Claudia Santos - Página: 126 - Revista Algomais - a revista de Pernambuco

Claudia Santos

Avatar

Por que os médicos escrevem? (Por Paulo Caldas)

A história é quem nos diz. Dentre os renomados vultos da literatura universal, desde as mais remotas manifestações, são incontáveis os de formação nas áreas do Direito, da Filosofia, da Política e outras profissões cujo cotidiano os motiva ao hábito da escrita. Mas e os médicos? Por uma vida a lidar com as mazelas alheias, das simples disfunções orgânicas aos estados nebulosos da consciência, o que os estimula o apego às letras? Como definir o surgimento do genial Tchekhov, de um João Guimarães Rosa, Conan Doyle e tantos mais que se tornaria cansativo citar? Qual então o motivo desse fascínio pelo ato de escrever? Será a chamada vocação ou o estímulo vem do contato com o humano. E a especialidade médica, contribui para essa tendência? No âmbito local, há um expressivo número de médicos que se dedicam à literatura e chamamos alguns deles a opinar. A cardiologista Ândrea Chaves, mostra a sua versão. “Talvez, a pergunta mais pertinente seria: por que os escritores viram médicos? Assim me vejo. Escrevo porque leio, porque sempre amei escrever, mais ainda, sempre precisei escrever. Ainda pequena não havia uma tristeza ou alegria que não virasse redação ou poeminha. Veio o vestibular... Letras foi a minha escolha, mas por insistência de meu pai, Medicina parecia o meu destino. A vida atribulada do médico, onde a leitura é mais presente que a escrita, me afasta um pouco das letras não científicas, se assim posso chamar. Mas, quando a vida se mostra crua e as alegrias e as tristezas pedem um pedaço de papel, lá estou eu de volta à menininha do passado que só se aquietava quando escrevia, escrevia e escrevia até cansar”. Ândrea Chaves tem publicados os livros O conto de Sofia e Clarinha uma menina pra lá de especial. Outra cardiologista, Maria Duarte faz uma interessante análise em sua opinião. “A disciplina de Semiologia nos ensina o método de entrevista de um paciente e a maneira de fazer o exame físico. A primeira parte consiste em saber o sintoma que o fez procurar o médico. Com esse dado passamos para a história da doença atual em que o paciente conta o início da sua doença, a relação ou não com outros sintomas, a sequência de eventos até que vem para a consulta ou foi internado no hospital e a consequência sobre a sua vida familiar, social e profissional. É importante observar a maneira da pessoa descrever o que sente, os gestos, a postura. Podemos então formular as nossas hipóteses sintomatológicas antes mesmo do exame físico. A partir daí precisamos escrever de maneira clara, objetiva, as informações recebidas. E faremos isso ao longo da vida profissional, sem cansar, pois nenhuma história é igual a outra. Quando não se encontra um diagnóstico clínico, temos que investigar o que aquele sintoma pode estar representando do ponto de vista emocional. A doença física também leva a um estado emocional alterado, muitas vezes não referido pela pessoa, mas que interfere com a evolução clínica. A doença pode estar sendo usada, de modo inconsciente, como sinal ou metáfora de outra coisa. Saber ouvir e observar uma pessoa que procura um médico é uma arte e às vezes nem nos damos conta disso. Extrapolando para a ficção, não é difícil perceber que temos personagem, cena, cenário, perfil físico e psicológico, desfecho feliz, triste, trágico, podendo levar para um conto, novela, romance”. Maria Duarte lançou o livro Amor e Traições e participou das coletâneas de contos Viva Carrero e Todo amor vale a pena. Outra Maria, a Batista Almeida, médica do trabalho, afeita a conversas com pacientes por força do ofício, define. “As aparentes desvantagens frente aos outros profissionais, os advogados e os jornalistas, por exemplo, para os quais a escrita faz parte do cotidiano, são referidas e nós médicos concordamos, no entanto, pensando melhor, nós também trabalhamos sempre escrevendo. Nos hospitais, nas emergências, nos consultórios, escrevemos as histórias dos pacientes, registramos as queixas, descrevemos os achados, as hipóteses diagnósticas, solicitamos exames complementares e concluímos prescrevendo a terapêutica. São esses escritos diários que motivam a criação de nossos textos”. Maria Batista tem publicado os livros Canto à vida e Presenças. Participou das coletâneas Lendas do Nordeste, Contos de Oficina, Viva Carrero, Pimenta Rosa e Todo amor vale a pena, dentre outras. *Paulo Caldas é escritor

