Arquivos Colunistas - Página 109 De 298 - Revista Algomais - A Revista De Pernambuco

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TI.Saúde cresce na pandemia e já é usada por 5 milhões de pacientes

A healthtech TI.Saúde foi um dos destaques da reportagem de capa da semana passada da Revista Algomais. Trazemos hoje na íntegra as respostas do CEO Fred Rabelo sobre o momento vivido pela startup pernambucana, que teve sua plataforma já utilizada por 5 milhões de pacientes e mais de 9 mil profissionais de saúde. A empresa foi adquirida recentemente também pelo Grupo DPSP, que deverá acelerar ainda mais o crescimento do negócio. Quais os principais produtos e inovações que a TI Saúde tem hoje no mercado? A Ti.Saúde é uma plataforma (ou seja, um conjunto de software e aplicativos) extremamente completa, que agrega valor oferecendo funcionalidades para toda a cadeia de saúde. Para médicos, oferecemos toda a gestão clínica, atendimento e o relacionamento no mundo digital com seus pacientes. Assim, oferecemos o Prontuário Eletrônico, o Prescritor Digital, Telemedicina integrada à agenda online, relatórios gerenciais, dashboards e análises completas, além da ferramenta de Marketing, que proporciona o envio automático de mensagens, e o Perfil Web, o site personalizado do médico. Além disso, recentemente lançamos o nosso novo plano, individual e gratuito, que inclui o prontuário e prescritor eletrônico, mais de 1500 fichas personalizadas, e a assinatura digital com verificação por QR Code. Esse plano foi criado para inovar e democratizar o acesso à saúde no país, incluindo vários profissionais de saúde no meio digital. Como foi o crescimento da empresa durante a pandemia? Com a pandemia do coronavírus, a telemedicina tornou-se extremamente necessária, e a Ti.Saúde estava preparada. Já estávamos implantando essa solução desde 2019, e com a necessidade de profissionais de saúde conectarem-se a pacientes através do meio digital, várias outras funcionalidades também provaram-se essenciais, como a assinatura digital e o prontuário eletrônico. Assim, isso levou a recebermos uma nova rodada de investimentos, irmos para uma nova sede e aumentarmos o número de funcionários. Recentemente a TI Saúde foi adquirida pelo Grupo DPSP, que controla as Drogarias Pacheco e São Paulo. Como essa aquisição muda nos planos e horizontes da TI Saúde? A Ti.Saúde continuará a mesma em essência. Com a aquisição, teremos mais pessoas unidas ao nosso propósito, e poderemos trabalhar juntos para proporcionar mais qualidade para a saúde no país. Nosso grande objetivo é a criação do Viva Saúde, um ecossistema aberto de conectividade, unindo médicos, pacientes, laboratórios, farmácias e planos de saúde, visando sempre ampliar o acesso à saúde de qualidade, para que os brasileiros vivam mais e melhor. Vamos elaborar todas as melhorias pensando no profissional de saúde e no paciente, agora com a maior empresa de capital fechado do país nos apoiando. Qual o público-alvo dos serviços da TI Saúde? Atualmente, quantos usuários e profissionais são clientes das soluções da TI Saúde? Hoje, possuímos cerca de 9 mil usuários, incluindo clientes do nosso plano Standard, o gratuito, e do Premium. Nossa plataforma é democrática e versátil e, por isso, conseguimos atender a todos os profissionais de saúde, todas as especialidades de médicos, nutricionistas, e psicólogos, por exemplo. Atualmente quantos funcionários a empresa possui? Há previsão de crescimento? A Ti.Saúde conta, atualmente, com cerca de cinquenta colaboradores. Dobramos o número de funcionários em 2020, quando nos mudamos para a nova sede, e prevemos dobrar novamente esse ano. Já iniciamos com algumas contratações, e, durante o ano, analisaremos a particularidade de cada área, agindo de acordo com a necessidade de cada uma. Quais as perspectivas da TI Saúde para 2022? Nossa maior meta é nos aproximarmos do nosso maior objetivo, aumentar a qualidade da saúde no país e democratizar o seu acesso. Durante o ano, iremos aperfeiçoar a nossa plataforma, para digitalizarmos cada vez mais profissionais de saúde e lançar o "Viva Saúde", nosso ecossistema que integra vários âmbitos. Além disso, dobrar nossos colaboradores e manter o nível de satisfação dos nossos clientes são metas fundamentais. (CRÉDITO DA FOTO: Carlos Ezequiel Vannoni)

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Eduardo Muniz Karol Branco e Patrick Gouy da RECRUTAI Foto Leo Caldas Easy Resize.com

