parar o grande apreço norte-americano pela justiça e pela democracia? Será que estamos vendo finalmente o tão propalado “declínio do império americano” (nome, aliás, de um filme canadense de 1987, esse apenas razoável)? Espero que esse tempo sombrio e alucinado seja um interregno entre tempos de sensatez e bem aventurança e nos salvemos da loucura e das bravatas. Espero que tudo isso seja um apagão restaurável, evidência de fraqueza momentânea de princípios. E que esteja certa a avó do amigo Anselmo Alves: “muita farinha é sinal de pouca carne”. Oremos! *Francisco Cunha é consultor e sócio da TGI

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Prepare-se para cair no frevo: cuidados essenciais com corpo e alimentação no Carnaval

De roupas leves e tênis confortáveis a uma alimentação equilibrada e hidratação reforçada, especialistas compartilham dicas indispensáveis para garantir energia e segurança durante os dias de folia O carnaval é sinônimo de festa, alegria e muita energia. No entanto, para aproveitar todos os dias de diversão sem comprometer a saúde, é essencial cuidar do corpo e da alimentação. O personal trainer Elton Alves, o fisioterapeuta Diogo Novaes e a nutricionista Julia Acioli trazem orientações valiosas para os foliões que desejam cair no frevo com disposição e bem-estar. Segundo o personal trainer Elton Alves, o uso de um bom tênis é fundamental para o conforto durante as longas horas de folia. "Um calçado adequado com bom amortecimento reduz o impacto nas articulações e proporciona mais comodidade nos movimentos", explica Elton Elton também ressalta a importância de alongamentos e mobilidades antes, durante e após os dias de festa. "Ainda que seja difícil manter a disciplina no calor do momento, parar por alguns minutos para alongar ajuda a reduzir a rigidez muscular, e fazer mobilidades irá ajudar as articulações", orienta. Para um Carnaval mais saudável, ele recomenda, além disso, o uso de roupas leves e respiráveis, que permitam a ventilação do corpo. Lesões - O asfalto, por ser uma superfície dura, aumenta o impacto nas articulações, especialmente joelhos, tornozelos e quadril. Se você já tem algum histórico de dor ou lesão, o risco pode ser maior. “Para diminuir os riscos de problemas, use tênis com bom amortecimento, que ajudam a absorver o impacto e reduzem a sobrecarga nas articulações. Além disso, mantenha a postura corporal ao caminhar ou dançar, evitando movimentos bruscos. Alongar-se e fazer mobilidade antes de sair e ao final do dia também ajuda a diminuir a rigidez muscular e protege as articulações”, informa Elton Alves.  Ouça seu corpo - É importante ouvir seu corpo. Se sentir muito cansaço ou dores, faça uma pausa e procure relaxar, mesmo durante a folia. Alterne momentos mais animados com períodos de descanso, preferencialmente sentado ou em um ambiente mais tranquilo e arejado. Hidratação e alimentação adequada também são indispensáveis. “Durante os intervalos dos dias de Carnaval, priorize o sono e evite excesso de atividades físicas intensas para permitir que o corpo se recupere. E lembre-se: dormir de 7 a 9 horas por noite é essencial para estar pronto para o dia seguinte”, lembra o profissional de educação física.  