Claudia Santos, Autor Em Revista Algomais - A Revista De Pernambuco - Página 68 De 141

Claudia Santos

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O grande, enorme, Jairo Lima (por Joca Souza Leão)

Jairo Lima foi meu amigo. Grande, enorme. Por mais de 40 anos. Jairo foi o cara mais inteligente, culto, criativo, ético, bom caráter, generoso e altruísta que conheci. Não tinha invejas. Nem grandes nem pequenas. De nada. Nem de ninguém. Tinha ouvido absoluto. E uma memória monumental. Jairo Gonçalves Lima. Sertanejo de Arcoverde, 73 anos. Morreu em casa, na Torre, no último domingo de outubro. Poeta, escritor, dramaturgo, ensaísta, crítico, pensador, musicólogo e redator de propaganda. Jairo Lima não foi mais porque não quis. Não fez fama e dinheiro porque não quis. Isso. Não quis. Ao longo da vida, escreveu, leu, viu e ouviu tudo que quis. “Cuidado pra não derrapar” – recomendava ele, citando um barbeiro de Arcoverde (ou de Triunfo?) metido a filólogo e crítico literário. A recomendação valia para qualquer texto, de qualquer autor. Vale, pois, para este texto aqui, que tento (a duras penas) escrever. Imagino-lhe dizendo: “Cuidado pra não derrapar, Joca”. Ou seja, cuidado pra não cair no piegas, no sentimentaloide, adjetivoso. É prudente, caro leitor, leitora, não escrever sobre amigo morto há pouco. O risco de derrapagem é grande. E em pista molhada, então, nem se fala. Volto, pois, à pista seca, a caminho do sertão. O intelectual erudito Jairo Lima era também um conversador de papo afiado, bem-humorado, bom bebedor, guloso, fumante e contador de histórias, na melhor tradição sertaneja e nordestina. Seu Crispim era um dos personagens preferidos da infância. “Estúdio Fotográfico Crispim. O melhor de Arcoverde” – como anunciava a placa na fachada da casa de porta e janela. No estúdio, cenários pintados com temas acadêmicos, românticos, religiosos e artísticos. Ao gosto do freguês. Ou para ambientar o tema da foto. Casamento, formatura, batizado, posteridade... Tudo pronto. Câmera no tripé, foco e flash conferidos, pano preto (que cobria até a cabeça do fotógrafo) para a luz ambiente não queimar o filme antes do tempo, e Seu Crispim perguntava ao freguês por perguntar, pois já ia dando as instruções, antes mesmo de ouvir a resposta: “É foto para documento ou é foto para a eternidade? Se for para documento, olhe pra’qui, pra lente da câmera; se for para a eternidade, olhe pr’aquele prego ali, no alto da parede.” – Olhe para o prego na parede, Jairo Lima! – Eu não! Eterno é Dante. Eterno é Bach.

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CAM Bem-Estar lota Teatro RioMar