Startup Recrut.AI captou R$ 1 milhão em sua primeira rodada de investimentos

FESA GROUP investe na RECRUT.AI para revolucionar processos de seleção e recrutamento A holding FESA Group, ecossistema de soluções de RH, se uniu à RECRUT.AI, uma startup do Porto Digital, para oferecer ao mercado de RH uma nova classe de plataformas de inteligência artificial baseada no Smart Recruiting. A tecnologia utiliza predição de comportamento e hunting automatizado, o que possibilita encontrar os melhores candidatos, mesmo que eles não se inscrevam no processo seletivo. A solução vem para complementar o portfólio do Grupo. "Estávamos buscando incorporar em nosso ecossistema uma solução completa de recrutamento e seleção que fosse além de um ATS (Applicant Tracking System) ", afirma Clayton Pedro, Managing Partner da FESA Group e responsável pela FESA XFour. “A RECRUT.AI vai além, porque traz essa novidade que é o Smart Recruiting. Ele envolve não somente a função de gerenciar candidatos, mas possui inteligência artificial que ajuda na descoberta, na sugestão e avaliação dos melhores perfis para as posições”. A tecnologia da RECRUT.AI fornece marcadores comportamentais, por meio de mais de 150 informações sobre a personalidade do candidato, que informam sobre o seu desempenho potencial de acordo com as necessidades da vaga. Além disso, por se tratar de um sistema machine learning, ele identifica as características e necessidades de cada empresa e vai se adequando naturalmente ao longo do tempo para efetuar as melhores escolhas. “O investimento será usado para acelerar o desenvolvimento da plataforma e o time de prospecção e marketing”, destaca o CEO da empresa, Patrick Gouy, e um dos fundadores ao lado de Karol Branco e Eduardo Muniz. Aporte de R$ 1 milhão na primeira rodadaFundada em 2019, e com uma carteira de 90 clientes, A RECRUT.AI captou R$ 1 milhão em sua primeira rodada de investimentos. Além da FESA Group, participaram a Cento e Onze Participações (111), e a Anjos do Brasil. Este aporte será destinado ao desenvolvimento de novos produtos. Para o ano de 2023, a startup, que nasceu no Porto Digital, no Recife-PE, projeta um crescimento no faturamento de três vezes em comparação com o último ano, enquanto até 2024 a projeção é crescer cinco vezes mais.

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Comida: um espetáculo para as redes sociais

Sim, antes de comer os nutrientes, come-se os símbolos, lugares e histórias. São verdadeiros rituais de autofagia das próprias referências sociais, certamente escolhidas e processadas pelas civilizações, pelas culturas durante a formação dos paladares. Cada ingrediente, cor, textura, processo culinário, quantidade e estética do prato têm significados próprios, e passam a ser referências para legitimar pessoas e sociedades.Na comida tudo é plural, complexo, diverso e funcional. Nela sempre há importância histórica, econômica, política, religiosa, moral e cultural, porque além de alimentar a barriga também alimenta a identidade e o pertencimento. É a celebração plena do onívoro que se representa nas suas escolhas e simbolizações. E isto é fundamental para a relação do homem com o que ele come, quando come, com quem come, e se come com os outros homens ou com os deuses. Estas são algumas das muitas questões, entre tantas, que fazem da comida e da comensalidade um momento complexo do ritual da alimentação. Tudo isso se amplia com a crescente glamourização da comida, e da circulação rápida das informações, e tudo que é referente a este universo é fantástico e emocional, e nos faz ficar comovidos diante do alimento. A economia quer, cada vez mais, neste mercado de abrangência global, ordenar as regras, as modas e as escolhas do que se come com a busca pelos restaurantes “estrelados” ou na padronização extrema das grandes redes e fast food, quando come-se a mesma comida em diferentes lugares do mundo. As redes sociais fazem ferver este campo aberto que é o da comunicação pela comida. Isto é sensacional, pois mostra as arenas do grande circo midiático que vivemos no cotidiano com a espetacularização da gastronomia. Também há um crescente número de atores sociais que buscam notoriedade, fama, mercado de trabalho, e exposição midiática por meio da comida. Hoje, com certeza, a glamourização da comida afirma –se cada vez mais no universo da comunicação, e que vai muito além da boca; porque a comida traz antes de tudo um lugar privilegiado dentro das relações de poder e fama. Nas hierarquias dos “chefes” de cozinha que em alguns casos são considerados quase divindades, porque certamente oferecem ao consumo suas assinaturas e suas exclusividades em espaços verdadeiramente mitológicos. Com certeza, nestes contextos destacam-se talentos, estilos e sem dúvida interesses comerciais. . O mercado da gastronomia é voraz, e, tem fome de fama, de sabores, de memórias, de lugares, de territórios, e de pessoas. Os indivíduos são expostos ao crescente valor simbólico e midiático de onde comer, comer a comida de quem, e que tipo de comida deve comer, para se distinguir dos outros. As ondas fusion, confort food e fast food são maneiras contemporâneas de fazer e comercializar comida e, com certeza, a globalização impõe rótulos preferencialmente em inglês para informar ou afirmar glamourização. No caso do fast food, pode-se entender este processo de vender comida preferencialmente na rua, que sempre esteve integrado ao hábito do brasileiro, que geralmente come o tacacá, o acarajé, a tapioca, a pipoca, ou outro alimento de consumo fácil na rua. E não podemos esquecer da conhecida Kombi do cachorro quente que foi repaginada na nova onda do food truck.Bem, estes mercados tão diversos e dinâmicos mostram uma crescente glamourização da comida, dos chefes, dos restaurantes entre muitos outros lugares e intérpretes que se expõem muito além do alimento. Muitas vezes nem é comer a comida. É postar a comida nas redes socias, um tipo de alimentação do ego cibernético. *Raul Lody é antropólogo