Como cuidar do corpo para curtir o carnaval sem dores nas ladeiras de Olinda Entre os pulos no frevo, a subida das ladeiras e a energia contagiante dos blocos de rua, o Carnaval de Olinda exige cuidado redobrado para evitar lesões e desconfortos físicos. O fisioterapeuta Diogo Novaes compartilha orientações valiosas para garantir uma folia saudável e sem dores. Priorize o alongamento “Dedique alguns minutos antes e depois da folia para alongar o corpo. Um bom alongamento aumenta a flexibilidade, ativa a circulação e prepara os músculos para o esforço repetitivo, reduzindo o risco de lesões”, orienta Diogo Novaes, reforçando as orientações de Elton Alves. Movimentos para as pernas, lombar e panturrilhas devem ser prioridade, já que essas áreas são muito exigidas durante o Carnaval. Evite exageros e proteja suas articulações O impacto causado pelo asfalto e as descidas íngremes das ladeiras pode sobrecarregar articulações, principalmente dos joelhos. "Utilizar um tênis com bom amortecimento é fundamental para diminuir a pressão sobre as articulações. Também é importante respeitar os limites do corpo, evitando saltos muito frequentes ou movimentos bruscos que forcem os joelhos ou tornozelos", explica o especialista. Cuidado com a lombar Os movimentos intensos e contínuos ao som do frevo podem impactar a região lombar, especialmente se a postura não for mantida. “Enquanto você dança ou caminha atrás dos blocos, tente manter uma postura mais alinhada, evitando arqueamentos exagerados da coluna”, aconselha Diogo. Descanso é parte essencial da festa Mesmo durante a folia, é fundamental encontrar momentos para relaxar. "Busque áreas mais tranquilas para se sentar e descansar, aliviando a pressão das articulações e dando uma pausa para o corpo se recuperar. A cada duas ou três horas, tente alternar entre momentos de grande atividade e períodos de repouso", orienta Diogo Novaes. "Lembre-se de que é melhor desacelerar um pouco e aproveitar o feriado inteiro, do que exagerar no primeiro dia e perder o restante", finaliza o fisioterapeuta. Mantenha alimentação saudável durante os festejos de momo Para a nutricionista Julia Acioli, a base de uma folia saudável está na alimentação adequada e equilibrada. "Priorize carboidratos complexos como a batata-doce, inhame, macaxeira e, que garantem energia de longa duração. Combine com boas fontes de proteína, como peito de frango, ovos, atum e cortes magros de carne vermelha, para auxiliar na saciedade e evitar a perda de massa muscular", aconselha. Ela destaca a importância de lanches práticos e nutritivos. "Castanhas, frutas desidratadas e barrinhas de proteína são ótimas opções para levar com você. Porém, é necessário redobrar o cuidado com alimentos vendidos na rua, especialmente os que precisam estar bem condicionados, pois podem estragar rapidamente no calor." A hidratação também é um ponto-chave para a nutricionista. "Beba água constantemente e alterne com isotônicos ou água de coco, que ajudam a repor os sais minerais perdidos pelo suor. Outra boa estratégia é levar um gel de carboidrato na bolsa ou pochete, especialmente em situações de longas horas de folia, pois o gasto energético é elevado e geralmente a alimentação fica comprometida. Esses géis oferecem uma reposição rápida de energia, mas é fundamental lembrar que não substituem uma refeição." Julia reforça que evitar bebidas alcoólicas em excesso é essencial para manter a energia e o bem-estar. Alimentos perecíveis e seus riscos nas ruas Alimentos perecíveis, como maionese, carnes, cremes e preparações com leite ou ovos, podem estragar rapidamente quando expostos ao calor. No Carnaval, com altas temperaturas e grande circulação de pessoas, esses alimentos vendidos na rua são um risco maior para intoxicação alimentar. “O consumo de alimentos contaminados pode causar náuseas, vômitos, diarreia, febre e dores abdominais, prejudicando a folia e podendo necessitar atendimento médico”, alerta a nutricionista