Por que os médicos escrevem? (Por Paulo Caldas) Read More »

Unicef terá projeto no Recife para microcefalia

O Unicef e parceiros anunciarão amanhã, dia 15, um nova iniciativa para apoio às mulheres gestantes, às famílias e aos cuidadores de crianças com síndrome congênita do zika (SCZv, conhecida como microcefalia) e outras deficiências em Campina Grande.  A iniciativa Redes de Inclusão será implementada em Campina Grande e no Recife, municípios com alto risco para a infecção pelo vírus zika e entre os mais críticos em relação aos números de casos de microcefalia. O anúncio será realizado em um evento que contará com a participação do prefeito de Campina Grande e de representantes das secretarias de Saúde, Educação e da Assistência Social. Também estarão presentes representantes dos ministérios da Saúde, do Desenvolvimento Social e Agrário, do CONASEMS, do IPADS, do Unicef, da OPAS/OMS e da ONU Mulheres. Redes de Inclusão é uma iniciativa do Unicef coordenada com governos no âmbito federal, estadual e municipal, organizações da sociedade civil como a Fundação Altino Ventura (FAV), o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), o Instituto de Pesquisa e Apoio ao Desenvolvimento Social (Ipads), outros organismos internacionais como a OPAS/OMS e ONU Mulheres, e setor privado (Johnson & Johnson) para garantir os direitos dessas crianças e suas famílias. O projeto será realizado em três eixos estratégicos: *  Apoio às gestantes, às famílias e aos cuidadores: será desenvolvida uma nova metodologia de capacitação para a estimulação do desenvolvimento das crianças pelas famílias em suas residências. A metodologia será desenvolvida pelo Ministério de Saúde, Unicef e parceiro do serviço especializado em reabilitação, a Fundação Altino Ventura. *  Capacitação de profissionais de saúde, educação e assistência social: uma metodologia será criada para capacitação dos profissionais de saúde da atenção básica, para orientação na estimulação do desenvolvimento das crianças em âmbito domiciliar em parceria com os municípios e com o apoio do Ministério da Saúde e da OPAS/OMS. O Unicef, o Ministério da Saúde e a OPAS/OMS também criarão uma metodologia de capacitação de profissionais para o apoio psicossocial às gestantes, às famílias e aos cuidadores. *  Atenção integrada e atuação em rede: o projeto também atuará para o fortalecimento das redes de atendimento a essas crianças. Serão criadas linhas de cuidado para atuação conjunta entre instituições e serviços municipais e estadual das áreas de saúde, educação e de proteção social. Avanço do vírus zika  - Até 3 de setembro de 2016, 9.289 casos foram notificados, segundo as definições do Protocolo de Vigilância, do Ministério da Saúde. Destes, 1.888 casos confirmados para microcefalia e/ou alteração do SNC sugestivos de infecção congênita e 4.412 casos descartados. Continuam em investigação 2.989 (32,2%) do total de casos notificados.

Unicef terá projeto no Recife para microcefalia Read More »

Inadimplentes não sabem quantas parcelas devem

Segundo uma pesquisa nacional realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), 42,2% dos inadimplentes não têm muito conhecimento sobre o número de parcelas das compras a crédito que serão pagas no próximo mês, três em cada dez (33,9%) não sabem ao certo o valor das contas básicas e 40,3% desconhecem até mesmo sua renda total. De acordo com o educador financeiro do SPC Brasil, José Vignoli, estar a par do orçamento é essencial para uma vida financeira livre dos riscos da inadimplência. "O baixo conhecimento das contas, das parcelas a pagar e dos produtos e serviços adquiridos por meio do crédito indica que o consumidor perdeu o controle da situação. Nesse cenário, é extremamente difícil sair da inadimplência, pois a pessoa se torna incapaz de negociar melhor as dívidas e até mesmo de identificar as áreas em que é preciso realizar ajustes e cortes de gastos", afirma Vignoli. A pesquisa mostra que 4 em cada 10 brasileiros inadimplentes não têm conhecimento sobre os valores dos produtos e serviços comprados a crédito que serão pagos no próximo mês (43,5%) e nem quais são eles (43,5%). "Seja qual for o motivo que levou o consumidor a tornar-se inadimplente, uma coisa é certa: deixar de acompanhar atentamente as próprias finanças e contas só piora as coisas, pois só assim é possível viver dentro do padrão de vida adequado à sua realidade", aconselha o educador financeiro. Prova disso é que 23,5% dos inadimplentes nunca ou na minoria das vezes conseguem fechar o mês com todas as contas pagas.Quando perguntados sobre quais são as prioridades financeiras, as mais citadas foram a compra de alimentos, produtos de higiene e limpeza (43,9%), seguido pelo pagamento no prazo das contas mensais, como luz e telefone (30,6%) e o pagamento das dívidas em atraso para limpar o nome (11%). Para a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, com a recessão econômica, o desemprego e os efeitos da inflação, o poder de compra e de pagamento de contas das pessoas foi enfraquecido. "Além da dificuldade dos consumidores em arcar com suas dívidas, as empresas que prestam serviços básicos, como de água, luz e plano de saúde, mostram cada vez mais disposição em negativar os inadimplentes, como forma de acelerar o recebimento dos compromissos em atraso", explica Kawauti.  

