Arquivos Colunistas - Página 117 De 305 - Revista Algomais - A Revista De Pernambuco

Colunistas

No tempo do Inquisidor (Parte 1)

No século 16, a Vila de Marim, como era chamada nos seus primeiros anos a Vila de Olinda, encontrava-se entre os mais importantes aglomerados urbanos da América Portuguesa. Com seu belo casario branco em pedra e cal, situada sobre cinco colinas (montes moderados no dizer de Loreto Couto), com as torres de suas igrejas e mirantes de seus sobrados sobressaindo-se do arvoredo, era um verdadeiro espetáculo aos olhos do mais frio observador. No dizer de Rodolfo Garcia, “um deslumbramento, uma miragem encantadora que jamais se apagará da memória de quem um dia logrou a ventura de presenciá-la – a vista do mar”. Até mesmo um circunspecto naturalista alemão, o professor Konrad Guenther, que por uma temporada foi hóspede do Mosteiro de São Bento, descrevia o mar de Olinda semelhante a uma pedra preciosa multifacetada. “O mar muda de colorido conforme os reflexos da luz: uma orla violeta debrua o horizonte, listas da mesma cor riscam o espelho verde, aqui cintilações rubras, ali azuis – parece que todas as cores do arco-íris se derramam sobre o horizonte”. Teria sido essa primeira imagem que o visitador Heitor Furtado de Mendoça (sic) vislumbrou de Pernambuco, quando de sua chegada em setembro de 1593. Mas o “olhar” devassador da Inquisição não estaria tão somente saciado com as cores do arco-íris, que tomavam de encanto os horizontes de Olinda, mas procurava por recantos mais obscuros da alma humana, o lusco-fusco do comportamento das pessoas, a intimidade das alcovas, o silêncio dos lares, os pecados cometidos nas mais recônditas camarinhas. Assim surgem do interior dos lares daquela pacata sociedade elementos reveladores da origem das imensas proles de filhos, legítimos e naturais, gerados nas alcovas ou mesmo nas senzalas, muitos deles a céu aberto, naquele ambiente luxuriante, povoado por mulheres brancas, negras seminuas e índias nos trajes que vieram ao mundo. Um paraíso onde não existia a noção do fruto proibido, ou, como justificava Caspar van Baerle (1647): ltra aequimocialem no pecari. Melhor traduzindo: Não existe pecado abaixo do Equador. Assim era o comum em todos os lares, e com mais intensidade, nas famílias de maior destaque, o pecado da carne. A poligamia tomava conta da sociedade, somente o cunhado do primeiro donatário, Jerônimo de Albuquerque, falecido em 1593, aparece nos autos das Denunciações como pai de 26 filhos, dos quais apenas 11 eram originários de sua mulher legítima. O exemplo do Adão Pernambucano, como veio a ser tornar conhecido, é seguido por outros povoadores do seu tempo, que assim contribuíram para o crescente número de mamelucos, originários de uniões com as índias da terra, e até mulatos filhos de suas escravas. Nas Denunciações aparecem os filhos naturais de D. Filipe Moura, que fora governador da capitania (1593-1595), Rodrigo Lins e o próprio Jorge de Albuquerque Coelho, terceiro donatário da capitania, aparece como pai de Manuel d’ Oliveira. Em depoimento prestado por Manuel Álvares, um criado da casa da viúva de Duarte Coelho, D. Brites Albuquerque, aparece ele como sendo um “mameluco que dizem ser filho bastardo de Jorge de Albuquerque com uma índia mestiça deste Brasil” (15.11.1593). No dizer de Francis Dutra a indiscriminada atividade sexual dos portugueses com índias nativas e até com escravas da África, já denunciada nas cartas jesuíticas, permitiu concluir que, desde o filho mais novo do primeiro donatário ao mais insignificante degredado, os portugueses foram pais de gerações de mestiços. Preocupou-se também o primeiro inquisidor com a constatação de ritos e práticas judaicas, que viriam denunciar a presença de judeus em nossa sociedade colonial. Dos vários depoimentos surgem os nomes de Branca Dias e de seu marido Diogo Fernandes, proprietários do engenho Camaragibe, ambos falecidos antes da Visitação. Tinham eles em suas terras uma sinagoga familiar, na qual festejavam as principais festas do calendário judaico, como o Iom Kipur e o Roshashaná, ou seja, o Dia do Perdão e o Ano Novo Judaico. Era Branca Dias professora de meninas, a quem ensinava ler, bordar e outros ofícios do lar, sendo elas, já adultas, as suas principais denunciantes.

