Arquivos Wanderley Andrade - Página 6 De 14 - Revista Algomais - A Revista De Pernambuco

Wanderley Andrade

Castelo Rá-Tim-Bum: série infantil de sucesso disponível no Youtube

"Que som? Que som é esse? Quem sabe o nome dele?" Se você era criança no início da década de 90 deve lembrar muito bem dessa frase, ou melhor, do trecho da canção. Se não havia nascido ainda, saiba que assim dizia o refrão da música de abertura de uma das séries infantis mais famosas da época no Brasil, o Castelo Rá-Tim-Bum. O programa, criado por Flávio de Souza e Cao Hamburger, estreou em 1994, conquistando muitos fãs e também prêmios como o de Melhor Programa Infantil da Associação Paulista de Críticos de Artes, um dos mais importantes do país, e a medalha de prata no Festival de Televisão de Nova York.     A boa notícia é que hoje é possível assistir sem custo a todos os episódios. A TV Cultura disponibilizou já há algum tempo todos eles no YouTube. Se você é fã do Nino, Dr. Victor, Morgana, Zeca, Biba e Pedro, ou se deseja conhecer melhor essa turma, é só clicar: "Plift Ploft Still, a porta se abriu!!"

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Prime Video: saiba quais filmes brasileiros entraram esta semana no catálogo

Escolher um filme do catálogo de algum serviço de streaming tem se mostrado tarefa árdua, considerando a variedade de opções. Para facilitar essa busca indicarei aqui produções nacionais que entraram esta semana no Amazon Prime Video. Segue a lista.   Eu, Tu, Eles (2000) Direção: Andrucha Waddington Elenco: Luiz Carlos Vasconcelos, Regina Casé, Stênio Garcia, Lima Duarte Três anos depois de deixar sua pequena cidade brasileira para se casar, Darlene retorna com uma criança mas nenhum marido. À procura de ajuda, encontra Osias e se casa com ele. Mas logo em seguida, chama a atenção de Zezinho, o primo de Ozias, e se casam também. Por fim, vem Ciro, um homem misterioso, que se torna o terceiro marido de Darlene.   Deus é Brasileiro (2003) Direção: Carlos Diegues Elenco: Antônio Fagundes, Wagner Moura, Paloma Duarte Cansado da humanidade, Deus resolve tirar férias e procura alguém no Brasil para substituí-lo. O borracheiro e pescador Taoca e a solitária Madá o levarão até Quincas das Mulas, candidato de Deus a santo.   Irmãos de Fé (2004) Direção: Moacyr Góes Elenco: Thiago Lacerda, Gustavo Ottoni, Padre Marcelo Rossi Um assaltante menor de idade é internado na FEBEM e recebe uma Bíblia de presente de um padre. Desde então, ele começa a conhecer a história do apóstolo Paulo, que passou de perseguidor de cristãos a santo da Igreja Católica.   Tayná 2 - A Aventura Continua (2004) Direção: Mauro Lima Elenco: Eunice Baía, Vitor Morosini, Arilene Rodrigues Na nova aventura, Tainá enfrenta uma quadrilha que contrabandeia espécies raras da fauna amazônica e corta árvores milenares.   O Menino da Porteira (2009) Direção: Jeremias Moreira Filho Elenco: Daniel, João Pedro Carvalho, José de Abreu O filme narra a história de amizade entre o peão Diogo e o menino Rodrigo. A dupla irá enfrentar a ganância do major Batista, dono da Fazenda Ouro Fino.  