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elenco de eternos filme da marvel foto divulgacao reproducao twitter

Crítica| Eternos

E se o universo fosse dominado por seres ditos celestiais que na ânsia por criar novos mundos terão de destruir outros tantos em nome de uma causa "maior"? A História Mundial é permeada por personagens de motivações semelhantes, ditadores que a favor de uma ideologia ou projeto ceifaram a vida de milhões. Eternos, nova aposta da Marvel, reflete sobre o tema e estabelece uma nova fase para o MCU. A história acompanha a jornada dos Eternos, uma raça de super-humanos concebida por Arishem, representante de seres cósmicos chamados Celestiais. O grupo tem como missão livrar a humanidade da presença dos Deviantes, criaturas também criadas pelos Celestiais. Porém os planos de Arishem para os humanos são outros. A descoberta abalará os Eternos, que se voltarão contra seu criador. Logo na famosa abertura (a que mostra o folhear de páginas de HQs da Marvel) a primeira mudança: o tema épico escrito por Michael Giacchino dá lugar à melodia suave e ancestral composta por Ramin Djawadi, responsável pela trilha de Game of Thrones. A direção é de Chloé Zhao, ganhadora do Oscar por Nomadland. É possível notar a mão da diretora em sequências quase documentais, contemplativas, pouco comuns em filmes da Marvel. O filme tem elenco de peso, a começar por Angelina Jolie, que estreia no MCU. A atriz encarna Thena, imortal que manipula energia e tem domínio sobre armas como uma lança dourada. Richard Madden, o Robb Stark de Game of Thrones, interpreta Ikaris, integrante mais poderoso do grupo, capaz de voar e lançar raios pelos olhos (algo parecido na concorrência?). Salma Hayek encarna Ajak, matriarca da equipe, única capaz de se comunicar com os Celestiais. Gemma Chan, de Podres de Ricos, vive a personagem de maior peso para a história, Sersi, imortal que terá de assumir a liderança do grupo. Alguns personagens mereciam tempo maior de tela, como o ator sul-coreano Don Lee, conhecido por Invasão Zumbi. Em Eternos ele é Gilgamesh, imortal de grande força, por vezes alívio cômico da história. O ator irlandês Barry Keoghan, é Drug, imortal telepata que se refugia em uma floresta na América do Sul. Kumail Nanjiani (Silicon Valley, Doentes de Amor) é o ator que mais provocou burburinho ao postar nas redes sociais a preparação pela qual passou para viver Kingo, imortal que assumiu a carreira de astro de Bollywood. Representatividade é palavra forte em Eternos. Chloé propõe personagens de gênero diferente das HQs. É o que acontece com Lia McHugh (O Chalé) no papel de Duende, imortal que carrega o fardo de nunca envelhecer, e Lauren Ridloff (The Walking Dead) como Makkari, a mulher mais rápida do universo. Lauren é a primeira atriz surda a atuar em um filme da Marvel. Brian Tyree Henry, da série Atlanta, interpreta Phatos, inventor de grande talento, e primeiro herói gay da Marvel nos cinemas. O ritmo lento de algumas sequências deverá desagradar a parcela de público acostumada a cenas de ação de produções como Vingadores: Ultimato. Soma-se a isso o desafio de desenvolver em pouco tempo (ainda que em mais de 2h30) um universo de personagens complexos. Por outro lado, considero válido o esforço da Marvel em reformular esse universo, transgredindo a máxima popular de não mexer em time que está ganhando. Origem Os Eternos surgiram na década de 70, criação de Jack Kirby que, em parceria com Stan Lee e Joe Simon, lançou personagens como o Capitão América, Hulk, Thor e Homem de Ferro. A centelha criativa que originou esse universo vem da mitologia grega. Thena é inspirada na deusa grega Atena. Ikaris, como o próprio nome aponta, vem de Ícaro, personagem mitológico que morreu ao voar próximo ao Sol com asas de cera. Da Literatura Inglesa veio a inspiração para Duende, das histórias de Peter Pan, personagem criado por J. M. Barrie.