No tempo do Inquisidor (Parte 1) Read More »

Estão voltando as flores no Recife

Ao encerrar a palestra deste ano que fiz para os quase 700 clientes e amigos da TGI no evento de lançamento da Agenda TGI 2016, no teatro do RioMar, dia 30 de novembro (ver matéria nesta edição), coloquei para tocar o samba canção Estão Voltando as Flores, de Paulo Soledade, com a finalidade de ilustrar uma sequência de fotos minhas tiradas de flores na cidade do Recife. Com isso, quis potencializar a metáfora da breve primavera (que vai oficialmente até 21 de dezembro) e do verão (22 de dezembro a 20 de março) recifenses, período mais seco da nossa cidade, em que explodem as cores das flores nos espaços públicos ou vistas deles. Ipês (paus d’arco) amarelo e roxo, flamboyants, buganvílias, jasmins-vapor, pau brasil (flor amarela belíssima!) e outras flores de que não sei o nome, são vistas em todos os lugares como, por exemplo, no canteiro da Avenida Agamenon Magalhães, e nos jardins públicos e de inúmeros edifícios e residências. Conta a lenda que Paulo Soledade (1919-1999), paranaense radicado no Rio de Janeiro, compôs a música na cama do hospital em que, convalescente, recebeu do médico a notícia de que tinha finalmente conseguido superar a grave doença de que fora acometido. Daí, a exaltação à vida que encontramos nos versos: “Vê, estão voltando as flores! / Vê, nessa manhã tão linda! / Vê, como é bonita a vida! / Vê, há esperança ainda!”. Com as flores e a música, convidei os presentes a, mesmo no período mas seco e mais quente da cidade, apreciarem como compensação o que a natureza oferece em troca na forma de delicadeza e cores, fazendo analogia com a crise que acomete o País e o Estado, pois deve ser justamente no primeiro trimestre do próximo ano que ela se apresentará mais dura. Deve ser o “fundo do poço” ou o “vale” da crise de que falam os economistas. O mesmo faço para os leitores aqui neste último artigo do ano: vamos olhar as flores do Recife! Elas estão por aí nos surpreendendo quase que a cada esquina. Com a sua visão podemos suportar melhor a secura e as temperaturas mais altas, bem como os efeitos da crise, renovando a energia para o trabalho duro que precisaremos continuar fazendo para sobreviver a ela. Como compôs Paulo Soledade, 2016 não está perdido como dizem por aí: “Há esperança ainda!”. A esperança da superação pelo trabalho e pela visão das flores. Vamos sobreviver! Bom 2016!

Estão voltando as flores no Recife Read More »

Brilho feminino

Glorinha Aguiar é uma legenda no nosso mundo empresarial. Sua Glorinha Boutique acaba de comemorar 50 anos de marcante presença no setor da moda feminina, uma marca que atualmente poucas empresas conseguem atingir. Além disso, tem lojas de outras grifes e atua no turismo, através da Sevagtur e não perde uma chance de viajar pelo mundo. Dona de um grande círculo de amizades, tem também destacada atuação no Rotary, sendo a vice-presidente do Rotary Casa Amarela. E está sempre muito elegante nos principais eventos sociais. CONSTRUÇÃO A rede internacional de materiais de construção, a Leroy Merlin, que tem 33 lojas no Brasil, faz prospecção para abrir uma filial no Recife, uma das três que projeta para nossa região. CAMPANHA A eleição municipal do próximo ano será muito difícil, financeiramente falando, para os candidato em razão da proibição de doações empresas e da crise financeira que impedirá muitas pessoas físicas de contribuir com as campanhas. Residência O Recife ficou fora da primeira fase do processo seletivo para residência médica no Hospital Sírio-Libanês. Teremos provas em Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador e Belém. A casa de Tânia Tânia Konrad Emerenciano, que sempre atuou nos restaurantes do seu pai, Julião Konrad, está fazendo sucesso no mundo do comércio. Criou a Casa, loja de artigos finos e exclusivos para casas, que começou no RioMar e agora ocupa um belo espaço na entrada do Shopping Recife, que tem inclusive um charmoso café. O desafio da R2 Os irmãos Alexandre e Maurício Rands assumiram o desafio de comandar o Diario de Pernambuco, jornal que acaba de completar 190 anos. E chegam com muito entusiasmo para a tarefa, com a experiência de Alexandre no setor empresarial, com a Datamétrica, e Maurício, com carreira vitoriosa na advocacia, magistério e política e que agora dedica tempo integral ao DP e às aulas como professor da Faculdade de Direito. A equipe tem também Guilherme Machado, como vice-presidente executivo. APESCE Durante o almoço de confraternização da Associação Pernambucana de Shoppings Centers (Apesce), no Mingus, Sérgio Moury e Luciano Moura, diretores da revista Algomais, assistiram à apresentação do presidente da associação Paulo Carneiro sobre o balanço do setor O que se comenta... ...por aí QUE Carlos Augusto Lira será o responsável, mais uma vez, pela decoração do Carnaval do Recife. QUE em função da crise muitos espaços da cidade desistiram de fazer festa de réveillon. QUE Drayton Nejaim Filho vem fazendo um bom trabalho à frente do Lide Pernambuco. QUE Antônio Campos trabalha intensamente nos bastidores para consolidar sua candidatura à Prefeitura de Olinda. QUE Marcelo Mayer tem um ousado plano de expansão da Frisabor, com franquias em vários Estados do Nordeste.