CAM Bem-Estar lota Teatro Riomar A realização do CAM Bem-estar ontem (12/12) lotou o Teatro RioMar com um público interessado nas informações sobre qualidade de vida dos importantes palestrantes que abordaram temas estruturados em quatro pilates: alimentação; atividade física; equilíbrio emocional e o sono. Realizado pela Revista Algomais e Rádio CBN, o evento teve como um dos pontos altos a apresentação do educador físico Marcio Atalla. Além de dar dicas sobre atividade física, ele mostrou os resultados do projeto Vida de Saúde, que conseguiu fazer com que 40% da população da cidade de Jaguariúna (SP) melhorasse sua qualidade de vida. Outro destaque foi a apresentação de Renata Nascimento, diretora do Tulasi Mercado Orgânico, que abordou como a opção por produtos sem agrotóxicos é fundamental para a preservação do meio ambiente. Ela mostrou como a produção de orgânicos pode ser realizada em grande escala ao mostrar o case do proprietário da Fazenda da Toca, Pedro Paulo Diniz. Renata emocionou a plateia quando chamou para subirem ao palco agricultores familiares que o Tulasi auxilia a produzir no sistema de agrofloresta. As dicas de como manter um ono de qualidade do médico Sávio Cardoso foi outro ponto alto do evento. Ele surpreendeu o público ao informar que celulares e demais aparelhos eletrônicos podem impedir as pessoas a dormirem bem. Já o psicólogo Francisco da Costa apresentou dicas importantes para aliviar o estresse vivido por moradores dos grandes centros urbanos. E para os que pensavam ser difícil manter uma alimentação saudável, a nutricionista Virgínia Campos mostrou, de forma prática, como é possível se alimentar com “comida de verdade” no agitado cotidiano das cidades. Um diferencial do evento foi a apresentação dos resultados do projeto CAM 60 dias, onde quatro participantes encararam o desafio de melhorar a qualidade de vida num período de dois meses, a partir da alimentação, da atividade física, do equilíbrio emocional e do sono. Aline Aquino, Ione Danielle, André Maia e Carlos André mostraram que têm garra e alcançaram os objetivos propostos. Patrocinado pelo Mercado Tulasi, com apoio do Riomar, Hotéis Pernambuco, Luck Viagens e Pharmapele e apoio de mídia da Rede Globo, o CAM Bem-Estar integra o projeto CAM Cidades Algomais, que tem propósito em debater soluções sobre os principais problemas dos grandes centros urbanos do País. “O evento foi um sucesso, que atraiu um grande público e tenho certeza que atingimos o nosso objetivo de inspirar as pessoas residentes nas cidades a cuidarem da sua qualidade de vida”, comemora Mariana de Melo, sócia da Algomais e coordenadora do CAM Bem-Estar. Veja a cobertura completa do evento na edição de janeiro da Revista Algomais e conteúdo das palestras na edição de fevereiro da Algomais Saúde.

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Diplomacia: cônsul da Malásia visita a ACP

O Cônsul representante da Comissão de Negócios da Embaixada da Malásia, Radihisham Ismail, esteve ontem na Associação Comercial de Pernambuco, onde foi recebido pelo diretor da ACP e presidente do Iperid, Rainier Michael, representando o presidente Luiz Alberto Carneiro. No encontro participaram Frederico Cavalcanti Petribú Vilaça, presidente da Usina Sao José Agroindustrial e o engenheiro da empresa Lucas Brito Leal; o consultor João Canto, fellow do Iperid; e Thales Castro, membro do conselho da ACP e Presidente da Sociedade Consular de Pernambuco. Julio Barbosa, Oficial de marketing da Embaixada e a esposa do cônsul, Sra. Tengku Noor Amalia Tengku Mansoor, também estiveram na visita ao Estado. O diplomata assistiu apresentações sobre o cenário econômico de Pernambuco e acerca das perspectivas nas relações internacionais e declarou o interesse do País asiático em firmar parcerias com empresários em Pernambuco. Enfatizou que junto com São Paulo, Espirito Santo, Pernambuco é um estado estratégico para a Malásia. A estadia dele no Estado tem motivação de conhecer as oportunidades de intercâmbio comercial. Radihisham Ismail esteve também na Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (Sdec-PE), onde foi recebido pelos secretários executivos Luiz Cardoso Ayres Filho (Energia) e Antonio Carlos (Políticas de Desenvolvimento), e visitou o Complexo de Suape.

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Time da In Loco comemora Prêmio Caboré, o Oscar da publicidade brasileira

A empresa pernambucana In Loco, uma das gigantes do Porto Digital, recebeu ontem em uma cerimônia de gala na cidade de São Paulo, a honraria máxima da publicidade no Brasil: venceu o Caboré 2018 da categoria Serviço de Marketing. A premiação é uma iniciativa do Meio & Mensagem, publicação que lidera o segmento de publicidade e marketing no Brasil. “É uma grande honra para a In Loco, uma empresa de tecnologia brasileira que nasceu nos corredores da universidade, receber o maior reconhecimento da publicidade do Brasil. Gostaria de agradecer ao nosso time, parceiros e amigos que nos ajudaram até aqui”, declara André Ferraz, CEO e cofundador da In Loco. O Caboré é considerado o maior prêmio da propaganda brasileira e consagra os principais profissionais e empresas que contribuem para o desenvolvimento da indústria da comunicação no Brasil.