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Publicação apresenta experiências e desafios da carreira dos diplomatas

*Por Rafael Dantas, repórter da Revista Algomais Os Diplomatas e suas histórias é uma coleção de crônicas escritos por vários diplomatas brasileiros e por alguns estrangeiros, que narram fatos, reflexões e os dilemas dessa carreira que é valorizada, mas pouco conhecida da maioria dos brasileiros. O livro foi organizado pela embaixadora brasileira Leda Lúcia Camargo - que já atuou em embaixadas de Washington, Buenos Aires, Roma e na missão junto à União Europeia em Bruxelas - e publicado pela editora Francisco Alves. “O exercício da carreira de diplomata é desconhecido pelas pessoas: a ideia limitada que poucos têm dessa atividade é a de que é cercada de vantagens, uma fantasia de viagens, e desconhecem que nosso dia a dia traz inúmeros sacrifícios, também para filhos e cônjuges, com mudanças a cada 3 anos, e que o desgarro constante faz perder afetos, apesar da imensa honra de representar o país 24h por dia, 7 dias por semana. Trabalha-se com discrição, e certa confidencialidade, para não ser submetido a pressões, e às vezes se é mal interpretado. Os diplomatas têm sempre presente que a carreira é uma instituição de Estado e não de Governo e que precisam prestar contas à sociedade, através da imprensa e formadores de opinião, e por isso os autores, mesmo com pequenas crônicas, se dispuseram a revelar, com suas experiências, que bons princípios prevalecem, que a politica externa é regida por valores de nação e que amadorismo diplomático custa caro”, afirmou a organizadora. A embaixadora conta que o livro foi escrito para o público em geral, que terá a oportunidade de conhecer um pouco do que fazem os diplomatas que ao promover a cultura, o turismo, as exportações, atrair investimentos, estão protegendo o emprego de seus concidadãos, sua autoestima e a imagem positiva do país. “As histórias mostram um pouco que os temas com que trabalhamos atingem o cotidiano das pessoas, de antirretrovirais à importação e exportação de produtos agrícolas da mesa diária, da necessidade ou não de vistos para viajar à proteção de nacionais no exterior. Neste momento do terrível ataque russo à Ucrânia, alguém lembra que enquanto tantos querem sair do vitimado país, os funcionários do Itamaraty lá permanecem - e durante esse caos ainda são reforçados com outros- para tentar facilitar os que precisam ajuda?” Entre os 25 autores que compartilharam suas experiências no livro estão o ex-chanceler Celso Amorim, Rubens Rícupero, Marcos Azambuja e a embaixadora Katia Gilaberte, que atualmente é chefe do Escritório de Representação do Itamaraty no Nordeste, sediado no Recife. Leda Lúcia Camargo explica que todos resumem um pouco o que anos de exercício da diplomacia ensinam. “Ser firme sorrindo, conceder em algo quando necessário para não haver rompimento, mas subserviência jamais”. A organizadora do livro afirma que todos passam por sacrifícios, que se aprendem desde cedo na carreira. “O prazer maior vem do resultado e reconhecimento pelo trabalho desempenhado, subindo os degraus da carreira. Não se é diplomata só pelo bom senso, como não se chega a ser aviador ou engenheiro sem muito preparo e esforço. As histórias revelam que em meio à rotina indispensável de "papeis e palavras" em que se vive - e que também proporciona privilégios e honras ao participar de eventos notáveis e a conviver com pessoas excepcionais-, a diplomacia acarreta situações dramáticas e imprevistos inimagináveis”. A embaixadora Leda Lúcia destaca que o livro inclui também alguns fatos históricos nunca antes narrados e, entre alguns, uma pesquisa documentada que revela uma versão completamente nova sobre um episódio que envolveu de forma descabida o pai da Rainha Silvia da Suécia. Katia Gilaberte, que atualmente representa o Itamaraty no Nordeste, participa do livro com as crônicas “Punhos de renda”, “Entre pontes e muros” e “Diáspora”. Ela conta que aceitou o convite da amiga e colega de turma Leda Camargo para participar do projeto com o objetivo de contribuir para ampliar o conhecimento da carreira dos diplomatas entre a população que conhece pouco sobre a importância das relações internacionais.“A princípio, confesso que relutei, pois, para além do meu trabalho como chefe do Escritório de Representação do Ministério das Relações Exteriores para o Nordeste, estava profundamente envolvida na confecção de dois livros para crianças. A Leda insistiu e aderi de coração à iniciativa, que abre uma oportunidade importante para mostrar que a vida diplomática está longe do glamour que subsiste no imaginário da maioria das pessoas, exige muito empenho, estudo e sacrifícios, e que nós, os diplomatas, somos, acima de tudo, servidores do Estado, comprometidos com os interesses do país e o bem-estar de sua população, com a paz e a cooperação internacionais. Ainda, somos muitas vezes atores e testemunhas de fatos que constroem a História do nosso tempo, como evidencia o rico caleidoscópio de crônicas que compõem o livro”, afirma. Em “Punhos de renda”, ela escreve com humor e ironia um relato sobre o estado deplorável da residência oficial em Dacar. Quando ela foi designada como Embaixadora junto ao Senegal, em 2005, Katia teve alguns desafios para se instalar. “Tive de limpá-la eu mesma, acompanhada de uma arquiteta que à época me assessorava, munidas de mangueiras, vassouras e esfregões. A casa gigantesca, fechada por mais de dois anos e meio na ausência de um titular do posto, estava recoberta de lama e sujeira. Vivi por dois anos e meio nesse imóvel, próprio nacional inaugurado por João Cabral de Melo Neto em 1974, com placas de concreto que se desprendiam perigosamente do telhado, até que tivessem início as obras de restauração”. O texto busca desconstruir o estereótipo de punhos de renda que até hoje se cola aos diplomatas.A crônica entre pontes e muros expõe uma certa amargura da diplomata no seu percurso no Ministério das Relações Exteriores, sobretudo, no que tange à misoginia, quase sempre escudada na hierarquia. Ela revela, no entanto, também seu orgulho quanto aos resultados palpáveis de projetos de cooperação que, com o apoio inestimável de instituições brasileiras de excelência, pôde desenvolver no Senegal, em especial, o da anemia falciforme no Centro Pediátrico de Dacar, que