Brilho feminino Read More »

Que frio!

A mulher que trabalha em escritório sente mais frio do que o homem que atua no mesmo ambiente. Sabe o motivo? A temperatura nos ambientes de trabalho é adequada ao metabolismo de homens de 40 anos. Esse modelo foi definido por um grupo de engenheiros americanos nos anos 1960 e não mudou mais. Como geralmente as mulheres são menores e têm mais tecido adiposo, seu metabolismo é mais lento. É aí que está a razão para sentir mais frio. ALUGUEL Pode ter quem não se espante com isso, mas eu, como diz um amigo de Limoeiro, fico “incrível”. O aluguel de um apartamento num condomínio fodão de São Paulo está valendo R$ 150 mil por mês. Lembre-se: eu disse aluguel! Se lhe interessar procure a imobiliária Anglo Americana, que é especializada em imóveis de alto padrão. E TOME PERNA A americana Holly Burt, 20 anos de idade, diz que se tornou irresistível para os homens quando começou a exibir suas gigantescas pernas de 1 metro e 26 centímetros de comprimento. Ela tem 1 metro e 98 centímetros de altura. Essa é a mulher ideal pra dar chute na bunda de cabra ruim, sem nem precisar chegar muito perto. OS RICOS DE PERNAMBUCO Na última relação da revista Forbes Brasil, Pernambuco apresentou quatro bilionários. Pela ordem de fortuna: Ricardo Brennand, Queiroz Galvão, Janguiê Diniz e Paulo Sérgio Macedo.

Que frio! Read More »

Nos tempos do inquisidor (parte 2)