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Diagnósticos do Brasil faz investimento em Pernambuco

A Diagnósticos do Brasil inaugura amanhã (29) sua primeira unidade em Recife. A empresa está realizando em todo o País o investimento na ordem de R$ 50 milhões em ampliações e instalação novas unidades. "A escolha por Recife foi feita com base na localização estratégica numa região central do Nordeste. Hub das companhias aéreas, fácil acesso às rotas terrestres de outras capitais e cidades importantes que possuem grande volume de exames”, comenta o diretor geral do grupo, Antonio Fabron. Com a nova unidade, o grupo contribui com mais de 100 novos empregos em Recife. Cerca de 80% dos colaboradores são profissionais da área de saúde, sendo técnicos, biólogos, biomédicos e farmacêuticos. “A expectativa é chegar a 150 até o final deste ano, e 200 até o final do primeiro semestre de 2019”, explica Fabron. A nova unidade técnica conta com aproximadamente 3.600m² e capacidade para realização de 5 milhões de exames por mês. O diretor comercial do grupo, Tobias Thabet Martins, explica que todo o planejamento foi realizado com base nas necessidades do cliente e da região. “A estrutura foi espelhada nos demais empreendimentos da marca e as regiões Norte e Nordeste serão as mais beneficiadas. Equipamentos de última geração possibilitam uma operação ininterrupta e com alto nível de automação, proporcionando maior agilidade na coleta de exames e na entrega dos resultados”. Os exames realizados em Recife serão os mesmos disponibilizados na Matriz do Diagnósticos do Brasil, localizada em São José dos Pinhais. “Nossa capacidade operacional é de 7 milhões de exames por mês. Com as ampliações nas outras sedes e com a nova unidade técnica de Recife, a expectativa é quebrar os recordes e alcançar os 15 milhões de exames processados por mês”, conta Martins. De acordo com Fabron, em 2019 a perspectiva da empresa é de crescer em torno dos 50% em faturamento. "Com a nova unidade, haverá uma redução de até 20 horas no transporte para exames realizados. Com isso, o Diagnósticos do Brasil terá um aumento significativo da demanda de exames que devem ser terceirizados de toda a região Norte e Nordeste para a unidade de Recife".

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As habilidades para o emprego do futuro

O estudo O Futuro do Emprego, realizado pelo Fórum Econômico Mundial em 2018, concluiu que o rápido avanço da tecnologia – como automação, robotização e digitalização – pode eliminar cerca de 75 milhões de vagas de emprego em todo o mundo até 2022. Para se ter uma ideia tamanho do impacto, a relação entre o trabalho humano e aquele feito por máquinas e algoritmos, que hoje é de 71% para 29%, será de 58% para 42%. E, em 2025, pode alcançar a proporção de 52% para 48%. Ao mesmo tempo, de acordo com o estudo, a tecnologia deve criar cerca de 133 milhões de empregos, em virtude de novas necessidades que surgirão em outras áreas. Ao contrário do que vinha sendo avaliado, então, o estudo mostra que haverá um saldo positivo de 58 milhões de empregos. Mas o desafio ainda é maior do que se imagina, porque não basta apenas ter qualificação técnica para as novas oportunidades de trabalho, é preciso também desenvolver novas habilidades. Algumas delas, inclusive, devem se tornar mais importantes do que a própria profissão – que estará em constante transformação, podendo até desaparecer. Habilidades como pensamento analítico e análise sistêmica serão as mais exigidas para se candidatar às profissões tecnológicas. Haverá forte demanda por profissionais capazes de criar, com base na inteligência artificial e na internet das coisas, os algoritmos e os robôs que vão executar a maior parte das atividades do futuro. Por outro lado, o estudo também revela que, com a automação, o ser humano terá mais tempo para se dedicar às atividades tipicamente humanas. Nesse sentido, habilidades como criatividade, iniciativa, pensamento crítico, persuasão, negociação e resiliência serão ainda mais exigidas do profissional que não quiser perder sua vaga para um robô. Mas não bastam somente essas habilidades para se garantir um emprego no futuro. Existem duas outras habilidades que são ainda mais importantes. A primeira é a capacidade de aprender sozinho. E isso porque o conhecimento técnico tende a deixar de ser formal e linear, como já acontece em escolas e universidades, e passará a ser verticalizado e descentralizado. O reflexo dessa tendência já pode ser sentido atualmente em alguns mercados, que não mais exigem o diploma como uma condição para a contratação. A segunda das habilidades mais importantes é a responsividade, que é capacidade de responder de maneira rápida e adequada a novas situações. Como a mudança será uma constante em qualquer profissão daqui por diante, em virtude dos avanços tecnológicos, até mesmo as profissões em alta no futuro poderão ser afetadas. Por isso, o profissional que não se adequar rapidamente reforçará a tese, atribuída à Charles Darwin, na qual não é o mais forte que sobrevive, nem o mais inteligente, mas o que melhor se adapta às mudanças.