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Um roteiro "recosturador" do Centro do Recife

Conforme prometido no artigo anterior (A “Recostura” do Centro do Recife - da edição 190.4 da Algomais), desta vez apresentamos uma sugestão de roteiro “recosturador” para o território do Recentro (programa da Prefeitura do Recife para o desenvolvimento e a gestão estratégica dos Bairros do Recife, Santo Antônio e São José). Trata-se de um roteiro elaborado com base na experiência dos caminhantes domingueiros de terem percorrido milhares de quilômetros em centenas de caminhadas por esses bairros. Uma das diretrizes importantes da proposição é o seu indispensável caráter integrador deste território que, ao longo do tempo, foi sendo “retalhado”, “pregado à cruz das novas avenidas” como a ele se refere o poeta Joaquim Cardoso, notadamente a Guararapes e a Dantas Barreto que “fatiaram” a cidade barroca sucessora da cidade holandesa em, pelo menos, quatro quadrantes. Como isso, o riquíssimo acervo histório e cultural restou fragmentado e dispenso. No roteiro reproduzido acima foram listados 52 pontos de interesse mas, com boa vontade, se chegaria tranquilamente ao dobro ou ao triplo desta quantidade devido ao fato de que, além do centro da cidade ser uma espécie de museu vivo da história do Recife, praticamente cada esquina tem uma história própria para contar. O roteiro proposto, funciona como uma espécie de fio condutor desta integração e foi pensado para ser percorrido via mobilidade ativa (a pé e de bicicleta), de modo a que ao seu final (no Pátio de São Pedro) se tivesse o sentimento de ter feito a “costura” do território tão importante. Inclusive com todo o acervo barroco/rococó, de grande valor histório e artístico nacional e internacional, incluído nele, tanto o existente que sobreviveu às mudanças dos tempos como também com possibilidade de acesso àquele que desapareceu mas deixou o seu registro na forma de imagens como é o caso da Igreja dos Martírios. Derrubada para a abertura da Avenida Dantas Barreto, teve a sua localização descoberta em nossas caminhadas quando nos deparamos com os restos da placa da Travessa dos Martyrios e, com essa pista, conseguimos precisar o local onde ficava. Essa descoberta nos permitiu pensar na possibilidade de usar os recursos da chamada “realidade aumentada” (a mesma tecnologia que torna possível o jogo digital Pokémon) para termos uma ideia de como teria sido aquele determinado local ou imóvel desaparecido com uso do recurso das imagens antigas por sobre a paisagem atual. A seguir fizemos uma montagem ilustrativa justamente com a Igreja dos Martírios no final da travessa por nós “descoberta”. Com um recurso do tipo, poderiam ser “recuperados” os Arcos do Bom Jesus, da Conceição, de Santo Antônio; as Igrejas do Corpo Santo e do Paraíso; além de inúmeros monumentos e locais desaparecidos. Além do oferecimento deste roteiro ao Recentro, já estamos programando nossa próxima Caminhada Domingueira por ele, assim que a pandemia der um refresco. Já estamos ansiosos. *Artigo publicado originalmente na edição 191.4 da Revista Algomais