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Crítica| Filmando Casablanca (Netflix)

Considerado a antítese do cinema de autor, o diretor húngaro-americano, Michael Curtiz, teve uma vida cercada por polêmicas. Tinha a fama de humilhar seus subordinados nos sets de filmagem e chegou a avaliar o trabalho dos atores como "cinquenta por cento um grande conjunto de truques. A outra metade deveria ser talento e habilidade, mas raramente são." Com ou sem polêmica, Curtiz dirigiu um dos maiores clássicos do cinema mundial: Casablanca, estrelado por Ingrid Bergman e Humphrey Bogart em 1942. E para contar a história dos bastidores desse grande filme, estreou na Netflix a produção original do serviço de streaming, Filmando Casablanca. O título brasileiro revela pouco do que é o filme, ainda que a história tenha como pano de fundo justamente as gravações de Casablanca. Na verdade, a trama se atém aos conflitos de Curtiz com as pessoas que o rodeavam nos sets e com a família, conflitos potencializados pelos relacionamentos extraconjugais do diretor. Problemas também com a irmã que estava na Europa, prestes a ser levada a algum campo de concentração nazista. Junto a tudo isso o desafio de, ao mesmo tempo, filmar e escrever a história com os roteiristas. Quando começou a ser filmado, Casablanca ainda não tinha um final.     Filmando Casablanca, ou melhor, Curtiz (seu título original), tem um belo trabalho de fotografia, assinado por Zoltán Dévényi. Realizado em preto e branco, com algumas cenas recebendo toques de vermelho, o longa imprime uma pegada noir, potencializada pelo charme das atuações, principalmente no trabalho do ator húngaro, Ferenc Lengyel, que encarna Curtiz, um personagem de muitas camadas. A trilha sonora é outro ponto a se destacar, marcada pelos metais do trompetista húngaro, Gábor Subicz. O filme mostra situações inusitadas dos bastidores de Casablanca, como quando contrataram um grupo de anões para a cena final. Como o orçamento para o filme era pequeno, tiveram de fazer um avião de madeira e papel, bem menor que uma aeronave de verdade. Filmando Casablanca ganhou o prêmio de melhor filme no Festival Internacional de Cinema de Montreal, Canadá. Boa pedida aos fãs do clássico americano.  

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Crítica | Por Lugares Incríveis (Netflix)

"Apenas um melodrama adolescente comum." A resposta de Theodore Finch (Justice Smith) ao professor Embry (Keegan-Michael Key) após ser questionado quanto ao seu estado, reflete bem o que é o novo filme da Netflix, Por Lugares Incríveis. A história acompanha Violet Markey (Elle Fanning), uma adolescente de 17 anos que sofre com a perda da irmã, morta em um acidente automobilístico. Violet decide pular de uma ponte, mas é impedida por Theodore, um colega da escola. Desde então, uma forte ligação começa a ser construída entre os dois. Este é sim mais um daqueles melodramas adolescentes no melhor (ou pior) estilo A Culpa É das Estrelas ou Um Amor Para Recordar. Ainda que o gênero tenha público, falta a essas histórias coragem para ousar e fugir do lugar comum. Por Lugares Incríveis é baseado no livro homônimo de Jennifer Niven, que também assina o roteiro ao lado de Liz Hannah (The Post: A Guerra Secreta). A trama até que ousa ao, no primeiro momento, dar destaque ao drama de Violet e, no meio do filme, mudar o foco para Theodore. A segurança demonstrada pelo protagonista no início era apenas uma capa que ocultava traumas do passado que o fazem fugir. Desde então, passa a sofrer bullying na escola e a ser chamado de aberração.     É justamente na metade do segundo ato que os personagens se revelam mais complexos, cheios de camadas. Mas o filme perde a força outra vez na conclusão ao optar por um desfecho clichê e preguiçoso. Elle Fanning e Justice Smith têm até carisma, mas falta química ao casal de protagonistas. Parte por culpa do roteiro que não desenvolve bem a relação entre os personagens. Importantedestacar o belo trabalho de fotografia realizado por Rob Givens. Por Lugares Incríveis tem algumas pitadas de road movie: as cenas na estrada, algumas tomadas aéreas, e de lugares exóticos como um grande lago (que terá certa importância para o desfecho da história) são de encher os olhos. As fragilidades do roteiro e das atuações não ofuscam a importância do filme no sentido de propor a discussão de temas atuais e necessários como o bullying e a depressão. Por Lugares Incríveis está atualmente entre os dez filmes mais assistidos na Netflix.    