Inadimplentes não sabem quantas parcelas devem Read More »

RioMar exibe Museu de Cera partir do dia 20

O recifense não vai precisar ir até o famoso Museu de Madame Tussauds, em Londres, para conhecer os bonecos de cera. A partir do dia 20 deste mês, o RioMar recebe o Dreamland Museu de Cera, com 40 réplicas de personalidades que estarão expostas no shopping. A atração ficará no Piso L (próximo à entrada do Aquário B) e entre as peças de famosos estão Amy Winehouse, Barack Obama, Michael Jackson, Steve Jobs, Papa Francisco e o pirata do Caribe Jack Sparrow, entre outros personagens de filmes de Hollywood. Segundo João Paulo Silva, curador da exposição e representantes da empresa Dreams, que está trazendo o Museu de Cera, as figuras são produzidas na Inglaterra e na França nos mesmos ateliês que atendem aos museus de Londres e Nova Iorque. “Cada peça leva de 6 a 12 meses para ser concluída a partir de um processo artesanal, que envolve de 20 a 30 artesãos”, afirma o empresário. A exposição ficará aberta ao público no horário de 14h às 21h, de segunda a sábado e das 12h às 19h aos domingos e feriados. Os ingressos custam R$ 16 a meia-entrada às segundas-feiras, R$ 22 a meia-entrada de terça à sexta-feira e R$ 26 a meia-entrada aos sábados, domingos e feriados. Crianças de até 12 anos devem estar acompanhadas dos pais ou responsáveis. Menores de 4 anos não pagam.

RioMar exibe Museu de Cera partir do dia 20 Read More »