Naqueles anos finais do século 16 a próspera Vila de Olinda, sede da capitania de Pernambuco, era habitada por uma sociedade onde havia uma grande ausência de mulheres brancas, pois os portugueses em sua grande maioria deixavam suas mulheres legítimas em Portugal continental, aventurando-se viajar sozinhos em busca da fortuna em terras do Novo Mundo. Aos olhos do visitador da Mesa da Inquisição de Lisboa, Heitor Furtado de Mendoça (sic), chegado a Pernambuco em setembro de 1593, vão sendo desnudados os pecados daquela população, sobretudo os cometidos na intimidade dos lares, na luz soturna das alcovas, que davam lugar ao cometimento usual do pecado da carne, representado pelas relações extraconjugais (responsáveis por uma população de filhos bastardos), pela prática da poligamia, da sodomia (então chamada de pecado do nefando) e do lesbianismo; além da feitiçaria e culto judaico. Com tamanha falta de mulheres brancas, as jovens casavam logo na entrada da puberdade (com 12, 13 e 14 anos), e logo se enchiam de filhos. Das oito filhas da judaizante Branca Dias e do seu marido Diogo Fernandes, por exemplo, somente uma, por não possuir o uso da razão (Beatriz Fernandes), permaneceu solteira. O mesmo acontece com as muitas filhas de Jerônimo de Albuquerque, cunhado do donatário Duarte Coelho, naturais e legítimas, que vieram a fazer grandes casamentos. Da lista de sua descendência aparecem genros da mais alta estirpe: dois fidalgos e quatro portugueses bem-nascidos. A educação dos rapazes ficava a cargo do Colégio dos Jesuítas e dos Beneditinos, enquanto as moças eram educadas por professores particulares como Branca Dias e Bento Teixeira; este último autor da Prosopopea, que veio a ser o primeiro poeta a ter seu nome impresso em letra de forma no Brasil (1601). Ao contrário dos séculos que se seguiram, as mulheres não viviam tão segregadas, algumas delas chegavam a passar “toda à tarde na sua janela e sem trabalhar, à vista dos que passavam”; como Inês Fernandes, denunciada em 22 de novembro de 1593. Havia outras que praticavam, com regularidade, o exercício da leitura, como Maria Álvares e Inês Fernandes, “que costumavam estar aos sábados deitadas numa rede lendo por livros sem fazer nenhum serviço”. Naquele mundo povoado de magias, era comum a existência de feiticeiras, como Ana Jácome, denunciada em 29 de outubro de 1593, por ser dado a feitiçarias “capazes de matar as criancinhas recém-nascidas”. Lianor Martins, a Salteadeira, é denunciada, em 22 de novembro do mesmo ano, por trazer consigo “um buço de lobo e uma carta de Santo Erasmo, juntamente com uma semente que ela com outras suas amigas fora colher numa noite de São João, com um clérigo revestido, as quais coisas dizia fazer querem bem os homens às mulheres”. Da imensa lista, não poderiam faltar as chamadas mulheres do mundo (prostitutas), que praticavam a mais antiga das profissões, como Lianor Fernandes e Maria Almeida, a Flamenga, não faltando as que regularmente eram flagradas em adultério, como Isabel Bezerra e Clara Fernandes, que, na ausência dos maridos, “dormiam com quem lho pediam”. Nada escapava aos ouvidos do inquisidor que, como seu poder supremo, ia devassando os mais recônditos comportamentos mediante uma cadeia interminável de confissões e denunciações dos residentes na localidade intimados a comparecer à Mesa Inquisitorial mediante ameaças dos mais terríveis castigos. Assim surgiam casos de prática de lesbianismo, como as de Clara Fernandes com a sua escrava (4.11.1593), assim como Maria Lucena, mulher de Antônio da Costa (6.11.1593) ou Maria Rodrigues, que é flagrada por um vizinho em colóquio com a adolescente Ana “fazendo uma com a outra como se fora homem com mulher” (10.11.1593). O sapateiro Lessa, “homem alto de corpo e de uns bigodes grandes” que morava numa casa térrea próxima ao Recolhimento da Conceição, era dado à prática da pedofilia, sendo por isso denunciado por um rapaz de 15 anos, de nome João Batista, originário da Ilha da Madeira, que em certa tarde fora à sua oficina buscar um par de chinelas, ocasião em que foi atacado pelo sapateiro que, à força, tirou-lhe o calção e tentou possuí-lo (27 de maio de 1594). Baltazar Lomba foi acusado por Francisco Barbosa de cometer pecado de sodomia com outros índios e com um negro de nome Acahuy. O denunciado é descrito como “um homem solteiro, já velho de alguns 50 anos que costuma coser, fiar e amassar como mulher” (12 de janeiro de 1595). Os casos do cometimento do coito anal (pecado nefando) torna-se frequente entre pessoas do sexo masculino, não faltando, porém, a prática da sodomia entre casais, como a que releva, em 9 de dezembro de 1594, Manuel Franco, 43 anos, com sua mulher Ana de Seixas: “Está casado com a dita mulher e que haverá ora 12 anos e meio, pouco mais ou menos, que, uma noite, estando ele farto de ceia e vinho, cometeu a dita sua mulher por detrás com o seu membro viril, entrou e penetrou dentro no vaso traseiro dela..” Eram comuns os casos de bigamia, alguns deles chegando a notoriedade, como o de Antônio do Valle que, sendo casado em Estremoz (Portugal), voltou a contrair núpcias no Brasil com a filha de Jerônimo Leitão, capitão e governador da capitania de São Vicente (São Paulo). Outro bastante citado nos autos da Inquisição em Pernambuco é a figura do rico mercador João Nunes Correia, “uma das maiores fortunas existentes em Pernambuco nos últimos anos do século 16”; segundo José Antônio Gonsalves de Mello, fora ele por duas dezenas de vezes denunciado à mesa do Santo Ofício. Cristão-novo, nascido em Castro Daire, dizia modestamente “não ter ofício e viver nesta terra por sua fazenda limpamente com quatro cavalos na estrebaria”. Dentre as muitas denúncias que o imputaram uma veio escandalizar os inquisidores, segundo o escrivão do Santo Ofício, correu o mundo “pela boca de todos, altos e baixos, honrados e plebeus, religiosos, nobres e melhores da terra e toda a mais gente e o povo”, Em resumo o capitalista João Nunes vem a ser denunciado por um pedreiro, que estando a retelhar

Nos tempos do inquisidor (parte 2) Read More »