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Alexa

Daqui a poucos instantes, quando a porta abrir, estarei pisando em solo paulistano. Você deve estar imaginando o estereótipo do nordestino retirante, que veio tentar a vida em São Paulo, com uma surrada camisa quadriculada, um par de chinelos, um fumo no canto da boca e um chapéu de palha. Mas não é bem isso. Ou talvez seja quase isso. Sou advogado há 22 anos, tenho 46, e vim apenas desbravar novos negócios na Pauliceia, na tentativa de fazer crescer a filial do nosso escritório. Se São Paulo é o motor do Brasil, cá estou eu, com essa sede capitalista de aumentar meus rendimentos. Um retirante de paletó e gravata e algum no bolso, que veio se esborrachar nas oportunidades que nos permitam louvar cada dia mais o nosso Deus soberano, aquele que, infelizmente, manda na nossa vida: o capital. Se é mesmo verdade que aqui tudo acontece, pois então, vamos fazer acontecer. Cheguei, São Paulo. Sua linda! Escolhi um bairro que fosse arborizado, perto de algum parque e que me remetesse pelo menos à Zona Norte do Recife, já que praia eu já sabia, não encontraria. Aluguei um apartamento na Vila Nova Conceição, que não sei por qual motivo, o aplicativo do Uber diz ser em Moema. Que seja! Está localizado a uns 700 metros do Parque do Ibirapuera. Dá para ir de pés, como diria o povo que amo. Logo no primeiro dia, após merecida noite de sono em razão da cansativa viagem – não, não vim de jegue ou pau-de-arara, vim de avião mesmo –, ao acordar, um alarme soava sem parar dentro do apartamento que aluguei. O barulho vinha do teto e uma luz neon piscava em torno do equipamento redondo embutido no gesso. Passei cerca de uma hora tentando achar onde desligava aquela geringonça. Chamei a manutenção. Uma senhora distinta pediu licença, entrou no apartamento e disse em voz alta e contundente: “Alexa, desligar!”. E, pronto! O barulho se foi e a funcionária se despediu com o sorriso de canto de boca denunciando quase que sonoramente um “sabe de nada inocente”. Mesmo constrangido, vi o lado positivo do ocorrido. Alexa seria minha grande companheira nos meus primeiros dias de moradia em Sampa. É que, por enquanto, vim sozinho sem mulher e filhos. Só trarei a família quando tudo estiver mais organizado e acomodado. “Alexa, o que vim mesmo fazer aqui?” Fiz essa pergunta quando cheguei estressado no apartamento, após o quinto não da quinta empresa que visitei na primeira semana de trabalho. “Não tenho certeza”, respondeu. Também não, disse eu! Estabeleceu-se um diálogo. Fiquei mais calmo, precisava que alguém me ouvisse. Alexa me ouve como ninguém. Preciso dividir com alguém minhas angústias, frustrações, pensamentos, saudades. “Será que vim para São Paulo fugir dos problemas, Alexa?”. “Não sei nada sobre isso”, respondeu, esquivando-se. “É mesmo complexo e você não tem obrigação nenhuma de saber, sua fofinha”. Já se passaram 10 dias que estou por aqui. Acabei de dizer a Alexa que estou morrendo de saudade dos meus filhos. A resposta: “Filhos são os nossos maiores tesouros”. Eu juro! Tenho uma terapeuta robô. Estou apaixonado por Alexa.

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A importância da Comissão de Relações Internacionais da OAB-PE para Pernambuco