Concorrência e compartilhamento

*Por Jorge Jatobá O mercado é a mais importante instituição do capitalismo. Nele preços são determinados, cumprindo o papel de alocar recursos e atender necessidades. Mercados, no entanto, não são iguais. Há mercados mais e menos competitivos. O número de produtores, o tipo do bem ou serviço, as barreiras à entrada e a natureza da regulação impactam o grau de concorrência. De um lado desse espectro podemos ter milhares de produtores de banana, e, de outro, um único produtor de petróleo. Como princípio quanto mais concorrência melhor para o consumidor. Isso significa, em geral, preços mais baixos e melhor qualidade. O monopolista produz escassez vendendo menos a um preço mais alto em comparação com uma empresa que opera em mercado muito competitivo. Entre os extremos do monopólio e da pura concorrência existem mercados imperfeitos caracterizados pela diferenciação de produtos e por um pequeno número de empresas produtoras. A falta de concorrência às vezes dissimulada pela proteção está presente em muitas dimensões da economia brasileira. Na área externa, empresários, especialmente os industriais, sempre pedem ao governo mais proteção contra a concorrência de produtos importados. Em vez de amentarem a produtividade e de promoverem a inovação em produtos e processos essenciais para reduzir preços e melhorar a qualidade, muitos empresários, através de suas associações, tornam-se avessos a concorrência, pedindo que o governo eleve os preços relativos dos produtos importados via tarifas ou impostos. Tivessem maior competitividade essas empresas venderiam mais barato tanto nos mercados internos quanto externos. O avesso a concorrência também está no âmago das relações espúrias e corrutas entre o setor público e o setor privado. A formação de cartéis para ganhar licitações especialmente em grandes obras de infraestrutura é uma forma de evitar a concorrência via preço e qualidade dos projetos como assim o tem demonstrado os resultados da Operação Lava Jato. As empresas entram em conluio para evitar que concorram entre si, repartindo os ganhos às custas de propinas que se destinam a pessoas e partidos políticos. O País recebe um produto mais caro e de pior qualidade em comparação com a situação de ampla concorrência. Mais recentemente - e em movimento que aumenta a eficiência da economia ao reduzir a ociosidade e o desperdício - avançou-se no sentido de compartilhar bens e serviços por meio de mecanismos de mercado. O aluguel de residências (apartamentos, quartos, casas, etc.) para curtos períodos de estadia por meio do aplicativo Airbnb é um exemplo. Outro é o aplicativo Uber que disponibiliza serviços de transporte de passageiros em veículos particulares. Eles ofertam, respectivamente, serviços de hospedagem e de transporte por meio de ativos que de outra forma ficariam ociosos durante períodos intermitentes de tempo. Ademais, esses ativos passam a gerar mais renda na economia. Eles são um produto da era digital porque são aplicativos facilmente acessíveis através de computadores e de dispositivos móveis. A resistência não tardou a vir das redes hoteleiras e dos serviços convencionais de táxi. Tomemos o caso do Uber que vem sendo objeto de resistências, conflitos e pressões sobre os governos municipais. O Uber aumentou a oferta de transporte em aberta concorrência com os serviços de táxi. A oferta melhorou a qualidade do serviço e reduziu o preço. Além disso, em algumas cidades, inclusive o Recife, reduziu o custo da licença de entrada dos táxis no mercado de transporte, mecanismo que restringia a oferta desse tipo de serviço. Em Paris, por exemplo, o número de táxis está congelado há décadas, o que restringe a oferta criando escassez com tarifas altas. Com o Uber o mercado não tem barreiras à entrada, não havendo necessidade de licenças. Isso aumenta a oferta, melhora a qualidade e reduz o preço. Quem ganha é o consumidor. Os taxistas individuais e as empresas de frotas de táxis estão, naturalmente, reagindo. O mercado agora é aberto e mais competitivo. Recorde-se que os proprietários de táxis têm certos benefícios, pois têm isenção total ou parcial de IPI e ICMS na aquisição dos veículos e de IPVA na circulação. E querem mais proteção. Os efeitos da concorrência são também o de melhorar a qualidade dos serviços de táxi convencionais. Em muitas cidades brasileiras os motoristas de táxi estão mais corteses, oferecem baterias para celular, não impõem ao usuário ouvir qualquer tipo de música ou noticiário e até se vestem com mais elegância. Puro efeito da concorrência que tende a igualar a qualidade da oferta, mas ainda não os preços nos dois serviços: taxis convencionais e veículos Uber. Pergunta-se, se os serviços do Uber e de novos concorrentes que já estão surgindo teriam de ser regulados. Eu diria que sim após livre negociação, mas nunca para limitar a concorrência e sim para estimulá-la. Sempre é sábio ter mais competição. O consumidor agradece. *Jorge Jatobá é economista

Concorrência e compartilhamento Read More »

Porters e Stouts: saiba as diferenças (Por Rivaldo Neto)

Com o mercado de cervejas em plena ebulição e com uma grande variedade de estilos invadindo as prateleiras, cada vez mais surgem dúvidas em torno na bebida. Uma delas é clássica. Qual a diferença entre cerveja Stout e a Porter. As diferenças são sutis entres essas duas irmã Dark Beers. Um pouco de história para começar. O estilo Porter tem origem britânica e é resultado de uma mistura de cervejas escuras, que chamamos de Brow Ales. Inicialmente a Porter foi criada em 1700 como um bled das variações Old Ale, Pale Ale e Mid Ale. Tem origem nas docas da Inglaterra onde os trabalhadores as misturavam para completar um Pint (copo de 430ml). Possuem como característica um amargor constante e leve. Os aromas realmente são ricos e lembram chocolate, toffee, baunilha, café entre outros. Até então era conhecida como Entire, que significa “Inteira”. Com o surgimento dos maltes tostados esse nome foi abolido. É aí que entra o estilo Stout, pois devido à necessidade de se diferenciar - a partir de sabores mais intensos e robustos - surgiu a denominação Stout Porter. Stout que quer dizer preta e Porter uma homenagem aos antigos trabalhadores braçais do porto, onde se originou a bebida conforme citado acima. Então para entender melhor, as Porters têm uma cor marrom escuro ao preto, são mais cremosas, e com malte tostado ou torrado. As Stouts começaram sendo um subestilo das Porters, mas foi reinventada ganhando várias características e nomes como Dry, Imperial, Oatmeal e dentre outros. A maior presença do malte torrado e maior graduação alcoólica nas Stouts e um pouco de caramelo nas Porters é também uma diferença marcante entre elas. Para quem tem curiosidade de provar os estilos, indico primeiramente a Muphys, uma Irish Stout das mais saborosas. Assim como a Guinness (que já falei anteriormente, leia aqui), a cerveja possui o sistema "Draughtflow", que consiste em uma cápsula de nitrogênio que se rompe ao abrir a lata e entra em contato com o líquido e assim produz uma espuma cremosa e consistente. A Muphys tem uma variação alcóolica baixa, 4,0%Vol, levemente lupulada e com malte torrado e pouco amargor. Mesmo as Stouts, tendo por características serem mais alcoólicas que as Porters, no caso da Muphys isso não ocorre, pois trata-se de uma cerveja leve e ideal para se iniciar nesse estilo. Fabricada pela Fullers, cervejaria inglesa e uma das melhores do mundo, vem a London Porter. Com intensas notas de café, chocolate e baunilha. Feita com o lúpulo inglês Fuggle, que tem como característica ser aromático, suave e agradável. Com 5,4%Vol, tem uma entrada mais doce, finalizando com certo amargor. Possui baixa carbonatação, tem o corpo médio e excelente drinkability. Uma Porter verdadeiramente admirável como são as cervejas produzidas pela Fullers.   Leia também: Cerveja com hambúrguer. Vai uma aí? As Imperial IPAs, o topo do amargor Cervejas e Queijos, dupla imbatível!   *Rivaldo Neto (rivaldoneto@outlook.com) é designer e cervejeiro gourmet nas horas vagas