Pensar magro em 2016

Quando me perguntam sobre as perspectivas econômicas para o País, digo que, se fosse parlamentar, proporia uma emenda para incluir na Constituição a obrigatoriedade de ocorrência de uma crise intensa, no máximo, a cada 10 anos. Faço essa brincadeira porque, na prática, desde o Plano Real, em 1994, há mais de 20 anos, portanto, que não vivemos uma crise tão extensa e profunda, nem tão exigente para as empresas e famílias, como a atual. E, por conta disso mesmo, ocorreu uma espécie de “surfe na bonança”. As pessoas, de um modo geral, se acostumaram a gerir os ambientes familiares e empresariais com o “vento a favor”, sem grandes restrições externas. E isso, de certa forma, nos desacostumou da austeridade. O resultado foi, com certeza, no âmbito empresarial, um certo acúmulo de “gordura” que agora, na época das “vacas magras”, precisará ser revisto e reorientado. Esse é, certamente, se é que se pode dizer assim, o lado bom da crise: a necessidade de fazer mais com menos. De ser mais consequente, econômico e produtivo, seja do ponto de vista familiar seja, sobretudo, do ponto de vista empresarial. Essa é a própria essência da produtividade: utilizar da melhor maneira possível os recursos disponíveis (financeiros, humanos, materiais etc.), sem desperdício, procurando tirar-lhes o proveito máximo. Se conseguirmos fazer isso, a crise exercitará o seu papel pedagógico e quando ela passar, todos estaremos mais enxutos, mais eficientes, menos perdulários, em suma, mais competitivos. Tanto individualmente quanto coletivamente já que o País também estará mais eficiente e com os pés mais assentados no chão. Com certeza, nada disso é fácil de executar e requer pelo menos determinação, confiança e foco. Determinação para fazer o que precisa ser feito, por mais exigente que seja; confiança na recuperação quando a crise passar, por mais distante que pareça em determinados momentos; e foco naquilo que é essencial à sobrevivência, por mais difícil que seja fazer as escolhas certas. É verdade que se trata de um esforço mais de natureza mental do que de qualquer outro tipo já que para fazer diferente é preciso pensar diferente. No caso, “pensar magro”. Em muitas situações, reaprender a “pensar magro”. É isso aí! Saúde, sucesso e boas decisões “magras” em 2016!

Pensar magro em 2016 Read More »

João Alberto

Brilho Feminino Lana Bandeira é um exemplo de sucesso, brilha em todos os setores em que atua. Sua carreira empresarial começou na Josefinna, junto com Guilhermina Coutinho, uma loja que é referência no setor de calçados femininos. Depois, resolveu usar seus dotes na arte de fazer chocolates e doces. Criou uma empresa que hoje é marca registrada no setor, inclusive assinando as mesas das iguarias em grandes eventos sociais da cidade. Além disso, é uma figura bonita, simpática e que esbanja elegância em todas as reuniões a que comparece. A cultura do novo ministro Marcelo Navarro, que deixa a presidência do Tribunal Regional Federal da 5ª Região para assumir o cargo de ministro do Superior Tribunal de Justiça, é conhecido entre os colegas pelo seu grande conhecimento jurídico. E até é chamado por alguns de Enciclopédia. Sua nomeação foi um ato da maior justiça. Um blog de muito sucesso Rebeka Guerra é uma figura de muito destaque no nosso mundo feminino. Ele resolveu contar suas experiências e criou um blog em que aborda moda, beleza e estilo de vida. Transformou-se num enorme sucesso, com muitas seguidoras e que já lhe proporcionou vários convites para participar de eventos em outros estados e até no exterior. Vandalismo A Emlurb gasta algo em torno de R$ 2 milhões por ano para recuperar estruturas e repor equipamentos públicos vítimas de depredação por vândalos. Pernambucano O restaurante Mocotó, do chef pernambucano Rodrigo Oliveira, continua fazendo o maior sucesso em São Paulo. Agora ele abriu nova casa, a Esquina Mocotó, também sempre com enormes filas nas mesas. Bem que Jane Suassuna poderia repensar seu projeto de abrir um Mocotó no Recife. Sem chance Humberto Costa revela que não existe a menor possibilidade dele disputar a Prefeitura do Recife em 2016. Sua meta é a reeleição para o Senado em 2018. Hospital Depois dos 20 milhões liberados pelo governo federal, o Hospital da Mulher do Recife deve ser inaugurado em dezembro. Obras físicas já estão 80% concluídas, agora é a instalação dos equipamentos. Boa ideia Existe um a lei que obriga que todo edifício construído no Recife tenha uma obra de arte. Em alguns deles, a manutenção das peças é literalmente esquecida. Assim, é digna de elogios a iniciativa do condomínio do edifício Luiz Numeriano, na Praça de Casa Forte, que encomendou a Paulo Costa a recuperação da escultura que fica na entrada do prédio. Fim de linha Uma das boates mais famosas de Las Vegas, a Studio 54, que ficava logo na entrada do MGM, fechou as portas depois de 14 anos. A desativação da discoteca faz parte do plano de renovação do hotel, que é o maior da cidade, com 5,1 mil quartos, que ainda inclui reforma nos quartos, cassino e restaurantes. MPB em alta A MPB parece estar voltando à moda. Baladas alternativas regadas a hits nacionais vêm fazendo cada vez mais sucesso entre o público jovem. Remixagem de clássicos se unem ao samba e à bossa nova, além dos ritmos latinos que esquentam as pistas. O que se comenta... ● QUE não existe o menor entusiasmo entre os lojistas com relação às vendas de final de ano. ● QUE a Prefeitura do Recife deveria seguir a decisão da Prefeitura de São Paulo, que está normatizando o funcionamento dos food trucks, veículos que servem comida nas ruas. ● QUE a Avenida Beira-Mar em Piedade, foi rebatizada com o nome de Senador Sérgio Guerra. ● QUE a decisão de Antônio Campos de disputar a Prefeitura de Olinda foi muito bem estudada e que dificilmente ele desistirá. ● QUE apesar de ser muito cara, não existe pipoca melhor que a servida nos cinemas.  