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Felicity Jones e Eddie Redmayne estrelam novo filme da Prime Video

O serviço de streaming da Amazon, o Prime Video, vez ou outra tem lançado suas produções originais, ainda que numa frequência inferior à da Netflix. Sua nova aposta é o longa inspirado em uma história real, The Aeronauts. Com direção de Tom Harper (As Loucuras de Rose), o filme acompanha a grande aventura empreendida pela experiente balonista Amelia Wren (Felicity Jones) e o cientista James Glaisher (Eddie Redmayne) a bordo de um balão em 1862. Os aventureiros almejam quebrar o recorde de altitude alcançado até então por um ser humano e realizar pesquisas que tornem mais eficazes as previsões metereológicas. Isso é o que vemos na superfície. Na verdade, Amélia traz consigo o peso de ter perdido o marido em sua última viagem de balão. Em relação a James, o cientista é rechaçado pelos companheiros acadêmicos devido a suas teorias consideradas ousadas para a época. Para a dupla, a viagem é uma chance (talvez a única) de vencer os traumas e conquistar reconhecimento.     O roteiro de Jack Thorne, conhecido por seu trabalho como roteirista no filme Extraordinário, é um dos trunfos do longa. A narrativa não-linear, costurada através de flashbacks, aumenta a tensão e dá fôlego à trama, que não teria a mesma força se fosse desenvolvida da forma tradicional, com começo, meio e fim bem definidos. Felicity Jones e Eddie Redmayne repetem a boa química apresentada no premiado A Teoria de Tudo. Desta vez, destaque para Felicity como Amélia, personagem com peso dramático maior. Também está no elenco o ator inglês, Himesh Patel, no papel de John Trew, melhor amigo de James. Patel protagonizou recentemente o elogiado Yesterday. The Aeronauts recebeu algumas indicações ao prêmio de melhores efeitos visuais em festivais como o San Diego Film Critics Society Awards. As cenas dentro do balão e fora dele (principalmente nos momentos de tensão) não teriam a mesma força sem o bom trabalho da equipe responsável pelos efeitos especiais. O filme foi bem avaliado no Rotten Tomatoes: alcançou 72% em pontuação. Além da crítica especializada, deve agradar também àqueles que procuram um bom entretenimento sem muita complicação.

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Oscar 2020: veja o que pode acontecer na 92ª edição do prêmio