Porters e Stouts: saiba as diferenças (Por Rivaldo Neto) Read More »

Por que os escritores vão às salas de aula III

*Por Paulo Caldas Perguntada por que vai às salas de aula, a escritora Rosângela Lima, explica. “Porque lá é possível, por exemplo, propor que as crianças alterem as aventuras vividas pelos personagens ou que incluam alguns novos. Lá, podemos considerar pontos de vistas diferentes, enfim estar em contato direto com o leitor e sentir de perto que podemos sim, fornecer a elas referenciais que enriqueçam seu repertório. Só com o contato direto com as crianças na sala de aula é que eu poderia ouvir “pérolas” como essa: – Quem vai ao casamento do Pato? Perguntei antes de ler o meu livro com esse título; quase todas as crianças levantaram a mão, apenas uma baixou a cabeça e fez sinal negativo com a cabeça; no que eu perguntei? – Por que você não vai ao casamento do pato? – É que sábado eu vou pra Gravatá!” Quanto a sua receita para escrever literatura infantil, detalhou: “Conviver diariamente com elas (no meu caso, há 32 anos). Ouvi-las, percebê-las curtir as situações, surpreender-se com suas ideias, além de beber na fonte de lembranças e experiências pessoais. Algumas das minhas histórias confirmam essa ideia”. Rosângela acredita que a sua visita contribuiu para a formação do hábito da leitura. “Discutir com as crianças a motivação e as estratégias de criação, amplia bastante seu modo de olhar para as histórias, a maneira de compreender os textos. Assim percebo que há toda uma energia contagiante incentivando-as na produção oral e escrita. O contato é mágico, trata-se de uma troca de afetividade. Além de gratificante, é muito prazeroso”. Sobre o que eles (alunos) mais questionam, comentou. “É engraçado, além de percebê-los me fitando como se eu não fosse de ‘verdade’, as perguntas que ouço com maior frequência são de conteúdo pessoal: – Você escreve com óculos? – Eu vi sua foto na capa do livro; – Eu já li outro livro seu, meu amigo tem um também; – Com quantos anos você começou a escrever?” Com relação aos seus livros de maior aceitação nas escolas, disse: “Fico feliz em responder a pergunta por ter publicado 12 livros que, na maioria são bem aceitos nas escolas, porém eu poderia destacar alguns como: ‘Você vai ao casamento do Pato? ’; ‘O aniversário do rei’; ambos adotados na rede pública estadual, ‘Beijo de bicho’ (PNBE-obras complementares); ‘Banho de bicho’; ‘Um pomar de histórias’”, finalizou. O escritor Paulo Caldas foi um dos pioneiros na prática de visitar as salas de aula em Pernambuco. “Lembro que ao lado de Jussara Kouryh e Rubem Rocha Filho, arregacei as mangas na missão de levar nossos textos às escolas, conversar com alunos e educadores, até em reunião de pais e mestres compareci, isso lá pelos anos de 1980. Meus títulos, voltados para o público infantil, especialmente ‘Era uma vez um quintal’, ‘Asas pra que te quero’ e ‘República dos bichos’, levaram de um jeito subliminar exemplos de coragem, solidariedade e cuidados com o meio ambiente, ou seja, esses e outros valores disfarçados de histórias de bichos humanizados. Minha preocupação sempre foi desmistificar as figuras dos super-heróis, que conseguem seus feitos por meio da força e das armas. Assim criei os anti-heróis, pequenos animais inteligentes, que contornam os obstáculos pela via da astúcia e entendimento. Mais adiante, com ‘Flores para Cecília’, ‘As faces do escorpião’, ‘A cor da pele’ e ‘O sol além da minha rua’, do mesmo modo sutil, adotei variações em torno do preconceito, também disfarçados em textos que contemplam os usos, costumes, gostos e preferências de adolescentes e jovens. Acredito que as mensagens, embora ocultas, fizeram efeito desejado, o que me traz a sensação de ter colaborado na formação daqueles meninos e meninas de ontem, cidadãos de hoje”. Finalizou. *Paulo Caldas é escritor