João Alberto Read More »

Baião de Tudo

MEMÓRIAS DE UM GARANHÃO Um viva para Carlos Mossy, ícone dos filmes de sacanagem na década de 70. Ele foi o principal comedor em mais de 30 comédias eróticas, entre elas Lua de Mel; Oh, que delícia de patrão e Como é boa a nossa empregada. Chegando agora aos 70 anos ele comemora as “lapadas” que deu diante das câmeras com Vera Fischer, Marta Moyano e Adele Fátima. Destaca que elas eram belas e tinham peitos lindos ainda sem plástica. Mas revela que aprimorou o jeito de fazer sexo, caprichando e tendo calma nas preliminares, com Odete Lara no filme Copacabana me engana. Fechou a conversa dizendo: “Minha energia sexual baixou um pouco, talvez por preguiça”. Hoje casado com Isis, 30 anos mais nova do que ele, alega que usa Viagra, para reforçar a sofisticação erétil. SEXO E PACIÊNCIA Duas sem tirar de dentro é conversa de adolescente mentiroso. Para a grande maioria dos homens, o período de latência, como é chamado o intervalo entre uma cacetada e outra, pode levar de minutos a dias. Só 20% dos homens conseguem ter outra ereção poucos minutos depois de ejacular. E tem tudo a ver com a idade: até 30 anos, de 15 a 30 minutos; 40 anos, até 4 horas; 50 anos, até 12 horas; 60 anos, 1 dia; 70 anos, mais de 1 dia. Se o seu velho comedor extrapola essas regras vá em frente. Como disse a doutora Marta: “Relaxe e goze!” O CANTADOR Severino Ferreira, de luto pela morte do sogro, cantando em Fortaleza, respondeu a provocação de um companheiro, que disse estar ele numa boa e mamando na herança do sogro. Severino retrucou: “A minha herança foi só / Um balaio de cebola / Um cabide enferrujado / Pra pendurar a ceroula / E um papagaio safado / Que me chama de baitola.” MEDINDO O PÊNIS Respondendo a uma pesquisa nacional, 85% das mulheres se declaram satisfeitas com o tamanho do pênis do parceiro. Mas só 55% dos homens estão satisfeitos com o tamanho do próprio pênis. Conclusão: num grande percentual quem gosta mesmo de pau grande é homem. O LUCRO DOS COMPOSITORES Na relação do Ecad, os cinco compositores que mais tocam nas rádios do Brasil: Roberto Carlos, Victor Chaves, Sorocaba, Paula Fernandes e Thiaguinho. As cinco músicas mais tocadas no Carnaval do Brasil em 2015: Mamãe eu quero, Cabeleira do Zezé, Me dá um dinheiro aí, Marcha do remador e Jardineira. MEDO Os cientistas estão apavorados com a possibilidade de uma corrida armamentista no campo artificial. Num encontro em Buenos Aires, reuniram 18 mil assinaturas pedindo o banimento das “armas ofensivas autônomas”, nome técnico dos populares robôs assassinos. CORRIDA DE GALA Num homem jovem o sêmen sai do pênis a uma velocidade de 5 metros por segundo e pode ser arremessado a uma distância de até 60 centímetros.

Baião de Tudo Read More »