O mundo estará atento à premiação mais famosa do cinema neste domingo (9). A Revista Algomais convidou novamente os jornalistas Houldine Nascimento e Wanderley Andrade, que fazem algumas previsões sobre o Oscar 2020.   Houldine Nascimento Pelo segundo ano consecutivo, o Oscar não terá mestre de cerimônias. Isso não parece fazer a menor falta, além de tornar a premiação mais objetiva. Na 92ª edição, há ainda uma dúvida se os votantes da Academia se renderão ao fenômeno sul-coreano “Parasita” ou se a excelência técnica de “1917” vai mesmo prevalecer. Uma eventual vitória do longa-metragem de Bong Joon-ho será um marco, já que nunca uma produção falada em outro idioma que não o Inglês conquistou a estatueta de Melhor Filme. Ao mesmo tempo, seria um indicativo de que o Oscar busca mudanças. O audiovisual brasileiro se faz presente a partir de “Democracia em vertigem”. A reação vista no Brasil à nomeação obtida pelo filme de Petra Costa dá a medida do clima polarizado devido aos últimos acontecimentos na política nacional. Há entusiastas e críticos severos desta produção indicada à categoria Melhor Documentário. Há chances de vitória, embora os concorrentes sejam fortes. Entre os que competem nos prêmios de atuação, algumas ausências são notadas, como as de Lupita Nyong’o pelo magnífico trabalho em “Nós”, Jennifer Lopez -- estonteante -- em “As golpistas” e Adam Sandler em estado de graça em “Joias brutas”. Apostas: Melhor Filme: “1917” Melhor Diretor: Sam Mendes (“1917”) Melhor Ator: Joaquin Phoenix (“Coringa”) Melhor Atriz: Renée Zellweger (“Judy: muito além do arco-íris”) Melhor Ator Coadjuvante: Brad Pitt (“Era uma vez em... Hollywood”) Melhor Atriz Coadjuvante: Laura Dern (“História de um casamento”) Melhor Roteiro Original: “Parasita” Melhor Roteiro Adaptado: “Jojo Rabbit” Melhor Filme Internacional: “Parasita” Melhor Documentário: “Indústria americana” Melhor Animação: “Toy story 4” Melhor Fotografia: “1917” Melhor Trilha Sonora: “Coringa” Melhor Canção: “(I'm gonna) love me again”, de “Rocketman"       Wanderley Andrade Das últimas edições do Oscar, esta parece ser a mais previsível. Atenho-me ao "parece" por entender que zebras podem surgir. Quem apostaria em “Green book” para o prêmio de Melhor Filme ano passado com concorrentes do porte de “Infiltrado na Klan” e “Roma”? Contudo, nesse jogo entre previsibilidade e incerteza, alguns nomes considerados favoritos ao prêmio devem se confirmar no domingo. Alguém duvida que Joaquin Phoenix levará o prêmio de Melhor Ator ou que “Parasita” ganhará a estatueta de Melhor Filme Internacional? Por outro lado, tem aqueles filmes para os quais torcemos muito, mas que dificilmente ganharão, levando em conta a força dos concorrentes. É o caso do nosso representante “Democracia em Vertigem” que concorre na categoria Melhor Documentário. “Honeyland” e “Indústria americana” chegam forte à disputa. Apostas: Melhor Filme: “1917” Melhor Diretor: Sam Mendes (“1917”) Melhor Ator: Joaquin Phoenix (“Coringa”) Melhor Atriz: Renée Zellweger (“Judy: muito além do arco-íris”) Melhor Ator Coadjuvante: Brad Pitt (“Era uma vez em... Hollywood”) Melhor Atriz Coadjuvante: Laura Dern (“História de um casamento”) Melhor Roteiro Original: “Parasita” Melhor Roteiro Adaptado: “Jojo Rabbit” Melhor Filme Internacional: “Parasita” Melhor Documentário: “Honeyland” Melhor Animação: “Klaus” Melhor Fotografia: “1917” Melhor Trilha Sonora: “Coringa” Melhor Canção: “(I'm gonna) love me again”, de “Rocketman"   Onde assistir O Canal E! transmitirá a chegada de indicados e convidados direto do tapete vermelho no Dolby Theatre em Los Angeles a partir das 20h. A TNT também acompanhará a chegada no badalado tapete com Hugo Gloss e Carol Ribeiro a partir das 20h30 e a cerimônia às 22h. Os assinantes poderão assistir também através do TNT GO. Já Rede Globo transmitirá o Oscar após o jogo do Pré-olímpico entre Brasil e Argentina. Na internet, é possível assistir toda a cerimônia ao vivo no site G1 a partir das 20h."  