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Se eu fosse eu

Martha Medeiros escreveu uma crônica, em 2000, fazendo menção a Clarice Lispector que também escreveu a respeito em 1968. A ideia original é de Clarice. Martha copiou. Clarice fez o perturbador e intrigante exercício de refletir sobre o que ela faria se fosse ela mesma. Martha também. Agora faço eu. Porque umas das coisas que eu faria se eu fosse eu mesmo, era copiar uma boa ideia sem ter vergonha de copiá-la. Sobretudo uma ideia genial. Então, neste momento, estou sendo eu mesmo. Se eu fosse eu, trabalharia apenas quatro dias da semana e dedicaria os outros três ao ócio. Não o ócio qualquer, mas o criativo, enaltecido na obra de Domenico De Masi. Usaria calça jeans e camiseta. Abandonaria terno e gravata. Assistiria mais a documentários do que a filmes. Nas reuniões, substituiria a xícara de café por uma taça de vinho. Uma para cada reunião. Mesmo nos dias com mais de cinco reuniões. Se eu fosse eu, elogiaria a beleza feminina, em alto e bom som, e não me preocuparia se iriam me interpretar como assediador. Acordaria somente quando o sono cessasse. Não abriria mão de sobremesas no almoço. Peidaria em qualquer ambiente. Moraria numa casa e não em apartamento. Criaria cachorros. Beijaria minha mãe todos os dias. Se eu fosse eu, não juntaria dinheiro e pararia de me preocupar com o futuro dos outros. Faria churrasco dia sim, dia não. Me dedicaria mais a escrever do que a advogar. Faria aula de canto. Diria na cara de quem não gosto que não gosto. Conversaria abertamente sobre todas as minhas fraquezas e defeitos, sem me preocupar com imagem, rótulos ou conceitos. Se eu fosse eu, viajaria sozinho quando bem entendesse. Não esconderia qualquer sentimento: raiva, paixão, ódio, amor, afeto. Opinaria sobre tudo nas redes sociais. Compraria uma vespa. Esmurraria políticos corruptos em encontros sociais, utilizando-me covardemente do elemento surpresa. Mandaria à merda meia dúzia de chatos. Tiraria um período sabático, por um ano, pensando no que deveria fazer na segunda metade da vida que me resta. Se eu fosse eu, dedicaria metade do dia ao meu filho, Joaquim, e desligaria o celular durante esse período. Faria turismo futebolístico pela Europa, durante três meses seguidos, somente assistindo a jogos e bebendo cerveja até cair. Diria a um ingrato o quanto ele foi ingrato comigo (sei que você está lendo isso, seu ingrato!). Mas lhe diria o quanto foi importante na minha vida. Estudaria psicanálise. Andaria a pé, por aí, sem destino. Eu só não sei se aguentaria ser eu mesmo o tempo todo. Minha vida seria um inferno, creio eu. E este ser que ora crer, sou eu mesmo. Porque toda crença vem de mim, inobstante se exteriorizar apenas aquele que, insistentemente, faz morada em mim, mas que no fundo não reflete quem verdadeiramente sou.

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Por um bairro todo caminhável