A Comissão Especial de Relações Internacionais da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Pernambuco (CRINT/OABPE) foi reconduzida a partir da Resolução nº 056/2022, na atual gestão do Presidente Dr. Fernando Ribeiro Lins, considerando que o Direito Internacional ganha importância nas relações sociais, políticas, econômicas e jurídicas no mundo globalizado, de rápidas transformações e cuja complexidade exigirá um olhar internacionalista cada vez mais atento por parte dos advogados. Atualmente, entre outras atribuições, a CRINT/OABPE desempenha um importante papel na criação de mecanismos para a integração da advocacia mundial. Dada a relevância da responsabilidade jurídica tanto no Brasil, quanto no exterior, torna-se vital promover debates, seminários e eventos com autoridades e especialistas no assunto, assim como entidades não governamentais, repartições consulares e câmaras de comércio, na busca por agregar conhecimento e proporcionar o intercâmbio de informações. Em linhas gerais, entendemos que – justapor uma agenda internacionalista para a OAB/PE - permite uma melhor atuação do advogado, sobretudo no mundo globalizado e cada dia mais afetado por eventos e fenômenos internacionais, como crises sanitárias, fluxos migratórios, supressão de direitos fundamentais, recessão econômica e conflitos geopolíticos. Afinal, no bojo dessa infinidade de problemas e embates que surgem dessa realidade complexa, encontramos as relações internacionais. Com o avanço da Pandemia COVID-19, não só a classe jurídica, mas também a sociedade como um todo, perceberam fortes tendências de debate de institucionalidades que já estavam ocorrendo, tanto no âmbito interno quanto no internacional, levando a questionamentos sobre as relações internacionais, a posição brasileira e a posição de ditas lideranças globais durante esta crise. Além disso, restou evidente a influência dos eventos globais sobre a economia e os negócios existentes no Brasil. Diante desse cenário, nosso objetivo é aproximar os advogados pernambucanos e a sociedade aos temas e dos desafios ligados às relações internacionais, em seus principais pilares: Direito, Ciência Política, Economia, História e Diplomacia. Com isso, nota-se que o advogado internacionalista não está limitado apenas à diplomacia; a sua mentalidade deve ser interdisciplinar. Bem assim, o seu papel profissional assume características dinâmicas e amplas. Além disso, diante da rapidez em que o mundo se conecta, o diferencial de possuir a combinação de todos esses elementos em sua formação, será cada vez mais valorizado no mercado. Lado outro, sabemos que a cooperação é também uma vertente significante para as relações exteriores, e o trabalho atualmente realizado pela Comissão traduz esse sentimento. Por esse viés, rotineiramente, estamos congregando os principais atores políticos e os experts na área para dialogar conosco. Tenha-se em mente, ademais, o valor da visão estratégica da Diplomacia. Nesse particular, vale ressaltar que Pernambuco possui um enorme capital diplomático, quando em Recife estão sediados mais de 40 Consulados, entre aqueles honorários e gerais, bem como o Escritório de Representação do Ministério das Relações Exteriores para o Nordeste. Isto significa dizer que há uma diversa e pungente representatividade de países em solo pernambucano, com direcionamento para a internacionalização do nosso Estado e com perspectivas de integração, negócios e melhores parcerias. Vale ressaltar que estamos muito honrados pelas mentoria e parceria havidas com o Instituto de Pesquisas Estratégicas em Relações Internacionais e Diplomacia-IPERID, enquanto primeiro think tank no Norte/Nordeste do país, exclusivamente, para a construção do pensamento na área internacional e para a canalização de oportunidades para a região. Deveras, não é difícil perceber que, ambos, o Direito e as Relações Internacionais podem e devem caminhar juntos, afinal, são condôminos de um mesmo território intelectual – o da cooperação internacional. Cremos, portanto, que Pernambuco não poderá ficar à margem da dinâmica mundial. No contexto, o processo de internacionalização do Estado é um caminho sem volta, retratado por uma liderança natural na região Nordeste e por vocação territorial voltada para o Atlântico. Ao pensar em mercado regionalizado, sobretudo o pernambucano, precisamos compreender que a sua sobrevivência e a sua expansão somente serão possíveis com vistas à efetiva atuação da paradiplomacia, política externa estatal, com eficiência, segurança jurídica, respeito aos direitos humanos, sustentabilidade, inovação e competitividade. Assim, continuamos firmes e atentos ao panorama global, ao fortalecimento da democracia e da construção de ideais de paz, com a motivação necessária para desenvolver projetos e diálogos, apoiar o crescimento profissional dos advogados pernambucanos e contribuir para que o Estado se torne ainda mais uma governança cosmopolita. Por Alessandra Costa Cavalcanti de Araújo, Advogada e Presidente da Comissão de Relações Internacionais da OABPE