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Crítica| Aves de Rapina: Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa

O fim de uma relação pode deixar marcas difíceis de apagar. Apenas para alguns, claro. Que o diga a Arlequina em Aves de Rapina: Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa. A separação do Coringa e a independência da trama em relação ao criticado Esquadrão Suicida fizeram bem à nova aposta da DC. Na história, Arlequina se unirá às anti-heroínas que dão nome ao filme para proteger Cassandra (vivida aqui pela atriz mirim coreana Ella Jay Basco), uma garota que está com um diamante pertencente ao Máscara Negra, interpretado por Ewan McGregor, o Obi Wan Kenobi da saga Star Wars. Além da Arlequina, estão no grupo Canário Negro (Jurnee Smollett-Bell), Caçadora (Mary Elizabeth Winstead) e Renée Montoya (Rosie Perez). A proposta da roteirista Christina Hodson de quebrar qualquer vínculo com o filme de David Ayer é visível logo na sequência inicial. O rompimento com o Coringa e a destruição da fábrica onde a psiquiatra Harleen Quinzel se transformou na Arlequina servem de marco para a emancipação. Christina acerta quanto ao enredo não-linear, ainda que a narração em primeira pessoa (da própria Arlequina) carregue o roteiro de exposição e didatismo em algumas cenas.     Margot Robbie está mais uma vez à vontade como Arlequina, esbanjando meiguice e violência tão necessárias à composição do papel. Diferente dela, Ewan McGregor apresenta um vilão caricato, até porque o próprio desenvolvimento dele no roteiro, por vezes maniqueísta, não ajuda. É um personagem sem profundidade, que pode render facilmente uma indicação ao Framboesa de Ouro. A cinematografia replica o colorido do visual da Arlequina. A sequência em que a protagonista invade uma delegacia e atira em policiais com uma arma que detona confetes reflete a proposta multicolorida de Matthew Libatique, diretor de fotografia, famoso por trabalhar em filmes de Darren Aronofsky, como Cisne Negro e Réquiem para um Sonho. Aves de Rapina: Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa não tem a densidade psicológica do filme Coringa, de Todd Philips. A pegada é a mesma do Esquadrão Suicida: explosões, lutas bem coreografadas e pouco papo. O longa estreia nesta quinta (6) nos cinemas brasileiros, um dia antes dos Estados Unidos.  

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Crítica| O Farol

Após a divulgação oficial dos indicados ao Oscar, é comum surgirem aquelas listas de “esnobados” pela academia. E se fosse para falar de injustiçados, sem dúvida, O Farol seria um deles. O filme até recebeu uma indicação na categoria melhor fotografia. Só. No entanto, merecia bem mais que isso. Segundo longa do diretor americano Robert Eggers, que antes recebeu muitos elogios da crítica pelo trabalho com o terror, A Bruxa. A história acompanha o zelador Ephraim Winslow (Robert Pattinson) em sua jornada de auxiliar do faroleiro Thomas Wake (Willem Dafoe) nas tarefas com um farol localizado em uma ilha da Inglaterra. O isolamento mexerá com a dupla que entrará numa espiral de alucinações e violência. A fotografia homenageia os filmes do movimento expressionista alemão. É marcada pelo contraste entre o preto e branco em um competente jogo de luz e sombra que potencializa uma atmosfera de sonhos. A direção de fotografia é de Jarin Blaschke, que também trabalhou com Eggers em A Bruxa. O Farol foi rodado em 35mm e com proporção de tela de 1.19:1, diferente do padrão 1.33:1.     Quanto ao elenco, destaque para a dupla Robert e Dafoe. Robert Pattinson já provou que tem talento e, a cada novo filme, vem enterrado a ligação com a franquia adolescente Crepúsculo. A prova disso é sua boa atuação em longas como Bom Comportamento e The Rover – A Caçada. O Farol é um dos seus melhores trabalhos, com uma caracterização e interpretação anos-luz de distância do Edward da saga vampiresca. Mas quem realmente impressiona é Willem Dafoe, que brinda o espectador com uma atuação soberba. Nos monólogos do faroleiro Thomas Wake, marcados por grande ira e poesia, Dafoe parece estar possuído por alguma força sobrenatural. O Farol merecia, sim, indicações nas categorias principais. Melhor ator coadjuvante para Willem Dafoe, melhor direção para Robert Eggers e também (por que não?) melhor filme. Em Recife, ainda é possível assistir ao filme no Cinema da Fundação Joaquim Nabuco. Confira aqui os horários.  