O Bairro do Recife hoje é uma ilha, embora tenha começado como um pequeno povoado portuário na ponta do istmo que ia desde o sopé das colinas de Olinda até o estuário dos rios Capibaribe, Beberibe, Jordão, Tejipió e Jiquiá, de frente para a linha dos arrecifes que protege a costa da “fúria do mar” e propiciou à localidade excelentes condições para o aportamento de navios, desde os primórdios da colonização, no início dos anos 1500. A região virou ilha com a abertura de uma passagem do Rio Beberibe direto para o mar, hoje junto ao Terminal de Açúcar, durante os trabalhos inconclusos de construção de uma base naval (que terminou sendo transferida para a cidade de Natal), no final da década de 1940. Uma área importante do bairro ainda é ocupada por atividades portuárias, mas a maior parte é destinada a atividades comerciais e de serviços que tiveram um grande incremento após a instalação do Porto Digital lá no início dos anos 2000. Pois é, justamente, neste território hoje insular que acontece no mês de novembro a segunda versão do festival Rec’n’Play que, dentre outros temas, conforme pode ser visto em matéria desta edição da Algomais, vai tratar de cidades inteligentes. Na versão do ano passado, tive oportunidade de coordenar no próprio festival uma oficina sobre a caminhabilidade no bairro (inclusive com caminhada guiada) e uma das conclusões a que chegamos foi que a cidade inteligente é caminhável ou, então, não é inteligente! Este ano proponho que a discussão se amplie para avançar em direção a uma primeira proposta de caminhabilidade radical da parte que não é porto na ilha do Recife. Um exemplo muito bom que pode servir de referência para isso é o chamado Boulevard Rio Branco cuja pedestrianização a prefeitura inaugurou no final do ano passado. E se todo o bairro fosse daquele jeito ali? A justificativa para isso é que muita gente já circula por lá e as distâncias no bairro são perfeitamente percorríveis a pé, desde que, claro, a condições de caminhabilidade (como regularidade do piso, acessibilidade, sombra, fachadas ativas, etc.) sejam garantidas. Isso, sem excluir os carros como pode ser visto no Boulevard Rio Branco. Parece ousado? Mas para que uma coisa possa vir a ser implantada, algum tipo de de antecipação “sonhática” precisa existir. Como disse o escritor francês Victor Hugo: “Nada como o sonho para construir o futuro. Utopia hoje, carne e osso amanhã”.

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Nosso tempo (Por Joca Souza Leão)

Agora eu sei por que velho gosta de reler o que já leu há muito tempo. Não é lá muito justo, mas é assim: velho vive sem pressa e jovem vive apressado. Ou seja, quem tem a vida toda pela frente tem pressa, não há tempo a perder; quem já tá mais pra lá do que pra cá faz uma coisa de cada vez, sem pressa. Ganhei de Margarida Dantas um livrinho de Cícero, Saber Envelhecer, qu’eu já tinha lido com uns 40 anos. Reli. Como o livro não mudou (ao longo dos seus mais de dois mil anos), mudei eu. Meus olhos não são mais os mesmos. Nada em mim é mais o mesmo. E minha bagagem não é fardo; ao contrário, ajuda-me a caminhar. “(Há um) provérbio muito antigo e famoso que recomenda ser velho cedo se quisermos sê-lo por muito tempo. De minha parte, prefiro ser velho por menos tempo do que sê-lo prematuramente” – recomendou Cícero. Valeu a releitura. Enfim, tenho mais relido do que lido. Devagar. Sem pressa. Sem pular biografias, prefácios, comentários, crítica. De novidade, mesmo, só as traduções. Até outro dia, por assim dizer, quase tudo que a gente lia era traduzido de segunda mão, não da língua original, mas do francês (muitas vezes, para o português de Portugal). Li Dostoiévski de segunda (ou terceira) mão. Tradução do espanhol pela portuguesa Natália Nunes. Agora, tô relendo Crime e Castigo, tradução do paraibano Paulo Bezerra, direto do russo. E tá lá, na boca de Raskolnikov: “(...) dias e noites deitado num canto pensando... na morte da bezerra.” Empaquei aí, enjicado com a expressão em russo. Achei que Bezerra, nordestino, teria abusado do regionalismo. Mas, qual o quê? A expressão vem de longe. No tempo e na geografia. “Não tendo mais bezerros para oferecer em sacrifício a Deus, Absalão sacrificou a bezerrinha do seu filho caçula, que, inconformado, passou o resto da vida ao lado do altar que se prestara ao sacrifício, pensando na morte da bezerra”. (Andei doando meus livros para bibliotecas populares e escolas públicas, mas, ainda bem, preservei o velho exemplar de Locuções tradicionais no Brasil, de Câmara Cascudo). Mas diga-me, caro leitor, leitora, o que há de novo para ler neste país? Nosso retrocesso não é apenas político e social. É civilizatório. E, do jeito que a coisa vai, talvez queiram rediscutir a abolição da escravatura. Aí, melhor reler Joaquim Nabuco. Melhor reler Drummond: Esse é tempo de partido, Tempo de homens partidos. (...) A hora pressentida esmigalha-se em pó na rua. Os homens pedem carne. Fogo. Sapatos. As leis não bastam. Os lírios não nascem da lei. Meu nome é tumulto, e escreve-se na pedra.