Corporações

Na crise e fora dela toda sociedade tem conflitos de interesse. Faz parte do  jogo democrático mediá-los e conciliá-los com o interesse público. Quando a economia entra em recessão e o sistema político se fragiliza os conflitos se agravam. Em meio ao tumulto político e econômico que se estabeleceu no país, temos observado um conjunto expressivo de manifestações corporativas que colocam seus interesses acima dos da nação. Brasileiro parece só se unir e ser patriota quando torce pela seleção nacional em competições oficiais. Nos executivos, federal e estadual, eclodem greves com demandas inviáveis no curto prazo. Funcionários do INSS, professores, médicos, etc., exigem maiores salários que desconsideram a situação das finanças públicas. No judiciário federal, funcionários pressionam o Congresso para aprovar reajustes salariais nos próximos anos que comprometem a saúde fiscal do país, mas não estão nem se importando com as consequências. Por sua vez, a magistratura beneficia-se e luta para manter, entre outras benesses, o auxílio-moradia, uma aberração que agride todos os brasileiros.  Na Petrobrás, que está completamente debilitada pelos erros de gestão, pelo baixo preço do petróleo e pelos impactos da operação Lava Jato, os funcionários demandam aumentos salariais e fazem paralisações de alerta, sabendo que o valor do programa de investimentos da empresa é constantemente redefinido para baixo. No legislativo, eivado de gastos excessivos, o Congresso aprova irresponsavelmente as pauta-bomba que inviabilizam o equilíbrio fiscal. Falta solidariedade entre os poderes, desconhecendo-se que a fonte do dinheiro é única: o dinheiro de todos nós. Este aguçamento dos conflitos de interesse durante a crise, todavia, repousa em uma antiga e enraizada cultura corporativista que impregna o setor público brasileiro e que se agravou nos governos petistas que transformou o país em arquétipo de república sindicalista. Todavia, há uma característica estrutural na formação desses mercados de trabalho que constituem o caldo de cultura corporativista. O acesso às carreiras de estado em todos os níveis de governo bem como a entrada nas estatais é disciplinada por concursos públicos. Isso é muito bom para o país, deve ser louvado e precisa ser mantido. Todavia, aí está a gênesis do corporativismo. Os mercados de trabalho assim formados são segmentados entre si, ou seja, uma pessoa não pode se deslocar de um para outro- e cada um deles tem uma única porta de entrada. Assim eles se fecham, desenvolvendo uma cultura corporativista para atender aos seus interesses, custe a quem custar. Esses mercados de trabalho fechados com única porta de entrada são chamados de mercados primários, sendo uma das causas mais importantes junto com as diferenças educacionais para a ainda elevada desigualdade de renda que caracteriza o nosso país. Uma vez dentro, os funcionários exigem maiores benefícios diretos e indiretos que drenam os recursos dos tesouros, federal e estadual, e os caixas das estatais. E aumentam as diferenças com quem está de fora. Corporações, dessa forma, contribuem para as desigualdades de renda. Todos se espelham uns nos outros. Uma sala de espelhos que leva a um ciclo vicioso para equiparar salários e benefícios. Ademais, corporações em meio à crise desenvolvem um instinto animal de defesa. E na falta de lideranças que definam um rumo e que filtre interesses levando-os a uma solução negociada, ela tende a crescer. Líderes mediam conflitos e concilia-os com os interesses da sociedade. Estão faltando muitos.

Corporações Read More »