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Crítica| 1917

Alguns filmes de guerra entraram para a história do cinema mundial, fincando o pé definitivamente entre os melhores longas de todos os tempos. Como esquecer de A Ponte do Rio Kwai, Apocalypse Now ou A Lista de Schindler? Pois bem, mais uma produção do gênero certamente passará a marcar presença nessas listas: o intenso 1917 de Sam Mendes, diretor ganhador do Oscar por Beleza Americana. A trama acompanha dois soldados britânicos, Schofield (George MacKay) e Blake (Dean-Charles Chapman), na amarga missão de cruzar o território inimigo, arriscando a vida para entregar uma mensagem que poderá evitar a morte de milhares de homens, inclusive, do irmão de Blake. O filme oferece uma profunda imersão às entranhas da Primeira Guerra Mundial, reproduzindo da forma mais realista e crua possível a repugnante face de um front de batalha. É quase possível sentir o cheiro acre das carcaças de animais abatidos no combate e dos corpos de soldados pendurados nas cercas de arame farpado.     Logo no primeiro ato o roteiro desanda para diálogos por demais expositivos, com personagens lembrando, quase que a cada frase, dos perigos que a dupla irá enfrentar. Mas a partir do segundo ato a história ganha força após uma surpreendente reviravolta que impulsionará a trama. Em relação ao elenco, George MacKay ganhou certa notoriedade ao atuar, em 2016, no elogiado Capitão Fantástico. Já Dean-Charles Chapman é mais conhecido por seu trabalho na série Game of Thrones. Alguns nomes de peso surgem durante a jornada para fazer uma pontinha, como os atores britânicos Colin Firth e Benedict Cumberbatch. 1917 ganhou recentemente dois prêmios no Globo de Ouro, melhor filme de drama e melhor diretor. A boa recepção da crítica, aliada ao reconhecimento nas premiações, dá ao longa grandes chances de figurar entre os indicados ao Oscar 2020. Não apenas na disputa ao prêmio de melhor filme, mas também nas categorias técnicas, a começar pelo competente trabalho de cinematografia. A trama é costurada com um longo (falso) plano-sequência, escolha que dá mais realismo à história. A sequência do ataque noturno, com Schofield fugindo em meio às ruínas de antigos edifícios iluminados pelas explosões é impressionante. Ponto para o diretor de fotografia Roger Deakins, que tem no currículo longas como Blade Runner 2049, Onde os Fracos Não Têm Vez e Um Sonho de Liberdade.     Indicada ao Globo de Ouro, a trilha sonora, composta por Thomas Newman, soa desnecessária em algumas cenas. É inegável que nas sequências de ação ela se mostra eficiente ao potencializar a tensão. Mas falha ao se fazer presente nos momentos de calmaria, os quais parecem clamar por silêncio em oposição à música que insiste em golpear os tímpanos do espectador. Newman é colaborador de longas datas de Sam Mendes. Trabalhou com o diretor em filmes como Beleza Americana e 007 - Operação Skyfall. Sam Mendes provou ser possível dar novo gás a um gênero que vinha fraco das pernas. Muitos até consideraram uma grande zebra o prêmio no Globo de Ouro, levando em conta concorrentes do porte de Scorsese e Tarantino. Resta saber se o Oscar tomará o mesmo caminho. Estreia: 23 de janeiro.