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É a economia... e o meio ambiente: a inevitável conexão com as mudanças climáticas

Eventos extremos, como as chuvas da semana passada, mostram que a resiliência urbana e políticas ambientais são essenciais para o desenvolvimento econômico Todo final de ano fazemos matérias de perspectivas econômicas para analisar o que vem pela frente. Para um dos especialistas nacionais que entrevistei, perguntei sobre os possíveis impactos das mudanças climáticas na economia. Ele sugeriu que eu entrevistasse um ambientalista. Ele falava de PIB, inflação, desemprego… não de meio ambiente. Além de todos os transtornos e até vítimas, as chuvas desta semana, mais uma vez, fecharam comércios, cancelaram aulas e deixaram casas inundadas e vários bairros sem energia. Vidas perdidas, patrimônios destruídos e cidades paradas esperando a chuva parar. Mais uma demonstração de que não dá para falar de economia sem tratar de meio ambiente. Os investimentos para tornar as cidades mais resilientes não são baixos. Em uma região com tantas famílias vivendo às margens dos rios e nos morros, a necessidade de políticas robustas de moradia ganham outra dimensão. DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO DO RECIFE NO EVENTO DA FIEPE O novo secretário de Desenvolvimento Econômico do Recife, Carlos Andrade Lima, é um dos convidados da mesa de abertura do IV Seminário Brasil de Economia. O seminário, que acontece na próxima quarta-feira (12.02), é promovido pela Fiepe e o Conselho Regional de Economia de Pernambuco. Em 2024, o Recife foi responsável pela criação de um a cada três empregos com carteira assinada em Pernambuco. O número ratifica a posição da capital como principal cidade geradora de empregos formais do Estado. INVESTIMENTOS IMOBILIÁRIOS EM JABOATÃO DOS GUARARAPES A Direcional Engenharia expande sua presença em Jaboatão dos Guararapes com o lançamento dos empreendimentos Viva Vida Jardim Botânico e Direcional Conquista Jaboatão, que integram os programas Minha Casa, Minha Vida e Morar Bem Pernambuco. Os projetos somam 720 unidades habitacionais e incluem infraestrutura de lazer completa, além de obras de contrapartida social, como pavimentação de ruas e melhorias no abastecimento de água. “Com o lançamento de dois empreendimentos em Jaboatão dos Guararapes, reforçamos nossa atuação estratégica em uma cidade onde temos alcançado resultados expressivos”, afirma Renato Bezerra, superintendente comercial e de incorporação da Direcional em Pernambuco. NISSIN LANÇA PRODUTO DE OLHO NO MERCADO DO NORDESTE A Nissin Foods amplia sua conexão com o público do Norte e Nordeste ao lançar o Nissin Lámen sabor Cuscuz com Calabresa, um tributo à culinária regional. Com embalagem assinada pelo xilogravurista J. Borges, o produto não só celebra um dos pratos mais emblemáticos do Nordeste, mas também reforça a estratégia da empresa de valorizar a cultura local. “O cuscuz é uma verdadeira paixão no Nordeste, e trazer essa combinação em um lámen é nossa forma de celebrar a energia, os sabores e as histórias dessa terra tão vibrante”, afirma Danielle Ximenes, gerente da marca. A empresa, que é líder no segmento de macarrão instantâneo, possui uma das suas fábricas em Pernambuco, na cidade de Glória de Goitá. A outra unidade fica no interior de São Paulo. SETOR DE BARES E RESTAURANTES BATE RECORDE DE EMPREGOS EM 2024 NO PAÍS O setor de alimentação fora do lar criou 230 mil novas vagas em 2024, atingindo 5,74 milhões de trabalhadores, o maior número da série histórica iniciada em 2016, segundo a PNAD do IBGE. Com um crescimento de 4,2%, bem acima da média nacional de 0,8%, bares e restaurantes reforçam sua importância para o mercado de trabalho. Além disso, o salário médio no setor subiu 5,8%, chegando a R$ 2.190. Para que esse crescimento continue, empresários defendem medidas como a desoneração da folha de pagamento e o fortalecimento do trabalho intermitente.

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Vista aérea diurna da BR 232 - em Pernambuco, com dezenas de carros