Um Jardim Botânico na cidade

Plantas conhecidas da população, como coqueiro e bananeira, vieram do exterior e foram transplantas em terras olindenses Em Olinda, desde os primeiros anos da colonização, os jardins das ordens religiosas serviram para aclimatação de vegetais exóticos, transplantados para o Brasil, do Oriente, da África e da própria Europa. Depois de devidamente adaptados, esses vegetais exóticos, cultivados inicialmente pelos padres jesuítas e frades franciscanos, vieram a dar um novo colorido à paisagem brasileira, a exemplo do coqueiro, da bananeira, da cana-de-açúcar e de tantas outras espécies, que passaram a confundir-se com a própria flora nativa. Mangueiras, coqueiros,/cajueiros em flor,/cajueiros com frutos/já bons de chupar …/Mangabas maduras,/mamões amarelos,/mamões amarelos/que amostram, molengos,/as mamas macias/pra gente mamar... É o colorido da flora pernambucana, nos versos do poeta Ascenso Ferreira, in Trem de Alagoas, onde se misturam vegetais nativos (mangabas e cajus) com o exotismo das espécies aqui aclimatadas (mangas e mamões). O coqueiro (Cocos nucifera), incluído pelo poeta Oscar Brandão no Hino de Pernambuco – "Salve ó terra dos altos coqueiros!" –, é originário do Sudeste Asiático ou das ilhas polinésias. A sua cultura já se encontrava bastante desenvolvida em Pernambuco, no século 16, segundo demonstram as cartas jesuíticas de José de Anchieta e Simão de Vasconcelos ao descreverem os "formosos coqueirais de Olinda” como possuidores de uma amenidade singular. Na primeira metade do século 17 essa monocotiledônea já se encontrava tão disseminada que o conde João Maurício de Nassau, quando da construção de sua Mauritiopolis, chegou a transplantar 700 coqueiros adultos para seu jardim. Segundo depoimentos do Frei Manuel Calado e de George Marcgrave, bem como do relato de Gaspar van Baerle (1584-1648), algumas dessas árvores possuíam caules que alcançavam 50 pés (15,24 metros), sendo transportadas de uma “distância de três ou quatro milhas, em carros de quatro rodas... Já eram septuagenárias e octogenárias e por isso diminuíram a fé do antigo provérbio: árvores velhas não são de mudar". A partir da segunda metade do século 17, começaram a ser introduzidos em larga escala no Brasil alguns vegetais exóticos transplantados do Oriente. É conhecida a ordem Régia de 1677 determinando ao Vice-Rei da Índia a remessa para o Brasil de plantas, estacas e sementes, de canela, cravo, pimenta, noz-moscada e gengibre dados ao conhecimento ao governador de Pernambuco, Aires de Souza Castro, em 1678. Com esses vegetais vieram mangueiras e jaqueiras, em 1682, seguindo-se de outras plantas hoje integradas à nossa paisagem. Em 1797 e 1798, o Conde de Linhares, D. Rodrigo de Souza Coutinho, ministro português, se empenhava na introdução de novos vegetais, que contribuíssem para o desenvolvimento da agricultura, recomendando estabelecer, com a menor despesa possível, um Jardim Botânico em Olinda, onde se cultivassem plantas "assim indígenas como exóticas", segundo informação de José Antônio Gonsalves de Mello. Entretanto, somente em 1811 viria esse Jardim Botânico a ser estabelecido em Olinda, no antigo Jardim dos Padres da Companhia de Jesus (século 16). Naquele ano foram para aqui transplantadas uma grande quantidade de vegetais recolhidos da Guiana Francesa, quando da ocupação pelo governo português em represália à invasão de Portugal pelas tropas de Napoleão. Do jardim daquela possessão, chamada de "La Gabrielle", veio para Pernambuco e foram plantadas no Horto Del Rei, hoje conhecido como Sítio do Manguinho, variedades de plantas, algumas já aqui existentes, como a caneleira, a pimenteira, o girofleiro, e outras desconhecidas, como a fruta-pão, a caramboleira, o sapotizeiro, a pinheira, a groselheira da Índia, a nogueira de Bancour, a cássia amarga, a jalapa. O Jardim Botânico de Olinda teve importante papel na divulgação desses vegetais e de outros que nele foram sendo introduzidos desde 1811, quando de sua fundação. Em 1817, o viajante francês Louis François de Tollenare viu ali muitas mudas de cacau e cana-de-açúcar de Caiena (ou caiana, como veio a ser conhecida). Sem referência específica de quando foram plantados no Jardim, consta, contudo em 1839 e 1840 que já ali eram distribuídas mudas de palmeira-real, cipreste, Chá-da-índia, fruta-pão, de massa e de caroço (este último difícil hoje de se encontrar), e outras. Dessa distribuição beneficiaram-se muitos sítios recifenses e propriedades rurais diversas de Pernambuco (...) – além das mudas remetidas para outras províncias brasileiras e para fora do Brasil. Nesse Jardim funcionou um curso de Botânica e de Agricultura (1829), do qual era professor o cirurgião pernambucano Joaquim Jerônimo Serpa, no qual se inscreveriam muitos estudantes do Curso Jurídico de Olinda. Em 1845 foi o Jardim Botânico de Olinda extinto, sendo o seu terreno a princípio alugado e mais tarde vendido, pertencendo até recentemente à família Manguinho; daí a denominação popular de Sítio do Manguinho ou o Horto Del Rei. A importância do Jardim Botânico de Olinda foi depois ressaltada por Filipe Mena Calado da Fonseca que, em carta ao Diario de Pernambuco, publicada na edição de 7 de novembro de 1854, chama a atenção para a divulgação entre nós da grama de Angola, popularmente conhecida como capim de planta, que fora transportada das margens do Rio Bango (Angola) para o Brasil em 1811. Além desta, outras espécies foram vulgarizadas entre nós, como a pimenta da Índia, o fruta-pão, a tamareira, o bilimbi, a carambola, o sagu, o sapoti, dentre outras. Ainda sobre a importância dos jardins de aclimatação de Olinda, vale lembrar a publicação do naturalista Manuel Arruda da Câmara (c 1752-1811), Discurso sobre a utilidade de jardins nas principais Províncias do Brasil (Rio de Janeiro: Impressão Régia, 1810). Na qual apresenta uma "lista das plantas que merecem ser transplantadas e cultivadas". Da Ásia: árvore do pão, salepo, sagu, chá, sene, ruibarbo, escamônea, batatas do Japão, gota gama, loureiro, cássia, verniz da China, verniz do Japão, Khola buu, peônia, évano, bambu, árvore das camisas, sangue de dragão, santalino, árvore do sebo, laca. Da África: baobá, tamareira, matiboeira, pau escarlate, tacula, canume-nume, imbondeiro, agraiá, grama de Guiné [destinada à alimentação do gado na zona do semiárido]. Da Europa: oliveira, castanheiro, nogueira, pinheiro, pinheiro manso, morangos, ameixeiras, damasqueiro ou abricó, cerejeira, ruiva dos tintureiros, rapa língua, fiadeira, malva, verbasco. Da América Setentrional: falva cássia, magnólia maior,

Um Jardim Botânico na cidade Read More »