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Gente & Negócios: In Loco University discute tendências da publicidade no Recife

A In Loco realizou ontem o primeiro evento In Loco University no Recife. Um encontro leve e dinâmico que trouxe José Saad (falando sobre Creative Data & Content Insights 2019), Denis Gustavo (com palestra sobre Criatividade + Tecnologia: construindo grandes marcas e histórias de sucesso) e Victor Araújo (com a apresentação Criatividade X Eficiência: como criar campanhas bem sucedidas no mobile). Especialistas das áreas de comunicação, tecnologia e design, os palestrantes apontaram tendências do mercado publicitário e contaram um pouco de suas experiências profissionais, além de grandes cases de referência globais. . A In Loco University é um espaço criado pela empresa pernambucana para discutir soluções tecnológicas, com debates gratuitos. Ontem (12) o evento reuniu profissionais dos setores de marketing, publicidade, tecnologia, entre outros. É mais uma iniciativa inteligente da In Loco de fomento neste mercado em constante inovação. Hoje (13) acontece o segundo debate no Recife com o tema Privacidade e LGPD: fatos e mitos. A In Loco abriu mais algumas vagas, que podem ser acessadas pelo link: https://bit.ly/2D721pp . . Clubitshirt desembarca no RioMar com novidades para o fim do ano   A Clubitshirt, marca pernambucana de blusas femininas, desembarca pela primeira vez em um shopping da cidade para apresentar para o grande público t-shirts em malha versáteis. Mais de 200 estampas estão disponíveis no quiosque da marca aberto ao público no Shopping RioMar. A Clubitshirt já é conhecida pelos frequentadores de espaços coletivos e eventos de economia criativa, como a Parada Criativa, a Casa Viva, o Bazar Prime e o I Love Bazar. O quiosque é o maior investimento que a marca fez em sua trajetória, que começou em 2016. “Tomamos essa iniciativa como estratégia para dar visibilidade à nossa marca, buscando mostrar a qualidade e credibilidade dos nossos produtos para um público maior”, comentou a empresária Emanuelle Nogueira, uma das sócias da marca. A Clubitshirt fica no RioMar até o dia 31 de dezembro. O quiosque fica no piso L1, perto do DeltaExpresso. . . Da Fonte, Advogados amplia atuação no Sudeste A unidade paulista do escritório Da Fonte Advogados amplia a expertise em Direito Internacional com a volta do advogado Luiz Otávio Monte Vieira da Cunha da temporada de dois anos nos EUA. Durante o período, o advogado prestou assessoria jurídica em parceria com escritórios de New York a clientes interessados em investir e captar recursos nos EUA através da estruturação de negócios na área imobiliária, na constituição de fundos de investimentos, sociedades comerciais e joint ventures. A advogada e sócia do escritório Da Fonte, Advogados, Gabriela Duque, é quem lidera a equipe da capital paulista. Com mais de 15 anos de experiência na assessoria a empresas, Gabriela é especialista em Licitações, Contratos Administrativos, PPP e forte atuação também em Contencioso Cível. . . Parla Deli investe em pães artesanais Seguindo uma tendência de mercado, Marcelo Silva anuncia que até o final de novembro as unidades da Parla Deli (Casa Amarela e Aflitos) estarão oferecendo aos sues clientes uma grande variedade de pães artesanais feitos com farinha importada e fermentação natural. Não irão faltar baguetes, ciabattas, focaccias e croissants. Em 2015, segundo os dados da Associação Brasileira da Indústria da Panificação e Confeitaria (Abip), o setor de panificação registrou um crescimento de 2, 7% e um faturamento próximo aos 85 bilhões de reais, muito disso se deve a diversificação nos itens oferecidos para os clientes. . . Almir Reis no Congresso Internacional de Direito Laboral O advogado especialista em direito previdenciário e também sócio do escritório Reis & Pacheco Advogados, Almir Reis, embarca a Portugal para participar do 10º Congresso Internacional de Direito Laboral. O encontro jurídico acontece dias 13 e 14 deste mês, na Universidade de Coimbra. Juntamente com outros seis advogados da equipe, vão se atualizar sobre direitos e garantias previdenciárias e trabalhistas, fazendo relação entre o Brasil e aquele país lusitano, além de reformas trabalhistas nas duas nações, seguridade social e outras questões ligadas ao tema.   *Mande sugestões de notas para rafael@algomais.com    

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