A BR-232 e o futuro econômico de Pernambuco

Dentre vários condicionantes, o desenvolvimento regional assenta-se sobre duas propostas: educação e logística. Em se tratando do primeiro tema, vários documentos, matérias e crônicas têm registrado a importância ímpar da expansão do ensino técnico e superior ocorrido a partir de 2004, quando dezenas de universidades, mais de 100 campi foram abertos no interior do Brasil, destacando-se a região Nordeste. No caso de Pernambuco a presença dos institutos e universidades federais, somando-se à interiorização da UPE (Universidade de Pernambuco) e seguindo-se das escolas e faculdades privadas, permitiu que a juventude que mora fora da região metropolitana tivesse acesso ao ensino superior. Há alguns desafios a serem pontuados em uma outra oportunidade. Debruçando-se um pouco sobre o mapa de Pernambuco, há de se considerar que um grupo de grandes e médios municípios se encontram à sua margem, iniciando-se pelo Recife, Moreno, Vitória de Santo Antão, Pombos, Gravatá, Bezerros, Caruaru, São Caetano, Tacaimbó, Belo Jardim, Sanharó, Pesqueira, Arcoverde, Custódia, Serra Talhada, Salgueiro e Parnamirim. Este traçado, desde o início do Século 19, conforme é tão bem documentado pelo engenheiro Maurício Pina em seu livro BR-232 – Um Caminho de Engenharia e História, representa a rota preferencial entre o leste-oeste do Estado. Também não é difícil verificar que nesta relação encontram-se várias cidades com população superior a 80 mil habitantes e que representam polos dinâmicos da economia regional, destacando-se a capital, Vitória de Santo Antão, Gravatá, Caruaru, Belo Jardim, Pesqueira, Arcoverde, Serra Talhada e Salgueiro. O surpreendente é ver que são poucas as lideranças que têm levantado de forma sistemática e consistente a urgência da duplicação desta rodovia como condição sine qua non para o desenvolvimento pernambucano. Para a maioria dos gestores das instituições públicas, normalmente sediadas no Recife, há de se considerar que não tenham a real dimensão do que representa o Estado e por isso facilmente se veem envolvidos em outras questões que, apesar de importantes, não se assemelham a essa. Entretanto, em se tratando de gestores municipais e das bancadas estaduais e federais, é algo pouco compreensível. Será que essas lideranças não trafegam nessa rodovia? Considerando que os aeroportos do interior estão instalados em Caruaru, Serra Talhada, Araripina e Petrolina, é quase certo que venham ao Recife ou tenham que ir a Brasília quase todas as semanas. Em dias normais, o tráfego para quem se desloca pelo Sertão é congestionado em vários trechos, tornando-se um exercício de paciência entre Arcoverde e São Caetano, quando se encontra o segmento duplicado da rodovia. Neste sentido é incompreensível não haver um movimento arco-íris, congregando as lideranças, independente de partidos ou ideologia para lutar por esta causa. GOVERNAR É ELEGER PRIORIDADES, FUNDAMENTALMENTE Nos últimos meses voltou à discussão a duplicação da rodovia no trecho entre São Caetano e Serra Talhada, havendo o governo estadual destinando algo ao redor de R$ 50 milhões para o projeto técnico. Lembrando que, no governo anterior, havia sido aberta a licitação visando o projeto entre São Caetano e Custódia, não saindo do ponto inicial, ao que consta. Aguarda-se pela apresentação do projeto para que se possam iniciar as negociações com o Governo Federal, que mantém a jurisdição sobre a estrada, de forma a que se destine os recursos para a obra em si. Apesar dos anúncios, fogos, rojões e outdoors, o fato é que essa é uma tarefa que exigirá foco, esforço e meios. Colocar o projeto na pasta e partir para Brasília faz parte do manual, mas seria importante contar com os deputados e senadores de Pernambuco abraçando a ideia e destinando ao menos as emendas de bancada de um ano como contrapartida coletiva à obra, o mesmo podendo se esperar dos gestores das cidades diretamente ligadas ao seu traçado. DA HIPÓTESE AO FATO A obra de Maurício Pina é rica em detalhes e comenta o esforço de um número expressivo de políticos e engenheiros pernambucanos e até do exterior que esteve envolvido no planejamento, construção e financiamento dessa obra, destacando alguns como o engenheiro Abdias de Carvalho que, com toda a justiça, empresta seu nome à avenida pela qual se inicia a rodovia no Recife, passando por governantes como Nilo Coelho e Jarbas Vasconcelos. A decisão do governador Jarbas em destinar parte substancial da privatização da Celpe para duplicar o trecho da BR-232, compreendido entre o Recife e São Caetano, foi a mais importante decisão estratégica tomada por um governante de Pernambuco nos últimos 30 anos. Pois bem, que todos estejam juntos em um movimento que transforme a hipótese em fato e que se estabeleça um plano de médio prazo que vise à ligação Recife-Araripina e Recife-Petrolina com estradas duplicadas, com anéis viários, onde se fizerem necessários, e as obras complementares de pontes, viadutos e vias paralelas, demandadas. Aguarda-se também a conclusão da ferrovia Transnordestina. Uma outra luta não menos árdua, mas que fica para outra hora. No momento, que se trabalhe na duplicação do que existe e está em uso permanente, a BR-232. *Por Geraldo Eugênio, professor da UFRPE em Serra Talhada

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Lorena Tenorio

"Damos oportunidade para a criança ou o jovem entender que pode fazer a diferença na sua realidade"