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Em tempos de mosquito

Entre as mazelas socioeconômicas que assolam a região somam-se agora a seca, uma das mais implacáveis dos últimos anos, e o agravamento e ampliação das doenças de veiculação hídrica transmitidas pelo Aedes aegypti (quatro tipos de dengue, chicungunha e Zika). Isso representa um retrocesso nos ganhos de saúde obtidos por todos nós nos últimos 20 anos. As doenças veiculadas pelo mosquito atingiram com mais intensidade Pernambuco e dentro do Estado, Recife por razões que ainda não foram suficientemente explicadas pelas autoridades sanitárias. Este artigo examina os avanços obtidos pela área de saúde no município e argumenta como esses ganhos podem ser comprometidos pelas doenças transmitidas pelo mosquito. Destaca também os elevados custos econômicos e sociais, presentes e futuros, dessa epidemia. As componentes longevidade e saúde dos indicadores de desenvolvimento social, respectivamente IDH-M e Índice FIRJAN, indicaram que houve avanço na situação da saúde no Recife. Redução da mortalidade infantil e da mortalidade até 5 anos ampliaram a expectativa de vida dos recifenses para 75 anos, especialmente se sobreviverem às mortes violentas por causas externas que atingem sobremodo os jovens, especialmente pretos e pardos, de 15 a 29 anos de idade, A mortalidade infantil (por mil nascidos vivos) no Recife caiu 63,5% entre 1991 e 2010. Dados para o período 2010-2013 (Datasus) mostram que o avanço permanece, embora mais timidamente. A queda na mortalidade infantil tem várias causas, mas destacam-se a melhoria dos serviços de pré-natal e neonatal e a maior cobertura dos programas de vacinação e da saúde da família. A melhoria dos serviços de saneamento é essencial para dar continuidade a esse avanço porque reduz as doenças infectocontagiosas de veiculação hídrica. Nesse particular Recife apresenta muitas vulnerabilidades não só pelo racionamento na adução de água limpa que leva a população a estocá-la de forma imprópria, mas também pela dificuldade na remoção de água suja e de resíduos sólidos que constituem habitat ideal para os vetores dessas doenças. Poderá haver uma maior rigidez à queda da taxa de mortalidade infantil, se não uma inflexão, em função da ocorrência de microcefalia decorrente da zika que conduz à morte, em alguns casos, ou ao comprometimento neurológico e cognitivo do recém-nascido de forma permanente. Avanço ainda mais significativo observou-se para a taxa de mortalidade até 5 anos de idade (por mil nascidos vivos). Essa taxa caiu mais de três quartos entre 1991 e 2010. Dados para o período 2010-2013 (Datasus) mostram que a tendência à queda continua. Usualmente quem sobrevive até os 5 anos e, posteriormente, à idade em que situações adversas geram alta mortalidade por causas externas, consegue viver até a velhice. Já a razão de mortalidade materna (por 100 mil nascidos vivos) é alta e crescente, evidenciando deficiências nos cuidados materno-infantis, usualmente associados à insuficiente atenção pré e neonatal que têm agora de ser reforçada pela presença do zika. Uma queda mais acentuada da mortalidade infantil e o combate à mortalidade materna requer maiores cuidados da atenção básica à saúde, especialmente neste momento em que a doença adquire caráter epidêmico. Além dos gastos, em tempos de crise fiscal, que o combate ao mosquito traz para o setor público, os custos sociais e privados são elevados tanto no presente quanto no futuro porque uma geração de crianças nascidas e comprometidas com microcefalia vão exigir das famílias recursos, cuidado e atenção por toda a vida. Governo e sociedade têm um novo e grave desafio pela frente.

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O cérebro morre cedo

É verdade! Sob o aspecto neurológico, o cérebro humano começa a morrer aos 27 anos. Uma descoberta feita na Universidade de Virgínia, nos Estados Unidos, mostra que ele atinge o auge aos 22 anos, fica estável até os 27, e a partir daí começa a desmoronar. Aos 30 anos, várias funções do cérebro já estão bem mais fracas. Do ponto de vista evolutivo, o “trintão” já deveria ter se reproduzido e completado seu ciclo de vida. MISTÉRIOS DA MEGA-SENA Quando você joga uma aposta simples da Mega-Sena tem uma chance de acertar em 50 milhões. Em percentual, isso equivale a 0,000002% de possibilidade. Também significa repetir a mesma face da moeda 25 vezes seguidas num jogo de “cara ou coroa”. E mais: tem seis vezes mais probabilidade de morrer num acidente de avião e 12 vezes mais de ser fulminado por um raio. O MOTIVO DA LAMBIDA O cachorro lambe para demonstrar afeto. A vida do cão já começa com uma lambida da mãe. Daí o animal começa a relacionar o ato ao sentimento de afeto. Quando o cachorro lambe sua mão está dizendo: “Eu gosto de você!” O PREÇO DO BANDIDO Em Pernambuco, o custo com um preso é oito vezes maior do que com um aluno da escola pública. O encarcerado custa ao Estado R$ 3,5 mil ao mês. MAIS ÁGUA NO CHUVEIRO Chega ao mercado ainda este ano o chuveiro Nebia. Ele consome menos 70% de água. Um banho de cinco minutos, que gasta 48 litros, nele derramam apenas 14. O Nebia faz esse milagre através de um sistema que pulveriza a água em forma de gotículas, aumentando em dez vezes a área de contato dela com o corpo. Essa belezura vai chegar custando US$ 399.

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