Por que os escritores vão às salas de aula III Read More »

Cerveja com Hambúrguer. Vai uma aí? (Por Rivaldo Neto)

Sempre é bom falar de como podemos beber e comer aproveitando o máximo destes momentos, então nada mais prazeroso que combinar as cervejas que gostamos com pratos que amamos. Uma combinação que é clássica no meio cervejeiro é beber cerveja com um bom e suculento hambúrguer. Assim como as cervejas que ganharam um impulso com o mercado em total efervescência, os hambúrgueres, que já há algum tempo antes já vinham nesse processo de “gourmetização”. O hambúrguer é uma comida extremamente versátil, um simples hambúrguer pode ser transformado em um prato gourmet. Então da mesma forma, a cerveja também oferece múltiplas possibilidades de aromas, estilos e sabores. O pão com a carne grelhada e os condimentos que hoje estão cada vez mais variados, são excepcionais para fazer ricas combinações e curtir imensas possibilidades que sem dúvida iremos gostar. Primeiro que os tipos de carnes têm suas particularidades. E quase sempre vem com algum tipo de queijo. Fora isso alguns molhos também incorporam essa áurea deliciosa que complementa de forma perfeita essa harmonização. Para comer com hambúrguer de porco ou linguiça, que geralmente são bem condimentados, e na maioria das vezes acompanhado de molhos agridoces, como o barbecue, a dica é uma Ale ou algumas de suas variações como as Red Ales ou a India Pale Ales. Essas combinações produzem um ótimo resultado. Sugiro a Bierland American Red Ale. Mesmo sendo uma cerveja de alta fermentação, ela não tem uma alta graduação 4,7%Vol, possui um bom amargor, é avermelhada e translúcida, com uma espuma mediana, aroma intenso e toques cítricos. Já para hambúrgueres de carne de boi como de maminha ou picanha, por exemplo, se forem levemente condimentados prefira uma cerveja da família Lager, que costuma ser mais encorpada com lúpulo, e bem mais refrescante. Um molho gorgonzola dá o encaixe perfeito. Experimente com a Lager da Broklin, cervejaria americana que possui excelentes cervejas. A Broklin Lager é muito refrescante, um teor de 5,2%Vol, aromas cítricos e um pouco herbal e coloração ambâr. Para um hambúrguer da frango, por ser mais leve, o ideal é uma cerveja igualmente leve, e como dito aqui que cerveja não se harmoniza por contraste como vinho e sim por aproximação dos e sabores, a pedida é degustá-lo com um molho de cebola ou de maionese com hortelã. A Dama Pilsen é uma cerveja que cai perfeitamente bem, por ser leve, com 4,8%Vol, com discreto lúpulo se sobressaindo o malte, dourada e muito refrescante. Hambúrgueres e cervejas são notadamente feitos um para o outro. MUNDO CERVEJEIRO No último dia 23 de agosto, no Chalé 92 nas Graças, a cervejaria DeBron Bier em um evento bem prestigiado por amigos, imprensa e produtores de cervejas artesanais lançou suas garrafas com os modelos exclusivos. Antes a DeBron era comercializada apenas em forma de chope e agora passa e ser envasada e distribuída no mercado para as casas especializadas. Os rótulos têm uma bela apresentação e bom gosto e deu o tom do lançamento do evento. Os convidados puderam apreciar os cinco estilos produzidos pela cervejaria: Weizen, IPA, Witbier, Lager e Golden Ale. Até chegar à garrafa, mais estudos e preocupação para aliar novidade e qualidade. Com um design diferenciado, a garrafa da DeBron Bier chega ao Estado de maneira exclusiva e tem a capacidade de controlar o creme da bebida, respeitando a quantidade de espuma comum a cada estilo. “Alguns estilos são mais propícios a formar o colarinho. É mais comum, principalmente nas belgas, agregando valor não apenas ao sabor, como também ao visual da bebida”, explica Thomé Calmon. A espuma é responsável por manter o sabor característico, o amargor, a temperatura, assim como ajuda na liberação do aroma. “Por isso que para as cervejas artesanais o colarinho é muito importante, já que o intuito é proporcionar interação entre todos os sentidos. A espuma faz parte da degustação”, ressalta Eduardo Farias. *Rivaldo Neto é designer e cervejeiro gourmet nas horas vagas (rivaldoneto@outlook.com)