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Dicas de filmes premiados do catálogo da Prime Video

Na era dos serviços de streaming, encontrar um bom filme em meio a centenas de títulos não é tarefa fácil. A variedade em um catálogo assume, dessa forma, o papel de vilã na hora da escolha. A tarefa fica ainda mais difícil com a quantidade cada vez maior desses serviços. Além da Netflix, a Prime Video, da Amazon, vem ganhando espaço após baixar o valor da mensalidade para R$9,90. Ainda que não tenha uma interface tão organizada quanto a da Netflix, o serviço da Amazon representa boa opção frente ao catálogo da concorrente, que vem priorizando produções originais. Nos últimos dias, a Prime Video disponibilizou em seu catálogo filmes que se destacaram em grandes premiações do cinema mundial, como o Oscar, Cannes e Sundance. Indico aqui algumas dessas produções.   A Maratona de Brittany   Filme de estreia do diretor Paul Downs Colaizzo, que também escreveu o roteiro. Na trama, Brittany, uma jovem sedentária e baladeira descobre que está mal após tentar conseguir com um médico a prescrição de anfetaminas (para uso nada medicinal, é bom frisar). Terá agora de perder, como ela mesma diz em uma das cenas, o peso equivalente ao de um husky siberiano. Sem dinheiro para academia, se juntará a um grupo de corredores que, no fim, a conduzirão à maratona de Nova York. O longa foi bem recebido pela crítica. Ganhou o prêmio de melhor filme pelo júri popular no Festival de Sundance deste ano. A atriz e comediante, Jillian Bell, encarna a protagonista. Jillian foi indicada, em 2010, ao Emmy pelo roteiro do programa de comédia Saturday night live.   O Passado   Filme iraniano dirigido por Asghar Farhadi, conhecido por seu trabalho em A Separação, longa ganhador do Oscar de melhor filme estrangeiro em 2012. Na história, Ahmad (Ali Mosaffa) retorna de Teerã à França para assinar o divórcio, quatro anos depois de deixar sua mulher, Marie (Bérénice Bejo) e os filhos. Seu retorno é marcado por conflitos entre Lucie (Pauline Burlet), filha de Marie do primeiro casamento, e Samir (Tahar Rahim), novo companheiro de Marie. Lucie guarda consigo um segredo relacionado à antiga esposa de Samir, que está em coma. Além da competente direção de Asghar Farhadi, o que torna esse um grande filme são as atuações. O iraniano Ali Mosaffa consegue transmitir a serenidade necessária que seu personagem pede. A atriz franco-argentina, Bérénice Bejo, mais conhecida por seu papel em O Artista, com sua atuação ganhou o prêmio de melhor atriz em Cannes. O Passado foi indicado ao Globo de Ouro e à Palma de Ouro em Cannes.   Filhos do Paraíso   Mais uma produção iraniana. Na história, Ali (Amir Farrokh Hashemian) vive com os pais e a irmã Zahra (Bahare Seddiqi) e um bairro pobre. Após perder os sapatos da irmã, passa a dividir secretamente os seus com ela, com medo de levar bronca dos pais. Até que surge a oportunidade de ganhar um par de sapatos novos se chegar em terceiro lugar em uma corrida da escola. Filhos do Paraíso mostra a dura realidade vivida por essa família humilde segundo o ponto de vista das duas crianças protagonistas. Sem perder o bom humor, o longa retrata o dia a dia dos irmãos que, logo cedo, terão de assumir grandes responsabilidades em casa, além das tarefas da escola. Foi indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 1999.   As Maravilhas   Dirigido por Alice Rohrwacher, mesma diretora do belo Lazzaro Felice, da Netflix, o italiano As Maravilhas acompanha a história de Gelsomina, jovem que mora com o pai e as irmãs numa pequena fazenda em uma vila na região da Toscana, onde vivem da produção de mel artesanal. Sua rotina é alterada após a chegada de Martin, um garoto acolhido pela família, ligado a um projeto social para jovens infratores. As Maravilhas trata de amadurecimento, da passagem da infância para a vida adulta. Tem um elenco, em parte, desconhecido, mas muito talentoso. Destaque para a atriz romena Maria Alexandra Lungu, que encarna a protagonista Gelsomina e para a bela Monica Bellucci, que interpreta uma apresentadora de TV. O filme ganhou o prêmio do júri no festival de Cannes em 2014.

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