Coordenadora-executiva do Instituto Conceição Moura, Lorena Tenório conta como a organização investe para transformar Belo Jardim a partir da educação. A meta é colocar a cidade entre as 10 mais bem posicionadas no Ideb estadual, a partir de iniciativas de cunho educacional mas, também, cultural, como sessões gratuitas de cinema e a abertura de um museu. A educação tem sido um dos caminhos mais eficazes para ofertar novas perspectivas a pessoas em condição de vulnerabilidade social e econômica. E foi pela via da aprendizagem que o Instituto Conceição Moura resolveu investir para contribuir com crianças e jovens da cidade de Belo Jardim, a vislumbrarem um futuro de possibilidades. Trata- -se de um grande desafio para essa organização, mantida pelo Grupo Moura que tem a meta ousada de incluir o município do Agreste pernambucano no ranking dos 10 mais bem colocados no Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) no Estado. Para atingir o objetivo, o instituto atua desde a primeira infância, com ações para melhorar a qualidade da educação da região, a partir do incentivo às escolas de tempo integral, reforço escolar, formação de jovens e aulas de robótica. Também são oferecidas aulas de teatro e percussão, uma forma lúdica, para a garotada desenvolver a criatividade, a leitura e a escrita. O incentivo cultural, na verdade, é outro ponto forte de atuação do instituto, que ainda mantém um cinema (o único da cidade). Além disso, no início de fevereiro vai inaugurar um museu, que terá como exposição permanente o maquinário da antiga fábrica de Mariola que se transformou na sede do instituto. Nesta entrevista, Lorena Tenório, coordenadora-executiva da organização, fala das ações do instituto, cuja criação foi inspirada no legado de Conceição Moura que, junto com o marido Edson Mororó, fundou a Baterias Moura. Como surgiu a ideia da criação do Instituto Conceição Moura? O instituto teve início a partir de uma grande inspiração: dona Conceição Moura que, junto ao seu marido Edson Mororó Moura, fundou a Baterias Moura. Ela é recifense e foi morar em Belo Jardim. Como tinha um olhar social, queria dar à cidade o que recebeu quando ali chegou. Ela trabalhava o social, capacitando artesãos e catadores de lixo, fez campanha de 5S nas escolas, entre outras iniciativas. Foi a partir desse legado que a família resolveu fundar o Instituto Conceição Moura. Segundo Mariana Moura, vice-presidente do instituto, ele simboliza a realização de um sonho e a possibilidade de tangibilizar, como família empresária, o propósito de servir a negócios que servem à sociedade. É parte da cultura do grupo e da família contribuir com a cidade, com a comunidade, enquanto agentes de transformação. Antes do instituto, não havia, em Belo Jardim, nenhuma organização do Grupo Moura nesse sentido. Havia na Acumuladores Moura, que é uma das empresas do Grupo, ações pontuais de responsabilidade social, como um projeto de voluntariado chamado Semear, que ainda existe, mas a estruturação de um braço social veio a partir da criação do Instituto Conceição Moura, 10 anos atrás. Quais os objetivos e ações realizadas pelo Instituto Conceição Moura? O instituto tem como missão contribuir com crianças e jovens para que sejam agentes de transformação no mundo. Ou seja, damos oportunidade para a criança ou o jovem entender que pode fazer a diferença na sua realidade, no seu mundo, seja em Belo Jardim, no Recife, em São Paulo ou no exterior. Fazemos isso por meio da educação. Nossa atuação é da primeira infância à vida adulta e cada projeto é voltado para uma faixa etária. O instituto tem quatro frentes de atuação. Em uma delas, com foco na primeira fase da vida, trabalhamos com educadores e responsáveis pelas crianças de 0 a 6 anos de idade. Em colaboração com o município, capacitamos e orientamos para que a criança, tanto na primeiríssima infância (0 a 3 anos), quanto na primeira infância (até os 6 anos), tenha uma infância bem vivida, com menos estresse, com reduções de situações que possam causar algum dano nessa fase, que é muito importante para o ser humano tornar-se um adulto mais responsivo, mais feliz, com menos traumas. Todo investimento na primeira infância reverbera futuramente na economia do País. Em outra frente, o instituto trabalha junto ao município de Belo Jardim com as escolas da região, para a construção de uma educação de qualidade. Acreditamos fortemente nas escolas em tempo integral. Mais tempo dentro da escola significa que a criança passa mais tempo aprendendo, em contato com os professores, tendo oportunidade de fazer aulas eletivas e menos tempo ociosa, diminuindo as chances de estar em situações de risco ou em contato com drogas, o que também diminui a violência. Outra frente em que atuamos é na arte e na cultura. Temos uma escola teatro e de musicalização onde a criança começa a partir dos 8 anos e vai até os 21. Temos um grupo percussivo de maracatu e de coco para trabalhar as raízes pernambucanas, um grupo de teatro, além do cinema, que é o único da cidade, onde fazemos exibições de filmes aos sábados e domingos para a comunidade de forma totalmente gratuita. Na verdade, tudo no instituto é gratuito. O cinema também é utilizado como ferramenta educativa, trazendo filmes com temáticas que possam ser trabalhadas na sala de aula. Outra frente do instituto é a formação de jovens que também é voltada para a construção de senso crítico, de empreender, de diminuir a defasagem escolar. É um trabalho em parceria com o Alicerce da Educação para identificar e diminuir o gap no desenvolvimento escolar da criança e/ou jovem. Por exemplo, se um aluno está no 8º ano do ensino fundamental 2, mas sua competência escolar em português e matemática é do 6° ano, trabalhamos esse gap para tentar ajudá-lo. Além disso, temos a robótica, voltada para os jovens dos ensinos fundamental 2, médio, técnico e superior, em que conseguimos, de certa forma, inspirar, contribuir, influenciar na formação deles. Hoje há muitos jovens em faculdades ou cursos de engenharia e muitos engenheiros que saíram do instituto. O

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