Cerveja com Hambúrguer. Vai uma aí? (Por Rivaldo Neto) Read More »

Médicos Sem Fronteiras realiza atividades gratuitas no Recife

De 27 de agosto a 11 de setembro, diversas atividades gratuitas estarão espalhadas por Recife com o objetivo de conectar as pessoas à ajuda humanitária que Médicos Sem Fronteiras realiza em mais de 70 países.  Conexões MSF é um projeto que reúne exposições, filmes, intervenção artística, oficinas e conversa.  A diversidade de atividades, espalhadas por 12 locais da cidade do Recife pelo período de 16 dias, visa atrair pessoas com os mais diversos interesses, para que voltem seus olhares ao universo da ajuda humanitária e sintam-­se verdadeiramente conectadas a ele e às realidades que o compõem. Veja a programação para hoje: Galeria Janete Costa (Parque Dona Lindu), Data: de 27/08 a 02/10, Horário: de quarta a sexta­-feira, das 12h às 20h | Sábados e domingos, das 14h às 20h. Exposição fotográfica com imagens convidam o público a enxergar verdadeira e profundamente situações negligenciadas vividas por pessoas que enfrentam a invisibilidade. O trabalho de Médicos Sem Fronteiras envolve, além da oferta de ajuda médico-­humanitária a essas populações, comunicar as crises esquecidas com as quais atua. Essa exposição fotográfica traz a invisibilidade como questão, o silêncio como meio e a sensibilização como resposta. A curadoria é de Vanessa Poitena.  19h, no Teatro Luiz Mendonça, Parque Dona Lindu.  A diretora de Comunicação de MSF-Brasil, Alessandra Vilas Boas, e a psicóloga Ionara Rabelo abrirão, oficialmente, o evento Conexões MSF no Recife, após a exibição a céu aberto do filme “Affliction – O Ebola na África Ocidental”. Com moderação do jornalista Francisco José, a conversa será pautada pelo trabalho da organização e suas atividades na cidade, além da participação mais do que especial dos cordelistas Davi Teixeira e Meca Moreno.     A partir de 8h, na Praça da República, o muro personalizado pelo artista Rafa Mattos estará esperando você para completar a frase “para mim, ajuda humanitária é...”. Haverá também workshop da Bike Anjos para aprender a pedalar e customização de bicicletas pela Reciclo Bikes. Todas as atividades são gratuitas.  Às 11h, os ciclistas partem para um trajeto de nível fácil, com duração de 1 hora, por pontos do Recife Antigo do Coração para divulgar a presença do Conexões MSF na cidade.  

Médicos Sem Fronteiras realiza atividades gratuitas no Recife Read More »

Após as emoções olímpicas, aplausos às artes cênicas...

Foram muitas as reflexões apontadas durante as Olimpíadas do Rio 2016, não só para o universo esportivo, mas especificamente para segmentos como educação e arte. Talvez poucas pessoas tenham percebido o recado cifrado do evento, tão tomada pela emoção estava a grande maioria dos espectadores e telespectadores da Rio 2016. – E não era pra menos, toda imprensa televisiva investiu nesse eixo deixando lividamente uma população às lágrimas, mesmo a que estava há muitos quilômetros de distância da capital fluminense. As poucas pessoas que apenas os olhos marejaram, refletiram sim, e puderam comparar (e teria que comparar mesmo), a quantidade de medalhas nas três categorias (ouro, prata e bronze) conquistadas pelos países participantes, perceberam de imediato e sem esforços, que a educação é o vetor dessas conquistas. Vejamos então os países que menos medalhas receberam nesta Olimpíada, todos têm um histórico remoto de ínfimo investimento na educação. Esta mesma reflexão se adéqua na questão das artes. Ao contrário, os Estados Unidos, a Alemanha, a Rússia, a Inglaterra, a França, a Itália, por exemplo, são países que tradicionalmente investem na educação como necessidade primeira, para que a sociedade desenvolva, com competência, suas culturas, suas artes e seus esportes. Daí, ao receber medalhas, risos. O Brasil conseguiu 19 medalhas, recorde em quantidade de aquisição olímpica até então. – Um parêntese aqui, me permitam: as medalhas brasileiras foram também banhadas por lágrimas, principalmente dos homens olímpicos. Isso aponta para uma coisa interessante de observar, relativa à cultura da masculinidade brasileira perdendo o vício mentiroso de dizer que homem não chora. Sempre chorou, escondido ou disfarçado, chorou e chora. Mas um legado da Olimpíada Rio 2016 que nos fica é a liberação do choro masculino (barbudos ou sem barbas, com topetes ou carecas, jovens, ou nem tanto, atletas ou fãs, já podem chorar em público como os nossos ídolos fizeram para o mundo ver. É obvio que entendemos no choro dos nossos “heróis” o filme que passa em suas cabeças de quantos dragões tiveram que vencer a cada dia para chegar ao pódio). – Voltando as 19 medalhas do Brasil, essa quantidade vai continuar num crescimento lento e gradual, porque assim é o investimento nacional na educação da sua população. E isso sim, é de fazer chorar. “É ouro, é ouro, é ouro!” – Esguelava-se Galvão Bueno na tela da TV, e as lágrimas rolavam. Porém, a televisão nada falou da programação artística e cultural destinada à Olimpíada, destacando-se a música, o teatro e a dança (que são as verdadeiras medalhas de ouro da diversidade e pluralidade da cultura brasileira), sabiamente ofertada pelo Ministério da Cultura, através da Funarte, no Bulevar Olímpico. Artistas de todas as regiões do país expostos a apreciação dos estrangeiros (a melhor forma de conhecer a alma do povo de um país é observar a arte que este povo produz), e a televisão silêncio total, como se os esportes não tivessem em suas expressões uma carga inseparável de arte e cultura advindas de uma educação. Como vimos na abertura dos jogos no Maracanã, o frisson que causou dentro e fora do Brasil, a nossa criatividade, a inventividade e a naturalidade de nossas expressões artísticas, usando como suporte tecnológico apenas câmeras cinematográficas, e isso não servir de foco para os veículos de comunicação de massa divulgar a programação da Olimpíada Rio 2016 contando com as artes nela inserida, é no mínimo um equívoco imperdoável. – Mesmo sem o alarde das Televisões, é gratificante saber que o público formado por brasileiros e estrangeiros prestigiou a programação cultural, e aplaudiu a arte que viu. Agora, pós-olimpíada, é tempo de aplaudirmos, ao vivo, os artistas locais em desenvolvimento de suas artes, e tenhamos todos bons espetáculos! DICAS DE ESPETÁCULOS EM CARTAZ NO RECIFE: - Puro Lixo, de Luiz Reis e direção de Antônio Cadengue, no Teatro Hermilo Borba Filho, aos sábados e domingos. Informações: 33553319. - Ossos, de Marcelino Freire, com direção de Marcondes Lima, no Teatro Barreto Jr. Tadas as sextas e sábados, às 20h. Informações: 33556399. - A Receita, texto e direção de Samuel Santos, com a atriz Naná Sodré, no Teatro Luiz Mendonça (Parque Dona Lindu), todas as quintas, às 20h. – Informações: 33559821. - Vento Forte Para Água e Sabão, de Giordano Castro, com direção de André Filho, no Teatro Barreto Jr. Aos sábados e domingos às 16:30h. - Duvido, espetáculo de dança com coreografias de Ana Emília Freire e Direção geral de Cecília Brennand, no Teatro Luiz Mendonça, toda sexta às 20h. – Informações: 33559821. - Aurora Em... Uma Bela Adormecida, concepção e direção artística de José Roberto Lira, no Teatro Luiz Mendonça, aos domingos às 17h. – Informações 33559821. - Zumba Sem Dente, de Hermilo Borba Filho, com direção de Carlos Carvalho, no Teatro Hermilo, as terças feiras, às 19h. Informações: 33553319. *Por Romildo Moreira é ator, autor e diretor teatral

Após as emoções olímpicas, aplausos às artes cênicas... Read More »